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Pesquisa de Campo
Entrevista com:
Rafael Maroni
Comunicação Visual - Prof. Silvana
30 de agosto de 2016
INTRODUÇÃO
Nessa pesquisa de campo, optei por realizar uma entrevista
com um amigo de longa data: Leandro Dexter. Hoje em
dia, ele se destaca na área de ilustração, sendo muito elogiado e
convidado para executar grandes jobs. Fiz esta escolha pois
o mesmo atua na mesma área que eu, e que considero uma
grande referência.
Através deste trabalho, gostaria de retratar como funciona a
cabeça de um profissional da área, também como é a sua rotina,
os seus métodos, as formas de aprendizado, os métodos de se
inserir no mercado, e principalmente, conselhos para quem está
começando.
Também tenho como objetivo apreciar e divulgar o seu trabalho,
assim como demonstrar suas visões e considerações sobre o seu
portifólio.
QUEM É LEANDRO DEXTER?
Leandro Cavalcante,
também conhecido como
Leandro Dexter é hoje uma
das novas referências de
design e ilustração no
cenário “street” de São
Paulo. Aos 32 anos e natu-
ral de Guarulhos/SP, tem
como carro-chefe
ilustrações do merchandise
de algumas bandas,
especialmente em estam-
pas para camisetas. Além
disso também já assinou
artes para diversas marcas
de roupa.
Em crescente ascenção
no mercado, já coleciona
também grandes jobs em
outros nichos, tendo como
grandes clientes o Burger
King, Pizzaria da Mooca,
Grupo Abril (revista Mundo
Estranho), Hermes & Renato
(programa de TV), flyers e
cartazes para diversos
eventos, exibições de Live
Paint, entre outros diversos
projetos. Tudo isso com
poucos anos de atuação
nesta área.
ENTREVISTA
indicaram pra amigos,
como eu sempre tive
contato com bandas de
underground, acabou
sendo bem mais facil
entrar no mercado, da
galera que eu andava, a
maior parte entrou pro
mundo da moda,
publicidade ou musica,
foi meio que natural e
surreal ao mesmo tempo.
04 - Além de lutar por uma
certa estabilidade, quais
são os principais desafios
de ser ilustrador
free-lancer? E as vanta-
gens?
LD: O desafio é matar um
leão por dia literalmente,
você faz malabarismo
entre um trampo e outro,
as vezes vc faz um valor X
em um mês mais ou
menos e de vez em
quando você faz a mesma
grana em uma semana
a desenhar, brincando,
desenhando a galera, até
que comecei a fazer um
curso por uns meses, pra
poder me achar como
profissional e aprender
técnicas que explicassem
aonde eu queria chegar,
aos poucos alguns
trabalhos foram pintan-
do, a primeira banda que
me pagou por uma
estampa foi o Running
Like Lions, da qual eu
ainda faço trabalhos até
hoje com o maior prazer.
03 - Como surgiram os
contatos e as primeiras
oportunidades no meio?
LD: Foram de amigos que
01 - Você se imaginava
quando desenhava os
primeiros traços que
poderia viver disso?
LD: Imaginei em sonho,
bem distante, quando eu
estava plantado em uma
cadeira monitorando
dados, da rede de uma
empresa de telecomuni-
cações pela qual trabalhei
por dez anos.
02 - Qual foi o momento
em que você decidiu
entrar de cabeça nesse
mercado?
LD: Não teve um momen-
to certo, eu por incentivo
de amigos em 2012 voltei
ou dependendo (de vez
em nunca) em um dia.
05 - Do recebimento do
briefing até a finalização
e entrega do job para o
cliente: como funciona o
seu processo de criação?
LD: O processo funciona
com o email ou men-
sagem que eu recebo,
dependendo do canal, eu
já dou aquela sacada no
que se trata, as vezes tem
a ver com algo que você
sempre quis desenhar e
nunca teve oportunidade.
Geralmente pego o
briefing, com o máximo
de imagem de referencia,
eu sempre peço algum
trabalho meu que a
pessoa tenha gostado. Às
vezes nessa eu ja mato o
que ela espera de mim.
06 - Dentre todos os
projetos que você já fez,
qual foi o de maior
visibilidade? E qual foi o
mais desafiador?
LD: O de mais visibilidade:
fica entre a camiseta do
Fausto do Hermes &
Renato e Burger King. O
mais desafiador foi o
mural da pizzaria A Pizza
da Mooca, eu nunca tinha
pintado um mural com
POSCA , ainda mais no
negativo, tinta branca na
parede preta. Acabou que
teve uma repercussão
absurda e me fez ganhar
mais um desafio, que vai
ser um live paint no Coala
Festival daqui uma
semana.
07 - De onde você tira
inspiração para os seus
trabalhos?
LD: Inspiração vem do
mundo, eu observo tudo,
eu passo o dia vendo
tudo, desde TV ao mundo
real, é preciso perceber
tudo e filtrar o que agrada
aos olhos, sem contar o
mundo da ilustração que
te mostra muita coisa
legal pra absorver.
08 - Possuí planos e proje-
tos futuros dentro do seu
trabalho? Quais seriam?
LD: Meus planos futuros
são: montar uma lojinha
de prints, camisetas e
produtos em geral, apren-
der a fazer uns murais
coloridos, pra poder
concluir outro plano que
é sair mais da batcaverna,
quero também ter mais
tempo pra estudar.
09 - É muito comum na
área, designers e ilustra-
dores sofrerem
ocasionalmente do
"bloqueio criativo", você
sofre disso? Se sofre,
como faz pra driblar?
LD: Bloqueio criativo é
rotina, você não para de
criar, você acha todas
suas ideias uma b#&%@.
Na verdade é dificil saber
se isso se chama bloqueio
criativo ou você está se
cobrando demais.
10 - Você possuí alguma
formação acadêmica na
área?
LD: Nada, sou formado
em Redes de Computado-
res, fiz alguns cursos
rápidos, mas aprendi na
raça mesmo, perguntan-
do alguma coisa pra um,
outra pro outro, e às vezes
eu percebia que estava
conseguindo desenhar
coisa que nunca
desenhei. Sei lá eu
respirei desenho por uns
3 anos até me estabilizar
no meio.
11 - De que forma você
enxerga o mercado nessa
área atualmente?
LD: O mercado é invisivel
pra mim, eu tenho clien-
tes antigos que somem,
clientes novos que nunca
ouvir falar, dificilmente
tem rolado algo fixo e é
aquilo que falei no
começo, matar um leão
por dia. Você nunca sabe
o que vai pingar na sua
caixa de e-mail.
12 - E pra finalizar: quais
os caminhos que você
indica para quem está
começando agora?
LD: O caminho é estudar
mesmo que seja sozinho,
se você gosta mesmo
disso você ta dentro, se
você ta querendo pela
grana, status e glamour...
desencana.
CONCLUSÃO
Com as respostas do entrevistado, em sua ótica, podemos
fazer
algumas conclusões:
- Uma boa forma de adquirir um bom networking, é começar
inicialmente a fazer trabalhos para pessoas próximas, assim
cria-se automaticamente um portifólio, e através do
boca-a-boca
seu nome pode se tornar mais reconhecido.
- Para um freelancer nesta área, cada dia é um novo desafio.
Quem se interessa pela área tem que saber lidar com uma
certa flexibilidade nos rendimentos mensais.
- Uma boa forma de conseguir realizar os jobs, é exigir o
máximo de referências possíveis, assim também como
propor algo do seu próprio portifólio que interesse ao
cliente, facilitando assim o desenvolvimento do projeto.
- Deve-se sempre procurar outras formas e perspectivas
dentro do seu ramo de atuação, para sempre estar se
reinventando e evoluindo, assim como se preparando para
desafios maiores.
- Observar com atenção o mundo à sua volta é uma grande
fonte de inspiração, quanto maior o senso de observação,
maior é a facilidade de ilustrar.
- O famoso “bloqueio criativo” na verdade é apenas o efeito
de uma rotina repetitiva, mas em alguns casos também pode
ser algo psicológico, fruto de uma grande cobrança interna.
- O mercado é flexível: da mesma forma que clientes surgem
repentinamente, outros desaparecem. Sendo assim, ter um
grande networking é extremamente importante.
- Quem trabalha com isso, trabalha com amor por o que faz.
Se alguem espera nesse mercado uma vida de luxo e glam-
ourosa, talvez deva procurar outra ocupação.
- Não é pré-requisito obrigatório ter alguma formação numa
área
que pode-se considerar artística. Porém, toda forma de
adquirir
conhecimento é sempre recomendável. Com muito treino e
estudos é possível se tornar um grande profissional do
design ou da ilustração.
EXTRAS
VISITE:
www.leandrodexter.com

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  • 1. Pesquisa de Campo Entrevista com: Rafael Maroni Comunicação Visual - Prof. Silvana 30 de agosto de 2016
  • 2. INTRODUÇÃO Nessa pesquisa de campo, optei por realizar uma entrevista com um amigo de longa data: Leandro Dexter. Hoje em dia, ele se destaca na área de ilustração, sendo muito elogiado e convidado para executar grandes jobs. Fiz esta escolha pois o mesmo atua na mesma área que eu, e que considero uma grande referência. Através deste trabalho, gostaria de retratar como funciona a cabeça de um profissional da área, também como é a sua rotina, os seus métodos, as formas de aprendizado, os métodos de se inserir no mercado, e principalmente, conselhos para quem está começando. Também tenho como objetivo apreciar e divulgar o seu trabalho, assim como demonstrar suas visões e considerações sobre o seu portifólio.
  • 3. QUEM É LEANDRO DEXTER? Leandro Cavalcante, também conhecido como Leandro Dexter é hoje uma das novas referências de design e ilustração no cenário “street” de São Paulo. Aos 32 anos e natu- ral de Guarulhos/SP, tem como carro-chefe ilustrações do merchandise de algumas bandas, especialmente em estam- pas para camisetas. Além disso também já assinou artes para diversas marcas de roupa. Em crescente ascenção no mercado, já coleciona também grandes jobs em outros nichos, tendo como grandes clientes o Burger King, Pizzaria da Mooca, Grupo Abril (revista Mundo Estranho), Hermes & Renato (programa de TV), flyers e cartazes para diversos eventos, exibições de Live Paint, entre outros diversos projetos. Tudo isso com poucos anos de atuação nesta área.
  • 4. ENTREVISTA indicaram pra amigos, como eu sempre tive contato com bandas de underground, acabou sendo bem mais facil entrar no mercado, da galera que eu andava, a maior parte entrou pro mundo da moda, publicidade ou musica, foi meio que natural e surreal ao mesmo tempo. 04 - Além de lutar por uma certa estabilidade, quais são os principais desafios de ser ilustrador free-lancer? E as vanta- gens? LD: O desafio é matar um leão por dia literalmente, você faz malabarismo entre um trampo e outro, as vezes vc faz um valor X em um mês mais ou menos e de vez em quando você faz a mesma grana em uma semana a desenhar, brincando, desenhando a galera, até que comecei a fazer um curso por uns meses, pra poder me achar como profissional e aprender técnicas que explicassem aonde eu queria chegar, aos poucos alguns trabalhos foram pintan- do, a primeira banda que me pagou por uma estampa foi o Running Like Lions, da qual eu ainda faço trabalhos até hoje com o maior prazer. 03 - Como surgiram os contatos e as primeiras oportunidades no meio? LD: Foram de amigos que 01 - Você se imaginava quando desenhava os primeiros traços que poderia viver disso? LD: Imaginei em sonho, bem distante, quando eu estava plantado em uma cadeira monitorando dados, da rede de uma empresa de telecomuni- cações pela qual trabalhei por dez anos. 02 - Qual foi o momento em que você decidiu entrar de cabeça nesse mercado? LD: Não teve um momen- to certo, eu por incentivo de amigos em 2012 voltei
  • 5. ou dependendo (de vez em nunca) em um dia. 05 - Do recebimento do briefing até a finalização e entrega do job para o cliente: como funciona o seu processo de criação? LD: O processo funciona com o email ou men- sagem que eu recebo, dependendo do canal, eu já dou aquela sacada no que se trata, as vezes tem a ver com algo que você sempre quis desenhar e nunca teve oportunidade. Geralmente pego o briefing, com o máximo de imagem de referencia, eu sempre peço algum trabalho meu que a pessoa tenha gostado. Às vezes nessa eu ja mato o que ela espera de mim. 06 - Dentre todos os projetos que você já fez, qual foi o de maior visibilidade? E qual foi o mais desafiador? LD: O de mais visibilidade: fica entre a camiseta do Fausto do Hermes & Renato e Burger King. O mais desafiador foi o mural da pizzaria A Pizza da Mooca, eu nunca tinha pintado um mural com POSCA , ainda mais no negativo, tinta branca na parede preta. Acabou que teve uma repercussão absurda e me fez ganhar mais um desafio, que vai
  • 6. ser um live paint no Coala Festival daqui uma semana. 07 - De onde você tira inspiração para os seus trabalhos? LD: Inspiração vem do mundo, eu observo tudo, eu passo o dia vendo tudo, desde TV ao mundo real, é preciso perceber tudo e filtrar o que agrada aos olhos, sem contar o mundo da ilustração que te mostra muita coisa legal pra absorver. 08 - Possuí planos e proje- tos futuros dentro do seu trabalho? Quais seriam? LD: Meus planos futuros são: montar uma lojinha de prints, camisetas e produtos em geral, apren- der a fazer uns murais coloridos, pra poder concluir outro plano que é sair mais da batcaverna, quero também ter mais tempo pra estudar.
  • 7.
  • 8. 09 - É muito comum na área, designers e ilustra- dores sofrerem ocasionalmente do "bloqueio criativo", você sofre disso? Se sofre, como faz pra driblar? LD: Bloqueio criativo é rotina, você não para de criar, você acha todas suas ideias uma b#&%@. Na verdade é dificil saber se isso se chama bloqueio criativo ou você está se cobrando demais. 10 - Você possuí alguma formação acadêmica na área? LD: Nada, sou formado em Redes de Computado- res, fiz alguns cursos rápidos, mas aprendi na raça mesmo, perguntan- do alguma coisa pra um, outra pro outro, e às vezes eu percebia que estava conseguindo desenhar coisa que nunca desenhei. Sei lá eu respirei desenho por uns 3 anos até me estabilizar no meio. 11 - De que forma você enxerga o mercado nessa área atualmente? LD: O mercado é invisivel pra mim, eu tenho clien- tes antigos que somem, clientes novos que nunca ouvir falar, dificilmente tem rolado algo fixo e é aquilo que falei no começo, matar um leão por dia. Você nunca sabe o que vai pingar na sua caixa de e-mail. 12 - E pra finalizar: quais os caminhos que você indica para quem está começando agora? LD: O caminho é estudar mesmo que seja sozinho, se você gosta mesmo disso você ta dentro, se você ta querendo pela grana, status e glamour... desencana.
  • 9. CONCLUSÃO Com as respostas do entrevistado, em sua ótica, podemos fazer algumas conclusões: - Uma boa forma de adquirir um bom networking, é começar inicialmente a fazer trabalhos para pessoas próximas, assim cria-se automaticamente um portifólio, e através do boca-a-boca seu nome pode se tornar mais reconhecido. - Para um freelancer nesta área, cada dia é um novo desafio. Quem se interessa pela área tem que saber lidar com uma certa flexibilidade nos rendimentos mensais. - Uma boa forma de conseguir realizar os jobs, é exigir o máximo de referências possíveis, assim também como propor algo do seu próprio portifólio que interesse ao cliente, facilitando assim o desenvolvimento do projeto. - Deve-se sempre procurar outras formas e perspectivas dentro do seu ramo de atuação, para sempre estar se reinventando e evoluindo, assim como se preparando para desafios maiores. - Observar com atenção o mundo à sua volta é uma grande fonte de inspiração, quanto maior o senso de observação, maior é a facilidade de ilustrar. - O famoso “bloqueio criativo” na verdade é apenas o efeito de uma rotina repetitiva, mas em alguns casos também pode ser algo psicológico, fruto de uma grande cobrança interna. - O mercado é flexível: da mesma forma que clientes surgem repentinamente, outros desaparecem. Sendo assim, ter um grande networking é extremamente importante. - Quem trabalha com isso, trabalha com amor por o que faz. Se alguem espera nesse mercado uma vida de luxo e glam- ourosa, talvez deva procurar outra ocupação. - Não é pré-requisito obrigatório ter alguma formação numa área que pode-se considerar artística. Porém, toda forma de adquirir conhecimento é sempre recomendável. Com muito treino e estudos é possível se tornar um grande profissional do design ou da ilustração.