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POLUIÇÃO SONORA EM
EVENTOS MUSICAIS NO
ESPAÇO URBANO:
CONSEQUÊNCIAS E SOLUÇÕES
TECNOLÓGICAS.
Gabriel Amaral
Denis Campos Rodrigues
Orientadora: Júlia Almeida
UniversidadeUniversidade FederalFederal do Espírito Santodo Espírito Santo
INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende
avaliar quais são as
consequências
da poluição sonora produzida
em eventos musicais na cidade de
Vitória, principalmente próximo a
bairros residenciais.
Por ser recorrente nessas regiões, pretende-se
buscar e apresentar soluções tecnológicas para
minimizar o impacto sonoro na população que
reside nas áreas afetadas e descobrir como o
poder público atua para coibir abusos.
Dentro desse trabalho,
também traremos informações
sobre possíveis impactos à
saúde humana, decorrentes
da extensa exposição a níveis
elevados de pressão sonora:
tanto nas pessoas presentes
no evento, como nas que
vivem ao redor. Devido aos
vários efeitos nocivos que o
barulho pode trazer ao ser
humano, sejam fisiológicos ou
psicológicos, torna-se então,
muito importante o seu
monitoramento e controle. A
perda da audição é uma das
maiores justificativas para
controlar o barulho.
OBJETIVOS
 Geral:
- Apresentar soluções tecnológicas viáveis para a
resolução ou diminuição da poluição sonora em
grandes eventos musicais.
 Específicos:
- Compreender as consequências da poluição
sonora para a saúde da população de Vitória;
- Demonstrar como os avanços tecnológicos no
campo da sonorização possibilitaram, ao longo da
história, a diminuição da poluição sonora.
METODOLOGIA
 Neste trabalho optou-se pela pesquisa e leitura
de trabalhos acadêmicos e dados de órgãos
oficiais.
 A partir da leitura de alguns trabalhos,
selecionamos Poluição Sonora, de Calixto e
Rodrigues (2004), onde coletamos dados e
informações sobre os danos causados a audição
quando exposta a grandes níveis sonoros e dados
oficiais do Dique-Silêncio da Prefeitura
Municipal de Vitória.
 Também comparamos as tendências atuais com a
produção sonora de apresentações musicais das
décadas de 70 e 80, juntamente com as novas
tecnologias.
EXPOSIÇÃO A GRANDES NÍVEIS
SONOROS: DANOS À SAÚDE.
Os efeitos do ruído
sobre a pessoa
dependem do tempo de
exposição (tabela ao
lado), idade e
intensidade do ruído. A
maioria das pessoas
apresenta alterações na
tensão, irritação, maior
susceptibilidade ao
desagrado, níveis
recentes de surdez e
alterações no aparelho
circulatório.
Nível sonoro (dB)
Máxima Exposição Diária
Permissível
85
(caminhão diesel)
8 h
86 7 h
87 6 h
88 5 h
89 4 h 30 min
90
(liquidificador)
4 h
91 3 h 30 min
92 3 h
93 2 h 40 min
94 2 h 15 min
95 2 h
96 1 h 45 min
98 1 h 15 min
100
(fones de ouvido em
volume máximo)
1 h
102 45 min
104 35 min
105 30 min
106 25 min
108 20 min
110
(banda de rock)
15 min
112 10 min
114 8 min
115
(carro de corrida)
7 min
O ruído acima de 55 dB reduz o desempenho, a
produtividade, a concentração e a velocidade no
trabalho, a capacidade de planejamento, a
memorização, causa retardamento nas respostas e
conclusões, perda de desempenho em tarefas de
cálculo, de raciocínio e aumento de erros. O excesso
de barulho provoca disfunções na produção de
hormônios como adrenalina, noradrenalina,
glicocorticóides, catecolaminas, corticosteróides,
aumento na liberação de colesterol livre e cortisol
entre outros, causando medo, violência, depressão
psicológica, deficiência imunológica, disfunções
orgânicas, ósseas, musculares, inibição das
gonadotrofinas e oxitocinas, causando mal
desempenho sexual etc. A alteração do
funcionamento normal do metabolismo humano
reduz a capacidade do sistema imunológico de se
defender dos ataques de bactérias, vírus, células
cancerígenas, oferecendo maiores dificuldades na
cura das doenças (CALIXTO; RODRIGUES, 2004, p.
98).
Nível subjetivoNível subjetivo DescriçãoDescrição
Nível de intensidadeNível de intensidade
(dB)(dB)
Muito Silencioso
Câmara anecóica
Limiar de Audibilidade normal.
0
Respiração normal, deserto,
Região polar sem ventos.
10
Silencioso
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20
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Tranquilo
Sala de aula ideal, escritório ideal,
ruídos caseiros, conversa telefônica,
torneira gotejante.
40
Escritório calmo, restaurante calmo. 50
Moderado
Conversação entre vários indivíduos,
escritório movimentado, canto de
pássaros.
60
Rádio, TV em volume médio, máquina
de escrever, choro de criança rua de
médio movimento.
70
Barulhento
Autoestrada, grito, escritório muito
barulhento, dentro de automóvel em
alta velocidade, caminhão diesel.
80
Barulhos e seus valores médios de intensidade em dB
Barulhos e seus valores médios de intensidade em dB
Zona de Perigo - Nocividade Auditiva.
Nível subjetivoNível subjetivo DescriçãoDescrição
Nível de intensidadeNível de intensidade
(dB)(dB)
Barulhento
Fábricas, orquestra sinfônica,
Aspirador de pó, liquidificador.
90
Muito Barulhento
Indústria mecânica, cortador
de grama, fundição, tecelagem,
marcenaria, discoteca fones de
ouvido em volume máximo.
 
100
Trem de metrô, sirene, buzina
de carro, conjunto de rock.
110
Motocicleta, carro de corrida,
limiar de desconforto.
120
Estrondo
Perfuratriz, martelo
pneumático. limiar da dor
auditiva
130
140
Decolagem de avião a jato,
Tiro de revolver.
150
BAIRROS MAIS AFETADOS EM
VITÓRIA.
A cidade de Vitória é
palco de grandes
eventos musicais, tanto
nacionais como locais.
Também há eventos de
pequeno porte em casas
de shows e bares que
estão incrustados no meio
dos bairros.
A realização desses eventos pode produzir grande
intensidade sonora que, na maioria das vezes, é nociva
ao sistema auditivo para quem está no local do evento e
perturbadora para quem está nas redondezas.
Em Vitória existe o Disque Silêncio, um
serviço da Prefeitura à disposição do
morador da cidade, para o atendimento de
denúncias de barulho que estejam
perturbando o sossego público. O morador
incomodado liga denunciando o abuso e
aguarda a vinda dos agentes da
prefeitura para realizar medições de nível
de pressão sonora. Caso a intensidade do
som seja inaceitável para determinado
horário e local, o causador da perturbação
é notificado e deve diminuir
imediatamente o som para o nível
adequado, que, em Vitória, é de 50
decibéis, das 20 às 7 horas, ou 55 decibéis
entre as 7 e 20 horas em áreas
residências. Já nas proximidades de
zonas comerciais, é permitido o volume de
até 65 decibéis durante o dia e 60, à noite.
ALGUNS DADOS DO DISQUE-
SILÊNCIO
DENÚNCIAS RECEBIDAS POR MÊSDENÚNCIAS RECEBIDAS POR MÊS
Mês 2007 2008 2009 2010
Janeiro 289 438 380 354
Fevereiro 359 384 360 248
Março 399 355 389 296
Abril 335 553 410 -
Maio 418 628 402 -
Junho 401 564 347 -
Julho 376 469 394 -
Agosto 452 539 386 -
Setembro 306 498 416 -
Outubro 344 447 413 -
Novembro 479 403 387 -
Dezembro 534 427 390 -
Total 4.692 4.692 4.674 898
BAIRROS COM MAIS DENÚNCIASBAIRROS COM MAIS DENÚNCIAS
Bairros 2008 2009 2010*
Praia do Canto 943 604 85
Jardim Camburi 651 556 140
Jardim da Penha 516 356 87
Centro 330 306 72
Santo Antônio 181 119 21
Maria Ortiz 150 210 45
Maruípe 147 - 22
Mata da Praia 143 111 25
Bento Ferreira 140 129 -
Barro Vermelho 128 - -
Jabour - 119 23
Itararé - 107 -
Santa Lúcia - - 22
Total 3.329 2.617 542
SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS PARA A
REDUÇÃO DO NÍVEL SONORO.
Até metade da década de 60 os shows eram
realizados, em sua grande maioria, em pequenos
teatros, bares, pub’s e auditórios de TV. Por essas
razões não era necessário dispor de uma aparelhagem
de som muito potente, mas tudo mudou em 1965,
quando os Beatles se apresentaram para um estádio
de Baseball lotado com 70.000 pessoas. A partir
daquele momento a história dos concertos seria
completamente diferente.
Com isso o número de pessoas com problemas de audição
também cresceu, inclusive entre os próprios artistas,
como Eric Clapton, que em sua biografia diz se
arrepender de ter tocado tão alto por tanto tempo.
Especialmente nos anos
80, a indústria de shows
cresceu como nunca e o
seu volume em decibéis
também. A cada show
que passava o
espectador via crescer o
número de caixas de
som presentes no palco,
chegando às vezes a ser
incrivelmente
exagerado.
Nada mudou muito até
recentemente, quando
surgiu um novo sistema de
sonorização, um sistema
mais econômico, mais
consciente com o ser
humano, com o meio
ambiente e mais igualitário
na distribuição da pressão
sonora: o Line Array. O
modo de funcionamento
desse sistema é muito
simples. A seguir
discorreremos sobre alguns
pontos importantes e
compararemos seu modo de
funcionameto com os
sistemas comuns mas
antigos:
Sistemas comunsSistemas comuns Line ArrayLine Array
- A pressão sonora é
distribuida sem nem um tipo de
direcionamento e com a maior
potência possível;
- A pressão sonora é
distribuida de acordo com zonas
de proximidade de espectadores,
adequando sua potência à
distância necessária;
Sistemas comunsSistemas comuns Line ArrayLine Array
- A quantidade de
vazamento vertícal e
horizontal é enorme, com isso
o som é ouvido em várias
áreas ao redor do local do
show;
- Devido à superposição
ds autofalantes, tanto o
vazamento horizontal como o
vertical são diminuidos
drásticamente, concentrando o
som apenas na área do
concerto;
Sistemas comunsSistemas comuns Line ArrayLine Array
- Devido à falta de controle
de potência, os espectadores
posicionados a frente do palco
recebem uma pressão sonora
muito alta, enquanto os
espectadores mais longínquos
quase não ouvem o que esta
sendo tocado.
- Pela disposição envergada
e por possuir um controle de
potência individual por
autofalante, o sistema distribui
muito bem a potência, fazendo
tanto o espectador da frente
quando o de trás, escutar num
bom volume e com qualidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pudemos concluir, ao longo do trabalho, que falta muita
informação para as pessoas que frequentam shows, sejam
em grandes espaços abertos ou em pequenos bares. Muitos
não sabem ou, se sabem, não se importam com os riscos
que uma exposição longa a um som muito alto pode trazer
à saúde. Além disso, um sistema de som mal regulado
pode incomodar não só as pessoas que estão presentes no
evento, como as que moram perto. Acreditamos que o novo
sistem de sonorização apresentado possa ser uma boa
solução para os problemas citados, pois não só regula o
nível de pressão sonora relacionado com a distância que o
espectador se encontra do palco, como limita a produção
de som apenas para a área do show, evitando, assim, um
incômodo para aqueles que vivem nas redondezas.
BIBLIOGRAFIA
 CALIXTO, Wesley P.; RODRIGUES, Clovis C. Poluição
Sonora. Univerisade Católica de Goiás. 2004 p. 54-98.
 Vitória em dados: Disque-Silêncio. Disponível em:
<http://legado.vitoria.es.gov.br/regionais/dados_area/mei
o/dados/municipio.asp>. Acessado em setembro de 2010.
 WEBB, Bill.; BAIRD, Jason. Advances in Line Array
Technology for Live Sound. Martin Audio Limited, High
Waycomb, UK.

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Poluição sonora em eventos musicais no espaço urbano consequências e soluções tecnológicas

  • 1. POLUIÇÃO SONORA EM EVENTOS MUSICAIS NO ESPAÇO URBANO: CONSEQUÊNCIAS E SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS. Gabriel Amaral Denis Campos Rodrigues Orientadora: Júlia Almeida UniversidadeUniversidade FederalFederal do Espírito Santodo Espírito Santo
  • 2. INTRODUÇÃO O presente trabalho pretende avaliar quais são as consequências da poluição sonora produzida em eventos musicais na cidade de Vitória, principalmente próximo a bairros residenciais. Por ser recorrente nessas regiões, pretende-se buscar e apresentar soluções tecnológicas para minimizar o impacto sonoro na população que reside nas áreas afetadas e descobrir como o poder público atua para coibir abusos.
  • 3. Dentro desse trabalho, também traremos informações sobre possíveis impactos à saúde humana, decorrentes da extensa exposição a níveis elevados de pressão sonora: tanto nas pessoas presentes no evento, como nas que vivem ao redor. Devido aos vários efeitos nocivos que o barulho pode trazer ao ser humano, sejam fisiológicos ou psicológicos, torna-se então, muito importante o seu monitoramento e controle. A perda da audição é uma das maiores justificativas para controlar o barulho.
  • 4. OBJETIVOS  Geral: - Apresentar soluções tecnológicas viáveis para a resolução ou diminuição da poluição sonora em grandes eventos musicais.  Específicos: - Compreender as consequências da poluição sonora para a saúde da população de Vitória; - Demonstrar como os avanços tecnológicos no campo da sonorização possibilitaram, ao longo da história, a diminuição da poluição sonora.
  • 5. METODOLOGIA  Neste trabalho optou-se pela pesquisa e leitura de trabalhos acadêmicos e dados de órgãos oficiais.  A partir da leitura de alguns trabalhos, selecionamos Poluição Sonora, de Calixto e Rodrigues (2004), onde coletamos dados e informações sobre os danos causados a audição quando exposta a grandes níveis sonoros e dados oficiais do Dique-Silêncio da Prefeitura Municipal de Vitória.  Também comparamos as tendências atuais com a produção sonora de apresentações musicais das décadas de 70 e 80, juntamente com as novas tecnologias.
  • 6. EXPOSIÇÃO A GRANDES NÍVEIS SONOROS: DANOS À SAÚDE. Os efeitos do ruído sobre a pessoa dependem do tempo de exposição (tabela ao lado), idade e intensidade do ruído. A maioria das pessoas apresenta alterações na tensão, irritação, maior susceptibilidade ao desagrado, níveis recentes de surdez e alterações no aparelho circulatório. Nível sonoro (dB) Máxima Exposição Diária Permissível 85 (caminhão diesel) 8 h 86 7 h 87 6 h 88 5 h 89 4 h 30 min 90 (liquidificador) 4 h 91 3 h 30 min 92 3 h 93 2 h 40 min 94 2 h 15 min 95 2 h 96 1 h 45 min 98 1 h 15 min 100 (fones de ouvido em volume máximo) 1 h 102 45 min 104 35 min 105 30 min 106 25 min 108 20 min 110 (banda de rock) 15 min 112 10 min 114 8 min 115 (carro de corrida) 7 min
  • 7. O ruído acima de 55 dB reduz o desempenho, a produtividade, a concentração e a velocidade no trabalho, a capacidade de planejamento, a memorização, causa retardamento nas respostas e conclusões, perda de desempenho em tarefas de cálculo, de raciocínio e aumento de erros. O excesso de barulho provoca disfunções na produção de hormônios como adrenalina, noradrenalina, glicocorticóides, catecolaminas, corticosteróides, aumento na liberação de colesterol livre e cortisol entre outros, causando medo, violência, depressão psicológica, deficiência imunológica, disfunções orgânicas, ósseas, musculares, inibição das gonadotrofinas e oxitocinas, causando mal desempenho sexual etc. A alteração do funcionamento normal do metabolismo humano reduz a capacidade do sistema imunológico de se defender dos ataques de bactérias, vírus, células cancerígenas, oferecendo maiores dificuldades na cura das doenças (CALIXTO; RODRIGUES, 2004, p. 98).
  • 8. Nível subjetivoNível subjetivo DescriçãoDescrição Nível de intensidadeNível de intensidade (dB)(dB) Muito Silencioso Câmara anecóica Limiar de Audibilidade normal. 0 Respiração normal, deserto, Região polar sem ventos. 10 Silencioso Movimento de folhas nas árvores, estúdio de gravação, sussurro. 20 Noite no campo, quarto de dormir. 30 Tranquilo Sala de aula ideal, escritório ideal, ruídos caseiros, conversa telefônica, torneira gotejante. 40 Escritório calmo, restaurante calmo. 50 Moderado Conversação entre vários indivíduos, escritório movimentado, canto de pássaros. 60 Rádio, TV em volume médio, máquina de escrever, choro de criança rua de médio movimento. 70 Barulhento Autoestrada, grito, escritório muito barulhento, dentro de automóvel em alta velocidade, caminhão diesel. 80 Barulhos e seus valores médios de intensidade em dB
  • 9. Barulhos e seus valores médios de intensidade em dB Zona de Perigo - Nocividade Auditiva. Nível subjetivoNível subjetivo DescriçãoDescrição Nível de intensidadeNível de intensidade (dB)(dB) Barulhento Fábricas, orquestra sinfônica, Aspirador de pó, liquidificador. 90 Muito Barulhento Indústria mecânica, cortador de grama, fundição, tecelagem, marcenaria, discoteca fones de ouvido em volume máximo.   100 Trem de metrô, sirene, buzina de carro, conjunto de rock. 110 Motocicleta, carro de corrida, limiar de desconforto. 120 Estrondo Perfuratriz, martelo pneumático. limiar da dor auditiva 130 140 Decolagem de avião a jato, Tiro de revolver. 150
  • 10. BAIRROS MAIS AFETADOS EM VITÓRIA. A cidade de Vitória é palco de grandes eventos musicais, tanto nacionais como locais. Também há eventos de pequeno porte em casas de shows e bares que estão incrustados no meio dos bairros. A realização desses eventos pode produzir grande intensidade sonora que, na maioria das vezes, é nociva ao sistema auditivo para quem está no local do evento e perturbadora para quem está nas redondezas.
  • 11. Em Vitória existe o Disque Silêncio, um serviço da Prefeitura à disposição do morador da cidade, para o atendimento de denúncias de barulho que estejam perturbando o sossego público. O morador incomodado liga denunciando o abuso e aguarda a vinda dos agentes da prefeitura para realizar medições de nível de pressão sonora. Caso a intensidade do som seja inaceitável para determinado horário e local, o causador da perturbação é notificado e deve diminuir imediatamente o som para o nível adequado, que, em Vitória, é de 50 decibéis, das 20 às 7 horas, ou 55 decibéis entre as 7 e 20 horas em áreas residências. Já nas proximidades de zonas comerciais, é permitido o volume de até 65 decibéis durante o dia e 60, à noite.
  • 12. ALGUNS DADOS DO DISQUE- SILÊNCIO DENÚNCIAS RECEBIDAS POR MÊSDENÚNCIAS RECEBIDAS POR MÊS Mês 2007 2008 2009 2010 Janeiro 289 438 380 354 Fevereiro 359 384 360 248 Março 399 355 389 296 Abril 335 553 410 - Maio 418 628 402 - Junho 401 564 347 - Julho 376 469 394 - Agosto 452 539 386 - Setembro 306 498 416 - Outubro 344 447 413 - Novembro 479 403 387 - Dezembro 534 427 390 - Total 4.692 4.692 4.674 898
  • 13. BAIRROS COM MAIS DENÚNCIASBAIRROS COM MAIS DENÚNCIAS Bairros 2008 2009 2010* Praia do Canto 943 604 85 Jardim Camburi 651 556 140 Jardim da Penha 516 356 87 Centro 330 306 72 Santo Antônio 181 119 21 Maria Ortiz 150 210 45 Maruípe 147 - 22 Mata da Praia 143 111 25 Bento Ferreira 140 129 - Barro Vermelho 128 - - Jabour - 119 23 Itararé - 107 - Santa Lúcia - - 22 Total 3.329 2.617 542
  • 14. SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS PARA A REDUÇÃO DO NÍVEL SONORO. Até metade da década de 60 os shows eram realizados, em sua grande maioria, em pequenos teatros, bares, pub’s e auditórios de TV. Por essas razões não era necessário dispor de uma aparelhagem de som muito potente, mas tudo mudou em 1965, quando os Beatles se apresentaram para um estádio de Baseball lotado com 70.000 pessoas. A partir daquele momento a história dos concertos seria completamente diferente.
  • 15. Com isso o número de pessoas com problemas de audição também cresceu, inclusive entre os próprios artistas, como Eric Clapton, que em sua biografia diz se arrepender de ter tocado tão alto por tanto tempo. Especialmente nos anos 80, a indústria de shows cresceu como nunca e o seu volume em decibéis também. A cada show que passava o espectador via crescer o número de caixas de som presentes no palco, chegando às vezes a ser incrivelmente exagerado.
  • 16. Nada mudou muito até recentemente, quando surgiu um novo sistema de sonorização, um sistema mais econômico, mais consciente com o ser humano, com o meio ambiente e mais igualitário na distribuição da pressão sonora: o Line Array. O modo de funcionamento desse sistema é muito simples. A seguir discorreremos sobre alguns pontos importantes e compararemos seu modo de funcionameto com os sistemas comuns mas antigos:
  • 17. Sistemas comunsSistemas comuns Line ArrayLine Array - A pressão sonora é distribuida sem nem um tipo de direcionamento e com a maior potência possível; - A pressão sonora é distribuida de acordo com zonas de proximidade de espectadores, adequando sua potência à distância necessária;
  • 18. Sistemas comunsSistemas comuns Line ArrayLine Array - A quantidade de vazamento vertícal e horizontal é enorme, com isso o som é ouvido em várias áreas ao redor do local do show; - Devido à superposição ds autofalantes, tanto o vazamento horizontal como o vertical são diminuidos drásticamente, concentrando o som apenas na área do concerto;
  • 19. Sistemas comunsSistemas comuns Line ArrayLine Array - Devido à falta de controle de potência, os espectadores posicionados a frente do palco recebem uma pressão sonora muito alta, enquanto os espectadores mais longínquos quase não ouvem o que esta sendo tocado. - Pela disposição envergada e por possuir um controle de potência individual por autofalante, o sistema distribui muito bem a potência, fazendo tanto o espectador da frente quando o de trás, escutar num bom volume e com qualidade.
  • 20. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pudemos concluir, ao longo do trabalho, que falta muita informação para as pessoas que frequentam shows, sejam em grandes espaços abertos ou em pequenos bares. Muitos não sabem ou, se sabem, não se importam com os riscos que uma exposição longa a um som muito alto pode trazer à saúde. Além disso, um sistema de som mal regulado pode incomodar não só as pessoas que estão presentes no evento, como as que moram perto. Acreditamos que o novo sistem de sonorização apresentado possa ser uma boa solução para os problemas citados, pois não só regula o nível de pressão sonora relacionado com a distância que o espectador se encontra do palco, como limita a produção de som apenas para a área do show, evitando, assim, um incômodo para aqueles que vivem nas redondezas.
  • 21. BIBLIOGRAFIA  CALIXTO, Wesley P.; RODRIGUES, Clovis C. Poluição Sonora. Univerisade Católica de Goiás. 2004 p. 54-98.  Vitória em dados: Disque-Silêncio. Disponível em: <http://legado.vitoria.es.gov.br/regionais/dados_area/mei o/dados/municipio.asp>. Acessado em setembro de 2010.  WEBB, Bill.; BAIRD, Jason. Advances in Line Array Technology for Live Sound. Martin Audio Limited, High Waycomb, UK.