2. 2. Conceitos Fundamentais
2.1. Património
2.2. Inventário e Balanço
2.3. Demonstração de Resultados
2.4. A Conta
2.5. O método Contabilístico
2.6. Sistemas Contabilísticos
2.7. Características qualitativas da informação
contabilística
3. 2.1. Património
Conjunto de valores utilizados pela unidade
económica no exercício da sua actividade
ou
Conjunto de valores (próprios e de terceiros)
sujeitos a uma gestão e afectos a um
determinado fim
4. 2.1. Património
Duas classes de elementos patrimoniais:
– Activo – conjunto dos valores que se possui e se
tem a receber
– Passivo – conjunto de valores a pagar
Valor do património – Quantia a dar para o
receber (receber todo o activo pagando todo
o passivo)
A expressão numérica deste valor chama-se
Situação Liquida
5. 2.1. Património
Segundo o International Accounting Standards Board (IASB) :
Activo - recurso controlado pela empresa como resultado de
acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para
esta benefícios económicos futuros, (potencial de contribuir,
directa ou indirectamente, para o fluxo de caixa e de
equivalentes de caixa para a empresa);
Passivo - uma obrigação presente (dever ou responsabilidade
para agir ou executar de certa forma) da empresa proveniente
de acontecimentos passados, da liquidação da qual se espera
que resulte uma saída de recursos da empresa incorporando
benefícios económicos;
Capital próprio - interesse residual nos activos da empresa
após a dedução de todos os seus passivos. (Situação Liquida)
6. 2.1. Património
Exercício 2
Considere os seguintes elementos patrimoniais:
– Depósito bancário – 5.000
– Empréstimo obtido – 20.000
– IVA a pagar ao Estado – 1.000
– Crédito de fornecedores – 3.000
– Equipamento de escritório – 10.000
– Crédito a clientes – 1.500
Identifique a que classe patrimonial pertence e
determine o valor global de cada classe
8. 2.1. Património
Equação Fundamental da Contabilidade:
– Activo = Passivo +- Situação Liquida (Activa ou
Passiva)
O Activo pode designar-se por Capital Total
ou Financeiro
O Passivo pode designar-se por Capital
Alheio
A Situação Liquida é o Capital Próprio
9. 2.1 Património
A equação fundamental da contabilidade é:
Activo Passivo Capital Próprio
Base teoria da entidade, em que a entidade é
encarada como algo separado e distinto daqueles
que lhe providenciaram o capital.
Capital Próprio Activo Passivo
Base teoria do proprietário, em que a entidade é
contemplada como propriedade de quem
providenciou o capital.
10. 2.1. Património
Exercício 3
Com base no Exercício 2, determine o valor
da situação Liquida identificando se é Activa
ou Passiva
11. 2.2.1. Inventário
Consiste numa relação dos elementos
patrimoniais com a indicação do seu valor,
considerando-se 3 fases
– Identificação (dos elementos patrimoniais
existentes)
– Descrição e classificação (por classes a que
dizem respeito)
– Valorização
12. 2.2.1. Inventário
Os inventários podem-se classificar segundo
dois grupos:
– Quanto ao Âmbito - Gerais e parciais
– Quanto à disposição - Simples e classificados
13. 2.2.2. Balanço
Documento contabilístico que expressa a
situação patrimonial duma empresa a uma
determinada data
ou
É a expressão da relação existente entre o
Activo, o Passivo e a Situação Liquida
14. 2.2.2. Balanço
Pode ser representado de 2 formas:
– Horizontal, aparecendo
do lado esquerdo o Activo e a Situação Liquida (se
Passiva)
do lado direito a Situação Liquida (se Activa) e o
Passivo (por esta ordem)
– Vertical, aparecendo cada elemento por baixo do
outro, pela ordem anterior.
15. 2.2.2. Balanço
O BALANÇO É O - dos bens
O INVENT ÁRIO DA
EMPRESA NUMA - dos direitos - das obrigações
DAT A PRECISA
FUNDOS VINDOS
DOS
PROPRIET ÁRIOS
FUNDOS
VINDOS
DE OUT ROS
.........
"T ERCEIROS"
O BALANÇO É ... dos bens e direitos que o ... dos
UMA SIT UAÇÃO gestor utiliza da melhor forma recursos financeiros
NUMA com os fundos postos de que o gestor
DAT A PRECISA à sua disposição dispõe
AS APLICAÇÕES AS ORIGENS
16. 2.3. Demonstração de Resultados
Documento que evidencia a formação de
resultados num determinado período
ou
Documento de avaliação de desempenho
económico num determinado período
17. 2.4. A Conta
Consoante a natureza ou função que
desempenhem da empresa, os valores
patrimoniais podem ser agrupados em
classes com características comuns.
A Conta é assim um conjunto de elementos
patrimoniais expressos em unidades de
valor, englobando o conjunto de registos das
suas variações
18. 2.4. A Conta
Requisitos essenciais:
– Homogeneidade – só contem os elementos que
possuam a mesma característica (ex: divida de
cliente em dividas a receber e não em conta de
clientes)
– Integralidade – Deve incluir todos os elementos
com características comuns
19. 2.4. A Conta
Representação gráfica
- Efeitos Aumentativos/ - Efeitos Aumentativos ou
Diminutivos Diminutivos
- Saldo Positivo/Negativo - Saldo Positivo ou Negativo
20. 2.4. A Conta
Leis do débito e do crédito:
– As contas do activo debitam-se pelos aumentos e
creditam-se pelas diminuições.
– As contas do passivo e do capital próprio
creditam-se pelos aumentos e debitam-se pelas
diminuições.
– As contas dos custos debitam-se pelos aumentos
e creditam-se pelas diminuições.
– As contas dos proveitos creditam-se pelos
aumentos e debitam-se pelas diminuições.
21. 2.4 A Conta
As características mais importantes da conta
são a existência de:
– Uma descrição;
– Efeitos aumentativos e efeitos diminutivos;
– Um saldo.
– Se D> C temos saldo devedor
– Se D< C temos saldo credor
– Fechar uma conta consiste em somar os valores
a débito e os a crédito (depois de as saldar)
sublinhado com dois traços cada soma
22. 2.4. A Conta
Data Descrição Débito Crédito Saldos
Devedor Credor
Titulo da Conta
23. 2.4. A Conta
Classificação das contas
– Contas do Activo, do Passivo ou da Situação
Liquida
– Contas colectivas e Subcontas ou contas
divisionárias:
Ex:
– 12 Depósitos à ordem (conta colectiva ou de 1º grau)
– 121 Bancos (conta divisionária ou de 2º grau)
– 1211 Banco A (conta divisionária ou de 3º grau)
24. 2.4. A Conta
Contas do Activo
– Caixa
– Depósitos à ordem
– Clientes C/C
– Clientes – Títulos a receber
– Empréstimos concedidos
– Outros Devedores
– Mercadorias
– Investimentos financeiros
– Equipamento administrativo
– Edifícios e outras construções
– Equipamento de transporte
– Imobilizações incorpóreas
25. 2.4. A Conta
Contas do Passivo
– Fornecedores c/c
– Fornecedores – títulos a pagar
– Empréstimos obtidos
– Estado e outros entes públicos
– Outros credores
26. 2.4. A Conta
Contas de Situação Líquida ou Capital
próprio
– Capital
– Reservas
– Resultados
27. 2.4. A Conta
Para a determinação dos resultados, por
forma a se obter informações quanto à
origem e natureza dos aumentos e
diminuições do património ocorridos no
decurso do exercício, utilizam-se contas de
gestão:
– Contas de Custos por Natureza
– Contas de Proveitos por Natureza
28. 2.4. A Conta
Contas de Custos por natureza
– Custo das Vendas
– Fornecimentos e serviços externos
– Impostos
– Custos com pessoal
– Outros custos
– Amortizações do exercício
– Provisões do exercício
– Custos Financeiros
29. 2.4. A Conta
Contas de Proveitos por natureza
– Vendas
– Prestações de Serviços
– Proveitos suplementares
– Outros proveitos
– Proveitos financeiros
30. 2.5. O Método Contabilístico
Método Unigráfico
– Ou das partidas simples – registo do facto
apenas numa conta, sem ligação com outras
Método Digráfico
– Ou de partidas dobradas - qualquer facto
determina a variação de duas ou mais contas,
cuja igualdade das somas dos débitos e dos
créditos se pode constatar pela manutenção da
igualdade dada pela expressão
– A + Slp = P + Sla
31. 2.5. O Método Contabilístico
O método da dupla entrada ou digráfico, baseia-se
no princípio de que cada transacção ou evento
implica a inscrição em pelo menos duas contas.
Um evento é, normalmente, a fonte ou causa de
modificações nos activos, passivos e capitais
próprios. Os eventos podem ser externos e internos.
A transacção é um evento externo que envolve a
transferência ou troca entre duas ou mais entidades.
32. 2.5. O Método Contabilístico
Exercício
Registar, obedecendo ao princípio das partidas
dobradas, as operações correspondentes aos
seguintes factos patrimoniais:
1. Compra a crédito de mercadorias – 15.000
2. Venda a pronto de mercadorias – 10.000
3. Pagamento a fornecedor – 5.000
4. Venda a crédito de mercadorias – 10.000
5. Recebimento de cliente – 5.000
33. 2.5. O Método Contabilístico
Sintese:
– A um débito (ou débitos) corresponde sempre um
crédito (ou créditos) de igual valor
– A soma dos débitos é sempre igual à soma dos
créditos
– A soma dos saldos devedores é igual à soma dos
saldos credores
34. 2.5. O Método Contabilístico
As fases do processo contabilístico são as que se
apresentam:
– Analisar cada transacção ou evento e preparar os
documentos ou comprovantes;
– Escriturar ou assentar as transacções e eventos nos diários
respectivos;
– Lançar os assentos nas contas do razão;
– Extrair os balancetes de conferência não ajustados dos
razões;
– Fazer os assentos de ajustamento no diário e lançá-los nas
contas dos razões;
– Extrair os balancetes de conferência após assentos de
ajustamento e preparar as demonstrações financeiras;
35. 2.5. O Método Contabilístico
– Fazer os assentos de fecho (Proveitos e Custos) no diário e
lançá-los nas contas dos razões;
– Extrair balancetes de conferência após fecho;
– Fazer os assentos de encerramento das contas de posição
ou reais no diário e lançá-los nas contas dos razões;
– Fazer os assentos de reabertura das contas de posição ou
reais no diário no período contabilístico seguinte.
36. 2.5. O Método Contabilístico
Diário
– Serve para a empresa registar diária e cronológicamente
em assento os actos que modifiquem ou possam modificar
o seu património.
Razão
– Escritura o movimento de todas as operações do diário
ordenadas a débito e a crédito relativamente a cada uma
das contas.
Inventário e Balanços
– Resumo do Razão
37. 2.5. O Método Contabilístico
Lançamentos:
– Notação de qualquer facto patrimonial nos livros
próprios da contabilidade, com os seguintes
elementos:
Data
Titulo ou cabeçalho
Descrição ou histórico
Importância ou valor
38. 2.5. O Método Contabilístico
Classificação dos lançamentos
– Segundo o nº de contas movimentadas
– Segundo a natureza dos movimentos
Abertura
Correntes
Estorno
Regularização
Transferência ou apuramento de resultados
Encerramento ou fecho
Reabertura
39. 2.5. O Método Contabilistico
Exercício
Efectue os seguintes lançamentos:
1. Depósito no Banco de 1500
2. Pagamento de dívida à Sociedade Alfa – 1000 (500 por
cheque, o restante em numerário)
3. Empréstimo contraído perante o Banco A – 200.000 ,
com pagamento antecipado de 1.500 de juros
4. Aquisição de mercadorias à sociedade Beta no valor de
5.000 , mais 200 de custo de transporte, tendo sido
2.200 pagos a pronto.
40. 2.5. O Método Contabilistico
O Diário e Razão
O caminho a percorrer na contabilização dos
factos patrimoniais é o seguinte:
– Documentos
– Diário
– Razão
– Balancetes
41. 2.5. O Método Contabilistico
O Diário e Razão
Existe o modelo clássico de Diário com regras
próprias de movimentação:
a) b) c) d) e) f)
a) Número de ordem do lançamento
b) Preposição “a”
c) Cabeçalho e descrição do lançamento
d) Nº de fólios do razão geral referentes às contas movimentadas
e) Coluna auxiliar de importâncias (a utilizar apenas nos compostos)
f) Coluna principal das importâncias
42. 2.5. O Método Contabilistico
O Diário e Razão
O dispositivo simplificado que vamos usar no Diário
é o seguinte:
Data Nº de
registo
Descrição da
operação
Débito (código
da conta)
Crédito (código
da conta)
Valor
43. 2.5. O Método Contabilistico
O Diário e Razão
Regras de movimentação do diário:
– Primeiro inscreve-se a conta debitada e só depois
a creditada
– Cada lançamento é fechado por um traço
descontinuo
44. 2.5. O Método Contabilistico
O Diário e Razão
O Dispositivo bilateral simplificado que vamos usar
para o Razão é o seguinte:
Deve Titulo da Conta Haver
a) b) c) d) e)
a) mês
b) dia
c) Preposição “a” ou “de”
d) Contrapartida da conta movimentada
e) Importância
45. 2.5. O Método Contabilistico
O Diário e Razão
a) mês
b) dia
c) Preposição “a” ou “de”
d) Contrapartida da conta movimentada
e) Importância
46. 2.5. O Método Contabilistico
O Balancete
Usa-se para verificar a igualdade dos débitos
e créditos de todas as contas lançadas no
Diário e Razão.
É um quadro recapitulativo de todas as
contas do razão, onde consta a soma do
débito e do crédito de cada conta e os
respectivos saldos (devedores ou credores)
47. 2.5. O Método Contabilistico
O Balancete
Fólio Contas Débitos Créditos Saldos
Devedores Credores
Total D C Sd Sc
49. 2.6. Sistemas Contabilísticos
Sistema Clássico:
– Os acontecimentos que provocam variações
patrimoniais registam-se por ordem de datas no
Diário, e por ordem de contas no Razão
– Periódicamente elaboram-se balancetes para
controlo
– Os saldos das contas do razão são depois
elementos do Balanço e da Demonstração de
Resultados
50. 2.6. Sistemas Contabilísticos
Sistema do Diário-Razão
– O Diário e o Razão são substituidos por um único
livro, chamado de Diário-Razão
– Sistema muito complexo devido ao número de
colunas e à dificuldade na divisão do trabalho
51. 2.6. Sistemas Contabilísticos
Sistema Centralizador
– Adopta um Diário especifico para cada conjunto
de operações de natureza idêntica e de grande
frequência – Diários divisionários
– Ex:
Diário de Caixa
Diário de Bancos
Diário de Compras a Crédito
Diário de Vendas a Crédito
Operações Diversas
52. 2.7. Características da informação
contabilística
Primárias:
– Relevância
– Objectividade e verificabilidade
– Ausência de preconceito ou neutralidade
– Quantificabilidade ou mensurabilidade
Secundárias
– Comparabilidade
– Consistência
53. 2.7. Características da informação
contabilística - Relevância
Qualidade que a informação tem de influenciar as
decisões dos utentes, ao ajudá-los a avaliar os
acontecimentos passados, presentes e futuros ou a
confirmar ou corrigir as suas avaliações.
A materialidade determina o ponto a partir do qual a
informação financeira passa a ser útil. Assim, a
informação é de relevância material se a sua
omissão ou erro forem susceptíveis de influenciar as
decisões dos leitores com base nessa informação
financeira.
54. 2.7. Características da informação
contabilística - Fiabilidade
Qualidade que a informação tem de estar liberta de erros
materiais e de juízos prévios, ao mostrar apropriadamente o
que tem por finalidade apresentar ou se espera que
razoavelmente represente, podendo, por conseguinte, dela
depender os utentes.
Para isso, é necessário que os acontecimentos sejam
apresentados de acordo com a sua substância e realidade
económica e não meramente com a sua forma legal, e para
que seja fiável deve também e sobretudo ser neutra, ou seja,
estar ausente de preconceitos.
Deve ser obtida conjugação perfeita da relevância com a
fiabilidade, a fim de que o uso da informação seja maximizado.
55. 2.7. Características da informação contabilística –
Objectividade e verificabilidade
Os factos operacionais sujeitos a
escrituração devem ser de determinação
objectiva e susceptiveis de verificação
A contabilização deve ser suportada por
documentos originários de e para terceiros,
ou na sua falta por documentos preparados
internamente que permitam verificação
56. 2.7. Características da informação contabilística –
Ausência de preconceito ou neutralidade
A contabilidade serve vários utentes e se a
informação e a sua mensuração reflectirem
preconceito haverá utentes previligiados
57. 2.7. Características da informação
contabilística - Mensurabilidade
A preocupação fundamental do contabilista é
a quantificação e a informação quantificada
58. 2.7 Características da informação
contabilística - Comparabilidade
A divulgação e a quantificação dos efeitos
financeiros de operações e de outros
acontecimentos devem ser registadas de forma
consistente pela empresa e durante a sua vida, para
identificarem tendências na sua posição financeira e
nos resultados das suas operações.
A informação é comparável quanto tenha sido
mensurada e relatada da mesma maneira por
empresas diferentes de forma consistente
59. 2.7. Características da informação
contabilística - Consistência
Quanto a acontecimentos semelhantes é
sempre aplicado o mesmo tratamento
contabilístico