1) O documento discute o ressurgimento do interesse acadêmico pela economia do desenvolvimento devido à dispersão nas taxas de crescimento entre países.
2) Apresenta fatos estilizados sobre o crescimento pós-guerra, como a relação entre investimento e crescimento e a divergência entre Ásia e América Latina nos anos 80.
3) Discutem-se interpretações heterodoxas que enfatizam o papel da política industrial e instituições no sucesso asiático, em contraste com a ortodoxia do Banco
Nesse artigo mostramos como um esquema de análise baseado na abordagem clássica do excedente pode ser usado para explicar o desenvolvimento econômico das nações e, em particular, da economia brasileira nas últimas décadas. Nossa discussão começa pelas limitações da tradicional economia do desenvolvimento, por um lado e, por outro, à incapacidade da abordagem neoclássica de explicar alguns dos fatos estilizados mais importantes do processo de desenvolvimento. Discutimos como o esquema proposto pode explicar esses fatos e, dentro dessa perspectiva, as restrições internas e externas ao desenvolvimento econômico. Finalmente ilustramos o uso deste esquema através de um breve resumo de nossas pesquisas sobre o desenvolvimento recente da economia brasileira.
In this article we show how an analytical framework based on the classical sur- plus approach can be used to the understanding of some central matters of the eco- nomic development of the nations and of the Brazilian economy in the last decades, in particular. We start discussing the shortcomings of the traditional approach to development economics and the inability of the neoclassical approach to explain some of the more important stylized facts of the development process. We show how the scheme proposed can explain these facts and, in this perspective, what are the internal and external constraints to economic development. Finally, we illustrate our argument with a brief summary of our research on the recent development of the Brazilian economy.
O impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro de empresas estat...Thiago Arbulu
1. O documento analisa o impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro da Petrobras.
2. Discutem-se os conceitos de capitalismo de estado e suas ferramentas, como empresas estatais e fundos soberanos.
3. Analisa-se como o capitalismo de estado foi aplicado no Brasil e como as intervenções do governo afetaram os resultados da Petrobras.
Este documento discute três pontos principais: (1) A Teoria do Desenvolvimento se concentrou principalmente no processo de acumulação de capital e mudanças estruturais, sem dar atenção devida à distribuição de renda e bem-estar; (2) Autores como Lewis previam que a concentração funcional de renda inicial levaria a maior crescimento, com os benefícios "gotejando" depois, mas não propunham isso normativamente; (3) A provisão de bens e serviços públicos pelo Estado não recebeu atenção adequada na Te
O documento apresenta um livro que avalia os governos Lula de 2003 a 2010 através de artigos de diversos autores. Aborda temas como a macroeconomia, política industrial, infraestrutura, BNDES, agronegócio, trabalho e desigualdade social. O livro busca fornecer uma análise crítica balanceada dos anos Lula e discutir os desafios futuros do Brasil.
Empreendedorismo - Estatísticas de Empreendedorismo 2008 - IBGEONGestão
Este documento apresenta estatísticas sobre empreendedorismo no Brasil em 2008. Fornece informações sobre o número, setores, regiões e características de empresas de alto crescimento no país. Analisa dados sobre emprego, salários, receita e produtividade destas empresas.
1) O documento discute a divisão internacional do trabalho e como ela mudou ao longo dos séculos 19 e 20, com países assumindo papéis diferentes na economia global.
2) A divisão internacional do trabalho é estruturada em relações entre centro e periferia, com o centro no comando e a periferia subordinada.
3) Recentemente, o conceito de "semi-periferia" foi introduzido para descrever economias com condições intermediárias, como alguns países socialistas ou novos países industrializados.
A Teoria do Desenvolvimento apresenta um conjunto de elementos analíticos que são
centrais e comuns a grande parte dos seus autores. Entretanto, apesar de características
que conformam este campo do conhecimento econômico há pontos sobre os quais um
menor consenso se observa; este é o pano de fundo da releitura crítica do debate
Nurkse-Furtado da década de 1950. Destaca-se, como ponto de convergência, a
importância para ambos do tradeoff entre consumo de luxo e investimento. Por outro
lado, Furtado diverge de Nurkse ao enfatizar a existência de uma restrição externa ao
crescimento/desenvolvimento, cuja superação exigiria a internalização de indústrias
com maior elasticidade renda através de medidas protecionistas. Busca-se também
rever tal debate incorporando o Princípio da Demanda Efetiva, com ênfase no
“problema do consumo de luxo” e no esclarecimento sobre as divergências acerca dos
modelos de substituição de importações e promoção de exportações.
Nesse artigo mostramos como um esquema de análise baseado na abordagem clássica do excedente pode ser usado para explicar o desenvolvimento econômico das nações e, em particular, da economia brasileira nas últimas décadas. Nossa discussão começa pelas limitações da tradicional economia do desenvolvimento, por um lado e, por outro, à incapacidade da abordagem neoclássica de explicar alguns dos fatos estilizados mais importantes do processo de desenvolvimento. Discutimos como o esquema proposto pode explicar esses fatos e, dentro dessa perspectiva, as restrições internas e externas ao desenvolvimento econômico. Finalmente ilustramos o uso deste esquema através de um breve resumo de nossas pesquisas sobre o desenvolvimento recente da economia brasileira.
In this article we show how an analytical framework based on the classical sur- plus approach can be used to the understanding of some central matters of the eco- nomic development of the nations and of the Brazilian economy in the last decades, in particular. We start discussing the shortcomings of the traditional approach to development economics and the inability of the neoclassical approach to explain some of the more important stylized facts of the development process. We show how the scheme proposed can explain these facts and, in this perspective, what are the internal and external constraints to economic development. Finally, we illustrate our argument with a brief summary of our research on the recent development of the Brazilian economy.
O impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro de empresas estat...Thiago Arbulu
1. O documento analisa o impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro da Petrobras.
2. Discutem-se os conceitos de capitalismo de estado e suas ferramentas, como empresas estatais e fundos soberanos.
3. Analisa-se como o capitalismo de estado foi aplicado no Brasil e como as intervenções do governo afetaram os resultados da Petrobras.
Este documento discute três pontos principais: (1) A Teoria do Desenvolvimento se concentrou principalmente no processo de acumulação de capital e mudanças estruturais, sem dar atenção devida à distribuição de renda e bem-estar; (2) Autores como Lewis previam que a concentração funcional de renda inicial levaria a maior crescimento, com os benefícios "gotejando" depois, mas não propunham isso normativamente; (3) A provisão de bens e serviços públicos pelo Estado não recebeu atenção adequada na Te
O documento apresenta um livro que avalia os governos Lula de 2003 a 2010 através de artigos de diversos autores. Aborda temas como a macroeconomia, política industrial, infraestrutura, BNDES, agronegócio, trabalho e desigualdade social. O livro busca fornecer uma análise crítica balanceada dos anos Lula e discutir os desafios futuros do Brasil.
Empreendedorismo - Estatísticas de Empreendedorismo 2008 - IBGEONGestão
Este documento apresenta estatísticas sobre empreendedorismo no Brasil em 2008. Fornece informações sobre o número, setores, regiões e características de empresas de alto crescimento no país. Analisa dados sobre emprego, salários, receita e produtividade destas empresas.
1) O documento discute a divisão internacional do trabalho e como ela mudou ao longo dos séculos 19 e 20, com países assumindo papéis diferentes na economia global.
2) A divisão internacional do trabalho é estruturada em relações entre centro e periferia, com o centro no comando e a periferia subordinada.
3) Recentemente, o conceito de "semi-periferia" foi introduzido para descrever economias com condições intermediárias, como alguns países socialistas ou novos países industrializados.
A Teoria do Desenvolvimento apresenta um conjunto de elementos analíticos que são
centrais e comuns a grande parte dos seus autores. Entretanto, apesar de características
que conformam este campo do conhecimento econômico há pontos sobre os quais um
menor consenso se observa; este é o pano de fundo da releitura crítica do debate
Nurkse-Furtado da década de 1950. Destaca-se, como ponto de convergência, a
importância para ambos do tradeoff entre consumo de luxo e investimento. Por outro
lado, Furtado diverge de Nurkse ao enfatizar a existência de uma restrição externa ao
crescimento/desenvolvimento, cuja superação exigiria a internalização de indústrias
com maior elasticidade renda através de medidas protecionistas. Busca-se também
rever tal debate incorporando o Princípio da Demanda Efetiva, com ênfase no
“problema do consumo de luxo” e no esclarecimento sobre as divergências acerca dos
modelos de substituição de importações e promoção de exportações.
O objetivo deste ensaio é investigar o impacto da abertura financeira e da privatização sobre as estratégias nacionais de desenvolvimento sublinhando, em particular, a natureza radical e ideológica que estes processos assumiram na América Latina dos anos 90 em contraste com o pragmatismo observado em outras regiões. Na primeira seção, investiga-se de forma condensada algumas características do estado desenvolvimentista do pós guerra e as transformações recentes de abertura, desregulação e privatização; na segunda seção discute-se a economia política da abertura financeira e a natureza com que este processo na América Latina, a terceira seção examina deste mesmo ângulo o significado dos processos de privatização, por fim, na quarta seção, algumas breves considerações finais são apresentadas.
Teoría de la producción en la economía regional: Una propuesta para la sistem...Alex AG
1. O documento propõe uma sistematização da produção teórica em economia regional em três blocos: teorias clássicas da localização, teorias de desenvolvimento regional focadas em aglomeração, e produção recente incorporando novos modelos.
2. É analisada a evolução das teorias da localização desde von Thünen até Isard, e teorias de desenvolvimento regional inspiradas por Marshall, Keynes, Perroux, Myrdal e Hirschman.
3. Recentemente há esforços para incorporar impactos da indústria
Este artigo sugere que as características da formação do Estado regulador brasileiro, antes de serem entendidas como disputas entre economistas, estariam relacionadas a disputas entre interpretações do Brasil que analisam a dinâmica política entre Estado e sociedade. O autor argumenta que o Estado regulador no Brasil foi moldado por disputas sobre como a burocracia estatal deveria organizar setores da economia durante a industrialização, mais do que por modelos econômicos.
Choques de Produtividade e Ciclos de Negócios: um estudo da evolução do resíd...Matheus Albergaria
Este documento analisa os choques de produtividade e ciclos de negócios no Brasil entre 1970-1990. Estimou-se o resíduo de Solow para o período, que apontou para um padrão altamente cíclico, sugerindo que distúrbios de produtividade foram a principal fonte das flutuações econômicas, embora limitações do método de estimação podem superestimar essa importância.
1) O documento discute a Hipótese de Estagnação Secular (HES) e suas inconsistências teóricas ao analisá-la a partir de perspectivas neoclássicas e heterodoxas da teoria do crescimento econômico.
2) A HES sugere que economias avançadas enfrentam tendência de estagnação devido a fatores como baixo crescimento populacional, tecnológico e da produtividade que limitam o investimento.
3) O documento mostra que a HES apresenta inconsistências tanto na abordagem neo
O documento discute as tendências recentes do "mainstream" da ciência econômica. Ampliou seu escopo para incluir novos temas, como organização industrial e estratégias empresariais, porém manteve os pilares metodológicos da racionalidade maximizadora e do equilíbrio. Isso restringiu a análise ao permitir apenas incerteza fraca e sem questionar a maximização ou o equilíbrio como resultado. Também criticou os efeitos dessa abordagem sobre a agenda de pesquisa e questões consideradas relevant
Os Desafios das Relações Europa-África: uma agenda de prioridades, Dec 2003Africa Cheetah Run
Tanto a União Europeia como a União Africana enfrentam um ano limiar, onde os principais acordos internacionais devem ser atingidos em diferentes cúpulas sobre o financiamento do desenvolvimento, metas de desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e comércio para o desenvolvimento.
A Economia do Espírito Santo: propostas e desafios para a nova geraçãoMatheus Albergaria
O documento discute a produção de pesquisa sobre a economia do Espírito Santo nos últimos anos: (1) Apresenta evidências de que o interesse e produção acadêmica aumentaram inicialmente, mas podem ter diminuído; (2) Discute métodos e dados para avaliar a produção de três instituições; (3) Aponta tendências na produção de artigos, publicações técnicas e acadêmicas sobre a economia local.
O documento discute o papel do Estado na economia brasileira ao longo do tempo, desde a República até os dias atuais. O Estado teve um papel importante no desenvolvimento, principalmente através de empresas estatais em setores estratégicos. Recentemente, há um debate sobre privatizar e redefinir o papel do Estado, embora ainda haja discordância sobre isso.
O documento descreve a agenda de pesquisa dos modelos de ciclos reais de negócios (RBC), que buscam explicar as flutuações econômicas de curto prazo a partir de choques reais em economias de equilíbrio geral. Inicialmente, os modelos RBC replicavam boa parte dos fatos estilizados dos ciclos econômicos dos EUA apesar de sua simplicidade. Atualmente, esses modelos são amplamente utilizados, porém permanecem controversos em alguns aspectos.
1) O documento discute a evolução do pensamento sobre desenvolvimento na América Latina desde a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais, incluindo a Teoria da Dependência e as críticas ao modelo de industrialização.
2) Inicialmente, o documento apresenta os conceitos centrais da teoria clássica do desenvolvimento da CEPAL e como ela foi desafiada nas décadas de 1960-1970 por novas abordagens críticas.
3) Após um breve período de hegemonia neoliberal nos anos 1980, o debate sobre
Este documento apresenta um prefácio para a 32a edição do livro "Formação Econômica do Brasil" de Celso Furtado. O prefácio descreve Furtado como um importante cientista social brasileiro e um dos principais expoentes do desenvolvimentismo latino-americano. Resume os principais pontos da teoria do desenvolvimento de Furtado, focando na importância do Estado nacional e da equidade social. Por fim, contextualiza a relevância do livro "Formação Econômica do Brasil" para o debate sobre a história econôm
O documento discute o desafio representado pela emergência da China para a indústria na América Latina. A região sempre viu a industrialização como chave para o desenvolvimento, embora sua capacidade de competir globalmente em manufaturados já tenha sido questionada antes. A China, com sua oferta ilimitada de mão-de-obra barata e crescente produtividade, leva esse desafio a novos patamares, colocando em dúvida o futuro da indústria na América Latina.
POLÍTICA INDUSTRIAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS PROPOSTAS NA EX...Luis Nassif
1. O documento discute as políticas industriais implementadas pelos governos do Partido dos Trabalhadores no Brasil entre 2003-2014.
2. Analisa as políticas segundo três tipos ideais: Estado desenvolvimentista, neoclássico e neoschumpeteriano.
3. Conclui que as políticas implementadas tiveram traços predominantemente neoschumpeterianos e houve continuidade significativa entre elas ao longo do período.
O documento discute os principais indicadores econômicos utilizados para medir o desempenho da economia, agrupados em cinco categorias: nível de atividade, preços, setor externo, agregados monetários e setor público. Os indicadores de nível de atividade como o PIB e a produção industrial medem a atividade econômica, enquanto os índices de preços como o IPCA e IGP medem a inflação. O setor externo é avaliado por meio das exportações, importações e dívida externa
O objetivo deste trabalho é discutir as causas principais da interrupção, a partir de 2015,do processo de crescimento com inclusão social que ocorreu na economia brasileira a partir de meados dos anos 2000, processo que chamaremos de “Breve Era de Ouro” da economia brasileira em alusão ao processo semelhante, porém bem mais longo e intenso, que ocorreu nos países centrais depois da Segunda Guerra Mundial até o inicio da década de 70 do século passado. Nossa analise se baseia em duas hipóteses centrais. A primeira é de que, por uma série de razões estruturais operando tanto no lado da oferta quanto da demanda de trabalho, este processo gerou, a despeito das taxas de crescimento da economia não terem sido muito elevadas,uma “revolução indesejada” no mercado de trabalho brasileiro entre 2004 e 2014, que reforçou muito o poder de barganha dos trabalhadores (particularmente os menos qualificados).Esta “revolução indesejada” gerou uma tendência dos salários reais crescerem continuamente acima do crescimento da produtividade, o que acirrou progressivamente o conflito distributivo e reduziu as margens e taxas de lucros das empresas.
O artigo discute como políticas de incentivo à migração ou concentração produtiva entre regiões podem afetar o bem-estar da população. Apresenta um modelo teórico que mostra que incentivar a migração pode levar a população de origem e destino a um nível pior de bem-estar, enquanto incentivar a distribuição de atividades produtivas entre as regiões nem sempre melhora o bem-estar. Analisa dados sobre migração no Brasil e simula o modelo com dados brasileiros, mostrando diferentes dinâmicas migrat
Este documento discute a relação entre política e economia, especialmente no âmbito financeiro. Aponta que a política econômica e o sistema financeiro são influenciados pelas forças políticas, e que o Estado é a expressão das relações políticas e econômicas. Aborda como as condições de financiamento do Estado refletem o poder dos grupos econômicos sobre ele.
El erhu es un instrumento musical tradicional chino de dos cuerdas que se frotan con un arco. Originalmente introducido por tribus no chinas, el erhu produce un sonido melancólico y triste a pesar de la velocidad musical. Consiste en un cuello largo con dos clavijas de afinación y una pequeña caja de resonancia cubierta con piel que vibra cuando el arco pasa entre las cuerdas, creando el sonido característico de la cultura china.
1. O documento discute a evolução do pensamento sobre desenvolvimento na América Latina desde a Segunda Guerra Mundial, incluindo a Teoria da Dependência e as críticas ao modelo de industrialização.
2. Analisa como as crises econômicas dos anos 1970 e 1980 interromperam o debate e como o neoliberalismo dominou o cenário intelectual posteriormente.
3. Argumenta que um "acerto de contas" com abordagens críticas ao desenvolvimentismo é necessário para retomar o debate sobre desenvolvimento.
Desde 1949, quando a República Popular foi criada, a China passou por duas transformações fundamentais. De um lado, houve um contínuo e acelerado processo de industrialização, responsável por elevada e persistente taxa de crescimento econômico; de outro, ocorreu uma profunda transição institucional, com a transformação de uma economia centralmente planejada num capitalismo de Estado. O que distingue a experiência chinesa em confronto com outras experiências de transição institucional é a superposição desses processos sem que a industrialização, a máquina de crescimento essencial da China, tivesse sofrido solução de continuidade. Desde 1978, as “estruturas sociais de acumulação” mudaram amplamente com a dissolução das comunas, com uma veloz urbanização, com a emergência de uma classe capitalista e de um grande setor privado doméstico e internacionalizado, com a formação de um mercado de trabalho, com a comercialização do direito de uso das terras e com a privatização do excedente social. Do mesmo modo, as relações externas mudaram profundamente. Do isolamento autárquico vigente até a década de 1980, a China transformou-se num centro manufatureiro e segundo maior exportador mundial e um dos maiores mercados internacionalizados. Essas transformações ocorreram sem interromper a trajetória de acumulação liderada pelo Estado.
Conforme se pretende argumentar neste trabalho, tal persistência na trajetória industrializante decorre da própria estrutura econômica chinesa caracterizada ao longo de todo o período por uma vasta população ocupada na agricultura de alimentos, comprimida num espaço de terra arável relativamente escasso e amplo excedente de mão de obra rural, tornando a acumulação de capital industrial base para o aumento da produtividade agrícola e para a absorção do excedente rural. A industrialização, tal como nos países do sudeste asiático, tornou-se a via obrigatória do desenvolvimento, e a absorção do excedente rural nas atividades de maior produtividade configurou-se, tal como na clássica análise de Arthur Lewis (1954), como o principal fator para a elevação do produto médio por ocupado. Os investimentos em infraestrutura e em máquina e equipamentos afirmaram-se, por sua vez, como o motor da produtividade industrial.
Mas de forma distinta das demais economias dinâmicas do sudeste asiático, a importância do mercado interno decorrente da modernização da agricultura, da expansão da renda média de uma vasta população, dos investimentos interindustriais e do processo de urbanização sobressaíram na liderança do crescimento econômico ainda que as exportações tivessem contribuído tanto para a expansão dos mercados quanto e, sobretudo, para financiar as crescentes necessidades de importa- ções de máquinas e equipamentos e produtos intermediários.
Em que pese a importância das transformações institucionais favorecedoras do mercado e da descentr
O presente trabalho tem como objetivo resgatar o debate sobre desenvolvimento
econômico dentro da tradição heterodoxa brasileira. São examinadas as
teorias originais da acumulação cepalina e a forma como essas teorias foram depois utilizadas por Furtado para avançar suas hipóteses de estagnação e mais especificamente sua teoria do subdesenvolvimento. Apresentamos algumas críticas sobre a hipótese da estagnação tendo como base o trabalho de Conceição Tavares e Serra, mostrando como a tradição heterodoxa brasileira passou e incorporar o princípio da demanda efetiva em seus modelos de crescimento. Essa mudança teórica é o fundamento da chamada Escola da Unicamp. Utilizamos a discussão de ambas as abordagens para avançar na análise da interação entre distribuição de renda e desenvolvimento segundo diferentes abordagens de acumulação: a leitura clássica e a abordagem da demanda efetiva.
O objetivo deste ensaio é investigar o impacto da abertura financeira e da privatização sobre as estratégias nacionais de desenvolvimento sublinhando, em particular, a natureza radical e ideológica que estes processos assumiram na América Latina dos anos 90 em contraste com o pragmatismo observado em outras regiões. Na primeira seção, investiga-se de forma condensada algumas características do estado desenvolvimentista do pós guerra e as transformações recentes de abertura, desregulação e privatização; na segunda seção discute-se a economia política da abertura financeira e a natureza com que este processo na América Latina, a terceira seção examina deste mesmo ângulo o significado dos processos de privatização, por fim, na quarta seção, algumas breves considerações finais são apresentadas.
Teoría de la producción en la economía regional: Una propuesta para la sistem...Alex AG
1. O documento propõe uma sistematização da produção teórica em economia regional em três blocos: teorias clássicas da localização, teorias de desenvolvimento regional focadas em aglomeração, e produção recente incorporando novos modelos.
2. É analisada a evolução das teorias da localização desde von Thünen até Isard, e teorias de desenvolvimento regional inspiradas por Marshall, Keynes, Perroux, Myrdal e Hirschman.
3. Recentemente há esforços para incorporar impactos da indústria
Este artigo sugere que as características da formação do Estado regulador brasileiro, antes de serem entendidas como disputas entre economistas, estariam relacionadas a disputas entre interpretações do Brasil que analisam a dinâmica política entre Estado e sociedade. O autor argumenta que o Estado regulador no Brasil foi moldado por disputas sobre como a burocracia estatal deveria organizar setores da economia durante a industrialização, mais do que por modelos econômicos.
Choques de Produtividade e Ciclos de Negócios: um estudo da evolução do resíd...Matheus Albergaria
Este documento analisa os choques de produtividade e ciclos de negócios no Brasil entre 1970-1990. Estimou-se o resíduo de Solow para o período, que apontou para um padrão altamente cíclico, sugerindo que distúrbios de produtividade foram a principal fonte das flutuações econômicas, embora limitações do método de estimação podem superestimar essa importância.
1) O documento discute a Hipótese de Estagnação Secular (HES) e suas inconsistências teóricas ao analisá-la a partir de perspectivas neoclássicas e heterodoxas da teoria do crescimento econômico.
2) A HES sugere que economias avançadas enfrentam tendência de estagnação devido a fatores como baixo crescimento populacional, tecnológico e da produtividade que limitam o investimento.
3) O documento mostra que a HES apresenta inconsistências tanto na abordagem neo
O documento discute as tendências recentes do "mainstream" da ciência econômica. Ampliou seu escopo para incluir novos temas, como organização industrial e estratégias empresariais, porém manteve os pilares metodológicos da racionalidade maximizadora e do equilíbrio. Isso restringiu a análise ao permitir apenas incerteza fraca e sem questionar a maximização ou o equilíbrio como resultado. Também criticou os efeitos dessa abordagem sobre a agenda de pesquisa e questões consideradas relevant
Os Desafios das Relações Europa-África: uma agenda de prioridades, Dec 2003Africa Cheetah Run
Tanto a União Europeia como a União Africana enfrentam um ano limiar, onde os principais acordos internacionais devem ser atingidos em diferentes cúpulas sobre o financiamento do desenvolvimento, metas de desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e comércio para o desenvolvimento.
A Economia do Espírito Santo: propostas e desafios para a nova geraçãoMatheus Albergaria
O documento discute a produção de pesquisa sobre a economia do Espírito Santo nos últimos anos: (1) Apresenta evidências de que o interesse e produção acadêmica aumentaram inicialmente, mas podem ter diminuído; (2) Discute métodos e dados para avaliar a produção de três instituições; (3) Aponta tendências na produção de artigos, publicações técnicas e acadêmicas sobre a economia local.
O documento discute o papel do Estado na economia brasileira ao longo do tempo, desde a República até os dias atuais. O Estado teve um papel importante no desenvolvimento, principalmente através de empresas estatais em setores estratégicos. Recentemente, há um debate sobre privatizar e redefinir o papel do Estado, embora ainda haja discordância sobre isso.
O documento descreve a agenda de pesquisa dos modelos de ciclos reais de negócios (RBC), que buscam explicar as flutuações econômicas de curto prazo a partir de choques reais em economias de equilíbrio geral. Inicialmente, os modelos RBC replicavam boa parte dos fatos estilizados dos ciclos econômicos dos EUA apesar de sua simplicidade. Atualmente, esses modelos são amplamente utilizados, porém permanecem controversos em alguns aspectos.
1) O documento discute a evolução do pensamento sobre desenvolvimento na América Latina desde a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais, incluindo a Teoria da Dependência e as críticas ao modelo de industrialização.
2) Inicialmente, o documento apresenta os conceitos centrais da teoria clássica do desenvolvimento da CEPAL e como ela foi desafiada nas décadas de 1960-1970 por novas abordagens críticas.
3) Após um breve período de hegemonia neoliberal nos anos 1980, o debate sobre
Este documento apresenta um prefácio para a 32a edição do livro "Formação Econômica do Brasil" de Celso Furtado. O prefácio descreve Furtado como um importante cientista social brasileiro e um dos principais expoentes do desenvolvimentismo latino-americano. Resume os principais pontos da teoria do desenvolvimento de Furtado, focando na importância do Estado nacional e da equidade social. Por fim, contextualiza a relevância do livro "Formação Econômica do Brasil" para o debate sobre a história econôm
O documento discute o desafio representado pela emergência da China para a indústria na América Latina. A região sempre viu a industrialização como chave para o desenvolvimento, embora sua capacidade de competir globalmente em manufaturados já tenha sido questionada antes. A China, com sua oferta ilimitada de mão-de-obra barata e crescente produtividade, leva esse desafio a novos patamares, colocando em dúvida o futuro da indústria na América Latina.
POLÍTICA INDUSTRIAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS PROPOSTAS NA EX...Luis Nassif
1. O documento discute as políticas industriais implementadas pelos governos do Partido dos Trabalhadores no Brasil entre 2003-2014.
2. Analisa as políticas segundo três tipos ideais: Estado desenvolvimentista, neoclássico e neoschumpeteriano.
3. Conclui que as políticas implementadas tiveram traços predominantemente neoschumpeterianos e houve continuidade significativa entre elas ao longo do período.
O documento discute os principais indicadores econômicos utilizados para medir o desempenho da economia, agrupados em cinco categorias: nível de atividade, preços, setor externo, agregados monetários e setor público. Os indicadores de nível de atividade como o PIB e a produção industrial medem a atividade econômica, enquanto os índices de preços como o IPCA e IGP medem a inflação. O setor externo é avaliado por meio das exportações, importações e dívida externa
O objetivo deste trabalho é discutir as causas principais da interrupção, a partir de 2015,do processo de crescimento com inclusão social que ocorreu na economia brasileira a partir de meados dos anos 2000, processo que chamaremos de “Breve Era de Ouro” da economia brasileira em alusão ao processo semelhante, porém bem mais longo e intenso, que ocorreu nos países centrais depois da Segunda Guerra Mundial até o inicio da década de 70 do século passado. Nossa analise se baseia em duas hipóteses centrais. A primeira é de que, por uma série de razões estruturais operando tanto no lado da oferta quanto da demanda de trabalho, este processo gerou, a despeito das taxas de crescimento da economia não terem sido muito elevadas,uma “revolução indesejada” no mercado de trabalho brasileiro entre 2004 e 2014, que reforçou muito o poder de barganha dos trabalhadores (particularmente os menos qualificados).Esta “revolução indesejada” gerou uma tendência dos salários reais crescerem continuamente acima do crescimento da produtividade, o que acirrou progressivamente o conflito distributivo e reduziu as margens e taxas de lucros das empresas.
O artigo discute como políticas de incentivo à migração ou concentração produtiva entre regiões podem afetar o bem-estar da população. Apresenta um modelo teórico que mostra que incentivar a migração pode levar a população de origem e destino a um nível pior de bem-estar, enquanto incentivar a distribuição de atividades produtivas entre as regiões nem sempre melhora o bem-estar. Analisa dados sobre migração no Brasil e simula o modelo com dados brasileiros, mostrando diferentes dinâmicas migrat
Este documento discute a relação entre política e economia, especialmente no âmbito financeiro. Aponta que a política econômica e o sistema financeiro são influenciados pelas forças políticas, e que o Estado é a expressão das relações políticas e econômicas. Aborda como as condições de financiamento do Estado refletem o poder dos grupos econômicos sobre ele.
El erhu es un instrumento musical tradicional chino de dos cuerdas que se frotan con un arco. Originalmente introducido por tribus no chinas, el erhu produce un sonido melancólico y triste a pesar de la velocidad musical. Consiste en un cuello largo con dos clavijas de afinación y una pequeña caja de resonancia cubierta con piel que vibra cuando el arco pasa entre las cuerdas, creando el sonido característico de la cultura china.
1. O documento discute a evolução do pensamento sobre desenvolvimento na América Latina desde a Segunda Guerra Mundial, incluindo a Teoria da Dependência e as críticas ao modelo de industrialização.
2. Analisa como as crises econômicas dos anos 1970 e 1980 interromperam o debate e como o neoliberalismo dominou o cenário intelectual posteriormente.
3. Argumenta que um "acerto de contas" com abordagens críticas ao desenvolvimentismo é necessário para retomar o debate sobre desenvolvimento.
Desde 1949, quando a República Popular foi criada, a China passou por duas transformações fundamentais. De um lado, houve um contínuo e acelerado processo de industrialização, responsável por elevada e persistente taxa de crescimento econômico; de outro, ocorreu uma profunda transição institucional, com a transformação de uma economia centralmente planejada num capitalismo de Estado. O que distingue a experiência chinesa em confronto com outras experiências de transição institucional é a superposição desses processos sem que a industrialização, a máquina de crescimento essencial da China, tivesse sofrido solução de continuidade. Desde 1978, as “estruturas sociais de acumulação” mudaram amplamente com a dissolução das comunas, com uma veloz urbanização, com a emergência de uma classe capitalista e de um grande setor privado doméstico e internacionalizado, com a formação de um mercado de trabalho, com a comercialização do direito de uso das terras e com a privatização do excedente social. Do mesmo modo, as relações externas mudaram profundamente. Do isolamento autárquico vigente até a década de 1980, a China transformou-se num centro manufatureiro e segundo maior exportador mundial e um dos maiores mercados internacionalizados. Essas transformações ocorreram sem interromper a trajetória de acumulação liderada pelo Estado.
Conforme se pretende argumentar neste trabalho, tal persistência na trajetória industrializante decorre da própria estrutura econômica chinesa caracterizada ao longo de todo o período por uma vasta população ocupada na agricultura de alimentos, comprimida num espaço de terra arável relativamente escasso e amplo excedente de mão de obra rural, tornando a acumulação de capital industrial base para o aumento da produtividade agrícola e para a absorção do excedente rural. A industrialização, tal como nos países do sudeste asiático, tornou-se a via obrigatória do desenvolvimento, e a absorção do excedente rural nas atividades de maior produtividade configurou-se, tal como na clássica análise de Arthur Lewis (1954), como o principal fator para a elevação do produto médio por ocupado. Os investimentos em infraestrutura e em máquina e equipamentos afirmaram-se, por sua vez, como o motor da produtividade industrial.
Mas de forma distinta das demais economias dinâmicas do sudeste asiático, a importância do mercado interno decorrente da modernização da agricultura, da expansão da renda média de uma vasta população, dos investimentos interindustriais e do processo de urbanização sobressaíram na liderança do crescimento econômico ainda que as exportações tivessem contribuído tanto para a expansão dos mercados quanto e, sobretudo, para financiar as crescentes necessidades de importa- ções de máquinas e equipamentos e produtos intermediários.
Em que pese a importância das transformações institucionais favorecedoras do mercado e da descentr
O presente trabalho tem como objetivo resgatar o debate sobre desenvolvimento
econômico dentro da tradição heterodoxa brasileira. São examinadas as
teorias originais da acumulação cepalina e a forma como essas teorias foram depois utilizadas por Furtado para avançar suas hipóteses de estagnação e mais especificamente sua teoria do subdesenvolvimento. Apresentamos algumas críticas sobre a hipótese da estagnação tendo como base o trabalho de Conceição Tavares e Serra, mostrando como a tradição heterodoxa brasileira passou e incorporar o princípio da demanda efetiva em seus modelos de crescimento. Essa mudança teórica é o fundamento da chamada Escola da Unicamp. Utilizamos a discussão de ambas as abordagens para avançar na análise da interação entre distribuição de renda e desenvolvimento segundo diferentes abordagens de acumulação: a leitura clássica e a abordagem da demanda efetiva.
As amplas transformações estruturais decorrentes dos processos de industrialização e urbanização ocorridos nas últimas décadas na China têm gerado grande impacto sobre a economia e geopolíticas mundiais. Em particular, a crescente dependência chinesa às importações de energia e matérias-primas alterou substancialmente os seus preços com amplos impactos em sua oferta mundial. A construção de uma base internacional de supridores destas commodities constitui possivelmente a face mais visível da internacionalização das firmas chinesas e da ampla iniciativa do governo chinês nas relações internacionais. Como será argumentada na primeira parte deste artigo, a expansão chinesa, e em particular, a da indústria pesada, segue um movimento similar ao dos países que passaram por grandes processos de industrialização e urbanização, a sua singularidade é o seu tamanho, geopolítica e ritmo de mudança. Mas a questão das matérias-primas na China não resulta apenas da sua posição internacional de grande consumidora de petróleo ou minério de ferro, mas, como se argumenta na segunda parte do artigo, de sua posição de maior produtora de matérias-primas estratégicas às novas tecnologias e em particular para as da energia alternativa.
A seção final resume as conclusões do texto, explorando algumas implicações para o futuro.
Este artigo analisa criticamente a tese de Giovanni Arrighi sobre a decadência da hegemonia econômica dos Estados Unidos. Arrighi defende que a expansão financeira dos EUA desde os anos 1970 é sinal de que sua liderança global está em "crise terminal". O artigo critica este argumento, mostrando que os EUA ainda mantêm uma forte posição hegemônica economicamente.
Este trabalho discute como se financiam os gastos públicos e se determinam as taxas de juros sobre
os títulos de dívida pública de curto e longo prazo em países de moeda soberana. A análise segue a
abordagem da taxa de juros exógena, que sintetiza os resultados comuns da visão da moeda endógena,
da Modern Monetary Theory e das finanças funcionais de Lerner.1
Este documento discute como os recursos naturais afetam o desenvolvimento econômico de um país. Argumenta-se que a consolidação de interesses privados na produção de recursos limita seu uso para promover o desenvolvimento geral, mas países podem se desenvolver se interesses nacionais predominarem sobre os privados na exploração de recursos estratégicos como petróleo e gás. Isso requer políticas industriais abrangentes. Exemplos da Rússia e Venezuela ilustram essas dinâmicas.
1) O documento discute a economia da Rússia desde sua criação em 1991, dividindo-a em duas fases: de 1992-1998 foi marcada por uma prolongada recessão após reformas de choque; de 1999-2008 houve uma recuperação nacionalista com taxas altas de crescimento após mudança na política econômica. 2) A recessão entre 1992-1998 ocorreu devido às falhas das reformas de choque em lidar com as imperfeições de mercado e a redução drástica do gasto público; 3) A recup
1. O documento apresenta um modelo teórico das relações entre preços, taxa de câmbio, termos de troca, salários e lucros em economias abertas.
2. Analisa diferentes hipóteses de "fechamento" do modelo, como a determinação dos termos de troca que equilibra a balança comercial.
3. A segunda seção faz uma revisão crítica da abordagem "Novo Desenvolvimentista" sobre o papel da taxa de câmbio no comércio exterior brasileiro.
O objetivo destas notas é duplo. Em primeiro lugar, apresentar da forma mais simples e básica possível os aspectos principais das diversas teorias do crescimento, tanto neoclássicas quanto heterodoxas.
Em segundo lugar, novamente considerando apenas seus aspectos mais essenciais, fazer uma avaliação crítica preliminar das diversas teorias, no que diz respeito tanto a consistência lógico-teórica quanto à possível relevância para o entendimento de alguns fatos estilizados básicos sobre o processo de desenvolvimento.
1) O documento discute a restrição externa ao crescimento econômico em modelos pós-keynesianos de acordo com a abordagem de Kaldor-Thirlwall.
2) Inicialmente, o documento apresenta modelos que consideram apenas o equilíbrio da balança comercial, nos quais o produto que equilibra as contas externas determina o produto efetivo de longo prazo.
3) O documento argumenta que esta abordagem depende de hipóteses arbitrárias e que é necessário separar a análise
1) O artigo discute a evolução do projeto sraffiano iniciado por Garegnani em 1962 de desenvolver uma teoria da demanda efetiva de longo prazo compatível com a abordagem clássica do excedente.
2) Garegnani argumenta que a lei de Say não é necessária para a teoria clássica e que o princípio da demanda efetiva pode ser incorporado sem problemas.
3) Isso abriu o caminho para retomar a abordagem clássica do excedente e incorporar o papel ativo da
Global Values Chains (GCVs) led by transnational corporations (TNCs) have
reshaped the world division of labor over the past two decades. GVCs are pervasive in low
technology manufacturing such as textile and apparel as well as in more advanced industries like
automobiles, electronics, and machines. This hierarchical division of labor generates wild
competition at the lower value-added stages of production, where low wages and low profit
margins prevail for workers and contract manufacturers in developing countries. At the top of the
hierarchy another kind of competition prevails, centered on the ability to monitor and control
intellectual property rights related to innovation, finance, and marketing. In Latin America and
elsewhere, the legislative and institutional changes associated with globalized trade and finance
have enhanced corporate mobility, making it easier for firms to reduce wage costs and shift
accounting profits to low-tax jurisdictions. This increased mobility has increased rents for large
firms and helped redistribute income along the value chain from productive workers to
shareholders and salaried executives.
Durante os anos 80, a grande maioria das economias da América Latina registrou
processos inflacionários persistentes, com elevadas taxas, sem precedentes mesmo para
uma região com longa tradição inflacionária. Além desta, outra novidade atingiu a
região naquele período: mesmo os países que conseguiram levar adiante com grande
sucesso seus projetos desenvolvimentistas do pós-guerra, como Brasil e México,
tiveram então suas economias praticamente estagnadas.
Ao final da década de 90, ainda que permanecesse o desempenho medíocre em
termos de crescimento econômico, toda a região apresentava taxas de inflação muito
reduzidas, mesmo para os padrões históricos inflacionários do continente.
Este documento discute quatro teorias clássicas do desenvolvimento regional desenvolvidas no pós-guerra e como elas influenciaram o planejamento econômico no Brasil entre 1950-1980. A Teoria dos Polos de Crescimento de Perroux e Boudeville argumenta que o crescimento ocorre de forma desigual através de polos dinâmicos. A Teoria da Causação Circular Cumulativa de Myrdal e Hirschman explica como áreas mais desenvolvidas se reforçam. A Teoria do Desenvolvimento Des
Este documento discute as cadeias de valor global e redes de produção global e como elas têm mudado com a economia internacional. Ele introduz os conceitos-chave e argumentos principais sobre como as relações entre empresas e países têm evoluído. Também analisa a influência do estado e como as mudanças no mercado afetam as políticas econômicas internacionais.
O documento discute a desigualdade de renda no Brasil ao longo do tempo. Analisa como programas de transferência de renda e investimentos em educação contribuíram para uma queda recente na desigualdade. Também compara a situação brasileira com países nórdicos que possuem uma distribuição mais equitativa.
O documento discute a desigualdade de renda no Brasil ao longo do tempo. Analisa como programas de transferência de renda e investimentos em educação contribuíram para uma queda recente na desigualdade. Também compara a situação brasileira com países nórdicos que possuem uma distribuição mais equitativa.
O documento discute a desigualdade de renda no Brasil ao longo do tempo. Analisa como programas de transferência de renda e investimentos em educação contribuíram para uma queda recente na desigualdade. Também compara a situação brasileira com países nórdicos que possuem uma distribuição mais equitativa.
Este documento discute a relação entre inovação tecnológica e meio ambiente. Primeiro, apresenta duas perspectivas sobre inovação: a visão econômica derivada de Schumpeter e a sociologia construtivista de Latour. Em seguida, discute a indeterminação do processo inovativo e como isso cria riscos. Por fim, analisa como o pensamento ambientalista vê a tecnologia com desconfiança devido aos riscos, ignorando o potencial da inovação para a sustentabilidade.
Este documento discute as trajetórias de desenvolvimento tecnológico divergentes entre países desenvolvidos e em desenvolvimento após a crise do petróleo de 1973. Analisa como as opções tecnológicas influenciaram o consumo de energia e crescimento econômico nesses blocos de países, levando a trajetórias diferentes no pós-crise energética mundial.
A década de 90 foi perdida para o Sistema Nacional de Inovação no Brasil?Mauro de Oliveira
O documento discute o sistema nacional de inovação brasileiro na década de 1990. Apresenta três fatores que levaram a um fraco desempenho: baixo investimento em áreas de incorporação de novos conhecimentos, cortes em educação e P&D, e ausência de política industrial/tecnológica. Também analisa os domínios tecnológico, econômico e institucional do sistema de inovação brasileiro no período.
1. A economia brasileira parou de crescer nos últimos 20 anos devido à estagnação da produtividade e das taxas de investimento.
2. A desigualdade de renda não diminuiu porque as políticas econômicas de curto prazo não abordaram as causas estruturais como a baixa qualidade da educação e da infraestrutura.
3. O documento propõe reformas estruturais e compensatórias para retomar o crescimento econômico com maior justiça social, como reforma tributária, expansão do cré
Este documento discute as raízes estruturais da crise financeira asiática de 1997. A crise atingiu profundamente economias como Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Coréia, colocando em pânico os mercados mundiais. O autor argumenta que mudanças estruturais na dinâmica do crescimento regional asiático entre 1995-1997, como a liberalização financeira e valorização cambial, resultaram em maior fragilidade financeira externa nestes países. A exaustão do dinamismo dos investimentos
Este documento discute as raízes estruturais da crise financeira asiática de 1997. A crise atingiu profundamente economias como Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Coréia, colocando em pânico os mercados mundiais. O autor argumenta que mudanças estruturais na dinâmica do crescimento regional asiático entre 1995-1997, como a liberalização financeira e valorização cambial, resultaram em maior fragilidade financeira externa nestes países. A exaustão do dinamismo dos investimentos
O documento discute a evolução do conceito de inovação e sistemas de inovação, destacando que passaram a ser entendidos como processos sistêmicos que envolvem a geração, difusão e uso de conhecimentos entre empresas e outras organizações. Também examina a experiência brasileira no uso desses conceitos para orientar capacitações produtivas e inovativas, concluindo ser urgente estimular sistemas inovativos mobilizadores do desenvolvimento social, como os de saúde.
1) O documento discute a reestruturação de centros de pesquisa no Brasil e como eles estão respondendo às pressões do mercado e do Estado.
2) Analisa seis centros de pesquisa no setor agropecuário em Minas Gerais, identificando tendências de redirecionamento das agendas de pesquisa em direção aos centros internacionais.
3) Discute os limites do mercado como coordenador do sistema científico e tecnológico e a importância da pesquisa para a competitividade do agroneg
Ciclos de Comércio Exterior: um estudo comparativo entre Brasil e Espírito SantoMatheus Albergaria
1) O documento apresenta um estudo comparativo dos ciclos de comércio exterior do Brasil e do estado do Espírito Santo entre 2002-2011;
2) Os resultados mostram que as variáveis de comércio exterior são mais voláteis que medidas de nível de atividade e apresentam padrão procíclico e defasado;
3) O saldo da balança comercial tem padrão contracíclico e as flutuações são mais voláteis no Espírito Santo do que no Brasil.
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios NacionaisLilianMilena
1. O documento discute as políticas industriais brasileiras dos últimos 12 anos e analisa os desafios atuais para o desenvolvimento nacional.
2. Nos últimos anos, a indústria brasileira vem enfrentando regressão tecnológica e perda de competitividade em meio a um cenário econômico desafiador internamente e globalmente.
3. Defende-se uma nova abordagem de política industrial sistêmica que fortaleça a estrutura produtiva e tecnológica brasileira de forma integrada aos grandes objet
O documento discute as novas políticas de inovação adotadas pelos países da OCDE. Essas políticas reconhecem a inovação e sistemas de inovação como fatores centrais do desenvolvimento econômico. Elas enfatizam investimentos em capacitação, redes de aprendizado e internacionalização da pesquisa. Além disso, essas políticas buscam integrar iniciativas de comércio, indústria e tecnologia de forma holística.
1) O documento fornece subsídios para a participação do movimento sindical na 4a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil.
2) Ele discute a importância da inovação para o desenvolvimento econômico sustentável do Brasil e propõe que a política de CT&I deve promover a inclusão social através da inovação.
3) O documento também analisa o atual sistema nacional de inovação no Brasil e faz sugestões para que a política de CT&I considere todos os atores sociais
Este documento apresenta um resumo dos principais conceitos econômicos básicos como: (1) a definição de economia como a ciência que estuda a utilização de recursos escassos para satisfazer necessidades humanas; (2) os temas centrais de preocupação da economia como produção, distribuição, moeda, preços e mercados; (3) a importância da quantificação na economia por meio de variáveis como PIB, inflação e outros indicadores.
Este documento discute o papel das exportações no crescimento econômico de países em desenvolvimento. Apresenta a visão original de Prebisch de que o crescimento das exportações é fundamental para permitir o crescimento sustentado, ao relaxar a restrição de divisas. Discute diferentes teorias sobre crescimento liderado pelas exportações versus crescimento liderado pelo mercado interno. Analisa a experiência brasileira, onde períodos de alto crescimento tiveram desempenho divergente das exportações. Conclui que as exportações são centrais para
Por que e como os governos investem em c,t&iMarcos Mota
Parte I discute as teorias do crescimento econômico e como as atividades de P&D contribuem para o crescimento. A teoria neoclássica vê o progresso tecnológico como exógeno, enquanto a teoria do crescimento endógeno o vê como resultado das atividades de P&D das empresas. A intervenção do governo é justificada pela falha de mercado causada por externalidades e imperfeições que impedem investimentos eficientes em P&D.
Semelhante a O ressurgimento da economia do desenvolvimento (20)
Atualmente, diversos economistas das mais variadas origens e tendências argumentam que o Banco Central deve imprimir dinheiro para financiar o déficit público e zerar a taxa básica de juros para fazer políticas monetárias não convencionais, chamadas lá fora de Quantitative Easing (QE) e que consistem na compra de ativos privados e talvez até divida pública de prazos mais longos.
1) O artigo discute a evolução do conceito de Lei de Say no pensamento econômico, desde a versão original de Jean Baptiste Say até as interpretações clássicas, neoclássicas e da escola de Cambridge.
2) A versão original de Say tratava da identidade entre produção e consumo, onde toda produção gera demanda equivalente através dos salários pagos e do poder de compra gerado. Isso pressupunha a neutralidade da moeda e ausência de entesouramento.
3) Posteriormente, interpretações cl
The purpose of this paper is to contribute to an interpretation of Ricardo’s theory of foreign trade following the lead of Sraffa ́s own 1930 critique of Ricardo ́s alleged error and recently developed by other Sraffians. We argue that Ricardo assumed that trade happened at natural prices in each country. And once we take the process of gravitation towards those prices into account it follows that : (i) Ricardo’s theory is not incomplete, but fully determined so there is no need for price elastic demand functions, contrary to what John Stuart Mill argued; and (ii) in the simple cases of the examples of chapter 7 of Ricardo ́s Principles, the terms of trade are determined by the ratio of the given actually traded levels of reciprocal effectual demands.
Taking into account the pull-push debate on the weight that external or internal factors have on the behavior of capital flows and country-risk premium of developing economies, the aim of this article is to assess empirically the extent by which the push factors, linked to global liquidity and interest rates, (compared to country-specific factors) play on the changes in the risk premium of a set of countries of the periphery, in the period 1999-2019. This done using the methodology of Principal Component Analysis, which can relate the information from different countries to its common sources. We also test for a structural change in the premium risk series in 2003, by means of structural break tests. We find that push factors do play the predominant role in explaining country risk changes of our selected peripherical countries and that there was indeed a substantial general reduction in country risk premia after 2003, confirming that the external constraints of the periphery were significantly loosened by more favorable conditions in the international economy in the more recent period. The results are in line both with the view that cycles in peripherical economies are broadly subordinated to global financial cycles, in but also that such external conditions substantially improved compared to the 1990s.
This document analyzes Brazilian National Treasury primary auctions from the 2000s using a Modern Monetary Theory interpretation. It finds that:
1) The Brazilian government was always able to sell its treasury bonds and was not pressured into higher interest rates by bond markets or rating downgrades.
2) Downgrades by international rating agencies did not cause persistent pressure on auction rates or changes in bond sales volumes.
3) The Central Bank ensured liquidity for treasury bonds through repo operations, maintaining interest rate targets and guaranteeing demand for government bonds.
Taking into account the pull-push debate on the weight that external or internal factors have on the behavior of capital flows and country-risk premium of developing economies, the aim of this article is to assess empirically the extent by which the push factors, linked to global liquidity and interest rates, (compared to country-specific factors) play on the changes in the risk premium of a set of countries of the periphery, in the period 1999-2019. This done using the methodology of Principal Component Analysis, which can relate the information from different countries to its common sources. We also test for a structural change in the premium risk series in 2003, by means of structural break tests. We find that push factors do play the predominant role in explaining country risk changes of our selected peripherical countries and that there was indeed a substantial general reduction in country risk premia after 2003, confirming that the external constraints of the periphery were significantly loosened by more favorable conditions in the international economy in the more recent period. The results are in line both with the view that cycles in peripherical economies are broadly subordinated to global financial cycles, in but also that such external conditions substantially improved compared to the 1990s.
This paper extends the analysis of Haavelmo (1945), which derived the multiplier effect of a balanced budget expansion of public spending on aggregate demand and output. We first generalize Haavelmo's results showing that a fiscal expansion can have positive effects of demand and output even in the case of a relatively small primary surplus and establishing the general principle that what matters for fiscal policy to be expansionary is that the propensity to spend of those taxed should be lower that of the government and the recipients of government transfers. We also show that endogenizing business investment as a propensity to invest makes the traditional balanced budget multiplier to become greater than one. Moreover, if this propensity to invest changes over time and adjusts capacity to demand as in the sraffian supermultiplier demand led growth model, the net tax rate that balances the budget will tend to be lower the higher is the rate of growth of government spending, even in the presence of other private autonomous expenditures.
This paper extends the analysis of Haavelmo (1945), which derived the multiplier effect of a balanced budget expansion of public spending on aggregate demand and output. We first generalize Haavelmo´s results showing that a fiscal expansion can have positive effects of demand and output even in the case of a relatively small primary surplus and establishing the general principle that what matters for fiscal policy to be expansionary is that the propensity to spend of those taxed should be lower that of the government and the recipients of government transfers. We also show that endogenizing business investment as a propensity to invest makes the traditional balanced budget multiplier to become greater than one. Moreover, if this propensity to invest changes over time and adjusts capacity to demand as in the sraffian supermultiplier demand led growth model, the net tax rate that balances the budget will tend to be lower the higher is the rate of growth of government spending, even in the presence of other private autonomous expenditures.
Thirlwall’s law, given by the ratio of the rate of growth of exports to the income elasticity of imports is a key result of Balance of Payments (BOP) constrained long run growth models with balanced trade. Some authors have extended the analysis to incorporate long run net capital flows. We provide a critical evaluation on these efforts and propose an alternative approach to deal with long run external debt sustainability, based on two key features. First, we treat the external debt to exports ratio as the relevant indicator for the analysis of external debt sustainability. Second, we include an external credit constraint in the form of a maximum acceptable level of this ratio. The main results that emerge are that sustainable long run capital flows can positively affect the long run level of output, but not the rate of growth compatible with the BOP constraint, as exports must ultimately tend to grow at the same rate as imports. Therefore, Thirlwall’s law still holds.
(1) O documento discute a análise de Lara Resende sobre as ideias da Teoria Monetária Moderna (MMT) e propõe um arcabouço teórico alternativo baseado na abordagem do excedente.
(2) A análise de Lara Resende aceita o modelo do Novo Consenso, mas reconhece que não há restrições monetárias ou fiscais. No entanto, suas implicações de política econômica não decorrem desse modelo.
(3) O arcabouço teórico alternativo propõe
1. O documento apresenta um modelo matemático para analisar sistemas econômicos representados por matrizes que indicam insumos e horas de trabalho necessárias para a produção.
2. É definido o conceito de matrizes redutíveis e irredutíveis e apresentados teoremas sobre propriedades de matrizes irredutíveis como tendo um autovalor máximo único.
3. Explica como representar sistemas de preços com e sem excedente usando esse modelo, encontrando soluções relacionadas a autovalores e autovetores das matriz
1) O documento é uma tese de doutorado apresentada à Universidade Federal do Rio de Janeiro que analisa o crescimento liderado pela demanda na economia norte-americana nos anos 2000 a partir da abordagem do supermultiplicador sraffiano com inflação de ativos.
2) No primeiro capítulo, a tese faz uma crítica à abordagem da macroeconomia dos três saldos proposta por W. Godley, argumentando que ela tem inconsistências contábeis.
3) Em seguida, a tese apresenta o arcabouço teórico do
1) O documento discute as contribuições teóricas de Piero Sraffa à teoria do valor e distribuição.
2) Sraffa propôs retomar a abordagem clássica do excedente e criticou a abordagem marginalista neoclássica.
3) Ele mostrou que há uma relação inversa entre salário real e taxa de lucro para qualquer número de bens, confirmando os resultados clássicos.
Este documento é uma dissertação de mestrado que analisa criticamente os modelos neo-kaleckianos sobre como a competitividade internacional influencia a taxa de crescimento de uma economia aberta. O autor argumenta que esses modelos restringem excessivamente a relação entre taxa de câmbio e distribuição de renda e omitem fontes alternativas de desvalorização cambial. Além disso, eles podem permitir déficits comerciais permanentes sem mecanismos de ajuste e sugerem que a desvalorização pode piorar o déficit comercial.
1) O documento discute modelos pós-keynesianos de crescimento e distribuição de renda, comparando-os com a teoria da distribuição de Cambridge.
2) Nos modelos iniciais, o nível de produção e utilização da capacidade dependem negativamente da parcela de lucros, enquanto a taxa de lucro realizada é constante.
3) A teoria de Cambridge argumenta que a parcela de lucros é determinada endogenamente no longo prazo, variando positivamente com o grau de utilização da capacidade.
(1) Keynes criticou a suposição neoclássica de que a taxa de juros é flexível, argumentando que ela é determinada monetariamente e não se ajusta automaticamente para manter o pleno emprego. (2) Sraffa criticou a ideia de que há sempre substituição entre fatores, mostrando que com capital heterogêneo a intensidade do uso de um fator não se correlaciona necessariamente com seu preço. (3) Ambas as críticas questionam se os mecanismos propostos pela teoria neoclássica são suficientes para garant
This paper examines the semiconductor’s industry growing importance
as a strategic technology in the modern industrial system and in contemporary war
-
fare. It also analyzes this industry’s evolution in China and the Chinese semiconduc-
tor industrial policy over the last years. We review the Chinese interpretation of the
‘revolution in military affairs’ and China’s perception of its backwardness as well as
the possibilities of catch-up and evolution in the most sophisticated segments of this
productive chain through domestic firms and indigenous innovation.
Este documento resume a trajetória acadêmica de Carlos Aguiar de Medeiros, desde quando ele ingressou na UFRJ como aluno de graduação em 1971 até se tornar Coordenador da Pós-Graduação do Instituto de Economia Industrial (IEI) entre 1993-1996. Ele destaca suas influências iniciais como aluno, sua produção como professor e pesquisador, e seu papel na reestruturação da pós-graduação do IEI.
1. Resumo:
A dispersão acentuada nas taxa de crescimento entre os países vem renovando o
interesse teórico e empírico sobre os fatores determinantes do crescimento econômico
no longo-prazo. Uma nova ortodoxia na economia do desenvolvimento afirma-se a
partir dos modelos analíticos e dos estudos teóricos e empíricos promovidos pelo
Banco Mundial sobre os casos nacionais de “sucesso” e “fracasso”, notadamente no
sudeste asiático e na América Latina. A reação tanto teórica quanto empírica a estes
estudos, conclusões e recomendações vem estimulando diversas correntes de
pensamento não ortodoxo. A partir de uma resenha crítica desta produção não
ortodoxa, propõe-se no presente artigo, a identificação de um conjunto de questões e
problemas necessários a uma abordagem compatível com a tradição da economia
política do desenvolvimento.
2. O RESSURGIMENTO DA ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO*
Carlos Aguiar de Medeiros
Professor Adjunto do IE/UFRJ
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, houve uma intensa produção intelectual sobre a economia do
desenvolvimento, um tema visivelmente em declínio nos anos 70 e primeira metade
dos anos 80. Este renascimento se deu tanto no plano teórico, com o renovado
interesse do pensamento neoclássico sobre o progresso técnico e o desenvolvimento
econômico, quanto no plano empírico centrado nas discussões sobre a convergência
(e divergência) de renda e sobre as distintas performances econômicas entre Ásia e
A.L.
O objetivo deste texto é mapear e discutir as principais formulações teóricas e
interpretações sobre fatos estilizados produzidas por autores não neoclássicos e
apontar a partir de sua crítica, um roteiro de questões e opções metodológicas
voltadas a reconstrução de uma economia política do desenvolvimento.
Alguns Fatos Estilizados
Antes de abordarmos brevemente as questões postas pelos economistas
heterodoxos, convém considerar alguns fatos estilizados sobre o crescimento
econômico dos países periféricos no pós-guerra.
Em um influente estudo utilizando dados baseados no Purchasing Parity Power
(PPP), Summers e de Long (1991) considerando uma amostra de mais de 60 países
entre 1960 e 1985 chegam a duas conclusões especialmente importantes:
- o investimento em bens de capital resultou ser o primeiro determinante do
crescimento das taxas nacionais de produto por habitante;
- as nações que investiram mais em bens de capital e com o mesmo estágio de
desenvolvimento inicial obtiveram um crescimento mais rápido entre 1960 e 1980.
3. No período de 1965 a 1990, foi notável a diferença em termos de dispersão de
taxas de crescimento inter nações entre dois subperíodos: o de 1965 a 1980, e o de
1980 e 1990. Neste segundo período constata-se um "great continental divide" (Singh,
1995). Assim, por exemplo, o Brasil no período 1965/1980 apresentava indicadores
semelhantes ao das economias de alta performance; no período 1980/1990 a
performance dos países asiáticos foi extraordinária e discrepou , no seu conjunto, das
demais regiões.
Estas duas observações - a relação entre investimento em bens de capital e taxa
crescimento econômico per capita e a dispersão regional das taxas de crescimento
econômico- constituem dois fatos estilizados centrais sobre o desenvolvimento
econômico no pós-guerra e, será em torno deles que procurar-se-á identificar os
principais problemas e lacunas nas interpretações sobre o desenvolvimento
comparado.
Em relação a dispersão regional das taxas de crescimento entre os anos 80 e 90
cabe advertir desde logo que o "nacionalismo metodológico", como ironicamente
denominou Gore (1995) o enfoque exclusivamente centrado nas políticas econômicas
e respostas nacionais a desafios externos, é insatisfatório. Ele não é plausível quando
se tem em conta o regime de alto crescimento que se afirmou em países tão
dessemelhantes quanto Tailândia, China e Coréia em contraste com um de baixo
crescimento em países igualmente dessemelhantes como Brasil, México e Argentina.
As Interpretações Heterodoxas
É possível dizer que o traço mais geral e explícito das interpretações
heterodoxas é a afirmação da efetividade da política industrial enquanto estratégia de
industrialização dos países "late-comers". Em relação ao "continental divide" pós 80
não há propriamente um leito comum. É possível dizer, no entanto, que a maioria das
interpretações salienta as diferentes trajetórias nacionais anteriormente percorridas.
Supõe-se que estas trajetórias capacitaram as economias de forma muito distinta tanto
para o aproveitamento das novas oportunidades quanto para o enfrentamento das
restrições impostas pelo ambiente externo.
Em sua formulação mais forte, mas certamente não consensual entre autores
heterodoxos, a proposição é de que o desenvolvimentismo asiático guiado por
objetivos estratégicos liderou e não seguiu o mercado (Wade 1990). Esta formulação
é comum a numerosos estudos comparativos relativos a países como Japão, Coréia e
4. Taiwan e descreve uma trajetória que se inicia no imediato pós-guerra.
Nestas abordagens a taxa de acumulação de capital e a incorporação do
progresso técnico são apontadas como as variáveis centrais para o "catch up" e a
superior performance destas economias.
São diversas as análises, evidências e teorias subjacentes às proposições
heterodoxas. Uma matriz amplamente reconhecida é o estudo de Gershenkron (1973)
sobre as industrializações tardias do séc. XIX. A principal proposição é de que o
aproveitamento das oportunidades tecnológicas decorrentes do atraso econômico
requer um conjunto de instituições promotoras do desenvolvimento. A formulação
mais geral aplicada a países asiáticos é a de Amsden (1989) que procura generalizar o
que denomina de "industrialização por aprendizagem". As relações entre empresa e
governo, os mecanismos de coordenação e difusão de informações, o financiamento
de longo prazo e as instituições reguladoras dos mercados (do trabalho e do dinheiro)
constituem os principais temas destas interpretações. De uma maneira geral, Keynes e
Schumpeter ao lado de autores institucionalistas como Polanyi são as principais
referências teóricas.
O sucesso das industrializações japonesa, coreana ou taiwanesa deve-se, nesta
perspectiva, à existência de instituições e políticas seletivas (de alocação de crédito,
de subsídios, de câmbio e de mecanismos de recompensa) que anteciparam as
vantagens comparativas nacionais acelerando a taxa de investimento em indústrias
com maior densidade tecnológica e expansão internacional. Aqui encontrar-se-ia o
núcleo da política industrial, responsável pela superior estratégia de desenvolvimento
ocorrida no leste da Ásia: a intervenção do governo e os mecanismos desenvolvidos
de articulação com as empresas nacionais viabilizaram e provocaram mudanças
estruturais, favorecendo indústrias em que o grau de mecanização e a intensidade de
capital não corresponderiam a um padrão de industrialização "normal" guiado pela
dotação natural de fatores produtivos (Chenery, 1960 ). Assim , ao contrário da visão
do BIRD, argumenta-se que a política industrial (tarifas, restrições não tarifárias,
subsídios, metas de exportação, cláusulas de conteúdo nacional, discriminação de
crédito e de câmbio) ao promover setores estratégicos com maior potencial de
crescimento da demanda externa acelerou o crescimento econômico e a incorporação
de progresso técnico.
Por que estas políticas foram tão bem sucedidas? Parcela importante da
literatura de industrialização comparada debruça-se sobre este tema.
5. Abordagens como as de Haggard (1990, 1995 ) privilegiam aspectos políticos e
institucionais para o entendimento das escolhas de estratégias nacionais de
desenvolvimento praticadas e para a eficácia de sua implementação. O livro
"Manufacturing Miracles" (Gereffi e Wyman, 1990), por exemplo, constitui uma
coletânea representativa das diversas abordagens não ortodoxas aplicadas às
diferentes trajetórias percorridas na Ásia e América Latina (A.L.). Em síntese elas
apresentam em comum o reconhecimento de que a produção e a exportação de
manufaturas foi a máquina de crescimento asiática; o seu êxito ao longo de um
período prolongado de tempo, deve-se a um conjunto diferenciado de fatores
históricos e institucionais.
Para um autor como Fanzylber (1989, 1990) as trajetórias distintas de
industrialização não podem ser reduzidas à estratégias e opções nacionais mas a
padrões historicamente construídos. Estes foram muito diferentes na Ásia e A.L: a
existência ou não de recursos naturais, o papel das elites, a maior ou menor gravitação
da industrialização nacional às decisões das empresas transnacionais, os padrões de
consumo, a articulação social são apontados como condicionantes das estratégias
nacionais e do maior ou menor sucesso em termos de desenvolvimento econômico e
social.
A despeito da riqueza temática e histórica de algumas contribuições, é
frustrante, no entanto, buscar em boa parte desta literatura conexões teoricamente
consistentes sobre as determinações entre as diversas dimensões abordadas. Este
certamente é o caso nas análises que procuram identificar um estilo de
industrialização diferente entre Ásia e A.L e, ao mesmo tempo, relacioná-lo com a
superior taxa de acumulação de capital e mais ainda, com a notável diferenciação
ocorrida nos anos 80.
Existem algumas questões centrais para os estudos comparados em
desenvolvimento econômico nem sempre consideradas. Assim, por exemplo, no caso
das novas economias industrializadas (NIES) do sudeste asiático, como foi possível
sustentar no longo prazo elevada taxa de crescimento econômico com mudança
estrutural e, ao mesmo tempo, preservar a consistência macroeconômica, em
particular a do balanço de pagamentos? Em que sentido as opções estratégicas de
desenvolvimento na Ásia e na A.L foram moldadas pelo tipo de inserção
internacional? Nos estudos comparativos quais as diferentes questões postas pela
industrialização em economias insularizadas e economias continentais?
6. Alguns trabalhos de extração heterodoxa resumem-se a apresentar explicações
distintas para os problemas e questões postas pela ortodoxia. Em diversos trabalhos
aceita-se, por exemplo, a polarização "orientação exportadora X industrialização
substitutiva de importações (ISI)" como modelos que teriam predominado
respectivamente na A.L. e Ásia. A ISI latino-americana teria engendrado um
protecionismo "frívolo" e não estratégico avesso a critérios de custo.
Neste mercado seguro e protegido garantiu-se através de elevada margem de
lucro espaço para um amplo espectro de técnicas e de produtividade. A crise dos anos
80 revelou a fragilidade estrutural deste modelo. A diferença com a ortodoxia reside
nas explicações em que razões históricas e institucionais ganham aqui maior ênfase.
A despeito da profusão de textos em que modelos de crescimento descritos
como ISI ou orientados para as exportações são referidos à A.L e Ásia, existem
certamente problemas empíricos e teóricos em caracterizar uma trajetória "export-
led" em economias como o Japão e a Coréia. É especialmente importante considerar
as conexões com a taxa de investimento e, em particular, o processo de deslocamento
das exportações para setores mais intensivos em capital. Do mesmo modo é
problemática a referência à substituição de importações como descrição de um padrão
de desenvolvimento percorrido por Brasil e México nos anos 70.
As questões teóricas e aplicadas a casos nacionais sobre as relações entre
crescimento econômico, mercado interno, exportações e progresso técnico acabam
sendo diluídas na literatura mais recente do desenvolvimento. A conexão entre
exportações e crescimento enquanto um padrão de desenvolvimento não é trivial. A
experiência mexicana dos anos 90, por exemplo, combina expansão crescente das
exportações manufatureiras com baixas taxas de crescimento e dualismo econômico.
Poucos trabalhos sobre desenvolvimento comparado - com a notável exceção
dos economistas nucleados em torno da UNCTAD- problematizam a notável
diferenciação regional ocorrida entre Ásia e A.L a partir dos anos 80. A maior parte
das análises explícita ou implicitamente procura explicar a distinta performance nos
80s às trajetórias nacionais percorridas nas décadas anteriores. Neste sentido, a
expressão "nacionalismo metodológico" atribuída por Gore (1995) ao BIRD também
se aplica a boa parte da literatura heterodoxa. Não raro as referências à economia
mundial são feitas de forma abstrata como se não houvesse distinção se o observador
estivesse na Ásia ou na A.L. Do ponto de vista analítico e histórico esta é uma
importante questão, recentemente considerada por Wade (1995). Para a abordagem
7. dominante o desenvolvimento econômico é uma "maratona" em que todos podem
competir. Não existem hierarquias e para os países retardatários o importante é o
acesso à tecnologia (um bem livremente apropriável) e ao fluxo de comércio e de
capitais.
Análises heterodoxas como a de Amsden (1989) e a do próprio Wade (1990)
muito embora reconheçam a importância de aspectos geopolíticos distinguem-se pela
crítica ao livre comércio como forma de apropriação do progresso técnico e pela
ênfase nas políticas e instituições adequadas à aprendizagem tecnológica. Estas
explicariam, em última instância as diferentes possibilidades nacionais e o tipo de
inserção da economia na divisão internacional do trabalho.
Progresso Técnico, Investimento e Crescimento Econômico
Consideremos o núcleo teórico do argumento sobre os determinantes endógenos
do desenvolvimento econômico. A proposição básica e comum ao argumento
heterodoxo baseia-se na hipótese de que as diferenças tecnológicas constituem a
causa essencial das diferenças nacionais nos níveis de produtividade. Esta é uma
proposição cara a Adam Smith, Marx e Schumpeter. Como antes se considerou, esta
proposição encontra-se também incorporada na moderna visão neoclássica do
crescimento econômico.
Indiscutivelmente os autores neoschumpeterianos (Freeman, 1994) avançaram
mais em seu programa de pesquisa em direção a uma visão do desenvolvimento
centrada no progresso técnico. A crítica à nova teoria do crescimento, e as análises
microeconômicas sobre o processo inovativo e o ambiente institucional constituem
desdobramentos teóricos importantes subjacente a questão da política industrial e das
estratégias de desenvolvimento. Nesta corrente de pensamento, é a acumulação
tecnológica nas empresas e instituições (Bell e Pavitt, 1993) o fator central para a
diferenciação das trajetórias nacionais de desenvolvimento e de inserção
internacional. Do ponto de vista analítico a principal discrepância com a teoria
neoclássica do crescimento endógeno é a forma de considerar o progresso técnico.
Este não é um "maná" livremente apropriável, mas o resultado de complexas
interações e trajetórias das empresas e das instituições. Partindo-se deste referencial
teórico como explicar discrepância das taxas de crescimento e da elevada taxa de
investimento registrada nos países de alta performance? Quais as relações e
determinações estabelecidas entre progresso técnico, investimento e crescimento
8. econômico?
Se para a ortodoxia a incorporação do progresso técnico num determinado país
decorre do acesso às inovações geradas na economia mundial através de um "pool" de
trabalho qualificado, para a visão shumpeteriana alternativa, os determinantes da
incorporação e difusão do progresso técnico decorrem de fatores institucionais e
elementos não transmissíveis acumulados nas empresas e instituições, incluindo aqui,
em maior ou menor grau, a ação deliberada do estado. Mas quais são os mecanismos
de transmissão entre a acumulação tecnológica nas empresas e a trajetória de
crescimento? A teoria neoclássica do crescimento (antiga e a atual) parte de uma
situação de pleno emprego e a taxa de crescimento do produto per capita decorre dos
efeitos cumulativos entre taxa de poupança e produtividade. Nos trabalhos de
inspiração schumpeteriana nem sempre encontram-se explícitos os mecanismos de
transmissão entre progresso técnico e taxa de crescimento. No entanto, a direção
proposta por Schumpeter (1942) é muito clara: é o investimento autônomo associado
à introdução de inovações que, através da concorrência, dispara o mecanismo do
crescimento econômico. Como antes se considerou, a aplicação desta abordagem para
os casos nacionais (Ásia e A.L) consiste em considerar que as economias com alta
performance foram as que investiram mais. Mas quais os fatores que sustentaram uma
elevada taxa de crescimento econômico ao longo de um período suficientemente
longo como o observado?
Antes de considerar alguns problemas teóricos envolvidos convém considerar
alguns fatos estilizados.
A questão teórica e empírica sobre as conexões entre crescimento econômico e
progresso técnico vem ganhando crescente destaque na literatura neoshumpeteriana.
Fagerberg (1994) busca relacionar a tecnologia com diferenças nas taxas de
crescimento. Muito embora as abordagens centradas no gap tecnológico de inspiração
shumpeteriana busquem conectar o processo inovativo (como por exemplo gastos
com P&D) com o crescimento do produto per capita, a única relação empiricamente
consistente relacionando taxas de crescimento com nível do produto por habitante no
início das séries comparativas é a que consideramos anteriormente: o principal
mecanismo de catch- up no período coberto entre 1960 e 1980 foi a taxa de
acumulação de capital físico. Relações entre gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
e nível de produtividade são evidentes mas são obviamente não conclusivas. As
correlações com taxas de crescimento não são empiricamente consistentes.
9. A ampla literatura sobre os fatores de convergência e de catch-up (Maddison,
1984, Abramovitz, 1993) identifica o período de 1960/80 como de forte convergência
pelo menos entre os países da OCDE. Wolff (1994) procura identificar os diferentes
níveis de convergência entre países da OECD entre 1970 e 88.
Uma observação empiricamente sólida neste estudo é a existência de catch up
(fechamento do gap tecnológico entre o país líder e os seguidores em termos de níveis
de produtividade) e de convergência (redução da dispersão de produtividades) entre
países nos anos 70 com descontinuidade nos 80. Quando se considera o setor
manufatureiro os resultados são menos evidentes: o catch-up foi bem menor nos anos
70 e cessou de existir nos 80. Esta observação, válida para as economias da OCDE e o
"continental divide" observado entre Ásia e A.L reforçam a proposição de
descontinuidade e ruptura ocorrida nos anos 80.
Entre 1970/79 e 1979/88 o declínio observado no crescimento da produtividade
tanto do conjunto quanto do setor manufatureiro deve-se quase inteiramente, segundo
observa Wolff, à redução da acumulação de capital.
A partir destas observações, segue-se que a ênfase no processo de inovação e
mudança tecnológica como motor do desenvolvimento só encontra apoio empírico
quando conectada com a taxa de cumulação de capital física.
Se os padrões de distribuição obedeceram a arranjos institucionais
nacionalmente determinados, o que as evidências sugerem é que o progresso técnico
incorporado em bens de capital e expresso pelo aumento da relação capital por
trabalhador afirmou-se como a principal variável relacionada com o aumento do
produto per capita. Mas se este é principal fato estilizado sobre o crescimento, é
preciso identificar os mecanismos de transmissão e de cumulatividade entre
investimento e produtividade e indagar sobre os fatores que determinaram, no longo
período considerado, uma elevada taxa de investimento em capital físico em
determinados países.
Estas questões, a despeito de sua evidente importância, não vem recebendo
especial tratamento no campo dos autores heterodoxos. O programa de pesquisa
neoshumpeteriano vem se concentrado nos aspectos relacionados ao processo de
aprendizagem e inovações incrementais ao nível das firmas (dissolvendo
progressivamente as diferenças conceituais estabelecidas sobre as industrializações
tardias e a própria categoria econômica de nação). A passagem deste plano para o do
crescimento econômico e do investimento requer mediações, até agora não
10. suficientemente estabelecidas e aplicadas aos casos nacionais, onde a demanda efetiva
e as relações externas das economias não podem ser desconsideradas.
O processo de difusão das inovações e seu impacto macroeconômico e
estrutural supõe um determinado regime de crescimento de forma a articular a
mudança de técnicas com o aumento de produtividade.
A taxa de investimento é uma questão macroeconômica e estrutural e precisa
ser abordada num quadro teórico não convencional. A suposição de que o
investimento autônomo inovativo explica em última instância a superior performance
das economias asiáticas parece estar presente nas abordagens heterodoxas inspiradas
na tradição schumpeteriana. Esta hipótese, no entanto, leva a complexas questões
examinadas na teoria do crescimento pós-keynesiana: como foi possível sustentar
macroeconomicamente taxas elevadas de investimento compatibilizando os seus
efeitos sobre capacidade, demanda efetiva e, especialmente, as restrições do balanço
de pagamentos?
A hipótese de que a taxa de crescimento equilibrada no longo prazo é a que
corresponde, dada a relação capital/produto, à propensão marginal a poupar, deve-se a
Harrod.(1948). A forma como esta relação passou para a antiga literatura do
desenvolvimento, como a da CEPAL, foi a de que no longo prazo a taxa de
crescimento depende da propensão a poupar. A hipótese de que há uma restrição de
poupança (isto é há um constrangimento do lado da oferta) ao crescimento econômico
aproxima diferentes visões do desenvolvimento.
Como antes se observou, a explicação ortodoxa para a superior taxa de
acumulação asiática centra-se no nível da poupança doméstica. Também para
Fanzylber (1990) e os economistas nucleados em torno da CEPAL, o maior
dinamismo das economias asiáticas em relação ao registrado entre as latino-
americanas deveu-se a maiores taxas de poupança decorrente de um padrão de
consumo mais austero. Assume-se aqui, na tradição da CEPAL, haver um trade-off no
longo prazo entre investimento e consumo.
Para os economistas heterodoxos da UNCTAD (Akyús (1996), Singh (1996),
Gore (1995) a superior taxa de investimento ocorrida nos países asiáticos deve-se não
à poupança privada das famílias mas à poupança das corporações alimentadas por
uma maior taxa de lucro sustentada por políticas públicas. É possível dizer que a
notória influência de Keynes sobre a literatura atual mais comum sobre o
desenvolvimento econômico encontra-se contida nas proposições relativas ao tema da
11. decisão de investir, da coordenação e da redução das incertezas. No entanto, quando o
tema desloca-se para o volume e taxa de investimento e, consequentemente para a
acumulação de capital, não Keynes, mas a economia clássica constitui o paradigma.
Fanelli e Frenkel (1990) por exemplo, referem-se ao primeiro tipo de problema, o da
intermediação da poupança como o "problema keynesiano" e ao segundo, o da
formação da poupança, como o "problema smithiano".
O reconhecimento da importância da demanda efetiva na determinação da taxa
de crescimento dos países identifica a visão keynesiana/kaldoriana desenvolvida mais
recentemente por autores como Mc Combie e Thirlwall (1994) e de certa forma,
incorporadas em análises de autores regulacionistas como Boyer (1995). A difusão
desta formulação na literatura internacional sobre o crescimento econômico (referida
aqui como abordagem da demanda efetiva) deve-se em grande parte a Kaldor (1978).
Esta abordagem encontra-se, até o presente, à margem do debate principal sobre
o renascimento da economia do desenvolvimento, centrada em torno dos mecanismos
promotores do progresso técnico com escassa referência sobre a questão da
sustentação do crescimento econômico no longo prazo. Segundo Kaldor, a restrição
externa constitui o principal constrangimento ao crescimento no longo prazo em
economias abertas. Nestas, as exportações através de seus efeitos induzidos sobre o
investimento e o consumo e, via o relaxamento dos constrangimentos impostos pela
propensão a importar da renda, determina o volume de produção. A existência de
retornos crescentes de escala (tanto estáticos quando dinâmicos) conecta o nível da
demanda efetiva com a produtividade (Verdoorn) engendrando um círculo virtuoso de
crescimento. A demanda efetiva determina assim não apenas o nível da renda, mas
também a taxa de crescimento.
Para Kaldor é a existência de retornos crescentes induzidos por uma maior
escala de produção que faz da produção industrial a máquina essencial de crescimento
econômico. Dixon e Thirwall (1975) procuraram desenvolver e testar esta abordagem
de "export-led growth" definindo como variáveis decisivas para a taxa de crescimento
da renda no longo prazo a relação entre a taxa de crescimento das exportações e a
propensão a importar (lei de Thirwall). Existem diversos problemas teóricos nestas
formulações, ainda que, no essencial, elas preservam o sentido de determinação
keynesiano/kaleckiano ausente das demais abordagens.
A ênfase no investimento e no progresso técnico incorporado encontra, como já
se observou, amplo apoio das evidências sobre o processo de catch up. No entanto, a
12. questão do constrangimento do balanço de pagamentos ao crescimento econômico,
hipótese central de Prebisch (1949) sobre a industrialização latino americana, não se
confunde, analiticamente, com a determinação da renda interna via multiplicador do
comércio exterior. Esta última, uma determinação macroeconômica, depende
essencialmente do maior ou menor peso do comércio internacional na renda interna,
um parâmetro estruturalmente determinado, e dos vínculos com o investimento
interno. A questão do constrangimento do balanço de pagamentos é estratégica para o
desenvolvimento. A conexão desta com a política industrial como a praticada
historicamente no Japão e Coréia foi amplamente observada. Ao deslocar a produção
para bens com maior taxa de crescimento no mercado mundial e controlar por
mecanismos tarifários e não tarifários a propensão a importar, estas economias
deslocaram a restrição ao crescimento imposta pelo balanço de pagamentos
viabilizando altas taxas de crescimento. A passagem de um "regime de demanda" para
um regime de "produtividade", na expressão de Boyer (1995), requer portanto
introduzir as instituições e estratégias no cenário do desenvolvimento.
Repensando A economia Política do Desenvolvimento
Na resenha apresentada buscou-se identificar as principais abordagens sobre as
trajetórias de industrialização no pós-guerra, salientando, segundo cada uma, os
fatores determinantes do desenvolvimento no longo prazo, e a polarização nos anos
80.
Em relação ao primeiro aspecto, os fatores determinantes do desenvolvimento
econômico, argumentou-se que no plano mais teórico o pensamento ortodoxo passou
por um processo de renovação incorporando diversos temas e problemas sugeridos
por abordagens heterodoxas. A introdução do progresso técnico como elemento
central do crescimento e a relevância dos aspectos institucionais incluindo a política
industrial, deixaram de identificar a heterodoxia. Se o alargamento do campo de
problemas ocorreu entre os economistas de formação ortodoxa, o mesmo não se
passou, pelo menos no plano teórico, entre os heterodoxos. O programa de pesquisa
dos autores neoshumpeterianos, progressivamente mais rigoroso e formalizado, tem
se concentrado nos processos determinantes das inovações tecnológicas. Há inegável
avanço no entendimento do processo inovativo das firmas, e é neste plano que se situa
a principal diferença com o pensamento ortodoxo do desenvolvimento econômico. As
pontes sugeridas nesta abordagem com a tradição pós-keynesiana destacam as
13. questões de coordenação, de formação de expectativas e de financiamento do
investimento (em geral em economias fechadas). Nos desdobramentos desta
abordagem para a economia do desenvolvimento enfatiza-se a importância das regras
de coordenação entre empresas e governo e das decisões das empresas sobre
inovação. A mensagem final é a afirmação da efetividade da política industrial
enquanto uma rede complexa de interações entre decisões e trajetórias empresariais e
as políticas públicas voltadas para a aceleração e difusão do progresso técnico.
Há no entanto, como procurou-se salientar, um importante terreno descoberto.
As relações entre o progresso técnico e o aumento da produtividade, o crescimento
econômico, a mudança estrutural e a demanda efetiva encontram-se desarticuladas na
abordagem evolucionista ou construídas, na melhor das hipóteses, de forma ad hoc.
A suposição implícita de que no longo prazo, e portanto no horizonte em que se
põem os temas do desenvolvimento econômico só são relevantes as dimensões
microeconômicas e institucionais acaba por afirmar, de uma forma ou de outra, que as
restrições ao crescimento são decorrentes de fatores da oferta. Assim é que nos
estudos aplicados pertencentes a esta abordagem teórica, não se enfatiza ou
problematiza a questão da sustentação no longo prazo de elevadas taxas de
crescimento do investimento em bens de capital, fato essencial sobre o catch up do
pós-guerra. Como antes se salientou, a explicação usual para esta questão tanto para
neoclássicos quanto para autores keynesianos baseia-se de uma forma ou outra na
magnitude da poupança prévia.
É importante recorrer neste ponto às análises kaldorianas-keynesianas
(abordagem da demanda efetiva) para o entendimento do crescimento econômico no
longo prazo. Esta abordagem constitui uma característica metodológica essencial
(mas certamente não suficiente) para o que se poderia denominar de economia
política do desenvolvimento. Com efeito, na tradição da economia clássica e de Marx
e neste aspecto também para Keynes, as dimensões macroeconômicas não são o
resultado de agregações de decisões microeconômicas, estas, ao revés, encontram-se
constrangidas por relações e determinações de coerência e reprodução material da
sociedade e, por isto, requerem uma concepção analítica autônoma. Também para
institucionalistas como Polanyi (1957) o mercado encontra-se contido numa rede de
relações sociais necessárias à reprodutibilidade das condições materiais. São estes
mecanismos e relações econômicas e institucionais que configuram um determinado
regime de crescimento em que as mudanças tecnológicas introduzidas pelas empresas
14. são de um lado induzidas e de outro transformadoras deste regime.
Se a antiga economia da CEPAL (a produção dos economistas nucleados em
torno de Prebisch nos 50 e 60) possuía um quadro de referência teórico convencional,
possuía, por outro lado, uma aguda percepção das conexões e assimetrias entre centro
e periferia construídas a partir da divisão internacional do trabalho. Esta abordagem,
sempre referida a um determinado contexto histórico/institucional, constitui outro
aspecto essencial à uma economia política do desenvolvimento. O fato da abordagem
centro-periferia ter gerado desdobramentos excessivamente mecanicistas em torno das
teorias da dependência, pode parcialmente explicar o seu abandono nas formulações
mais recentes da CEPAL sobre o desenvolvimento na A.L. No entanto, quer num
plano mais geral como examinado na geografia econômica, ou no das relações
macroeconômicas em economias abertas, ou ainda no das relações políticas
internacionais, as transformações associadas à relações internacionais diferenciadas
constituem aspectos imprescindíveis para a economia do desenvolvimento.
Tendo em vista estas observações, parece-nos central articular as questões da
demanda efetiva e da inserção internacional com o processo endógeno de mudança
estrutural.
A proposição mais geral em relação a questão teórica do desenvolvimento
econômico que aqui se procura afirmar, é a de que as conexões entre mudança
tecnológica e as condições agregadas de coerência no processo de crescimento
existentes em cada país são indispensáveis para uma visão abrangente do
desenvolvimento econômico. Esta proposição pode ser encontrada de formas
diferentes nos trabalhos de Tavares (1986), Dosi (1991), Boyer (1995). Um padrão de
desenvolvimento é o resultado de complexas articulações entre a estrutura
macroeconômica (relações macroeconômicas que sustentam o crescimento), o sistema
produtivo (técnicas e organização do trabalho), regras de coordenação e a ordem
internacional (hierarquia de concorrência decorrente dos fluxos comerciais e de
capital) (Glyn et all, 1991). Esta abordagem reconhece e incorpora proposições
metodológicas que historicamente caracterizaram a economia do desenvolvimento
enquanto a descrição de um processo de mudança estrutural em que uma determinada
nação altera sua posição na hierarquia internacional. É imprescindível articular as
mudanças tecnológicas e a política do desenvolvimento com as transformações no
balanço de pagamentos (Kaldor (1978), Prebisch (1963)) e com as hierarquias
estabelecidas na ordem internacional (List).
15. A distinção entre economia continental e economia insularizada não é apenas
empírica mas possui diversas implicações sobre a dinâmica do crescimento
econômico, a especialização e a questão regional (Kaldor(1978), Tavares(1986) ,
Krugman(1991)). As conexões entre o investimento e a taxa de crescimento do
produto per capita, fato estilizado essencial sobre o desenvolvimento no pós-guerra,
remonta a Adam Smith. Os desdobramentos e aplicações em torno da lei de Verdoorn
(Thirwall(1983), Kaldor (1978)) são importantes enquanto nexo essencial, embora
não exclusivo, entre os aspectos microeconômicos e macroeconômicos do
desenvolvimento.
Observou-se nos estudos de catch-up referidos neste artigo que a existência da
nação foi, em si, um fator importante de convergência no pós-guerra. Esta proposição,
consistente com as teorias sobre retornos crescentes e escalas e as política públicas,
nos conduz a um aspecto central ao desenvolvimento econômico: as relações entre
produtividade, salários e emprego. A introdução acelerada do progresso técnico em
determinados setores e indústrias provoca, a menos de compensações de demanda
efetiva, desemprego tecnológico. Neste sentido é necessário identificar como o
"regime de demanda" , para se usar uma expressão cara à teoria da regulação (Boyer e
Petit(1988), Boyer (1995)), conduz a um "regime de produtividade". É o crescimento
econômico generalizado e impulsionado pelo crescimento dos setores estratégicos o
fator decisivo para a determinação do elevado nível de emprego registrado nas
economias de rápido crescimento. Nesse sentido, as formulações tradicionais do tipo
"export-led" devem ser revistas considerando-se que os vínculos econômicos - efeitos
de encadeamento como os descritos por Hirschman (1971)- e institucionais (tarifários,
fiscais e salariais) entre setores "tradeables" e "non-tradeables" são indispensáveis, e
nada óbvios, para explicar como uma coisa leva a outra.
Uma abordagem que reconhece a existência de constrangimentos de demanda
ao crescimento econômico de longo prazo deve necessariamente incorporar a
diversificação e difusão de padrões de consumo como uma variável central. No
entanto, tanto esta questão como a anterior deve ser considerada num marco analítico
em que a existência de economias continentais e insularizadas colocam diferentes
problemas sobre a dinâmica das exportações, dos salários e do gasto público.
Em relação às abordagens institucionalistas considera-se indispensável um
retorno a rica tradição da sociologia econômica desenvolvida por autores como
Polanyi (1944, 1957) e Veblen (1899). Esta tradição, é preciso ressaltar, não se
16. confunde e, mesmo se opõe, à nova economia institucionalista (Hart(1988),
Hansmann(1988), North(1989)) que busca num sentido exatamente contrário da
primeira, derivar as instituições da ação do agente individual. Reitera-se aqui, a
proposição em que são os princípios extra-mercado, politicamente construídos, que
organizam e regulam os mercados na direção nada óbvia ou espontânea do
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