SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 72
Marrocosporta para o Oriente
2 • MyBrainMagazine
MyBrainMagazine • 3
MyBrainMagazine
O encanto de Marrocos é a
sua ligação entre o Oriente e
o Ocidente: as especiarias, as
mesuitas, os cheiros, as
cores, os perfumes,...
MORADA
TEL
EMAIL mybrainsociety@gmail.com
ENDEREÇO www.mybrainsociety.blogspot.pt
Copyright © 2018 MyBrainSociety. Todos os direitos reservados.
MyBrain (capa): Registered Trademarks® (marcas registadas). A MyBrain
não se responsabiliza por material não solicitado.
A sabedoria não tem limites
INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E DE IMAGENS
CAPA
Bab
L’Makhzen,
Fez
4 • MyBrainMagazine
entrevista..............................................................................................7
meditação .............................................................................................8
roteiro de viagem .................................................................................9
.............................................................................................10
............................................................................................18
...................................................................19
............................................................................................20
.................................................................................................21
................................................................................22
............................................................................................23
.............................................................................................24
................................................................................25
....................................................26
.....................................................................27
......................................................................................28
......................................................29
..........................................................................................30
..............................................................................31
..................................................................32
...........................................................................33
.................................................................................34
...........................................................................35
..................................................................................36
.................................................................................37
................................................................38
Í N D I C E
MyBrainMagazine • 5
...........................................................................39
....................................................................................40
.....................................................41
............................................42
............................................................................43
........................................................................44
............................................................45
......................................................................................................46
....................................................................................47
.................................................................................48
....................................................................................49
....................................................................................................50
..................................................................50
...............................................................................................52
..........................................................................................53
..................................................................................56
.......................................................................................57
.................................................................58
..................................................................59
....................60
....................................................................................61
.....................................................................................62
........63
..........................................................................64
.......................................................................65
.........................................................................................66
................................................................................................67
................................68
........................................................................................70
6 • MyBrainMagazine
Algumas fotografias de Steve Mcurry
MyBrainMagazine • 7
entrevista
“É preciso provocar sistematicamente confusão. Isso
promove a criatividade. Tudo aquilo que é
contraditório gera vida.” Salvador Dalí
ENTREVISTA A STEVE MCURRY
(ODEDWAGEN)
O que acha que são os principais elementos
de uma imagem forte?
O que faz uma imagem poderosa é a
confluência de vários elementos-chave, como
a composição, design e emoção, num
momento puro que revela uma verdade mais
profunda.
Como se sente quando se depara com uma?
Eu raramente tenho um plano e sinto que os
momentos mais produtivos foram aqueles
onde eu me levantava e caminhava,
procurando situações e temas para fotografar.
Qual a importância da "história" na imagem,
especialmente nos seus retratos?
Eu acho que isso é uma das coisas mais
poderosas sobre uma fotografia. Uma imagem
de uma pessoa na rua na Nova Guiné, com um
pormenor para onde é interessante olhar. Mas
para ser realmente uma bom fotografia; ela
tem que mostrar o que é viver com esse
pormenor. É uma questão momentânea para revelar algo
interessante e profundo sobre a condição humana.
Acha que há uma diferença na criação de uma "história"
numa imagem única, em comparação com uma série,
como parte do trabalho fotográfico para uma revista, por
exemplo?
O que é importante para o meu trabalho é a imagem
individual. Eu fotografo histórias sobre atribuição, e,
claro, elas têm que ser colocadas juntas de forma
coerente. Mas o que mais importa é que cada imagem
vale por si só, com o seu próprio lugar e sentimento.
Disse uma vez que ganhou o apelido de "Prince of
Darkness", por causa da sua preferência para fotografar
com a luz do nascer do sol. Mas como é que consegue
trabalhar durante o resto do dia, lidar com a dura luz do
meio-dia?
Eu saio sempre mais cedo, não particularmente porque
estou à procura da luz do amanhecer ou da luz do
anoitecer. Eu gosto de presenciar o dia do início ao fim.
Mas eu acho que o meu trabalho muitas vezes se inclina
para o lado negro da iluminação. Ao caminhar por uma
rua, estou sempre no lado com sombra da estrada.
8 • MyBrainMagazine
Os dois vasos
Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela
carregava nas costas. Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito. Este último estava sempre cheio de água ao
fim da longa caminhada da torrente até a casa, enquanto aquele rachado chegava meio vazio. Por longo tempo a
coisa foi em frente assim, com a senhora que chegava em casa com somente um vaso e meio de água. Naturalmente
o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de
conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer. Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga
derrota, falou com a senhora durante o caminho: "Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu
tenho me faz perder metade da água durante o caminho até a sua casa..." A velhinha sorriu: "Você reparou que lindas
flores tem somente do teu lado do caminho? Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores
na beira da estrada do teu lado e todo dia, enquanto a gente voltava, tu as regavas. Por dois anos pude recolher
aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa. Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na
minha casa. Cada um de nós tem o próprio específico defeito. Mas o defeito que cada um de nós tem é que faz com
que nossa convivência seja interessante e gratificante. É preciso aceitar cada um pelo que é e descobrir o que tem de
bom nele."
meditação
“Meditação traz sabedoria; a falta de meditação deixa
a ignorância. Escolha o caminho que o guia à
sabedoria.” Buda
MyBrainMagazine • 9
“O mundo é um imenso livro do qual aqueles
que nunca saem de casa leem apenas uma
página.” Agostinho de Hipona
roteiro de viagem
LESTE DO CANADÁ (8 DIAS)
Dia 1 Lisboa — Toronto
Chegada. Passeio pelos seguintes locais: antigo e novo City Hall, Parlamento, Chinatown, Casa
Loma, Universidade de Toronto, Torre CN, Distillery District, Toronto Islands.
ONE KING WEST HOTEL & RESIDENCE
Dia 2 Toronto — Niágara
Fazer um cruzeiro e ver as vistas das cataratas tanto do lado do Canadá como dos EUA.
SHERATON ON THE FALLS
Dia 3 Niágara — Mil Ilhas — Ottawa
Seguir em direção a Mil Ilhas. O Cruzeiro pelas ilhas tem a duração de uma hora. Ao final do
Continuação rumo à cidade de Ottawa. Aqui, poderemos ver o Parlamento do Canadá, as
residências do Primeiro Ministro e do Governador Geral, além de outros edifícios do Governo.
FAIRMONT CHATÊAU LAURIER
Dia 4 Ottawa — Mont Tremblant — Québec
Passeio pelos Montes Laurentianos.
HOTEL PORT-ROYAL
Dia 5 Québec
Visita à Costa de Beaupré, à Basílica de Santa Ana, ao Canyon de Santa Ana e à Catarata
Montmorency. Dia para observar as baleias.
HOTEL PORT-ROYAL
Dia 6 Québec — Montreal
Passeio pelos seguintes locais: Praça das Armas, Praça Real, Bairro Petit Champlain,
Parlamento de Québec, Terraço Dufferin, Château Frontenac, ruas Saint-Jean e Grande-Allée e
Vieux-Port. Saída para Montréal.
LE CANTLIE SUITES
Dia 7 Montreal
Visita ao Velho Montreal, à Basílica de Notre-Dame (entrada não-incluidas), à cidade
subterrânea, ao Boulevard Saint- Laurent, à Rue Saint-Denis, ao Mont-Royal e ao Jardim
Botânico.
LE CANTLIE SUITES
Dia 8 Montreal — VOO
Em hora a determinar localmente, transporte para o aeroporto. Formalidades de embarque e
partida com destino a Lisboa. Refeições e noite a bordo
.da natureza. Safari em 4x4.
PUMZIKA SAFARI CAMP
10 • MyBrainMagazine
Marrocos, no norte de África, é um reino muçulmano com paisagens
muito variadas: desde deserto do Sahara, paisagem mediterrânea,
montanhosa,... Os berberes são cerca de um terço da população e
incluem os tuaregues, o famoso povo do deserto que pode ser
encontrado neste país. Com a capital em Rabat, Marrocos tem muita
história por detrás de si. É conhecido pelas peles, trabalho de madeira
(como a thuya, uma madeira de ébano com um ótimo cheiro cítrico),
carpetes, cerâmica, cobre e latão. O chá de menta é a bebida preferida e
o couscous (grãos de farinha de sêmola normalmente servidos com um
estufado), o tagine (um estufado que demora 3 horas a ser cozinhado,
servido e cozinhado num prato redondo com uma tampa cónica com o
mesmo nome) e a sopa de carne Harira (servida ao pôr-do-sol durante o
Ramadão para quebrar o jejum) são os pratos preferidos. Na costa
atlântica, onde a pesca é muito importante, pode-se comer sardinha ou
outros peixes com salada.
As cidades marroquinas possuem uma parte antiga, a medina, uma densa
aglomeração urbana fortificada com pequenas ruelas labirínticas, na qual
as casas mais ricas são simples por fora mas muito bonitas por dentro,
com um pátio, o riad. As quatro cidades imperiais de Marrocos são, por
ordem de fundação: Fez (fundada pelo sultão idríssida Moulay Idriss I em
789); Marrakech (fundada pelo sultão almorávida Yusuf ben Tasufin em
1062); Rabat (fundada pelo sultão ou califa almóada Abd el-Moumen em
1150); Meknès (fundada pelo sultão alauita Moulay Ismaïl em 1672).
A arquitetura de Marrocos está dividida em 6 períodos:
— Almorávidas (séculos XI-XII): foi nesta época que nasceu o estilo
Mourisco com arcos em ferradura e polilobados, bem como decorações
florais e escrita árabe Kufic;
— Almóadas (séculos XII-XIII): com padrões geométricos, representado
na mesquita Koutoubia em Marrakech;
— Merínidas (séculos XIII-XV): usavam os zellij, quadrados coloridos de
terracota, como azulejos, estuques decorativos e madeira, estilo
representado nas medersas;
— Saadianos (séculos XVI-XVII): com estuque decorativo e colunas de
mármore, este estilo com influências andalusas observa-se nos túmulos
saadianos e no Palácio el-Badi, os dois em Marrakech;
GEOGRAFIA
Marrocos
Especiarias, sultões, deserto, souks, tradições, rosas, encantadores
terracota, como azulejos, estuques decorativos e madeira, estilo representado nas
medersas;
— Saadianos (séculos XVI-XVII): com estuque decorativo e colunas de mármore,
este estilo com influências andalusas observa-se nos túmulos saadianos e no Palácio
el-Badi, os dois em Marrakech;
— Alauitas (séculos XVII-Atualidade): pode ser observado em Meknès e no Mausoléu
Mohammed V em Rabat, com arcos em ferradura alongados;
— Protetorado Francês (século XX): foram construídas as Nouvelle Villes (cidades
modernas) fora das medinas, de estilo Art Déco, Art Noveau e Neo-Mourisco.
pontos mais interessantes, o Dufferin Terrace, passeio aberto em 1879, com 450 m
de largura. O castelo de Frontenac, com uma magnífica vista sobre o rio, ocupa o
lugar do antigo forte de Saint-Louis onde morreu Louis de Buade, conde Palluau e
de Frontenac. Este antigo castelo, residência dos antigos governadores franceses,
foi vítima de um incêndio em 1834. O castelo de Frontenac foi erigido pela
companhia de caminhos de ferro Canadian Pacific segundo o modelo arquitetónico
de um velho castelo francês. De facto, a sua conceção, nomeadamente ao nível das
torres redondas, dos pináculos que ornam os telhados inclinados e da volumetria
exterior, evoca recordações dos castelos que povoam a região do Loire e que para
aqui foram importadas. Apesar destas características "europeias" o castelo está
perfeitamente adaptado à cidade. As outras atrações são a Place Royale, a Place
d'Armes, a Rua do Petit-Champlain, a Catedral Notre-Dame e a Cidadela.
A partir da ação enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto da
Virgem, o essencial da construção da complexa estrutura conventual decorreu até
1639, altura em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa Cruz. Aqui, aliou-se o
sentido simbólico da planta centralizada à prática pouco comum da colocação do
templo no meio dos espaços de circulação associados às estruturas claustrais,
estabelecendo-se assim a aproximação ao arquétipo do Templo de Salomão,
primeiro espaço verdadeiramente sagrado da Cidade Santa. No Convento do
Buçaco, o discurso iconográfico do espaço, das formas, dos materiais e das técnicas
vai ao encontro de uma espiritualidade que se constrói pela fé e pobreza. O
emprego das cortiças e da técnica dos embrechados, os conteúdos da azulejaria ou
MyBrainMagazine • 11
GEOGRAFIA
Marrocos é um reino antigo. Ficou sob influência de Cartago e Roma, mas as suas
origens são berberes, árabes e africanas. Desde a chegada do Islão no século VII, o
país foi independente e por vezes um império. Foi o único país árabe que não foi
tomado pelos otomanos.
Por 40 000 anos, Marrocos tem sido uma ponte entre o Oriente, África e Europa.
Os Fenícios, destemidos navegadores, estabeleceram postos de comércio ao longo
da costa marroquina, tendo também introduzido o trabalho em ferro e a cultura da
vinha. No século V a.C., Hanno, um comandante naval de Cartago (na atual Tunísia),
explorou a costa marroquina e ficou com os postos de comércio. Com a influência
cartaginesa, as tribos berberes uniram forças e estabeleceram o reino da
Mauritânia. Em 146 a.C., os Romanos, após terem destruído Cartago, estenderam o
seu império até ao norte de Marrocos. A 25 a.C., o reino da Mauritânia estava na
posse de Juba II, rei da Numídia, mas o seu filho foi morto por ordem do imperador
romano Calígula. Mais tarde, o imperador Cláudio anexou o reino e dividiu-o em
Mauretania Cæsariensis (Argélia) e Mauretania Tingitana (Marrocos).
Após o Cristianismo se ter começado a espalhar, chegaram os vândalos que
conquistaram o norte de África, seguidos dos bizantinos e, no fim do século VII, os
árabes chegaram com o Islão a Marrocos. Foi Moussa ibn Nosaïr o conquistador
deste território, sob controlo do califado Omíada em Damasco. Os berberes
lutavam contra os muçulmanos e o Islão e conseguiram, após 30 anos de guerras,
formar pequenos reinos, com exceção do oeste, que estava ainda sob controlo dos
califado. O Islão dividiu-se em duas seitas, os sunitas e os xiitas. Em 786, o califado
sunita Omíada esmagou os muçulmanos xiitas. Porém, um deles, Idriss ibn Abdallah,
escapou do massacre e foi recebido em Marrocos como um prestigioso líder
religioso. Em 789, a tribo berbere Aouraba fez dele o seu líder, começando com a
dinastia idríssida, a primeira das sete dinastias de Marrocos. Moulay Idriss I decidiu
construir uma nova cidade, Fez, e o seu filho Idriss II fez dela capital do reino. Fez
tornou-se densamente povoada e um centro religioso. Com a morte de Idriss II, o
reino foi dividido entre os seus dois filhos e depois entre os seus descendentes. Eles
eram incapazes de prevenir os ataques sucessivos dos dois poderosos rivais do
califado Abássida, os xiitas da Tunísia e do Egito e os califados omíadas de Córdova
na Andaluzia, sunitas que lutaram contra Fez e as tribos berberes.
Um impulso inesperado veio do sul. Uma tribo de nómadas Sanhadja berberes da
atual Mauritânia que se converteu ao Islão no século IX, deu origem a um poderoso
novo império. O cabecilha da tribo, Yahia ibn Ibrahim, convidou um homem
sagrado para pregar a fé islâmica ao seu povo. Um acampamento fortificado, ribat,
foi construído no estuário do rio Senegal. Em 1054, o "povo do ribas", os
Almorávidas, combatentes para um estado islâmico puro, iniciaram uma guerra
santa na cordilheira do Atlas. O fundador do império Almorávida era Youssef ibn
Tachfin, que auto-proclamou-se Líder dos Fiéis. Tendo fundado Marrakech, que se
tornou a segunda capital de Marrocos, em 1062, ele conquistou o país tão a norte
como Tânger e tão a oriente com Argel. Começou assim a dinastia almorávida. Em
Al-Andaluz, Andaluzia, a queda do califado Omíada de Córdova em 1031 levou à
criação de taifas, pequenos principados muçulmanos. Afonso VI, rei de Castela e
Leão, conduziu a Reconquista Cristã, reconquistando Toledo em 1085. Em resposta
a uma chamada de ajuda dos taifas, Rouseff ibn Tachfin cruzou o estreito de
Gibraltar e derrotou as tropas de Afonso VI na Batalha de Badajoz em 1086. Cedo
estendeu o seu império para tão a norte como Barcelona e tão a sul como o Senegal
e o Níger. O império foi unificado pelos ortodoxos sunitas e, com a morte de
Youssef, o seu filho Ali, cuja mãe era uma cristã andaluza, sucedeu-o. A refinada
cultura andaluza tomou Marrocos, apesar do próprio império estar em declínio.
Do sul veio uma nova rebelião, os Almóadas. Em 1125, após uma vida dedicada ao
estudo e a viajar no mundo árabe, Ibn Toumart, um homem berbere de letras,
estabeleceu-se em Tin Mal, um estreito vale no Alto Atlas. Um puritano religioso
impulsionado pela doutrina da unidade, Ibn Toumart auto-declarou-se o mahdi
(messias) e começou a pregar a reforma moral. Com a sua morte, o seu sucessor
Abd el-Moumen assumiu o título de Líder dos Fiéis. Em 1146-7, tomou controlo das
cidades principais do império almorávida, Marrakech, Fez e as grandes cidades
andaluzas. Criou universidades, taxas, uma marinha e uma nova capital, Rabat. Com
pensadores como Ibn Tufaïl e Averroës, a vida intelectual floresceu. Em 1162, Abd
el-Moumen, fundador da dinastia almóada, auto-proclamou-se califa. Décadas
depois do seu neto Yacoub el-Mansour ter reinado, a dinastia declinou. As forças
dos príncipes cristãos de Espanha lutaram contra os almóadas e tomaram Córdova,
Sevilha e todo resto da Andaluzia, fazendo com que os muçulmanos perdessem
Espanha e, consequentemente, diminuíssem e perdessem a sua influência no
Magreb. Quando chegaram os Merínidas, berberes nómadas Zenet, em 1248, e
quando começaram uma nova dinastia depois de 1269, Marrocos estava reduzido
ao território de hoje. Maus na guerra, porém bons arquitetos e construtores,
fizeram de Fez capital e perderam Ceuta para os Portugueses.
Desde a dinastia idríssida, os shorfa, xerifes árabes da alta classe social
descendentes do profeta Maomé, acabaram com as dinastias berberes e
começaram a governar Marrocos desde o século XVI até aos dias de hoje. São as
dinastias Shorfa: os Saadianos e os Alauitas. Fizeram de Marrakech capital,
comerciavam com a Europa e não deixaram os otomanos conquistar Marrocos.
Pág. Anterior: especiarias em Marrakech,
mapa de Marrocos. Nesta pág.: regiões do
país, califado almóada em 1212, ervanária
em Marrakech, trabalho de metal em Fez
(x3), tecelagem de ágave, fabrico de um
tagine (x2),carpetes berberes.
12 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
Chá de menta em Marrakech, incensos, pratos em Essaouira,
tagine (x2).
Desde a dinastia idríssida, os shorfa, xerifes árabes da alta
classe social descendentes do profeta Maomé, acabaram com
as dinastias berberes e começaram a governar Marrocos
desde o século XVI até aos dias de hoje. São as dinastias
Shorfa: os Saadianos e os Alauitas. Fizeram de Marrakech
capital, comerciavam com a Europa e não deixaram os
otomanos conquistar Marrocos. Receberam o resto da
influência andaluza e recuperaram Agadir dos Portugueses,
faltando apenas Mazagão, Tânger e Ceuta. Mas por pouco
tempo pois, durante a Batalha dos Três Reis, ou de Alcácer-
Quibir, em 1578, quando o sultão de Marrocos Moulay Moluco
combateu contra o rei português D. Sebastião e contra o seu
sobrinho Moulay Mohammed e saiu vitorioso apesar de todos
terem morrido. Filipe II anexou o Reino de Portugal. A época
de prosperidade saadiana culminou com Ahmed el-Mansour. o
ouro vindo do Mali e os escravos eram o principal comércio
que vinha do Sahara até Marrakech. Houve um problema de
sucessão que fez com que outros shorfa tomassem controlo
da região em 1664.
A última dinastia foi a Alauita, fundada por Moulay Rachid,
presente até aos dias de hoje. O longo e glorioso reinado do
seu irmão mais novo, Moulay Ismaïl, que teve 500 esposas e
888 filhos, transferiu a capital de Fez para Meknès e
conquistou algumas partes que estavam sob controlo europeu
e alargou território até à Mauritânia e à Argélia, continuando
com negócios com a Europa. Depois de um período de
instabilidade, o seu neto Sidi Mohammed ben Abdallah
expulso os Portugueses de Mazagão e fundou Mogador
(Essaouira) para facilitar o comércio com a Europa. Em 1860, a
Espanha conquistou Tetuão e anexou Marrocos, anexação essa
que terminaria quando o sultão marroquino Moulay Abd al-
Hafid aceitou, em 1912, o estatuto de protetorado francês.
Antes de obter a independência em 2 de março de 1956,
Marrocos viveu uma situação de permanente instabilidade
governativa, fruto do crescente movimento independentista,
que teve início na década de 30, apoiado, sobretudo, pelo
sultão Sidi Muhammad. Este espírito generalizou-se durante a
Segunda Guerra Mundial, quer no Marrocos francês, quer no
território a norte, controlado pela Espanha desde 1934,
graças ao relacionamento estabelecido com as tropas
britânicas e americanas estacionadas no país, relacionamento
esse que permitiu um novo contacto com a realidade externa.
Os anos seguintes foram marcados por vários factos políticos,
dos quais se destacam, primeiro, a oficialização da pretensão
marroquina em ser independente. Tal aconteceu em 1951,
quando o sultão Sidi Muhammad, no aniversário da sua
ascensão a 18 de novembro, declarou estar esperançado em
acordar a total soberania de Marrocos. Segundo, quando a
rebelião argelina rebentou em 1954, servindo de fonte
inspiradora para os independentistas mais radicais, os
guerrilheiros passaram a atacar interesses franceses junto à
fronteira com a zona espanhola. Tornando-se a situação
insustentável, a França concede a independência a Marrocos,
decisão que apanhou de surpresa o protetorado espanhol.
Contudo, a 7 de abril desse ano, Sidi Muhammad consegue
persuadir a Espanha a seguir o exemplo francês, apesar de só
em 1958, um ano após uma ação militar marroquina contra os
Espanhóis, a região de Ifni ser concedida incondicionalmente.
Ainda assim, as cidades de Ceuta e Melilha continuam sob a
égide da Coroa espanhola.
A mudança do controlo francês sobre Marrocos para as mãos
do sultão e do Partido Independentista Istiqlãl decorreu
calmamente. Em agosto de 1957, Sidi Muhammad transformou
Marrocos em reino, passando a usar o título de rei. Quando,
em 1959, o Istiqlãl se dividiu em dois grupos (um, abrangendo
a maioria dos elementos do Istiqlãl, conservador e obediente
a Muhammad 'Allãl al-Fãsi, apoiante de Sidi; outro, de
carácter republicano e socialista, que adotou o nome de
União Nacional das Forças Populares), Sidi Muhammad
aproveitou a oportunidade para distanciar a figura do rei dos
partidos, elevando-o a um papel arbitral. Tal manobra política
contribuiu decisivamente para o fortalecimento da
monarquia, como se verificou no referendo de 1962, já com
Mulay Hassan, filho de Sidi (falecido em 1961), como rei
Hassan II, em que foi aprovada uma Constituição de cariz
monárquico. Um ano depois, foram realizadas eleições
aproveitou a oportunidade para distanciar a
figura do rei dos partidos, elevando-o a um
papel arbitral. Tal manobra política contribuiu
decisivamente para o fortalecimento da
monarquia, como se verificou no referendo de
1962, já com Mulay Hassan, filho de Sidi (falecido
em 1961), como rei Hassan II, em que foi
aprovada uma Constituição de cariz monárquico.
Um ano depois, foram realizadas eleições
parlamentares que levaram a conjuntura política
a um beco sem saída. Tal facto permitiu a
concentração de poderes em Hassan II, como
ficou demonstrado na Constituição de 1970, que
não sobreviveu a uma tentativa de golpe de
Estado, em 1971. Sucedeu-lhe uma outra
Constituição em 1972, que só foi implementada
efetivamente após outra tentativa de golpe de
Estado em agosto desse ano.
O ano de 1974 marcou o início de uma nova
orientação da política de Hassan II, a partir do
momento em que Marrocos declarou a sua
pretensão sobre o Sara Espanhol, rico em
minério (sobretudo fosfato), pretensão essa que
foi concretizada em novembro de 1975, com o
avanço da "Marcha Verde", constituída por 350
000 voluntários desarmados, sobre o
protetorado da Espanha, que evitou o conflito e
conduziu à assinatura de um acordo em que
eram satisfeitas as ambições marroquinas.
No entanto, muitos têm sido os obstáculos à
política marroquina: primeiro, a luta da guerrilha
Polisário (Frente Popular para a Libertação de
Saguia e do Rio do Ouro), apoiada, quer pela
Argélia, quer, mais tarde, pela Líbia, e que
recusou, inclusive, os resultados de um
referendo promovido por Hassan II em 1981;
segundo, a condenação por parte das Nações
Unidas; e, terceiro, a criação do Sara Ocidental
em 1989, que tem obtido o reconhecimento de
um número crescente de países. Em 1994, o
secretário-geral das Nações Unidas, Boutros-
Ghali, propôs um aprofundamento das
negociações com o objetivo de promover um
processo de recenseamento eleitoral o mais
completo possível, de modo a um futuro
referendo ter uma legitimidade aceitável por
ambas as partes.
É de salientar também o papel que Marrocos
desempenhou no processo de paz do Médio
Oriente, através de um relacionamento
equilibrado entre Hassan II e as partes
beligerantes, a Organização de Libertação da
Palestina (OLP) e Israel, que permitiu,
nomeadamente, o estabelecimento de interesses
económicos naquelas regiões.
Em 1999, após a morte de Hassan II, Mohammed
VI, seu filho, assumiu o trono marroquino. O
novo rei estabeleceu um governo de unidade,
aproximando-se da população e distanciando-se
dos extremistas islâmicos: entre outras decisões
governamentais de teor democrático assumidas,
nomeou uma mulher como porta-voz do reino,
abriu o país a investimentos de empresas
estrangeiras e iniciou o processo de preparação
para a liberalização do comércio entre o país e a
União Europeia.
MyBrainMagazine • 13
GEOGRAFIA
A capital de Marrocos, uma das quatro cidades imperiais, fundada pelo sultão ou
califa almóada Abd el-Moumen em 1150, tem, atualmente, cerca de 1,7 milhões de
habitantes. A kasbah dos Oudaïas deve o seu nome a uma tribo árabe com um
passado guerreiro que se estabeleceu aí pois Moulay Ismaïl lhes tinha pedido para
protegerem a cidade das tribos rebeldes. As muralhas e a porta Bab Oudaïa
datam do período almóada, 1195, enquanto que o jardim andaluz e as ruas com as
casas caiadas de branco e azul são da dinastia alauita, dos séculos XVII e XVIII. A
Torre Hassan é o inacabado minarete da enorme mesquita Hassan, construída por
Yacoub el-Mansour em 1196. Mas o minarete ficou inacabado com a morte de
Yacoub em 1199. A mesquita foi destruída pelo terramoto de 1755, restando a
torre inacabada e os pilares romanos da sala de oração que tinham vindo de
Volubilis. Era a maior mesquita do Ocidente e, do mundo árabe, a segunda,
apenas menor que a de Samarra, no Iraque. O Mausoléu de Mohammed V, com o
sarcófago deste rei, uma bela cúpula e mármore italiano, construído pelo
arquiteto vietnamita Vo Toan. A francesa Ville Novelle, o Museu Arqueológico, o
Palácio Real Dar el-Makhzen e as muralhas andaluzas, construídas no século XVII
pelos mouriscos, refugiados muçulmanos da Andaluzia, são outras atrações da
cidade.
Salé, a cidade vizinha de Rabat, foi fundada no século XI, e floresceu com os
Merínidas. Kenitra foi uma cidade construída pelos franceses. Lixus era uma
cidade romana, onde também estiveram os fenícios. Arzila (Asilah) também foi
uma cidade estabelecida pelos Fenícios e que foi conquistada pelos Portugueses e
recuperada no reinado de Moulay Ismaïl. Em Ksar el-Kebir (Alcácer-Quibir) deu-se
a famosa batalha dos três reis.
Esta cidade foi sempre um local estratégico no estreito de Gibraltar. Os Fenícios e
os Cartagineses estabeleceram aqui um porto. Depois vieram os Romanos. Nos
Descobrimentos, os Portugueses, os Espanhóis e os Ingleses e Franceses e, por
fim, novamente, os Espanhóis. A kasbah, a mesquita e o museu arqueológico são
os principais pontos de interesse.
Tetuão foi habitada pelos refugiados judeus e muçulmanos da Andaluzia, nos
século XV e XVII e foi capital do protetorado espanhol de 1860 e 1862. A sua
medina andaluza é muito famosa. Chefchaouen, fundada em 1471 por um shorfa
idríssida, é famosa pelas suas pequenas ruas e pelas casas todas pintadas de azul.
As montanhas em forma de crescente do Rife são conhecidas pelas suas aldeias
encantadoras e pelas suas plantações de amendoeiras. Nador, a praia de Saïdia,
Oujda e o oásis de Figuig são as atrações perto da fronteira argelina.
Nestas montanhas onde outrora existiram leões, atualmente há florestas de
cedros com macacos. As cascatas de Ouzoud, a cidade agrícola de Beni Mellal, os
lagos e Ifrane, uma estância de esqui, são os principais pontos de interesse do
Médio Atlas. No Alto Atlas, as atrações são as passagens de Tizi-n-Test e Tizi-n-
Tichka, o pico de Toubkal com 4167 m, o mais alto do norte de África e o vale de
Aït Bouguemez.
A partir da ação enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto
da Virgem, o essencial da construção da complexa estrutura conventual decorreu
até 1639, altura em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa Cruz. Aqui, aliou-se
o sentido simbólico da planta centralizada à prática pouco comum da colocação
do templo no meio dos espaços de circulação associados às estruturas claustrais,
estabelecendo-se assim a aproximação ao arquétipo do Templo de Salomão,
primeiro espaço verdadeiramente sagrado da Cidade Santa. No Convento do
Buçaco, o discurso iconográfico do espaço, das formas, dos materiais e das
técnicas vai ao encontro de uma espiritualidade que se constrói pela fé e
Palácio real de Rabat, Torre Hassan, Mausoléu Mohammed V
(x3), kasbah dos Oudaias (x7), praia em Salé, Ifrane, cedros no
Atlas, Tânger em 1870, tempestade de areia em Beni Mellal,
Chefchaouen em 1980, medina de Oujda, figos-da-índia na medina
de Oujda.
14 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
Praia perto de Safi, Agadir antes do terramoto, cabras na árvore
de argão perto de Essaouira, forte português em Essaouira, pão
em Essaouira (x4), mercado em Essaouira, galinhas em
Essaouira, Quartier des Habous em Casablanca, detalhes da
porta do palácio real de Casablanca (x2), mesquita Hassan II
(x7).
Casablanca é a capital financeira do país e, no século VII, era nada mais do que
um acampamento berbere. No século XVIII cresceu e chamou-se Dar el-Beïda
(Casa Branca), mas quando a cidade floresceu e se tornou a maior cidade de
Marrocos, com 5 milhões de habitantes, foi quando Marrocos se tornou um
protetorado francês.
Em Casablanca, as atrações principais da cidade são a medina, a zona de Anfa, o
Quartier des Habous (onde está o Palácio Real) dos anos 30 construído em Art
Noveau e Déco pelos franceses, o Mercado Central, e a Mesquita Hassan II. É uma
enorme mesquita que foi desenhada por Michel Pinseau e aberta em 1993. O
minarete tem 200 m de altura, as fontes são decoradas com zellij, a sala de
oração pode albergar 25 000 fiéis, as portas são de bronze e o exterior de
mármore.
É nesta zona que se encontram as árvores de argão, de onde se faz o óleo de
argão, que provém do núcleo da semente. Nestas árvores podem-se encontrar
cabras que as trepam para se alimentarem. El-Jadida foi portuguesa desde 1502
até 1769, chamada de Mazagão. Era um centro de comércio e, em 1769, o sultão
Sidi Mohammed expulsou os Portugueses. Além do forte português, uma das
marcas da sua presença é a cisterna portuguesa, construída em 1514. Oualidia é
uma cidade costeira conhecida pelas ostras. Safi é uma cidade ligada ao comércio
do fosfato. Essaouira, antiga Mogador, com as suas paredes caiadas de branco e
azul, é o porto principal da sardinha. No século VII a.C., os Fenícios estabeleceram
uma base no local onde agora está esta cidade e no século I a.C., Juba II fez desta
local um centro de manufactura de tintura roxa. No século XV, os Portugueses
estabeleceram posto de comércio. As muralhas são francesas. A medina, o porto,
as muralhas e as sqalas (bastiões) de la Ville e du Port são as principais atrações.
A 29 de fevereiro de 1960, Agadir sofreu um grande terramoto, destruindo a
parte antiga e as marcas da presença portuguesa desde 1505. Agora é famosa por
ser uma estância balnear.
Esta cidade foi sempre um local estratégico no estreito de Gibraltar. Os Fenícios e
os Cartagineses estabeleceram aqui um porto. Depois vieram os Romanos. Nos
Descobrimentos, os Portugueses, os Espanhóis e os Ingleses e Franceses e, por
fim, novamente, os Espanhóis. A kasbah, a mesquita e o museu arqueológico são
os principais pontos de interesse.
Tetuão foi habitada pelos refugiados judeus e muçulmanos da Andaluzia, nos
século XV e XVII e foi capital do protetorado espanhol de 1860 e 1862. A sua
medina andaluza é muito famosa. Chefchaouen, fundada em 1471 por um shorfa
idríssida, é famosa pelas suas pequenas ruas e pelas casas todas pintadas de azul.
As montanhas em forma de crescente do Rife são conhecidas pelas suas aldeias
encantadoras e pelas suas plantações de amendoeiras. Nador, a praia de Saïdia,
Oujda e o oásis de Figuig são as atrações perto da fronteira argelina.
Nestas montanhas onde outrora existiram leões, atualmente há florestas de
cedros com macacos. As cascatas de Ouzoud, a cidade agrícola de Beni Mellal, os
lagos e Ifrane, uma estância de esqui, são os principais pontos de interesse do
Médio Atlas. No Alto Atlas, as atrações são as passagens de Tizi-n-Test e Tizi-n-
Tichka, o pico de Toubkal com 4167 m, o mais alto do norte de África e o vale de
Aït Bouguemez.
A partir da ação enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto
MyBrainMagazine • 15
GEOGRAFIA
Fundada pelo sultão alauita Moulay Ismaïl em 1672, Meknès foi a quarta cidade
imperial. As muralhas da cidade, com 40 km de comprimento, os souks, a Grande
Mesquita, do século XII, ao lado da famosa medersa Bou Inania, escola corânica
do século XIV, o museu de artes marroquinas Dar Jamaï, a porta Bab Mansour, de
1672, a praça el-Hedime, o tanque (Bassin de l'Aguedal) que abastecia o palácio
real com água, o Dar el-Ma, a casa da água, o Heri es-Souani, os estábulos de
cavalos, que colapsaram devido ao sismo de 1755, e o Mausoléu de Moulay Ismaïl,
do século XVII, são as principais atrações da cidade.
Sendo a cidade mais santa de Marrocos, Moulay Idriss foi fundada pelo sultão
com o mesmo nome no século VIII. A 45 a.C., Volubilis, que já tinha sido povoada
anteriormente pelos reis mauritanos, foi tomada pelos romanos, florescendo e
tornando-se uma das cidades mais importantes da Tingitana. As atrações são o
Arco Triunfal, o Capitólio, a Basílica e o mosaico da deusa Diana e das ninfas do
banho.
Ouarzazate é uma cidade recente, criada em 1928 pelos franceses, tendo como
único monumento a kasbah Taourirt, do século XVIII. O ksar de Aït Ben Haddou é
famoso por ser cenário de filmes. As kasbahs são castelos fortificados que
normalmente albergavam uma família extensa, construídos com tijolos feitos de
terra, água e palha moldada e seca ao sol. As janelas e as portas de madeira só se
podiam abrir e observar por dentro. As muralhas defensivas e o teto pintado dos
compartimentos eram os locais mais ornamentados com padrões geométricos. O
milho e outros cereais eram secos e guardados dentro dos celeiros e a cozinha
era normalmente escura e má ventilada. O Vale de Draa, Tamegroute, Zagora,
Skoura, a garganta de Dadès, a garganta de Todra, Tamtattouchte, Midelt,
Errachidia, Erfoud, Rissani, Merzouga (onde há as dunas Erg Chebbi, de cor
laranja) e Taliouine (uma cidade centro da maior produção de açafrão do mundo)
são as atrações desta região. Nesta zona há muitos fósseis e tâmaras. Os oásis no
meio do deserto dependem muito da água, que pode vir de rios ou das
montanhas. As palmeiras que dão tâmaras fazem sombra para os pequenos
cultivos, como tomates, cenouras e alfaces. A irrigação provém das khettaras,
canais subterrâneos de água que aparecem à superfície nas partes mais baixas e
que regam os cultivos por canais feitos pelos agricultores, as seguias. São feitos
wadis temporários, pequenas barragens de terra para servir água às seguias. São
as mulheres que fazem o trabalho de cultivo.
Esta cidade foi sempre um local estratégico no estreito de Gibraltar. Os Fenícios e
os Cartagineses estabeleceram aqui um porto. Depois vieram os Romanos. Nos
Descobrimentos, os Portugueses, os Espanhóis e os Ingleses e Franceses e, por
fim, novamente, os Espanhóis. A kasbah, a mesquita e o museu arqueológico são
os principais pontos de interesse.
Tetuão foi habitada pelos refugiados judeus e muçulmanos da Andaluzia, nos
século XV e XVII e foi capital do protetorado espanhol de 1860 e 1862. A sua
medina andaluza é muito famosa. Chefchaouen, fundada em 1471 por um shorfa
idríssida, é famosa pelas suas pequenas ruas e pelas casas todas pintadas de azul.
As montanhas em forma de crescente do Rife são conhecidas pelas suas aldeias
encantadoras e pelas suas plantações de amendoeiras. Nador, a praia de Saïdia,
Oujda e o oásis de Figuig são as atrações perto da fronteira argelina.
Nestas montanhas onde outrora existiram leões, atualmente há florestas de
cedros com macacos. As cascatas de Ouzoud, a cidade agrícola de Beni Mellal, os
lagos e Ifrane, uma estância de esqui, são os principais pontos de interesse do
Médio Atlas. No Alto Atlas, as atrações são as passagens de Tizi-n-Test e Tizi-n-
Tichka, o pico de Toubkal com 4167 m, o mais alto do norte de África e o vale de
Aït Bouguemez.
ksar de Ait Ben Haddou em 1990, interior de um ksar, deserto
do Sahara, touaregs em 1900, berberes em 1900, mercado em
Moulay Idriss Zerhoun, estábulos reais em Meknès, Bal el-
Khemis em Meknès, Praça El-Hedim, Meknès, Bab el-
Mansour, Arco Triunfal em Volubilis, Basílica em Volubilis
com a Cidade Santa de Moulay Idriss atrás, Basílica, detalhe
em Volubilis, figueira-da-índia, Volubilis.
16 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
Bab L'Makhzen (x4), Mellah, frutos
secos e feijões em Mellah (x2),
sabonete em Mellah, Mellah (x2),
edifícios (x2), carpinteiro com
madeira de cedro, burro a carregar
pele, curtume de pele (x3), sandálias
de pele, Universidade de
Quaraouiyine, Fez, Zaouia Moulay
Idriss II, Medersa el-Attarine, Fonte
Nejjarine, Zaouia Moulay Idriss II,
Universidade de Quaraouiyine, riad,
teto num interior de uma casa.
Fez, capital espiritual e religiosa de
Marrocos, foi a primeira cidade
imperial, fundada pelo sultão idríssida
Moulay Idriss I em 789 na margem
direita do rio Fez. Em 808, o seu filho
Idriss II fundou outra cidade na
margem esquerda, El-Alya. Em 818, as
duas cidades receberam muitas famílias
muçulmanas que foram expulsas de
Córdova. Pouco tempo depois, 300
famílias de refugiados de Cairuão, na
Tunísia, procuraram asilo em El-Alya,
que ficou conhecida por Quaraouiyine.
No século XI, os Almorávidas juntaram
as duas cidades, construído uma
muralha a rodeá-las. Foi por muitas
vezes capital e tornou-se a cidade mais
importante da islamização, devido
também à universidade que foi criada.
Os Merínidas criaram uma nova cidade
real ao lado da antiga Fez, a Nova Fez
ou Fès-el-Jedid. As tumbas Merínidas
(construídas no século XVI); os souks; a
Fonte el-Nejjarine (do século XVIII, ao
lado de um antigo caravançarai); o
Museu Dar el-Batha; a Zaouia Moulay
Idriss II (é o templo mais venerado de
Marrocos, com o túmulo de Moulay
Idriss II, construído no século XVIII no
reinado de Moulay Ismaïl); a medersa
El-Attarine (escola corânica que foi
construída entre 1323 e 1325 pelo
sultão merínida Abu Saïd Othman); a
medersa Bou Inania (construída entre
1350-55 pelo sultão merínida Abou
Inan, era a única que tinha um púlpito -
minbar- e um minarete, além de ter
uma sala de oração com um mihrab,
escola e quartos para os estudantes
como todas as medersas. A fachada era
trabalhada com zellij, estuque e
madeira esculpida); o bairro de
Chouara (onde estão os curtumes de
pele famosos de Fez); a mesquita-
universidade Quaraouiyine
(estabelecida em 859, a universidade
mais antiga do mundo, foi fundada por
Fatima bint Mohammed el-Fihri, uma
mulher religiosa de Cairuão, que doou
as suas fortunas para a sua
construção); o Dar el-Makhzen (com
portas construídas pelos alauitas); e o
Mellah (bairro judeu) são as principais
atrações desta cidade.
Desde a dinastia idríssida, os shorfa,
xerifes árabes da alta classe social
descendentes do profeta Maomé,
acabaram com as dinastias berberes e
começaram a governar Marrocos desde
o século XVI até aos dias de hoje. São
as dinastias Shorfa: os Saadianos e os
Alauitas. Fizeram de Marrakech capital,
comerciavam com a Europa e não
deixaram os otomanos conquistar
Marrocos. Receberam o resto da
influência andaluza e recuperaram
Agadir dos Portugueses, faltando
apenas Mazagão, Tânger e Ceuta. Mas
por pouco tempo pois, durante a
Batalha dos Três Reis, ou de Alcácer-
Quibir, em 1578, quando o sultão de
Marrocos Moulay Moluco combateu
contra o rei português D. Sebastião e
contra o seu sobrinho Moulay
MyBrainMagazine • 17
GEOGRAFIA
Encantador de cobras, chás, frutos secos, tartarugas, mulheres de burka,
objetos de metal, delícias, objetos de madeira de ébano, souk, praça com
cestas e tapetes, souk,praça Jemaa el-Fna (x4), especiarias, família,
restaurante, figos-da-índia, camaleão, especia rias e cores, pós, ecnantadores
de cobras, especiarias, Koutoubia, Mellah, Túmulos Saadianos (x2), Museu
Dar Si Said (x3), Palácio Bahia (x5).
Marrakech (ou Marraquexe) foi uma
cidade tão importante para Marrocos
que até lhe deu o seu nome. Foi a
segunda cidade imperial de Marrocos,
fundada em 1062 pelo sultão
almorávida Yusuf ben Tasufin vindo do
Sahara. Em 1106, Ali ben Youssef
construiu um palácio, muralhas e
khettaras (canais subterrâneos), um
engenhosos sistema de irrigação que
deu água ao grande bosque de
palmeiras. Os Almóadas tomaram a
cidade em 1147. Seguida de um período
de estagnação, só no século XVI é que a
cidade voltou ao que era com a
chegada dos Saadianos. A zaouia de
Sidi Bel Abbès (construída em 1605
pelos saadianos); a Medersa Ben
Youssef (uma das maiores no Maghreb,
com capacidade para mais que 900
alunos, foi fundada no século XIV pelo
sultão merínida Abou el-Hassan e
reconstruída no século XVI pelo sultão
saadiano Moulay Abdallah); a Praça
Jemaa el-Fna (que, até ao século XIX,
foi um local de execução, mas agora é
o local mais movimentado da cidade);
os souks (com metal, sedas, cestos,
chinelos, cintos, peles, roupa, madeira,
cobre, vegetais, especiarias,
animais,…); o hotel La Mamounia
(aberto em 1923 numa antiga
residência do século XVIII onde morava
o filho do sultão alauita Sidi
Mohammed); o Palácio Bahia
(construído por dois poderosos vizires
no final do século XIX); o bairro judeu
Mellah; o Palácio el-Badi (construído
por Ahmed el-Mansour no século XVI);
os Túmulos Saadianos (construídos
durante a dinastia saadiana para
albergar a família real ao longo dos
anos); o Museu Dar Si Saïd (construído
num palácio do s finais do século XIX,
rival do irmão que construiu o Bahia); a
mesquita Koutoubia (de 1147, mandada
construir pelo sultão almóada Abd el-
Moumen para comemorar a vitória
contra os Almorávidas, com um
minarete de 70 m); os jardins-bosques
de Agdal e Palmeraie; os jardins de
Menara (com um reservatório de água
onde, no século XIX foi construído um
pavilhão onde o sultão Moulay
Abderrahman e outros que o
sucederam levavam para lá as mulheres
e algumas, de manhã, eram atiradas
para a água); e os Jardins Majorelle
(construídos em 1923 por Jacques
Majorelle em cor azul escura com
detalhes árabes. Foi comprada mais
tarde pelo famoso Yves Saint-Laurent)
são as atrações desta cidade.
.Desde a dinastia idríssida, os shorfa,
xerifes árabes da alta classe social
descendentes do profeta Maomé,
acabaram com as dinastias berberes e
começaram a governar Marrocos desde
o século XVI até aos dias de hoje. São
as dinastias Shorfa: os Saadianos e os
Alauitas. Fizeram de Marrakech capital,
comerciavam com a Europa e não
deixaram os otomanos conquistar
Marrocos. Receberam o resto da
MyBrainMagazine • 17
18 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
O rio Douro é um dos maiores rios da
Península Ibérica, com o comprimento total
de 938 quilómetros, dos quais 200 se
encontram em Portugal. Nasce em Espanha,
na serra de Urbião.
Depois de ter atravessado o extenso planalto
de Castela-a-Velha, e com um curso bastante
regularizado até Zamora, toma a direção
nordeste-sudoeste e serve de fronteira entre
Portugal e Espanha numa extensão de 122
quilómetros - o troço do Douro Internacional
-, desde Paradela, Miranda do Douro, até
Barca de Alva. Tem, nesta secção, um forte
declive, com um vale encaixado, de margens
abruptas. Em Barca de Alva, entra em
Portugal e toma novamente a direção este-
oeste. O curso é agora mais regularizado,
navegável, mas continuando o rio a correr
por um vale apertado até à foz, no oceano
Atlântico, junto à cidade do Porto.
É nos terraços do vale do Douro superior, em
acentuados declives talhados no xisto, que se
cultivam as vinhas de cujas uvas se fabrica o
vinho do Porto.
fósforo. O fósforo é um nutriente essencial
para as proteínas vegetais e crescimento.
Ora, os nutrientes estão em falta nos solos da
Amazónia. Estão presos nas próprias plantas.
A matéria orgânica fornece a maioria dos
nutrientes, que são rapidamente absorvidos
pelas plantas e árvores depois de entrar no
solo. Mas alguns nutrientes, incluindo o
fósforo, são levados pela chuva em córregos
e rios.
O fósforo que atinge solos amazónicos de
areia do Sahara, um número estimado de 22
mil toneladas por ano, é quase o mesmo
montante que esse perdeu da chuva e
inundações. Os dados mostram que o vento e
o tempo levam, em média, 182 milhões de
toneladas de pó a cada ano e levam-no além
da borda ocidental do Sahara. A poeira em
seguida, viaja 1.600 milhas através do
Oceano Atlântico. Perto da costa leste da
América do Sul, 132 milhões de toneladas
permanecem no ar, e 27,7 milhões de
toneladas caem na superfície sobre a Bacia
Amazónica. Cerca de 43 milhões de toneladas
de poeira viajam mais longe para o Mar das
Caraíbas.
A quantidade de poeira é, na verdade, muito
variável. Houve uma mudança de 86% entre a
maior quantidade de poeira transportada em
2007 e a menor em 2011. Porquê tanta
variação? Os cientistas acreditam que isso
tem a ver com as condições do Sahel, a longa
faixa de terra semi-árida na fronteira sul do
Sahara. Depois de comparar as alterações no
transporte de poeira a uma variedade de
fatores climáticos, os cientistas descobriram
uma correlação com a precipitação no Sahel
do ano anterior. Quando a precipitação no
Sahel aumentou, o transporte de poeira do
Rio Douro no Porto com barcos rabelo (x7),
Rio Douro em Peso da Régua, Alto Douro
com as vinhas (x2).
MyBrainMagazine • 19
GEOGRAFIA
A povoação primitiva de Viseu é antiquíssima e sabe-se que em 572 já tinha bispo. A sua Sé foi restaurada
em 1144, após a Reconquista. D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, concedeu-lhe foral em 1123 e fez da
cidade um dos seus locais de residência preferidos. O seu património monumental e artístico é riquíssimo,
a começar pela Sé, um dos mais belos monumentos religiosos do país, apesar da mistura de vários estilos -
gótico, manuelino, barroco - em resultado das várias obras de que foi alvo ao longo dos séculos.
Admiráveis são também as Igrejas de S. Francisco, dos Terceiros, do Carmo, da Misericórdia e Via-Sacra. O
Museu de Grão Vasco, instalado no antigo Paço Episcopal e recheado de obras do artista que lhe deu o
nome, é uma das principais galerias de pintura do país. De salientar ainda a Cava de Viriato, tosca
fortificação que faz parte da história da Lusitânia, entre tantos outros edifícios da zona histórica
testemunhos da antiguidade e importância da cidade.
Embora remonte ao século VI, a diocese de Viseu, após atribulada existência, só volta a eleger bispo
próprio em 1147, com D. Afonso Henriques. A Sé foi erguida no mesmo sítio da anterior, de que nada se
sabe, sobre fundações romanas. O carácter inicial de igreja-fortaleza é ainda mantido nos volumosos
muros e ameias, apesar dos restauros e acrescentos sofridos, que transformaram a catedral medieval
numa concentração de diversas correntes estilísticas. A imponente Sé ergue-se num largo enquadrado
pelo Paço Episcopal, pelo Seminário, pela Igreja da Misericórdia e por um pano de muralha, encimado por
alpendre sustentado por colunata, conhecido pelo "Passeio dos Cónegos". A fachada da Sé, dividida em
três corpos, é delimitada por duas robustas torres sineiras, rematadas por cúpulas encimadas por
lanternins do século XVIII, circundadas por balaustrada. Uma das torres é de construção medieval e a
outra foi reconstruída na centúria de Setecentos. O corpo central desenvolve-se em três andares, onde se
distribuem seis nichos que albergam esculturas em pedra: no eixo vertical, N. Sra. da Conceição e S.
Teotónio, padroeiro da Sé viseense; lateralmente, os quatro Evangelistas. Este corpo é rematado por
frontão triangular encimado por uma cruz. O portal abre-se em arco abatido. O pano central é da autoria
de João Moreno, arquiteto oriundo de Salamanca, e foi levantado no século XVII no lugar de um outro,
manuelino, que ruíra. O surpreendente interior da Sé, dos inícios do gótico, apresenta-se dividido em três
naves, sustentadas por robustos pilares, que contêm doze colunas adossadas. Daqui arrancam as nervuras
das ogivas que apoiam a cobertura do século XVI, unificando todo o espaço interior. Os fechos das ogivas
são decorados por grandes rosetas em calcário e por pedras de armas, sendo uma delas datada de 1513. Os
liernes desenham cordoamento atado em nós. Esta extraordinária articulação arquitetónica deve-se,
possivelmente, ao arquiteto João de Castilho. A capela-mor, do século XVII, é da autoria de frei João
Torriano, apresentando abóbada semicircular pintada a fresco. O soberbo retábulo barroco de 1731 saiu
do risco de Santos Pacheco, sendo o trabalho de talha da autoria do mestre entalhador Francisco
Machado. O retábulo ocupa o lugar do anterior, quinhentista, onde se encontravam as tábuas pintadas
por Grão Vasco, hoje expostas no museu que ostenta o seu nome. Sobre o trono do retábulo encontra-se
uma imagem de N. Sra. da Assunção. Ainda na ousia, destaca-se o cadeiral de madeira exótica,
contrastando com ornamentos de talha dourada. Na sacristia, as paredes são forradas por belos azulejos
policromos (brancos, amarelos e azuis) e cobertas por teto pintado. É de salientar, também, o arcaz
almofadado com excelentes guarnições metálicas. O elegante claustro, de linhas clássicas, constituído por
arcaria sustentada por colunas jónicas, foi mandado construir pelo cardeal D. Miguel da Silva e, no século
XVIII, foi acrescido de um andar superior, balaustrado e ritmado por colunas toscanas. Para além de uma
elegante porta formada por seis arquivoltas ogivais, abrem-se para as galerias do piso térreo do claustro
magníficas capelas e altares. Destas, destacamos a Capela dos Santos Brancos, com magnífico retábulo
quinhentista em pedra de Ançã, obra de oficina de Coimbra, e uma Pietà saída das mãos do grande mestre
francês João de Ruão. Também é de realçar a capela quatrocentista do Calvário, pela sua bonita cobertura
em abóbada de arestas e ainda pelos seus capitéis historiados e com motivos fitomórficos. Duas paredes
das galerias do claustro são revestidas por painéis de azulejos que versam sobre episódios da vida de S.
Teotónio, originalmente colocados nas naves da Sé. As salas capitulares, do segundo piso do claustro,
ostentam magníficos tetos mudéjares apainelados e azulejos do século XVIII (1720), de Manuel da Silva.
Situada num dos extremos da praça da Sé de Viseu, a monumental Igreja da Misericórdia é uma
construção da segunda metade do século XVIII, cujas obras tiveram início no ano de 1775, marcada por
uma linguagem arquitetónica rocaille. A Misericórdia viseense foi erguida sobre as fundações do primeiro
templo desta irmandade, construção primitiva que tinha sido mandado edificar durante o reinado de D.
Manuel I. Ocupando um amplo largo murado, ao qual se acede por uma pequena escadaria, a Igreja da
Misericórida é marcada por uma soberba e monumental fachada de estilo rocaille de cinco corpos, com o
pano central mais comprido e mais elevado, rasgado por um portal contracurvado e moldurado por
pilastras reentrantes, sobre o qual se desenvolve a varanda-balaustrada do coro alto, com as suas três
janelas de sacada e de moldura contracurvada. Superiormente, o corpo central da fachada é terminado
por empena ondeada, de linhas mistilíneas, e encimada por cruz latina. Ladeiam o corpo central dois
outros de menores dimensões, rasgados simetricamente por portas e janelas de molduras contracurvadas
e reentrantes, sendo a cimalha rematada por uma comprida e elegante balaustrada com urnas pinaculares.
No enfiamento dos corpos dos flancos erguem-se, a um nível mais recuado, as duas altas torres sineiras,
marcadas por balaustrada com urnas pinaculares e cobertas por coruchéus piramidais moldurados. O
interior do templo é austero, constituído por amplo corpo de uma só nave, coberto por abóbada de
berço, e capela-mor, articulando-se ambos os espaços por um arco triunfal com frontão curvo, realizado
no século XIX e que substitui um elemento arquitetónico anterior. A capela-mor é marcada por um
retábulo de talha do século XIX (c. 1871), obra clássica de grandes dimensões, contendo um desenvolvido
camarim central de arco de volta perfeita ladeado por dois pares de colunas coríntias. O mesmo esquema
compositivo, embora de menores dimensões, preside à conceção dos altares colaterais. O altar do lado do
Evangelho expõe uma interessante composição escultórica da Visitação, obra realizada em 1875, em
madeira policromada e da autoria do artista local José Monteiro Nelas. Nas paredes da igreja expõem-se
algumas telas oitocentistas, nomeadamente as pinturas alusivas à Visitação e a N. Sra. das Dores, datadas
de 1885 e concebidas, igualmente, por um pintor de Viseu, António José Pereira.
Centro histórico (x2), Praça D. Duarte, Igreja
da Misericórdia (x2), Sé-Catedral (x2).
20 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
Por vezes, as fronteiras podem parecer muito estranhas num
mapa. Normalmente, existem fronteiras onde há um rio, uma
cadeia montanhosa ou alguma outra característica geográfica.
Mas, outras vezes, as fronteiras são criações complexas de
política ou história e muitas vezes têm uma aparência muito
estranha. Algumas são fechadas, com muros que separam os dois
países, como a do México com os EUA. As fronteiras entre os
países africanos são as mais bizarras, pois não respeitam a
localização geográfica dos povos de África, mas sim foram
desenhadas a régua e esquadro na Conferência de Berlim em
1890, que dividiu o continente africano pelos países colonialistas.
A fronteira maior do mundo é a dos Estados Unidos com o
Canadá, com 8 891 km. Mas há casos de fronteiras muito
estranhas...
Primeiro, os enclaves e exclaves. A origem de um enclave pode
ser devido a razões históricas, políticas ou mesmo geológicas:
certas zonas tornaram-se enclaves simplesmente por causa da
mudança do leito de um rio. Os enclaves mais conhecidos são os
que se encontram entre a Índia e o Bangladesh. Um enclave é uma
parte do território de um país ou até um só país (como o Lesoto,
que está rodeado pela África do Sul) que está rodeado por outro
país por todos os lados. Um exclave é uma parte do território de
um país ou até um só país (como Andorra e a Suazilândia) que
está rodeado por um ou mais países/mar/lago/rio por todos os
lados.
Segundo, línguas de terra que fazem parte dum país que se
projetam para fora da maior parte do território.
A parte mais a este da Índia está ligada ao resto da Índia por uma
pequena porção de território de 27 km de largura. Isto resultou
do Colonialismo inglês. Quando a Índia ficou independente do
Reino Unido, os britânicos decidiram dividi-la na parte hindu e
muçulmana: formando a Índia e o Paquistão Ocidental e Oriental
(mais tarde Bangladesh).
O Afeganistão possui uma saliência chamada Corredor de
Wakhan com 350 km de comprimento e de 13 a 65 km de largura.
Com esta saliência, o país possui uma pequena fronteira com a
China e separa completamente o Tajiquistão do Paquistão. Nos
finais do século XIX, os impérios russo na Ásia Central e o
britânico na Índia e Paquistão disputavam o território
fronteiriço. Então, aumentaram a área do Afeganistão, que
estava independente, até à China, fazendo que não houvesse
fronteira entre os impérios russo e britânico.
Na Namíbia também há uma enorme saliência, a faixa de Caprivi,
que se prolonga 450 km para fora do resto do país. Quando a
Namíbia era uma colónia alemã, o chanceler alemão queria
estender a sua colónia até ao rio Zambeze, pois assim os alemães
conseguiam navegar até à costa este africana.
Na República Democrática do Congo há duas saliências. Quando
era uma colónia belga, os belgas criaram uma saliência para o
oceano Atlântico pois assim podiam ter acesso à sua enorme
colónia. No sul do território, havia uma disputa nas fronteiras
entre o império britânico e a colónia belga, pois os belgas
queriam aceder aos pântanos ricos em vida selvagem para
caçarem animais e ficarem com os seus preciosos troféus. Então,
o rei da Itália foi convidado para desenhar a fronteira entre as
duas colónias.
..— Vulcanismo de subducção (convergência de placas
tectónicas): a colisão de duas placas obriga ao mergulho da placa
mais densa, originando-se uma zona de subducção. A partir de
certa profundidade, as condições de pressão e temperatura
induzem a fusão da placa em subducção, formando-se magma.
fronteira com enclaves entre a Índia e o Bangladesh; fronteira entre o México e os
EUA; mapa da RD Congo; mapa do Afeganistão; mapa da Rússia, mapa da Namíbia;
mapa da Índia; África do Sul e o Lesoto (país-enclave) e a Suazilândia (país-exclave);
fronteiras dos países de África a preto e grupos étnicos a várias cores
MyBrainMagazine • 21
GEOGRAFIA
Óbidos é uma vila medieval fortificada com ruas cheias de
flores e paredes caiadas de branco, azul e amarelo. É
famosa pelo festival do chocolate e pela ginjinha de
Óbidos, um licor obtido a partir da ginja, uma cereja ácida.
Óbidos remonta ao período neolítico pelos vestígios
encontrados num povoado no outeiro da Assenta-Óbidos.
A ocupação romana foi dominante, tendo-se fundado a
cidade romana de Eburobrittium e do templo de Júpiter,
assim como a construção de diversas pontes sobre o rio
Arnóia. No período decorrente entre os séculos V e VIII, a
vila esteve sobre domínio visigótico. Depois, até ao século
XII, verificou-se a ocupação árabe, tendo em 1148 D.
Afonso Henriques conquistado Óbidos aos Mouros. Em 1210
a vila de Óbidos foi doada por D. Afonso II à rainha D.
Urraca. Em 1513, D. Manuel I concede o foral novo à vila.
São de destacar o castelo, a rua Direita, a igreja da
Misericórdia, a igreja de S. Pedro e a igreja de Santa Maria
e, no exterior da muralha, o aqueduto e o santuário de
Nosso Senhor da Pedra.
Óbidos (x3), ginjinha, entrada da vila, fabrico de
pão, Santuário de Nossa Senhora da Pedra,
castelos, igreja, telhados, ruas de óbidos (x6), rua
Direita (x4).
22 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
As correntes de jato são correntes de ventos fortes no alto da
atmosfera de alguns planetas. Na Terra existem as correntes
de jato polares e, mais acima da atmosfera, há as correntes de
jato subtropicais. A corrente de jato polar desloca-se cerca de
161 a 322 km/h, numa zona entre a troposfera e a
estratosfera, 10 km acima da superfície, a tropopausa. É
criada porque a rotação do nosso planeta, o aquecimento
atmosférico causado pelo Sol e o calor do núcleo da Terra
criam diferenças de temperatura e gradientes de pressão ao
longo dos quais o ar flui.
No hemisfério norte, a posição da corrente de jato pode
afetar as condições meteorológicas ao puxar ou afastar o ar
frio dos polos. Se se deslocar para sul, o tempo pode tornar-
se húmido e ventoso e muito mais frio do que o habitual. Se
se mover para norte, induz condições mais secas e quentes.
No hemisfério sul, a corrente de jato tende a ser enfraquecida
por um menor contraste de temperaturas criado pela maior
extensão de superfície oceânica plana e uniforme. O jato
polar setentrional faz com que a Europa possua um clima
temperado.
A corrente de jato polar é aproveitada pelos pilotos de aviões
como forma de poupança tanto de combustível como de
tempo.
As células de Hadley são responsáveis pelos desertos e
tempestades de chuva nos trópicos e criam os ventos alísios.
As células polares trazem ar frio dos polos gelados e
produzem ventos de leste polares. As células de Ferrel são
contrabalançadas pelas duas outras e formam os ventos de
oeste.
O maior lago é o Mar Cáspio, de água salgada, com uma área
de 393 898 km², seguido do Lago Superior, o maior de água
doce, com 82 414 km², do Lago Vitória, Lago Huron, Michigan,
Tanganica e Baikal..— Vulcanismo de subducção
(convergência de placas tectónicas): a colisão de duas placas
obriga ao mergulho da placa mais densa, originando-se uma
zona de subducção. A partir de certa profundidade, as
condições de pressão e temperatura induzem a fusão da placa
em subducção, formando-se magma. Este tipo de magma, de
origem pouco profunda, origina erupções de tipo explosivo.
80% dos vulcões ativos são deste tipo. Ex.: Andes, Anel de
Fogo,...
— Vulcanismo de vale de rifte (divergência de placas
tectónicas): o afastamento de placas tectónicas origina
sistemas de fissuras na crusta através dos quais o magma
ascende à superfície. Este tipo de magma, de origem pouco
profunda, origina erupções de tipo não explosivo (efusivas
e/ou mistas). 15% dos vulcões ativos são deste tipo. Ex.: Vale
do Rifte Africano,...
— Vulcanismo intraplaca: ocorre graças a um hotspot, que
consiste numa zona invulgarmente quente no manto. A
instabilidade da fronteira entre o núcleo e o manto nessa
zona originou uma coluna de matéria quente que sobe
através do manto, constituindo uma pluma térmica. Ao
atingir a litosfera, o material da pluma funde e o magma
resultante derrete a crusta oceânica, perde os seus gases,
ficando lava, e esta solidifica transformando-se em basalto.
Este tipo de magma, de origem muito profunda, origina
erupções de tipo não explosivo (efusivas e/ou mistas). 5%
dos vulcões ativos são deste tipo. Ex.: Hawaii, Monte
Camarões,...
MyBrainMagazine • 23
GEOGRAFIA
Apesar de ser de origem vulcânica a Ilha do
Sal, em Cabo Verde, é plana. A maior elevação
da ilha tem 406 metros e chama-se Monte
Grande.
Trata-se de um território muito árido, com
pouca vegetação, sendo das ilhas de Cabo
Verde uma das que está mais próxima de
África, tendo, portanto, condições
climatéricas muito semelhantes. Em média,
por ano, há cerca de 350 dias de sol.
A Ilha do Sal está situada no barlavento do
arquipélago e incluída num grupo de três ilhas
mais a norte, juntamente com Boavista e
maio, com praias de areia.
A Ilha do Sal foi descoberta a 3 de dezembro
de 1460 e, na altura, nomeada Llana. Apenas
mudou o nome para Sal quando foram
descobertos os depósitos de sal em Pedra de
Lume.
Dotada de uma lagoa natural numa antiga
cratera, por onde entra o mar e se evapora,
começou a ser desenvolvido, no século XVIII,
o comércio de sal. Houve um maior
desenvolvimento a partir de 1919 graças ao
investimento de uma companhia francesa, que
exportava o produto para a Europa, África e
Brasil. Este negócio, contudo, deixou de ser
significativo em meados do século XX.
Em 1939, por iniciativa italiana, foi
inaugurado um aeroporto internacional na
ilha, dotada de uma boa posição estratégica
em pleno Oceano Atlântico. O aeroporto
serviria de plataforma nas viagens para o
continente americano. Este desenvolvimento
levou a uma grande migração de pessoas da
Ilha de São Nicolau para o Sal. Hoje em dia o
aeroporto, renomeado Amílcar Cabral, é o
principal ponto de entrada em Cabo Verde,
nomeadamente para os milhares de turistas
que visitam o arquipélago, negócio que tem
crescido nas duas últimas décadas. A aposta
no turismo, nos últimos anos, tem ficado
patente na construção de grandes complexos
turísticos.
A Ilha do Sal tem apenas um município,
precisamente chamado Sal, e uma freguesia,
Nossa Senhora das Dores. A maior povoação
da ilha, Vila dos Espargos, onde fica o
aeroporto internacional, tem cerca de oito
mil habitantes. A principal atividade
económica é o turismo, depois de já ter sido a
pesca e a extração de sal. Perto fica a vila de
Santa Maria, onde está a praia de Santa Maria,
um dos principais pontos turísticos do país.
Na costa leste da ilha fica Pedra Lume, onde
estão as salinas. No lado oposto, em Palmeira,
fica o porto principal da ilha, por onde
entram as importações, e também onde estão
as unidades de dessalinização da água e a
central elétrica.
(carbonato de sódio) e os lagos Elmenteita,
Baringo, Bogoria e Nakuru são todos
extremamente alcalinos; o lago Naivasha tem
fontes de água doce, o que lhe permite ter
uma elevada biodiversidade.
A parte final do vale junta-se formando o lago
Cabo-verdiana, casas em Santa Maria (x2), salinas (x2), casa do Sal, crianças, iregja,
casas em Santa Maria (x3), frutas em Santa Maria (x2), praia de Santa Maria, rapaz a
pescar, crianças, barcos (x3), mercado de peixe e barcos em Santa Maria (x17).
24 • MyBrainMagazine
BIOLOGIA
Quando nascem como larvas,
andam à deriva n mar, mas quando
chega a idade adulta, o percebe
imobiliza-se, fixando-se uma rocha
ou outro corpo grande. Alimenta-
se de plâncton e, com as suas
antenas (cirros), apanha e filtra
partículas que passam a flutuar na
água, limpando-a. No pedúnculo do
percebe encontra-se uma glândula
que produz uma substância
aderente. São hermafroditas,
porém, necessitam de acasalar com
os vizinhos mais próximos.
- Nos ambientes terrestres, os
organismos perdem água por
evaporação, através das superfícies
respiratórias e da pele e através da
excreção de urina e de fezes. A
osmorregulação nestes animais
inclui mecanismos como a ingestão
de grandes quantidades de água e
a produção de urina hipertónica.
Nos animais terrestres encontram-
se vários tipos de sistemas
excretores. A minhoca, por
exemplo, possui nefrídios, que
produzem urina diluída,
compensando a entrada excessiva
de água por osmose através da sua
pele. Os insetos e outros
artrópodes terrestres apresentam
túbulos de Malpighi associados a
glândulas retais, que produzem
urina hipertónica, contrariando a
tendência para perder água
associada aos ambientes secos em
que estes organismos vivem. Os
vertebrados, por sua vez, têm
como órgãos excretores os rins.
EtiquetaOs animais dividem-se em
dois grupos: vertebrados e
invertebrados. Os animais
vertebrados são os que têm
esqueleto interno. Há cinco tipos
de vertebrados: os mamíferos, as
aves, os répteis, os peixes e os
anfíbios. Os animais invertebrados
são os que não têm esqueleto
interno. Há oito tipos de
invertebrados: poríferos -
esponjas-do-mar; cnidários e
ctenóforos - corais, medusas,
anémonas-do-mar; platelmintos -
vermes com o corpo achatado,
como a ténia; nematódeos ou
nematelmintos - vermes com corpo
cilíndrico, por exemplo, a
lombriga; anelídeos - vermes
divididos em "anéis", por exemplo,
minhocas e sanguessugas; moluscos
- polvos, lulas, lesmas, caramujos,
ostras, mexilhões; equinodermes -
pepinos-do-mar, estrelas-do-mar,
ouriços-do-mar; artrópodes -
representam cerca de 99% do
reino animal, estão divididos no
Narval e beluga (parente mais
próximo), esqueleto de narval.
MyBrainMagazine • 25
BIOLOGIA
Apesar das cobras não poderem ouvir, os
encantadores de cobras hipnotizam-nas com
movimentos dos joelhos, possuem uma ótima
visão térmica e olfato. Embora as cobras
possuam narinas e cavidades nasais, não as
usam para cheirar. As cobras cheiram através
de um órgão especializado localizado na
cavidade oral e de um movimento feito com a
língua. O órgão denomina-se vomeronasal (ou
órgão de Jacobson) e encontra-se no teto da
cavidade oral das cobras. Por estar no interior
do corpo, a cobra utiliza a sua língua bifurcada
para fazer chegar ao órgão partículas de ar do
ambiente em redor. Daí, o órgão vomeronasal
traduz o cheiro para sinais elétricos que são
transmitidos ao cérebro da cobra, permitindo-
lhe determinar se estão por perto presas ou
predadores.
- Nos ambientes terrestres, os organismos
perdem água por evaporação, através das
superfícies respiratórias e da pele e através da
excreção de urina e de fezes. A osmorregulação
nestes animais inclui mecanismos como a
ingestão de grandes quantidades de água e a
produção de urina hipertónica. Nos animais
terrestres encontram-se vários tipos de
sistemas excretores. A minhoca, por exemplo,
possui nefrídios, que produzem urina diluída,
compensando a entrada excessiva de água por
osmose através da sua pele. Os insetos e outros
artrópodes terrestres apresentam túbulos de
Malpighi associados a glândulas retais, que
produzem urina hipertónica, contrariando a
tendência para perder água associada aos
ambientes secos em que estes organismos
vivem. Os vertebrados, por sua vez, têm como
órgãos excretores os rins.
EtiquetaOs animais dividem-se em dois grupos:
vertebrados e invertebrados. Os animais
vertebrados são os que têm esqueleto interno.
Há cinco tipos de vertebrados: os mamíferos, as
aves, os répteis, os peixes e os anfíbios. Os
animais invertebrados são os que não têm
esqueleto interno. Há oito tipos de
invertebrados: poríferos - esponjas-do-mar;
cnidários e ctenóforos - corais, medusas,
anémonas-do-mar; platelmintos - vermes com o
corpo achatado, como a ténia; nematódeos ou
nematelmintos - vermes com corpo cilíndrico,
por exemplo, a lombriga; anelídeos - vermes
divididos em "anéis", por exemplo, minhocas e
sanguessugas; moluscos - polvos, lulas, lesmas,
caramujos, ostras, mexilhões; equinodermes -
pepinos-do-mar, estrelas-do-mar, ouriços-do-
mar; artrópodes - representam cerca de 99%
do reino animal, estão divididos no seguintes
grupos: insetos: cigarras, borboletas,
gafanhotos, percevejos, besouros, formigas,
abelhas, libélulas, cupins, baratas, moscas,
traças, pernilongos, pulgas, baratas;
aracnídeos: aranhas, escorpiões, ácaros,
carrapatos; miriápodes: centopeias; crustáceos:
caranguejos, lagostas, camarões.
influência dos partidos comunistas devido às
dificuldades do pós-guerra. O presidente
Truman, alarmado com a situação, tratou de
proclamarem as necessidades da América
conter o avanço comunista em todas as frentes
26 • MyBrainMagazine
BIOLOGIA
O nosso Planeta Terra é único. Se o estragamos não temos outro. Quando
vemos documentários sobre vida animal ficamos admirados com a
riqueza do nosso mundo, com a biodiversidade que nele existe e,
consequentemente, com o facto de todos os animais viverem em
harmonia. Mas a verdade é que nem todos vivem em harmonia. Já viram o
que faz o Homem? Destrói habitats, queima florestas, polui rios, mares e
o ar, mata simplesmente por matar,… O único problema deve ser deste
ser que, achando-se superior aos outros, conquistou o mundo.
Um dos locais onde a vida animal prolifera são as savanas africanas.
Quando lá fui em junho de 2016 vi quase todos os animais. Só vi apenas
um rinoceronte, que é muito raro de se ver, apesar de já ter proliferado.
Agora pergunto o porquê da população deste animal ter baixado
drasticamente nos últimos anos. Bom, tal como o elefante, é um dos
únicos que não tem predadores devido à sua forte pele e ao seu enorme
tamanho. Então porque é que este animal está em risco de extinção? Eis a
resposta: tal como os elefantes são caçados para lhes serem retiradas as
presas e ser traficado o valioso marfim, os rinocerontes possuem chifres
que são muito utilizados na medicina chinesa. O pó do chifre macerado
serve para curar todo tipo de febre e enxaqueca, ansiedade, hemorragia,
varíola, reumatismo e exorcizar possessões demoníacas. No Iémen, os
chifres são utilizados para punhos de adagas. O último rinoceronte-
negro foi abatido na África Ocidental para lhe cortarem os chifres. O
último rinoceronte-de-Java do Vietname foi morto por furtivos em 2010.
2 500 chifres de rinoceronte em tráfico ilegal para a Ásia de 2006 a
2010. 2,9 a 9,2 milhões de euros é o valor estimado de apreensões de
chifres em Hong Kong em novembro de 2011. Um chifre de rinoceronte
com 3,5 kg vale 278 mil euros no mercado negro. Estes dois animais estão
a ser constantemente alvo da caça furtiva.
Apesar da criação de parques e reservas naturais e nacionais na maioria
dos países de África, ainda há muitos caçadores-furtivos que caçam
nestes territórios onde a caça é extremamente proibida. Lembro-me
muito bem de chegar à Reserva Natural de Maasai Mara, no Quénia, e
deparar-me com imensas manadas de elefantes a beberem água de poças,
a pastarem e a repousarem debaixo da sombra das grandes acácias que
pintavam a savana de verde. Há uns dias deparei-me com uma publicação
da National Geographic, uma foto de uma manada de elefantes a farejar
a carcaça de um jovem elefante que pertencia à sua família, lamentando
a sua perda. É realmente muito triste ver que um elefante indefeso foi
morto apenas por causa do egoísmo e da crueldade humana. Enfim, por
causa da desumanidade. Parece irónico, não é? Os humanos terem falta
de humanidade?… “mas (…) os homens têm a razão sem o uso, e os peixes
(e os outros animais), o uso sem a razão” [Padre António Vieira]. Após a
morte deste elefante, que se suspeita ter sido de uma seta com veneno,
os caçadores-furtivos já estavam a recolher as presas do elefante que
tinha acabado de morrer. Cada presa pode render 4 800€. Milhares de
elefantes morrem todos os anos para o seu marfim ser esculpido e
transformado em objetos religiosos. A China é o país com mais marfim
apreendido, com 41 095 kg entre 1989 e 2011. 90% dos elefantes-
africanos foram abatidos em 2011 na África Central.
E assim se extinguem animais pelas causas mais egoístas e cruéis que se
podem ouvir. Pesquisas apontam que até 2050, podem ser extinguidas do
planeta Terra cerca de 1 milhão de espécies animais. Mas não são só
mamíferos, aves, peixes, anfíbios e répteis. Também os insetos estão na
lista de animais em extinção. E não são só os animais, também são as
plantas. Estima-se que a cada segundo seja extinto um ser vivo.
fito-hormonas podem estimular o alongamento celular em caules e
coleóptilos, inibir o crescimento de raízes, promover a formação de
raízes laterais e adventícias, retardar o início da abcisão foliar, estimular
ou inibir a floração e induzir a diferenciação de tecidos vasculares,
influenciando a quantidade relativa de xilema e floema. Intervêm, ainda,
no desenvolvimento de frutos, promovendo-o, sendo produzidas em
sementes em desenvolvimento.
A ação das auxinas depende de vários fatores, nomeadamente da sua
concentração e do tecido ou órgão em que atua. Por exemplo, a
concentração de auxina que estimula o alongamento em caules tem o
efeito contrário nas raízes, inibindo o seu crescimento.
As auxinas podem ainda influenciar a produção de outras hormonas.
elefantes a cheirarem o familiar morto por caça furtiva,
Maasai Mara, Quénia (National Geographic); elefante morto
por caça furtiva, Maasai Mara, Quénia (National Geographic);
rinoceronte-negro sem chifres retirados por caça furtiva;
presas de elefante apreendidas provenientes da caça furtiva
prontas a serem queimadas como memória aos elefantes que
morreram; caça furtiva do rinoceronte, chifre de rinoceronte
vs marfim.
pessoas para combater na Síria a favor do ISIS, anatomia do
ISIS, os países que eles querem conquistar.
MyBrainMagazine • 27
BIOLOGIA
As sociedades de abelhas estão organizadas em castas, que
correspondem aos zângãos (machos férteis), às operárias (fêmeas
estéreis) e à rainha, a única fêmea fértil, capaz de produzir até cerca de
mil ovos por dia.
A rainha é inseminada por vários zângãos durante o voo nupcial, altura
em que armazena, na espermateca, os espermatozoides que vai utilizar
ao longo da vida na fecundação dos seus óvulos. Para além dos ovos
fecundados, que darão origem a operárias, a rainha põe também ovos
não fecundados, que originarão os machos. O mecanismo pelo qual a
rainha controla a fecundação ainda é desconhecido. No entanto, como a
deposição dos ovos fertilizados é feita em alvéolos menores e mais
estreitos e a deposição de ovos não fecundados é feita em alvéolos mais
largos, os entomólogos consideram que uma explicação plausível será
que a maior compressão do abdómen da rainha, quando esta o insere no
alvéolo mais estreito, desencadeia um estímulo que conduza à libertação
de espermatozoides da espermateca, ocorrendo a fecundação do óvulo
na vagina da abelha.
Nas abelhas não existem cromossomas sexuais, dependendo a expressão
sexual de alguns genes existentes nos cromossomas somáticos. O gene
csd (complementary sex determiner) codifica uma proteína que controla
a diferenciação sexual entre fêmea e macho. Nas abelhas fêmeas, o gene
csd codifica uma proteína funcional, necessária ao correto
desenvolvimento das fêmeas, enquanto nos machos a proteína
codificada não é funcional.
Por isso, os zângãos resultam de um tipo de reprodução assexuada, a
partenogénese. Porém, apresentam variabilidade genética pois a meiose
é pre-gamética, ou seja, os óvulos são resultantes de meiose, logo o
zângão é um indivíduo haplonte, ao contrário das operárias e das
rainhas, que resultam de reprodução sexuada, da fecundação de dois
gâmetas, sendo indivíduos diplontes.
.Etiquetas:
- Nos ambientes terrestres, os organismos perdem água por evaporação,
através das superfícies respiratórias e da pele e através da excreção de
urina e de fezes. A osmorregulação nestes animais inclui mecanismos
como a ingestão de grandes quantidades de água e a produção de urina
hipertónica. Nos animais terrestres encontram-se vários tipos de
sistemas excretores. A minhoca, por exemplo, possui nefrídios, que
produzem urina diluída, compensando a entrada excessiva de água por
osmose através da sua pele. Os insetos e outros artrópodes terrestres
apresentam túbulos de Malpighi associados a glândulas retais, que
produzem urina hipertónica, contrariando a tendência para perder água
associada aos ambientes secos em que estes organismos vivem. Os
vertebrados, por sua vez, têm como órgãos excretores os rins.
EtiquetaOs animais dividem-se em dois grupos: vertebrados e
invertebrados. Os animais vertebrados são os que têm esqueleto interno.
Há cinco tipos de vertebrados: os mamíferos, as aves, os répteis, os
peixes e os anfíbios. Os animais invertebrados são os que não têm
esqueleto interno. Há oito tipos de invertebrados: poríferos - esponjas-
do-mar; cnidários e ctenóforos - corais, medusas, anémonas-do-mar;
platelmintos - vermes com o corpo achatado, como a ténia; nematódeos
ou nematelmintos - vermes com corpo cilíndrico, por exemplo, a
lombriga; anelídeos - vermes divididos em "anéis", por exemplo,
minhocas e sanguessugas; moluscos - polvos, lulas, lesmas, caramujos,
ostras, mexilhões; equinodermes - pepinos-do-mar, estrelas-do-mar,
ouriços-do-mar; artrópodes - representam cerca de 99% do reino
animal, estão divididos no seguintes grupos: insetos: cigarras,
borboletas, gafanhotos, percevejos, besouros, formigas, abelhas,
libélulas, cupins, baratas, moscas, traças, pernilongos, pulgas, baratas;
aracnídeos: aranhas, escorpiões, ácaros, carrapatos; miriápodes:
centopeias; crustáceos: caranguejos, lagostas, camarões.
influência dos partidos comunistas devido às dificuldades do pós-
guerra. O presidente Truman, alarmado com a situação, tratou de
proclamarem as necessidades da América conter o avanço comunista em
todas as frentes (política de contenção), quer através de intervenções
militares quer de ajuda económica. A doutrina Truman levou os EUA a
MyBrainMagazine • 27
28 • MyBrainMagazine
BIOLOGIA
Um ciclo de vida é uma sequência de acontecimentos que ocorrem na vida de
um ser vivo, desde que é concebido até produzir a sua própria descendência.
O ciclo de vida de uma dada espécie mantém-se de geração para geração.
Existe uma grande diversidade de ciclos de vida. No ciclo de vida de
organismos com reprodução assexuada não há alteração do número de
cromossomas - alternância de fases nucleares -, verificando-se estabilidade
genética. Nos organismos com reprodução sexuada, o ciclo de vida inclui
fenómenos de fecundação, com duplicação do número de cromossomas, e de
meiose, com reposição do número de cromossomas duplicado, ocorrendo
alternância de fases nucleares - fase haploide e fase diploide.
A fase haploide, ou haplofase, compreendida entre a meiose e a fecundação,
inicia-se na célula que resulta da meiose e que possui n cromossomas. A fase
diploide, ou diplofase, compreendida entre a fecundação e a meiose, inicia-
se na célula que resulta da fecundação (ovo) e que possui 2n cromossomas.
A fecundação e a meiose podem suceder em momentos diferentes do ciclo
de vida, o que permite estabelecer diferentes tipos de meiose:
— A meiose pós-zigótica ocorre na primeira divisão do zigoto, que é a única
entidade diploide existente em todo o ciclo de vida. Neste caso, a diplofase
está reduzida a uma única célula.
— A meiose pré-gamética sucede aquando a formação dos gâmetas. O zigoto
sofre mitoses sucessivas, originando um organismo multicelular com células
diploides que, por meiose, produz gâmetas haploides. A haplofase, neste
caso, está reduzida aos gâmetas.
— A meiose pré-espórica ocorre na formação dos esporos. O zigoto passa
por mitoses sucessivas, formando um organismo pluricelular constituído por
células diploides. Neste organismo ocorre meiose, produzindo-se esporos
haploides que são células reprodutoras. Após a germinação, os esporos
originam uma entidade pluricelular que produz gâmetas. A haplofase e a
diplofase incluem entidades pluricelulares.
De acordo com o momento em que a meiose ocorre, determinando o
desenvolvimento relativo das duas fases, pode considerar-se três tipos de
ciclo de vida: os haplontes, os diplontes e os haplodiplontes.
— No ciclo de vida haplonte, a fase haploide é a mais desenvolvida, estando a
fase diploide reduzida ao zigoto. A meiose é pós-zigótica e ocorre a seguir à
formação do zigoto diploide, não se produzindo gâmetas. Da meiose pós-
zigótica resultam células haploides, que se dividem, por mitoses sucessivas,
dando origem a um organismo pluricelular haplonte, que produz gâmetas. A
maioria dos fungos, alguns protistas e algumas algas, como a espirogira, têm
um ciclo de vida haplonte.
— No ciclo de vida diplonte, a fase diploide é dominante, sendo os gâmetas
as únicas células haploides. A meiose é pré-gamética, ocorrendo durante a
produção dos gâmetas. Da fecundação resulta o zigoto diploide, que se
divide e origina um organismo pluricelular diplonte. O ciclo de vida do tipo
diplonte é característico da maioria dos animais.
— O ciclo de vida haplodiplonte inclui estruturas pluricelulares diplontes -
esporófito - e haplontes - gametófito -, verificando-se alternância de
gerações. A haplofase e a diplofase alternam, estando bem desenvolvidas, e
a reprodução assexuada alterna com a reprodução sexuada. A meiose é pré-
espórica e ocorre aquando a produção dos esporos haploides pelo
esporófito diploide. Os esporos sofrem mitoses sucessivas, originando o
gametófito que, por mitoses sucessivas, produz gâmetas. Durante a
fecundação, os gâmetas fundem-se, originando um zigoto diploide que
forma um novo esporófito. Algumas espécies de algas e plantas apresentam
um ciclo de vida haplodiplonte.
- Nos ambientes terrestres, os organismos perdem água por evaporação,
através das superfícies respiratórias e da pele e através da excreção de urina
e de fezes. A osmorregulação nestes animais inclui mecanismos como a
ingestão de grandes quantidades de água e a produção de urina hipertónica.
Nos animais terrestres encontram-se vários tipos de sistemas excretores. A
minhoca, por exemplo, possui nefrídios, que produzem urina diluída,
Tipos de ciclos de vida, ciclo de vida da espirogira — haplonte,
ciclo de vida do Homem — diplonte, ciclo de vida do feto
polipódio — haplodiplonte.
MyBrainMagazine • 29
BIOLOGIA
esporulação do bolor do pão, gemulação em várias leveduras, fragmentação da estrela-do-mar,
bipartição da paramécia, esporângios dos fetos, óvulos no ovário da flor, sacos polínicos na antera da
flor, flor de hibisco, flores de cerejeira, caracóis a acasalarem por fecundação cruzada, abelha a
polinizar flor, penas do pavão usadas na parada nupcial, luta entre veados macho, tartarugas-das-
Seychelles a acasalarem, leão e leoa a acasalarem, gnus a acasalarem.
A reprodução é o conjunto de processos através dos
quais os seres vivos originam novos indivíduos
semelhantes, com informação genética idêntica,
assegurando a continuidade da vida. A reprodução
dos seres vivos inclui uma série de mecanismos
celulares que garante a passagem da informação
genética ao longo das gerações. Existem dois tipos
fundamentais de reprodução dos seres vivos: a
reprodução assexuada, em que os novos indivíduos
têm origem num só indivíduo, sem intervenção de
gâmetas, e a reprodução sexuada, em que os novos
indivíduos formam-se por fusão de dois gâmetas.
Na reprodução assexuada intervém um só
progenitor, não havendo a participação de células
reprodutoras ou gâmetas na formação dos novos
indivíduos. Ocorre nos procariontes, na maioria dos
seres vivos unicelulares eucariontes e em alguns
organismos multicelulares, como, por exemplo, nas
plantas. É um processo rápido. A fecundação e a
meiose estão ausentes na reprodução assexuada,
apenas se os gâmetas forem formados por meiose,
como é o caso da partenogénese. O aumento do
número de indivíduos ocorre por mitoses
sucessivas, mantendo-se constante o número de
cromossomas. Os novos indivíduos são
geneticamente idênticos ao progenitor, com
exceção da partenogénese se os óvulos fecundados
tivessem sido produzidos por meiose. Assim, na
ausência de mutações, a reprodução assexuada não
contribui para a variabilidade genética, o que
constitui uma desvantagem porque os seres vivos
que apresentam este tipo de reprodução não se
adaptam com facilidade a alterações ambientais,
apesar de povoarem habitats muito rapidamente.
Há várias técnicas de reprodução assexuada:
— bipartição: a célula original divide-se em duas
células-filhas aproximadamente iguais. Ex.:
paramécia.
— gemulação: surgimento de pequenas saliências
(gomos ou gemas) que acabam por originar um
novo ser. Ex.: leveduras, hidra.
— esporulação: os esporos são produzidos em
grande quantidade nos esporângios, onde se
formam por mitose. Os esporos germinam e
originam novos descendentes quando as condições
do meio são favoráveis. Ex.: bolor do pão.
— fragmentação: algumas porções resultantes da
fragmentação do organismo são capazes de
regenerar as partes em falta, de modo a constituir
um novo organismo. Ex.: estrela-do-mar, planária.
— multiplicação vegetativa: multiplicação de
plantas a partir de determinados órgãos vegetais.
Algumas técnicas de multiplicação vegetativa,
como a enxertia, a propagação in vitro
(micropropagação) são de interesse agrícola.
— partenogénese: as fêmeas produzem óvulos que,
sem serem fecundados, originam novos
descendentes, que podem ser machos (abelha),
fêmeas (dáfnias e pulgões) ou de ambos os sexos.
A reprodução sexuada já requer a união de duas
células reprodutoras especializadas, os gâmetas,
para a formação de um ovo (ou zigoto), que dá
origem a um novo indivíduo. A reprodução sexuada
inclui dois processos fundamentais: a meiose e a
fecundação. É na meiose que se formam os gâmetas
A reprodução sexuada já requer a união de duas células
reprodutoras especializadas, os gâmetas, para a formação de
um ovo (ou zigoto), que dá origem a um novo indivíduo. A
reprodução sexuada inclui dois processos fundamentais: a
meiose e a fecundação. É na meiose que se formam os gâmetas
que intervêm na reprodução sexual. Uma vez que este tipo de
divisão celular reduz o número de cromossomas da célula para
metade, cada um dos gâmetas é uma célula haploide. Durante
a fecundação ocorre a duplicação cromossómica com a fusão
dos dois gâmetas, um masculino e um feminino, e com a fusão
dos dois núcleos - cariogamia -, que repõe o número de
cromossomas característico da espécie. Forma-se, assim a
primeira célula do novo indivíduo, o ovo, cujo núcleo possui
pares de cromossomas homólogos, cada um proveniente de
cada um dos gâmetas. Por mitoses sucessivas, o ovo origina um
novo indivíduo.A ocorrência da meiose, com redução
cromossómica para a formação dos gâmetas, e da fecundação,
com a duplicação cromossómica para a formação do ovo,
permite manter constante o número de cromossomas
característico de cada espécie ao longo das gerações. A
informação genética do novo indivíduo é uma combinação
entre a informação contida nos dois gâmetas que lhe deram
origem. Portanto, a reprodução sexuada contribui para a
variabilidade genética das populações, aumentando a
capacidade de os indivíduos suportarem as alterações do meio
e de sobreviverem em ambientes em mudança. A reprodução
sexuada é um processo lento, produzindo, normalmente, um
número reduzido de descendentes.
Nos animais, os órgãos produtores de células sexuais chamam-
se gónadas (ovários (F) e testículos (M)) e as células sexuais
gâmetas (ovócitos/óvulos (F) espermatozoides (M)). Nas
plantas, os órgãos produtores de células sexuais chamam-se
gametângios (arquegónios (F) e anterídeos (M)) e as células
sexuais gâmetas (oosferas (F) anterozoides (M)).
Os animais podem ser hermafroditas (possuem os dois sexos):
suficientes (reproduzem-se por autofecundação onde basta
um indivíduo) ou insuficientes (dois indivíduos, fecundação
cruzada); ou podem ser unissexuais (possuem só um sexo) e a
fecundação nestes pode ser externa (no meio líquido, união de
gâmetas no exterior do organismo, sendo necessário produzir
elevado número de gâmetas) ou interna (união de gâmetas no
interior do organismo da fêmea, sendo uma adaptação ao
meio terrestre, evitando a desidratação dos gâmetas). Na
maioria das espécies, o macho procura atrair a fêmea por um
ritual, a parada nupcial, e a espécie pode apresentar ou não
dimorfismo sexual (organismos de diferentes sexos são
diferentes).
Nas plantas mais desenvolvidas, a flor é um órgão vital para a
reprodução pois possui os estames (filete e antera),
masculinos, onde é produzido, nos sacos políticos, o pólen; e
os carpelos (estigma, estilete e ovário), femininos, onde são
produzidas as oosferas, nos óvulos, no ovário. A polinização é
o transporte de grãos de pólen das anteras para os carpelos da
mesma flor (polinização direta) ou doutra flor (polinização
cruzada), graças a agentes polarizadores (aves, insetos,
vento). Após a polinização, grãos de pólen caem sobre o
estigma e germinam, formando tubos políticos que crescem ao
longo do estilete até ao ovário e penetram num óvulo e os
gâmetas conjugam-se, ocorrendo a fecundação e formando-se
um ovo que origina um embrião. Cada óvulo forma a(s)
semente(s) e as paredes do ovário e outras peças florais
formam o pericarpo. Forma-se um fruto (maduro ou seco), que
é disperso, ou por animais ou pelo vento e água. A semente
germina e origina uma nova planta.
- Nos ambientes terrestres, os organismos perdem água por
evaporação, através das superfícies respiratórias e da pele e
através da excreção de urina e de fezes. A osmorregulação
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente
Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente

Agatha christie desenterrando o passado
Agatha christie   desenterrando o passadoAgatha christie   desenterrando o passado
Agatha christie desenterrando o passadoJp Prof
 
Niágaras falls canadá
Niágaras falls   canadá Niágaras falls   canadá
Niágaras falls canadá Amadeu Wolff
 
Marco antonio ripari o grande desafio
Marco antonio ripari   o grande desafioMarco antonio ripari   o grande desafio
Marco antonio ripari o grande desafioAristoteles Rocha
 
Jb news informativo nr. 1.052
Jb news   informativo nr. 1.052Jb news   informativo nr. 1.052
Jb news informativo nr. 1.052Informativojbnews
 
Três meses na Europa sem um centavo no bolso
Três meses na Europa sem um centavo no bolsoTrês meses na Europa sem um centavo no bolso
Três meses na Europa sem um centavo no bolsoGrazielle Coelho
 
Dias de verão a4
Dias de verão a4Dias de verão a4
Dias de verão a4rgrecia
 
Retalhos. mo maie
Retalhos. mo maieRetalhos. mo maie
Retalhos. mo maieMo Maie
 
Jb news informativo nr. 0308
Jb news   informativo nr. 0308Jb news   informativo nr. 0308
Jb news informativo nr. 0308JB News
 
A chave do_tamanho_de_monteiro_lobato
A chave do_tamanho_de_monteiro_lobatoA chave do_tamanho_de_monteiro_lobato
A chave do_tamanho_de_monteiro_lobatoPATRICIAOLIVEIRA535
 
Agatha christie desenterrando o passado
Agatha christie   desenterrando o passadoAgatha christie   desenterrando o passado
Agatha christie desenterrando o passadograsiele_ertal
 
Monteiro lobato -_A_chave_do_tamanho
Monteiro lobato -_A_chave_do_tamanhoMonteiro lobato -_A_chave_do_tamanho
Monteiro lobato -_A_chave_do_tamanhoTânia Sampaio
 

Semelhante a Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente (20)

MyBrainMagazine 15
MyBrainMagazine 15MyBrainMagazine 15
MyBrainMagazine 15
 
MyBrainMagazine 18
MyBrainMagazine 18MyBrainMagazine 18
MyBrainMagazine 18
 
O Crânio de Cristal
O Crânio de CristalO Crânio de Cristal
O Crânio de Cristal
 
Conto
ContoConto
Conto
 
Agatha christie desenterrando o passado
Agatha christie   desenterrando o passadoAgatha christie   desenterrando o passado
Agatha christie desenterrando o passado
 
Niágaras falls canadá
Niágaras falls   canadá Niágaras falls   canadá
Niágaras falls canadá
 
MyBrainMagazine 14
MyBrainMagazine 14MyBrainMagazine 14
MyBrainMagazine 14
 
Riqueta a grande amiga versao final
Riqueta a grande amiga versao finalRiqueta a grande amiga versao final
Riqueta a grande amiga versao final
 
Marco antonio ripari o grande desafio
Marco antonio ripari   o grande desafioMarco antonio ripari   o grande desafio
Marco antonio ripari o grande desafio
 
Jb news informativo nr. 1.052
Jb news   informativo nr. 1.052Jb news   informativo nr. 1.052
Jb news informativo nr. 1.052
 
Três meses na Europa sem um centavo no bolso
Três meses na Europa sem um centavo no bolsoTrês meses na Europa sem um centavo no bolso
Três meses na Europa sem um centavo no bolso
 
Dias de verão a4
Dias de verão a4Dias de verão a4
Dias de verão a4
 
Retalhos. mo maie
Retalhos. mo maieRetalhos. mo maie
Retalhos. mo maie
 
Jb news informativo nr. 0308
Jb news   informativo nr. 0308Jb news   informativo nr. 0308
Jb news informativo nr. 0308
 
A chave do_tamanho_de_monteiro_lobato
A chave do_tamanho_de_monteiro_lobatoA chave do_tamanho_de_monteiro_lobato
A chave do_tamanho_de_monteiro_lobato
 
O jardim
O jardimO jardim
O jardim
 
Agatha christie desenterrando o passado
Agatha christie   desenterrando o passadoAgatha christie   desenterrando o passado
Agatha christie desenterrando o passado
 
Motivacao
MotivacaoMotivacao
Motivacao
 
Monteiro lobato -_A_chave_do_tamanho
Monteiro lobato -_A_chave_do_tamanhoMonteiro lobato -_A_chave_do_tamanho
Monteiro lobato -_A_chave_do_tamanho
 
Modernismo 1ª fase
Modernismo 1ª faseModernismo 1ª fase
Modernismo 1ª fase
 

Mais de MyBrain Society (20)

MyBrain Magazine 24
MyBrain Magazine 24MyBrain Magazine 24
MyBrain Magazine 24
 
MyBrainMagazine 23
MyBrainMagazine 23MyBrainMagazine 23
MyBrainMagazine 23
 
MyBrainMagazine 22
MyBrainMagazine 22MyBrainMagazine 22
MyBrainMagazine 22
 
MyBrainMagazine 20
MyBrainMagazine 20MyBrainMagazine 20
MyBrainMagazine 20
 
MyBrainMagazine 19
MyBrainMagazine 19MyBrainMagazine 19
MyBrainMagazine 19
 
MyBrainMagazine 17
MyBrainMagazine 17MyBrainMagazine 17
MyBrainMagazine 17
 
MyBrainMagazine 16
MyBrainMagazine 16MyBrainMagazine 16
MyBrainMagazine 16
 
MyBrainMagazine 13
MyBrainMagazine 13MyBrainMagazine 13
MyBrainMagazine 13
 
MyBrainMagazine 12
MyBrainMagazine 12MyBrainMagazine 12
MyBrainMagazine 12
 
MyBrainMagazine 11
MyBrainMagazine 11MyBrainMagazine 11
MyBrainMagazine 11
 
MyBrainMagazine 10
MyBrainMagazine 10MyBrainMagazine 10
MyBrainMagazine 10
 
MyBrainMagazine 9
MyBrainMagazine 9MyBrainMagazine 9
MyBrainMagazine 9
 
MyBrainMagazine 8
MyBrainMagazine 8MyBrainMagazine 8
MyBrainMagazine 8
 
MyBrainMagazine 7
MyBrainMagazine 7MyBrainMagazine 7
MyBrainMagazine 7
 
MyBrainMagazine 6
MyBrainMagazine 6MyBrainMagazine 6
MyBrainMagazine 6
 
MyBrainMagazine 5
MyBrainMagazine 5MyBrainMagazine 5
MyBrainMagazine 5
 
MyBrainMagazine 4
MyBrainMagazine 4MyBrainMagazine 4
MyBrainMagazine 4
 
MyBrainMagazine 3
MyBrainMagazine 3MyBrainMagazine 3
MyBrainMagazine 3
 
MyBrainMagazine 2
MyBrainMagazine 2MyBrainMagazine 2
MyBrainMagazine 2
 
MyBrainMagazine 1
MyBrainMagazine 1MyBrainMagazine 1
MyBrainMagazine 1
 

Marrocos: A ligação entre Oriente e Ocidente

  • 3. MyBrainMagazine • 3 MyBrainMagazine O encanto de Marrocos é a sua ligação entre o Oriente e o Ocidente: as especiarias, as mesuitas, os cheiros, as cores, os perfumes,... MORADA TEL EMAIL mybrainsociety@gmail.com ENDEREÇO www.mybrainsociety.blogspot.pt Copyright © 2018 MyBrainSociety. Todos os direitos reservados. MyBrain (capa): Registered Trademarks® (marcas registadas). A MyBrain não se responsabiliza por material não solicitado. A sabedoria não tem limites INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E DE IMAGENS CAPA Bab L’Makhzen, Fez
  • 4. 4 • MyBrainMagazine entrevista..............................................................................................7 meditação .............................................................................................8 roteiro de viagem .................................................................................9 .............................................................................................10 ............................................................................................18 ...................................................................19 ............................................................................................20 .................................................................................................21 ................................................................................22 ............................................................................................23 .............................................................................................24 ................................................................................25 ....................................................26 .....................................................................27 ......................................................................................28 ......................................................29 ..........................................................................................30 ..............................................................................31 ..................................................................32 ...........................................................................33 .................................................................................34 ...........................................................................35 ..................................................................................36 .................................................................................37 ................................................................38 Í N D I C E
  • 5. MyBrainMagazine • 5 ...........................................................................39 ....................................................................................40 .....................................................41 ............................................42 ............................................................................43 ........................................................................44 ............................................................45 ......................................................................................................46 ....................................................................................47 .................................................................................48 ....................................................................................49 ....................................................................................................50 ..................................................................50 ...............................................................................................52 ..........................................................................................53 ..................................................................................56 .......................................................................................57 .................................................................58 ..................................................................59 ....................60 ....................................................................................61 .....................................................................................62 ........63 ..........................................................................64 .......................................................................65 .........................................................................................66 ................................................................................................67 ................................68 ........................................................................................70
  • 6. 6 • MyBrainMagazine Algumas fotografias de Steve Mcurry
  • 7. MyBrainMagazine • 7 entrevista “É preciso provocar sistematicamente confusão. Isso promove a criatividade. Tudo aquilo que é contraditório gera vida.” Salvador Dalí ENTREVISTA A STEVE MCURRY (ODEDWAGEN) O que acha que são os principais elementos de uma imagem forte? O que faz uma imagem poderosa é a confluência de vários elementos-chave, como a composição, design e emoção, num momento puro que revela uma verdade mais profunda. Como se sente quando se depara com uma? Eu raramente tenho um plano e sinto que os momentos mais produtivos foram aqueles onde eu me levantava e caminhava, procurando situações e temas para fotografar. Qual a importância da "história" na imagem, especialmente nos seus retratos? Eu acho que isso é uma das coisas mais poderosas sobre uma fotografia. Uma imagem de uma pessoa na rua na Nova Guiné, com um pormenor para onde é interessante olhar. Mas para ser realmente uma bom fotografia; ela tem que mostrar o que é viver com esse pormenor. É uma questão momentânea para revelar algo interessante e profundo sobre a condição humana. Acha que há uma diferença na criação de uma "história" numa imagem única, em comparação com uma série, como parte do trabalho fotográfico para uma revista, por exemplo? O que é importante para o meu trabalho é a imagem individual. Eu fotografo histórias sobre atribuição, e, claro, elas têm que ser colocadas juntas de forma coerente. Mas o que mais importa é que cada imagem vale por si só, com o seu próprio lugar e sentimento. Disse uma vez que ganhou o apelido de "Prince of Darkness", por causa da sua preferência para fotografar com a luz do nascer do sol. Mas como é que consegue trabalhar durante o resto do dia, lidar com a dura luz do meio-dia? Eu saio sempre mais cedo, não particularmente porque estou à procura da luz do amanhecer ou da luz do anoitecer. Eu gosto de presenciar o dia do início ao fim. Mas eu acho que o meu trabalho muitas vezes se inclina para o lado negro da iluminação. Ao caminhar por uma rua, estou sempre no lado com sombra da estrada.
  • 8. 8 • MyBrainMagazine Os dois vasos Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas. Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito. Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada da torrente até a casa, enquanto aquele rachado chegava meio vazio. Por longo tempo a coisa foi em frente assim, com a senhora que chegava em casa com somente um vaso e meio de água. Naturalmente o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer. Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota, falou com a senhora durante o caminho: "Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho me faz perder metade da água durante o caminho até a sua casa..." A velhinha sorriu: "Você reparou que lindas flores tem somente do teu lado do caminho? Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado e todo dia, enquanto a gente voltava, tu as regavas. Por dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa. Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa. Cada um de nós tem o próprio específico defeito. Mas o defeito que cada um de nós tem é que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante. É preciso aceitar cada um pelo que é e descobrir o que tem de bom nele." meditação “Meditação traz sabedoria; a falta de meditação deixa a ignorância. Escolha o caminho que o guia à sabedoria.” Buda
  • 9. MyBrainMagazine • 9 “O mundo é um imenso livro do qual aqueles que nunca saem de casa leem apenas uma página.” Agostinho de Hipona roteiro de viagem LESTE DO CANADÁ (8 DIAS) Dia 1 Lisboa — Toronto Chegada. Passeio pelos seguintes locais: antigo e novo City Hall, Parlamento, Chinatown, Casa Loma, Universidade de Toronto, Torre CN, Distillery District, Toronto Islands. ONE KING WEST HOTEL & RESIDENCE Dia 2 Toronto — Niágara Fazer um cruzeiro e ver as vistas das cataratas tanto do lado do Canadá como dos EUA. SHERATON ON THE FALLS Dia 3 Niágara — Mil Ilhas — Ottawa Seguir em direção a Mil Ilhas. O Cruzeiro pelas ilhas tem a duração de uma hora. Ao final do Continuação rumo à cidade de Ottawa. Aqui, poderemos ver o Parlamento do Canadá, as residências do Primeiro Ministro e do Governador Geral, além de outros edifícios do Governo. FAIRMONT CHATÊAU LAURIER Dia 4 Ottawa — Mont Tremblant — Québec Passeio pelos Montes Laurentianos. HOTEL PORT-ROYAL Dia 5 Québec Visita à Costa de Beaupré, à Basílica de Santa Ana, ao Canyon de Santa Ana e à Catarata Montmorency. Dia para observar as baleias. HOTEL PORT-ROYAL Dia 6 Québec — Montreal Passeio pelos seguintes locais: Praça das Armas, Praça Real, Bairro Petit Champlain, Parlamento de Québec, Terraço Dufferin, Château Frontenac, ruas Saint-Jean e Grande-Allée e Vieux-Port. Saída para Montréal. LE CANTLIE SUITES Dia 7 Montreal Visita ao Velho Montreal, à Basílica de Notre-Dame (entrada não-incluidas), à cidade subterrânea, ao Boulevard Saint- Laurent, à Rue Saint-Denis, ao Mont-Royal e ao Jardim Botânico. LE CANTLIE SUITES Dia 8 Montreal — VOO Em hora a determinar localmente, transporte para o aeroporto. Formalidades de embarque e partida com destino a Lisboa. Refeições e noite a bordo .da natureza. Safari em 4x4. PUMZIKA SAFARI CAMP
  • 10. 10 • MyBrainMagazine Marrocos, no norte de África, é um reino muçulmano com paisagens muito variadas: desde deserto do Sahara, paisagem mediterrânea, montanhosa,... Os berberes são cerca de um terço da população e incluem os tuaregues, o famoso povo do deserto que pode ser encontrado neste país. Com a capital em Rabat, Marrocos tem muita história por detrás de si. É conhecido pelas peles, trabalho de madeira (como a thuya, uma madeira de ébano com um ótimo cheiro cítrico), carpetes, cerâmica, cobre e latão. O chá de menta é a bebida preferida e o couscous (grãos de farinha de sêmola normalmente servidos com um estufado), o tagine (um estufado que demora 3 horas a ser cozinhado, servido e cozinhado num prato redondo com uma tampa cónica com o mesmo nome) e a sopa de carne Harira (servida ao pôr-do-sol durante o Ramadão para quebrar o jejum) são os pratos preferidos. Na costa atlântica, onde a pesca é muito importante, pode-se comer sardinha ou outros peixes com salada. As cidades marroquinas possuem uma parte antiga, a medina, uma densa aglomeração urbana fortificada com pequenas ruelas labirínticas, na qual as casas mais ricas são simples por fora mas muito bonitas por dentro, com um pátio, o riad. As quatro cidades imperiais de Marrocos são, por ordem de fundação: Fez (fundada pelo sultão idríssida Moulay Idriss I em 789); Marrakech (fundada pelo sultão almorávida Yusuf ben Tasufin em 1062); Rabat (fundada pelo sultão ou califa almóada Abd el-Moumen em 1150); Meknès (fundada pelo sultão alauita Moulay Ismaïl em 1672). A arquitetura de Marrocos está dividida em 6 períodos: — Almorávidas (séculos XI-XII): foi nesta época que nasceu o estilo Mourisco com arcos em ferradura e polilobados, bem como decorações florais e escrita árabe Kufic; — Almóadas (séculos XII-XIII): com padrões geométricos, representado na mesquita Koutoubia em Marrakech; — Merínidas (séculos XIII-XV): usavam os zellij, quadrados coloridos de terracota, como azulejos, estuques decorativos e madeira, estilo representado nas medersas; — Saadianos (séculos XVI-XVII): com estuque decorativo e colunas de mármore, este estilo com influências andalusas observa-se nos túmulos saadianos e no Palácio el-Badi, os dois em Marrakech; GEOGRAFIA Marrocos Especiarias, sultões, deserto, souks, tradições, rosas, encantadores terracota, como azulejos, estuques decorativos e madeira, estilo representado nas medersas; — Saadianos (séculos XVI-XVII): com estuque decorativo e colunas de mármore, este estilo com influências andalusas observa-se nos túmulos saadianos e no Palácio el-Badi, os dois em Marrakech; — Alauitas (séculos XVII-Atualidade): pode ser observado em Meknès e no Mausoléu Mohammed V em Rabat, com arcos em ferradura alongados; — Protetorado Francês (século XX): foram construídas as Nouvelle Villes (cidades modernas) fora das medinas, de estilo Art Déco, Art Noveau e Neo-Mourisco. pontos mais interessantes, o Dufferin Terrace, passeio aberto em 1879, com 450 m de largura. O castelo de Frontenac, com uma magnífica vista sobre o rio, ocupa o lugar do antigo forte de Saint-Louis onde morreu Louis de Buade, conde Palluau e de Frontenac. Este antigo castelo, residência dos antigos governadores franceses, foi vítima de um incêndio em 1834. O castelo de Frontenac foi erigido pela companhia de caminhos de ferro Canadian Pacific segundo o modelo arquitetónico de um velho castelo francês. De facto, a sua conceção, nomeadamente ao nível das torres redondas, dos pináculos que ornam os telhados inclinados e da volumetria exterior, evoca recordações dos castelos que povoam a região do Loire e que para aqui foram importadas. Apesar destas características "europeias" o castelo está perfeitamente adaptado à cidade. As outras atrações são a Place Royale, a Place d'Armes, a Rua do Petit-Champlain, a Catedral Notre-Dame e a Cidadela. A partir da ação enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto da Virgem, o essencial da construção da complexa estrutura conventual decorreu até 1639, altura em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa Cruz. Aqui, aliou-se o sentido simbólico da planta centralizada à prática pouco comum da colocação do templo no meio dos espaços de circulação associados às estruturas claustrais, estabelecendo-se assim a aproximação ao arquétipo do Templo de Salomão, primeiro espaço verdadeiramente sagrado da Cidade Santa. No Convento do Buçaco, o discurso iconográfico do espaço, das formas, dos materiais e das técnicas vai ao encontro de uma espiritualidade que se constrói pela fé e pobreza. O emprego das cortiças e da técnica dos embrechados, os conteúdos da azulejaria ou
  • 11. MyBrainMagazine • 11 GEOGRAFIA Marrocos é um reino antigo. Ficou sob influência de Cartago e Roma, mas as suas origens são berberes, árabes e africanas. Desde a chegada do Islão no século VII, o país foi independente e por vezes um império. Foi o único país árabe que não foi tomado pelos otomanos. Por 40 000 anos, Marrocos tem sido uma ponte entre o Oriente, África e Europa. Os Fenícios, destemidos navegadores, estabeleceram postos de comércio ao longo da costa marroquina, tendo também introduzido o trabalho em ferro e a cultura da vinha. No século V a.C., Hanno, um comandante naval de Cartago (na atual Tunísia), explorou a costa marroquina e ficou com os postos de comércio. Com a influência cartaginesa, as tribos berberes uniram forças e estabeleceram o reino da Mauritânia. Em 146 a.C., os Romanos, após terem destruído Cartago, estenderam o seu império até ao norte de Marrocos. A 25 a.C., o reino da Mauritânia estava na posse de Juba II, rei da Numídia, mas o seu filho foi morto por ordem do imperador romano Calígula. Mais tarde, o imperador Cláudio anexou o reino e dividiu-o em Mauretania Cæsariensis (Argélia) e Mauretania Tingitana (Marrocos). Após o Cristianismo se ter começado a espalhar, chegaram os vândalos que conquistaram o norte de África, seguidos dos bizantinos e, no fim do século VII, os árabes chegaram com o Islão a Marrocos. Foi Moussa ibn Nosaïr o conquistador deste território, sob controlo do califado Omíada em Damasco. Os berberes lutavam contra os muçulmanos e o Islão e conseguiram, após 30 anos de guerras, formar pequenos reinos, com exceção do oeste, que estava ainda sob controlo dos califado. O Islão dividiu-se em duas seitas, os sunitas e os xiitas. Em 786, o califado sunita Omíada esmagou os muçulmanos xiitas. Porém, um deles, Idriss ibn Abdallah, escapou do massacre e foi recebido em Marrocos como um prestigioso líder religioso. Em 789, a tribo berbere Aouraba fez dele o seu líder, começando com a dinastia idríssida, a primeira das sete dinastias de Marrocos. Moulay Idriss I decidiu construir uma nova cidade, Fez, e o seu filho Idriss II fez dela capital do reino. Fez tornou-se densamente povoada e um centro religioso. Com a morte de Idriss II, o reino foi dividido entre os seus dois filhos e depois entre os seus descendentes. Eles eram incapazes de prevenir os ataques sucessivos dos dois poderosos rivais do califado Abássida, os xiitas da Tunísia e do Egito e os califados omíadas de Córdova na Andaluzia, sunitas que lutaram contra Fez e as tribos berberes. Um impulso inesperado veio do sul. Uma tribo de nómadas Sanhadja berberes da atual Mauritânia que se converteu ao Islão no século IX, deu origem a um poderoso novo império. O cabecilha da tribo, Yahia ibn Ibrahim, convidou um homem sagrado para pregar a fé islâmica ao seu povo. Um acampamento fortificado, ribat, foi construído no estuário do rio Senegal. Em 1054, o "povo do ribas", os Almorávidas, combatentes para um estado islâmico puro, iniciaram uma guerra santa na cordilheira do Atlas. O fundador do império Almorávida era Youssef ibn Tachfin, que auto-proclamou-se Líder dos Fiéis. Tendo fundado Marrakech, que se tornou a segunda capital de Marrocos, em 1062, ele conquistou o país tão a norte como Tânger e tão a oriente com Argel. Começou assim a dinastia almorávida. Em Al-Andaluz, Andaluzia, a queda do califado Omíada de Córdova em 1031 levou à criação de taifas, pequenos principados muçulmanos. Afonso VI, rei de Castela e Leão, conduziu a Reconquista Cristã, reconquistando Toledo em 1085. Em resposta a uma chamada de ajuda dos taifas, Rouseff ibn Tachfin cruzou o estreito de Gibraltar e derrotou as tropas de Afonso VI na Batalha de Badajoz em 1086. Cedo estendeu o seu império para tão a norte como Barcelona e tão a sul como o Senegal e o Níger. O império foi unificado pelos ortodoxos sunitas e, com a morte de Youssef, o seu filho Ali, cuja mãe era uma cristã andaluza, sucedeu-o. A refinada cultura andaluza tomou Marrocos, apesar do próprio império estar em declínio. Do sul veio uma nova rebelião, os Almóadas. Em 1125, após uma vida dedicada ao estudo e a viajar no mundo árabe, Ibn Toumart, um homem berbere de letras, estabeleceu-se em Tin Mal, um estreito vale no Alto Atlas. Um puritano religioso impulsionado pela doutrina da unidade, Ibn Toumart auto-declarou-se o mahdi (messias) e começou a pregar a reforma moral. Com a sua morte, o seu sucessor Abd el-Moumen assumiu o título de Líder dos Fiéis. Em 1146-7, tomou controlo das cidades principais do império almorávida, Marrakech, Fez e as grandes cidades andaluzas. Criou universidades, taxas, uma marinha e uma nova capital, Rabat. Com pensadores como Ibn Tufaïl e Averroës, a vida intelectual floresceu. Em 1162, Abd el-Moumen, fundador da dinastia almóada, auto-proclamou-se califa. Décadas depois do seu neto Yacoub el-Mansour ter reinado, a dinastia declinou. As forças dos príncipes cristãos de Espanha lutaram contra os almóadas e tomaram Córdova, Sevilha e todo resto da Andaluzia, fazendo com que os muçulmanos perdessem Espanha e, consequentemente, diminuíssem e perdessem a sua influência no Magreb. Quando chegaram os Merínidas, berberes nómadas Zenet, em 1248, e quando começaram uma nova dinastia depois de 1269, Marrocos estava reduzido ao território de hoje. Maus na guerra, porém bons arquitetos e construtores, fizeram de Fez capital e perderam Ceuta para os Portugueses. Desde a dinastia idríssida, os shorfa, xerifes árabes da alta classe social descendentes do profeta Maomé, acabaram com as dinastias berberes e começaram a governar Marrocos desde o século XVI até aos dias de hoje. São as dinastias Shorfa: os Saadianos e os Alauitas. Fizeram de Marrakech capital, comerciavam com a Europa e não deixaram os otomanos conquistar Marrocos. Pág. Anterior: especiarias em Marrakech, mapa de Marrocos. Nesta pág.: regiões do país, califado almóada em 1212, ervanária em Marrakech, trabalho de metal em Fez (x3), tecelagem de ágave, fabrico de um tagine (x2),carpetes berberes.
  • 12. 12 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA Chá de menta em Marrakech, incensos, pratos em Essaouira, tagine (x2). Desde a dinastia idríssida, os shorfa, xerifes árabes da alta classe social descendentes do profeta Maomé, acabaram com as dinastias berberes e começaram a governar Marrocos desde o século XVI até aos dias de hoje. São as dinastias Shorfa: os Saadianos e os Alauitas. Fizeram de Marrakech capital, comerciavam com a Europa e não deixaram os otomanos conquistar Marrocos. Receberam o resto da influência andaluza e recuperaram Agadir dos Portugueses, faltando apenas Mazagão, Tânger e Ceuta. Mas por pouco tempo pois, durante a Batalha dos Três Reis, ou de Alcácer- Quibir, em 1578, quando o sultão de Marrocos Moulay Moluco combateu contra o rei português D. Sebastião e contra o seu sobrinho Moulay Mohammed e saiu vitorioso apesar de todos terem morrido. Filipe II anexou o Reino de Portugal. A época de prosperidade saadiana culminou com Ahmed el-Mansour. o ouro vindo do Mali e os escravos eram o principal comércio que vinha do Sahara até Marrakech. Houve um problema de sucessão que fez com que outros shorfa tomassem controlo da região em 1664. A última dinastia foi a Alauita, fundada por Moulay Rachid, presente até aos dias de hoje. O longo e glorioso reinado do seu irmão mais novo, Moulay Ismaïl, que teve 500 esposas e 888 filhos, transferiu a capital de Fez para Meknès e conquistou algumas partes que estavam sob controlo europeu e alargou território até à Mauritânia e à Argélia, continuando com negócios com a Europa. Depois de um período de instabilidade, o seu neto Sidi Mohammed ben Abdallah expulso os Portugueses de Mazagão e fundou Mogador (Essaouira) para facilitar o comércio com a Europa. Em 1860, a Espanha conquistou Tetuão e anexou Marrocos, anexação essa que terminaria quando o sultão marroquino Moulay Abd al- Hafid aceitou, em 1912, o estatuto de protetorado francês. Antes de obter a independência em 2 de março de 1956, Marrocos viveu uma situação de permanente instabilidade governativa, fruto do crescente movimento independentista, que teve início na década de 30, apoiado, sobretudo, pelo sultão Sidi Muhammad. Este espírito generalizou-se durante a Segunda Guerra Mundial, quer no Marrocos francês, quer no território a norte, controlado pela Espanha desde 1934, graças ao relacionamento estabelecido com as tropas britânicas e americanas estacionadas no país, relacionamento esse que permitiu um novo contacto com a realidade externa. Os anos seguintes foram marcados por vários factos políticos, dos quais se destacam, primeiro, a oficialização da pretensão marroquina em ser independente. Tal aconteceu em 1951, quando o sultão Sidi Muhammad, no aniversário da sua ascensão a 18 de novembro, declarou estar esperançado em acordar a total soberania de Marrocos. Segundo, quando a rebelião argelina rebentou em 1954, servindo de fonte inspiradora para os independentistas mais radicais, os guerrilheiros passaram a atacar interesses franceses junto à fronteira com a zona espanhola. Tornando-se a situação insustentável, a França concede a independência a Marrocos, decisão que apanhou de surpresa o protetorado espanhol. Contudo, a 7 de abril desse ano, Sidi Muhammad consegue persuadir a Espanha a seguir o exemplo francês, apesar de só em 1958, um ano após uma ação militar marroquina contra os Espanhóis, a região de Ifni ser concedida incondicionalmente. Ainda assim, as cidades de Ceuta e Melilha continuam sob a égide da Coroa espanhola. A mudança do controlo francês sobre Marrocos para as mãos do sultão e do Partido Independentista Istiqlãl decorreu calmamente. Em agosto de 1957, Sidi Muhammad transformou Marrocos em reino, passando a usar o título de rei. Quando, em 1959, o Istiqlãl se dividiu em dois grupos (um, abrangendo a maioria dos elementos do Istiqlãl, conservador e obediente a Muhammad 'Allãl al-Fãsi, apoiante de Sidi; outro, de carácter republicano e socialista, que adotou o nome de União Nacional das Forças Populares), Sidi Muhammad aproveitou a oportunidade para distanciar a figura do rei dos partidos, elevando-o a um papel arbitral. Tal manobra política contribuiu decisivamente para o fortalecimento da monarquia, como se verificou no referendo de 1962, já com Mulay Hassan, filho de Sidi (falecido em 1961), como rei Hassan II, em que foi aprovada uma Constituição de cariz monárquico. Um ano depois, foram realizadas eleições aproveitou a oportunidade para distanciar a figura do rei dos partidos, elevando-o a um papel arbitral. Tal manobra política contribuiu decisivamente para o fortalecimento da monarquia, como se verificou no referendo de 1962, já com Mulay Hassan, filho de Sidi (falecido em 1961), como rei Hassan II, em que foi aprovada uma Constituição de cariz monárquico. Um ano depois, foram realizadas eleições parlamentares que levaram a conjuntura política a um beco sem saída. Tal facto permitiu a concentração de poderes em Hassan II, como ficou demonstrado na Constituição de 1970, que não sobreviveu a uma tentativa de golpe de Estado, em 1971. Sucedeu-lhe uma outra Constituição em 1972, que só foi implementada efetivamente após outra tentativa de golpe de Estado em agosto desse ano. O ano de 1974 marcou o início de uma nova orientação da política de Hassan II, a partir do momento em que Marrocos declarou a sua pretensão sobre o Sara Espanhol, rico em minério (sobretudo fosfato), pretensão essa que foi concretizada em novembro de 1975, com o avanço da "Marcha Verde", constituída por 350 000 voluntários desarmados, sobre o protetorado da Espanha, que evitou o conflito e conduziu à assinatura de um acordo em que eram satisfeitas as ambições marroquinas. No entanto, muitos têm sido os obstáculos à política marroquina: primeiro, a luta da guerrilha Polisário (Frente Popular para a Libertação de Saguia e do Rio do Ouro), apoiada, quer pela Argélia, quer, mais tarde, pela Líbia, e que recusou, inclusive, os resultados de um referendo promovido por Hassan II em 1981; segundo, a condenação por parte das Nações Unidas; e, terceiro, a criação do Sara Ocidental em 1989, que tem obtido o reconhecimento de um número crescente de países. Em 1994, o secretário-geral das Nações Unidas, Boutros- Ghali, propôs um aprofundamento das negociações com o objetivo de promover um processo de recenseamento eleitoral o mais completo possível, de modo a um futuro referendo ter uma legitimidade aceitável por ambas as partes. É de salientar também o papel que Marrocos desempenhou no processo de paz do Médio Oriente, através de um relacionamento equilibrado entre Hassan II e as partes beligerantes, a Organização de Libertação da Palestina (OLP) e Israel, que permitiu, nomeadamente, o estabelecimento de interesses económicos naquelas regiões. Em 1999, após a morte de Hassan II, Mohammed VI, seu filho, assumiu o trono marroquino. O novo rei estabeleceu um governo de unidade, aproximando-se da população e distanciando-se dos extremistas islâmicos: entre outras decisões governamentais de teor democrático assumidas, nomeou uma mulher como porta-voz do reino, abriu o país a investimentos de empresas estrangeiras e iniciou o processo de preparação para a liberalização do comércio entre o país e a União Europeia.
  • 13. MyBrainMagazine • 13 GEOGRAFIA A capital de Marrocos, uma das quatro cidades imperiais, fundada pelo sultão ou califa almóada Abd el-Moumen em 1150, tem, atualmente, cerca de 1,7 milhões de habitantes. A kasbah dos Oudaïas deve o seu nome a uma tribo árabe com um passado guerreiro que se estabeleceu aí pois Moulay Ismaïl lhes tinha pedido para protegerem a cidade das tribos rebeldes. As muralhas e a porta Bab Oudaïa datam do período almóada, 1195, enquanto que o jardim andaluz e as ruas com as casas caiadas de branco e azul são da dinastia alauita, dos séculos XVII e XVIII. A Torre Hassan é o inacabado minarete da enorme mesquita Hassan, construída por Yacoub el-Mansour em 1196. Mas o minarete ficou inacabado com a morte de Yacoub em 1199. A mesquita foi destruída pelo terramoto de 1755, restando a torre inacabada e os pilares romanos da sala de oração que tinham vindo de Volubilis. Era a maior mesquita do Ocidente e, do mundo árabe, a segunda, apenas menor que a de Samarra, no Iraque. O Mausoléu de Mohammed V, com o sarcófago deste rei, uma bela cúpula e mármore italiano, construído pelo arquiteto vietnamita Vo Toan. A francesa Ville Novelle, o Museu Arqueológico, o Palácio Real Dar el-Makhzen e as muralhas andaluzas, construídas no século XVII pelos mouriscos, refugiados muçulmanos da Andaluzia, são outras atrações da cidade. Salé, a cidade vizinha de Rabat, foi fundada no século XI, e floresceu com os Merínidas. Kenitra foi uma cidade construída pelos franceses. Lixus era uma cidade romana, onde também estiveram os fenícios. Arzila (Asilah) também foi uma cidade estabelecida pelos Fenícios e que foi conquistada pelos Portugueses e recuperada no reinado de Moulay Ismaïl. Em Ksar el-Kebir (Alcácer-Quibir) deu-se a famosa batalha dos três reis. Esta cidade foi sempre um local estratégico no estreito de Gibraltar. Os Fenícios e os Cartagineses estabeleceram aqui um porto. Depois vieram os Romanos. Nos Descobrimentos, os Portugueses, os Espanhóis e os Ingleses e Franceses e, por fim, novamente, os Espanhóis. A kasbah, a mesquita e o museu arqueológico são os principais pontos de interesse. Tetuão foi habitada pelos refugiados judeus e muçulmanos da Andaluzia, nos século XV e XVII e foi capital do protetorado espanhol de 1860 e 1862. A sua medina andaluza é muito famosa. Chefchaouen, fundada em 1471 por um shorfa idríssida, é famosa pelas suas pequenas ruas e pelas casas todas pintadas de azul. As montanhas em forma de crescente do Rife são conhecidas pelas suas aldeias encantadoras e pelas suas plantações de amendoeiras. Nador, a praia de Saïdia, Oujda e o oásis de Figuig são as atrações perto da fronteira argelina. Nestas montanhas onde outrora existiram leões, atualmente há florestas de cedros com macacos. As cascatas de Ouzoud, a cidade agrícola de Beni Mellal, os lagos e Ifrane, uma estância de esqui, são os principais pontos de interesse do Médio Atlas. No Alto Atlas, as atrações são as passagens de Tizi-n-Test e Tizi-n- Tichka, o pico de Toubkal com 4167 m, o mais alto do norte de África e o vale de Aït Bouguemez. A partir da ação enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto da Virgem, o essencial da construção da complexa estrutura conventual decorreu até 1639, altura em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa Cruz. Aqui, aliou-se o sentido simbólico da planta centralizada à prática pouco comum da colocação do templo no meio dos espaços de circulação associados às estruturas claustrais, estabelecendo-se assim a aproximação ao arquétipo do Templo de Salomão, primeiro espaço verdadeiramente sagrado da Cidade Santa. No Convento do Buçaco, o discurso iconográfico do espaço, das formas, dos materiais e das técnicas vai ao encontro de uma espiritualidade que se constrói pela fé e Palácio real de Rabat, Torre Hassan, Mausoléu Mohammed V (x3), kasbah dos Oudaias (x7), praia em Salé, Ifrane, cedros no Atlas, Tânger em 1870, tempestade de areia em Beni Mellal, Chefchaouen em 1980, medina de Oujda, figos-da-índia na medina de Oujda.
  • 14. 14 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA Praia perto de Safi, Agadir antes do terramoto, cabras na árvore de argão perto de Essaouira, forte português em Essaouira, pão em Essaouira (x4), mercado em Essaouira, galinhas em Essaouira, Quartier des Habous em Casablanca, detalhes da porta do palácio real de Casablanca (x2), mesquita Hassan II (x7). Casablanca é a capital financeira do país e, no século VII, era nada mais do que um acampamento berbere. No século XVIII cresceu e chamou-se Dar el-Beïda (Casa Branca), mas quando a cidade floresceu e se tornou a maior cidade de Marrocos, com 5 milhões de habitantes, foi quando Marrocos se tornou um protetorado francês. Em Casablanca, as atrações principais da cidade são a medina, a zona de Anfa, o Quartier des Habous (onde está o Palácio Real) dos anos 30 construído em Art Noveau e Déco pelos franceses, o Mercado Central, e a Mesquita Hassan II. É uma enorme mesquita que foi desenhada por Michel Pinseau e aberta em 1993. O minarete tem 200 m de altura, as fontes são decoradas com zellij, a sala de oração pode albergar 25 000 fiéis, as portas são de bronze e o exterior de mármore. É nesta zona que se encontram as árvores de argão, de onde se faz o óleo de argão, que provém do núcleo da semente. Nestas árvores podem-se encontrar cabras que as trepam para se alimentarem. El-Jadida foi portuguesa desde 1502 até 1769, chamada de Mazagão. Era um centro de comércio e, em 1769, o sultão Sidi Mohammed expulsou os Portugueses. Além do forte português, uma das marcas da sua presença é a cisterna portuguesa, construída em 1514. Oualidia é uma cidade costeira conhecida pelas ostras. Safi é uma cidade ligada ao comércio do fosfato. Essaouira, antiga Mogador, com as suas paredes caiadas de branco e azul, é o porto principal da sardinha. No século VII a.C., os Fenícios estabeleceram uma base no local onde agora está esta cidade e no século I a.C., Juba II fez desta local um centro de manufactura de tintura roxa. No século XV, os Portugueses estabeleceram posto de comércio. As muralhas são francesas. A medina, o porto, as muralhas e as sqalas (bastiões) de la Ville e du Port são as principais atrações. A 29 de fevereiro de 1960, Agadir sofreu um grande terramoto, destruindo a parte antiga e as marcas da presença portuguesa desde 1505. Agora é famosa por ser uma estância balnear. Esta cidade foi sempre um local estratégico no estreito de Gibraltar. Os Fenícios e os Cartagineses estabeleceram aqui um porto. Depois vieram os Romanos. Nos Descobrimentos, os Portugueses, os Espanhóis e os Ingleses e Franceses e, por fim, novamente, os Espanhóis. A kasbah, a mesquita e o museu arqueológico são os principais pontos de interesse. Tetuão foi habitada pelos refugiados judeus e muçulmanos da Andaluzia, nos século XV e XVII e foi capital do protetorado espanhol de 1860 e 1862. A sua medina andaluza é muito famosa. Chefchaouen, fundada em 1471 por um shorfa idríssida, é famosa pelas suas pequenas ruas e pelas casas todas pintadas de azul. As montanhas em forma de crescente do Rife são conhecidas pelas suas aldeias encantadoras e pelas suas plantações de amendoeiras. Nador, a praia de Saïdia, Oujda e o oásis de Figuig são as atrações perto da fronteira argelina. Nestas montanhas onde outrora existiram leões, atualmente há florestas de cedros com macacos. As cascatas de Ouzoud, a cidade agrícola de Beni Mellal, os lagos e Ifrane, uma estância de esqui, são os principais pontos de interesse do Médio Atlas. No Alto Atlas, as atrações são as passagens de Tizi-n-Test e Tizi-n- Tichka, o pico de Toubkal com 4167 m, o mais alto do norte de África e o vale de Aït Bouguemez. A partir da ação enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto
  • 15. MyBrainMagazine • 15 GEOGRAFIA Fundada pelo sultão alauita Moulay Ismaïl em 1672, Meknès foi a quarta cidade imperial. As muralhas da cidade, com 40 km de comprimento, os souks, a Grande Mesquita, do século XII, ao lado da famosa medersa Bou Inania, escola corânica do século XIV, o museu de artes marroquinas Dar Jamaï, a porta Bab Mansour, de 1672, a praça el-Hedime, o tanque (Bassin de l'Aguedal) que abastecia o palácio real com água, o Dar el-Ma, a casa da água, o Heri es-Souani, os estábulos de cavalos, que colapsaram devido ao sismo de 1755, e o Mausoléu de Moulay Ismaïl, do século XVII, são as principais atrações da cidade. Sendo a cidade mais santa de Marrocos, Moulay Idriss foi fundada pelo sultão com o mesmo nome no século VIII. A 45 a.C., Volubilis, que já tinha sido povoada anteriormente pelos reis mauritanos, foi tomada pelos romanos, florescendo e tornando-se uma das cidades mais importantes da Tingitana. As atrações são o Arco Triunfal, o Capitólio, a Basílica e o mosaico da deusa Diana e das ninfas do banho. Ouarzazate é uma cidade recente, criada em 1928 pelos franceses, tendo como único monumento a kasbah Taourirt, do século XVIII. O ksar de Aït Ben Haddou é famoso por ser cenário de filmes. As kasbahs são castelos fortificados que normalmente albergavam uma família extensa, construídos com tijolos feitos de terra, água e palha moldada e seca ao sol. As janelas e as portas de madeira só se podiam abrir e observar por dentro. As muralhas defensivas e o teto pintado dos compartimentos eram os locais mais ornamentados com padrões geométricos. O milho e outros cereais eram secos e guardados dentro dos celeiros e a cozinha era normalmente escura e má ventilada. O Vale de Draa, Tamegroute, Zagora, Skoura, a garganta de Dadès, a garganta de Todra, Tamtattouchte, Midelt, Errachidia, Erfoud, Rissani, Merzouga (onde há as dunas Erg Chebbi, de cor laranja) e Taliouine (uma cidade centro da maior produção de açafrão do mundo) são as atrações desta região. Nesta zona há muitos fósseis e tâmaras. Os oásis no meio do deserto dependem muito da água, que pode vir de rios ou das montanhas. As palmeiras que dão tâmaras fazem sombra para os pequenos cultivos, como tomates, cenouras e alfaces. A irrigação provém das khettaras, canais subterrâneos de água que aparecem à superfície nas partes mais baixas e que regam os cultivos por canais feitos pelos agricultores, as seguias. São feitos wadis temporários, pequenas barragens de terra para servir água às seguias. São as mulheres que fazem o trabalho de cultivo. Esta cidade foi sempre um local estratégico no estreito de Gibraltar. Os Fenícios e os Cartagineses estabeleceram aqui um porto. Depois vieram os Romanos. Nos Descobrimentos, os Portugueses, os Espanhóis e os Ingleses e Franceses e, por fim, novamente, os Espanhóis. A kasbah, a mesquita e o museu arqueológico são os principais pontos de interesse. Tetuão foi habitada pelos refugiados judeus e muçulmanos da Andaluzia, nos século XV e XVII e foi capital do protetorado espanhol de 1860 e 1862. A sua medina andaluza é muito famosa. Chefchaouen, fundada em 1471 por um shorfa idríssida, é famosa pelas suas pequenas ruas e pelas casas todas pintadas de azul. As montanhas em forma de crescente do Rife são conhecidas pelas suas aldeias encantadoras e pelas suas plantações de amendoeiras. Nador, a praia de Saïdia, Oujda e o oásis de Figuig são as atrações perto da fronteira argelina. Nestas montanhas onde outrora existiram leões, atualmente há florestas de cedros com macacos. As cascatas de Ouzoud, a cidade agrícola de Beni Mellal, os lagos e Ifrane, uma estância de esqui, são os principais pontos de interesse do Médio Atlas. No Alto Atlas, as atrações são as passagens de Tizi-n-Test e Tizi-n- Tichka, o pico de Toubkal com 4167 m, o mais alto do norte de África e o vale de Aït Bouguemez. ksar de Ait Ben Haddou em 1990, interior de um ksar, deserto do Sahara, touaregs em 1900, berberes em 1900, mercado em Moulay Idriss Zerhoun, estábulos reais em Meknès, Bal el- Khemis em Meknès, Praça El-Hedim, Meknès, Bab el- Mansour, Arco Triunfal em Volubilis, Basílica em Volubilis com a Cidade Santa de Moulay Idriss atrás, Basílica, detalhe em Volubilis, figueira-da-índia, Volubilis.
  • 16. 16 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA Bab L'Makhzen (x4), Mellah, frutos secos e feijões em Mellah (x2), sabonete em Mellah, Mellah (x2), edifícios (x2), carpinteiro com madeira de cedro, burro a carregar pele, curtume de pele (x3), sandálias de pele, Universidade de Quaraouiyine, Fez, Zaouia Moulay Idriss II, Medersa el-Attarine, Fonte Nejjarine, Zaouia Moulay Idriss II, Universidade de Quaraouiyine, riad, teto num interior de uma casa. Fez, capital espiritual e religiosa de Marrocos, foi a primeira cidade imperial, fundada pelo sultão idríssida Moulay Idriss I em 789 na margem direita do rio Fez. Em 808, o seu filho Idriss II fundou outra cidade na margem esquerda, El-Alya. Em 818, as duas cidades receberam muitas famílias muçulmanas que foram expulsas de Córdova. Pouco tempo depois, 300 famílias de refugiados de Cairuão, na Tunísia, procuraram asilo em El-Alya, que ficou conhecida por Quaraouiyine. No século XI, os Almorávidas juntaram as duas cidades, construído uma muralha a rodeá-las. Foi por muitas vezes capital e tornou-se a cidade mais importante da islamização, devido também à universidade que foi criada. Os Merínidas criaram uma nova cidade real ao lado da antiga Fez, a Nova Fez ou Fès-el-Jedid. As tumbas Merínidas (construídas no século XVI); os souks; a Fonte el-Nejjarine (do século XVIII, ao lado de um antigo caravançarai); o Museu Dar el-Batha; a Zaouia Moulay Idriss II (é o templo mais venerado de Marrocos, com o túmulo de Moulay Idriss II, construído no século XVIII no reinado de Moulay Ismaïl); a medersa El-Attarine (escola corânica que foi construída entre 1323 e 1325 pelo sultão merínida Abu Saïd Othman); a medersa Bou Inania (construída entre 1350-55 pelo sultão merínida Abou Inan, era a única que tinha um púlpito - minbar- e um minarete, além de ter uma sala de oração com um mihrab, escola e quartos para os estudantes como todas as medersas. A fachada era trabalhada com zellij, estuque e madeira esculpida); o bairro de Chouara (onde estão os curtumes de pele famosos de Fez); a mesquita- universidade Quaraouiyine (estabelecida em 859, a universidade mais antiga do mundo, foi fundada por Fatima bint Mohammed el-Fihri, uma mulher religiosa de Cairuão, que doou as suas fortunas para a sua construção); o Dar el-Makhzen (com portas construídas pelos alauitas); e o Mellah (bairro judeu) são as principais atrações desta cidade. Desde a dinastia idríssida, os shorfa, xerifes árabes da alta classe social descendentes do profeta Maomé, acabaram com as dinastias berberes e começaram a governar Marrocos desde o século XVI até aos dias de hoje. São as dinastias Shorfa: os Saadianos e os Alauitas. Fizeram de Marrakech capital, comerciavam com a Europa e não deixaram os otomanos conquistar Marrocos. Receberam o resto da influência andaluza e recuperaram Agadir dos Portugueses, faltando apenas Mazagão, Tânger e Ceuta. Mas por pouco tempo pois, durante a Batalha dos Três Reis, ou de Alcácer- Quibir, em 1578, quando o sultão de Marrocos Moulay Moluco combateu contra o rei português D. Sebastião e contra o seu sobrinho Moulay
  • 17. MyBrainMagazine • 17 GEOGRAFIA Encantador de cobras, chás, frutos secos, tartarugas, mulheres de burka, objetos de metal, delícias, objetos de madeira de ébano, souk, praça com cestas e tapetes, souk,praça Jemaa el-Fna (x4), especiarias, família, restaurante, figos-da-índia, camaleão, especia rias e cores, pós, ecnantadores de cobras, especiarias, Koutoubia, Mellah, Túmulos Saadianos (x2), Museu Dar Si Said (x3), Palácio Bahia (x5). Marrakech (ou Marraquexe) foi uma cidade tão importante para Marrocos que até lhe deu o seu nome. Foi a segunda cidade imperial de Marrocos, fundada em 1062 pelo sultão almorávida Yusuf ben Tasufin vindo do Sahara. Em 1106, Ali ben Youssef construiu um palácio, muralhas e khettaras (canais subterrâneos), um engenhosos sistema de irrigação que deu água ao grande bosque de palmeiras. Os Almóadas tomaram a cidade em 1147. Seguida de um período de estagnação, só no século XVI é que a cidade voltou ao que era com a chegada dos Saadianos. A zaouia de Sidi Bel Abbès (construída em 1605 pelos saadianos); a Medersa Ben Youssef (uma das maiores no Maghreb, com capacidade para mais que 900 alunos, foi fundada no século XIV pelo sultão merínida Abou el-Hassan e reconstruída no século XVI pelo sultão saadiano Moulay Abdallah); a Praça Jemaa el-Fna (que, até ao século XIX, foi um local de execução, mas agora é o local mais movimentado da cidade); os souks (com metal, sedas, cestos, chinelos, cintos, peles, roupa, madeira, cobre, vegetais, especiarias, animais,…); o hotel La Mamounia (aberto em 1923 numa antiga residência do século XVIII onde morava o filho do sultão alauita Sidi Mohammed); o Palácio Bahia (construído por dois poderosos vizires no final do século XIX); o bairro judeu Mellah; o Palácio el-Badi (construído por Ahmed el-Mansour no século XVI); os Túmulos Saadianos (construídos durante a dinastia saadiana para albergar a família real ao longo dos anos); o Museu Dar Si Saïd (construído num palácio do s finais do século XIX, rival do irmão que construiu o Bahia); a mesquita Koutoubia (de 1147, mandada construir pelo sultão almóada Abd el- Moumen para comemorar a vitória contra os Almorávidas, com um minarete de 70 m); os jardins-bosques de Agdal e Palmeraie; os jardins de Menara (com um reservatório de água onde, no século XIX foi construído um pavilhão onde o sultão Moulay Abderrahman e outros que o sucederam levavam para lá as mulheres e algumas, de manhã, eram atiradas para a água); e os Jardins Majorelle (construídos em 1923 por Jacques Majorelle em cor azul escura com detalhes árabes. Foi comprada mais tarde pelo famoso Yves Saint-Laurent) são as atrações desta cidade. .Desde a dinastia idríssida, os shorfa, xerifes árabes da alta classe social descendentes do profeta Maomé, acabaram com as dinastias berberes e começaram a governar Marrocos desde o século XVI até aos dias de hoje. São as dinastias Shorfa: os Saadianos e os Alauitas. Fizeram de Marrakech capital, comerciavam com a Europa e não deixaram os otomanos conquistar Marrocos. Receberam o resto da MyBrainMagazine • 17
  • 18. 18 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA O rio Douro é um dos maiores rios da Península Ibérica, com o comprimento total de 938 quilómetros, dos quais 200 se encontram em Portugal. Nasce em Espanha, na serra de Urbião. Depois de ter atravessado o extenso planalto de Castela-a-Velha, e com um curso bastante regularizado até Zamora, toma a direção nordeste-sudoeste e serve de fronteira entre Portugal e Espanha numa extensão de 122 quilómetros - o troço do Douro Internacional -, desde Paradela, Miranda do Douro, até Barca de Alva. Tem, nesta secção, um forte declive, com um vale encaixado, de margens abruptas. Em Barca de Alva, entra em Portugal e toma novamente a direção este- oeste. O curso é agora mais regularizado, navegável, mas continuando o rio a correr por um vale apertado até à foz, no oceano Atlântico, junto à cidade do Porto. É nos terraços do vale do Douro superior, em acentuados declives talhados no xisto, que se cultivam as vinhas de cujas uvas se fabrica o vinho do Porto. fósforo. O fósforo é um nutriente essencial para as proteínas vegetais e crescimento. Ora, os nutrientes estão em falta nos solos da Amazónia. Estão presos nas próprias plantas. A matéria orgânica fornece a maioria dos nutrientes, que são rapidamente absorvidos pelas plantas e árvores depois de entrar no solo. Mas alguns nutrientes, incluindo o fósforo, são levados pela chuva em córregos e rios. O fósforo que atinge solos amazónicos de areia do Sahara, um número estimado de 22 mil toneladas por ano, é quase o mesmo montante que esse perdeu da chuva e inundações. Os dados mostram que o vento e o tempo levam, em média, 182 milhões de toneladas de pó a cada ano e levam-no além da borda ocidental do Sahara. A poeira em seguida, viaja 1.600 milhas através do Oceano Atlântico. Perto da costa leste da América do Sul, 132 milhões de toneladas permanecem no ar, e 27,7 milhões de toneladas caem na superfície sobre a Bacia Amazónica. Cerca de 43 milhões de toneladas de poeira viajam mais longe para o Mar das Caraíbas. A quantidade de poeira é, na verdade, muito variável. Houve uma mudança de 86% entre a maior quantidade de poeira transportada em 2007 e a menor em 2011. Porquê tanta variação? Os cientistas acreditam que isso tem a ver com as condições do Sahel, a longa faixa de terra semi-árida na fronteira sul do Sahara. Depois de comparar as alterações no transporte de poeira a uma variedade de fatores climáticos, os cientistas descobriram uma correlação com a precipitação no Sahel do ano anterior. Quando a precipitação no Sahel aumentou, o transporte de poeira do Rio Douro no Porto com barcos rabelo (x7), Rio Douro em Peso da Régua, Alto Douro com as vinhas (x2).
  • 19. MyBrainMagazine • 19 GEOGRAFIA A povoação primitiva de Viseu é antiquíssima e sabe-se que em 572 já tinha bispo. A sua Sé foi restaurada em 1144, após a Reconquista. D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, concedeu-lhe foral em 1123 e fez da cidade um dos seus locais de residência preferidos. O seu património monumental e artístico é riquíssimo, a começar pela Sé, um dos mais belos monumentos religiosos do país, apesar da mistura de vários estilos - gótico, manuelino, barroco - em resultado das várias obras de que foi alvo ao longo dos séculos. Admiráveis são também as Igrejas de S. Francisco, dos Terceiros, do Carmo, da Misericórdia e Via-Sacra. O Museu de Grão Vasco, instalado no antigo Paço Episcopal e recheado de obras do artista que lhe deu o nome, é uma das principais galerias de pintura do país. De salientar ainda a Cava de Viriato, tosca fortificação que faz parte da história da Lusitânia, entre tantos outros edifícios da zona histórica testemunhos da antiguidade e importância da cidade. Embora remonte ao século VI, a diocese de Viseu, após atribulada existência, só volta a eleger bispo próprio em 1147, com D. Afonso Henriques. A Sé foi erguida no mesmo sítio da anterior, de que nada se sabe, sobre fundações romanas. O carácter inicial de igreja-fortaleza é ainda mantido nos volumosos muros e ameias, apesar dos restauros e acrescentos sofridos, que transformaram a catedral medieval numa concentração de diversas correntes estilísticas. A imponente Sé ergue-se num largo enquadrado pelo Paço Episcopal, pelo Seminário, pela Igreja da Misericórdia e por um pano de muralha, encimado por alpendre sustentado por colunata, conhecido pelo "Passeio dos Cónegos". A fachada da Sé, dividida em três corpos, é delimitada por duas robustas torres sineiras, rematadas por cúpulas encimadas por lanternins do século XVIII, circundadas por balaustrada. Uma das torres é de construção medieval e a outra foi reconstruída na centúria de Setecentos. O corpo central desenvolve-se em três andares, onde se distribuem seis nichos que albergam esculturas em pedra: no eixo vertical, N. Sra. da Conceição e S. Teotónio, padroeiro da Sé viseense; lateralmente, os quatro Evangelistas. Este corpo é rematado por frontão triangular encimado por uma cruz. O portal abre-se em arco abatido. O pano central é da autoria de João Moreno, arquiteto oriundo de Salamanca, e foi levantado no século XVII no lugar de um outro, manuelino, que ruíra. O surpreendente interior da Sé, dos inícios do gótico, apresenta-se dividido em três naves, sustentadas por robustos pilares, que contêm doze colunas adossadas. Daqui arrancam as nervuras das ogivas que apoiam a cobertura do século XVI, unificando todo o espaço interior. Os fechos das ogivas são decorados por grandes rosetas em calcário e por pedras de armas, sendo uma delas datada de 1513. Os liernes desenham cordoamento atado em nós. Esta extraordinária articulação arquitetónica deve-se, possivelmente, ao arquiteto João de Castilho. A capela-mor, do século XVII, é da autoria de frei João Torriano, apresentando abóbada semicircular pintada a fresco. O soberbo retábulo barroco de 1731 saiu do risco de Santos Pacheco, sendo o trabalho de talha da autoria do mestre entalhador Francisco Machado. O retábulo ocupa o lugar do anterior, quinhentista, onde se encontravam as tábuas pintadas por Grão Vasco, hoje expostas no museu que ostenta o seu nome. Sobre o trono do retábulo encontra-se uma imagem de N. Sra. da Assunção. Ainda na ousia, destaca-se o cadeiral de madeira exótica, contrastando com ornamentos de talha dourada. Na sacristia, as paredes são forradas por belos azulejos policromos (brancos, amarelos e azuis) e cobertas por teto pintado. É de salientar, também, o arcaz almofadado com excelentes guarnições metálicas. O elegante claustro, de linhas clássicas, constituído por arcaria sustentada por colunas jónicas, foi mandado construir pelo cardeal D. Miguel da Silva e, no século XVIII, foi acrescido de um andar superior, balaustrado e ritmado por colunas toscanas. Para além de uma elegante porta formada por seis arquivoltas ogivais, abrem-se para as galerias do piso térreo do claustro magníficas capelas e altares. Destas, destacamos a Capela dos Santos Brancos, com magnífico retábulo quinhentista em pedra de Ançã, obra de oficina de Coimbra, e uma Pietà saída das mãos do grande mestre francês João de Ruão. Também é de realçar a capela quatrocentista do Calvário, pela sua bonita cobertura em abóbada de arestas e ainda pelos seus capitéis historiados e com motivos fitomórficos. Duas paredes das galerias do claustro são revestidas por painéis de azulejos que versam sobre episódios da vida de S. Teotónio, originalmente colocados nas naves da Sé. As salas capitulares, do segundo piso do claustro, ostentam magníficos tetos mudéjares apainelados e azulejos do século XVIII (1720), de Manuel da Silva. Situada num dos extremos da praça da Sé de Viseu, a monumental Igreja da Misericórdia é uma construção da segunda metade do século XVIII, cujas obras tiveram início no ano de 1775, marcada por uma linguagem arquitetónica rocaille. A Misericórdia viseense foi erguida sobre as fundações do primeiro templo desta irmandade, construção primitiva que tinha sido mandado edificar durante o reinado de D. Manuel I. Ocupando um amplo largo murado, ao qual se acede por uma pequena escadaria, a Igreja da Misericórida é marcada por uma soberba e monumental fachada de estilo rocaille de cinco corpos, com o pano central mais comprido e mais elevado, rasgado por um portal contracurvado e moldurado por pilastras reentrantes, sobre o qual se desenvolve a varanda-balaustrada do coro alto, com as suas três janelas de sacada e de moldura contracurvada. Superiormente, o corpo central da fachada é terminado por empena ondeada, de linhas mistilíneas, e encimada por cruz latina. Ladeiam o corpo central dois outros de menores dimensões, rasgados simetricamente por portas e janelas de molduras contracurvadas e reentrantes, sendo a cimalha rematada por uma comprida e elegante balaustrada com urnas pinaculares. No enfiamento dos corpos dos flancos erguem-se, a um nível mais recuado, as duas altas torres sineiras, marcadas por balaustrada com urnas pinaculares e cobertas por coruchéus piramidais moldurados. O interior do templo é austero, constituído por amplo corpo de uma só nave, coberto por abóbada de berço, e capela-mor, articulando-se ambos os espaços por um arco triunfal com frontão curvo, realizado no século XIX e que substitui um elemento arquitetónico anterior. A capela-mor é marcada por um retábulo de talha do século XIX (c. 1871), obra clássica de grandes dimensões, contendo um desenvolvido camarim central de arco de volta perfeita ladeado por dois pares de colunas coríntias. O mesmo esquema compositivo, embora de menores dimensões, preside à conceção dos altares colaterais. O altar do lado do Evangelho expõe uma interessante composição escultórica da Visitação, obra realizada em 1875, em madeira policromada e da autoria do artista local José Monteiro Nelas. Nas paredes da igreja expõem-se algumas telas oitocentistas, nomeadamente as pinturas alusivas à Visitação e a N. Sra. das Dores, datadas de 1885 e concebidas, igualmente, por um pintor de Viseu, António José Pereira. Centro histórico (x2), Praça D. Duarte, Igreja da Misericórdia (x2), Sé-Catedral (x2).
  • 20. 20 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA Por vezes, as fronteiras podem parecer muito estranhas num mapa. Normalmente, existem fronteiras onde há um rio, uma cadeia montanhosa ou alguma outra característica geográfica. Mas, outras vezes, as fronteiras são criações complexas de política ou história e muitas vezes têm uma aparência muito estranha. Algumas são fechadas, com muros que separam os dois países, como a do México com os EUA. As fronteiras entre os países africanos são as mais bizarras, pois não respeitam a localização geográfica dos povos de África, mas sim foram desenhadas a régua e esquadro na Conferência de Berlim em 1890, que dividiu o continente africano pelos países colonialistas. A fronteira maior do mundo é a dos Estados Unidos com o Canadá, com 8 891 km. Mas há casos de fronteiras muito estranhas... Primeiro, os enclaves e exclaves. A origem de um enclave pode ser devido a razões históricas, políticas ou mesmo geológicas: certas zonas tornaram-se enclaves simplesmente por causa da mudança do leito de um rio. Os enclaves mais conhecidos são os que se encontram entre a Índia e o Bangladesh. Um enclave é uma parte do território de um país ou até um só país (como o Lesoto, que está rodeado pela África do Sul) que está rodeado por outro país por todos os lados. Um exclave é uma parte do território de um país ou até um só país (como Andorra e a Suazilândia) que está rodeado por um ou mais países/mar/lago/rio por todos os lados. Segundo, línguas de terra que fazem parte dum país que se projetam para fora da maior parte do território. A parte mais a este da Índia está ligada ao resto da Índia por uma pequena porção de território de 27 km de largura. Isto resultou do Colonialismo inglês. Quando a Índia ficou independente do Reino Unido, os britânicos decidiram dividi-la na parte hindu e muçulmana: formando a Índia e o Paquistão Ocidental e Oriental (mais tarde Bangladesh). O Afeganistão possui uma saliência chamada Corredor de Wakhan com 350 km de comprimento e de 13 a 65 km de largura. Com esta saliência, o país possui uma pequena fronteira com a China e separa completamente o Tajiquistão do Paquistão. Nos finais do século XIX, os impérios russo na Ásia Central e o britânico na Índia e Paquistão disputavam o território fronteiriço. Então, aumentaram a área do Afeganistão, que estava independente, até à China, fazendo que não houvesse fronteira entre os impérios russo e britânico. Na Namíbia também há uma enorme saliência, a faixa de Caprivi, que se prolonga 450 km para fora do resto do país. Quando a Namíbia era uma colónia alemã, o chanceler alemão queria estender a sua colónia até ao rio Zambeze, pois assim os alemães conseguiam navegar até à costa este africana. Na República Democrática do Congo há duas saliências. Quando era uma colónia belga, os belgas criaram uma saliência para o oceano Atlântico pois assim podiam ter acesso à sua enorme colónia. No sul do território, havia uma disputa nas fronteiras entre o império britânico e a colónia belga, pois os belgas queriam aceder aos pântanos ricos em vida selvagem para caçarem animais e ficarem com os seus preciosos troféus. Então, o rei da Itália foi convidado para desenhar a fronteira entre as duas colónias. ..— Vulcanismo de subducção (convergência de placas tectónicas): a colisão de duas placas obriga ao mergulho da placa mais densa, originando-se uma zona de subducção. A partir de certa profundidade, as condições de pressão e temperatura induzem a fusão da placa em subducção, formando-se magma. fronteira com enclaves entre a Índia e o Bangladesh; fronteira entre o México e os EUA; mapa da RD Congo; mapa do Afeganistão; mapa da Rússia, mapa da Namíbia; mapa da Índia; África do Sul e o Lesoto (país-enclave) e a Suazilândia (país-exclave); fronteiras dos países de África a preto e grupos étnicos a várias cores
  • 21. MyBrainMagazine • 21 GEOGRAFIA Óbidos é uma vila medieval fortificada com ruas cheias de flores e paredes caiadas de branco, azul e amarelo. É famosa pelo festival do chocolate e pela ginjinha de Óbidos, um licor obtido a partir da ginja, uma cereja ácida. Óbidos remonta ao período neolítico pelos vestígios encontrados num povoado no outeiro da Assenta-Óbidos. A ocupação romana foi dominante, tendo-se fundado a cidade romana de Eburobrittium e do templo de Júpiter, assim como a construção de diversas pontes sobre o rio Arnóia. No período decorrente entre os séculos V e VIII, a vila esteve sobre domínio visigótico. Depois, até ao século XII, verificou-se a ocupação árabe, tendo em 1148 D. Afonso Henriques conquistado Óbidos aos Mouros. Em 1210 a vila de Óbidos foi doada por D. Afonso II à rainha D. Urraca. Em 1513, D. Manuel I concede o foral novo à vila. São de destacar o castelo, a rua Direita, a igreja da Misericórdia, a igreja de S. Pedro e a igreja de Santa Maria e, no exterior da muralha, o aqueduto e o santuário de Nosso Senhor da Pedra. Óbidos (x3), ginjinha, entrada da vila, fabrico de pão, Santuário de Nossa Senhora da Pedra, castelos, igreja, telhados, ruas de óbidos (x6), rua Direita (x4).
  • 22. 22 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA As correntes de jato são correntes de ventos fortes no alto da atmosfera de alguns planetas. Na Terra existem as correntes de jato polares e, mais acima da atmosfera, há as correntes de jato subtropicais. A corrente de jato polar desloca-se cerca de 161 a 322 km/h, numa zona entre a troposfera e a estratosfera, 10 km acima da superfície, a tropopausa. É criada porque a rotação do nosso planeta, o aquecimento atmosférico causado pelo Sol e o calor do núcleo da Terra criam diferenças de temperatura e gradientes de pressão ao longo dos quais o ar flui. No hemisfério norte, a posição da corrente de jato pode afetar as condições meteorológicas ao puxar ou afastar o ar frio dos polos. Se se deslocar para sul, o tempo pode tornar- se húmido e ventoso e muito mais frio do que o habitual. Se se mover para norte, induz condições mais secas e quentes. No hemisfério sul, a corrente de jato tende a ser enfraquecida por um menor contraste de temperaturas criado pela maior extensão de superfície oceânica plana e uniforme. O jato polar setentrional faz com que a Europa possua um clima temperado. A corrente de jato polar é aproveitada pelos pilotos de aviões como forma de poupança tanto de combustível como de tempo. As células de Hadley são responsáveis pelos desertos e tempestades de chuva nos trópicos e criam os ventos alísios. As células polares trazem ar frio dos polos gelados e produzem ventos de leste polares. As células de Ferrel são contrabalançadas pelas duas outras e formam os ventos de oeste. O maior lago é o Mar Cáspio, de água salgada, com uma área de 393 898 km², seguido do Lago Superior, o maior de água doce, com 82 414 km², do Lago Vitória, Lago Huron, Michigan, Tanganica e Baikal..— Vulcanismo de subducção (convergência de placas tectónicas): a colisão de duas placas obriga ao mergulho da placa mais densa, originando-se uma zona de subducção. A partir de certa profundidade, as condições de pressão e temperatura induzem a fusão da placa em subducção, formando-se magma. Este tipo de magma, de origem pouco profunda, origina erupções de tipo explosivo. 80% dos vulcões ativos são deste tipo. Ex.: Andes, Anel de Fogo,... — Vulcanismo de vale de rifte (divergência de placas tectónicas): o afastamento de placas tectónicas origina sistemas de fissuras na crusta através dos quais o magma ascende à superfície. Este tipo de magma, de origem pouco profunda, origina erupções de tipo não explosivo (efusivas e/ou mistas). 15% dos vulcões ativos são deste tipo. Ex.: Vale do Rifte Africano,... — Vulcanismo intraplaca: ocorre graças a um hotspot, que consiste numa zona invulgarmente quente no manto. A instabilidade da fronteira entre o núcleo e o manto nessa zona originou uma coluna de matéria quente que sobe através do manto, constituindo uma pluma térmica. Ao atingir a litosfera, o material da pluma funde e o magma resultante derrete a crusta oceânica, perde os seus gases, ficando lava, e esta solidifica transformando-se em basalto. Este tipo de magma, de origem muito profunda, origina erupções de tipo não explosivo (efusivas e/ou mistas). 5% dos vulcões ativos são deste tipo. Ex.: Hawaii, Monte Camarões,...
  • 23. MyBrainMagazine • 23 GEOGRAFIA Apesar de ser de origem vulcânica a Ilha do Sal, em Cabo Verde, é plana. A maior elevação da ilha tem 406 metros e chama-se Monte Grande. Trata-se de um território muito árido, com pouca vegetação, sendo das ilhas de Cabo Verde uma das que está mais próxima de África, tendo, portanto, condições climatéricas muito semelhantes. Em média, por ano, há cerca de 350 dias de sol. A Ilha do Sal está situada no barlavento do arquipélago e incluída num grupo de três ilhas mais a norte, juntamente com Boavista e maio, com praias de areia. A Ilha do Sal foi descoberta a 3 de dezembro de 1460 e, na altura, nomeada Llana. Apenas mudou o nome para Sal quando foram descobertos os depósitos de sal em Pedra de Lume. Dotada de uma lagoa natural numa antiga cratera, por onde entra o mar e se evapora, começou a ser desenvolvido, no século XVIII, o comércio de sal. Houve um maior desenvolvimento a partir de 1919 graças ao investimento de uma companhia francesa, que exportava o produto para a Europa, África e Brasil. Este negócio, contudo, deixou de ser significativo em meados do século XX. Em 1939, por iniciativa italiana, foi inaugurado um aeroporto internacional na ilha, dotada de uma boa posição estratégica em pleno Oceano Atlântico. O aeroporto serviria de plataforma nas viagens para o continente americano. Este desenvolvimento levou a uma grande migração de pessoas da Ilha de São Nicolau para o Sal. Hoje em dia o aeroporto, renomeado Amílcar Cabral, é o principal ponto de entrada em Cabo Verde, nomeadamente para os milhares de turistas que visitam o arquipélago, negócio que tem crescido nas duas últimas décadas. A aposta no turismo, nos últimos anos, tem ficado patente na construção de grandes complexos turísticos. A Ilha do Sal tem apenas um município, precisamente chamado Sal, e uma freguesia, Nossa Senhora das Dores. A maior povoação da ilha, Vila dos Espargos, onde fica o aeroporto internacional, tem cerca de oito mil habitantes. A principal atividade económica é o turismo, depois de já ter sido a pesca e a extração de sal. Perto fica a vila de Santa Maria, onde está a praia de Santa Maria, um dos principais pontos turísticos do país. Na costa leste da ilha fica Pedra Lume, onde estão as salinas. No lado oposto, em Palmeira, fica o porto principal da ilha, por onde entram as importações, e também onde estão as unidades de dessalinização da água e a central elétrica. (carbonato de sódio) e os lagos Elmenteita, Baringo, Bogoria e Nakuru são todos extremamente alcalinos; o lago Naivasha tem fontes de água doce, o que lhe permite ter uma elevada biodiversidade. A parte final do vale junta-se formando o lago Cabo-verdiana, casas em Santa Maria (x2), salinas (x2), casa do Sal, crianças, iregja, casas em Santa Maria (x3), frutas em Santa Maria (x2), praia de Santa Maria, rapaz a pescar, crianças, barcos (x3), mercado de peixe e barcos em Santa Maria (x17).
  • 24. 24 • MyBrainMagazine BIOLOGIA Quando nascem como larvas, andam à deriva n mar, mas quando chega a idade adulta, o percebe imobiliza-se, fixando-se uma rocha ou outro corpo grande. Alimenta- se de plâncton e, com as suas antenas (cirros), apanha e filtra partículas que passam a flutuar na água, limpando-a. No pedúnculo do percebe encontra-se uma glândula que produz uma substância aderente. São hermafroditas, porém, necessitam de acasalar com os vizinhos mais próximos. - Nos ambientes terrestres, os organismos perdem água por evaporação, através das superfícies respiratórias e da pele e através da excreção de urina e de fezes. A osmorregulação nestes animais inclui mecanismos como a ingestão de grandes quantidades de água e a produção de urina hipertónica. Nos animais terrestres encontram- se vários tipos de sistemas excretores. A minhoca, por exemplo, possui nefrídios, que produzem urina diluída, compensando a entrada excessiva de água por osmose através da sua pele. Os insetos e outros artrópodes terrestres apresentam túbulos de Malpighi associados a glândulas retais, que produzem urina hipertónica, contrariando a tendência para perder água associada aos ambientes secos em que estes organismos vivem. Os vertebrados, por sua vez, têm como órgãos excretores os rins. EtiquetaOs animais dividem-se em dois grupos: vertebrados e invertebrados. Os animais vertebrados são os que têm esqueleto interno. Há cinco tipos de vertebrados: os mamíferos, as aves, os répteis, os peixes e os anfíbios. Os animais invertebrados são os que não têm esqueleto interno. Há oito tipos de invertebrados: poríferos - esponjas-do-mar; cnidários e ctenóforos - corais, medusas, anémonas-do-mar; platelmintos - vermes com o corpo achatado, como a ténia; nematódeos ou nematelmintos - vermes com corpo cilíndrico, por exemplo, a lombriga; anelídeos - vermes divididos em "anéis", por exemplo, minhocas e sanguessugas; moluscos - polvos, lulas, lesmas, caramujos, ostras, mexilhões; equinodermes - pepinos-do-mar, estrelas-do-mar, ouriços-do-mar; artrópodes - representam cerca de 99% do reino animal, estão divididos no Narval e beluga (parente mais próximo), esqueleto de narval.
  • 25. MyBrainMagazine • 25 BIOLOGIA Apesar das cobras não poderem ouvir, os encantadores de cobras hipnotizam-nas com movimentos dos joelhos, possuem uma ótima visão térmica e olfato. Embora as cobras possuam narinas e cavidades nasais, não as usam para cheirar. As cobras cheiram através de um órgão especializado localizado na cavidade oral e de um movimento feito com a língua. O órgão denomina-se vomeronasal (ou órgão de Jacobson) e encontra-se no teto da cavidade oral das cobras. Por estar no interior do corpo, a cobra utiliza a sua língua bifurcada para fazer chegar ao órgão partículas de ar do ambiente em redor. Daí, o órgão vomeronasal traduz o cheiro para sinais elétricos que são transmitidos ao cérebro da cobra, permitindo- lhe determinar se estão por perto presas ou predadores. - Nos ambientes terrestres, os organismos perdem água por evaporação, através das superfícies respiratórias e da pele e através da excreção de urina e de fezes. A osmorregulação nestes animais inclui mecanismos como a ingestão de grandes quantidades de água e a produção de urina hipertónica. Nos animais terrestres encontram-se vários tipos de sistemas excretores. A minhoca, por exemplo, possui nefrídios, que produzem urina diluída, compensando a entrada excessiva de água por osmose através da sua pele. Os insetos e outros artrópodes terrestres apresentam túbulos de Malpighi associados a glândulas retais, que produzem urina hipertónica, contrariando a tendência para perder água associada aos ambientes secos em que estes organismos vivem. Os vertebrados, por sua vez, têm como órgãos excretores os rins. EtiquetaOs animais dividem-se em dois grupos: vertebrados e invertebrados. Os animais vertebrados são os que têm esqueleto interno. Há cinco tipos de vertebrados: os mamíferos, as aves, os répteis, os peixes e os anfíbios. Os animais invertebrados são os que não têm esqueleto interno. Há oito tipos de invertebrados: poríferos - esponjas-do-mar; cnidários e ctenóforos - corais, medusas, anémonas-do-mar; platelmintos - vermes com o corpo achatado, como a ténia; nematódeos ou nematelmintos - vermes com corpo cilíndrico, por exemplo, a lombriga; anelídeos - vermes divididos em "anéis", por exemplo, minhocas e sanguessugas; moluscos - polvos, lulas, lesmas, caramujos, ostras, mexilhões; equinodermes - pepinos-do-mar, estrelas-do-mar, ouriços-do- mar; artrópodes - representam cerca de 99% do reino animal, estão divididos no seguintes grupos: insetos: cigarras, borboletas, gafanhotos, percevejos, besouros, formigas, abelhas, libélulas, cupins, baratas, moscas, traças, pernilongos, pulgas, baratas; aracnídeos: aranhas, escorpiões, ácaros, carrapatos; miriápodes: centopeias; crustáceos: caranguejos, lagostas, camarões. influência dos partidos comunistas devido às dificuldades do pós-guerra. O presidente Truman, alarmado com a situação, tratou de proclamarem as necessidades da América conter o avanço comunista em todas as frentes
  • 26. 26 • MyBrainMagazine BIOLOGIA O nosso Planeta Terra é único. Se o estragamos não temos outro. Quando vemos documentários sobre vida animal ficamos admirados com a riqueza do nosso mundo, com a biodiversidade que nele existe e, consequentemente, com o facto de todos os animais viverem em harmonia. Mas a verdade é que nem todos vivem em harmonia. Já viram o que faz o Homem? Destrói habitats, queima florestas, polui rios, mares e o ar, mata simplesmente por matar,… O único problema deve ser deste ser que, achando-se superior aos outros, conquistou o mundo. Um dos locais onde a vida animal prolifera são as savanas africanas. Quando lá fui em junho de 2016 vi quase todos os animais. Só vi apenas um rinoceronte, que é muito raro de se ver, apesar de já ter proliferado. Agora pergunto o porquê da população deste animal ter baixado drasticamente nos últimos anos. Bom, tal como o elefante, é um dos únicos que não tem predadores devido à sua forte pele e ao seu enorme tamanho. Então porque é que este animal está em risco de extinção? Eis a resposta: tal como os elefantes são caçados para lhes serem retiradas as presas e ser traficado o valioso marfim, os rinocerontes possuem chifres que são muito utilizados na medicina chinesa. O pó do chifre macerado serve para curar todo tipo de febre e enxaqueca, ansiedade, hemorragia, varíola, reumatismo e exorcizar possessões demoníacas. No Iémen, os chifres são utilizados para punhos de adagas. O último rinoceronte- negro foi abatido na África Ocidental para lhe cortarem os chifres. O último rinoceronte-de-Java do Vietname foi morto por furtivos em 2010. 2 500 chifres de rinoceronte em tráfico ilegal para a Ásia de 2006 a 2010. 2,9 a 9,2 milhões de euros é o valor estimado de apreensões de chifres em Hong Kong em novembro de 2011. Um chifre de rinoceronte com 3,5 kg vale 278 mil euros no mercado negro. Estes dois animais estão a ser constantemente alvo da caça furtiva. Apesar da criação de parques e reservas naturais e nacionais na maioria dos países de África, ainda há muitos caçadores-furtivos que caçam nestes territórios onde a caça é extremamente proibida. Lembro-me muito bem de chegar à Reserva Natural de Maasai Mara, no Quénia, e deparar-me com imensas manadas de elefantes a beberem água de poças, a pastarem e a repousarem debaixo da sombra das grandes acácias que pintavam a savana de verde. Há uns dias deparei-me com uma publicação da National Geographic, uma foto de uma manada de elefantes a farejar a carcaça de um jovem elefante que pertencia à sua família, lamentando a sua perda. É realmente muito triste ver que um elefante indefeso foi morto apenas por causa do egoísmo e da crueldade humana. Enfim, por causa da desumanidade. Parece irónico, não é? Os humanos terem falta de humanidade?… “mas (…) os homens têm a razão sem o uso, e os peixes (e os outros animais), o uso sem a razão” [Padre António Vieira]. Após a morte deste elefante, que se suspeita ter sido de uma seta com veneno, os caçadores-furtivos já estavam a recolher as presas do elefante que tinha acabado de morrer. Cada presa pode render 4 800€. Milhares de elefantes morrem todos os anos para o seu marfim ser esculpido e transformado em objetos religiosos. A China é o país com mais marfim apreendido, com 41 095 kg entre 1989 e 2011. 90% dos elefantes- africanos foram abatidos em 2011 na África Central. E assim se extinguem animais pelas causas mais egoístas e cruéis que se podem ouvir. Pesquisas apontam que até 2050, podem ser extinguidas do planeta Terra cerca de 1 milhão de espécies animais. Mas não são só mamíferos, aves, peixes, anfíbios e répteis. Também os insetos estão na lista de animais em extinção. E não são só os animais, também são as plantas. Estima-se que a cada segundo seja extinto um ser vivo. fito-hormonas podem estimular o alongamento celular em caules e coleóptilos, inibir o crescimento de raízes, promover a formação de raízes laterais e adventícias, retardar o início da abcisão foliar, estimular ou inibir a floração e induzir a diferenciação de tecidos vasculares, influenciando a quantidade relativa de xilema e floema. Intervêm, ainda, no desenvolvimento de frutos, promovendo-o, sendo produzidas em sementes em desenvolvimento. A ação das auxinas depende de vários fatores, nomeadamente da sua concentração e do tecido ou órgão em que atua. Por exemplo, a concentração de auxina que estimula o alongamento em caules tem o efeito contrário nas raízes, inibindo o seu crescimento. As auxinas podem ainda influenciar a produção de outras hormonas. elefantes a cheirarem o familiar morto por caça furtiva, Maasai Mara, Quénia (National Geographic); elefante morto por caça furtiva, Maasai Mara, Quénia (National Geographic); rinoceronte-negro sem chifres retirados por caça furtiva; presas de elefante apreendidas provenientes da caça furtiva prontas a serem queimadas como memória aos elefantes que morreram; caça furtiva do rinoceronte, chifre de rinoceronte vs marfim. pessoas para combater na Síria a favor do ISIS, anatomia do ISIS, os países que eles querem conquistar.
  • 27. MyBrainMagazine • 27 BIOLOGIA As sociedades de abelhas estão organizadas em castas, que correspondem aos zângãos (machos férteis), às operárias (fêmeas estéreis) e à rainha, a única fêmea fértil, capaz de produzir até cerca de mil ovos por dia. A rainha é inseminada por vários zângãos durante o voo nupcial, altura em que armazena, na espermateca, os espermatozoides que vai utilizar ao longo da vida na fecundação dos seus óvulos. Para além dos ovos fecundados, que darão origem a operárias, a rainha põe também ovos não fecundados, que originarão os machos. O mecanismo pelo qual a rainha controla a fecundação ainda é desconhecido. No entanto, como a deposição dos ovos fertilizados é feita em alvéolos menores e mais estreitos e a deposição de ovos não fecundados é feita em alvéolos mais largos, os entomólogos consideram que uma explicação plausível será que a maior compressão do abdómen da rainha, quando esta o insere no alvéolo mais estreito, desencadeia um estímulo que conduza à libertação de espermatozoides da espermateca, ocorrendo a fecundação do óvulo na vagina da abelha. Nas abelhas não existem cromossomas sexuais, dependendo a expressão sexual de alguns genes existentes nos cromossomas somáticos. O gene csd (complementary sex determiner) codifica uma proteína que controla a diferenciação sexual entre fêmea e macho. Nas abelhas fêmeas, o gene csd codifica uma proteína funcional, necessária ao correto desenvolvimento das fêmeas, enquanto nos machos a proteína codificada não é funcional. Por isso, os zângãos resultam de um tipo de reprodução assexuada, a partenogénese. Porém, apresentam variabilidade genética pois a meiose é pre-gamética, ou seja, os óvulos são resultantes de meiose, logo o zângão é um indivíduo haplonte, ao contrário das operárias e das rainhas, que resultam de reprodução sexuada, da fecundação de dois gâmetas, sendo indivíduos diplontes. .Etiquetas: - Nos ambientes terrestres, os organismos perdem água por evaporação, através das superfícies respiratórias e da pele e através da excreção de urina e de fezes. A osmorregulação nestes animais inclui mecanismos como a ingestão de grandes quantidades de água e a produção de urina hipertónica. Nos animais terrestres encontram-se vários tipos de sistemas excretores. A minhoca, por exemplo, possui nefrídios, que produzem urina diluída, compensando a entrada excessiva de água por osmose através da sua pele. Os insetos e outros artrópodes terrestres apresentam túbulos de Malpighi associados a glândulas retais, que produzem urina hipertónica, contrariando a tendência para perder água associada aos ambientes secos em que estes organismos vivem. Os vertebrados, por sua vez, têm como órgãos excretores os rins. EtiquetaOs animais dividem-se em dois grupos: vertebrados e invertebrados. Os animais vertebrados são os que têm esqueleto interno. Há cinco tipos de vertebrados: os mamíferos, as aves, os répteis, os peixes e os anfíbios. Os animais invertebrados são os que não têm esqueleto interno. Há oito tipos de invertebrados: poríferos - esponjas- do-mar; cnidários e ctenóforos - corais, medusas, anémonas-do-mar; platelmintos - vermes com o corpo achatado, como a ténia; nematódeos ou nematelmintos - vermes com corpo cilíndrico, por exemplo, a lombriga; anelídeos - vermes divididos em "anéis", por exemplo, minhocas e sanguessugas; moluscos - polvos, lulas, lesmas, caramujos, ostras, mexilhões; equinodermes - pepinos-do-mar, estrelas-do-mar, ouriços-do-mar; artrópodes - representam cerca de 99% do reino animal, estão divididos no seguintes grupos: insetos: cigarras, borboletas, gafanhotos, percevejos, besouros, formigas, abelhas, libélulas, cupins, baratas, moscas, traças, pernilongos, pulgas, baratas; aracnídeos: aranhas, escorpiões, ácaros, carrapatos; miriápodes: centopeias; crustáceos: caranguejos, lagostas, camarões. influência dos partidos comunistas devido às dificuldades do pós- guerra. O presidente Truman, alarmado com a situação, tratou de proclamarem as necessidades da América conter o avanço comunista em todas as frentes (política de contenção), quer através de intervenções militares quer de ajuda económica. A doutrina Truman levou os EUA a MyBrainMagazine • 27
  • 28. 28 • MyBrainMagazine BIOLOGIA Um ciclo de vida é uma sequência de acontecimentos que ocorrem na vida de um ser vivo, desde que é concebido até produzir a sua própria descendência. O ciclo de vida de uma dada espécie mantém-se de geração para geração. Existe uma grande diversidade de ciclos de vida. No ciclo de vida de organismos com reprodução assexuada não há alteração do número de cromossomas - alternância de fases nucleares -, verificando-se estabilidade genética. Nos organismos com reprodução sexuada, o ciclo de vida inclui fenómenos de fecundação, com duplicação do número de cromossomas, e de meiose, com reposição do número de cromossomas duplicado, ocorrendo alternância de fases nucleares - fase haploide e fase diploide. A fase haploide, ou haplofase, compreendida entre a meiose e a fecundação, inicia-se na célula que resulta da meiose e que possui n cromossomas. A fase diploide, ou diplofase, compreendida entre a fecundação e a meiose, inicia- se na célula que resulta da fecundação (ovo) e que possui 2n cromossomas. A fecundação e a meiose podem suceder em momentos diferentes do ciclo de vida, o que permite estabelecer diferentes tipos de meiose: — A meiose pós-zigótica ocorre na primeira divisão do zigoto, que é a única entidade diploide existente em todo o ciclo de vida. Neste caso, a diplofase está reduzida a uma única célula. — A meiose pré-gamética sucede aquando a formação dos gâmetas. O zigoto sofre mitoses sucessivas, originando um organismo multicelular com células diploides que, por meiose, produz gâmetas haploides. A haplofase, neste caso, está reduzida aos gâmetas. — A meiose pré-espórica ocorre na formação dos esporos. O zigoto passa por mitoses sucessivas, formando um organismo pluricelular constituído por células diploides. Neste organismo ocorre meiose, produzindo-se esporos haploides que são células reprodutoras. Após a germinação, os esporos originam uma entidade pluricelular que produz gâmetas. A haplofase e a diplofase incluem entidades pluricelulares. De acordo com o momento em que a meiose ocorre, determinando o desenvolvimento relativo das duas fases, pode considerar-se três tipos de ciclo de vida: os haplontes, os diplontes e os haplodiplontes. — No ciclo de vida haplonte, a fase haploide é a mais desenvolvida, estando a fase diploide reduzida ao zigoto. A meiose é pós-zigótica e ocorre a seguir à formação do zigoto diploide, não se produzindo gâmetas. Da meiose pós- zigótica resultam células haploides, que se dividem, por mitoses sucessivas, dando origem a um organismo pluricelular haplonte, que produz gâmetas. A maioria dos fungos, alguns protistas e algumas algas, como a espirogira, têm um ciclo de vida haplonte. — No ciclo de vida diplonte, a fase diploide é dominante, sendo os gâmetas as únicas células haploides. A meiose é pré-gamética, ocorrendo durante a produção dos gâmetas. Da fecundação resulta o zigoto diploide, que se divide e origina um organismo pluricelular diplonte. O ciclo de vida do tipo diplonte é característico da maioria dos animais. — O ciclo de vida haplodiplonte inclui estruturas pluricelulares diplontes - esporófito - e haplontes - gametófito -, verificando-se alternância de gerações. A haplofase e a diplofase alternam, estando bem desenvolvidas, e a reprodução assexuada alterna com a reprodução sexuada. A meiose é pré- espórica e ocorre aquando a produção dos esporos haploides pelo esporófito diploide. Os esporos sofrem mitoses sucessivas, originando o gametófito que, por mitoses sucessivas, produz gâmetas. Durante a fecundação, os gâmetas fundem-se, originando um zigoto diploide que forma um novo esporófito. Algumas espécies de algas e plantas apresentam um ciclo de vida haplodiplonte. - Nos ambientes terrestres, os organismos perdem água por evaporação, através das superfícies respiratórias e da pele e através da excreção de urina e de fezes. A osmorregulação nestes animais inclui mecanismos como a ingestão de grandes quantidades de água e a produção de urina hipertónica. Nos animais terrestres encontram-se vários tipos de sistemas excretores. A minhoca, por exemplo, possui nefrídios, que produzem urina diluída, Tipos de ciclos de vida, ciclo de vida da espirogira — haplonte, ciclo de vida do Homem — diplonte, ciclo de vida do feto polipódio — haplodiplonte.
  • 29. MyBrainMagazine • 29 BIOLOGIA esporulação do bolor do pão, gemulação em várias leveduras, fragmentação da estrela-do-mar, bipartição da paramécia, esporângios dos fetos, óvulos no ovário da flor, sacos polínicos na antera da flor, flor de hibisco, flores de cerejeira, caracóis a acasalarem por fecundação cruzada, abelha a polinizar flor, penas do pavão usadas na parada nupcial, luta entre veados macho, tartarugas-das- Seychelles a acasalarem, leão e leoa a acasalarem, gnus a acasalarem. A reprodução é o conjunto de processos através dos quais os seres vivos originam novos indivíduos semelhantes, com informação genética idêntica, assegurando a continuidade da vida. A reprodução dos seres vivos inclui uma série de mecanismos celulares que garante a passagem da informação genética ao longo das gerações. Existem dois tipos fundamentais de reprodução dos seres vivos: a reprodução assexuada, em que os novos indivíduos têm origem num só indivíduo, sem intervenção de gâmetas, e a reprodução sexuada, em que os novos indivíduos formam-se por fusão de dois gâmetas. Na reprodução assexuada intervém um só progenitor, não havendo a participação de células reprodutoras ou gâmetas na formação dos novos indivíduos. Ocorre nos procariontes, na maioria dos seres vivos unicelulares eucariontes e em alguns organismos multicelulares, como, por exemplo, nas plantas. É um processo rápido. A fecundação e a meiose estão ausentes na reprodução assexuada, apenas se os gâmetas forem formados por meiose, como é o caso da partenogénese. O aumento do número de indivíduos ocorre por mitoses sucessivas, mantendo-se constante o número de cromossomas. Os novos indivíduos são geneticamente idênticos ao progenitor, com exceção da partenogénese se os óvulos fecundados tivessem sido produzidos por meiose. Assim, na ausência de mutações, a reprodução assexuada não contribui para a variabilidade genética, o que constitui uma desvantagem porque os seres vivos que apresentam este tipo de reprodução não se adaptam com facilidade a alterações ambientais, apesar de povoarem habitats muito rapidamente. Há várias técnicas de reprodução assexuada: — bipartição: a célula original divide-se em duas células-filhas aproximadamente iguais. Ex.: paramécia. — gemulação: surgimento de pequenas saliências (gomos ou gemas) que acabam por originar um novo ser. Ex.: leveduras, hidra. — esporulação: os esporos são produzidos em grande quantidade nos esporângios, onde se formam por mitose. Os esporos germinam e originam novos descendentes quando as condições do meio são favoráveis. Ex.: bolor do pão. — fragmentação: algumas porções resultantes da fragmentação do organismo são capazes de regenerar as partes em falta, de modo a constituir um novo organismo. Ex.: estrela-do-mar, planária. — multiplicação vegetativa: multiplicação de plantas a partir de determinados órgãos vegetais. Algumas técnicas de multiplicação vegetativa, como a enxertia, a propagação in vitro (micropropagação) são de interesse agrícola. — partenogénese: as fêmeas produzem óvulos que, sem serem fecundados, originam novos descendentes, que podem ser machos (abelha), fêmeas (dáfnias e pulgões) ou de ambos os sexos. A reprodução sexuada já requer a união de duas células reprodutoras especializadas, os gâmetas, para a formação de um ovo (ou zigoto), que dá origem a um novo indivíduo. A reprodução sexuada inclui dois processos fundamentais: a meiose e a fecundação. É na meiose que se formam os gâmetas A reprodução sexuada já requer a união de duas células reprodutoras especializadas, os gâmetas, para a formação de um ovo (ou zigoto), que dá origem a um novo indivíduo. A reprodução sexuada inclui dois processos fundamentais: a meiose e a fecundação. É na meiose que se formam os gâmetas que intervêm na reprodução sexual. Uma vez que este tipo de divisão celular reduz o número de cromossomas da célula para metade, cada um dos gâmetas é uma célula haploide. Durante a fecundação ocorre a duplicação cromossómica com a fusão dos dois gâmetas, um masculino e um feminino, e com a fusão dos dois núcleos - cariogamia -, que repõe o número de cromossomas característico da espécie. Forma-se, assim a primeira célula do novo indivíduo, o ovo, cujo núcleo possui pares de cromossomas homólogos, cada um proveniente de cada um dos gâmetas. Por mitoses sucessivas, o ovo origina um novo indivíduo.A ocorrência da meiose, com redução cromossómica para a formação dos gâmetas, e da fecundação, com a duplicação cromossómica para a formação do ovo, permite manter constante o número de cromossomas característico de cada espécie ao longo das gerações. A informação genética do novo indivíduo é uma combinação entre a informação contida nos dois gâmetas que lhe deram origem. Portanto, a reprodução sexuada contribui para a variabilidade genética das populações, aumentando a capacidade de os indivíduos suportarem as alterações do meio e de sobreviverem em ambientes em mudança. A reprodução sexuada é um processo lento, produzindo, normalmente, um número reduzido de descendentes. Nos animais, os órgãos produtores de células sexuais chamam- se gónadas (ovários (F) e testículos (M)) e as células sexuais gâmetas (ovócitos/óvulos (F) espermatozoides (M)). Nas plantas, os órgãos produtores de células sexuais chamam-se gametângios (arquegónios (F) e anterídeos (M)) e as células sexuais gâmetas (oosferas (F) anterozoides (M)). Os animais podem ser hermafroditas (possuem os dois sexos): suficientes (reproduzem-se por autofecundação onde basta um indivíduo) ou insuficientes (dois indivíduos, fecundação cruzada); ou podem ser unissexuais (possuem só um sexo) e a fecundação nestes pode ser externa (no meio líquido, união de gâmetas no exterior do organismo, sendo necessário produzir elevado número de gâmetas) ou interna (união de gâmetas no interior do organismo da fêmea, sendo uma adaptação ao meio terrestre, evitando a desidratação dos gâmetas). Na maioria das espécies, o macho procura atrair a fêmea por um ritual, a parada nupcial, e a espécie pode apresentar ou não dimorfismo sexual (organismos de diferentes sexos são diferentes). Nas plantas mais desenvolvidas, a flor é um órgão vital para a reprodução pois possui os estames (filete e antera), masculinos, onde é produzido, nos sacos políticos, o pólen; e os carpelos (estigma, estilete e ovário), femininos, onde são produzidas as oosferas, nos óvulos, no ovário. A polinização é o transporte de grãos de pólen das anteras para os carpelos da mesma flor (polinização direta) ou doutra flor (polinização cruzada), graças a agentes polarizadores (aves, insetos, vento). Após a polinização, grãos de pólen caem sobre o estigma e germinam, formando tubos políticos que crescem ao longo do estilete até ao ovário e penetram num óvulo e os gâmetas conjugam-se, ocorrendo a fecundação e formando-se um ovo que origina um embrião. Cada óvulo forma a(s) semente(s) e as paredes do ovário e outras peças florais formam o pericarpo. Forma-se um fruto (maduro ou seco), que é disperso, ou por animais ou pelo vento e água. A semente germina e origina uma nova planta. - Nos ambientes terrestres, os organismos perdem água por evaporação, através das superfícies respiratórias e da pele e através da excreção de urina e de fezes. A osmorregulação