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FATOS PARAHOJE
Revendo os fatos que marcaram a Igreja no Século I,
em busca dos princípios para a Igreja do séculoXXI
Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense
Ano
13-
n°
51
-
Outubro
/Novembro
/
Dezembro
-
2016
Pr. José Gomes da Silva Filho
LIÇÕES
LIÇÕES
SUMÁRIO
LIÇÕES
RESGATANDOA
VISÃO MISSIONÁRIA
CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO
EM NOME DE JESUS CRISTO
RESISTINDOAS INVESTIDAS
DO INIMIGO
LIDERANÇAESPIRITUAL
SERVOS QUE NOS INSPIRAM
UMVASO ESCOLHIDO
PARCEIROS DE DEUS
O PRINCÍPIO DAORAÇÃO
APRIMEIRAVIAGEMDEPAULO
ASEGUNDAVIAGEMDEPAULO
ATERCEIRAVIAGEMDEPAULO
SIMPLESMENTE UMAIGREJA
02 CONGRESSO
MULTIPLIQUE
03
PRIMEIRAS PALAVRAS
PARAQUEAUNIDADE SEJA
PRESERVADANAS IGREJAS...
05
VIRACRIANÇA
AJUDANDO A CRIANÇA A
CRESCER COM CRISTO!
06
CONGRESSO DE EBD
TEMPO DE APRENDER,
TEMPO DE INVESTIR!
07 PALAVRADO REDATOR
REVITALIZANDO A EBD
09 APRESENTAÇÃO
JOSÉ GOMES DASILVAFILHO
32 DIA DO PLANO
COOPERATIVO
10
14
18
22
26
30
36
40
44
48
52
56
60
2
3
PRIMEIRAS PALAVRAS
PARA QUE A UNIDADE SEJA
PRESERVADA NA IGREJA...
Ouvi recentemente de um colega:“Te-
nho saudade das polêmicas ingênuas do
passado, quando questões bem simples
chamavam a atenção: usar uma bateria
ou uma guitarra entre os instrumentos na
Igreja, ter o cabelo comprido, usar calça
comprida, bater palmas durante os cân-
ticos”
. E se voltarmos um pouco mais no
tempo, encontraremos outras questões
que geraram inclusive disciplina para os
que praticavam o que era proibido, tais
como: uso de maquiagem, ir ao cinema,
jogar futebol e tantas outras questões
culturais que ocupavam as mentes de al-
guns de nossos líderes como algo a ser
combatido.
No passado, era muito mais comum
a tensão entre dinâmica e forma, bem
como entre inovação e conservadoris-
mo. Entretanto hoje, há questões que
estão subjacentes, que de modo tácito
ou explícito permanecem, preocupam
e confundem aos que não têm conhe-
cimento de nossa história e limitado
conteúdo bíblico, sendo facilmente con-
fundidos em relação à nossa identidade
denominacional e os objetivos de Jesus
para nós, pois somos um povo que valo-
riza a teologia e doutrinas bíblicas como
geradoras de nossos princípios e valo-
res, que são imutáveis.
Algumas questões que geram enfra-
quecimento da unidade, em nossos dias,
não são tão objetivas e vinculadas a as-
pectos culturais, mas refletem um grave
atentado contra o ideal de Jesus para
a Igreja com a qual Ele sonhou e orou,
conforme lemos:
“E rogo não somente por estes,
mas também por aqueles que pela
sua palavra hão de crer em mim; para
que todos sejam um; assim como tu,
ó Pai, és em mim, e eu em ti, que tam-
bém eles sejam um em nós;para que o
mundo creia que tu me enviaste. E eu
lhes dei a glória que a mim me deste,
para que sejam um, como nós somos
um; eu neles, e tu em mim, para que
eles sejam perfeitos em unidade, a fim
de que o mundo conheça que tu me
enviaste,e que os amaste a eles,assim
como me amaste a mim” (Jo 17.20-23).
Para que a unidade seja preservada
na Igreja, precisamos aprender a convi-
ver e respeitar diferenças, como reflexo
da sabedoria divina que pôs no corpo to-
das as gerações como quis. Precisamos
caminhar em direção ao nosso próprio
aperfeiçoamento, respeitando a diversi-
4
dade da Igreja de Cristo, favorecendo a
integração de todas as gerações.
É importante lembrarmos que esta-
mos nos preparando para a eternidade,
onde não haverão “departamentos” sepa-
rados, um para cada gosto. Lá, encontra-
remos o Único Senhor e o único céu para
todas as gerações! Bom seria começar-
mos a nos acostumar com essa ideia, en-
quanto ainda estamos na terra.
A fé e a esperança cristã não podem
abrir mão da unidade do corpo de Cris-
to e, por outro lado, a unidade cristã não
significa uniformidade, mas comunhão
até mesmo dos contrários. É por isso
que a Palavra de Deus nos exorta: “Se
o corpo todo fosse olho, onde estaria
o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde
estaria o olfato? Mas agora Deus co-
locou os membros no corpo, cada um
deles como quis” (1Co 12.17-18).
Somos desafiados a nos aperfeiçoar-
mos como Corpo de Cristo através da
compreensão e da efetiva realização da
integração entre as diferentes gerações
que compõem a Igreja de Cristo e, se-
gundo a Palavra de Deus, por propósito
dEle, fomos formados diferentes para
que aprendamos a conviver de forma in-
tegrada com tais diferenças.
Como somos essa diversidade na
Igreja, nenhuma geração, tradição cultu-
ral ou de costumes, pode ter o monopó-
lio do estilo e das formas, sob pena de
subestimar e reduzir a variedade criada
por Deus.
Para que a unidade seja preservada
na Igreja, precisamos entender que só a
ação do Espirito Santo pode tornar pos-
sível esse desafio, pois só Ele pode pro-
duzir unidade e unanimidade.Veja o texto
que caracteriza a “Igreja Batista” no início
da era cristã: “e perseveravam na dou-
trina dos apóstolos e na comunhão,no
partir do pão e nas orações. Em cada
alma havia temor, e muitos prodígios e
sinais eram feitos pelos apóstolos. To-
dos os que criam estavam unidos e ti-
nham tudo em comum. E vendiam suas
propriedades e bens e os repartiam por
todos, segundo a necessidade de cada
um. E, perseverando unânimes todos
os dias no templo,e partindo o pão em
casa, comiam com alegria e singeleza
de coração, louvando a Deus, e cain-
do na graça de todo o povo. E cada dia
acrescentava-lhes o Senhor os que iam
sendo salvos”(At 2.42-47).
Os fundamentos da Igreja que é es-
piritual, apresentados nesse texto, nos
ajudam a definir as atitudes que nos
unem: perseverar na doutrina dos
apóstolos, na comunhão, no partir do
pão e nas orações. Esse era o resultado
levado a efeito pela ação do Espírito San-
to, pois estavam unidos. E, por olharem
para as metas de Jesus e não para as
suas, podiam permanecer assim: unidos
e unânimes.
Precisamos aprender com os irmãos
do passado, mas também com os de
hoje. Não podemos permitir que ques-
tões culturais, disputa de poder ou pres-
tígio, busca de vantagens, preferências
ou até mesmo dinheiro ou coisas, nos
distanciem dos objetivos de Jesus e pas-
semos a defender os nossos próprios.
Tudo isso tira a alegria de Jesus em nós.
Por isso devemos rogar ao Pai que con-
tinue a encher o nosso coração de sua
presença transbordante, e que Jesus
sempre esteja em primeiro lugar, sendo
prioridade absoluta. Então fluirão de nós
amor, paz, alegria e união, que tanto ne-
cessitamos e desejamos.
Pr. Amilton Vargas
Diretor Executivo da CBF
5
6
7
PALAVRA DO REDATOR
REVITALIZANDO A EBD
A EBD, ao longo de toda sua histó-
ria, sempre passou por grandes de-
safios e críticas para seguir adiante.
O próprio Robert Raikes1
, que ideali-
zou a primeira Escola Bíblica Domini-
cal com o objetivo de promover ensi-
no para as crianças carentes da sua
cidade, foi confrontado por religiosos
da sua época que não acreditavam
na importância e na necessidade de
tal instituição de ensino.
Há quem rotule a EBD como algo
arcaico e ultrapassado; que não con-
segue atingir seus objetivos dentro
do mundo contemporâneo.
No livro Redescobrindo a Alegria
das Manhãs de Domingo, Ken Hem-
phil lembra que “a Escola Dominical
não é um dinossauro”2
, o que existe é
uma compreensão equivocada sobre
a forma como ela deve ser mantida
e gerenciada. Hemphil escreve que
nossa intenção não deve ser preser-
vá-la por simples nostalgia, antes,
“temos de descobrir ferramentas e
organizações que nos capacitem a
cumprir a Grande Comissão da ma-
neira mais eficiente possível”
.
Revitalizar não é simplesmente
adotar ferramentas pedagógicas mo-
dernas para a educação cristã. Mais
do que isso, como o próprio nome
diz, é dar nova vida à EBD por meio
de um conjunto de ações estraté-
gicas aplicadas em parceria dentro
da Igreja, de modo contínuo e per-
manente. Portanto, para revitalizar a
EBD é necessário:
1- Diagnóstico da Realidade –
reunir a liderança da EBD para avaliar
o momento atual e identificar os pon-
tos fortes e fracos. Fazer uma pesqui-
sa com os professores e alunos para
obter suas opiniões sobre a adminis-
tração da EBD, sua estrutura (horário,
salas, abertura e encerramento, divi-
são em departamentos e classes por
faixa-etária, etc), literatura, e também
colher sugestões.
2- Planejamento – é indispen-
sável a realização de uma ampla
reunião com todos os envolvidos,
com o fim de traçar o planejamen-
to estratégico da Escola Dominical.
O planejamento estabelece anteci-
padamente qual roteiro será percor-
1 - Robert Raikes (Gloucester, 14 de setembro de 1736 — 5 de abril de 1811) foi um filantropo inglês e leigo anglicano,
conhecido por sua promoção de Escolas dominicais.
2 - Hemphill, Ken S. – Redescobrindo a alegria das manhãs de domingo – Exodus, 1997.
8
rido, indicando “o quê”
, “quando”
, “por
quem” e “como” será feito. Jesus falou
sobre esse assunto em Lucas 14.28:
“Se um de vocês quer construir uma
torre,primeiro senta e calcula quanto
vai custar, para ver se o dinheiro dá”
.
3- Desenvolver um programa de
capacitação dos Professores – de
nada adianta levar os alunos para a
igreja no domingo pela manhã, se os
professores não estiverem devida-
mente capacitados para o ensino das
lições bíblicas. Por isso, é necessária
a realização periódica de palestras e/
ou seminários de capacitação e qua-
lificação do corpo docente.
4- Investimento em estrutura e
materiais didáticos – para atingir e
manter a eficiência, a EBD necessita
de estrutura física em condições ca-
pazes de recepcionar os alunos, bem
como de recursos didáticos que pos-
sibilitem aos educadores a utilização
de métodos diversificados de ensino.
5- Campanhas de incentivo – a
EBD precisa ser conhecida na Igre-
ja e fora dela. Por isso há uma ne-
cessidade de marketing. O Pr. César
Moisés, em seu livro Marketing para
a Escola Dominical, diz que o marke-
ting para a Escola Dominical tem
como propósitos: atrair, conquistar e
manter alunos na instituição3
.
6- Avaliar – a avaliação deve
acontecer antes, durante e depois.
Por melhor que seja o projeto a ser
experimentado, deve ser avaliado pe-
riodicamente em reunião com os pro-
fessores. Alguns poucos educadores
já descobriram esse caminho e estão
promovendo mudanças significativas
em seu sistema de ensino bíblico.
Aqui vão algumas sugestões para
revitalizar a sua EBD. Creio que ou-
tras poderão surgir ou até mesmo
você, como diretor de EBD ou profes-
sor, tem utilizado outras ferramentas.
Envie-nos sugestões e exemplos que
foram utilizados em sua Igreja que
ajudou na revitalização da sua EBD
para o e-mail: educacaoreligiosa@
batistafluminense.org.br, que publi-
caremos nas próximas edições.
Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda
Redator da Revista P&V
Diretor do Departamento de
Educação Religiosa da CBF
3 - Carvalho, César Moisés - Marketing para a Escola Dominical
9
FATOS PARA HOJE
O livro de Atos dos Apóstolos, tam-
bém chamado por muitos de “Atos da
Igreja de Jesus Cristo”
, contém inúme-
ras histórias que inspiram o leitor de-
votado e atento a ser um instrumento
nas mãos de Deus. Estudar Atos é uma
oportunidade de analisar a essência da
Igreja de Cristo e o cuidado de Deus em
guiar, proteger e orientar o seu povo. É
um livro que revela o nosso “DNA”
, nos
instrui quanto às características que
nos diferem e nos aponta o caminho
seguro para simplesmente sermos uma
Igreja. Também é um livro que nos mo-
tiva ao enchimento do Espírito Santo.
Neste quarto trimestre de 2016, vamos
investigar algumas histórias em busca
dos princípios que nos permitirão cum-
prir as ordens do nosso Mestre Jesus.
O médico Lucas escreveu Atos,
provavelmente na segunda metade do
primeiro século. Seus 28 capítulos são
relatos que comprovam que a história
de Jesus não terminou com Jesus. Os
cristãos deram continuidade, partici-
pando ativamente da ação de Deus
para alcançar os pecadores. Veremos
que pessoas como nós, formaram a
chamada “Igreja Primitiva”
. Irmãos que
aceitaram o desafio e, cheios do Espí-
rito Santo, testemunharam acerca dos
mistérios de Deus. Os resultados se es-
tenderam até os nossos dias e deverão
continuar por toda a eternidade. Daí a
importância de avaliarmos os princí-
pios (algumas disciplinas que são pre-
dominantes na Igreja de Jesus Cristo
e que carecem da nossa atenção) que
fizeram a diferença no primeiro século
e, com a devida contextualização, evi-
denciá-los hoje.
A Igreja somos nós! Nossa expec-
tativa é que após o estudo dedicado de
cada lição, o aluno assuma o compro-
misso de agir de acordo com os princí-
pios que fizeram da Igreja de Jesus Cris-
to uma comunidade separada, cheia do
poder de Deus e com uma mensagem
capaz de revolucionar o mundo. Vamos
juntos em busca dos fatos que nos aju-
darão a saber o que aconteceu com
a Igreja. É tempo de retornarmos aos
princípios bíblicos que levaram os nos-
sos irmãos do passado a serem cha-
mados de cristãos (At 11.26).
Bom trimestre!
APRESENTAÇÃO
QUEM
ESCREVEU
José Gomes da Silva Filho
Natural do Rio de Janeiro, nascido em
21/11/1969. Casado em 30/01/1993
com a M. M. Sueli Gabilan C. L. da
Silva, pai de Jônatas e Joyce. Desde
02/12/1996 pastoreia a Igreja Batista
em Ponte Preta, Queimados, RJ. Ba-
charel em Teologia pelo Seminário Teo-
lógico Batista do Sul do Brasil, 1994.
Graduado em Liderança Avançada
pelo Instituto Haggai Nacional, 2007 e
CEDAP Igreja +, 2015. Graduado pelo
MAPI-RJ no curso de Mentor Master,
2010 e Master Coach Cristão, 2013. É
membro do Conselho da CBF. Foi pre-
sidente da ABAQUE (Associação Batis-
ta Queimadense) e é o atual presidente
da OPBB (Subseção Queimadense).
Escritor das revistas: Neemias e o de-
safio da reconstrução 3°T/2012 e Vidas
que marcaram o seu tempo 3°T/2013.
10
LIÇÃO 1
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico:
RESGATANDO A VISÃO
MISSIONÁRIA
Atos 1.1-14
O autor britânico Patrick Johnstone
escreveu o livro “A igreja é maior
do que você pensa”
. Uma obra
que visa reacender a chama da
evangelização mundial em cada
um de nós e consequentemente
em cada Igreja local. A Igreja é
maior do que pensamos no tem-
po: porque a Igreja foi planejada
por Deus na eternidade e o seu
destino é estar com Deus por toda
a eternidade. A Igreja é maior do
que pensamos no tamanho: por-
que a Igreja deve encarar o de-
safio da evangelização mundial
até os confins da terra. A Igreja é
maior do que pensamos em es-
trutura: porque devemos fazer as
1 - MARQUES, Cristopher. Um novo olhar para a missão da igreja. São Paulo: Editora Reflexão, 2015.
“Quando a Igreja perde de vista o seu chamado de ser a
portadora do Evangelho para o mundo, ela vira um clube
religioso como outro qualquer, simplesmente cuidando das
necessidades e dos interesses dos seus membros.”
(Chistopher Marques)1
11
possíveis correções que nos ajuda-
rão a tornarmos mais eficazes no
cumprimento da missão.
A ressurreição de Jesus Cristo
foi o grande ponto de partida para
que os discípulos abrissem a visão
e levassem a mensagem do Evan-
gelho até os confins da terra.A mis-
são da pregação universal foi dele-
gada por Jesus aos seus servos
no primeiro século, se estendendo
a todos nós até a sua volta. Deve-
mos anunciar enquanto vivemos a
expectativa do grande dia.
O que aconteceu com a Igreja? É
tempo de resgatarmos a visão mis-
sionária em nossas vidas, famílias
e Igrejas!
Analisando os fatos
Segundo alguns comentaristas,
o Evangelho de Lucas e Atos dos
Apóstolos resultam de um único
esforço literário. No mundo antigo,
eram comuns as obras que con-
sistiam em várias partes ou livros.
Segundo Champlim, “juntas, essas
duas obras formam o mais comple-
to registro histórico de como se de-
senvolveu a nova religião revelada
em torno da personalidade do Se-
nhor Jesus Cristo.”2 Após longa in-
vestigação, Lucas dedicou o seu li-
vro a Teófilo (Lc 1.3; At 1.1). O nome
significa “amigo de Deus”
. “É prová-
vel que ele já fosse cristão, e que
Lucas escreveu seu livro para aju-
dar a ele, e a outros como ele, a ter
um relato fidedigno dos começos
do cristianismo.”3 Portanto, é uma
mensagem para todos os cristãos,
em todos os tempos.A palavra “até”
(1.2) indica que no livro de Atos es-
tudamos o que Jesus continuou a
fazer por intermédio dos seus discí-
pulos após ter sido levado por Deus
ao céu (1.9). O Evangelho de Lucas
termina com uma breve referência
à ascensão de Jesus (Lc 24.50-53)
e Atos inicia com relatos do mesmo
fato. É uma prova de que a promes-
sa foi cumprida: “
...e eu estarei con-
vosco todos os dias, até o final dos
tempos” (Mt 28.20).
Antes de ser levado ao céu, Jesus
tomou algumas providências para
que seu ministério continuasse na
terra. Passou 40 dias treinando os
apóstolos (1.3). Eles receberam a
ordem para permanecerem em Je-
rusalém à espera da promessa do
Pai (1.4).A descida do Espírito San-
to estava condicionada à subida de
Cristo (Jo 16.7). “O lugar do ‘fracas-
so’ haveria de ser o território da vi-
tória. O mesmo lugar onde Cristo foi
humilhado, ali deveria também ser
exaltado. O palco do padecimento
deveria ser também o cenário do
derramamento do Espírito”
.4
A Igreja precisava de algo que a
preparasse para cumprir um minis-
tério de alcance mundial. Proclamar
aquilo que Cristo havia realizado era
a ordem a ser cumprida. Só no po-
der do Espírito Santo tal obra pode-
2 - CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por versículo. São Paulo. Candeia.
3 - MARSHALL. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1988.
4 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.
12
ria ser realizada (Jo 15.5; Lc 24.49).
O Espírito Santo viria para habitar
na Igreja e capacitar a todos que
assumissem a responsabilidade de
testemunhar acerca do Cristo (1.5).
Os apóstolos fizeram uma per-
gunta que demonstrou a lentidão
deles em entender a natureza es-
piritual do Reino de Deus (1.6).
Marshall diz que a pergunta deles
poderia se tratar de uma reflexão
da esperança judaica de que Deus
estabelecesse Seu domínio de tal
maneira que o povo de Israel fi-
casse livre dos seus inimigos (es-
pecialmente os romanos) e fosse
estabelecido como nação que sub-
jugaria os demais povos. Porém “o
Reino de Deus não é terreno, mas
espiritual. Seu trono é estabelecido
no coração das pessoas, não nas
embaixadas e governos”
.5
O mais
importante era a tarefa imediata
dos discípulos, que era a de agir
como testemunhas de Jesus des-
de Jerusalém até aos confins da
terra (1.7).
Porque devemos resgatar a visão
missionária em nossas vidas, famí-
lias e Igrejas?
1 - PORQUE É PLANO DE DEUS.
A Bíblia revela o plano de Deus:
“
... todos os confins da terra verão a
salvação do nosso Deus” (Is 52.10).
Estamos seguindo uma linha histó-
rica estabelecida por Deus e reve-
lada em Atos (1.11). Primeiro, Jesus
voltou ao Céu. Segundo, a descida
do Espírito Santo. Terceiro, a Igreja
“militante” assume a tarefa de tes-
temunhar até os confins da terra.
Por fim, a volta de Cristo (Parou-
sia). Nós somos parte e devemos
executar o plano. Estamos vivendo
o período de testemunho e missão
que antecederá a volta de Cristo
(Mt 24.14).
Não há outro plano. A Igreja re-
cebeu o poder para testemunhar.
Nossa vida precisa estar compro-
metida com o plano de Deus. O
apóstolo Paulo foi um bom exemplo
ao dizer: “Mas em nada considero
a vida preciosa para mim mesmo,
contanto que eu complete a minha
carreira e o ministério que recebi do
Senhor Jesus, para dar testemunho
do evangelho da graça de Deus”
(At 20.24). Dar testemunho, este é
o plano!
2 - PORQUE TODO CRISTÃO
TEM UMA RESPONSABILIDADE
GLOBAL (1.8)
A ordem de Jesus foi para que
a mensagem fosse proclamada. O
Reino de Deus deveria propagar-se
por todas as regiões. Os apósto-
los originais de Jesus cumpriram
a Grande Comissão levando a
mensagem do Evangelho de Je-
rusalém, na palestina, à Samaria,
no Mediterrâneo. Agora faz parte
da tarefa da Igreja completar essa
Grande Comissão, levando a men-
sagem até os confins da terra.
Se somos salvos hoje, foi porque
alguém foi fiel à ordem de Jesus e
nos transmitiu o Evangelho. A coi-
5 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.
13
sa mais graciosa que temos a fazer
neste mundo, após experimentar a
beleza e o poder de Jesus, é com-
partilhar tal experiência com outras
pessoas. O nosso “testemunho” é o
resultado do que vivemos ao lado
de Jesus. O Mestre nos chamou
para sermos suas “testemunhas”
,
ou seja, relatar aquilo que expe-
rimentamos após sermos alcan-
çados pela graça de Deus. Isso
poderá implicar em sérias conse-
quênciasdiantedomundoemtrevas
(Jo 15.20). Os relatos de Lucas nos
demais capítulos do livro de Atos
irão demonstrar o Senhor enviando,
livrando, curando e mesmo quando
alguns pagaram com a própria vida
por amor a Cristo, viram a glória de
Deus (7.55).
Para pensar e agir:
Missões são as diferentes iniciati-
vas humanas para promover a mis-
são de Deus. Precisamos desen-
volver estratégias para alcançar,
simultaneamente, com a mensa-
gem do Evangelho: a nós mesmos
(1Co 9.27), a nossa família, os nos-
sos parentes, os nossos vizinhos,
os nossos amigos, os nossos co-
nhecidos e as pessoas que não co-
nhecemos. Missões é responsabili-
dade de todos e tarefa de cada um!
Os discípulos voltaram para Jeru-
salém em obediência ao Mestre Je-
sus (1.12,13). Eles permaneceram
unidos e em oração (1.14). Temos
uma grande comissão que só será
realizada com a Igreja unida e em
constante oração. Nossa obediên-
cia será revelada com as seguintes
atitudes:
1°) Orar pela evangelização mundial;
2°) Falar pessoalmente às almas
perdidas, testemunhando do que
realmente vimos; e
3°) Investirmos financeiramente,
ofertando para sustentar a obra
missionária.
Perguntas para
discussão em classe
Estamos substituindo a mensa-
gem do Evangelho por um diálogo
de tolerância com a humanidade de-
caída? Estaríamos, hoje, entregan-
do nossos pensamentos às especu-
lações e deixando de lado a tarefa
de sermos testemunhas de Jesus?
Uma estatística no passado re-
velou que, em média, cada cristão
investe o equivalente ao valor de
uma “latinha” de refrigerante por
ano na obra missionária. Por que
isso acontece? De que forma po-
demos reverter este triste quadro?
Como pode uma Igreja cumprir a
grande comissão em nossos dias?
Quais estratégias podemos utilizar?
Leitura
Diária
Segunda-feira: Marcos 16
Terça-feira: Mateus 28
Quarta-feira: Lucas 24
Quinta-feira: João 20
Sexta-feira: Atos 1
Sábado: João 15.1-17
Domingo: Romanos 1.16-32
14
LIÇÃO 2
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico:
CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO
Atos 2
Lucas é o evangelista que mais
enfatiza a obra do Espírito Santo
na vida de Jesus e da Igreja. Para
que a Igreja cumpra a sua missão
e consiga resistir às pressões im-
postas pela sociedade, é neces-
sário que o Espírito Santo tenha
livre acesso.A Igreja existe e deve
ser mantida mediante a habitação
e atuação do Espírito Santo.
Uma senhora bem idosa vivia
em condições de imensa pobreza
em sua cidade natal. Anos antes,
seu filho havia migrado para os
Estados Unidos. Ele havia se tor-
nado um empresário de sucesso,
“O verdadeiro Cristianismo não é religião,
mas uma relação íntima com Deus, através de
Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo.”
(Ebenézer Bittencourt)1
1 - BITTENCOURT, Ebenézer. O poder que nos move. São Paulo: SOCEP, 2004.
15
mas nunca tinha tempo para visitar
a mãe.
Certo dia, uma amiga conversa-
va com a senhora em sua humilde
casa. Ela então lhe fez a seguinte
pergunta:
– Seu filho nunca manda dinheiro
para suprir as suas necessidades?
– Não, ele apenas me escreve
cartas bonitas e me manda fotos
muito interessantes.
A ouvinte ficou aborrecida, pois
sabia que o filho era muito rico.
Mas, em vez de dar sua opinião,
ela disse simplesmente:
– Posso ver as fotos?
A senhora orgulhosamente as ti-
rou da gaveta para mostrá-las. Para
grande espanto da amiga, o que
ela estava vendo não eram fotogra-
fias, mas notas bancárias valiosas
dos Estados Unidos, que somavam
milhares de dólares. Durante déca-
das, a mulher tinha vivido na misé-
ria. O problema? Ela não sabia o
valor daquelas “fotos interessantes”
.
Ela havia guardado as notas, sem
fazer uso delas.
Analisando os fatos
Todos estavam reunidos, orando,
quando o Espírito Santo veio sobre
eles. Tudo aconteceu no período
em que os judeus comemoravam
a festa da colheita, cujo nome em
grego era pentecostes (quinquagé-
simo dia). Um evento que aconte-
cia cinquenta dias após o sábado
da semana da páscoa (Lv 23.15).
Champlin sugere que “nesse dia
havia uma grande reunião em Je-
rusalém. Todos os homens esta-
vam na obrigação de comparecer
ao santuário central (Lv 23.21)”
.2
É
provável que o grupo tenha deixado
a casa e ido para o templo. Muitas
pessoas ficaram confusas com a
reação dos que estavam cheios do
Espírito Santo. As pessoas, embo-
ra de várias regiões diferentes, ou-
viam falar das grandezas de Deus
em sua própria língua.
Pedro resolveu esclarecer qual-
quer mal entendido. Iniciou o ser-
mão explicando que tudo o que es-
tava acontecendo já havia sido pre-
visto pelo profeta Joel (Jl 2.28-32).
Em seguida, apresentou o Evange-
lho. Ele embasou suas declarações
com os feitos do próprio Cristo e pa-
lavras do patriarca Davi (Sl 16.8-11).
Pedro concluiu que Deus fez de
Jesus Senhor (V.36). “O derrama-
mento do Espírito com as manifes-
tações sobrenaturais que o acom-
panharam era, por assim dizer, um
‘telegrama’
. Avisava os discípulos
de que Jesus já estava reinando
em poder no centro do Universo”
.3
As palavras de Pedro foram como
flechas. Seus ouvintes ficaram com
o coração quebrantado (V.37-38).
Só lhes restava uma possibilida-
de: o arrependimento dos peca-
dos seguido do batismo, como um
sinal exterior de uma nova atitude
que repudiava o crime da rejeição
e colocava os que confessavam a
fé cristã do lado do Messias. “Gera-
ção perversa” é uma frase vetero-
testamentária para o povo de Israel
que se rebelou contra Deus no de-
2 - CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por versículo. São Paulo: Candeia, p.43.
3 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
16
serto (Dt 32.5) e aplica-se no Novo
Testamento àqueles que rejeitam a
Jesus (Fp 2.15).”4
O resultado da primeira men-
sagem evangelística da Igreja foi
impressionante: cerca de 3.000
almas. “Ao serem convertidos, eles
foram batizados, integraram-se na
Igreja e perseveraram. Criaram raí-
zes. Amadureceram. Fizeram ou-
tros discípulos, e a Igreja tornou-se
irresistível.”5
“O Pentecostes não foi um acon-
tecimento casual, mas uma agen-
da estabelecida por Deus desde
a eternidade. Como o Calvário, o
Pentecostes foi um acontecimento
único e irrepetível. O Espírito San-
to foi enviado, a fim de estar para
sempre com a Igreja.”6
1. A PRESENÇA DO ESPÍRITO
É INDISPENSÁVEL NA VIDA DO
CRISTÃO
Para ser um cristão comprome-
tido, compreender a Bíblia, man-
ter uma vida de oração, viver em
santidade, testemunhar e atuar no
ministério de acordo com a direção
de Deus precisamos da presença
e direção do Espírito. Os cristãos
do primeiro século, controlados e
capacitados pelo Espírito Santo, e
cheios do seu amor, transformaram
o mundo.
“À medida que os discípulos fo-
ram cheios do Espírito Santo, rece-
beram um poder divino, sobrenatu-
ral, que os transformou de homens
medrosos em testemunhas radian-
tes de Cristo. Eles foram usados
por Deus para mudar o curso da
história. Este mesmo poder sem
limites, o poder do Espírito Santo,
está disponível hoje para capacitar
você a viver uma vida santa e frutí-
fera para Jesus Cristo”
.7
O Espírito Santo, quando tem a
liberdade de atuar no cristão, trans-
forma sua vida por inteiro. Seu fruto
(Gl 5.22,23) se torna cada vez mais
evidente no modo de pensar, falar
e agir do cristão. O Espírito Santo
habita no corpo (1Co 6.19); ilumi-
na a mente (1Co 2.10); conforta
(At 9.31); guia (Jo 16.13); santifi-
ca (Rm 15.16) e ajuda em nossas
fraquezas (Rm 8.26). Tal impacto
tem um efeito positivo em todas as
áreas da vida (Ef 5 e 6).
2. A PRESENÇA DO ESPÍRITO
É INDISPENSÁVEL NA VIDA DA
IGREJA
Na Igreja onde o Espírito Santo
habita há conversões, edificação,
crescimento e, como relatado no
livro de Atos, ela cai na graça do
povo (V. 42-47). Uma busca rápi-
da no livro de Atos revela como o
Espírito atuava na Igreja primitiva.
1) Escolhendo e convencendo a
Igreja quanto ao envio de obreiros
(13.2-4; 20.28); 2) Qualificando
as pessoas para o exercício mi-
nisterial (6.3; 11.22-24); 3) Reve-
lando o engano na Igreja (5.3,9);
4) Fazendo suportar a perseguição
(7.55-56; 13.49-52; 20.22-23);
5) Impulsionando a agir com autori-
4 - BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI. São Paulo: Editora Vida, 2012.
5 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. p.65.
6 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.
7 - BRIGHT, Bill. Como ser cheio do Espírito Santo. São Paulo: Editora Candeia, 2001.
17
dade (13.8-12); 6) Determinando o
que e quando fazer (16.6; 20.22). A
Igreja não pode perder a visão de
que é o Espírito quem a capacita e
lhe dá o sustento em todo trabalho.
Em nossos dias, o Espírito está no
povo de Deus (1Co 6.19).
Iludimo-nos quando dependemos
de personalidades ou métodos para
fazer a obra de Deus avançar. Sem
o Senhor, fracassaremos! Um dos
problemas é que “as Igrejas, por
serem ‘ambientes espirituais’
, com
frequência, não estão dispostas a
reconhecer a ausência de Deus.”8
Quando preenchermos o nosso
vazio com a presença do Espírito,
coisas maravilhosas e extraordi-
nárias acontecerão primeiro em
nós, e depois através de nós. As
Escrituras revelam que Ele é uma
pessoa para nos relacionarmos,
pois fala (Ap 2.7; At 13.2); intercede
(Rm 8.26); testifica (Jo 15.26); guia
(At 8.29; Rm 8.14); ordena (At 16.6-9);
conduz (Jo 16.13); nomeia (At 20.28).
E ainda: podemos mentir para Ele
(At 5.3-4); insultá-lo (Hb 10.29);
blasfemar contra Ele (Mt 12.31,32)
e entristecê-lo (Ef 4.30).
Para pensar e agir:
A história da senhora idosa ilus-
tra bem a vida de muitos cristãos
e Igrejas. Embora estivesse de
posse de uma grande riqueza, por
desconhecimento, vivia na extrema
pobreza. Muitos cristãos não enten-
dem como é possível se apropriar
das riquezas oferecidas pelo Espí-
rito Santo. Vive uma vida infrutífera,
dependendo dos próprios esforços
para agradar a Deus. Jesus dis-
se: “Sem mim nada podeis fazer”
(Jo 15.5b). Sem Ele, viveremos
sempre à margem de uma vida
santa e que testemunhe eficazmen-
te acerca de Cristo. Precisamos in-
vestir em nosso crescimento até a
maturidade em Cristo (Rm 12.1,2).
Precisamos do enchimento do Es-
pírito (Ef 5.18) que será o resultado
da nossa fé (Ef 2.8,9). Precisamos
experimentar as grandes riquezas
e recursos que foram prometidos
por Cristo (Jo 16). Precisamos do
Espírito Santo, o Deus que habita
em nós!
Perguntas para
discussão em classe
1) Nossas Igrejas estão sendo
marcadas por uma ação intensa
do Espírito Santo? Caso a respos-
ta seja sim, relate algumas evidên-
cias. Caso a resposta seja não,
quais os motivos? O que podemos
fazer? E nossas famílias?
2) Nossa mensagem tem segui-
do na mesma direção do sermão
de Pedro? O que temos visto em
nossos dias: arrependimento ou re-
morso? Conversão ou adesão?
8 - CORDEIRO, Wayne. Igreja Irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014.
Leitura
Diária
Segunda-feira: Atos 2
Terça-feira: Levítico 23
Quarta-feira: Joel 2
Quinta-feira: João 16
Sexta-feira: 1Coríntios 12
Sábado: Gálatas 5.16-26
Domingo: Efésios 5.1-21
18
LIÇÃO 3
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico:
EM NOME DE JESUS CRISTO
Atos 3 - 4.31
Nesta lição, vamos considerar
os fatos no primeiro milagre apos-
tólico narrado por Lucas. Fatos
que serviram para exaltar o nome
de Jesus e dar maior visibilidade
aos pregadores do Evangelho.
Veremos que o segredo do triun-
fo do Cristianismo não estava nas
ações de Pedro e João, mas na
pessoa de Cristo e no poder vin-
culado ao seu nome.
Em tempos em que verificamos
muitas Igrejas prometendo mudar
a vida das pessoas através da
autopromoção de sua liderança,
novos métodos e até mesmo com
campanhas e eventos, nada me-
lhor do que um confronto com a es-
1 - CORDEIRO, Wayne. Jesus puro e simples. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.81.
“Quando não reconhecemos a presença de Cristo,
a vida torna-se desalentadora. Mas quando reconhecemos
que Ele está conosco, tudo muda!”
(Wayne Cordeiro)1
19
sência do Evangelho, visando o re-
torno ao que realmente transforma.
Analisando os fatos
Os judeus costumavam observar
três turnos de oração por dia. Nove
da manhã, ao meio dia e às três
da tarde (hora nona). Foi no último
horário que Pedro e João esta-
vam entrando no Templo para orar
(V.1). A porta “Formosa” devia ser
um bom lugar para pedir esmolas,
pois os que se dirigiam ao Templo
queriam agradar a Deus. Lá estava,
mais uma vez, um homem aleijado
de nascença com mais de quaren-
ta anos de idade (4.22). Ao pedir
esmolas aos servos do Altíssimo,
o pedinte não podia imaginar que
aquele seria o último dia de sua
vida de aleijado.
“Olha para nós”.Com essas pala-
vras, atraindo a atenção do homem
necessitado, deram-lhe em “nome
de Jesus” algo muito superior ao
seu pedido. Ele foi curado, entrou
com eles no Templo andando, sal-
tando e louvando a Deus. Tal fato
despertou a admiração de todos.
Pedro, então, utilizando uma estra-
tégia bem semelhante a do capítulo
2, aproveitou a oportunidade para
apresentar o Evangelho (3.11-26).
Ele apresentou Jesus como a fonte
do poder milagroso na vida daque-
le homem, e mais uma vez apelou
ao arrependimento e à conversão
(3.19-20). Foi um sermão corajoso
nas dependências do Templo. Eles
foram presos, mas Deus já estava
operando nos corações (4.4).
Pedro, cheio do Espírito San-
to, não perdeu a oportunidade de
testemunhar diante das autorida-
des. Foi um sermão cristocêntrico.
Eles tentaram calá-los (4.18), mas
as mãos dos governantes ficaram
amarradas pela evidência do ho-
mem curado, pelo entusiasmo da
multidão e pela negativa de Pedro,
que segundo Pearlman: “estabele-
ceu, para sempre, o princípio fun-
damental entre os limites da obe-
diência cívica e do dever cristão de
testemunhar. Quando existe clara
contradição entre os mandamentos
dos homens e os de Deus, de tal
forma que obedecer a uns é de-
sobedecer aos outros, não sobra
mais nenhuma dúvida quanto ao
que o cristão deve fazer.”2
Após mais um livramento e de ta-
manha demonstração do poder de
Jesus, a Igreja reunida realizou um
culto com testemunhos, orações e
muito louvor (4.23-31).Todos se for-
taleceram e passaram a anunciar
com coragem a Palavra de Deus.
1. JESUS CRISTO É O NOSSO
MAIOR PATRIMÔNIO
Precisamos lutar contra qualquer
atitude que possa desviar as pes-
soas e até mesmo nossas Igrejas
de Jesus. Ele é o que temos de me-
lhor para oferecer. A Igreja é porta-
dora da mensagem do Evangelho.
O ministério da reconciliação está
em nossas mãos (2Co 5.18). Po-
demos e devemos auxiliar todas as
pessoas, mas se não apresentar-
mos Jesus como o nosso melhor,
2 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.52.
20
falharemos. Nada deve atrair mais
a atenção das pessoas do que o
próprio Jesus.
Quando Leonardo da Vinci com-
pletou seu célebre quadro a Últi-
ma Ceia, convidou um amigo para
apreciá-lo. “O quadro é primoroso”
,
exclamou o amigo. “Aquela taça
de vinho se ressalta da mesa em
prata maciça e brilhante”
. Sem es-
perar mais nada, o artista tomou
um pincel e apagou a pintura da
taça, dizendo: “Minha intenção era
que a pessoa de Cristo atraísse em
primeiro lugar o olhar das pessoas,
e qualquer coisa que desvia dele a
atenção precisa ser apagada”
.
2. HÁ PODER NO NOME DE JESUS
A palavra “nome” está vincula-
da à personalidade e influência
da pessoa. Ao invocar o nome de
Jesus, Pedro estava invocando o
poder e as virtudes contidas na
personalidade dEle. O Mestre ha-
via afirmado que em “Seu nome”
eles realizariam grandes feitos
(Mc 16.17; Jo 14.14). O milagre ha-
via sido realizado pela fé no nome de
Jesus. Existem duas realidades que
precisamos considerar. A primeira:
as coisas extraordinárias de Deus
só acontecerão em nosso meio pela
fé no poder de Jesus. A segunda: o
inimigo não se submeterá ao nome
de nenhum líder eclesiástico, minis-
tério, igreja ou denominação.
Pedro, em momento algum, ou-
sou reivindicar o que deveria ser
creditado a Jesus. Ele foi categó-
rico: “seja do conhecimento de to-
dos vós e de todo o povo de Israel
que, em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, aquele a quem cruci-
ficastes e a quem Deus ressusci-
tou dentre os mortos, sim, por meio
desse nome,este homem está aqui
com boa saúde diante de vós”
(4.10). Seremos bem sucedidos e
felizes se levarmos as pessoas ao
real conhecimento do poder de Je-
sus Cristo. Esse é o nosso papel!
3. OS REPRESENTANTES DE
JESUS
É um erro pensar que qualquer
pessoa poderá ser usada para falar
em nome de Jesus. “São necessá-
rios homens que tenham vida para
entregar uma Palavra viva”
.2
Temos
um bom exemplo em Atos 8.18-23,
quando um homem chamado Si-
mão tentou subornar os apóstolos
para também ser usado pelo Espí-
rito. Ele era um homem que carecia
de arrependimento por não ter um
coração correto diante de Deus. Foi
confrontado por Pedro e obviamen-
te reprovado. Pedro e João eram
pessoas especiais para Deus, e
por isso foram usados com tama-
nha autoridade. Vejamos algumas
das suas qualidades: 1) Convic-
ção de que somente em Jesus há
salvação (4.12); 2) Coragem para
avançar em meio às adversidades,
testemunhando acerca de Jesus
(4.13a); 3) Experiência pessoal
com Jesus (4.13b); 4) Consciência
da missão que deveria ser trans-
formada em ação (4.20); 5) Nu-
triam amizades espirituais (4.23);
2 - RAVENHILL, Leonard. Avivamento à Maneira de Deus. The Way Editora: 2010, p.48.
21
6) Mantinham uma vida regular de
oração (4.24); 7) Eram cheios do
Espírito Santo (4.31).
Paulo sabiamente aconselhou as
pessoas a imitá-lo à medida que
ele imitasse a Cristo (1Co 11.1). A
Igreja precisa se cuidar e, se neces-
sário, restaurar a autoridade para
dizer aos necessitados: “Olhem
para nós”
. Precisamos ser reconhe-
cidos como aqueles que estiveram
com Jesus, pessoas que através
da obediência demonstram amá-lo
(Jo 14.21). Nossa vida com Cris-
to deve inspirar outros a segui-lo.
“Podemos dizer ao mundo: Olhem
para nós? Os pais podem dizer aos
filhos: Olhem para nós? Os patrões
podem dizer a seus empregados:
Olhem para nós?”3
Para pensar e agir:
Conta-se que Tomás de Aquino e
o Papa Inocêncio IV viveram uma
experiência bem comum ao texto
que acabamos de estudar. Aquino
surpreendeu o Papa ao visitá-lo no
momento em que este estava con-
tando uma grande quantidade de
moedas de ouro e prata. Ao vê-lo,
o Papa disse: “Irmão, como você
pode perceber, não posso dizer
mais como Pedro disse ao paralí-
tico: “Não tenho ouro nem prata”
.
Aquino, então, lhe respondeu: “Isso
é verdade, mas também o senhor
não pode mais dizer ao paralitico:
Levanta e anda!”4
Os fatos narrados por Lucas em
Atos 3 e 4 servem de alerta para
que apresentemos Jesus como o
nosso maior tesouro. Precisamos
planejar nossa vida e nossas ações
em comunidade, de tal forma que o
poder de Jesus prevaleça em nos-
sa mensagem e ações. Precisamos
ainda vigiar para não cairmos nas
investidas do inimigo que tenta nos
afastar do ardor espiritual. Ele tem
investido para nos manter dema-
siadamente ocupados, pois assim,
não teremos tempo para crescer
aos pés do Mestre. É tempo de
avançarmos dizendo ao mundo
caído: “Em nome de Jesus Cristo,
comece a andar!”
Perguntas para
discussão em classe
1. O que precisamos restaurar
em nossa caminhada cristã para
que tenhamos autoridade seme-
lhante à de Pedro e João diante
das pessoas?
2. O que a Igreja tem oferecido ao
mundo hoje está em sintonia com
o que Pedro ofereceu como o seu
maior tesouro?
3. Quais os fatores que podem
nos levar a uma vida cristã à mar-
gem do poder de Jesus?
Leitura
Diária
Segunda-feira: Atos 3
Terça-feira: Atos 4
Quarta-feira: Efésios 4.17-32
Quinta-feira: 1João 3
Sexta-feira: 2Pedro 3
Sábado: 1Coríntios 4.1,2
Domingo: João 16.33
3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.76.
4 - Ibidem, p.77.
22
LIÇÃO 4
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico:
RESISTINDO AS INVESTIDAS
DO INIMIGO
Atos 4.32 - 5.42
O ambiente era o melhor possí-
vel. Uma multidão cheia do Espírito
Santo apresentando ao mundo um
estilo de vida nunca visto (2.42-47;
4.32-37). Pessoas diferentes, mas
que estavam unidas de coração e
de propósito. Eles cuidavam uns
dos outros, compartilhavam tudo.
O impacto social era crescente.
Pessoas salvas se juntavam à mul-
tidão que não cessava de louvar a
Deus.“Até ali, tudo havia sido glorio-
so na vida da Igreja. Suas caracte-
rísticas típicas eram o amor frater-
nal, a bondade altruísta, a coragem
heroica e a real devoção a Cristo”
.2
“A Igreja precisa reconhecer que sua missão nunca foi a de
relações públicas ou de vendas; fomos chamados a um viver
santo, a declarar a inalterada verdade de Deus de forma
amorosa, mas sem comprometê-la a um mundo que não crê.”
(John F. MacArthur Jr)1
1 - MACARTHUR Jr, John F. Com vergonha do evangelho. São Paulo: Editora Fiel, 1997, p.79.
2 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.60.
23
Enquanto isso, o inimigo traba-
lhava. “Não agrada a Satanás que
uma Igreja tenha grande comu-
nhão. Ele fará tudo o que puder
para rompê-la. Sabe que, se puser
o povo de Deus distraído ou afas-
tado da concentração em Cristo e
na Sua missão, poderá aniquilar
o evangelismo, impedindo os que
estão sob o seu domínio de serem
salvos e libertos.”3
Suas estratégias
são repetitivas e, mesmo assim,
ainda hoje muitas pessoas estão
permitindo serem contaminadas
por suas investidas.
Vamos analisar as investidas do
inimigo contra a Igreja de Cristo.
Analisando os fatos
1. ELE TENTOU DESTRUIR A
IGREJA IMPLANTANDO A HIPO-
CRISIA (5.1-16)
Os primeiros cristãos demonstra-
vam o seu amor entregando suas
propriedades para o bem comum.
Não eram obrigados, mas faziam
voluntariamente devido ao seu
amor e preocupação com o bem-
-estar dos irmãos na fé. O Exem-
plo da generosidade de Barnabé
(4.36-37) circulava entre os irmãos.
O casal Ananias e Safira, mem-
bros da Igreja em Jerusalém, co-
biçaram a mesma honra. Marshall
declara que “eles procuraram obter
crédito por um sacrifício pessoal
maior do que aquele que fizeram,
por meio de oferecer aos apósto-
los apenas parte do preço de uma
venda”4
. Vale ressaltar que o casal
tinha completa liberdade para agir
conforme bem entendesse com os
recursos oriundos da venda de sua
propriedade. Tudo indica que eles
assumiram o compromisso de dar
tudo e depositaram apenas parte
do valor referente à venda. Seu pe-
cado se achava na sua “mentira ao
Espírito Santo” e consistia em dar
apenas parte dizendo que se trata-
va da totalidade (5.3).
Segundo John Stott “o problema
de Ananias e Safira foi falta de in-
tegridade. Eles não eram apenas
avarentos, mas também ladrões e
mentirosos. Queriam o crédito e o
prestígio da generosidade sacrifi-
cial, sem terem de arcar com as in-
conveniências. Assim, a motivação
do casal, ao dar, não era aliviar os
pobres, mas inflar o próprio ego”5
.
Esses fatos demonstram as iniciati-
vas de Satanás para atingir a Igreja
internamente. Ananias e safira agi-
ram com hipocrisia, foram instru-
mentos do inimigo para a invasão
da Igreja. Quando ele não conse-
gue destruir o trigo ele semeia o
joio (Mt 13.24-30).
1.1– Deus rejeita os hipócritas –
Originalmente a palavra “hipócrita”
queria dizer “ator”
. Dentro da Igreja,
é um estilo de vida que age com
dissimulação deliberada. Tentando
fazer com que as pessoas acredi-
tem que somos mais espirituais do
que na realidade somos. O hipócri-
ta está sempre representando um
papel que nada tem a ver com sua
verdadeira personalidade. Pessoas
3 - ROBINSON, Darrell W. Vida total da igreja. Rio de Janeiro: JUERP, 2001, p.78.
4 - MARSHALL. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1988, p.108,109.
5 - STOTT, John. A Mensagem de Atos. São Paulo: ABU Editora, 1994, p.121.
24
assim, que buscam a glória huma-
na, caem debaixo da condenação
severa do Senhor (Jo 5.44). O ca-
sal foi rejeitado e severamente pu-
nido por Deus (5.5,10).
1.2– A hipocrisia persiste em
nossos dias – Hipocrisia é a falsa
devoção, fingimento, é o desejo de
parecer virtuoso sem pagar o preço
de ser. É tentar parecer o que na
verdade não é. É a extrema exibi-
ção de egoísmo. Ananias e sua es-
posa desejavam impressionar aos
outros, a fim de obterem glória pes-
soal. Não se importavam realmente
em ajudar ao próximo. Hoje temos
o desafio de avaliar se quando cul-
tuamos, testemunhamos, prega-
mos, ensinamos, dizimamos, ofer-
tamos, louvamos, falamos acerca
da nossa família e da obra missio-
nária, estamos sendo sinceros e se
nossa real motivação é a glória do
Senhor. Há muita hipocrisia por aí!
1.3– A hipocrisia precisa ser
confrontada – Toda mentira é co-
metida diante de Deus e contra
Deus (5.4c). Uma Igreja cheia do
Espírito Santo e com uma liderança
submissa à sua voz, terá o discer-
nimento e saberá agir contra essa
conhecida investida de Satanás
para enfraquecer a Igreja, visando
diminuir o seu poder e influência.
Deus protege a Igreja e a liderança
fiel (Rm 8.31).Todo aquele que per-
mitir ser contaminado por Satanás
e agir contra a Igreja de Cristo, terá
que acertar contas com o próprio
Deus. A Igreja é a noiva de Cristo e
ninguém melhor do que Ele mesmo
para defendê-la.
Pelo poder do Senhor a Igreja ven-
ceu a hipocrisia. O “temor” a Deus
tomou conta das pessoas de den-
tro da Igreja e também dos de fora.
Coisas extraordinárias aconteciam.
A Igreja crescia, pessoas eram al-
cançadas e libertas. A autoridade
da liderança foi reconhecida como
verdadeiramente espiritual (5.11-16).
2. ELE TENTOU DESTRUIR A
IGREJA ATRAVÉS DA INVEJA
EXTERNA (5.17-42)
Os apóstolos foram presos. As
autoridades religiosas mais uma
vez estavam tentando impedir o
avanço da Igreja. A ordem era para
que eles não falassem mais nada
acerca de Jesus.Eles estavam que-
rendo aliviar suas próprias cons-
ciências (5.28). A fúria dos líderes
só aumentava, mas agiram com
cautela por causa do povo (5.26).
Os servos de Deus não perderam
a oportunidade para mais uma vez
pregar ousadamente acerca da
ressurreição, ascensão e a descida
do Espírito Santo (5.30-32). Após
a interferência de um fariseu cha-
mado Gamaliel, eles foram soltos
(5.34-39). Mas antes, foram afron-
tados e chicoteados por causa do
nome de Jesus (5.40).
“Os que criticam estão sempre
atacando a Igreja do Senhor. Pre-
cisamos aprender a maneira de
Deus de enfrentar as críticas do
mundo. As políticas da Igreja pre-
cisam proceder de Deus. A Igreja
precisa parar de fazer agradinhos
ao mundo. Embora deva ser aces-
25
sível às pessoas, a Igreja tem de
agradar a Deus.”6
Como devemos
proceder em meio à inveja exter-
na? Que lições a Igreja de Atos nos
ensinam?
1)Precisamos colocar a obediência
a Deus acima de tudo e de todos;
2)Precisamos lembrar que Deus
tem todo o poder para nos livrar;
3)Precisamos orar sempre, sem
desfalecer;
4)Precisamos continuar anuncian-
do Jesus;
5)Precisamos ver o sofrimento e
as afrontas por causa de Jesus,
como sinal da nossa fidelidade;
6)Devemos nos alegrar.
Mais uma vez, pelo poder do
Senhor, a Igreja venceu. O inimigo
perdeu mais uma. Ele falhou, mas
tentará de outro modo atingir a Igre-
ja e paralisar o avanço da obra. É o
que veremos na próxima lição.
Para pensar e agir:
O inimigo também está em nos-
sos dias, rondando e rugindo con-
tra a Igreja de Cristo. Seu intento
é a destruição. Ele está à procu-
ra de brechas para agir (1Pe 5.8;
Jo 10.10). Não podemos dar a ele
a legalidade para suas ações. Vale
lembrar que maior é o que está em
nós (Fl 4.13). Nem sempre conse-
guiremos impedir que a hipocrisia
entre, mas podemos agir em nome
de Deus para que ela não se alo-
je em nosso meio. É certo que as
perseguições externas virão (Jo
15.20). Precisamos enfrentá-las
com as armas espirituais (Ef. 6.10-
18). A nossa vitória reside no poder
de Deus. O Espírito Santo está e es-
tará conosco todos os dias até o fim
dos tempos (Mt 28.20). Lembremo-
-nos das palavras de João Wesley:
“Mostre-me cem indivíduos que não
temam nada, a não ser o pecado;
que desejam servir apenas a Deus,
e, não importa, sejam obreiros se-
jam leigos, sei que farão as portas
do inferno estremecerem e estabe-
lecerão o Reino de Deus na Terra.
Deus opera em resposta à oração”
.7
Perguntas para
discussão em classe
1. Os primeiros cristãos foram
generosos entregando suas pro-
priedades para o bem comum.
Como podemos agir com genero-
sidade hoje?
2. De que forma a hipocrisia tem
se manifestado em nossas Igrejas?
3. Até que ponto estamos com-
prometidos com o sofrimento por
causa do nome de Jesus? Você
acha que estamos mudando nossa
mensagem para agradar a opinião
pública e evitar possíveis reações
contra a Igreja?
Leitura
Diária
Segunda-feira: Atos 4
Terça-feira: Atos 5
Quarta-feira: Tiago 4.1-12
Quinta-feira: 2Pedro 3
Sexta-feira: João 15.18-27
Sábado: Romanos 12.1,2
Domingo: Apocalipse 12.10-11
6 - ROBINSON, Darrell W. Vida total da igreja. Rio de Janeiro: JUERP, 2001, p.79.
7 - MAXWELL, John. Parceiros de oração. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1999, p.16.
26
LIÇÃO 5
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico:
LIDERANÇA ESPIRITUAL
Atos 6.1-7
Segundo Jonh Edmund Haggai,
“liderança é o esforço para exer-
cer conscientemente uma influên-
cia especial dentro de um grupo,
no sentido de levá-lo a atingir me-
tas de benefício permanente, que
também supram as necessidades
reais do grupo”2
.Toda Igreja preci-
sa se organizar para enfrentar os
problemas que surgirão. É preciso
foco para atingir as metas estabe-
lecidas por Deus. Nenhuma Igreja
consegue ir à frente quando se
rompe a comunhão. Veremos que
a liderança da “Igreja Primitiva”
agiu rapidamente, através de um
“Se os cristãos do mundo todo renunciarem seus
planos pessoais, suas metas e aspirações, e começarem a
obedecer radicalmente a tudo o que Deus lhes mostrar,
causariam uma reviravolta no mundo”
(Henry & Richard Blackaby )1
1 - BLACKABY, Henry e Richard. Liderança Espiritual. São Paulo: Bompastor, 2007, p.45.
2 - Instituto Haggai do Brasil. Módulo 1, p.4.
27
esforço consciente, para resolver
um problema interno e preservar
a comunhão. O inimigo não con-
seguiu seu intento que era o de
desviar o foco dos cristãos. A Igreja
avançou e não ouvimos mais nada
a respeito do problema.
Analisando os fatos
Lucas narrou a história do cres-
cimento da Igreja em Jerusalém e
um desentendimento que ameaçou
a expansão da mesma (v.1). Os
apóstolos não estavam conseguin-
do coordenar ao mesmo tempo a
beneficência e suas atribuições bá-
sicas: oração e ensino da Palavra
(v.2 e 4). Houve um ressentimento
entre os crentes de fala grega, os
“helenistas”
, originários de outras
regiões, contra os crentes “he-
breus” que eram os judeus que fa-
lava aramaico e eram naturais da
Judéia, porque as viúvas gregas
estavam sendo discriminadas na
distribuição diária de comida. Hou-
ve reclamação. O problema foi rapi-
damente contornado devido à espi-
ritualidade e sabedoria da lideran-
ça, que atacou o problema e não as
pessoas envolvidas. Os apóstolos
humildemente reconheceram que
precisavam de ajuda.
A estrutura da Igreja foi modifica-
da com a escolha de sete homens
com as credenciais necessárias
para atenderem as necessidades
reais do grupo. “Quando a Igreja
escolhe sua liderança sob a égide
dos preceitos divinos, as tensões
são resolvidas, as necessidades
são supridas e a Igreja cresce com
mais ousadia”3
(v.7).
1. A IGREJA DE DEUS PRECISA
DE UMA LIDERANÇA ESPIRITUAL
Somente uma liderança que bus-
ca a orientação do Espírito Santo e
que saiba aplicar a sua fé nos mo-
mentos de maior desafio, conse-
guirá focar e levar o povo de Deus
para o centro de Sua vontade. A
obra de Deus precisa de “líderes
que buscam orientação do Espírito
Santo e não da última pesquisa de
opinião pública. Precisa de líderes
religiosos que seguem os planos
de Deus e não seus próprios. Pre-
cisa de maridos e esposas, mães
e filhos que saibam como aplicar
a Palavra de Deus em seus lares
ao invés de simplesmente imple-
mentar os conselhos dos últimos
livros de autoajuda”4
. As atitudes
dos apóstolos sugerem que líde-
res espirituais:
1)Reconhecem as reais necessida-
des da Igreja (v.1).
2)Compartilham as necessidades
com os demais irmãos (v.2,3).
3)Reconhecem seus limites (v.2b).
4)Sabem quais são suas reais atri-
buições (v.4).
5)Agem visando à expansão da
obra de Deus (v.7).
2.A IGREJA DE DEUS PRECISA
DE UMA LIDERANÇA APROVADA
O renomado líder norte-ameri-
cano John C. Maxwell afirmou que
toda vez que a pessoa escolhe o
caráter, torna-se mais forte, ainda
3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.139.
4 - BLACKABY, Henry e Richard. A Liderança Espiritual. São Paulo: Bompastor, 2007, p.28.
28
que a escolha traga consequências
negativas (...). O desenvolvimento
do caráter está no centro do nos-
so progresso não só como líderes,
mas também como seres humanos.
O que toda pessoa deve saber
sobre caráter?
1. Caráter é mais do que falar –
a ação é o verdadeiro indicador do
caráter.
2. Talento é um dom, mas cará-
ter é uma escolha – à medida que
você vive e faz escolhas hoje, está
continuamente criando seu próprio
caráter.
3. Caráter traz sucesso dura-
douro com as pessoas – os se-
guidores não confiam em líderes
cujo caráter apresenta falhas, nem
os seguirão.
4. Os líderes não podem estar
acima das limitações do próprio
caráter – pessoas que conquistam
altas posições, mas não têm es-
trutura para sustentá-las durante
o período de estresse, caminham
para o desastre. O psicólogo Ste-
ven Berglas acredita que essas
pessoas estão destinadas a passar
por uma ou mais destas quatro si-
tuações: arrogância, sentimentos
dolorosos de solidão, busca de
aventuras destrutivas ou adultério.5
Paulo aconselhou ao jovem Timó-
teo: “Procura apresentar-te aprova-
do diante de Deus, como obreiro
que não tem de que se envergo-
nhar...”
. (2Tm 2.15). Um líder ecle-
siástico aprovado diante de Deus,
também será aprovado diante dos
homens. Um líder íntegro andará
seguro (Pv 10.9). Os apóstolos sa-
biam que os desafios da Igreja exi-
giriam líderes:
De boa reputação – pessoas
de confiança quanto à moralidade
ou honestidade. Pessoas que não
iriam pôr a mão e ficarem com os
donativos que deveriam ser entre-
gues às viúvas. Pessoas sensatas
e de confiança na liderança que ti-
nha o grande desafio de restaurar a
comunhão da Igreja.
Cheios do Espírito Santo – pes-
soas reconhecidas na comunidade
como homens de Deus ativos e
com o coração na obra de Deus.
Gente como Estevão, “Cheio de
fé e do Espírito Santo” (At 6.8).
“Somos cheios do Espírito quando
Deus ocupa cada parte de nossa
vida, quando tem permissão para
operar em nós tudo o que se pro-
pôs a realizar.”6
Cheios de sabedoria – era mais
do que mera inteligência. Pessoas
que, orientadas pelo Espírito, sa-
beriam como lidar com os desafios
com amor e graça. Uma sabedoria
terrena e prática com um aspecto
espiritual (Tg 3.17).
Mesmo para o desempenho dos
deveres que julgamos “práticos” ou
de “menor relevância” na Igreja, se-
rão necessárias pessoas confiáveis.
3. A IGREJA DE DEUS SÃO AS
PESSOAS
Que revolução os apóstolos cau-
saram ao estabelecer os “irmãos”
como parte importante na resolu-
ção do conflito. Aos “irmãos” foi
delegada a missão de observar e
escolher aqueles que seriam en-
5 - MAXWELL, John C. As 21 indispensáveis qualidades de um líder. São Paulo: Mundo Cristão, 2000, p.15-16.
6 - CORDEIRO, Wayne. A igreja irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.26.
29
carregados do ministério de auxílio
às viúvas. Os apóstolos confiavam
na ação de Deus em revelar aos
demais irmãos o ideal para a Igreja.
Mesmo a Bíblia afirmando que na
multidão de conselheiros há segu-
rança (Pv 11.14), temos observado
um crescente movimento que tira
da congregação o direito de partici-
par das decisões da Igreja. Apren-
demos com os apóstolos a valori-
zar a Igreja no processo decisório.
A proposta foi feita pelos doze e
submetida a uma assembleia da
Igreja, sendo aprovada. Ao impor
as mãos sobre os escolhidos, os
apóstolos reconheceram a decisão
como vinda de Deus.
A congregação tem uma grande
responsabilidade que deve ser re-
conhecida, estimulada e cultivada.
Somos responsáveis por cuidar
para que tenhamos ensino corre-
to e boa disciplina. Cada membro
precisa assumir sua parte ativa na
Igreja, não somente frequentan-
do-a, orando por ela e contribuin-
do financeiramente, mas também,
acima de tudo, conhecendo ativa-
mente os membros de sua Igreja e
os princípios que através dos anos
vem caracterizando-a como uma
Igreja Batista. Alguns documentos
não podem ser esquecidos: A de-
claração doutrinária da CBB; Prin-
cípios batistas; O pacto das Igrejas
Batistas; Quem são os batistas?
(Veja em www.batistas.com).
Para pensar e agir:
Toda Igreja precisará tomar deci-
sões no curso de sua caminhada.
Vimos que os irmãos do primeiro
século não ficaram presos a uma
estrutura que, naquele momento,
ameaçava a comunhão. Foram ou-
sados, sábios e espirituais na con-
dução do problema. O resultado
não podia ser outro. A Igreja avan-
çou e muitas pessoas se renderam
a Cristo (v.7).
Essa experiência narrada por Lu-
cas deveria nos ensinar que para
lidar com os assuntos do Reino de
Deus devemos, ao invés de procu-
rar líderes que tenham qualifica-
ções seculares, procurar pessoas
com caráter, boa reputação, habi-
lidade de lidar com a Palavra de
Deus e que manifestem o fruto do
Espírito em sua vida.A esses deve-
mos confiar a responsabilidade de
liderar a Igreja de Cristo.
Perguntas para
discussão em classe
1.Como devemos agir para evitar
que possíveis reclamações atra-
palhem a comunhão da Igreja?
2.Que lição extraída do texto, você
pretende colocar em prática a
partir de hoje?
3.Quais fatores têm influenciado
uma contribuição cada vez me-
nor das pessoas nas decisões
das Igrejas?
4.Você conhece os “documentos
dos batistas” citados nesta lição?
Leitura
Diária
Segunda-feira: Atos 6.1-7
Terça-feira: Tiago 1.27; 2.14-26
Quarta-feira: Mateus 25.31-46
Quinta-feira: 1Tm 3.1-7; Tito 1.6-9
Sexta-feira: Êxodo 18
Sábado: Provérbios 11.14
Domingo: Tiago 3.17
30
LIÇÃO 6
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico:
SERVOS QUE NOS INSPIRAM
Atos 7.8 - 8.40
Víbia Perpétua e sua escrava
Felicitas, viveram no norte da Áfri-
ca. Converteram-se ao cristianis-
mo pela influência de Saturo, um
diácono. O sofrimento pessoal de
Perpétua foi preservado em um
documento do século III chamado,
A paixão de Perpétua e Felicitas.
Nesse relato, ela fala da angús-
tia e humilhação que seu pai, um
membro respeitado da nobreza,
sofreu ao tentar livrá-la do martí-
rio, suplicando-lhe que abando-
nasse a sua fé. Quando se aproxi-
mava a data da execução, seu pai
visitou a prisão suplicando que
pusesse a dor da família acima
de sua fé, mas ela afirmou: “No
cadafalso será feito o que Deus
quiser,pois sei que não fomos co-
locados em nosso próprio poder,
mas no de Deus”.
No dia da execução, Saturo foi
levado à arena para divertir a mul-
tidão. O professor ficou tão ferido
e sangrando que os espectadores
zombaram dele, dizendo: “Ele foi
batizado!” Perpétua e Felicitas
“O fogo de Deus não pode ser apagado pelas
águas da perseguição dos homens”
(A.W.Tozer )1
1 - BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. São Paulo: Vida Nova, 1993, p.300.
31
foram despidas e também envia-
das para a arena, a fim de enfren-
tar um novilho enlouquecido. Após
tamanho sofrimento que levou a
multidão a gritar: “basta!”
, as jovens
mulheres foram levadas ao execu-
tor e, nesse momento, Perpétua
gritou para alguns amigos cristãos
que sofriam: “Transmitam a Pala-
vra aos irmãos e irmãs; fiquem
firmes na fé, amem-se uns aos
outros e não permitam que nos-
so sofrimento seja uma pedra de
tropeço para vocês”.2
Muitas pessoas foram atraídas
pelo exemplo desses cristãos, para
uma fé que demonstrava tanta se-
renidade e coragem.
Homens como Estêvão e Filipe
podem ter servido de inspiração
para que pessoas como Perpétua,
Felicitas e Saturo, permanecessem
fiéis a Cristo. Em nossa lição de
hoje vamos destacar algumas qua-
lidades desses servos.
Analisando os fatos
1. ESTÊVÃO, UM HOMEM FOCA-
DO NO CÉU (At 6.8 - 7.60)
Estêvão foi um dos sete. Um ho-
mem muito usado por Deus, cheio
de fé, do Espírito Santo, de graça
e de poder. Após ser acusado de
blasfêmia pelos membros da si-
nagoga, com expressão angelical,
respondeu com a rememorização
da história de Israel. Concluiu cha-
mando-os de traidores e assassi-
nos.A reação foi imediata: tomados
de grande fúria, o apedrejaram.
Estêvão viveu de forma excelente
e morreu de forma exemplar. Cer-
tamente está inserido no contexto
de Hebreus 11. “Sua vida foi irre-
preensível; suas obras, irrefutáveis;
e suas palavras, irresistíveis.”3
Ele
é o tipo de pessoa que procuramos
hoje em dia para dirigir as ativida-
des da Igreja, mas frequentemente
percebemos que uma pessoa as-
sim é raramente encontrada.
Como Estêvão foi capaz de su-
portar tamanha perseguição e
mesmo assim ainda orar a Deus
pelos seus ofensores? Que marcas
podemos encontrar neste homem
que foi a primeira pessoa a morrer
pelo Evangelho de Cristo?
1)Ele vivia cheio do Espírito San-
to (6.5; 7.55a) – O poder para re-
sistir os embates nesta vida vem
da ação do Espírito Santo. Como
disse o reformador tcheco Jan
Hus na hora da morte por amor
a Cristo: “Com a maior alegria
confirmarei com meu sangue a
verdade que tenho escrito e pre-
gado”. A fonte da nossa força é o
Senhor (Ne 8.10; Fp 4.13).
2)Ele estava focado no Eterno e
na eternidade (7.55b) – Quando
focamos no Céu, vemos a gló-
ria de Deus (Cl 3.1,2). Quantos
irmãos que partiram na velhice
ou após enfrentarem uma grave
enfermidade, tiveram a mesma
visão de Estêvão. Em meio aos
ataques e aflições deste tempo,
precisamos focar na eternidade
(Jo 16.33). Há algo muito maior e
melhor a ser revelado (Rm 8.18).
Nossa visão para a vida na terra
2 - TUCKER, Ruth A. Missões até os confins da Terra. São Paulo: Shedd Publicações, 2010, p.36-39.
3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.151.
32
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2016 presença de cerca 650 pastores.
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foco é Evangelização através de Capelanias,
Projetos Missionários, Implantação e
Fortalecimento de Igreja.
34
deve levar em consideração o pla-
no de Deus em curso. Caso con-
trário, seremos dignos de pena
(1Co 15.19). Quando você está
perto de Deus, tudo o que não é
dele perde o encanto, porque o
Senhor é sua riqueza (At 20.24).
3)Ele conseguia ver o que nin-
guém via (7.56) – Jesus disse
que se manifestaria aos obedien-
tes (Jo 14.21). Deus não se re-
velará a pessoas que vivem com
uma vida dupla (Mc 12.30). Pes-
soas que vivem confortavelmente
desengajando da vida as realida-
des do Evangelho. Para essas,
uma coisa é a vida material e a
outra a espiritual. Sabiamente
Wayne Cordeiro afirmou: “Expo-
nha sua fé publicamente. Quan-
to mais cedo você se expuser,
menos será tentado. Se você se
torna neutro a fim de parecer que
segue as tendências da moda,
certamente será convidado a lu-
gares aos quais não precisa ir.”4
4)Ele havia assimilado a nature-
za da perseguição por amor a
Cristo (7.59-60) – Servir a Cris-
to é sinônimo de perseguição
(Mt 5.11-12; Jo 15.20; 2Tm 3.12).
Enquanto as pessoas agiam per-
versamente, Estêvão estava na
presença do Senhor. Devemos
assimilar essa verdade antes de
ingressar numa universidade, de
comunicar a conversão à família,
aos colegas de trabalho, etc. O
martírio não foi privilégio apenas
de Estêvão, foi o destino de apro-
ximadamente todos os apóstolos,
exceto João, que morreu na pri-
são. Um ativismo raso, anti-inte-
lectual, pode produzir algum tipo
de crescimento na Igreja, mas
não resistirá à perseguição. Nun-
ca se defenda, seja íntegro como
Estêvão. A teologia do sofrimen-
to deve fazer parte de nossas
meditações. Precisamos resistir,
permanecendo fiéis até a morte.
O poder já está em nós (At 1.8;
1Pe 5.9; Ap 2.10).
2. FILIPE, UM HOMEM ATENTO
ÀS OPORTUNIDADES (At 8)
Filipe, conhecido como o evan-
gelista, também foi um dos sete.
Evidenciava as qualidades exigidas
pelos Apóstolos (At 6.3). Filipe le-
vou o Evangelho até Samaria, onde
seu ministério foi muito abençoado.
Foi enviado ao sul, até a entrada de
Jerusalém pelo Espírito Santo, para
conduzir o eunuco etíope a Cristo
(8.26-38). Foi arrebatado pelo Espí-
rito até Azoto e continuou evange-
lizando. Pela primeira vez, a cena
se passa fora de Jerusalém e ad-
jacências. Vemos então a pregação
do Evangelho num sentido univer-
sal tomando forma (Jo 3.16; 4.42).
O que este grande evangelista
nos ensina?
1) Se Deus falou, devemos obe-
decer e deixar os resultados
por conta dEle – Deus mandou
e Filipe foi. À Samaria, até o eu-
nuco e pelas cidades. Pelo poder
de Deus aconteceram milagres,
libertações e conversões. Deve-
4 - CORDEIRO, Wayne. As regras do sucesso. São Paulo: Editora Vida, 2007, p. 57.
35
mos focar na obediência e deixar
os resultados por conta de Deus.
Quantas vezes nos preocupamos
demasiadamente com as estraté-
gias e nos esquecemos do poder
que transforma (Jo 15.5). Deve-
ríamos planejar menos e orar
mais, para nos unirmos a Deus
naquilo que Ele deseja fazer.
2) Quando nos aproximamos
das pessoas, percebemos suas
reais necessidades – o contato
com pessoas é fundamental na
proclamação do Evangelho. Uma
boa aproximação abre portas
para a proclamação eficaz. Pre-
cisamos nos aproximar dos que
estão sofrendo nas “garras” do
inimigo (Mt 17.14-18).
3) Precisamos nos aprofundar
nas Escrituras para anunciar
o Evangelho de Jesus – Jesus
disse que devemos examinar
as Escrituras para conhecê-lo
(Jo 5.39). A Palavra liberta
(Jo 8.32). O Espírito Santo só po-
derá agir através de nós median-
te o que internalizamos acerca
do Evangelho. Filipe, diante do
eunuco, percebeu qual era o tex-
to, pode explicá-lo e ainda apro-
fundar com o Evangelho (8.35).
O resultado foi a conversão e a
transformação de uma vida. O
eunuco, alegre, seguiu o seu ca-
minho. Que bênção!
Para pensar e agir:
“Assim como uma serra elétrica
atinge o centro de uma tora, o tes-
temunho cristão chega ao âmago
de uma sociedade corrupta e isso
resulta no desgosto e no desprezo
do mundo com relação à Igreja.”5
Assim será a nossa vida enquan-
to Igreja militante. O mundo não
compreende os mistérios de Deus
(1Co 2.14; 1Pe 4.4).
A história de Perpétua ainda re-
gistra que, antes de morrer, Saturo
pregou a Pudens, o governador da
prisão, mais tarde ele aceitou a Cris-
to e também acabou martirizado.
Enquanto Estêvão e Filipe so-
friam por amor a Cristo, a semente
do Evangelho estava sendo plan-
tada no coração de um jovem per-
seguidor chamado Saulo (7.58,60;
8.3). Quem poderia afirmar que
aquele rapaz seria um vaso esco-
lhido, mais um servo a padecer por
amor a Cristo?
Perguntas para
discussão em classe
1. Como devemos responder a gru-
pos ou pessoas que nos hostilizam
porque pregamos o Evangelho?
2. De que forma podemos identifi-
car a perseguição aos cristãos
em nossos dias?
3. Como ou através de quais ferra-
mentas podemos fazer o que Fili-
pe fez com o eunuco?
Leitura
Diária
Segunda-feira: Atos 7.8-60
Terça-feira: Atos 8
Quarta-feira: Romanos 8.31-39
Quinta-feira: Efésios 6.10-18
Sexta-feira: Apocalipse 2.8-11
Sábado: Ap 12.11; 21.1-8
Domingo: 1Pedro 5.9
5 - HAYES, Ed. A Igreja: o corpo de Cristo no mundo de hoje. São Paulo: Hagnos, 2002, p.217.
36
LIÇÃO 7
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico:
UM VASO ESCOLHIDO
Atos 9.1-31
Um ateu, querendo fazer pouco
de um crente humilde e de poucas
letras, perguntou-lhe: “Sabe você
alguma coisa a respeito de Cris-
to?” “Sim, pela graça de Deus!”
foi à resposta. “Então, diga-me:
quando nasceu Ele?” e lá veio
uma resposta errada. “Que idade
tinha quando morreu?” Nova res-
posta incorreta. Mais perguntas e
mais respostas erradas. E o ateu:
“Está vendo? Você não conhece
Jesus...” “Há ‘cousas’ a respeito
de Jesus de que pouco sei” – foi
a resposta humilde do novo crente
– “mas de uma ‘cousa’ estou muito
“Para vivermos pela fé, precisamos estar
dispostos a romper o equilíbrio da nossa vida”.
(Wayne Cordeiro)1
1 - CORDEIRO, Wayne. A Igreja Irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.119.
37
seguro: três anos atrás eu era um
dos piores beberrões da cidade.
Três anos atrás minha esposa era
uma esposa infeliz e meus filhos
tinham medo de mim como se eu
fosse uma fera. Hoje eu sou um
dos homens mais felizes do mun-
do. E minha família também é feliz.
Isso Cristo fez por mim. Disso estou
bem certo”
.2
O poder de Jesus pode alcançar
e revolucionar a vida de qualquer
pessoa: um homem simples como
o dessa história ou até pessoas in-
fluentes e cultas como Saulo, que
por zelo ao seu antigo caminho
perseguia a Igreja de Cristo (At.22).
Nosso coração poderá se encher
de esperança, nossas orações
poderão se intensificar pelos pos-
síveis “vasos escolhidos” que ain-
da precisam ser alcançados pela
mensagem do Evangelho, para
então dizerem: “Pois para mim o
viver é Cristo, e o morrer é lucro”
(Fp 1.21). Eles podem estar dentro
de nossas próprias casas, no tra-
balho, na vizinhança ou até mesmo
congregando na Igreja.
Analisando os fatos
Saulo assolava a Igreja (8.3). Pro-
movia uma perseguição implacável
contra os discípulos do Senhor.
Estava autorizado a prendê-los
(v.1,2). Ele foi surpreendido pelo
próprio Jesus: “Por que me perse-
gues?” (v.3-5). Ficou três dias sem
enxergar, comer ou beber (v.8-9).
Ananias foi orientado pelo Senhor
a procurá-lo. Ao mesmo tempo,
o Senhor revelava a Saulo o que
iria acontecer (v.10-12). Ananias
temeu. O Senhor confirmou a or-
dem dizendo que Saulo era um
instrumento escolhido para levar a
mensagem e sofrer pelo Seu nome
(v.13-16). Ananias obedeceu e, no
contato com Saulo, explicou-lhe o
que estava acontecendo e orou por
ele. Logo sua visão foi restaurada
e, cheio do Espírito Santo, foi bati-
zado (v.17-18). O novo Saulo se ali-
mentou, fortaleceu-se e passou a
se relacionar com os demais discí-
pulos de Cristo (v.19). Ele passou a
ser mais um do Caminho, crescen-
do na presença do Senhor e con-
fundindo os judeus que habitavam
em Damasco.
O perseguidor passou a ser per-
seguido (v.20-25). Saulo teve que
fugir de Damasco e chegou a Je-
rusalém, onde procurou se juntar
aos demais discípulos de Jesus.
Eles o temeram, pensando se tra-
tar de uma armadilha (v.26). O ir-
mão Barnabé testemunhou a favor
de Saulo, explicando o que havia
acontecido com ele. Após ser acei-
to, passou a pregar com os demais
(v.26-28). Os helenistas, judeus de
cultura grega, procuravam matá-lo.
Mas os irmãos o levaram até Cesa-
reia e o enviaram a Tarso (v.29-30).
Foi um tempo de paz, temor, ousa-
dia e crescimento para a Igreja de
Cristo (v.31).
1. O SENHOR JESUS DEFENDE
A SUA IGREJA
Já vimos na lição anterior que
servir a Cristo é sinônimo de per-
seguição. Mas isso não quer dizer
2 - VASSÃO, Amantino Adorno. Esteira de Luz. Rio de Janeiro: JUERP, 1971, p.64,65.
38
que estamos abandonados neste
mundo. O Cristo que ama a sua
Igreja e a si mesmo se entregou
por ela, é o seu maior defensor
(Ef 5.25). Ele afirmou que as forças
do mal não prevaleceriam contra
a “Sua” Igreja (Mt 16.18). Ele tam-
bém disse que os que investirem
contra a sua “noiva”
, acertará as
contas com Ele mesmo, o “noivo”
(Mt 25.6; 41-46). Os inimigos da
Igreja podem estar bem próximos
de nós. Pessoas infiltradas e mal in-
tencionadas que agem a mando de
Satanás para atrapalhar o avanço
da obra de Deus (Fl 3.18-21). Gen-
te sem vida, que não considera que
haverá uma prestação de contas
(Hb 13.17). Gente que ignora que
nossos atos devem ser para a gló-
ria do Senhor (Cl 3.17).
Enquanto Saulo agia, Jesus pre-
parava uma “ação sobrenatural”
.
Ele interviu em favor da sua Igre-
ja. O Senhor não precisa de ad-
vogados, ele é o Advogado (1Jo
2.1), também não precisa de juiz,
pois ele é o Justo Juiz (2Tm 4.8).
Como afirmou Dr. John E. Hag-
gai: “Ele não precisa de um re-
lações públicas como porta-voz.
Ele é Majestoso, Único, Supremo!
(...) Ele fortalece os fracos. Está
à nossa disposição quando
somos tentados ou provados. (...)
Jesus é o único fundador de uma
religião que promete prover seus
seguidores com o necessário para
cumprir Suas ordens!”3
Ele espera
sempre encontrar uma Igreja fiel e
confiante na capacidade dele em
nos suprir (Mt 28.20b).
2. O PODER DE JESUS PODE
ALCANÇAR QUALQUER PESSOA
Quantos “Saulos” estão por aí?
Quantos perseguindo o Evangelho
e a Igreja de Cristo, familiares cris-
tãos, funcionários cristãos, etc.?
Ouvimos histórias de pessoas que
sofreram injúrias nas escolas, nas
universidades, nos tribunais, no
bairro onde moram pelo simples
fato de viverem no Caminho. Tam-
bém temos as nossas próprias
histórias. A grande questão é se a
Igreja de hoje ainda acredita que
o Espírito Santo pode convencer
tais perseguidores do pecado que
estão cometendo (Jo 16.8). Mesmo
não sendo uma tarefa fácil, preci-
samos amar os nossos inimigos
e orar por aqueles que nos perse-
guem. Quando Jesus se torna o
Senhor de nossas vidas, perdemos
para sempre o direito de escolher
a quem vamos amar (Mt 5.43-44).
Acredite, uma vez convertidos eles
também serão instrumentos nas
mãos do Senhor. Ore por eles!
A história de Saulo deve nos lem-
brar de que para Deus não exis-
tem pessoas impossíveis. O nosso
Senhor é um especialista em pes-
soas, ninguém melhor do que Ele
para nos orientar quanto a melhor
maneira de proceder, visando à
salvação das mesmas (Lc 9.52-56).
Infelizmente, ainda existem muitas
pessoas perdidas, algumas tão
perto de nós e do Reino, mas ainda
sem salvação. Essa realidade deve
intensificar a nossa preocupação e
reiterar a urgência em testemunhar.
3 - Mensagem Dr. John E. Haggai: Cristo o Incomparável. Instituto Haggai, 2008.
39
3. OS QUE ESTÃO NO CAMI-
NHO DEVEM AUXILIAR OS QUE
ESTÃO CHEGANDO
Após o encontro com Cristo,
Saulo foi acompanhado pelos dis-
cípulos em Damasco que, além
de orientação, ofereceu-lhe ajuda
“providencial” contra as ameaças
dos judeus (v.23-25). Ao chegar a
Jerusalém, encontrou um novo gru-
po de discípulos que desconhecia
a sua transformação. Foi quan-
do Barnabé entrou em cena para
apresentá-lo (v.27). Com um am-
biente favorável, Saulo pode andar
livremente com eles e pregar com
coragem em nome do Senhor.
A Igreja deve ser um ambiente
acolhedor, onde os novos conver-
tidos sintam-se à vontade para
crescer e testemunhar. Precisamos
de pessoas como Barnabé que,
cheias do Espírito Santo, atuem
como verdadeiros “pediatras” cui-
dando daqueles que, como “crian-
ças”
, precisam crescer na graça
e no conhecimento. Mais do que
acusações sobre o passado, os no-
vos convertidos precisam ser esti-
mulados na nova caminhada. Que
alegria deve ter sido a de Barnabé,
ao perceber o desenvolvimento de
Saulo. Em paz, a Igreja cresceu e
avançou vivendo no temor do Se-
nhor. Suas ações eram dirigidas
pelo Espírito Santo (v.31).
Para pensar e agir:
“Não é de admirar que os perdi-
dos ajam da maneira como o fa-
zem. Estão perdidos! Mas, quando
Jesus entra numa vida, os pecados
da pessoa são perdoados. Há liber-
tação da culpa, limpeza do pecado
e poder, mediante o Espírito Santo,
para viver para Cristo”4
. Ninguém
melhor do que Paulo para afirmar:
“Portanto, se alguém está em Cris-
to,é nova criação; as coisas velhas
já passaram, e surgiram coisas
novas.
” (2Co 5.17). Uma das me-
lhores maneiras de ser usado por
Deus para alcançar os perdidos,
é demonstrar o Seu amor. Amar é
suprir necessidades. Devemos orar
por eles, enquanto Deus arquiteta-
rá circunstâncias na vida daqueles
por quem estamos orando, a fim de
que experimentem o Seu amor.
Perguntas para
discussão em classe
1.Você já sofreu alguma injúria pelo
simples fato de ser um cristão? O
que sentiu? Como procedeu?
2. Como podemos hoje agir de for-
ma semelhante a Barnabé, que
foi o responsável em introduzir
Saulo à comunhão da Igreja?
3. Quais as diferenças entre o irmão
Barnabé e Diótrefes (3João 9-10)?
Leitura
Diária
Segunda-feira: Atos 9.1-19
Terça-feira: Atos 9.20-31
Quarta-feira: João 17
Quinta-feira: Mateus 5.1-16
Sexta-feira: Salmo 126
Sábado: João 17.14-26
Domingo: Esdras 7.10
4 - ROBINSON, Darrell W. Pessoas Compartilhando Jesus. Rio de Janeiro: Horizonal, 2003, p.115.
40
LIÇÃO 8
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico:
PARCEIROS DE DEUS
Atos 9.32 - 11.30
A missão confiada à Igreja
deve ser realizada mediante às
ações determinadas pelo próprio
Deus através do Espírito Santo
(Mt 28.20). Pode parecer estranho,
mas Deus nos chamou para fazer
aquilo que somente ele pode fazer
(Jo 15.5,16; 16.8).
“A Bíblia é o registro da ativida-
de de Deus no mundo. Na Bíblia,
Deus se revela a si mesmo (sua
natureza), seus propósitos e pla-
nos e seus modos de agir (...). A
Bíblia trata da atividade de Deus e
do seu relacionamento com indiví-
duos. O centro da atenção é Deus
e sua atividade”
.1
Um exemplo foi
o chamado de Moisés. Deus o
convidou para uma parceria que
visava por fim a opressão do seu
“Deus convida você a envolver-se com ele em sua obra”.
(Henry T. Blackaby & Claude V. King)
1 - BLACKABY, Henry T. e KING, Claude V. Conhecendo Deus e Fazendo a sua Vontade. Life Way Brasil, 2002, p.72.
41
povo (Êx 3.7). Ele chamou e capa-
citou, supriu e protegeu. Quando
analisamos os fatos antes, durante
e depois do êxodo, concluímos que
Deus estava em ação.
O Senhor não mudou (Hb 13.8).
Precisamos investir nas disciplinas
que nos permitirão reconhecer a
atividade de Deus hoje. Esse talvez
seja um dos nossos maiores de-
safios em meio a tantas formas de
distração. Quanto mais ocupados,
menos chances teremos de iden-
tificar as ações de Deus. É tempo
de aquietar o coração para saber
onde Deus está agindo (Sl 46.10).
Agir simplesmente como parceiros
de Deus produzirá a leveza que Je-
sus prometeu (Mt 11.28). Erramos
quando ousamos fazer a obra de
Deus do nosso jeito. Somente os
parceiros de Deus, nas mãos de
Deus, conseguirão resultados que
durarão por toda a eternidade.
Analisando os fatos
1. DEUS ESTAVA AGINDO INTEN-
SAMENTE PARA QUE O EVAN-
GELHO ALCANÇASSE OUTROS
POVOS
Uma revolução divina estava em
curso. O Espírito Santo encorajava
a Igreja que crescia em número,
desfrutava de paz, sendo edificada
no temor do Senhor (9.31). Lucas
narrou o que Deus fez além das
fronteiras da Judéia, Galileia e Sa-
maria. Pedro, Barnabé, Saulo e ou-
tros presenciaram Deus estenden-
do a sua obra para outras regiões,
levando a mensagem do Evange-
lho aos gentios (os povos que não
eram judeus). Vamos analisar o
que Deus fez:
1°) DEUS NA CASA DE ENEIAS
(9.32-35) – Deus agia através de
Pedro que estava em plena ação
evangelística e ainda supria os
crentes que foram dispersos pela
tribulação. Pedro viajava por toda
parte. Ao chegar à cidade de Lida,
ele encontrou Eneias, um homem
paralítico que sofria há oito anos.
Em nome de Jesus ele foi curado e
muitas pessoas que foram saber o
que acontecera se converteram ao
Senhor. A ação extraordinária de
Deus atraiu pessoas para Ele mes-
mo e o Evangelho avançou.
2°) DEUS NA CASA DE TABITA
(9.36-42) – Em Jope, um fato esta-
va mexendo com as pessoas. Tabi-
ta (Dorcas), uma generosa mulher,
adoeceu e morreu. Suas amigas
enlutadas sofriam muito. Pedro es-
tava próximo, ainda em Lida, onde
Deus já havia trabalhado na vida de
Eneias. Ele foi chamado e, ao che-
gar ao local onde estava o corpo,
Pedro, sem nenhum espetáculo,
orou ao Senhor que realizou outro
milagre extraordinário. A ressurrei-
ção de Dorcas atraiu a atenção de
muitos que creram no Senhor. No-
vas pessoas foram alcançadas e o
Evangelho avançou.
3°) DEUS NA CASA DE SIMÃO
(9.43; 10.9-23) – A casa de Simão,
o curtidor de peles, pode represen-
tar um período de transição, de es-
pera do servo em missão até saber
de Deus quais os passos que de-
veria dar. Deus precisava quebrar
alguns preconceitos na visão de
Pedro. Ficar hospedado na casa de
42
um homem que lidava com animais
mortos era um bom começo. Foi
em oração, na casa deste homem,
que Deus falou com Pedro sobre o
contato que teria com o centurião
Cornélio. Foi necessária a interven-
ção divina para que Pedro aceitas-
se o convite de ir à casa de Corné-
lio, que era um gentio considerado
impuro. Quem entrasse na casa de
um impuro também seria conside-
rado impuro pelos judeus. Deus
trabalhou primeiro a visão de Pedro
na casa de Simão. Ele não pode-
ria considerar profano o que Deus
considerava puro. Antes de avan-
çar, o Espírito Santo deu os deta-
lhes quanto ao que iria acontecer.
Pedro, convencido pelo Espírito,
foi receptivo aos dois homens en-
viados por Cornélio em obediência
a Deus. A ação extraordinária de
Deus preparou o terreno para que
o Evangelho chegasse aos gentios.
4°) DEUS NA CASA DE COR-
NÉLIO (10.24-48) – Cornélio era
um homem influente, comandava
100 soldados. Ele também era um
homem piedoso, temente a Deus,
generoso, justo, com um bom tes-
temunho social e orava continua-
mente a Deus. Deus agiu de forma
simultânea na casa de Cornélio e
na de Simão, visando a pregação
do Evangelho aos gentios. Corné-
lio reuniu muitas pessoas em sua
casa para ouvir o que o Senhor
tinha a dizer através de Pedro
(10.33). O Evangelho foi anunciado.
Os gentios receberam uma dádiva
idêntica a dos judeus: o dom do
Espírito Santo (2.45). Pedro, devi-
do aos acontecimentos na casa de
Cornélio, batizou os primeiros gen-
tios convertidos ao Senhor.
5°) DEUS NA IGREJA EM JE-
RUSALÉM (11.1-18) – Os demais
apóstolos e os irmãos que não ha-
viam presenciado o que Deus ha-
via feito (11.15), motivado pelo pre-
conceito aos gentios, resolveram
questionar Pedro. As barreiras cul-
turais ainda estavam muito firmes
na mente desses crentes judeus.
Pedro se limitou apenas a narrar as
ações de Deus. Iniciou com as ex-
periências na casa de Simão até os
fatos ocorridos na casa de Corné-
lio. O Espírito Santo trabalhou de tal
forma, que os crentes de Jerusalém
finalmente entenderam que Deus
havia concedido também aos gen-
tios o arrependimento para a vida.
O Senhor trabalhou para que tais
fatos revolucionários contribuíssem
para o avanço da Igreja.
6º) DEUS EM ANTIOQUIA (11.19-
26) – Através de Pedro, Deus traba-
lhou a visão da Igreja em Jerusalém
em relação aos gentios. Para que o
Evangelho alcançasse os confins
da terra era necessário quebrar al-
guns preconceitos. Deus também
estava trabalhando em Antioquia.
A Igreja nesta cidade era fruto da
pregação dos irmãos que saíram
de Jerusalém após a morte de Es-
têvão. Lá, além dos judeus, outros
povos também tiveram acesso à
43
mensagem do Evangelho. Grande
número de pessoas creram e se
converteram ao Senhor. A lideran-
ça da Igreja em Jerusalém enviou
Barnabé para observar os fatos.
Ele se alegrou e exortou os irmãos
a perseverarem no Senhor. Ho-
mens como Barnabé conseguem
perceber o que Deus está fazendo
(11.24). Ele buscou Saulo e por um
ano instruíram muitas pessoas. O
estilo de vida daqueles irmãos os
levaram a merecer o título de cris-
tãos – representantes ou seguido-
res de Cristo. Gente que parecia
com Cristo (V.26).
7º) DEUS MOBILIZANDO A
IGREJA (11.27-30) – A Igreja de
Antioquia, cheia da graça de Deus,
foi informada pelo Espírito, através
do profeta Ágabo, acerca da fome
que atingiria o mundo. Prontamen-
te eles se mobilizaram, cada um
conforme as suas posses, e en-
viaram ajuda aos irmãos neces-
sitados da Judéia. Ajudaram des-
conhecidos demonstrando que “a
fé cristã não abre apenas nosso
coração para crer, mas também
nosso bolso para contribuir. Re-
cebemos não somente a graça da
salvação, mas também a graça da
contribuição”
.2
Barnabé e Saulo fo-
ram os portadores das ofertas que
deveriam ser entregues à lideran-
ça em Jerusalém. O Senhor atuou
mobilizando as pessoas a agirem
com generosidade.
Para pensar e agir:
Como vimos, Deus estava agin-
do constantemente e convidando
as pessoas a juntar-se a Ele naqui-
lo que pretendia realizar. A missão
de resgatar vidas é de Deus. Nós
devemos apenas corresponder aos
seus estímulos através do Espírito
Santo. Precisamos ser parceiros
naquilo que Deus tem a fazer hoje.
“Existem dois fatores importantes
para você reconhecer a atividade
de Deus ao seu redor: 1) Você tem
de estar vivendo num íntimo rela-
cionamento de amor com Deus. 2)
Deus tem de tomar a iniciativa de
abrir seus olhos espirituais, para
que você possa ver o que Ele está
fazendo.”3
Sigamos o exemplo de
Jesus: “Meu Pai trabalha até agora,
e eu trabalho também” (Jo 5.17).
Perguntas para
discussão em classe
1. Que tipo de ações podem impedir
os cristãos de hoje a identificar
onde Deus está agindo?
2. Se um servo como “Barnabé” vi-
sitasse a sua Igreja hoje, o que
ele veria?
3. Se recebemos “não somente a
graça da salvação, mas também
a graça da contribuição”
, porque
muitos cristãos se negam a con-
tribuir para a obra de Deus?
Leitura
Diária
Segunda-feira: Atos 9.32-42
Terça-feira: Atos 9.43 - 10.48
Quarta-feira: Atos 11.1-18
Quinta-feira: Atos 11.19-30
Sexta-feira: 2Reis 6.8-23
Sábado: Amós 3.7
Domingo: João 5.17-20
2 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.230.
3 - BLACKABY, Henry T. e KING, Claude V. Conhecendo Deus e Fazendo a sua Vontade. Life Way Brasil, 2002, p.73.
44
LIÇÃO 9
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico:
O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO
Atos 12.1-19
A oração é a exposição da alma
ao grande Deus. É um tempo
precioso, uma conversa. Na pre-
sença do Senhor, falamos e tam-
bém ouvimos. São momentos
“poderosos” que podem acontecer
em qualquer lugar. Podemos orar
a sós com Deus ou com outras
pessoas. Também podemos orar
pelo que está perto ou distante.
A oração é um princípio que, em-
bora tenha na Bíblia centenas de
exemplos, ainda é uma “arma”
desconhecida ou esquecida por
muitos cristãos em nossos dias.
Pessoas e Igrejas que oram são
diferentes. A oração quebranta,
aproxima, anima, dá visão, ou-
“Precisamos priorizar a oração, transformá-la em parte
integrante do estilo de vida de cada membro, bem como
de toda a Igreja.A bênção e o poder da oração precisam ser
experimentados e buscados com intensidade de alma”.
(Paschoal Piragine JR)1
1 - PIRAGINE JR, Paschoal. Crescimento integral da igreja. São Paulo: Editora Vida, 2006.
45
sadia e revela coisas ocultas que
não sabemos (Jr 33.3). A oração
leva o povo de Deus à descober-
tas que produz curas (2Cr 7.14).
Samuel Chadwik, consciente do
poder da oração, afirmou que: “A
única preocupação do diabo é im-
pedir o crente de orar.Ele não teme
estudos, trabalho e religião sem
oração.Ele ri de nossa labuta,zom-
ba de nossa sabedoria, mas teme
quando oramos”.2
O livro de Atos nos fornece his-
tórias riquíssimas sobre a oração.
Veja através das leituras diárias
desta semana que os cristãos do
primeiro século, em meio as mais
variadas circunstâncias, recorreram
à oração e por isso experimenta-
ram as manifestações, na maioria
das vezes inexplicáveis, do poder
de Deus. Um bom exemplo é o texto
bíblico em destaque: Atos 12.1-19.
Vejamos alguns conceitos sobre
o princípio da oração:
Analisando os fatos
1. Orar deve ser o primeiro re-
curso e não o último
Herodes era um governante
preocupado em agradar o povo.
Ele já havia matado Tiago, ao fio
da espada. Planejava fazer algo
semelhante com Pedro. Em outra
situação, o mesmo Pedro havia
sido libertado da prisão pelo anjo
do Senhor (At 5.17-20). Herodes
então mandou reforçar a segu-
rança, colocando 16 soldados vi-
giando Pedro. Apesar de tamanha
pressão, o servo do Senhor estava
dormindo enquanto a Igreja orava
com insistência a Deus. O Senhor
novamente enviou um anjo para
libertar o seu servo. Pedro saiu e
foi imediatamente à casa da “irmã”
Maria, onde acontecia uma reunião
de oração. Todos se alegraram ao
ver que Pedro estava livre.
Quais os recursos que temos
utilizado? Muitas vezes planeja-
mos resolver os nossos proble-
mas utilizando a força humana ou
nossos contatos com pessoas in-
fluentes. O povo de Deus precisa,
antes de qualquer coisa, falar com
Deus sobre os fatos que envolvem
o seu dia a dia. “Orar é falar com
aquele que está no trono, que tem
poder, autoridade e controle sobre
todas as coisas. Orar é associar-
-se ao mais forte”
.3
Por que a oração deve ser o pri-
meiro recurso?
1°) Por ser uma orientação de Je-
sus (Mt 6.5-13);
2°) Para seguirmos o exemplo de
Jesus (Mt 26.36);
3°) Para provarmos do poder de Je-
sus (Mt 15.36, Jo 14.13-14);
4°) Para nos mantermos fiéis a Je-
sus (Lc 21.36);
5°) Por que só Jesus pode todas as
coisas (Lc 8.24-25).
“Não se pode negar que a maior
preocupação da Igreja hoje são as
finanças. E, no entanto, esse pro-
blema que tanto inquieta as Igrejas
modernas era o que menos pertur-
bava a do Novo Testamento. Hoje
2 - BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. São Paulo: Vida Nova,1993, p.271.
3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.
4 - RAVENHILL, Leonard. Por que tarda o pleno avivamento? Belo Horizonte: Editora Betânia, 1989, p.23.
46
damos mais ênfase à contribuição;
eles davam à oração”
.4
2. Devemos orar sempre, sem
desfalecer
Embora abalados pela morte
de Tiago e aflitos pela situação
de Pedro, os irmãos resolveram
orar. Nossas orações devem ter
um conteúdo sincero que revele
nossas limitações e confiança no
Altíssimo. Eles tinham pouca força
diante do poderoso rei Herodes,
mas gozavam do privilégio de po-
der falar com o Rei dos Reis e Se-
nhor dos Senhores. Eles clamaram
insistentemente ao Senhor. Deus
respondeu o clamor dos seus ser-
vos, libertando Pedro da prisão de
forma sobrenatural. Mais uma vez
estamos diante de um “absurdo” de
Deus que acompanha o povo que
clama. Tudo pode acontecer se cla-
marmos de acordo com a vontade
de Deus (1Jo 5.14-15).
3. Quando orar, confie no poder
de Deus
Muitas vezes agimos como a
criada Rode, que se espantou com
a presença de Pedro. Era a res-
posta do Senhor batendo à porta.
Precisamos esperar com fé e pa-
ciência pelo Senhor (Sl 40.1). A
resposta sempre virá no tempo cer-
to, seja um sim ou mesmo um não.
Geralmente esses são mais fáceis
de aceitar. O problema é quando o
Senhor nos manda esperar. Nossa
expectativa e pressa poderão nos
levar ao desânimo ou a perda da
confiança no Senhor. Orações que
ignoram a soberania de Deus, que
não estão alinhadas com a sua von-
tade terão sempre como resposta
um amoroso não. Deus jamais en-
trará em contradição para atender
os nossos deleites (Tg 4.3). “O ser
humano, depois da queda, entrou
em inimizade com Deus. Imagine
se todos os homens, corrompidos
por causa do pecado, tiverem todas
as suas petições egoístas respon-
didas, o mundo estaria num caos
pior do que está agora.”5
Precisamos confiar que Deus
ouve o nosso clamor e que somen-
te Ele tem todo o poder para agir
em qualquer situação. Lembremo-
-nos do estribilho do hino “em fer-
vente oração”: “Quando tudo pe-
rante o Senhor estiver, e todo o teu
ser Ele controlar, só, então, hás de
ver que o Senhor tem poder, quan-
do tudo deixares no Altar”
. Precisa-
mos visitar constantemente o altar
do Senhor!
“O Senhor é o Especialista de
que precisamos para as experiên-
cias inconcebíveis e impossíveis.
Ele se agrada em realizar aquilo
que não nos é possível fazer. Po-
rém, aguarda nosso pedido. Fica à
espera da nossa solicitação”
.6
Temos vários exemplos, além dos
relatados em Atos dos Apóstolos,
que servem para nos dar a certeza
de que orar é recompensador. Ho-
mens como Moisés, Josué, Davi,
Samuel, Elias, Eliseu, Neemias, Je-
remias, Isaías, Daniel, Habacuque
e outros gozaram dos benefícios da
5 - QUEIROZ, Edison. 40 dias de Jejum e Oração. São Paulo: ATG, 2014.
6 - SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de Crise. São Paulo: Mundo Cristão, 2004.
47
oração. Jesus ensinou seus discí-
pulos a orar. Homens como Paulo
também descobriram os segredos
da oração (Fl 4.6-7). Agora so-
mos nós que precisamos priorizar
o tempo de comunhão com Deus
para crescermos.
Para pensar e agir:
“Orar a Deus é um presente que
Ele mesmo nos deu e não um pro-
duto que se compra no mercado
religioso. Uma vida de oração é um
sinal de espiritualidade genuína,
além de ser um privilégio que não
podemos terceirizar.”7
Precisamos
resgatar o princípio da oração em
nossa própria vida, em nossos la-
res e também em nossas Igrejas.
“Nenhum homem na Terra pode ter
sucesso na vida espiritual sem uma
vida regular de oração”
.8
Muitas Igrejas estão sendo re-
conhecidas pela capacidade ad-
ministrativa ou eloquência de sua
liderança, pela qualidade musical
em seus cultos ou até mesmo pelo
belo patrimônio construído. Embora
sejam coisas importantes e agradá-
veis, não podem ser comparadas a
sermos conhecidos como Casa de
Oração, pois essa é a vontade de
Deus (Mt 21.13). Um dos segredos
mais importantes para o “sucesso”
do ministério é o reconhecimento
de que a nossa capacidade vem
da sintonia com Deus (Jo 15.5).“Só
sabemos que Jesus é tudo aquilo
de que precisamos quando Ele é
tudo aquilo que temos.
”9
Na hora da crise, da persegui-
ção ou das ameaças que todos
os dias alcançam o povo de Deus,
lembremos que a oração é a nos-
sa melhor defesa. Primeiro falamos
com Deus sobre os nossos pro-
blemas, para depois agirmos dire-
cionados por Ele. Não podemos
deixar de orar por mais intimidade
com Deus, relacionamento familiar,
relacionamentos afetivos, vida pro-
fissional, acadêmica, ministerial, etc.
Perguntas para
discussão em classe
1. A Igreja, em nossos dias, tem ne-
gligenciado a oração? Se positi-
vo, dê exemplos.
2. Quais são os maiores inimigos
para a obtenção de uma vida de
oração?
3. O que podemos fazer no lar para
que a nossa família seja uma fa-
mília de oração?
4.Nossas decisões eclesiásticas es-
tão sendo precedidas de oração?
5. Até que ponto a modernidade
nos afastou da vida de oração?
Leitura
Diária
Segunda-feira: Atos 1
Terça-feira: Atos 2.37-47
Quarta-feira: Atos 3.1-10
Quinta-feira: Atos 4.1-31
Sexta-feira: Atos 6.1-7; 9.40; 10.1-8
Sábado: Atos 13.1-6; 14.23
Domingo: Atos 16.13,16,25;
20.36; 21.5; 22.17; 28.8
7 - QUEIROZ, Sérgio. Gloriosas Ruinas. São Paulo: Mundo Cristão, 2016.
8 - RAVENHILL, Leonard. Avivamento à maneira de Deus. 1ª edição. São Paulo: The Way Books, 2010.
9 - CORDEIRO, Wayne. Peneirado. São Paulo: Vida, 2013.
48
LIÇÃO 10
DATA DO ESTUDO
Texto Bíblico:
A PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO
“Sabedoria para enviar obreiros e resolver os conflitos”
Atos 13.1 - 15.35
Em sua primeira viagem para
divulgar o Evangelho, Paulo e
Barnabé saíram de Antioquia,
onde os seguidores de Jesus fo-
ram chamados pela primeira vez
de “cristãos”
, dirigindo-se primeiro
a Chipre, onde Barnabé nasceu
e foi criado, e depois à Ásia Me-
nor (a Turquia moderna). Foi um
período marcado por confrontos,
perseguições, milagres extraordi-
nários, muitas conversões e uma
intensa ação do Espírito Santo na
vida dos servos de Deus e através
deles. Analisando os fatos narra-
dos por Lucas, percebemos o Es-
pírito Santo guiando a Igreja em
suas decisões.
A Igreja de hoje também desfru-
ta da presença do Espírito Santo.
“Quanto mais tempo fazemos uma coisa, e quanto
melhor fazemos, mais somos tentados a depender de nossa
capacidade e competência em vez de depender de Deus.”
(Glenn Wagner)1
1 - Glenn Wagner. A igreja que você sempre quis. São Paulo: Editora Vida, 2004, p.152.
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  • 1. FATOS PARAHOJE Revendo os fatos que marcaram a Igreja no Século I, em busca dos princípios para a Igreja do séculoXXI Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense Ano 13- n° 51 - Outubro /Novembro / Dezembro - 2016 Pr. José Gomes da Silva Filho
  • 2.
  • 3. LIÇÕES LIÇÕES SUMÁRIO LIÇÕES RESGATANDOA VISÃO MISSIONÁRIA CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO EM NOME DE JESUS CRISTO RESISTINDOAS INVESTIDAS DO INIMIGO LIDERANÇAESPIRITUAL SERVOS QUE NOS INSPIRAM UMVASO ESCOLHIDO PARCEIROS DE DEUS O PRINCÍPIO DAORAÇÃO APRIMEIRAVIAGEMDEPAULO ASEGUNDAVIAGEMDEPAULO ATERCEIRAVIAGEMDEPAULO SIMPLESMENTE UMAIGREJA 02 CONGRESSO MULTIPLIQUE 03 PRIMEIRAS PALAVRAS PARAQUEAUNIDADE SEJA PRESERVADANAS IGREJAS... 05 VIRACRIANÇA AJUDANDO A CRIANÇA A CRESCER COM CRISTO! 06 CONGRESSO DE EBD TEMPO DE APRENDER, TEMPO DE INVESTIR! 07 PALAVRADO REDATOR REVITALIZANDO A EBD 09 APRESENTAÇÃO JOSÉ GOMES DASILVAFILHO 32 DIA DO PLANO COOPERATIVO 10 14 18 22 26 30 36 40 44 48 52 56 60
  • 4. 2
  • 5. 3 PRIMEIRAS PALAVRAS PARA QUE A UNIDADE SEJA PRESERVADA NA IGREJA... Ouvi recentemente de um colega:“Te- nho saudade das polêmicas ingênuas do passado, quando questões bem simples chamavam a atenção: usar uma bateria ou uma guitarra entre os instrumentos na Igreja, ter o cabelo comprido, usar calça comprida, bater palmas durante os cân- ticos” . E se voltarmos um pouco mais no tempo, encontraremos outras questões que geraram inclusive disciplina para os que praticavam o que era proibido, tais como: uso de maquiagem, ir ao cinema, jogar futebol e tantas outras questões culturais que ocupavam as mentes de al- guns de nossos líderes como algo a ser combatido. No passado, era muito mais comum a tensão entre dinâmica e forma, bem como entre inovação e conservadoris- mo. Entretanto hoje, há questões que estão subjacentes, que de modo tácito ou explícito permanecem, preocupam e confundem aos que não têm conhe- cimento de nossa história e limitado conteúdo bíblico, sendo facilmente con- fundidos em relação à nossa identidade denominacional e os objetivos de Jesus para nós, pois somos um povo que valo- riza a teologia e doutrinas bíblicas como geradoras de nossos princípios e valo- res, que são imutáveis. Algumas questões que geram enfra- quecimento da unidade, em nossos dias, não são tão objetivas e vinculadas a as- pectos culturais, mas refletem um grave atentado contra o ideal de Jesus para a Igreja com a qual Ele sonhou e orou, conforme lemos: “E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que tam- bém eles sejam um em nós;para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um; eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste,e que os amaste a eles,assim como me amaste a mim” (Jo 17.20-23). Para que a unidade seja preservada na Igreja, precisamos aprender a convi- ver e respeitar diferenças, como reflexo da sabedoria divina que pôs no corpo to- das as gerações como quis. Precisamos caminhar em direção ao nosso próprio aperfeiçoamento, respeitando a diversi-
  • 6. 4 dade da Igreja de Cristo, favorecendo a integração de todas as gerações. É importante lembrarmos que esta- mos nos preparando para a eternidade, onde não haverão “departamentos” sepa- rados, um para cada gosto. Lá, encontra- remos o Único Senhor e o único céu para todas as gerações! Bom seria começar- mos a nos acostumar com essa ideia, en- quanto ainda estamos na terra. A fé e a esperança cristã não podem abrir mão da unidade do corpo de Cris- to e, por outro lado, a unidade cristã não significa uniformidade, mas comunhão até mesmo dos contrários. É por isso que a Palavra de Deus nos exorta: “Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus co- locou os membros no corpo, cada um deles como quis” (1Co 12.17-18). Somos desafiados a nos aperfeiçoar- mos como Corpo de Cristo através da compreensão e da efetiva realização da integração entre as diferentes gerações que compõem a Igreja de Cristo e, se- gundo a Palavra de Deus, por propósito dEle, fomos formados diferentes para que aprendamos a conviver de forma in- tegrada com tais diferenças. Como somos essa diversidade na Igreja, nenhuma geração, tradição cultu- ral ou de costumes, pode ter o monopó- lio do estilo e das formas, sob pena de subestimar e reduzir a variedade criada por Deus. Para que a unidade seja preservada na Igreja, precisamos entender que só a ação do Espirito Santo pode tornar pos- sível esse desafio, pois só Ele pode pro- duzir unidade e unanimidade.Veja o texto que caracteriza a “Igreja Batista” no início da era cristã: “e perseveravam na dou- trina dos apóstolos e na comunhão,no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos. To- dos os que criam estavam unidos e ti- nham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. E, perseverando unânimes todos os dias no templo,e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e cain- do na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos”(At 2.42-47). Os fundamentos da Igreja que é es- piritual, apresentados nesse texto, nos ajudam a definir as atitudes que nos unem: perseverar na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Esse era o resultado levado a efeito pela ação do Espírito San- to, pois estavam unidos. E, por olharem para as metas de Jesus e não para as suas, podiam permanecer assim: unidos e unânimes. Precisamos aprender com os irmãos do passado, mas também com os de hoje. Não podemos permitir que ques- tões culturais, disputa de poder ou pres- tígio, busca de vantagens, preferências ou até mesmo dinheiro ou coisas, nos distanciem dos objetivos de Jesus e pas- semos a defender os nossos próprios. Tudo isso tira a alegria de Jesus em nós. Por isso devemos rogar ao Pai que con- tinue a encher o nosso coração de sua presença transbordante, e que Jesus sempre esteja em primeiro lugar, sendo prioridade absoluta. Então fluirão de nós amor, paz, alegria e união, que tanto ne- cessitamos e desejamos. Pr. Amilton Vargas Diretor Executivo da CBF
  • 7. 5
  • 8. 6
  • 9. 7 PALAVRA DO REDATOR REVITALIZANDO A EBD A EBD, ao longo de toda sua histó- ria, sempre passou por grandes de- safios e críticas para seguir adiante. O próprio Robert Raikes1 , que ideali- zou a primeira Escola Bíblica Domini- cal com o objetivo de promover ensi- no para as crianças carentes da sua cidade, foi confrontado por religiosos da sua época que não acreditavam na importância e na necessidade de tal instituição de ensino. Há quem rotule a EBD como algo arcaico e ultrapassado; que não con- segue atingir seus objetivos dentro do mundo contemporâneo. No livro Redescobrindo a Alegria das Manhãs de Domingo, Ken Hem- phil lembra que “a Escola Dominical não é um dinossauro”2 , o que existe é uma compreensão equivocada sobre a forma como ela deve ser mantida e gerenciada. Hemphil escreve que nossa intenção não deve ser preser- vá-la por simples nostalgia, antes, “temos de descobrir ferramentas e organizações que nos capacitem a cumprir a Grande Comissão da ma- neira mais eficiente possível” . Revitalizar não é simplesmente adotar ferramentas pedagógicas mo- dernas para a educação cristã. Mais do que isso, como o próprio nome diz, é dar nova vida à EBD por meio de um conjunto de ações estraté- gicas aplicadas em parceria dentro da Igreja, de modo contínuo e per- manente. Portanto, para revitalizar a EBD é necessário: 1- Diagnóstico da Realidade – reunir a liderança da EBD para avaliar o momento atual e identificar os pon- tos fortes e fracos. Fazer uma pesqui- sa com os professores e alunos para obter suas opiniões sobre a adminis- tração da EBD, sua estrutura (horário, salas, abertura e encerramento, divi- são em departamentos e classes por faixa-etária, etc), literatura, e também colher sugestões. 2- Planejamento – é indispen- sável a realização de uma ampla reunião com todos os envolvidos, com o fim de traçar o planejamen- to estratégico da Escola Dominical. O planejamento estabelece anteci- padamente qual roteiro será percor- 1 - Robert Raikes (Gloucester, 14 de setembro de 1736 — 5 de abril de 1811) foi um filantropo inglês e leigo anglicano, conhecido por sua promoção de Escolas dominicais. 2 - Hemphill, Ken S. – Redescobrindo a alegria das manhãs de domingo – Exodus, 1997.
  • 10. 8 rido, indicando “o quê” , “quando” , “por quem” e “como” será feito. Jesus falou sobre esse assunto em Lucas 14.28: “Se um de vocês quer construir uma torre,primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá” . 3- Desenvolver um programa de capacitação dos Professores – de nada adianta levar os alunos para a igreja no domingo pela manhã, se os professores não estiverem devida- mente capacitados para o ensino das lições bíblicas. Por isso, é necessária a realização periódica de palestras e/ ou seminários de capacitação e qua- lificação do corpo docente. 4- Investimento em estrutura e materiais didáticos – para atingir e manter a eficiência, a EBD necessita de estrutura física em condições ca- pazes de recepcionar os alunos, bem como de recursos didáticos que pos- sibilitem aos educadores a utilização de métodos diversificados de ensino. 5- Campanhas de incentivo – a EBD precisa ser conhecida na Igre- ja e fora dela. Por isso há uma ne- cessidade de marketing. O Pr. César Moisés, em seu livro Marketing para a Escola Dominical, diz que o marke- ting para a Escola Dominical tem como propósitos: atrair, conquistar e manter alunos na instituição3 . 6- Avaliar – a avaliação deve acontecer antes, durante e depois. Por melhor que seja o projeto a ser experimentado, deve ser avaliado pe- riodicamente em reunião com os pro- fessores. Alguns poucos educadores já descobriram esse caminho e estão promovendo mudanças significativas em seu sistema de ensino bíblico. Aqui vão algumas sugestões para revitalizar a sua EBD. Creio que ou- tras poderão surgir ou até mesmo você, como diretor de EBD ou profes- sor, tem utilizado outras ferramentas. Envie-nos sugestões e exemplos que foram utilizados em sua Igreja que ajudou na revitalização da sua EBD para o e-mail: educacaoreligiosa@ batistafluminense.org.br, que publi- caremos nas próximas edições. Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda Redator da Revista P&V Diretor do Departamento de Educação Religiosa da CBF 3 - Carvalho, César Moisés - Marketing para a Escola Dominical
  • 11. 9 FATOS PARA HOJE O livro de Atos dos Apóstolos, tam- bém chamado por muitos de “Atos da Igreja de Jesus Cristo” , contém inúme- ras histórias que inspiram o leitor de- votado e atento a ser um instrumento nas mãos de Deus. Estudar Atos é uma oportunidade de analisar a essência da Igreja de Cristo e o cuidado de Deus em guiar, proteger e orientar o seu povo. É um livro que revela o nosso “DNA” , nos instrui quanto às características que nos diferem e nos aponta o caminho seguro para simplesmente sermos uma Igreja. Também é um livro que nos mo- tiva ao enchimento do Espírito Santo. Neste quarto trimestre de 2016, vamos investigar algumas histórias em busca dos princípios que nos permitirão cum- prir as ordens do nosso Mestre Jesus. O médico Lucas escreveu Atos, provavelmente na segunda metade do primeiro século. Seus 28 capítulos são relatos que comprovam que a história de Jesus não terminou com Jesus. Os cristãos deram continuidade, partici- pando ativamente da ação de Deus para alcançar os pecadores. Veremos que pessoas como nós, formaram a chamada “Igreja Primitiva” . Irmãos que aceitaram o desafio e, cheios do Espí- rito Santo, testemunharam acerca dos mistérios de Deus. Os resultados se es- tenderam até os nossos dias e deverão continuar por toda a eternidade. Daí a importância de avaliarmos os princí- pios (algumas disciplinas que são pre- dominantes na Igreja de Jesus Cristo e que carecem da nossa atenção) que fizeram a diferença no primeiro século e, com a devida contextualização, evi- denciá-los hoje. A Igreja somos nós! Nossa expec- tativa é que após o estudo dedicado de cada lição, o aluno assuma o compro- misso de agir de acordo com os princí- pios que fizeram da Igreja de Jesus Cris- to uma comunidade separada, cheia do poder de Deus e com uma mensagem capaz de revolucionar o mundo. Vamos juntos em busca dos fatos que nos aju- darão a saber o que aconteceu com a Igreja. É tempo de retornarmos aos princípios bíblicos que levaram os nos- sos irmãos do passado a serem cha- mados de cristãos (At 11.26). Bom trimestre! APRESENTAÇÃO QUEM ESCREVEU José Gomes da Silva Filho Natural do Rio de Janeiro, nascido em 21/11/1969. Casado em 30/01/1993 com a M. M. Sueli Gabilan C. L. da Silva, pai de Jônatas e Joyce. Desde 02/12/1996 pastoreia a Igreja Batista em Ponte Preta, Queimados, RJ. Ba- charel em Teologia pelo Seminário Teo- lógico Batista do Sul do Brasil, 1994. Graduado em Liderança Avançada pelo Instituto Haggai Nacional, 2007 e CEDAP Igreja +, 2015. Graduado pelo MAPI-RJ no curso de Mentor Master, 2010 e Master Coach Cristão, 2013. É membro do Conselho da CBF. Foi pre- sidente da ABAQUE (Associação Batis- ta Queimadense) e é o atual presidente da OPBB (Subseção Queimadense). Escritor das revistas: Neemias e o de- safio da reconstrução 3°T/2012 e Vidas que marcaram o seu tempo 3°T/2013.
  • 12. 10 LIÇÃO 1 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: RESGATANDO A VISÃO MISSIONÁRIA Atos 1.1-14 O autor britânico Patrick Johnstone escreveu o livro “A igreja é maior do que você pensa” . Uma obra que visa reacender a chama da evangelização mundial em cada um de nós e consequentemente em cada Igreja local. A Igreja é maior do que pensamos no tem- po: porque a Igreja foi planejada por Deus na eternidade e o seu destino é estar com Deus por toda a eternidade. A Igreja é maior do que pensamos no tamanho: por- que a Igreja deve encarar o de- safio da evangelização mundial até os confins da terra. A Igreja é maior do que pensamos em es- trutura: porque devemos fazer as 1 - MARQUES, Cristopher. Um novo olhar para a missão da igreja. São Paulo: Editora Reflexão, 2015. “Quando a Igreja perde de vista o seu chamado de ser a portadora do Evangelho para o mundo, ela vira um clube religioso como outro qualquer, simplesmente cuidando das necessidades e dos interesses dos seus membros.” (Chistopher Marques)1
  • 13. 11 possíveis correções que nos ajuda- rão a tornarmos mais eficazes no cumprimento da missão. A ressurreição de Jesus Cristo foi o grande ponto de partida para que os discípulos abrissem a visão e levassem a mensagem do Evan- gelho até os confins da terra.A mis- são da pregação universal foi dele- gada por Jesus aos seus servos no primeiro século, se estendendo a todos nós até a sua volta. Deve- mos anunciar enquanto vivemos a expectativa do grande dia. O que aconteceu com a Igreja? É tempo de resgatarmos a visão mis- sionária em nossas vidas, famílias e Igrejas! Analisando os fatos Segundo alguns comentaristas, o Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos resultam de um único esforço literário. No mundo antigo, eram comuns as obras que con- sistiam em várias partes ou livros. Segundo Champlim, “juntas, essas duas obras formam o mais comple- to registro histórico de como se de- senvolveu a nova religião revelada em torno da personalidade do Se- nhor Jesus Cristo.”2 Após longa in- vestigação, Lucas dedicou o seu li- vro a Teófilo (Lc 1.3; At 1.1). O nome significa “amigo de Deus” . “É prová- vel que ele já fosse cristão, e que Lucas escreveu seu livro para aju- dar a ele, e a outros como ele, a ter um relato fidedigno dos começos do cristianismo.”3 Portanto, é uma mensagem para todos os cristãos, em todos os tempos.A palavra “até” (1.2) indica que no livro de Atos es- tudamos o que Jesus continuou a fazer por intermédio dos seus discí- pulos após ter sido levado por Deus ao céu (1.9). O Evangelho de Lucas termina com uma breve referência à ascensão de Jesus (Lc 24.50-53) e Atos inicia com relatos do mesmo fato. É uma prova de que a promes- sa foi cumprida: “ ...e eu estarei con- vosco todos os dias, até o final dos tempos” (Mt 28.20). Antes de ser levado ao céu, Jesus tomou algumas providências para que seu ministério continuasse na terra. Passou 40 dias treinando os apóstolos (1.3). Eles receberam a ordem para permanecerem em Je- rusalém à espera da promessa do Pai (1.4).A descida do Espírito San- to estava condicionada à subida de Cristo (Jo 16.7). “O lugar do ‘fracas- so’ haveria de ser o território da vi- tória. O mesmo lugar onde Cristo foi humilhado, ali deveria também ser exaltado. O palco do padecimento deveria ser também o cenário do derramamento do Espírito” .4 A Igreja precisava de algo que a preparasse para cumprir um minis- tério de alcance mundial. Proclamar aquilo que Cristo havia realizado era a ordem a ser cumprida. Só no po- der do Espírito Santo tal obra pode- 2 - CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por versículo. São Paulo. Candeia. 3 - MARSHALL. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1988. 4 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.
  • 14. 12 ria ser realizada (Jo 15.5; Lc 24.49). O Espírito Santo viria para habitar na Igreja e capacitar a todos que assumissem a responsabilidade de testemunhar acerca do Cristo (1.5). Os apóstolos fizeram uma per- gunta que demonstrou a lentidão deles em entender a natureza es- piritual do Reino de Deus (1.6). Marshall diz que a pergunta deles poderia se tratar de uma reflexão da esperança judaica de que Deus estabelecesse Seu domínio de tal maneira que o povo de Israel fi- casse livre dos seus inimigos (es- pecialmente os romanos) e fosse estabelecido como nação que sub- jugaria os demais povos. Porém “o Reino de Deus não é terreno, mas espiritual. Seu trono é estabelecido no coração das pessoas, não nas embaixadas e governos” .5 O mais importante era a tarefa imediata dos discípulos, que era a de agir como testemunhas de Jesus des- de Jerusalém até aos confins da terra (1.7). Porque devemos resgatar a visão missionária em nossas vidas, famí- lias e Igrejas? 1 - PORQUE É PLANO DE DEUS. A Bíblia revela o plano de Deus: “ ... todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus” (Is 52.10). Estamos seguindo uma linha histó- rica estabelecida por Deus e reve- lada em Atos (1.11). Primeiro, Jesus voltou ao Céu. Segundo, a descida do Espírito Santo. Terceiro, a Igreja “militante” assume a tarefa de tes- temunhar até os confins da terra. Por fim, a volta de Cristo (Parou- sia). Nós somos parte e devemos executar o plano. Estamos vivendo o período de testemunho e missão que antecederá a volta de Cristo (Mt 24.14). Não há outro plano. A Igreja re- cebeu o poder para testemunhar. Nossa vida precisa estar compro- metida com o plano de Deus. O apóstolo Paulo foi um bom exemplo ao dizer: “Mas em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20.24). Dar testemunho, este é o plano! 2 - PORQUE TODO CRISTÃO TEM UMA RESPONSABILIDADE GLOBAL (1.8) A ordem de Jesus foi para que a mensagem fosse proclamada. O Reino de Deus deveria propagar-se por todas as regiões. Os apósto- los originais de Jesus cumpriram a Grande Comissão levando a mensagem do Evangelho de Je- rusalém, na palestina, à Samaria, no Mediterrâneo. Agora faz parte da tarefa da Igreja completar essa Grande Comissão, levando a men- sagem até os confins da terra. Se somos salvos hoje, foi porque alguém foi fiel à ordem de Jesus e nos transmitiu o Evangelho. A coi- 5 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.
  • 15. 13 sa mais graciosa que temos a fazer neste mundo, após experimentar a beleza e o poder de Jesus, é com- partilhar tal experiência com outras pessoas. O nosso “testemunho” é o resultado do que vivemos ao lado de Jesus. O Mestre nos chamou para sermos suas “testemunhas” , ou seja, relatar aquilo que expe- rimentamos após sermos alcan- çados pela graça de Deus. Isso poderá implicar em sérias conse- quênciasdiantedomundoemtrevas (Jo 15.20). Os relatos de Lucas nos demais capítulos do livro de Atos irão demonstrar o Senhor enviando, livrando, curando e mesmo quando alguns pagaram com a própria vida por amor a Cristo, viram a glória de Deus (7.55). Para pensar e agir: Missões são as diferentes iniciati- vas humanas para promover a mis- são de Deus. Precisamos desen- volver estratégias para alcançar, simultaneamente, com a mensa- gem do Evangelho: a nós mesmos (1Co 9.27), a nossa família, os nos- sos parentes, os nossos vizinhos, os nossos amigos, os nossos co- nhecidos e as pessoas que não co- nhecemos. Missões é responsabili- dade de todos e tarefa de cada um! Os discípulos voltaram para Jeru- salém em obediência ao Mestre Je- sus (1.12,13). Eles permaneceram unidos e em oração (1.14). Temos uma grande comissão que só será realizada com a Igreja unida e em constante oração. Nossa obediên- cia será revelada com as seguintes atitudes: 1°) Orar pela evangelização mundial; 2°) Falar pessoalmente às almas perdidas, testemunhando do que realmente vimos; e 3°) Investirmos financeiramente, ofertando para sustentar a obra missionária. Perguntas para discussão em classe Estamos substituindo a mensa- gem do Evangelho por um diálogo de tolerância com a humanidade de- caída? Estaríamos, hoje, entregan- do nossos pensamentos às especu- lações e deixando de lado a tarefa de sermos testemunhas de Jesus? Uma estatística no passado re- velou que, em média, cada cristão investe o equivalente ao valor de uma “latinha” de refrigerante por ano na obra missionária. Por que isso acontece? De que forma po- demos reverter este triste quadro? Como pode uma Igreja cumprir a grande comissão em nossos dias? Quais estratégias podemos utilizar? Leitura Diária Segunda-feira: Marcos 16 Terça-feira: Mateus 28 Quarta-feira: Lucas 24 Quinta-feira: João 20 Sexta-feira: Atos 1 Sábado: João 15.1-17 Domingo: Romanos 1.16-32
  • 16. 14 LIÇÃO 2 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO Atos 2 Lucas é o evangelista que mais enfatiza a obra do Espírito Santo na vida de Jesus e da Igreja. Para que a Igreja cumpra a sua missão e consiga resistir às pressões im- postas pela sociedade, é neces- sário que o Espírito Santo tenha livre acesso.A Igreja existe e deve ser mantida mediante a habitação e atuação do Espírito Santo. Uma senhora bem idosa vivia em condições de imensa pobreza em sua cidade natal. Anos antes, seu filho havia migrado para os Estados Unidos. Ele havia se tor- nado um empresário de sucesso, “O verdadeiro Cristianismo não é religião, mas uma relação íntima com Deus, através de Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo.” (Ebenézer Bittencourt)1 1 - BITTENCOURT, Ebenézer. O poder que nos move. São Paulo: SOCEP, 2004.
  • 17. 15 mas nunca tinha tempo para visitar a mãe. Certo dia, uma amiga conversa- va com a senhora em sua humilde casa. Ela então lhe fez a seguinte pergunta: – Seu filho nunca manda dinheiro para suprir as suas necessidades? – Não, ele apenas me escreve cartas bonitas e me manda fotos muito interessantes. A ouvinte ficou aborrecida, pois sabia que o filho era muito rico. Mas, em vez de dar sua opinião, ela disse simplesmente: – Posso ver as fotos? A senhora orgulhosamente as ti- rou da gaveta para mostrá-las. Para grande espanto da amiga, o que ela estava vendo não eram fotogra- fias, mas notas bancárias valiosas dos Estados Unidos, que somavam milhares de dólares. Durante déca- das, a mulher tinha vivido na misé- ria. O problema? Ela não sabia o valor daquelas “fotos interessantes” . Ela havia guardado as notas, sem fazer uso delas. Analisando os fatos Todos estavam reunidos, orando, quando o Espírito Santo veio sobre eles. Tudo aconteceu no período em que os judeus comemoravam a festa da colheita, cujo nome em grego era pentecostes (quinquagé- simo dia). Um evento que aconte- cia cinquenta dias após o sábado da semana da páscoa (Lv 23.15). Champlin sugere que “nesse dia havia uma grande reunião em Je- rusalém. Todos os homens esta- vam na obrigação de comparecer ao santuário central (Lv 23.21)” .2 É provável que o grupo tenha deixado a casa e ido para o templo. Muitas pessoas ficaram confusas com a reação dos que estavam cheios do Espírito Santo. As pessoas, embo- ra de várias regiões diferentes, ou- viam falar das grandezas de Deus em sua própria língua. Pedro resolveu esclarecer qual- quer mal entendido. Iniciou o ser- mão explicando que tudo o que es- tava acontecendo já havia sido pre- visto pelo profeta Joel (Jl 2.28-32). Em seguida, apresentou o Evange- lho. Ele embasou suas declarações com os feitos do próprio Cristo e pa- lavras do patriarca Davi (Sl 16.8-11). Pedro concluiu que Deus fez de Jesus Senhor (V.36). “O derrama- mento do Espírito com as manifes- tações sobrenaturais que o acom- panharam era, por assim dizer, um ‘telegrama’ . Avisava os discípulos de que Jesus já estava reinando em poder no centro do Universo” .3 As palavras de Pedro foram como flechas. Seus ouvintes ficaram com o coração quebrantado (V.37-38). Só lhes restava uma possibilida- de: o arrependimento dos peca- dos seguido do batismo, como um sinal exterior de uma nova atitude que repudiava o crime da rejeição e colocava os que confessavam a fé cristã do lado do Messias. “Gera- ção perversa” é uma frase vetero- testamentária para o povo de Israel que se rebelou contra Deus no de- 2 - CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por versículo. São Paulo: Candeia, p.43. 3 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
  • 18. 16 serto (Dt 32.5) e aplica-se no Novo Testamento àqueles que rejeitam a Jesus (Fp 2.15).”4 O resultado da primeira men- sagem evangelística da Igreja foi impressionante: cerca de 3.000 almas. “Ao serem convertidos, eles foram batizados, integraram-se na Igreja e perseveraram. Criaram raí- zes. Amadureceram. Fizeram ou- tros discípulos, e a Igreja tornou-se irresistível.”5 “O Pentecostes não foi um acon- tecimento casual, mas uma agen- da estabelecida por Deus desde a eternidade. Como o Calvário, o Pentecostes foi um acontecimento único e irrepetível. O Espírito San- to foi enviado, a fim de estar para sempre com a Igreja.”6 1. A PRESENÇA DO ESPÍRITO É INDISPENSÁVEL NA VIDA DO CRISTÃO Para ser um cristão comprome- tido, compreender a Bíblia, man- ter uma vida de oração, viver em santidade, testemunhar e atuar no ministério de acordo com a direção de Deus precisamos da presença e direção do Espírito. Os cristãos do primeiro século, controlados e capacitados pelo Espírito Santo, e cheios do seu amor, transformaram o mundo. “À medida que os discípulos fo- ram cheios do Espírito Santo, rece- beram um poder divino, sobrenatu- ral, que os transformou de homens medrosos em testemunhas radian- tes de Cristo. Eles foram usados por Deus para mudar o curso da história. Este mesmo poder sem limites, o poder do Espírito Santo, está disponível hoje para capacitar você a viver uma vida santa e frutí- fera para Jesus Cristo” .7 O Espírito Santo, quando tem a liberdade de atuar no cristão, trans- forma sua vida por inteiro. Seu fruto (Gl 5.22,23) se torna cada vez mais evidente no modo de pensar, falar e agir do cristão. O Espírito Santo habita no corpo (1Co 6.19); ilumi- na a mente (1Co 2.10); conforta (At 9.31); guia (Jo 16.13); santifi- ca (Rm 15.16) e ajuda em nossas fraquezas (Rm 8.26). Tal impacto tem um efeito positivo em todas as áreas da vida (Ef 5 e 6). 2. A PRESENÇA DO ESPÍRITO É INDISPENSÁVEL NA VIDA DA IGREJA Na Igreja onde o Espírito Santo habita há conversões, edificação, crescimento e, como relatado no livro de Atos, ela cai na graça do povo (V. 42-47). Uma busca rápi- da no livro de Atos revela como o Espírito atuava na Igreja primitiva. 1) Escolhendo e convencendo a Igreja quanto ao envio de obreiros (13.2-4; 20.28); 2) Qualificando as pessoas para o exercício mi- nisterial (6.3; 11.22-24); 3) Reve- lando o engano na Igreja (5.3,9); 4) Fazendo suportar a perseguição (7.55-56; 13.49-52; 20.22-23); 5) Impulsionando a agir com autori- 4 - BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI. São Paulo: Editora Vida, 2012. 5 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. p.65. 6 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. 7 - BRIGHT, Bill. Como ser cheio do Espírito Santo. São Paulo: Editora Candeia, 2001.
  • 19. 17 dade (13.8-12); 6) Determinando o que e quando fazer (16.6; 20.22). A Igreja não pode perder a visão de que é o Espírito quem a capacita e lhe dá o sustento em todo trabalho. Em nossos dias, o Espírito está no povo de Deus (1Co 6.19). Iludimo-nos quando dependemos de personalidades ou métodos para fazer a obra de Deus avançar. Sem o Senhor, fracassaremos! Um dos problemas é que “as Igrejas, por serem ‘ambientes espirituais’ , com frequência, não estão dispostas a reconhecer a ausência de Deus.”8 Quando preenchermos o nosso vazio com a presença do Espírito, coisas maravilhosas e extraordi- nárias acontecerão primeiro em nós, e depois através de nós. As Escrituras revelam que Ele é uma pessoa para nos relacionarmos, pois fala (Ap 2.7; At 13.2); intercede (Rm 8.26); testifica (Jo 15.26); guia (At 8.29; Rm 8.14); ordena (At 16.6-9); conduz (Jo 16.13); nomeia (At 20.28). E ainda: podemos mentir para Ele (At 5.3-4); insultá-lo (Hb 10.29); blasfemar contra Ele (Mt 12.31,32) e entristecê-lo (Ef 4.30). Para pensar e agir: A história da senhora idosa ilus- tra bem a vida de muitos cristãos e Igrejas. Embora estivesse de posse de uma grande riqueza, por desconhecimento, vivia na extrema pobreza. Muitos cristãos não enten- dem como é possível se apropriar das riquezas oferecidas pelo Espí- rito Santo. Vive uma vida infrutífera, dependendo dos próprios esforços para agradar a Deus. Jesus dis- se: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5b). Sem Ele, viveremos sempre à margem de uma vida santa e que testemunhe eficazmen- te acerca de Cristo. Precisamos in- vestir em nosso crescimento até a maturidade em Cristo (Rm 12.1,2). Precisamos do enchimento do Es- pírito (Ef 5.18) que será o resultado da nossa fé (Ef 2.8,9). Precisamos experimentar as grandes riquezas e recursos que foram prometidos por Cristo (Jo 16). Precisamos do Espírito Santo, o Deus que habita em nós! Perguntas para discussão em classe 1) Nossas Igrejas estão sendo marcadas por uma ação intensa do Espírito Santo? Caso a respos- ta seja sim, relate algumas evidên- cias. Caso a resposta seja não, quais os motivos? O que podemos fazer? E nossas famílias? 2) Nossa mensagem tem segui- do na mesma direção do sermão de Pedro? O que temos visto em nossos dias: arrependimento ou re- morso? Conversão ou adesão? 8 - CORDEIRO, Wayne. Igreja Irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014. Leitura Diária Segunda-feira: Atos 2 Terça-feira: Levítico 23 Quarta-feira: Joel 2 Quinta-feira: João 16 Sexta-feira: 1Coríntios 12 Sábado: Gálatas 5.16-26 Domingo: Efésios 5.1-21
  • 20. 18 LIÇÃO 3 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: EM NOME DE JESUS CRISTO Atos 3 - 4.31 Nesta lição, vamos considerar os fatos no primeiro milagre apos- tólico narrado por Lucas. Fatos que serviram para exaltar o nome de Jesus e dar maior visibilidade aos pregadores do Evangelho. Veremos que o segredo do triun- fo do Cristianismo não estava nas ações de Pedro e João, mas na pessoa de Cristo e no poder vin- culado ao seu nome. Em tempos em que verificamos muitas Igrejas prometendo mudar a vida das pessoas através da autopromoção de sua liderança, novos métodos e até mesmo com campanhas e eventos, nada me- lhor do que um confronto com a es- 1 - CORDEIRO, Wayne. Jesus puro e simples. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.81. “Quando não reconhecemos a presença de Cristo, a vida torna-se desalentadora. Mas quando reconhecemos que Ele está conosco, tudo muda!” (Wayne Cordeiro)1
  • 21. 19 sência do Evangelho, visando o re- torno ao que realmente transforma. Analisando os fatos Os judeus costumavam observar três turnos de oração por dia. Nove da manhã, ao meio dia e às três da tarde (hora nona). Foi no último horário que Pedro e João esta- vam entrando no Templo para orar (V.1). A porta “Formosa” devia ser um bom lugar para pedir esmolas, pois os que se dirigiam ao Templo queriam agradar a Deus. Lá estava, mais uma vez, um homem aleijado de nascença com mais de quaren- ta anos de idade (4.22). Ao pedir esmolas aos servos do Altíssimo, o pedinte não podia imaginar que aquele seria o último dia de sua vida de aleijado. “Olha para nós”.Com essas pala- vras, atraindo a atenção do homem necessitado, deram-lhe em “nome de Jesus” algo muito superior ao seu pedido. Ele foi curado, entrou com eles no Templo andando, sal- tando e louvando a Deus. Tal fato despertou a admiração de todos. Pedro, então, utilizando uma estra- tégia bem semelhante a do capítulo 2, aproveitou a oportunidade para apresentar o Evangelho (3.11-26). Ele apresentou Jesus como a fonte do poder milagroso na vida daque- le homem, e mais uma vez apelou ao arrependimento e à conversão (3.19-20). Foi um sermão corajoso nas dependências do Templo. Eles foram presos, mas Deus já estava operando nos corações (4.4). Pedro, cheio do Espírito San- to, não perdeu a oportunidade de testemunhar diante das autorida- des. Foi um sermão cristocêntrico. Eles tentaram calá-los (4.18), mas as mãos dos governantes ficaram amarradas pela evidência do ho- mem curado, pelo entusiasmo da multidão e pela negativa de Pedro, que segundo Pearlman: “estabele- ceu, para sempre, o princípio fun- damental entre os limites da obe- diência cívica e do dever cristão de testemunhar. Quando existe clara contradição entre os mandamentos dos homens e os de Deus, de tal forma que obedecer a uns é de- sobedecer aos outros, não sobra mais nenhuma dúvida quanto ao que o cristão deve fazer.”2 Após mais um livramento e de ta- manha demonstração do poder de Jesus, a Igreja reunida realizou um culto com testemunhos, orações e muito louvor (4.23-31).Todos se for- taleceram e passaram a anunciar com coragem a Palavra de Deus. 1. JESUS CRISTO É O NOSSO MAIOR PATRIMÔNIO Precisamos lutar contra qualquer atitude que possa desviar as pes- soas e até mesmo nossas Igrejas de Jesus. Ele é o que temos de me- lhor para oferecer. A Igreja é porta- dora da mensagem do Evangelho. O ministério da reconciliação está em nossas mãos (2Co 5.18). Po- demos e devemos auxiliar todas as pessoas, mas se não apresentar- mos Jesus como o nosso melhor, 2 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.52.
  • 22. 20 falharemos. Nada deve atrair mais a atenção das pessoas do que o próprio Jesus. Quando Leonardo da Vinci com- pletou seu célebre quadro a Últi- ma Ceia, convidou um amigo para apreciá-lo. “O quadro é primoroso” , exclamou o amigo. “Aquela taça de vinho se ressalta da mesa em prata maciça e brilhante” . Sem es- perar mais nada, o artista tomou um pincel e apagou a pintura da taça, dizendo: “Minha intenção era que a pessoa de Cristo atraísse em primeiro lugar o olhar das pessoas, e qualquer coisa que desvia dele a atenção precisa ser apagada” . 2. HÁ PODER NO NOME DE JESUS A palavra “nome” está vincula- da à personalidade e influência da pessoa. Ao invocar o nome de Jesus, Pedro estava invocando o poder e as virtudes contidas na personalidade dEle. O Mestre ha- via afirmado que em “Seu nome” eles realizariam grandes feitos (Mc 16.17; Jo 14.14). O milagre ha- via sido realizado pela fé no nome de Jesus. Existem duas realidades que precisamos considerar. A primeira: as coisas extraordinárias de Deus só acontecerão em nosso meio pela fé no poder de Jesus. A segunda: o inimigo não se submeterá ao nome de nenhum líder eclesiástico, minis- tério, igreja ou denominação. Pedro, em momento algum, ou- sou reivindicar o que deveria ser creditado a Jesus. Ele foi categó- rico: “seja do conhecimento de to- dos vós e de todo o povo de Israel que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem cruci- ficastes e a quem Deus ressusci- tou dentre os mortos, sim, por meio desse nome,este homem está aqui com boa saúde diante de vós” (4.10). Seremos bem sucedidos e felizes se levarmos as pessoas ao real conhecimento do poder de Je- sus Cristo. Esse é o nosso papel! 3. OS REPRESENTANTES DE JESUS É um erro pensar que qualquer pessoa poderá ser usada para falar em nome de Jesus. “São necessá- rios homens que tenham vida para entregar uma Palavra viva” .2 Temos um bom exemplo em Atos 8.18-23, quando um homem chamado Si- mão tentou subornar os apóstolos para também ser usado pelo Espí- rito. Ele era um homem que carecia de arrependimento por não ter um coração correto diante de Deus. Foi confrontado por Pedro e obviamen- te reprovado. Pedro e João eram pessoas especiais para Deus, e por isso foram usados com tama- nha autoridade. Vejamos algumas das suas qualidades: 1) Convic- ção de que somente em Jesus há salvação (4.12); 2) Coragem para avançar em meio às adversidades, testemunhando acerca de Jesus (4.13a); 3) Experiência pessoal com Jesus (4.13b); 4) Consciência da missão que deveria ser trans- formada em ação (4.20); 5) Nu- triam amizades espirituais (4.23); 2 - RAVENHILL, Leonard. Avivamento à Maneira de Deus. The Way Editora: 2010, p.48.
  • 23. 21 6) Mantinham uma vida regular de oração (4.24); 7) Eram cheios do Espírito Santo (4.31). Paulo sabiamente aconselhou as pessoas a imitá-lo à medida que ele imitasse a Cristo (1Co 11.1). A Igreja precisa se cuidar e, se neces- sário, restaurar a autoridade para dizer aos necessitados: “Olhem para nós” . Precisamos ser reconhe- cidos como aqueles que estiveram com Jesus, pessoas que através da obediência demonstram amá-lo (Jo 14.21). Nossa vida com Cris- to deve inspirar outros a segui-lo. “Podemos dizer ao mundo: Olhem para nós? Os pais podem dizer aos filhos: Olhem para nós? Os patrões podem dizer a seus empregados: Olhem para nós?”3 Para pensar e agir: Conta-se que Tomás de Aquino e o Papa Inocêncio IV viveram uma experiência bem comum ao texto que acabamos de estudar. Aquino surpreendeu o Papa ao visitá-lo no momento em que este estava con- tando uma grande quantidade de moedas de ouro e prata. Ao vê-lo, o Papa disse: “Irmão, como você pode perceber, não posso dizer mais como Pedro disse ao paralí- tico: “Não tenho ouro nem prata” . Aquino, então, lhe respondeu: “Isso é verdade, mas também o senhor não pode mais dizer ao paralitico: Levanta e anda!”4 Os fatos narrados por Lucas em Atos 3 e 4 servem de alerta para que apresentemos Jesus como o nosso maior tesouro. Precisamos planejar nossa vida e nossas ações em comunidade, de tal forma que o poder de Jesus prevaleça em nos- sa mensagem e ações. Precisamos ainda vigiar para não cairmos nas investidas do inimigo que tenta nos afastar do ardor espiritual. Ele tem investido para nos manter dema- siadamente ocupados, pois assim, não teremos tempo para crescer aos pés do Mestre. É tempo de avançarmos dizendo ao mundo caído: “Em nome de Jesus Cristo, comece a andar!” Perguntas para discussão em classe 1. O que precisamos restaurar em nossa caminhada cristã para que tenhamos autoridade seme- lhante à de Pedro e João diante das pessoas? 2. O que a Igreja tem oferecido ao mundo hoje está em sintonia com o que Pedro ofereceu como o seu maior tesouro? 3. Quais os fatores que podem nos levar a uma vida cristã à mar- gem do poder de Jesus? Leitura Diária Segunda-feira: Atos 3 Terça-feira: Atos 4 Quarta-feira: Efésios 4.17-32 Quinta-feira: 1João 3 Sexta-feira: 2Pedro 3 Sábado: 1Coríntios 4.1,2 Domingo: João 16.33 3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.76. 4 - Ibidem, p.77.
  • 24. 22 LIÇÃO 4 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: RESISTINDO AS INVESTIDAS DO INIMIGO Atos 4.32 - 5.42 O ambiente era o melhor possí- vel. Uma multidão cheia do Espírito Santo apresentando ao mundo um estilo de vida nunca visto (2.42-47; 4.32-37). Pessoas diferentes, mas que estavam unidas de coração e de propósito. Eles cuidavam uns dos outros, compartilhavam tudo. O impacto social era crescente. Pessoas salvas se juntavam à mul- tidão que não cessava de louvar a Deus.“Até ali, tudo havia sido glorio- so na vida da Igreja. Suas caracte- rísticas típicas eram o amor frater- nal, a bondade altruísta, a coragem heroica e a real devoção a Cristo” .2 “A Igreja precisa reconhecer que sua missão nunca foi a de relações públicas ou de vendas; fomos chamados a um viver santo, a declarar a inalterada verdade de Deus de forma amorosa, mas sem comprometê-la a um mundo que não crê.” (John F. MacArthur Jr)1 1 - MACARTHUR Jr, John F. Com vergonha do evangelho. São Paulo: Editora Fiel, 1997, p.79. 2 - PEARLMAN, Myer. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.60.
  • 25. 23 Enquanto isso, o inimigo traba- lhava. “Não agrada a Satanás que uma Igreja tenha grande comu- nhão. Ele fará tudo o que puder para rompê-la. Sabe que, se puser o povo de Deus distraído ou afas- tado da concentração em Cristo e na Sua missão, poderá aniquilar o evangelismo, impedindo os que estão sob o seu domínio de serem salvos e libertos.”3 Suas estratégias são repetitivas e, mesmo assim, ainda hoje muitas pessoas estão permitindo serem contaminadas por suas investidas. Vamos analisar as investidas do inimigo contra a Igreja de Cristo. Analisando os fatos 1. ELE TENTOU DESTRUIR A IGREJA IMPLANTANDO A HIPO- CRISIA (5.1-16) Os primeiros cristãos demonstra- vam o seu amor entregando suas propriedades para o bem comum. Não eram obrigados, mas faziam voluntariamente devido ao seu amor e preocupação com o bem- -estar dos irmãos na fé. O Exem- plo da generosidade de Barnabé (4.36-37) circulava entre os irmãos. O casal Ananias e Safira, mem- bros da Igreja em Jerusalém, co- biçaram a mesma honra. Marshall declara que “eles procuraram obter crédito por um sacrifício pessoal maior do que aquele que fizeram, por meio de oferecer aos apósto- los apenas parte do preço de uma venda”4 . Vale ressaltar que o casal tinha completa liberdade para agir conforme bem entendesse com os recursos oriundos da venda de sua propriedade. Tudo indica que eles assumiram o compromisso de dar tudo e depositaram apenas parte do valor referente à venda. Seu pe- cado se achava na sua “mentira ao Espírito Santo” e consistia em dar apenas parte dizendo que se trata- va da totalidade (5.3). Segundo John Stott “o problema de Ananias e Safira foi falta de in- tegridade. Eles não eram apenas avarentos, mas também ladrões e mentirosos. Queriam o crédito e o prestígio da generosidade sacrifi- cial, sem terem de arcar com as in- conveniências. Assim, a motivação do casal, ao dar, não era aliviar os pobres, mas inflar o próprio ego”5 . Esses fatos demonstram as iniciati- vas de Satanás para atingir a Igreja internamente. Ananias e safira agi- ram com hipocrisia, foram instru- mentos do inimigo para a invasão da Igreja. Quando ele não conse- gue destruir o trigo ele semeia o joio (Mt 13.24-30). 1.1– Deus rejeita os hipócritas – Originalmente a palavra “hipócrita” queria dizer “ator” . Dentro da Igreja, é um estilo de vida que age com dissimulação deliberada. Tentando fazer com que as pessoas acredi- tem que somos mais espirituais do que na realidade somos. O hipócri- ta está sempre representando um papel que nada tem a ver com sua verdadeira personalidade. Pessoas 3 - ROBINSON, Darrell W. Vida total da igreja. Rio de Janeiro: JUERP, 2001, p.78. 4 - MARSHALL. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1988, p.108,109. 5 - STOTT, John. A Mensagem de Atos. São Paulo: ABU Editora, 1994, p.121.
  • 26. 24 assim, que buscam a glória huma- na, caem debaixo da condenação severa do Senhor (Jo 5.44). O ca- sal foi rejeitado e severamente pu- nido por Deus (5.5,10). 1.2– A hipocrisia persiste em nossos dias – Hipocrisia é a falsa devoção, fingimento, é o desejo de parecer virtuoso sem pagar o preço de ser. É tentar parecer o que na verdade não é. É a extrema exibi- ção de egoísmo. Ananias e sua es- posa desejavam impressionar aos outros, a fim de obterem glória pes- soal. Não se importavam realmente em ajudar ao próximo. Hoje temos o desafio de avaliar se quando cul- tuamos, testemunhamos, prega- mos, ensinamos, dizimamos, ofer- tamos, louvamos, falamos acerca da nossa família e da obra missio- nária, estamos sendo sinceros e se nossa real motivação é a glória do Senhor. Há muita hipocrisia por aí! 1.3– A hipocrisia precisa ser confrontada – Toda mentira é co- metida diante de Deus e contra Deus (5.4c). Uma Igreja cheia do Espírito Santo e com uma liderança submissa à sua voz, terá o discer- nimento e saberá agir contra essa conhecida investida de Satanás para enfraquecer a Igreja, visando diminuir o seu poder e influência. Deus protege a Igreja e a liderança fiel (Rm 8.31).Todo aquele que per- mitir ser contaminado por Satanás e agir contra a Igreja de Cristo, terá que acertar contas com o próprio Deus. A Igreja é a noiva de Cristo e ninguém melhor do que Ele mesmo para defendê-la. Pelo poder do Senhor a Igreja ven- ceu a hipocrisia. O “temor” a Deus tomou conta das pessoas de den- tro da Igreja e também dos de fora. Coisas extraordinárias aconteciam. A Igreja crescia, pessoas eram al- cançadas e libertas. A autoridade da liderança foi reconhecida como verdadeiramente espiritual (5.11-16). 2. ELE TENTOU DESTRUIR A IGREJA ATRAVÉS DA INVEJA EXTERNA (5.17-42) Os apóstolos foram presos. As autoridades religiosas mais uma vez estavam tentando impedir o avanço da Igreja. A ordem era para que eles não falassem mais nada acerca de Jesus.Eles estavam que- rendo aliviar suas próprias cons- ciências (5.28). A fúria dos líderes só aumentava, mas agiram com cautela por causa do povo (5.26). Os servos de Deus não perderam a oportunidade para mais uma vez pregar ousadamente acerca da ressurreição, ascensão e a descida do Espírito Santo (5.30-32). Após a interferência de um fariseu cha- mado Gamaliel, eles foram soltos (5.34-39). Mas antes, foram afron- tados e chicoteados por causa do nome de Jesus (5.40). “Os que criticam estão sempre atacando a Igreja do Senhor. Pre- cisamos aprender a maneira de Deus de enfrentar as críticas do mundo. As políticas da Igreja pre- cisam proceder de Deus. A Igreja precisa parar de fazer agradinhos ao mundo. Embora deva ser aces-
  • 27. 25 sível às pessoas, a Igreja tem de agradar a Deus.”6 Como devemos proceder em meio à inveja exter- na? Que lições a Igreja de Atos nos ensinam? 1)Precisamos colocar a obediência a Deus acima de tudo e de todos; 2)Precisamos lembrar que Deus tem todo o poder para nos livrar; 3)Precisamos orar sempre, sem desfalecer; 4)Precisamos continuar anuncian- do Jesus; 5)Precisamos ver o sofrimento e as afrontas por causa de Jesus, como sinal da nossa fidelidade; 6)Devemos nos alegrar. Mais uma vez, pelo poder do Senhor, a Igreja venceu. O inimigo perdeu mais uma. Ele falhou, mas tentará de outro modo atingir a Igre- ja e paralisar o avanço da obra. É o que veremos na próxima lição. Para pensar e agir: O inimigo também está em nos- sos dias, rondando e rugindo con- tra a Igreja de Cristo. Seu intento é a destruição. Ele está à procu- ra de brechas para agir (1Pe 5.8; Jo 10.10). Não podemos dar a ele a legalidade para suas ações. Vale lembrar que maior é o que está em nós (Fl 4.13). Nem sempre conse- guiremos impedir que a hipocrisia entre, mas podemos agir em nome de Deus para que ela não se alo- je em nosso meio. É certo que as perseguições externas virão (Jo 15.20). Precisamos enfrentá-las com as armas espirituais (Ef. 6.10- 18). A nossa vitória reside no poder de Deus. O Espírito Santo está e es- tará conosco todos os dias até o fim dos tempos (Mt 28.20). Lembremo- -nos das palavras de João Wesley: “Mostre-me cem indivíduos que não temam nada, a não ser o pecado; que desejam servir apenas a Deus, e, não importa, sejam obreiros se- jam leigos, sei que farão as portas do inferno estremecerem e estabe- lecerão o Reino de Deus na Terra. Deus opera em resposta à oração” .7 Perguntas para discussão em classe 1. Os primeiros cristãos foram generosos entregando suas pro- priedades para o bem comum. Como podemos agir com genero- sidade hoje? 2. De que forma a hipocrisia tem se manifestado em nossas Igrejas? 3. Até que ponto estamos com- prometidos com o sofrimento por causa do nome de Jesus? Você acha que estamos mudando nossa mensagem para agradar a opinião pública e evitar possíveis reações contra a Igreja? Leitura Diária Segunda-feira: Atos 4 Terça-feira: Atos 5 Quarta-feira: Tiago 4.1-12 Quinta-feira: 2Pedro 3 Sexta-feira: João 15.18-27 Sábado: Romanos 12.1,2 Domingo: Apocalipse 12.10-11 6 - ROBINSON, Darrell W. Vida total da igreja. Rio de Janeiro: JUERP, 2001, p.79. 7 - MAXWELL, John. Parceiros de oração. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1999, p.16.
  • 28. 26 LIÇÃO 5 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: LIDERANÇA ESPIRITUAL Atos 6.1-7 Segundo Jonh Edmund Haggai, “liderança é o esforço para exer- cer conscientemente uma influên- cia especial dentro de um grupo, no sentido de levá-lo a atingir me- tas de benefício permanente, que também supram as necessidades reais do grupo”2 .Toda Igreja preci- sa se organizar para enfrentar os problemas que surgirão. É preciso foco para atingir as metas estabe- lecidas por Deus. Nenhuma Igreja consegue ir à frente quando se rompe a comunhão. Veremos que a liderança da “Igreja Primitiva” agiu rapidamente, através de um “Se os cristãos do mundo todo renunciarem seus planos pessoais, suas metas e aspirações, e começarem a obedecer radicalmente a tudo o que Deus lhes mostrar, causariam uma reviravolta no mundo” (Henry & Richard Blackaby )1 1 - BLACKABY, Henry e Richard. Liderança Espiritual. São Paulo: Bompastor, 2007, p.45. 2 - Instituto Haggai do Brasil. Módulo 1, p.4.
  • 29. 27 esforço consciente, para resolver um problema interno e preservar a comunhão. O inimigo não con- seguiu seu intento que era o de desviar o foco dos cristãos. A Igreja avançou e não ouvimos mais nada a respeito do problema. Analisando os fatos Lucas narrou a história do cres- cimento da Igreja em Jerusalém e um desentendimento que ameaçou a expansão da mesma (v.1). Os apóstolos não estavam conseguin- do coordenar ao mesmo tempo a beneficência e suas atribuições bá- sicas: oração e ensino da Palavra (v.2 e 4). Houve um ressentimento entre os crentes de fala grega, os “helenistas” , originários de outras regiões, contra os crentes “he- breus” que eram os judeus que fa- lava aramaico e eram naturais da Judéia, porque as viúvas gregas estavam sendo discriminadas na distribuição diária de comida. Hou- ve reclamação. O problema foi rapi- damente contornado devido à espi- ritualidade e sabedoria da lideran- ça, que atacou o problema e não as pessoas envolvidas. Os apóstolos humildemente reconheceram que precisavam de ajuda. A estrutura da Igreja foi modifica- da com a escolha de sete homens com as credenciais necessárias para atenderem as necessidades reais do grupo. “Quando a Igreja escolhe sua liderança sob a égide dos preceitos divinos, as tensões são resolvidas, as necessidades são supridas e a Igreja cresce com mais ousadia”3 (v.7). 1. A IGREJA DE DEUS PRECISA DE UMA LIDERANÇA ESPIRITUAL Somente uma liderança que bus- ca a orientação do Espírito Santo e que saiba aplicar a sua fé nos mo- mentos de maior desafio, conse- guirá focar e levar o povo de Deus para o centro de Sua vontade. A obra de Deus precisa de “líderes que buscam orientação do Espírito Santo e não da última pesquisa de opinião pública. Precisa de líderes religiosos que seguem os planos de Deus e não seus próprios. Pre- cisa de maridos e esposas, mães e filhos que saibam como aplicar a Palavra de Deus em seus lares ao invés de simplesmente imple- mentar os conselhos dos últimos livros de autoajuda”4 . As atitudes dos apóstolos sugerem que líde- res espirituais: 1)Reconhecem as reais necessida- des da Igreja (v.1). 2)Compartilham as necessidades com os demais irmãos (v.2,3). 3)Reconhecem seus limites (v.2b). 4)Sabem quais são suas reais atri- buições (v.4). 5)Agem visando à expansão da obra de Deus (v.7). 2.A IGREJA DE DEUS PRECISA DE UMA LIDERANÇA APROVADA O renomado líder norte-ameri- cano John C. Maxwell afirmou que toda vez que a pessoa escolhe o caráter, torna-se mais forte, ainda 3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.139. 4 - BLACKABY, Henry e Richard. A Liderança Espiritual. São Paulo: Bompastor, 2007, p.28.
  • 30. 28 que a escolha traga consequências negativas (...). O desenvolvimento do caráter está no centro do nos- so progresso não só como líderes, mas também como seres humanos. O que toda pessoa deve saber sobre caráter? 1. Caráter é mais do que falar – a ação é o verdadeiro indicador do caráter. 2. Talento é um dom, mas cará- ter é uma escolha – à medida que você vive e faz escolhas hoje, está continuamente criando seu próprio caráter. 3. Caráter traz sucesso dura- douro com as pessoas – os se- guidores não confiam em líderes cujo caráter apresenta falhas, nem os seguirão. 4. Os líderes não podem estar acima das limitações do próprio caráter – pessoas que conquistam altas posições, mas não têm es- trutura para sustentá-las durante o período de estresse, caminham para o desastre. O psicólogo Ste- ven Berglas acredita que essas pessoas estão destinadas a passar por uma ou mais destas quatro si- tuações: arrogância, sentimentos dolorosos de solidão, busca de aventuras destrutivas ou adultério.5 Paulo aconselhou ao jovem Timó- teo: “Procura apresentar-te aprova- do diante de Deus, como obreiro que não tem de que se envergo- nhar...” . (2Tm 2.15). Um líder ecle- siástico aprovado diante de Deus, também será aprovado diante dos homens. Um líder íntegro andará seguro (Pv 10.9). Os apóstolos sa- biam que os desafios da Igreja exi- giriam líderes: De boa reputação – pessoas de confiança quanto à moralidade ou honestidade. Pessoas que não iriam pôr a mão e ficarem com os donativos que deveriam ser entre- gues às viúvas. Pessoas sensatas e de confiança na liderança que ti- nha o grande desafio de restaurar a comunhão da Igreja. Cheios do Espírito Santo – pes- soas reconhecidas na comunidade como homens de Deus ativos e com o coração na obra de Deus. Gente como Estevão, “Cheio de fé e do Espírito Santo” (At 6.8). “Somos cheios do Espírito quando Deus ocupa cada parte de nossa vida, quando tem permissão para operar em nós tudo o que se pro- pôs a realizar.”6 Cheios de sabedoria – era mais do que mera inteligência. Pessoas que, orientadas pelo Espírito, sa- beriam como lidar com os desafios com amor e graça. Uma sabedoria terrena e prática com um aspecto espiritual (Tg 3.17). Mesmo para o desempenho dos deveres que julgamos “práticos” ou de “menor relevância” na Igreja, se- rão necessárias pessoas confiáveis. 3. A IGREJA DE DEUS SÃO AS PESSOAS Que revolução os apóstolos cau- saram ao estabelecer os “irmãos” como parte importante na resolu- ção do conflito. Aos “irmãos” foi delegada a missão de observar e escolher aqueles que seriam en- 5 - MAXWELL, John C. As 21 indispensáveis qualidades de um líder. São Paulo: Mundo Cristão, 2000, p.15-16. 6 - CORDEIRO, Wayne. A igreja irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.26.
  • 31. 29 carregados do ministério de auxílio às viúvas. Os apóstolos confiavam na ação de Deus em revelar aos demais irmãos o ideal para a Igreja. Mesmo a Bíblia afirmando que na multidão de conselheiros há segu- rança (Pv 11.14), temos observado um crescente movimento que tira da congregação o direito de partici- par das decisões da Igreja. Apren- demos com os apóstolos a valori- zar a Igreja no processo decisório. A proposta foi feita pelos doze e submetida a uma assembleia da Igreja, sendo aprovada. Ao impor as mãos sobre os escolhidos, os apóstolos reconheceram a decisão como vinda de Deus. A congregação tem uma grande responsabilidade que deve ser re- conhecida, estimulada e cultivada. Somos responsáveis por cuidar para que tenhamos ensino corre- to e boa disciplina. Cada membro precisa assumir sua parte ativa na Igreja, não somente frequentan- do-a, orando por ela e contribuin- do financeiramente, mas também, acima de tudo, conhecendo ativa- mente os membros de sua Igreja e os princípios que através dos anos vem caracterizando-a como uma Igreja Batista. Alguns documentos não podem ser esquecidos: A de- claração doutrinária da CBB; Prin- cípios batistas; O pacto das Igrejas Batistas; Quem são os batistas? (Veja em www.batistas.com). Para pensar e agir: Toda Igreja precisará tomar deci- sões no curso de sua caminhada. Vimos que os irmãos do primeiro século não ficaram presos a uma estrutura que, naquele momento, ameaçava a comunhão. Foram ou- sados, sábios e espirituais na con- dução do problema. O resultado não podia ser outro. A Igreja avan- çou e muitas pessoas se renderam a Cristo (v.7). Essa experiência narrada por Lu- cas deveria nos ensinar que para lidar com os assuntos do Reino de Deus devemos, ao invés de procu- rar líderes que tenham qualifica- ções seculares, procurar pessoas com caráter, boa reputação, habi- lidade de lidar com a Palavra de Deus e que manifestem o fruto do Espírito em sua vida.A esses deve- mos confiar a responsabilidade de liderar a Igreja de Cristo. Perguntas para discussão em classe 1.Como devemos agir para evitar que possíveis reclamações atra- palhem a comunhão da Igreja? 2.Que lição extraída do texto, você pretende colocar em prática a partir de hoje? 3.Quais fatores têm influenciado uma contribuição cada vez me- nor das pessoas nas decisões das Igrejas? 4.Você conhece os “documentos dos batistas” citados nesta lição? Leitura Diária Segunda-feira: Atos 6.1-7 Terça-feira: Tiago 1.27; 2.14-26 Quarta-feira: Mateus 25.31-46 Quinta-feira: 1Tm 3.1-7; Tito 1.6-9 Sexta-feira: Êxodo 18 Sábado: Provérbios 11.14 Domingo: Tiago 3.17
  • 32. 30 LIÇÃO 6 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: SERVOS QUE NOS INSPIRAM Atos 7.8 - 8.40 Víbia Perpétua e sua escrava Felicitas, viveram no norte da Áfri- ca. Converteram-se ao cristianis- mo pela influência de Saturo, um diácono. O sofrimento pessoal de Perpétua foi preservado em um documento do século III chamado, A paixão de Perpétua e Felicitas. Nesse relato, ela fala da angús- tia e humilhação que seu pai, um membro respeitado da nobreza, sofreu ao tentar livrá-la do martí- rio, suplicando-lhe que abando- nasse a sua fé. Quando se aproxi- mava a data da execução, seu pai visitou a prisão suplicando que pusesse a dor da família acima de sua fé, mas ela afirmou: “No cadafalso será feito o que Deus quiser,pois sei que não fomos co- locados em nosso próprio poder, mas no de Deus”. No dia da execução, Saturo foi levado à arena para divertir a mul- tidão. O professor ficou tão ferido e sangrando que os espectadores zombaram dele, dizendo: “Ele foi batizado!” Perpétua e Felicitas “O fogo de Deus não pode ser apagado pelas águas da perseguição dos homens” (A.W.Tozer )1 1 - BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. São Paulo: Vida Nova, 1993, p.300.
  • 33. 31 foram despidas e também envia- das para a arena, a fim de enfren- tar um novilho enlouquecido. Após tamanho sofrimento que levou a multidão a gritar: “basta!” , as jovens mulheres foram levadas ao execu- tor e, nesse momento, Perpétua gritou para alguns amigos cristãos que sofriam: “Transmitam a Pala- vra aos irmãos e irmãs; fiquem firmes na fé, amem-se uns aos outros e não permitam que nos- so sofrimento seja uma pedra de tropeço para vocês”.2 Muitas pessoas foram atraídas pelo exemplo desses cristãos, para uma fé que demonstrava tanta se- renidade e coragem. Homens como Estêvão e Filipe podem ter servido de inspiração para que pessoas como Perpétua, Felicitas e Saturo, permanecessem fiéis a Cristo. Em nossa lição de hoje vamos destacar algumas qua- lidades desses servos. Analisando os fatos 1. ESTÊVÃO, UM HOMEM FOCA- DO NO CÉU (At 6.8 - 7.60) Estêvão foi um dos sete. Um ho- mem muito usado por Deus, cheio de fé, do Espírito Santo, de graça e de poder. Após ser acusado de blasfêmia pelos membros da si- nagoga, com expressão angelical, respondeu com a rememorização da história de Israel. Concluiu cha- mando-os de traidores e assassi- nos.A reação foi imediata: tomados de grande fúria, o apedrejaram. Estêvão viveu de forma excelente e morreu de forma exemplar. Cer- tamente está inserido no contexto de Hebreus 11. “Sua vida foi irre- preensível; suas obras, irrefutáveis; e suas palavras, irresistíveis.”3 Ele é o tipo de pessoa que procuramos hoje em dia para dirigir as ativida- des da Igreja, mas frequentemente percebemos que uma pessoa as- sim é raramente encontrada. Como Estêvão foi capaz de su- portar tamanha perseguição e mesmo assim ainda orar a Deus pelos seus ofensores? Que marcas podemos encontrar neste homem que foi a primeira pessoa a morrer pelo Evangelho de Cristo? 1)Ele vivia cheio do Espírito San- to (6.5; 7.55a) – O poder para re- sistir os embates nesta vida vem da ação do Espírito Santo. Como disse o reformador tcheco Jan Hus na hora da morte por amor a Cristo: “Com a maior alegria confirmarei com meu sangue a verdade que tenho escrito e pre- gado”. A fonte da nossa força é o Senhor (Ne 8.10; Fp 4.13). 2)Ele estava focado no Eterno e na eternidade (7.55b) – Quando focamos no Céu, vemos a gló- ria de Deus (Cl 3.1,2). Quantos irmãos que partiram na velhice ou após enfrentarem uma grave enfermidade, tiveram a mesma visão de Estêvão. Em meio aos ataques e aflições deste tempo, precisamos focar na eternidade (Jo 16.33). Há algo muito maior e melhor a ser revelado (Rm 8.18). Nossa visão para a vida na terra 2 - TUCKER, Ruth A. Missões até os confins da Terra. São Paulo: Shedd Publicações, 2010, p.36-39. 3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.151.
  • 34. 32 DIA DO PLANO 4º DOMINGO www.batistauminense.org.br relacionamento@batistauminense.org.br convencao.uminense Rua Visconde de Morais, 231 Ingá - Niterói / RJ CEP: 24210-145 21 99600-6127 21 2620-1515 Grupo auxiliar da CBF que visa orientar o trabalho com os jovens e adolescentes do campo fluminense. Atividades: Congressos Estaduais e regionais; Mutirões Missionários e Ação Social; Simpósios e Acampamentos, promove programas com Embaixadores do Rei e o Grêmio de Ação Missionário. O Batista é 10 – Sou você através da sua igreja. Sim, sou você, sua voz, tentando mostrar que o mundo está sendo controlado pelo poder das trevas. Eu sou você trabalhando em toda parte para provar que Jesus Cristo reina. Eu sou a canção gloriosa proclamando: A SOLUÇÃO É JESUS CRISTO. Sim eu sou o PLANO COOPERATIVO. o Batista é Enviamos regularmente ofertas do Plano Cooperativo para Convenção Batista Brasileira. Formada por Mulheres batistas de todas as igrejas da Convenção comprometidas com a formação da consciência missionária das crianças, das adolescentes, das jovens e das senhoras. CAMINHOS COOPER Convenção Batista Brasileira UMHBF UNIÃO MISSIONÁRIA DE HOMENS BATISTAS FLUMINENSE
  • 35. 33 COOPERATIVO DE OUTUBRO Instituição filantrópica sem finalidade lucrativa, visando preparar o povo batista na pregação do evangelho, direcionado para a educação dentro da visão de investimento e valorização da cidadania. Promove treinamentos para EBD em todas as faixas etárias – EBF Culto Infantil - Treinam. Líderes, Congresso de Educadores além da emissão de 114 mil revistas Palavra & Vida. Alvo: Abrigar idosos atualmente contamos 53 idosos hóspedes em nossas dependências. Destaque: Projeto Futuros Guerreiros. 57 menores da comunidade, evangelizados através do esporte. Em dois anos 44 desses menores se decidiram por Jesus Cristo. Congrega atualmente cerca de 2300 pastores do Campo Batista Fluminense. Destaque: Congresso Anual dos Pastores. Em Maio de 2016 presença de cerca 650 pastores. Convenção Batista Fluminense DO PLANO R educação teológica Despertando as igrejas para apoio e ampliação na atuação em todo campo fluminense. Destaque: Apoio a 25 frentes missionárias cujo foco é Evangelização através de Capelanias, Projetos Missionários, Implantação e Fortalecimento de Igreja.
  • 36. 34 deve levar em consideração o pla- no de Deus em curso. Caso con- trário, seremos dignos de pena (1Co 15.19). Quando você está perto de Deus, tudo o que não é dele perde o encanto, porque o Senhor é sua riqueza (At 20.24). 3)Ele conseguia ver o que nin- guém via (7.56) – Jesus disse que se manifestaria aos obedien- tes (Jo 14.21). Deus não se re- velará a pessoas que vivem com uma vida dupla (Mc 12.30). Pes- soas que vivem confortavelmente desengajando da vida as realida- des do Evangelho. Para essas, uma coisa é a vida material e a outra a espiritual. Sabiamente Wayne Cordeiro afirmou: “Expo- nha sua fé publicamente. Quan- to mais cedo você se expuser, menos será tentado. Se você se torna neutro a fim de parecer que segue as tendências da moda, certamente será convidado a lu- gares aos quais não precisa ir.”4 4)Ele havia assimilado a nature- za da perseguição por amor a Cristo (7.59-60) – Servir a Cris- to é sinônimo de perseguição (Mt 5.11-12; Jo 15.20; 2Tm 3.12). Enquanto as pessoas agiam per- versamente, Estêvão estava na presença do Senhor. Devemos assimilar essa verdade antes de ingressar numa universidade, de comunicar a conversão à família, aos colegas de trabalho, etc. O martírio não foi privilégio apenas de Estêvão, foi o destino de apro- ximadamente todos os apóstolos, exceto João, que morreu na pri- são. Um ativismo raso, anti-inte- lectual, pode produzir algum tipo de crescimento na Igreja, mas não resistirá à perseguição. Nun- ca se defenda, seja íntegro como Estêvão. A teologia do sofrimen- to deve fazer parte de nossas meditações. Precisamos resistir, permanecendo fiéis até a morte. O poder já está em nós (At 1.8; 1Pe 5.9; Ap 2.10). 2. FILIPE, UM HOMEM ATENTO ÀS OPORTUNIDADES (At 8) Filipe, conhecido como o evan- gelista, também foi um dos sete. Evidenciava as qualidades exigidas pelos Apóstolos (At 6.3). Filipe le- vou o Evangelho até Samaria, onde seu ministério foi muito abençoado. Foi enviado ao sul, até a entrada de Jerusalém pelo Espírito Santo, para conduzir o eunuco etíope a Cristo (8.26-38). Foi arrebatado pelo Espí- rito até Azoto e continuou evange- lizando. Pela primeira vez, a cena se passa fora de Jerusalém e ad- jacências. Vemos então a pregação do Evangelho num sentido univer- sal tomando forma (Jo 3.16; 4.42). O que este grande evangelista nos ensina? 1) Se Deus falou, devemos obe- decer e deixar os resultados por conta dEle – Deus mandou e Filipe foi. À Samaria, até o eu- nuco e pelas cidades. Pelo poder de Deus aconteceram milagres, libertações e conversões. Deve- 4 - CORDEIRO, Wayne. As regras do sucesso. São Paulo: Editora Vida, 2007, p. 57.
  • 37. 35 mos focar na obediência e deixar os resultados por conta de Deus. Quantas vezes nos preocupamos demasiadamente com as estraté- gias e nos esquecemos do poder que transforma (Jo 15.5). Deve- ríamos planejar menos e orar mais, para nos unirmos a Deus naquilo que Ele deseja fazer. 2) Quando nos aproximamos das pessoas, percebemos suas reais necessidades – o contato com pessoas é fundamental na proclamação do Evangelho. Uma boa aproximação abre portas para a proclamação eficaz. Pre- cisamos nos aproximar dos que estão sofrendo nas “garras” do inimigo (Mt 17.14-18). 3) Precisamos nos aprofundar nas Escrituras para anunciar o Evangelho de Jesus – Jesus disse que devemos examinar as Escrituras para conhecê-lo (Jo 5.39). A Palavra liberta (Jo 8.32). O Espírito Santo só po- derá agir através de nós median- te o que internalizamos acerca do Evangelho. Filipe, diante do eunuco, percebeu qual era o tex- to, pode explicá-lo e ainda apro- fundar com o Evangelho (8.35). O resultado foi a conversão e a transformação de uma vida. O eunuco, alegre, seguiu o seu ca- minho. Que bênção! Para pensar e agir: “Assim como uma serra elétrica atinge o centro de uma tora, o tes- temunho cristão chega ao âmago de uma sociedade corrupta e isso resulta no desgosto e no desprezo do mundo com relação à Igreja.”5 Assim será a nossa vida enquan- to Igreja militante. O mundo não compreende os mistérios de Deus (1Co 2.14; 1Pe 4.4). A história de Perpétua ainda re- gistra que, antes de morrer, Saturo pregou a Pudens, o governador da prisão, mais tarde ele aceitou a Cris- to e também acabou martirizado. Enquanto Estêvão e Filipe so- friam por amor a Cristo, a semente do Evangelho estava sendo plan- tada no coração de um jovem per- seguidor chamado Saulo (7.58,60; 8.3). Quem poderia afirmar que aquele rapaz seria um vaso esco- lhido, mais um servo a padecer por amor a Cristo? Perguntas para discussão em classe 1. Como devemos responder a gru- pos ou pessoas que nos hostilizam porque pregamos o Evangelho? 2. De que forma podemos identifi- car a perseguição aos cristãos em nossos dias? 3. Como ou através de quais ferra- mentas podemos fazer o que Fili- pe fez com o eunuco? Leitura Diária Segunda-feira: Atos 7.8-60 Terça-feira: Atos 8 Quarta-feira: Romanos 8.31-39 Quinta-feira: Efésios 6.10-18 Sexta-feira: Apocalipse 2.8-11 Sábado: Ap 12.11; 21.1-8 Domingo: 1Pedro 5.9 5 - HAYES, Ed. A Igreja: o corpo de Cristo no mundo de hoje. São Paulo: Hagnos, 2002, p.217.
  • 38. 36 LIÇÃO 7 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: UM VASO ESCOLHIDO Atos 9.1-31 Um ateu, querendo fazer pouco de um crente humilde e de poucas letras, perguntou-lhe: “Sabe você alguma coisa a respeito de Cris- to?” “Sim, pela graça de Deus!” foi à resposta. “Então, diga-me: quando nasceu Ele?” e lá veio uma resposta errada. “Que idade tinha quando morreu?” Nova res- posta incorreta. Mais perguntas e mais respostas erradas. E o ateu: “Está vendo? Você não conhece Jesus...” “Há ‘cousas’ a respeito de Jesus de que pouco sei” – foi a resposta humilde do novo crente – “mas de uma ‘cousa’ estou muito “Para vivermos pela fé, precisamos estar dispostos a romper o equilíbrio da nossa vida”. (Wayne Cordeiro)1 1 - CORDEIRO, Wayne. A Igreja Irresistível. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.119.
  • 39. 37 seguro: três anos atrás eu era um dos piores beberrões da cidade. Três anos atrás minha esposa era uma esposa infeliz e meus filhos tinham medo de mim como se eu fosse uma fera. Hoje eu sou um dos homens mais felizes do mun- do. E minha família também é feliz. Isso Cristo fez por mim. Disso estou bem certo” .2 O poder de Jesus pode alcançar e revolucionar a vida de qualquer pessoa: um homem simples como o dessa história ou até pessoas in- fluentes e cultas como Saulo, que por zelo ao seu antigo caminho perseguia a Igreja de Cristo (At.22). Nosso coração poderá se encher de esperança, nossas orações poderão se intensificar pelos pos- síveis “vasos escolhidos” que ain- da precisam ser alcançados pela mensagem do Evangelho, para então dizerem: “Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21). Eles podem estar dentro de nossas próprias casas, no tra- balho, na vizinhança ou até mesmo congregando na Igreja. Analisando os fatos Saulo assolava a Igreja (8.3). Pro- movia uma perseguição implacável contra os discípulos do Senhor. Estava autorizado a prendê-los (v.1,2). Ele foi surpreendido pelo próprio Jesus: “Por que me perse- gues?” (v.3-5). Ficou três dias sem enxergar, comer ou beber (v.8-9). Ananias foi orientado pelo Senhor a procurá-lo. Ao mesmo tempo, o Senhor revelava a Saulo o que iria acontecer (v.10-12). Ananias temeu. O Senhor confirmou a or- dem dizendo que Saulo era um instrumento escolhido para levar a mensagem e sofrer pelo Seu nome (v.13-16). Ananias obedeceu e, no contato com Saulo, explicou-lhe o que estava acontecendo e orou por ele. Logo sua visão foi restaurada e, cheio do Espírito Santo, foi bati- zado (v.17-18). O novo Saulo se ali- mentou, fortaleceu-se e passou a se relacionar com os demais discí- pulos de Cristo (v.19). Ele passou a ser mais um do Caminho, crescen- do na presença do Senhor e con- fundindo os judeus que habitavam em Damasco. O perseguidor passou a ser per- seguido (v.20-25). Saulo teve que fugir de Damasco e chegou a Je- rusalém, onde procurou se juntar aos demais discípulos de Jesus. Eles o temeram, pensando se tra- tar de uma armadilha (v.26). O ir- mão Barnabé testemunhou a favor de Saulo, explicando o que havia acontecido com ele. Após ser acei- to, passou a pregar com os demais (v.26-28). Os helenistas, judeus de cultura grega, procuravam matá-lo. Mas os irmãos o levaram até Cesa- reia e o enviaram a Tarso (v.29-30). Foi um tempo de paz, temor, ousa- dia e crescimento para a Igreja de Cristo (v.31). 1. O SENHOR JESUS DEFENDE A SUA IGREJA Já vimos na lição anterior que servir a Cristo é sinônimo de per- seguição. Mas isso não quer dizer 2 - VASSÃO, Amantino Adorno. Esteira de Luz. Rio de Janeiro: JUERP, 1971, p.64,65.
  • 40. 38 que estamos abandonados neste mundo. O Cristo que ama a sua Igreja e a si mesmo se entregou por ela, é o seu maior defensor (Ef 5.25). Ele afirmou que as forças do mal não prevaleceriam contra a “Sua” Igreja (Mt 16.18). Ele tam- bém disse que os que investirem contra a sua “noiva” , acertará as contas com Ele mesmo, o “noivo” (Mt 25.6; 41-46). Os inimigos da Igreja podem estar bem próximos de nós. Pessoas infiltradas e mal in- tencionadas que agem a mando de Satanás para atrapalhar o avanço da obra de Deus (Fl 3.18-21). Gen- te sem vida, que não considera que haverá uma prestação de contas (Hb 13.17). Gente que ignora que nossos atos devem ser para a gló- ria do Senhor (Cl 3.17). Enquanto Saulo agia, Jesus pre- parava uma “ação sobrenatural” . Ele interviu em favor da sua Igre- ja. O Senhor não precisa de ad- vogados, ele é o Advogado (1Jo 2.1), também não precisa de juiz, pois ele é o Justo Juiz (2Tm 4.8). Como afirmou Dr. John E. Hag- gai: “Ele não precisa de um re- lações públicas como porta-voz. Ele é Majestoso, Único, Supremo! (...) Ele fortalece os fracos. Está à nossa disposição quando somos tentados ou provados. (...) Jesus é o único fundador de uma religião que promete prover seus seguidores com o necessário para cumprir Suas ordens!”3 Ele espera sempre encontrar uma Igreja fiel e confiante na capacidade dele em nos suprir (Mt 28.20b). 2. O PODER DE JESUS PODE ALCANÇAR QUALQUER PESSOA Quantos “Saulos” estão por aí? Quantos perseguindo o Evangelho e a Igreja de Cristo, familiares cris- tãos, funcionários cristãos, etc.? Ouvimos histórias de pessoas que sofreram injúrias nas escolas, nas universidades, nos tribunais, no bairro onde moram pelo simples fato de viverem no Caminho. Tam- bém temos as nossas próprias histórias. A grande questão é se a Igreja de hoje ainda acredita que o Espírito Santo pode convencer tais perseguidores do pecado que estão cometendo (Jo 16.8). Mesmo não sendo uma tarefa fácil, preci- samos amar os nossos inimigos e orar por aqueles que nos perse- guem. Quando Jesus se torna o Senhor de nossas vidas, perdemos para sempre o direito de escolher a quem vamos amar (Mt 5.43-44). Acredite, uma vez convertidos eles também serão instrumentos nas mãos do Senhor. Ore por eles! A história de Saulo deve nos lem- brar de que para Deus não exis- tem pessoas impossíveis. O nosso Senhor é um especialista em pes- soas, ninguém melhor do que Ele para nos orientar quanto a melhor maneira de proceder, visando à salvação das mesmas (Lc 9.52-56). Infelizmente, ainda existem muitas pessoas perdidas, algumas tão perto de nós e do Reino, mas ainda sem salvação. Essa realidade deve intensificar a nossa preocupação e reiterar a urgência em testemunhar. 3 - Mensagem Dr. John E. Haggai: Cristo o Incomparável. Instituto Haggai, 2008.
  • 41. 39 3. OS QUE ESTÃO NO CAMI- NHO DEVEM AUXILIAR OS QUE ESTÃO CHEGANDO Após o encontro com Cristo, Saulo foi acompanhado pelos dis- cípulos em Damasco que, além de orientação, ofereceu-lhe ajuda “providencial” contra as ameaças dos judeus (v.23-25). Ao chegar a Jerusalém, encontrou um novo gru- po de discípulos que desconhecia a sua transformação. Foi quan- do Barnabé entrou em cena para apresentá-lo (v.27). Com um am- biente favorável, Saulo pode andar livremente com eles e pregar com coragem em nome do Senhor. A Igreja deve ser um ambiente acolhedor, onde os novos conver- tidos sintam-se à vontade para crescer e testemunhar. Precisamos de pessoas como Barnabé que, cheias do Espírito Santo, atuem como verdadeiros “pediatras” cui- dando daqueles que, como “crian- ças” , precisam crescer na graça e no conhecimento. Mais do que acusações sobre o passado, os no- vos convertidos precisam ser esti- mulados na nova caminhada. Que alegria deve ter sido a de Barnabé, ao perceber o desenvolvimento de Saulo. Em paz, a Igreja cresceu e avançou vivendo no temor do Se- nhor. Suas ações eram dirigidas pelo Espírito Santo (v.31). Para pensar e agir: “Não é de admirar que os perdi- dos ajam da maneira como o fa- zem. Estão perdidos! Mas, quando Jesus entra numa vida, os pecados da pessoa são perdoados. Há liber- tação da culpa, limpeza do pecado e poder, mediante o Espírito Santo, para viver para Cristo”4 . Ninguém melhor do que Paulo para afirmar: “Portanto, se alguém está em Cris- to,é nova criação; as coisas velhas já passaram, e surgiram coisas novas. ” (2Co 5.17). Uma das me- lhores maneiras de ser usado por Deus para alcançar os perdidos, é demonstrar o Seu amor. Amar é suprir necessidades. Devemos orar por eles, enquanto Deus arquiteta- rá circunstâncias na vida daqueles por quem estamos orando, a fim de que experimentem o Seu amor. Perguntas para discussão em classe 1.Você já sofreu alguma injúria pelo simples fato de ser um cristão? O que sentiu? Como procedeu? 2. Como podemos hoje agir de for- ma semelhante a Barnabé, que foi o responsável em introduzir Saulo à comunhão da Igreja? 3. Quais as diferenças entre o irmão Barnabé e Diótrefes (3João 9-10)? Leitura Diária Segunda-feira: Atos 9.1-19 Terça-feira: Atos 9.20-31 Quarta-feira: João 17 Quinta-feira: Mateus 5.1-16 Sexta-feira: Salmo 126 Sábado: João 17.14-26 Domingo: Esdras 7.10 4 - ROBINSON, Darrell W. Pessoas Compartilhando Jesus. Rio de Janeiro: Horizonal, 2003, p.115.
  • 42. 40 LIÇÃO 8 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: PARCEIROS DE DEUS Atos 9.32 - 11.30 A missão confiada à Igreja deve ser realizada mediante às ações determinadas pelo próprio Deus através do Espírito Santo (Mt 28.20). Pode parecer estranho, mas Deus nos chamou para fazer aquilo que somente ele pode fazer (Jo 15.5,16; 16.8). “A Bíblia é o registro da ativida- de de Deus no mundo. Na Bíblia, Deus se revela a si mesmo (sua natureza), seus propósitos e pla- nos e seus modos de agir (...). A Bíblia trata da atividade de Deus e do seu relacionamento com indiví- duos. O centro da atenção é Deus e sua atividade” .1 Um exemplo foi o chamado de Moisés. Deus o convidou para uma parceria que visava por fim a opressão do seu “Deus convida você a envolver-se com ele em sua obra”. (Henry T. Blackaby & Claude V. King) 1 - BLACKABY, Henry T. e KING, Claude V. Conhecendo Deus e Fazendo a sua Vontade. Life Way Brasil, 2002, p.72.
  • 43. 41 povo (Êx 3.7). Ele chamou e capa- citou, supriu e protegeu. Quando analisamos os fatos antes, durante e depois do êxodo, concluímos que Deus estava em ação. O Senhor não mudou (Hb 13.8). Precisamos investir nas disciplinas que nos permitirão reconhecer a atividade de Deus hoje. Esse talvez seja um dos nossos maiores de- safios em meio a tantas formas de distração. Quanto mais ocupados, menos chances teremos de iden- tificar as ações de Deus. É tempo de aquietar o coração para saber onde Deus está agindo (Sl 46.10). Agir simplesmente como parceiros de Deus produzirá a leveza que Je- sus prometeu (Mt 11.28). Erramos quando ousamos fazer a obra de Deus do nosso jeito. Somente os parceiros de Deus, nas mãos de Deus, conseguirão resultados que durarão por toda a eternidade. Analisando os fatos 1. DEUS ESTAVA AGINDO INTEN- SAMENTE PARA QUE O EVAN- GELHO ALCANÇASSE OUTROS POVOS Uma revolução divina estava em curso. O Espírito Santo encorajava a Igreja que crescia em número, desfrutava de paz, sendo edificada no temor do Senhor (9.31). Lucas narrou o que Deus fez além das fronteiras da Judéia, Galileia e Sa- maria. Pedro, Barnabé, Saulo e ou- tros presenciaram Deus estenden- do a sua obra para outras regiões, levando a mensagem do Evange- lho aos gentios (os povos que não eram judeus). Vamos analisar o que Deus fez: 1°) DEUS NA CASA DE ENEIAS (9.32-35) – Deus agia através de Pedro que estava em plena ação evangelística e ainda supria os crentes que foram dispersos pela tribulação. Pedro viajava por toda parte. Ao chegar à cidade de Lida, ele encontrou Eneias, um homem paralítico que sofria há oito anos. Em nome de Jesus ele foi curado e muitas pessoas que foram saber o que acontecera se converteram ao Senhor. A ação extraordinária de Deus atraiu pessoas para Ele mes- mo e o Evangelho avançou. 2°) DEUS NA CASA DE TABITA (9.36-42) – Em Jope, um fato esta- va mexendo com as pessoas. Tabi- ta (Dorcas), uma generosa mulher, adoeceu e morreu. Suas amigas enlutadas sofriam muito. Pedro es- tava próximo, ainda em Lida, onde Deus já havia trabalhado na vida de Eneias. Ele foi chamado e, ao che- gar ao local onde estava o corpo, Pedro, sem nenhum espetáculo, orou ao Senhor que realizou outro milagre extraordinário. A ressurrei- ção de Dorcas atraiu a atenção de muitos que creram no Senhor. No- vas pessoas foram alcançadas e o Evangelho avançou. 3°) DEUS NA CASA DE SIMÃO (9.43; 10.9-23) – A casa de Simão, o curtidor de peles, pode represen- tar um período de transição, de es- pera do servo em missão até saber de Deus quais os passos que de- veria dar. Deus precisava quebrar alguns preconceitos na visão de Pedro. Ficar hospedado na casa de
  • 44. 42 um homem que lidava com animais mortos era um bom começo. Foi em oração, na casa deste homem, que Deus falou com Pedro sobre o contato que teria com o centurião Cornélio. Foi necessária a interven- ção divina para que Pedro aceitas- se o convite de ir à casa de Corné- lio, que era um gentio considerado impuro. Quem entrasse na casa de um impuro também seria conside- rado impuro pelos judeus. Deus trabalhou primeiro a visão de Pedro na casa de Simão. Ele não pode- ria considerar profano o que Deus considerava puro. Antes de avan- çar, o Espírito Santo deu os deta- lhes quanto ao que iria acontecer. Pedro, convencido pelo Espírito, foi receptivo aos dois homens en- viados por Cornélio em obediência a Deus. A ação extraordinária de Deus preparou o terreno para que o Evangelho chegasse aos gentios. 4°) DEUS NA CASA DE COR- NÉLIO (10.24-48) – Cornélio era um homem influente, comandava 100 soldados. Ele também era um homem piedoso, temente a Deus, generoso, justo, com um bom tes- temunho social e orava continua- mente a Deus. Deus agiu de forma simultânea na casa de Cornélio e na de Simão, visando a pregação do Evangelho aos gentios. Corné- lio reuniu muitas pessoas em sua casa para ouvir o que o Senhor tinha a dizer através de Pedro (10.33). O Evangelho foi anunciado. Os gentios receberam uma dádiva idêntica a dos judeus: o dom do Espírito Santo (2.45). Pedro, devi- do aos acontecimentos na casa de Cornélio, batizou os primeiros gen- tios convertidos ao Senhor. 5°) DEUS NA IGREJA EM JE- RUSALÉM (11.1-18) – Os demais apóstolos e os irmãos que não ha- viam presenciado o que Deus ha- via feito (11.15), motivado pelo pre- conceito aos gentios, resolveram questionar Pedro. As barreiras cul- turais ainda estavam muito firmes na mente desses crentes judeus. Pedro se limitou apenas a narrar as ações de Deus. Iniciou com as ex- periências na casa de Simão até os fatos ocorridos na casa de Corné- lio. O Espírito Santo trabalhou de tal forma, que os crentes de Jerusalém finalmente entenderam que Deus havia concedido também aos gen- tios o arrependimento para a vida. O Senhor trabalhou para que tais fatos revolucionários contribuíssem para o avanço da Igreja. 6º) DEUS EM ANTIOQUIA (11.19- 26) – Através de Pedro, Deus traba- lhou a visão da Igreja em Jerusalém em relação aos gentios. Para que o Evangelho alcançasse os confins da terra era necessário quebrar al- guns preconceitos. Deus também estava trabalhando em Antioquia. A Igreja nesta cidade era fruto da pregação dos irmãos que saíram de Jerusalém após a morte de Es- têvão. Lá, além dos judeus, outros povos também tiveram acesso à
  • 45. 43 mensagem do Evangelho. Grande número de pessoas creram e se converteram ao Senhor. A lideran- ça da Igreja em Jerusalém enviou Barnabé para observar os fatos. Ele se alegrou e exortou os irmãos a perseverarem no Senhor. Ho- mens como Barnabé conseguem perceber o que Deus está fazendo (11.24). Ele buscou Saulo e por um ano instruíram muitas pessoas. O estilo de vida daqueles irmãos os levaram a merecer o título de cris- tãos – representantes ou seguido- res de Cristo. Gente que parecia com Cristo (V.26). 7º) DEUS MOBILIZANDO A IGREJA (11.27-30) – A Igreja de Antioquia, cheia da graça de Deus, foi informada pelo Espírito, através do profeta Ágabo, acerca da fome que atingiria o mundo. Prontamen- te eles se mobilizaram, cada um conforme as suas posses, e en- viaram ajuda aos irmãos neces- sitados da Judéia. Ajudaram des- conhecidos demonstrando que “a fé cristã não abre apenas nosso coração para crer, mas também nosso bolso para contribuir. Re- cebemos não somente a graça da salvação, mas também a graça da contribuição” .2 Barnabé e Saulo fo- ram os portadores das ofertas que deveriam ser entregues à lideran- ça em Jerusalém. O Senhor atuou mobilizando as pessoas a agirem com generosidade. Para pensar e agir: Como vimos, Deus estava agin- do constantemente e convidando as pessoas a juntar-se a Ele naqui- lo que pretendia realizar. A missão de resgatar vidas é de Deus. Nós devemos apenas corresponder aos seus estímulos através do Espírito Santo. Precisamos ser parceiros naquilo que Deus tem a fazer hoje. “Existem dois fatores importantes para você reconhecer a atividade de Deus ao seu redor: 1) Você tem de estar vivendo num íntimo rela- cionamento de amor com Deus. 2) Deus tem de tomar a iniciativa de abrir seus olhos espirituais, para que você possa ver o que Ele está fazendo.”3 Sigamos o exemplo de Jesus: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). Perguntas para discussão em classe 1. Que tipo de ações podem impedir os cristãos de hoje a identificar onde Deus está agindo? 2. Se um servo como “Barnabé” vi- sitasse a sua Igreja hoje, o que ele veria? 3. Se recebemos “não somente a graça da salvação, mas também a graça da contribuição” , porque muitos cristãos se negam a con- tribuir para a obra de Deus? Leitura Diária Segunda-feira: Atos 9.32-42 Terça-feira: Atos 9.43 - 10.48 Quarta-feira: Atos 11.1-18 Quinta-feira: Atos 11.19-30 Sexta-feira: 2Reis 6.8-23 Sábado: Amós 3.7 Domingo: João 5.17-20 2 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.230. 3 - BLACKABY, Henry T. e KING, Claude V. Conhecendo Deus e Fazendo a sua Vontade. Life Way Brasil, 2002, p.73.
  • 46. 44 LIÇÃO 9 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: O PRINCÍPIO DA ORAÇÃO Atos 12.1-19 A oração é a exposição da alma ao grande Deus. É um tempo precioso, uma conversa. Na pre- sença do Senhor, falamos e tam- bém ouvimos. São momentos “poderosos” que podem acontecer em qualquer lugar. Podemos orar a sós com Deus ou com outras pessoas. Também podemos orar pelo que está perto ou distante. A oração é um princípio que, em- bora tenha na Bíblia centenas de exemplos, ainda é uma “arma” desconhecida ou esquecida por muitos cristãos em nossos dias. Pessoas e Igrejas que oram são diferentes. A oração quebranta, aproxima, anima, dá visão, ou- “Precisamos priorizar a oração, transformá-la em parte integrante do estilo de vida de cada membro, bem como de toda a Igreja.A bênção e o poder da oração precisam ser experimentados e buscados com intensidade de alma”. (Paschoal Piragine JR)1 1 - PIRAGINE JR, Paschoal. Crescimento integral da igreja. São Paulo: Editora Vida, 2006.
  • 47. 45 sadia e revela coisas ocultas que não sabemos (Jr 33.3). A oração leva o povo de Deus à descober- tas que produz curas (2Cr 7.14). Samuel Chadwik, consciente do poder da oração, afirmou que: “A única preocupação do diabo é im- pedir o crente de orar.Ele não teme estudos, trabalho e religião sem oração.Ele ri de nossa labuta,zom- ba de nossa sabedoria, mas teme quando oramos”.2 O livro de Atos nos fornece his- tórias riquíssimas sobre a oração. Veja através das leituras diárias desta semana que os cristãos do primeiro século, em meio as mais variadas circunstâncias, recorreram à oração e por isso experimenta- ram as manifestações, na maioria das vezes inexplicáveis, do poder de Deus. Um bom exemplo é o texto bíblico em destaque: Atos 12.1-19. Vejamos alguns conceitos sobre o princípio da oração: Analisando os fatos 1. Orar deve ser o primeiro re- curso e não o último Herodes era um governante preocupado em agradar o povo. Ele já havia matado Tiago, ao fio da espada. Planejava fazer algo semelhante com Pedro. Em outra situação, o mesmo Pedro havia sido libertado da prisão pelo anjo do Senhor (At 5.17-20). Herodes então mandou reforçar a segu- rança, colocando 16 soldados vi- giando Pedro. Apesar de tamanha pressão, o servo do Senhor estava dormindo enquanto a Igreja orava com insistência a Deus. O Senhor novamente enviou um anjo para libertar o seu servo. Pedro saiu e foi imediatamente à casa da “irmã” Maria, onde acontecia uma reunião de oração. Todos se alegraram ao ver que Pedro estava livre. Quais os recursos que temos utilizado? Muitas vezes planeja- mos resolver os nossos proble- mas utilizando a força humana ou nossos contatos com pessoas in- fluentes. O povo de Deus precisa, antes de qualquer coisa, falar com Deus sobre os fatos que envolvem o seu dia a dia. “Orar é falar com aquele que está no trono, que tem poder, autoridade e controle sobre todas as coisas. Orar é associar- -se ao mais forte” .3 Por que a oração deve ser o pri- meiro recurso? 1°) Por ser uma orientação de Je- sus (Mt 6.5-13); 2°) Para seguirmos o exemplo de Jesus (Mt 26.36); 3°) Para provarmos do poder de Je- sus (Mt 15.36, Jo 14.13-14); 4°) Para nos mantermos fiéis a Je- sus (Lc 21.36); 5°) Por que só Jesus pode todas as coisas (Lc 8.24-25). “Não se pode negar que a maior preocupação da Igreja hoje são as finanças. E, no entanto, esse pro- blema que tanto inquieta as Igrejas modernas era o que menos pertur- bava a do Novo Testamento. Hoje 2 - BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. São Paulo: Vida Nova,1993, p.271. 3 - LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012. 4 - RAVENHILL, Leonard. Por que tarda o pleno avivamento? Belo Horizonte: Editora Betânia, 1989, p.23.
  • 48. 46 damos mais ênfase à contribuição; eles davam à oração” .4 2. Devemos orar sempre, sem desfalecer Embora abalados pela morte de Tiago e aflitos pela situação de Pedro, os irmãos resolveram orar. Nossas orações devem ter um conteúdo sincero que revele nossas limitações e confiança no Altíssimo. Eles tinham pouca força diante do poderoso rei Herodes, mas gozavam do privilégio de po- der falar com o Rei dos Reis e Se- nhor dos Senhores. Eles clamaram insistentemente ao Senhor. Deus respondeu o clamor dos seus ser- vos, libertando Pedro da prisão de forma sobrenatural. Mais uma vez estamos diante de um “absurdo” de Deus que acompanha o povo que clama. Tudo pode acontecer se cla- marmos de acordo com a vontade de Deus (1Jo 5.14-15). 3. Quando orar, confie no poder de Deus Muitas vezes agimos como a criada Rode, que se espantou com a presença de Pedro. Era a res- posta do Senhor batendo à porta. Precisamos esperar com fé e pa- ciência pelo Senhor (Sl 40.1). A resposta sempre virá no tempo cer- to, seja um sim ou mesmo um não. Geralmente esses são mais fáceis de aceitar. O problema é quando o Senhor nos manda esperar. Nossa expectativa e pressa poderão nos levar ao desânimo ou a perda da confiança no Senhor. Orações que ignoram a soberania de Deus, que não estão alinhadas com a sua von- tade terão sempre como resposta um amoroso não. Deus jamais en- trará em contradição para atender os nossos deleites (Tg 4.3). “O ser humano, depois da queda, entrou em inimizade com Deus. Imagine se todos os homens, corrompidos por causa do pecado, tiverem todas as suas petições egoístas respon- didas, o mundo estaria num caos pior do que está agora.”5 Precisamos confiar que Deus ouve o nosso clamor e que somen- te Ele tem todo o poder para agir em qualquer situação. Lembremo- -nos do estribilho do hino “em fer- vente oração”: “Quando tudo pe- rante o Senhor estiver, e todo o teu ser Ele controlar, só, então, hás de ver que o Senhor tem poder, quan- do tudo deixares no Altar” . Precisa- mos visitar constantemente o altar do Senhor! “O Senhor é o Especialista de que precisamos para as experiên- cias inconcebíveis e impossíveis. Ele se agrada em realizar aquilo que não nos é possível fazer. Po- rém, aguarda nosso pedido. Fica à espera da nossa solicitação” .6 Temos vários exemplos, além dos relatados em Atos dos Apóstolos, que servem para nos dar a certeza de que orar é recompensador. Ho- mens como Moisés, Josué, Davi, Samuel, Elias, Eliseu, Neemias, Je- remias, Isaías, Daniel, Habacuque e outros gozaram dos benefícios da 5 - QUEIROZ, Edison. 40 dias de Jejum e Oração. São Paulo: ATG, 2014. 6 - SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de Crise. São Paulo: Mundo Cristão, 2004.
  • 49. 47 oração. Jesus ensinou seus discí- pulos a orar. Homens como Paulo também descobriram os segredos da oração (Fl 4.6-7). Agora so- mos nós que precisamos priorizar o tempo de comunhão com Deus para crescermos. Para pensar e agir: “Orar a Deus é um presente que Ele mesmo nos deu e não um pro- duto que se compra no mercado religioso. Uma vida de oração é um sinal de espiritualidade genuína, além de ser um privilégio que não podemos terceirizar.”7 Precisamos resgatar o princípio da oração em nossa própria vida, em nossos la- res e também em nossas Igrejas. “Nenhum homem na Terra pode ter sucesso na vida espiritual sem uma vida regular de oração” .8 Muitas Igrejas estão sendo re- conhecidas pela capacidade ad- ministrativa ou eloquência de sua liderança, pela qualidade musical em seus cultos ou até mesmo pelo belo patrimônio construído. Embora sejam coisas importantes e agradá- veis, não podem ser comparadas a sermos conhecidos como Casa de Oração, pois essa é a vontade de Deus (Mt 21.13). Um dos segredos mais importantes para o “sucesso” do ministério é o reconhecimento de que a nossa capacidade vem da sintonia com Deus (Jo 15.5).“Só sabemos que Jesus é tudo aquilo de que precisamos quando Ele é tudo aquilo que temos. ”9 Na hora da crise, da persegui- ção ou das ameaças que todos os dias alcançam o povo de Deus, lembremos que a oração é a nos- sa melhor defesa. Primeiro falamos com Deus sobre os nossos pro- blemas, para depois agirmos dire- cionados por Ele. Não podemos deixar de orar por mais intimidade com Deus, relacionamento familiar, relacionamentos afetivos, vida pro- fissional, acadêmica, ministerial, etc. Perguntas para discussão em classe 1. A Igreja, em nossos dias, tem ne- gligenciado a oração? Se positi- vo, dê exemplos. 2. Quais são os maiores inimigos para a obtenção de uma vida de oração? 3. O que podemos fazer no lar para que a nossa família seja uma fa- mília de oração? 4.Nossas decisões eclesiásticas es- tão sendo precedidas de oração? 5. Até que ponto a modernidade nos afastou da vida de oração? Leitura Diária Segunda-feira: Atos 1 Terça-feira: Atos 2.37-47 Quarta-feira: Atos 3.1-10 Quinta-feira: Atos 4.1-31 Sexta-feira: Atos 6.1-7; 9.40; 10.1-8 Sábado: Atos 13.1-6; 14.23 Domingo: Atos 16.13,16,25; 20.36; 21.5; 22.17; 28.8 7 - QUEIROZ, Sérgio. Gloriosas Ruinas. São Paulo: Mundo Cristão, 2016. 8 - RAVENHILL, Leonard. Avivamento à maneira de Deus. 1ª edição. São Paulo: The Way Books, 2010. 9 - CORDEIRO, Wayne. Peneirado. São Paulo: Vida, 2013.
  • 50. 48 LIÇÃO 10 DATA DO ESTUDO Texto Bíblico: A PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO “Sabedoria para enviar obreiros e resolver os conflitos” Atos 13.1 - 15.35 Em sua primeira viagem para divulgar o Evangelho, Paulo e Barnabé saíram de Antioquia, onde os seguidores de Jesus fo- ram chamados pela primeira vez de “cristãos” , dirigindo-se primeiro a Chipre, onde Barnabé nasceu e foi criado, e depois à Ásia Me- nor (a Turquia moderna). Foi um período marcado por confrontos, perseguições, milagres extraordi- nários, muitas conversões e uma intensa ação do Espírito Santo na vida dos servos de Deus e através deles. Analisando os fatos narra- dos por Lucas, percebemos o Es- pírito Santo guiando a Igreja em suas decisões. A Igreja de hoje também desfru- ta da presença do Espírito Santo. “Quanto mais tempo fazemos uma coisa, e quanto melhor fazemos, mais somos tentados a depender de nossa capacidade e competência em vez de depender de Deus.” (Glenn Wagner)1 1 - Glenn Wagner. A igreja que você sempre quis. São Paulo: Editora Vida, 2004, p.152.