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A ORIGEM
«T
otem» é uma palavra que tem origem numa tribo indígena da América do
Norte, os Peles Vermelhas, e designa simplesmente o “Brasão” ou as “Ar-
mas” que a família o traz. O “Brasão” era pintado ou gravado na maioria dos
objetos usados pelo proprietário. As famílias dos Peles Vermelhas mandavam esculpir os
seus Totens, quando podiam. Geralmente, eram altos pilares ou postes de cedro admira-
velmente trabalhados. O “Brasão” ficava no elmo e em geral era um animal selvagem, ave
ou peixe. Os Índios tinham-no como guardião espiritual e acreditavam que lhes dava
força e proteção.
Perfeito conhecedor desta situação, Baden-Powell trouxe para o Escutismo toda esta
forma e mística, integrando-as e aplicando-as no Sistema de Patrulhas e Conselhos e fez
delas um dos pilares da «Estrutura do Espírito de Patrulha». O resultado foi uma vivên-
cia mais afetiva dos pequenos grupos de crianças e jovens de tal maneira que o programa
educativo, através do jogo, proposto por B.P., se tornou umas das grandes realidades do
Escutismo.
O totem é, na verdade, um desenho que corresponde aos emblemas
heráldicos das nações civilizadas e que cada pessoa é autorizada a portar
como prova da identidade da família à qual pertence.
“
A IMPORTÂNCIA DO NOME
Através da leitura atenta e cuidada da Bíblia podemos verificar que o «Nome» das
pessoas ou das coisas é, desde tempos imemoriais, considerado como «presságio,
prognóstico, indício, sinal, vontade, desejo» e até «compromisso tomado diante os deu-
ses». Mais, na concepção de povos antigos e primitivos, o nome não é apenas o que ca-
racteriza alguém e o distingue dos demais, é uma parte essencial da própria pessoa, da
sua genuína identidade.
«O que não tem nome não existe» (Ec. 6, 10: a tudo o que existe no mundo já há
muito tempo foi dado um nome).
«Um homem sem nome é um homem insignificante».
«O nome deve corresponder à essência ou pelo menos a uma qualidade da
pessoa» (1Sam. 25, 25: que o meu senhor não faça caso desse perverso Nabal, porque é
um néscio e um insensato como o seu nome indica).
Esta íntima relação entre o nome e a pessoa explica diversas concepções:
«O nome é como uma sósia da pessoa, onde está o nome está a pessoa, daí que
o nome possa ser equivalente de pessoa» (Jer. 14, 9: Mas, Vós Senhor, permaneceis
entre nós, não vos abandoneis, estais no meio de nós, o Vosso Nome foi invocado sobre
nós).
«Quando o nome de alguém é pronunciado sobre um objecto, então esse tor-
na-se intimamente ligado à pessoa nomeada ou torna-se sua propriedade»
(2Sam, 12, 28: Se Joab pronunciasse seu nome sobre a cidade conquistada de Raba, essa
lhe pertenceria).
«Quando alguém pronuncia sobre outrem o nome de um ser poderoso, ga-
rante-lhe a sua proteção. Assim quando o Sacerdote abençoa, ele “põe” o nome
de Javé sobre o povo e Javé abençoa realmente» (Nu. 6, 27: porão assim o meu
nome sobre os filhos de Israel e eu os abençoarei).
Esta crença na força do nome e na sua íntima ligação com a pessoa tem um papel im-
portante na superstição dos povos ao longo de todos os tempos e não menos nas reli-
giões politeístas. Nestas é, aliás, absolutamente necessário conhecer o nome da divinda-
de que se pretende invocar, pois pronunciar o nome da divindade em voz alta é parte
essencial do culto, dado que só desta maneira se pode atrair a atenção da dita divindade
e receber a sua ajuda.
Estas ideias deram origem a muitas expressões tanto no Antigo como no Novo Testa-
mentos, tais como: jurar (Is. 20, 42: vai em paz. Quanto ao juramento que fizemos em nome
de Javé, que Javé seja testemunha entre mim e ti, entre a minha descendência e a tua”); aben-
çoar (2Sam. 6, 18: abençoou o povo em nome de Javé dos exércitos); amaldiçoar (2Sam. 2,
24: olhou para eles e os amaldiçoou em nome de Javé); fazer milagres, rezar, “batizar” em
nome de Deus ou de Jesus Cristo, pronunciando ou invocando o nome de Deus ou de
Jesus Cristo, isto é, consagrar ou incorporar alguém cujo nome é pronunciado.
O TOTEM PESSOAL
Um bom Escuta aprende primeiro todas as boas características do TOTEM da sua
Patrulha e procura imitá-lo. Um “Lince” procurará ser um bom observador e não
pode consentir que um “Veado” veja melhor. Uma “Raposa” será astuta e terá cuidado
para que um “Corvo” não lhe passe a perna. Um “Leão” será forte e leal e tudo fará para
que um “Puma” não lhe roube a liderança e confiança. Se o Escuta compreender o Totem
da sua Patrulha poderá então depois encontrar um para si próprio.
«Poderás ainda arranjar, para ti, um sobrenome que te indique um Valor,
uma Virtude ou uma Qualidade a atingir — o teu TOTEM PESSOAL»
Assim, serás o “Lince Pisteiro” se te queres especializar em pistas, o “Águia Veloz” se
quiseres “voar” com rapidez, o “Lobo Económico” se queres ser um tesoureiro de uma
patrulha eficaz. Mas também poderás ser o “Touro Perspicaz” se és alguém que com-
preende rapidamente as coisas, o “Coala Organizado” se estruturas metodicamente o que
te rodeia, o “Cão Divertido” se és um animador nato.
O Totem Pessoal surge, pois, da união de um animal com o qual o Escuta se identifica
e que personifica as suas características ou capacidades com um adjetivo que enuncia
uma virtude ou qualidade que pretende demonstrar ou alcançar. Tanto é importante
eleger uma individualidade que se é no presente quanto uma que se deseja ser no futuro.
1. A ESCOLHA DE UM TOTEM
A escolha de um Totem Pessoal deve suceder após um período de reflexão que permi-
ta ao Escuta considerar introspetivamente quem é e quem quer ser. Este deve ser pro-
porcionado e orientado pelo Chefe, que irá zelar para que haja oportunidade de âmbito
místico e educativo para o efeito, com a morosidade adequada. Dado que o Totem é a
fusão de um substantivo (animal) com um adjetivo (virtude), é sobre esses conceitos
onde deve incidir o foco da descoberta.
Durante o período de reflexão o Escuta deve manter segredo dos seus pensamentos
para com os irmãos escuteiros, mas manter um fio de conversa com o Chefe, que deve
estar presente para moderar as escolhas. A escolha de um Totem pode se tornar num
fardo se deixado à livre ponderação dos adolescentes.
É de suma importância que a escolha possa ajudar o Escuta na sua vivência em Patru-
lha, no cumprimento da Lei, dos Princípios e da Promessa. Depois de decidido, passa a
ser um nome usado pelo próprio e pelos irmãos escutas como uma segunda identidade
escutista.
Posteriormente é criado um desenho ou amuleto do Totem Pessoal de maneira a que
ele se torne para o Escuta uma verdadeira assinatura em todas as situações escutistas. Eis
alguns exemplos onde se pode utilizar o Totem como assinatura:
• Atas
• Autógrafos
• Cartas
• Jogos de Pista
• Mensagens
• Artigos para revistas ou jornais
A escolha do Totem Pessoal deve ser ainda uma afirmação colectiva de alegria, pois ao
ser escolhido mais um Totem Pessoal é a Secção que fica mais rica.
2. ALGUNS EXEMPLOS DE TOTENS PESSOAIS:
Esquilo Ativo
Alce Negro
Esquilo Trepador
Gazela Veloz
Castor Audaz
Urso Corredor
Castor Branco
Urso Panda
Castor Trepador
Urso das Cavernas
Castor Inventor
Urso Pardo
Lobo Cinzento
Pinguim Tagarela
Lobo Velho
Pinguim Castor
Pantera Audaciosa
Andorinha Protetora
Mocho Falante
Lobo Útil
Lince Solitário
Lobo dos Mares do Sul
Hipocampo Sorridente
Coati Gordo
Cavalo Veloz
Chacal da Planície
Águia Pensativa
Pomba Branca
Águia da Noite
Tarambola Dourada
Pardal Curioso
Corvo Pequeno
Cuco Persistente
Leão Sagaz
Gaivota Louca
Morcego Peludo
Elefante Branco
Falcão Negro
Lobo da Penha
Lobo dos Mourões
Águia Pensadora
Águia Solitária
Tigre de Lamego
3. ALGUNS TOTENS FAMOSOS:
Crazy Horse (Cavalo Louco)
Sitting Bull (Touro Sentado)
Mad Dog (Cão Raivoso)
Pale Moon (Lua Pálida)
Impisa (O Lobo que não dorme)
Kantankye (Chapéu Grande)
M’hala Panzi (O homem que se deita para disparar)
4. EXEMPLOS DE CARACTERÍSTICAS DE ANIMAIS A ADOTAR
PARA UM TOTEM:
Abelha — organizada, produtiva, sábia, trabalho em comunidade, fértil, defensora,
natural, gosta de gozar a vida.
Águia — majestosa, líder, rápida, determinação, visão interior, coragem, elevação de
espírito.
Antílope — ativo, ágil, disposto ao sacrifício.
Baleia — sabedoria, poder para providenciar, inteligente.
Borboleta — poder para se transformar, graciosa, hábil, aceita as mudanças.
Búfalo — sagrado, vigoroso, grande força, grande abundância, gratidão.
Cão — nobre, fiel, leal, poder para ensinar, protetor, guia.
Castor — novos canais de pensamentos, construção, segurança, conforto, paciência.
Cavalo — poder interior, liberdade de espírito, músculo.
Cavalo Marinho — confiança, graciosidade.
Cobra — impulsiva, poder de transformação, sabedoria.
Coruja — sabedoria, elegância, mistério, observadora, atividade ou trabalho notíva-
go.
Coelho — tímido, humilde, crescimento, agilidade, prosperidade.
Crocodilo — maternal, rápido, agressivo, com instintos básicos de sobrevivência.
Esquilo — esquivo, capacidade de planeamento.
Falcão — ágil, perspicaz, nobre, leal.
Formiga — líder, determinada, paciente, ativa, vontade para trabalhar.
Garça — elegância, fidelidade, silêncio, equilíbrio.
Gato — independente, capaz, misterioso e mágico.
Golfinho — sábio, feliz, capaz de experimentar com profundidade as emoções, amigo
dos amantes do mar.
Leão — porte, leal, ligado ao Sol, guardião, protetor.
Lobo — leal, perseverante, bondoso, com sucesso, com espírito.
Morcego — espírito de renascimento, longevidade, secretismo, bom ouvinte, com
uma vida longa.
Puma — líder, leal, corajoso, responsável.
Salmão — orgulhoso, intenso, confiante, sábio, com inspiração.
Tartaruga — ligada à natureza, tímida, protetora.
Texugo — corajoso, agressivo, com conduta enérgica.
Tigre — forte, com valor, poder, energia.
Touro — força, músculo, ligação com o passado, fértil.
Tubarão — caçador, com espírito de sobrevivência e adaptabilidade.
Veado — com compaixão, paz, intelectual, gentil, bondoso, gracioso, feminilidade,
inocência, espírito de aventura.
Urso — construtivo, instintivo, guardião do mundo, observador, poder da vontade,
auto-perseverança, introspectivo, muito forte.
5. A DIFERENCIAÇÃO DE DOIS TOTENS PESSOAIS
O Totem Pessoal é uma individualidade inerente a uma pessoa e o ato da sua escolha
implica uma reflexão introspetiva. Embora não hajam dois processos de descoberta
iguais, pode acontecer que surjam dois Totens homónimos. Enquanto se preserva o di-
reito à escolha e se reserva ao Escuta a dignidade de se manifestar, encontra-se uma re-
dundância totémica. Como dissolver este empasse?
O Chefe deverá ser o primeiro a aperceber-se desta repetição, pois ele estará presente
durante o processo de eleição através de um fio de conversa que mantém com os escutas
em reflexão. Não se deve incutir um espírito de desempate, mesmo que dissimulado.
Deseja-se que a escolha do Totem seja pessoal, portanto qualquer influência irá traduzir-
-se numa impureza de pensamento. A ação do Chefe deve ser a de confirmação que o
Escuta não tem reservas quanto ao animal e à virtude que escolheu, que não há indeci-
sões em relação a outros substantivos e adjetivos pensados. Caso haja, pode fomentar a
ponderação colocando questões existenciais (e.g. como? porquê? quando?), mas nunca
incutindo a dúvida. Um meio de o fazer é adotando uma linguagem verbal e corporal de
aceitação do Totem escolhido, pois fertiliza o diálogo por parte do Escuta.
Na circunstância da resolução de ambos os intervenientes se mantenha inalterada e
sendo contranatura o ato de suscitar um desempate, deve-se aceitar o poder da escolha
outorgado aos Escutas. A distinção dos Totens vem com a junção de uma terceira pala-
vra, um elemento diferenciador, que pode ser um segundo substantivo, um segundo
adjetivo ou um advérbio. Querendo distinguir o totem «Lobo Perspicaz», poder-se-ia
diferenciá-lo das seguintes maneiras: Lobo Perspicaz das Montanhas/da Meia-Noite/
do Outono, Lobo Branco/Noturno/Ibérico Perspicaz, Gigante/Crescente/Emer-
gente Lobo Perspicaz, etc. De notar que o elemento diferenciador não pode ser numeral
nem classificativo de forma a não sugerir antecedências ou antiguidade (e.g. primeiro,
segundo, júnior, sénior), nem pode duplicar o substantivo nem o adjetivo (e.g. Lobo
Perspicaz Veloz, Lobo-Quimera Perspicaz, Homem Lobo Perspicaz). Pode, no entanto,
haver jogos de dicotomia entre Totens, como grande-pequeno, alto-baixo, louro-more-
no, pois são reflexo de fisionomias. As formas nominais e classificativas são de excluir
porque têm poder de subjugação.
A descoberta da terceira palavra do Totem Pessoal necessita igualmente de uma refle-
xão, embora não necessariamente tão exigente, e pode ser realizada em colóquio com os
elementos de Totem homólogo, consoante decisão do Chefe, que atua sempre com dis-
cernimento educativo.
6. A RESOLUÇÃO DE UM TOTEM PESSOAL
O processo de nomeação de um Totem Pessoal não é mais que um ato de descoberta.
Não existe a criação de traços de personalidade ou o surgimento de uma nova identidade,
mas a manifestação e externalização de uma substância que já havia no interior da pessoa
à espera de ser encontrada e vocalizada. O foco da reflexão vem extrair o «Nome» de
uma dimensão inconsciente do ser, e esse acontecimento pode ocorrer mais do que uma
vez.
Sabendo que as pessoas mudam, em especial os jovens por caracterizarem uma fase de
mudança e especificamente de construção de identidade psicológica, torna-se legítimo
questionar a possibilidade de mudar de «Nome» algum tempo após a sua escolha. Dado
o interesse educativo e os parâmetros intrínsecos de um Totem Pessoal, deve ser sempre
dada a possibilidade de uma nova escolha, mas quando o Escuta revelar esse desejo mar-
cado pela sua genuína escolha interior, livre de influências de grupo ou de impurezas
intelectuais que suscitam mudanças temporárias. No contexto do escutismo, é dever do
responsável educativo prescrutar essa vontade e atuar em conformidade com julgamen-
to pedagógico.
Apesar da resolução de um Totem Pessoal estar sempre aberta, é importante deixar
claro que isso não significa uma constante mudança, que haja uma periodicidade para tal
ou que sequer se tenha de o fazer. Também não implica a sua imediata adoção e reconhe-
cimento por parte do grupo. Embora o processo de descoberta possa ocorrer a qualquer
momento, os Totens só têm valor coletivo quando vinculados pela “Cerimónia de Tote-
mização”.
Em suma, entre a disposição e a inibição desta possibilidade, a dissolução de um To-
tem Pessoal deve ser mais persuasiva que a sua elaboração.
A CERIMÓNIA DE TOTEMIZAÇÃO
Eleito o Totem do Escuta, o mesmo deve ser lacrado em comunidade. Assim, a sua
nova identidade será conhecida e celebrada por todos. Embora não exista uma uni-
formização quanto à “Cerimónia de Totemização” ou “Batismo Totémico”, o ritual deve
sempre acontecer e conter alguns elementos básicos para que se cumpram algumas ne-
cessidades ontológicas, tais como marcar a entrada de um novo Totem na Secção, man-
ter originalidade na tradição dos Índios, demarcar a cerimónia das demais atividades e
rituais escutistas.
Toda a Secção reúne-se devidamente trajada. Tanto pode haver uma indumentária
coletiva para a mística como um traje individual que cada um considere para si próprio,
tal como o seu Totem. A Cerimónia pode dar-se num sítio criado por tradição ou num
local construído momentaneamente para a ocasião. É o Guia de Secção quem celebra o
ritual e os Guias de Patrulhas quem o acolita, pelo que estes devem tomar uma posição
de destaque. Os restantes elementos podem estar organizados de forma mista ou separa-
dos os que já têm Totem dos que vão ser batizados por forma a realçar a sua entrada no
grupo.
A Cerimónia pode ser iniciada com uma dinâmica própria da secção ou um momento
de animação concebido pontualmente para o ritual.
Guia de Secção: Caríssimos irmãos Escutas, hoje é um dia especial. Estamos reunidos
			 no calor do nosso Conselho para dar as boas-vindas a novos mem-
			 bros à nossa Família Totémica.
Os Escutas que têm totem aclamam a boa nova fazendo o grito do seu animal do Totem Pessoal.
Guia de Secção: Guias de Patrulha, quem trazem convosco?
Guia de Patrulha: O Guia da Patrulha chama pelo nome próprio (nome e sobrenome) o ele-
			 mento que vai fazer o batismo.
Escuta a Batizar: Imita o Grito do animal da sua Patrulha e aproxima-se junto dos Guias.
			 Caso a Patrulha não tenha um animal mas um benemérito da Humanida-
de, pode repercutir uma frase ou pensamento da autoria do seu benemérito
			 ou responder com energia «Ubuntu!»
Guia de Secção: Estimado irmão, é com grande honra que te recebemos neste Con-
			 selho Totémico. O que desejas?
Escuta a Batizar: Ser batizado com o meu Totem Pessoal.
Guia de Secção: Compreendes que ao escolheres o Totem Pessoal para ser parte in-
			 tegral da tua pessoa estás a apropriar-te do nome do teu animal,
			 reafirmando com isso a tua própria identidade que te compromete,
			 perante os teus irmãos Escutas, a seguir as “pegadas” do teu animal?
Escuta a Batizar: Sim, compreendo.
Guia de Secção: Estás disposto a trabalhar para atingires a plenitude que o Totem
			 guarda, cumprindo assim com o teu dever para o engrandecimento
			 da tua Patrulha e da nossa Secção?
Escuta a Batizar: Sim, com a ajuda dos meus irmãos.
Guia de Secção: Diz-nos, então, qual é o Totem que escolheste e pelo qual pretendes
			ser conhecido.
Escuta a Batizar: Eu sou 			 (nome do Totem escolhido).
Guia de Secção: Selemos então compromisso, pois 			 (Totem) serás!
O Escuta leva a mão ao peito e professa o seu compromisso:
Escuta a Batizar: Prometo entregar o meu coração à concretização do meu Totem.
O Guia de Secção derrama água sobre o ombro esquerdo do Escuta de modo a molhar a insígnia
de Patrulha. De seguida o Escuta leva um joelho ao chão e com a Bandeirola de Patrulha o seu
Guia toca-lhe primeiro no ombro direito e depois no esquerdo.
Guia de Patrulha: Ergue-te, agora, e sê 			 (Totem)!
O Escuta imita o animal do seu Totem e todos os outros fazem o mesmo, imitam o animal do novo
escuta totemizado.
Guia de Secção: Hoje somos mais! Vamos celebrar!
Todos imitam o animal do próprio Totem em uníssono.
De forma a manter a «Cerimónia de Totemização» independente das outras atividades
escutistas, preservando alguma necessidade ontológica, devem observar-se algumas
preocupações de modo que esta não se torne uma dinâmica vulgar, correndo o risco de
perder ou enfraquecer a Mística que ela comporta:
• A água usada para molhar o ombro esquerdo do Escuta deve ter um significado es-
pecial, como a origem da sua colheita, oriunda de um lugar autóctone do Agrupa-
mento onde estão inseridos, como água do mar, de um rio, de uma fonte, de uma
lagoa ou simplesmente água da chuva que cai no local de reunião colheita com en-
genho escutista.
• No ombro direito pode ser derramado um elemento sólio para complementar o
derrame do lado esquerdo, também com material autóctone do Agrupamento,
como areia da praia, pequenos seixos do rio, algum tipo de folhagem ou vegetação
fragmentada em pequenas porções.
• A Cerimónia deve realizar-se numa atividade de grande importância e reservar al-
guma raridade para o seu acontecimento.
• A tutela da Cerimónia deve estar ao encargo dos Guias para celebrar e acolitar, não
dos Chefes, cujo papel deve apenas certificar que a mesma decorre dentro dos parâ-
metros educativos.
• Deve haver um recipiente próprio para guardar a água e outros elementos do Batis-
mo, preferencialmente de artesanato local ou construído por engenho escutista.
Estes recipientes tanto podem ter um sacrário no local de reunião como acompa-
nhar as Bandeirolas dos Guias, aos quais recai a responsabilidade de preservar e
efetuar manutenção dos mesmos.
BIBLIOGRAFIA &
LEITURAS RECOMENDADAS
BIBLIOGRAFIA
• Totem Pessoal e Totem de Patrulha, CAP II 2007/2008 (htt ps://www.escutismo.
pt/dirigentes/recursos/pedagogicos/pag:recursos/2b7628fb-4b59-4a65-922d-
-d53a5507596f)
LEITURAS RECOMENDADAS
• Totemism and Tribes: A Study of the Concept and Practice (https://www.resear-
chgate.net/publication/326655380_Totemism_and_Tribes_A_Study_of_the_
Concept_and_Practice)
• The many origins of totemism. Critical analysis of theories of James G. Frazer,
Émile Durkheim and Sigmund Freud (https://www.researchgate.net/publica-
tion/335715430_The_many_origins_of_totemism_Critical_analysis_of_theories_
of_James_G_Frazer_Emile_Durkheim_and_Sigmund_Freud)
• What is the Spiritual Meaning of an Own Totem? (https://spiritualdesk.com/wha-
t-is-the-spiritual-meaning-of-an-own-totem/)
• A filosofia Ubuntu (https://site.ubuntufin.com.br/o-que-e-a-filosofia-ubuntu/)
• Veldismagn (https://www.symbols.com/symbol/veldismagn)

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O Totem Pessoal

  • 1. A ORIGEM «T otem» é uma palavra que tem origem numa tribo indígena da América do Norte, os Peles Vermelhas, e designa simplesmente o “Brasão” ou as “Ar- mas” que a família o traz. O “Brasão” era pintado ou gravado na maioria dos objetos usados pelo proprietário. As famílias dos Peles Vermelhas mandavam esculpir os seus Totens, quando podiam. Geralmente, eram altos pilares ou postes de cedro admira- velmente trabalhados. O “Brasão” ficava no elmo e em geral era um animal selvagem, ave ou peixe. Os Índios tinham-no como guardião espiritual e acreditavam que lhes dava força e proteção. Perfeito conhecedor desta situação, Baden-Powell trouxe para o Escutismo toda esta forma e mística, integrando-as e aplicando-as no Sistema de Patrulhas e Conselhos e fez delas um dos pilares da «Estrutura do Espírito de Patrulha». O resultado foi uma vivên- cia mais afetiva dos pequenos grupos de crianças e jovens de tal maneira que o programa educativo, através do jogo, proposto por B.P., se tornou umas das grandes realidades do Escutismo. O totem é, na verdade, um desenho que corresponde aos emblemas heráldicos das nações civilizadas e que cada pessoa é autorizada a portar como prova da identidade da família à qual pertence. “
  • 2. A IMPORTÂNCIA DO NOME Através da leitura atenta e cuidada da Bíblia podemos verificar que o «Nome» das pessoas ou das coisas é, desde tempos imemoriais, considerado como «presságio, prognóstico, indício, sinal, vontade, desejo» e até «compromisso tomado diante os deu- ses». Mais, na concepção de povos antigos e primitivos, o nome não é apenas o que ca- racteriza alguém e o distingue dos demais, é uma parte essencial da própria pessoa, da sua genuína identidade. «O que não tem nome não existe» (Ec. 6, 10: a tudo o que existe no mundo já há muito tempo foi dado um nome). «Um homem sem nome é um homem insignificante». «O nome deve corresponder à essência ou pelo menos a uma qualidade da pessoa» (1Sam. 25, 25: que o meu senhor não faça caso desse perverso Nabal, porque é um néscio e um insensato como o seu nome indica). Esta íntima relação entre o nome e a pessoa explica diversas concepções: «O nome é como uma sósia da pessoa, onde está o nome está a pessoa, daí que o nome possa ser equivalente de pessoa» (Jer. 14, 9: Mas, Vós Senhor, permaneceis entre nós, não vos abandoneis, estais no meio de nós, o Vosso Nome foi invocado sobre nós). «Quando o nome de alguém é pronunciado sobre um objecto, então esse tor- na-se intimamente ligado à pessoa nomeada ou torna-se sua propriedade» (2Sam, 12, 28: Se Joab pronunciasse seu nome sobre a cidade conquistada de Raba, essa lhe pertenceria). «Quando alguém pronuncia sobre outrem o nome de um ser poderoso, ga- rante-lhe a sua proteção. Assim quando o Sacerdote abençoa, ele “põe” o nome de Javé sobre o povo e Javé abençoa realmente» (Nu. 6, 27: porão assim o meu nome sobre os filhos de Israel e eu os abençoarei). Esta crença na força do nome e na sua íntima ligação com a pessoa tem um papel im- portante na superstição dos povos ao longo de todos os tempos e não menos nas reli- giões politeístas. Nestas é, aliás, absolutamente necessário conhecer o nome da divinda-
  • 3. de que se pretende invocar, pois pronunciar o nome da divindade em voz alta é parte essencial do culto, dado que só desta maneira se pode atrair a atenção da dita divindade e receber a sua ajuda. Estas ideias deram origem a muitas expressões tanto no Antigo como no Novo Testa- mentos, tais como: jurar (Is. 20, 42: vai em paz. Quanto ao juramento que fizemos em nome de Javé, que Javé seja testemunha entre mim e ti, entre a minha descendência e a tua”); aben- çoar (2Sam. 6, 18: abençoou o povo em nome de Javé dos exércitos); amaldiçoar (2Sam. 2, 24: olhou para eles e os amaldiçoou em nome de Javé); fazer milagres, rezar, “batizar” em nome de Deus ou de Jesus Cristo, pronunciando ou invocando o nome de Deus ou de Jesus Cristo, isto é, consagrar ou incorporar alguém cujo nome é pronunciado. O TOTEM PESSOAL Um bom Escuta aprende primeiro todas as boas características do TOTEM da sua Patrulha e procura imitá-lo. Um “Lince” procurará ser um bom observador e não pode consentir que um “Veado” veja melhor. Uma “Raposa” será astuta e terá cuidado para que um “Corvo” não lhe passe a perna. Um “Leão” será forte e leal e tudo fará para que um “Puma” não lhe roube a liderança e confiança. Se o Escuta compreender o Totem da sua Patrulha poderá então depois encontrar um para si próprio. «Poderás ainda arranjar, para ti, um sobrenome que te indique um Valor, uma Virtude ou uma Qualidade a atingir — o teu TOTEM PESSOAL» Assim, serás o “Lince Pisteiro” se te queres especializar em pistas, o “Águia Veloz” se quiseres “voar” com rapidez, o “Lobo Económico” se queres ser um tesoureiro de uma patrulha eficaz. Mas também poderás ser o “Touro Perspicaz” se és alguém que com- preende rapidamente as coisas, o “Coala Organizado” se estruturas metodicamente o que te rodeia, o “Cão Divertido” se és um animador nato. O Totem Pessoal surge, pois, da união de um animal com o qual o Escuta se identifica e que personifica as suas características ou capacidades com um adjetivo que enuncia uma virtude ou qualidade que pretende demonstrar ou alcançar. Tanto é importante eleger uma individualidade que se é no presente quanto uma que se deseja ser no futuro.
  • 4. 1. A ESCOLHA DE UM TOTEM A escolha de um Totem Pessoal deve suceder após um período de reflexão que permi- ta ao Escuta considerar introspetivamente quem é e quem quer ser. Este deve ser pro- porcionado e orientado pelo Chefe, que irá zelar para que haja oportunidade de âmbito místico e educativo para o efeito, com a morosidade adequada. Dado que o Totem é a fusão de um substantivo (animal) com um adjetivo (virtude), é sobre esses conceitos onde deve incidir o foco da descoberta. Durante o período de reflexão o Escuta deve manter segredo dos seus pensamentos para com os irmãos escuteiros, mas manter um fio de conversa com o Chefe, que deve estar presente para moderar as escolhas. A escolha de um Totem pode se tornar num fardo se deixado à livre ponderação dos adolescentes. É de suma importância que a escolha possa ajudar o Escuta na sua vivência em Patru- lha, no cumprimento da Lei, dos Princípios e da Promessa. Depois de decidido, passa a ser um nome usado pelo próprio e pelos irmãos escutas como uma segunda identidade escutista. Posteriormente é criado um desenho ou amuleto do Totem Pessoal de maneira a que ele se torne para o Escuta uma verdadeira assinatura em todas as situações escutistas. Eis alguns exemplos onde se pode utilizar o Totem como assinatura: • Atas • Autógrafos • Cartas • Jogos de Pista • Mensagens • Artigos para revistas ou jornais A escolha do Totem Pessoal deve ser ainda uma afirmação colectiva de alegria, pois ao ser escolhido mais um Totem Pessoal é a Secção que fica mais rica. 2. ALGUNS EXEMPLOS DE TOTENS PESSOAIS: Esquilo Ativo Alce Negro Esquilo Trepador Gazela Veloz Castor Audaz Urso Corredor Castor Branco Urso Panda Castor Trepador Urso das Cavernas Castor Inventor Urso Pardo Lobo Cinzento Pinguim Tagarela Lobo Velho Pinguim Castor Pantera Audaciosa Andorinha Protetora Mocho Falante Lobo Útil Lince Solitário Lobo dos Mares do Sul Hipocampo Sorridente Coati Gordo Cavalo Veloz Chacal da Planície Águia Pensativa Pomba Branca Águia da Noite Tarambola Dourada Pardal Curioso Corvo Pequeno Cuco Persistente
  • 5. Leão Sagaz Gaivota Louca Morcego Peludo Elefante Branco Falcão Negro Lobo da Penha Lobo dos Mourões Águia Pensadora Águia Solitária Tigre de Lamego 3. ALGUNS TOTENS FAMOSOS: Crazy Horse (Cavalo Louco) Sitting Bull (Touro Sentado) Mad Dog (Cão Raivoso) Pale Moon (Lua Pálida) Impisa (O Lobo que não dorme) Kantankye (Chapéu Grande) M’hala Panzi (O homem que se deita para disparar) 4. EXEMPLOS DE CARACTERÍSTICAS DE ANIMAIS A ADOTAR PARA UM TOTEM: Abelha — organizada, produtiva, sábia, trabalho em comunidade, fértil, defensora, natural, gosta de gozar a vida. Águia — majestosa, líder, rápida, determinação, visão interior, coragem, elevação de espírito. Antílope — ativo, ágil, disposto ao sacrifício. Baleia — sabedoria, poder para providenciar, inteligente. Borboleta — poder para se transformar, graciosa, hábil, aceita as mudanças. Búfalo — sagrado, vigoroso, grande força, grande abundância, gratidão. Cão — nobre, fiel, leal, poder para ensinar, protetor, guia. Castor — novos canais de pensamentos, construção, segurança, conforto, paciência. Cavalo — poder interior, liberdade de espírito, músculo. Cavalo Marinho — confiança, graciosidade. Cobra — impulsiva, poder de transformação, sabedoria. Coruja — sabedoria, elegância, mistério, observadora, atividade ou trabalho notíva- go. Coelho — tímido, humilde, crescimento, agilidade, prosperidade. Crocodilo — maternal, rápido, agressivo, com instintos básicos de sobrevivência. Esquilo — esquivo, capacidade de planeamento. Falcão — ágil, perspicaz, nobre, leal. Formiga — líder, determinada, paciente, ativa, vontade para trabalhar. Garça — elegância, fidelidade, silêncio, equilíbrio. Gato — independente, capaz, misterioso e mágico. Golfinho — sábio, feliz, capaz de experimentar com profundidade as emoções, amigo dos amantes do mar. Leão — porte, leal, ligado ao Sol, guardião, protetor. Lobo — leal, perseverante, bondoso, com sucesso, com espírito.
  • 6. Morcego — espírito de renascimento, longevidade, secretismo, bom ouvinte, com uma vida longa. Puma — líder, leal, corajoso, responsável. Salmão — orgulhoso, intenso, confiante, sábio, com inspiração. Tartaruga — ligada à natureza, tímida, protetora. Texugo — corajoso, agressivo, com conduta enérgica. Tigre — forte, com valor, poder, energia. Touro — força, músculo, ligação com o passado, fértil. Tubarão — caçador, com espírito de sobrevivência e adaptabilidade. Veado — com compaixão, paz, intelectual, gentil, bondoso, gracioso, feminilidade, inocência, espírito de aventura. Urso — construtivo, instintivo, guardião do mundo, observador, poder da vontade, auto-perseverança, introspectivo, muito forte. 5. A DIFERENCIAÇÃO DE DOIS TOTENS PESSOAIS O Totem Pessoal é uma individualidade inerente a uma pessoa e o ato da sua escolha implica uma reflexão introspetiva. Embora não hajam dois processos de descoberta iguais, pode acontecer que surjam dois Totens homónimos. Enquanto se preserva o di- reito à escolha e se reserva ao Escuta a dignidade de se manifestar, encontra-se uma re- dundância totémica. Como dissolver este empasse? O Chefe deverá ser o primeiro a aperceber-se desta repetição, pois ele estará presente durante o processo de eleição através de um fio de conversa que mantém com os escutas em reflexão. Não se deve incutir um espírito de desempate, mesmo que dissimulado. Deseja-se que a escolha do Totem seja pessoal, portanto qualquer influência irá traduzir- -se numa impureza de pensamento. A ação do Chefe deve ser a de confirmação que o Escuta não tem reservas quanto ao animal e à virtude que escolheu, que não há indeci- sões em relação a outros substantivos e adjetivos pensados. Caso haja, pode fomentar a ponderação colocando questões existenciais (e.g. como? porquê? quando?), mas nunca incutindo a dúvida. Um meio de o fazer é adotando uma linguagem verbal e corporal de aceitação do Totem escolhido, pois fertiliza o diálogo por parte do Escuta. Na circunstância da resolução de ambos os intervenientes se mantenha inalterada e sendo contranatura o ato de suscitar um desempate, deve-se aceitar o poder da escolha outorgado aos Escutas. A distinção dos Totens vem com a junção de uma terceira pala- vra, um elemento diferenciador, que pode ser um segundo substantivo, um segundo adjetivo ou um advérbio. Querendo distinguir o totem «Lobo Perspicaz», poder-se-ia diferenciá-lo das seguintes maneiras: Lobo Perspicaz das Montanhas/da Meia-Noite/ do Outono, Lobo Branco/Noturno/Ibérico Perspicaz, Gigante/Crescente/Emer- gente Lobo Perspicaz, etc. De notar que o elemento diferenciador não pode ser numeral nem classificativo de forma a não sugerir antecedências ou antiguidade (e.g. primeiro, segundo, júnior, sénior), nem pode duplicar o substantivo nem o adjetivo (e.g. Lobo Perspicaz Veloz, Lobo-Quimera Perspicaz, Homem Lobo Perspicaz). Pode, no entanto,
  • 7. haver jogos de dicotomia entre Totens, como grande-pequeno, alto-baixo, louro-more- no, pois são reflexo de fisionomias. As formas nominais e classificativas são de excluir porque têm poder de subjugação. A descoberta da terceira palavra do Totem Pessoal necessita igualmente de uma refle- xão, embora não necessariamente tão exigente, e pode ser realizada em colóquio com os elementos de Totem homólogo, consoante decisão do Chefe, que atua sempre com dis- cernimento educativo. 6. A RESOLUÇÃO DE UM TOTEM PESSOAL O processo de nomeação de um Totem Pessoal não é mais que um ato de descoberta. Não existe a criação de traços de personalidade ou o surgimento de uma nova identidade, mas a manifestação e externalização de uma substância que já havia no interior da pessoa à espera de ser encontrada e vocalizada. O foco da reflexão vem extrair o «Nome» de uma dimensão inconsciente do ser, e esse acontecimento pode ocorrer mais do que uma vez. Sabendo que as pessoas mudam, em especial os jovens por caracterizarem uma fase de mudança e especificamente de construção de identidade psicológica, torna-se legítimo questionar a possibilidade de mudar de «Nome» algum tempo após a sua escolha. Dado o interesse educativo e os parâmetros intrínsecos de um Totem Pessoal, deve ser sempre dada a possibilidade de uma nova escolha, mas quando o Escuta revelar esse desejo mar- cado pela sua genuína escolha interior, livre de influências de grupo ou de impurezas intelectuais que suscitam mudanças temporárias. No contexto do escutismo, é dever do responsável educativo prescrutar essa vontade e atuar em conformidade com julgamen- to pedagógico. Apesar da resolução de um Totem Pessoal estar sempre aberta, é importante deixar claro que isso não significa uma constante mudança, que haja uma periodicidade para tal ou que sequer se tenha de o fazer. Também não implica a sua imediata adoção e reconhe- cimento por parte do grupo. Embora o processo de descoberta possa ocorrer a qualquer momento, os Totens só têm valor coletivo quando vinculados pela “Cerimónia de Tote- mização”. Em suma, entre a disposição e a inibição desta possibilidade, a dissolução de um To- tem Pessoal deve ser mais persuasiva que a sua elaboração.
  • 8. A CERIMÓNIA DE TOTEMIZAÇÃO Eleito o Totem do Escuta, o mesmo deve ser lacrado em comunidade. Assim, a sua nova identidade será conhecida e celebrada por todos. Embora não exista uma uni- formização quanto à “Cerimónia de Totemização” ou “Batismo Totémico”, o ritual deve sempre acontecer e conter alguns elementos básicos para que se cumpram algumas ne- cessidades ontológicas, tais como marcar a entrada de um novo Totem na Secção, man- ter originalidade na tradição dos Índios, demarcar a cerimónia das demais atividades e rituais escutistas. Toda a Secção reúne-se devidamente trajada. Tanto pode haver uma indumentária coletiva para a mística como um traje individual que cada um considere para si próprio, tal como o seu Totem. A Cerimónia pode dar-se num sítio criado por tradição ou num local construído momentaneamente para a ocasião. É o Guia de Secção quem celebra o ritual e os Guias de Patrulhas quem o acolita, pelo que estes devem tomar uma posição de destaque. Os restantes elementos podem estar organizados de forma mista ou separa- dos os que já têm Totem dos que vão ser batizados por forma a realçar a sua entrada no grupo. A Cerimónia pode ser iniciada com uma dinâmica própria da secção ou um momento de animação concebido pontualmente para o ritual. Guia de Secção: Caríssimos irmãos Escutas, hoje é um dia especial. Estamos reunidos no calor do nosso Conselho para dar as boas-vindas a novos mem- bros à nossa Família Totémica. Os Escutas que têm totem aclamam a boa nova fazendo o grito do seu animal do Totem Pessoal. Guia de Secção: Guias de Patrulha, quem trazem convosco? Guia de Patrulha: O Guia da Patrulha chama pelo nome próprio (nome e sobrenome) o ele- mento que vai fazer o batismo. Escuta a Batizar: Imita o Grito do animal da sua Patrulha e aproxima-se junto dos Guias. Caso a Patrulha não tenha um animal mas um benemérito da Humanida-
  • 9. de, pode repercutir uma frase ou pensamento da autoria do seu benemérito ou responder com energia «Ubuntu!» Guia de Secção: Estimado irmão, é com grande honra que te recebemos neste Con- selho Totémico. O que desejas? Escuta a Batizar: Ser batizado com o meu Totem Pessoal. Guia de Secção: Compreendes que ao escolheres o Totem Pessoal para ser parte in- tegral da tua pessoa estás a apropriar-te do nome do teu animal, reafirmando com isso a tua própria identidade que te compromete, perante os teus irmãos Escutas, a seguir as “pegadas” do teu animal? Escuta a Batizar: Sim, compreendo. Guia de Secção: Estás disposto a trabalhar para atingires a plenitude que o Totem guarda, cumprindo assim com o teu dever para o engrandecimento da tua Patrulha e da nossa Secção? Escuta a Batizar: Sim, com a ajuda dos meus irmãos. Guia de Secção: Diz-nos, então, qual é o Totem que escolheste e pelo qual pretendes ser conhecido. Escuta a Batizar: Eu sou (nome do Totem escolhido). Guia de Secção: Selemos então compromisso, pois (Totem) serás! O Escuta leva a mão ao peito e professa o seu compromisso: Escuta a Batizar: Prometo entregar o meu coração à concretização do meu Totem. O Guia de Secção derrama água sobre o ombro esquerdo do Escuta de modo a molhar a insígnia de Patrulha. De seguida o Escuta leva um joelho ao chão e com a Bandeirola de Patrulha o seu Guia toca-lhe primeiro no ombro direito e depois no esquerdo. Guia de Patrulha: Ergue-te, agora, e sê (Totem)! O Escuta imita o animal do seu Totem e todos os outros fazem o mesmo, imitam o animal do novo escuta totemizado. Guia de Secção: Hoje somos mais! Vamos celebrar!
  • 10. Todos imitam o animal do próprio Totem em uníssono. De forma a manter a «Cerimónia de Totemização» independente das outras atividades escutistas, preservando alguma necessidade ontológica, devem observar-se algumas preocupações de modo que esta não se torne uma dinâmica vulgar, correndo o risco de perder ou enfraquecer a Mística que ela comporta: • A água usada para molhar o ombro esquerdo do Escuta deve ter um significado es- pecial, como a origem da sua colheita, oriunda de um lugar autóctone do Agrupa- mento onde estão inseridos, como água do mar, de um rio, de uma fonte, de uma lagoa ou simplesmente água da chuva que cai no local de reunião colheita com en- genho escutista. • No ombro direito pode ser derramado um elemento sólio para complementar o derrame do lado esquerdo, também com material autóctone do Agrupamento, como areia da praia, pequenos seixos do rio, algum tipo de folhagem ou vegetação fragmentada em pequenas porções. • A Cerimónia deve realizar-se numa atividade de grande importância e reservar al- guma raridade para o seu acontecimento. • A tutela da Cerimónia deve estar ao encargo dos Guias para celebrar e acolitar, não dos Chefes, cujo papel deve apenas certificar que a mesma decorre dentro dos parâ- metros educativos. • Deve haver um recipiente próprio para guardar a água e outros elementos do Batis- mo, preferencialmente de artesanato local ou construído por engenho escutista. Estes recipientes tanto podem ter um sacrário no local de reunião como acompa- nhar as Bandeirolas dos Guias, aos quais recai a responsabilidade de preservar e efetuar manutenção dos mesmos.
  • 11. BIBLIOGRAFIA & LEITURAS RECOMENDADAS BIBLIOGRAFIA • Totem Pessoal e Totem de Patrulha, CAP II 2007/2008 (htt ps://www.escutismo. pt/dirigentes/recursos/pedagogicos/pag:recursos/2b7628fb-4b59-4a65-922d- -d53a5507596f) LEITURAS RECOMENDADAS • Totemism and Tribes: A Study of the Concept and Practice (https://www.resear- chgate.net/publication/326655380_Totemism_and_Tribes_A_Study_of_the_ Concept_and_Practice) • The many origins of totemism. Critical analysis of theories of James G. Frazer, Émile Durkheim and Sigmund Freud (https://www.researchgate.net/publica- tion/335715430_The_many_origins_of_totemism_Critical_analysis_of_theories_ of_James_G_Frazer_Emile_Durkheim_and_Sigmund_Freud) • What is the Spiritual Meaning of an Own Totem? (https://spiritualdesk.com/wha- t-is-the-spiritual-meaning-of-an-own-totem/) • A filosofia Ubuntu (https://site.ubuntufin.com.br/o-que-e-a-filosofia-ubuntu/) • Veldismagn (https://www.symbols.com/symbol/veldismagn)