O documento critica o governador Tarso Genro por demonstrar desconhecimento dos problemas reais do estado do Rio Grande do Sul. A nota lista várias insatisfações da população, como condições ruins de rodovias e segurança pública, e acusa o governo de agir contra a produtividade rural.
1. Nota Oficial da Bancada do Partido Progressista
O Sr. governador Tarso Genro, em entrevista nesta semana, demonstrou claramente seu desconhecimento da
realidade estadual.
O governador provavelmente esteja mais preparado para falar sobre os problemas europeus, asiáticos e
cubanos. No Rio Grande do Sul, ele não só não vê problemas, como crê que as coisas vão tão bem quanto
lhe dizem seus olheiros locais.
Estes, obviamente, não lhe descrevem:
a) a insatisfação dos produtores, transportadores e usuários diante da calamitosa situação das rodovias onde
já falta espaço para mais buracos e eles surgem dentro dos próprios buracos;
b) a insatisfação dos contribuintes e dos usuários dos serviços públicos diante da falta de investimentos,
diante de uma gestão fiscal suicida e de um déficit público que não deixa margem para melhorias;
c) a insatisfação dos cidadãos diante da insegurança pública de um Estado onde os criminosos encontraram
extraordinárias condições para a prosperidade de seus negócios, de tal modo que operam livres e soltos
enquanto a população vive em regime fechado;
d) a insatisfação de alunos, pais e educadores com a situação da educação pública que chegou ao paradoxo
de os professores em greve virem pedir ao parlamento que lhes negocie um contato com o governador que,
na campanha eleitoral prometera atendê-los sempre pessoalmente, sem interlocução;
e) o constrangimento de toda a população perante um governo que, desde os primeiros dias, afundou num
desastre ético, não fazendo o que prometeu, não cumprindo o que assinou, e adotando medidas que se
tivesse anunciado durante a campanha eleitoral o teriam conduzido para uma derrota fragorosa, a saber,
criação de centenas de cargos para companheiros, vultoso aumento de vencimentos para as funções ligadas
ao governo...
f) por final, o desrespeito ao poder legislativo que votou decreto legislativo determinando ao governo que
diminuísse a carga tributária em cima das micro e pequenas empresas e que o executivo se recusa a cumprir.
É possível que o otimismo do governador, que assegurou durante a entrevista concedida que teria uma
vitória no primeiro turno na eleição do ano que vem, se deva ao bom crescimento do PIB estadual
decorrente da extraordinária safra e dos bons preços das commodities agrícolas.
Mas o governo não planta, não chove, não colhe e não comanda os preços agrícolas no mercado mundial.
O que ele e seu partido fazem é agir no sentido oposto ao da produtividade, da produção e dos produtores
rurais, estimulando a insegurança no campo, opondo-se à adoção das tecnologias transgênicas e mecânicas,
e reduzindo, de todos os modos, as áreas de cultura, seja com políticas indigenistas, seja com providências
falsamente protecionistas do ambiente.
Diante desse quadro, poderíamos perguntar sobre o que seria melhor para o Estado, ter-se o governador
Tarso Genro mais presente ou mais ausente, enquanto cumpre este mandato que se encerra em 2014. A
dúvida persiste.
Humildade, Senhor Governador. Lembre-se de que quanto mais alto achamos que estamos, mas forte é o
tombo. Parece que o ilustre mandatário estadual não assimilou as lições que nos deixou o Papa Francisco em
sua recente visita ao Brasil.
Menos, Senhor Governador
Bancada Estadual Partido Progressista