2. Sistema polarizado
Sartori pretende analisar quais países fazem parte do tipo pluralismo
extremado e polarizado, se baseando na experiência da República
alemã de Weimar (década de 1920), do Chile (até setembro de 1973)
e do caso da Itália.
3. Tipologias Partidárias
Para Duverger as tipologias partidárias são:
Bipartidarismo
Multipartidarismo
Para Sartori as tipologias partidárias são:
Número de partidos
Grau de polarização ideológica
4. Sistema de contagem
PAÍS QUANTIDADE DE PARTIDOS
Chile (1961–1973) 5-7 partidos
Dinamarca (1947-1971) 4-5 partidos
Finlândia (1951-1979) 6 partidos
França (Quarta República) 6 partidos
França (Quinta República) 4-5 partidos
Israel (1949-1973) 5-7 partidos
Itália (1948-1979) 6-7 partidos
Holanda (até 1967) 5 partidos
Noruega (1945-1977) 5 partidos
Suíça (desde 1919) 4-5 partidos
República de Weimar (1920-1933) 5-6 partidos
Fonte: Sartori, p. 172
Sartori estabelece um sistema de contagem que se situa entre cinco
e seis partidos
5. 1º) presença de partidos “anti-sistema” relevantes:
O sistema é caracterizado por uma oposição “anti-sistema”,
particularmente do tipo comunista ou fascista, mas também de outras
variedades.
Definição de “anti-sistema”: o grau e a intensidade de uma “atitude anti”
variam com o tempo: a negação cobre, ou pode cobrir uma ampla gama de
atitudes diferentes: da alienação a rejeição total do “protesto”. Qualquer
que seja a natureza da atitude anti, o governo enfrenta as mesmas
dificuldades.
Um partido pode ser definido como sendo anti-sistema sempre que
enfraquece a legitimidade do regime a que se opõe.
6. 2º) Existência de oposições bilaterais:
Nas formações políticas polarizadas encontra-se duas oposições mutuamente
exclusivas: que não podem unir-se – são incompatíveis. Sendo que os dois
grupos opostos estão mais próximos dos partidos governamentais do que
entre si.
7. 3º) Os sistemas de pluralismo polarizado são marcados
pela localização, no centro, de um partido (Itália) ou
de um grupo de partidos (França, Weimar):
Todos os casos analisados por Sartori apresentam um traço em comum: ao
longo do espectro esquerda-direita, o centro métrico do sistema é ocupado.
A própria existência de um partido de centro desestimula a “centralidade”,
isto é, os impulsos centrípetos do sistema político. É por isso que esse tipo é
centrífugo, pois provoca o afastamento do centro, levando dessa forma a
políticas imoderadas ou extremistas.
8. 4º) Sistema polarizado:
A polarização ocorre quando há uma distância ideológica;
Sartori afirma que o pluralismo extremado é baseado no centro, justamente
por ser polarizado. Ao longo prazo, o posicionamento ao centro não é apenas
uma consequência, mas também uma causa da polarização, pois o simples
fato de que a área central está ocupada alimenta o sistema com tendências
de afastamento do centro e desestimula a competição centrípeta.
9. 5º) Predomínio provável das tendência centrífugas
em relação às centrípetas:
Tendência do afastamento do centro:
Itália
1948 – Partido Democrata Cristão – 40% dos votos x Partidos da Coalizão
Central – 62%;
1953 – Partidos da Coalizão Central – 50% dos votos.
1963 – Partidos de centro-esquerda – 60% da votação total;
1968 – Partidos de centro-esquerda – 56%;
1946 – 1976 – Partido Comunista – 18% para 34%.
10. 6º) Padrão ideológico:
Ideologia pode significar: i) participação altamente emotiva na política; ii)
uma mentalidade particular, uma forma mentis.
Em um sistema pluralista, a ênfase deve cair sobre o segundo, isto é, sobre a
“mentalidade”, ideologia entendida como uma maneira de ver e conceber a
política e definida, portanto, como uma modalidade doutrinária baseada em
princípios e superior, de focalizar as questões políticas.
11. Esse aspecto relaciona-se de perto com a mecânica peculiar do rodízio
governamental das formações políticas baseadas no centro.
Uma oposição pode ser considerada responsável quando realiza o que
prometeu; uma oposição provavelmente será menos responsável quanto
menor for a sua expectativa de governar.
Partidos anti-sistemas são motivados a serem irresponsáveis: constituindo
uma oposição permanente, que se recusa a ser identificada com o sistema
político cujas promessas não terão de ser cumpridas.
7º) Oposições irresponsáveis:
12. 8º) Política do dar mais:
Esta consiste não só da competitividade, isto é, do grau de competitividade
entre os partidos políticos; consiste também das regras de competição.
A política competitiva é condicionada não só pela presença de mais de um
partido, como também por um mínimo de equanimidade na competição
13. Considerações Finais
Os sistemas de mais de um partido não podem ser reunidos numa
mesma classificação;
Sendo um sistema político caracterizado por tendências centrífugas,
oposição irresponsável e competição desigual, dificilmente será um
sistema viável (com possibilidades de enfrentar crises explosivas ou
exógenas)
14. Referência
SARTORI, Giovanni. Partidos e sistemas partidários. Rio de
Janeiro/Brasília, Zahar/Editora da UnB, 1982, p. 156-201.