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Venezaa rainha do Adriático
FlorençaMarco Polo
2 • MyBrainMagazine
MyBrainMagazine • 3
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Veneza, por muitos a cidade
mais bonita do mundo, a
cidade dos canais, a pérola
do Adriático, um dos
encantos de Itália,...
EMAIL mybrainsociety@gmail.com
ENDEREÇO www.mybrainsociety.blogspot.pt
Copyright © 2016 MyBrainSociety. Todos os direitos reservados.
MyBrain (capa): Registered Trademarks® (marcas registadas). A MyBrain
não se responsabiliza por material não solicitado.
A sabedoria não tem limites
INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E
DE IMAGENS
CAPA
Vista da
Ponte do
Rialto
4 • MyBrainMagazine
Í N D I C E
visão .....................................................................................................7
crítica ...................................................................................................8
meditação .............................................................................................9
roteiro de viagem ...............................................................................10
entrevista............................................................................................11
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6 • MyBrainMagazine
MyBrainMagazine • 7
VISEU
Uma cidade no coração da Beira, Viseu é uma cidade-
jardim, com monumentos que remontam à Idade
Média.
visão
“É preciso provocar sistematicamente confusão. Isso
promove a criatividade. Tudo aquilo que é
contraditório gera vida.” Salvador Dalí
8 • MyBrainMagazine
AUTO-REFINAMEN
"Um judeu é como uma vela," explicou certa vez o Rebe a um chassid, "e sua tarefa é acender outros judeus."
As pessoas e o “mau tempo”
A maioria das pessoas odeia o inverno e os dias chuvosos, mas esquecem-se de que a
chuva é bastante importante na natureza e na vida das pessoas. Nalguns países do
deserto do Sahara e no Brasil, houve longos períodos de seca e as pessoas só esperavam
que viesse chuva. A maioria das pessoas só quer sol, sol, sol... mas quando não houver
água e estiver tudo seco irão querer o contrário.
crítica
“A crítica construtiva, por mais feroz que seja, é um
dos métodos mais eficazes para resolver problemas. “
Nelson Mandela
MyBrainMagazine • 9
A JOVEM E A FLOR
Havia uma jovem muito rica, que tinha tudo: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego em que ganhava muitíssimo
bem, uma família unida. O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres ocupavam-lhe todo o
tempo e a sua vida não estava bem em algumas áreas.Se o trabalho lhe ocupava muito tempo, ela tirava do tempo que tinha para
os filhos, se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido... E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para
depois. Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente: uma flor muito cara e raríssima, da qual havia
apenas um exemplar em todo o mundo. E disse-lhe:- Filha, esta flor vai ajudar-te muito mais do que imaginas! Terás apenas que
regá-la e podá-la de vez em quando, ás vezes conversar um pouquinho com ela, e ela te dará em troca esse perfume maravilhoso e
essas lindas flores.A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual.Mas o tempo foi passando, os
problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.
Ela chegava a casa, olhava a flor e as flores ainda estavam, lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá,
lindas, perfumadas.Então ela passava e seguia.Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu.Ela chegou a casa e apanhou um
susto!Estava completamente morta, suas raízes estavam ressequidas, suas flores caídas e suas folhas amarelas.A jovem chorou
muito, e contou ao seu pai o que havia acontecido.Seu pai então respondeu:- Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso
Dar-te outra flor, porque não existe outra igual a essa, essa era única...Assim como teus filhos, teu marido e tua família. Todos são
bênçãos que o Senhor te deu, mas tu tens que aprender a regá-los, podá-los e dar-lhes atenção, pois assim como a flor, os
sentimentos também morrem. Tu acostumaste-te a ver a flor sempre lá, sempre florida, sempre perfumada, e esqueceste-te de
cuidar dela.Cuida das pessoas que amas!
meditação
“Meditação traz sabedoria; a falta de meditação deixa
a ignorância. Escolha o caminho que o guia à
sabedoria.” Buda
10 • MyBrainMagazine
“Viajar é a maneira mais agradável, menos
prática e mais custosa de instruir-se.”
Paul Morrand
roteiro de viagem
VENEZA & FLORENÇA (4 DIAS)
1.º Dia - Viagem para Bolonha - Veneza
Partida de táxi para a Piazza Maggiore (chegada às 9:15) e ir ao Quadrilatero, um mercado
medieval onde se pode comprar todo o tipo de delícias – massa tradicional, mortadela, molho
ragú. Às 11:00, partida para a estação ferroviária e às 12:10 partida para Veneza e chegada às
13:35. Às 14:00 chegada ao hotel Palazzetto Madonna a pé. Saída do hotel às 14:25 e às 14:29
apanhar um barco da estação de S.Toma’SX para Sant’Angelo (6 min). Chegada ao restaurante
Acqua Pazza às 14:40. Almoço e às 15:10 início do passeio e às 15:13 passar pelo exterior do
edifício Teatro la Fenice e às 15:20 chegada ao Jardim de S. Marcos. Passeio no jardim e às 15:40,
ida até ao fundo da Praça de S. Marcos (Museu Correr) e tomar um café. Às 16:00, visita ao
Campanário (8€ per capita), vista por fora da Torre dell’Orologio e às 16:40 entrada na Basílica
de S. Marcos (visita de 10 minutos, segundo o site). Às 17:00 entrada no Palazzo Ducale (visita
de 1 hora, 16€) e às 18:00 continuação para a Ponte dos Suspiros (ver por fora) e para a Igreja
Santa Maria Formosa (ver por fora), com chegada às 18:10. Continuação para o bairro de lojas
de Mercerie (chegada às 18:15) e tempo livre de 15 minutos para lojas. Continuação para a
ponte do Rialto (chegada às 18:30). Às 18:40 visita ao mercado do Rialto, até às 19:00. Jantar.
Hotel Palazzetto Madonna
2.º Dia - Veneza - Florença
Sair do hotel às 9:00. Às 9:05, visita à Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari (10 minutos, 3€)
seguida de partida para a Gallerie dell’Accademia, com chegada às 9:30. Sua visita em 30
minutos (9€ per capita, mas gratuito para menores de 18). Às 10:00, partida para a Basílica de
Santa Maria della Salute, com chegada às 10:10. Sua visita em 10 minutos. Às 10:20 tempo livre
para andar de gôndola e também para procurar uma (os preços costumam ser superiores a 60€,
mas regateando podem baixar até 20€ e, claro, o preço é por 2 pessoas). Após a gôndola,
almoço no restaurante Trattoria alla Madonna e depois ir ao hotel fazer o check out (no
máximo às 14:45) e e apanhar as malas. Ir a pé para a estação e chegada 15 minutos depois. O
comboio parte às 15:35 da estação de Santa Luzia e chega a estação de Santa Maria Novella em
Florença às 17:30. A pé até ao hotel Kraft, com chegada às 17:45. Check in e às 18:00 apanhar
táxi para a Piazza della Signoria, com chegada às 18:10. Visita por fora ao Palazzo Vecchio e ida
para a Ponte Vecchio, com chegada às 18:20. Às 19:40 ida para a rua de lojas Via dè Tornabuoni
e tempo livre e depois ida até ao restaurante Cantinetta Antinori e às 20:30 jantar. Depois de
jantar e de um breve passeio, ida de táxi para o hotel.
Hotel Cavour
3.º Dia - Florença
Saída do hotel às 9:00 e ida a pé para a Basílica de Santa Maria Novella e ver por fora, com
chegada às 9:10. Ida a pé para o palácio Pitti (com chegada às 9:30, 7€). Visita ao palácio e aos
jardins Boboli. Às 10:30 apanhar táxi para Piazzale Michelangelo e chegada às 10:40. Às 10:50
partida de táxi para Basílica de Santa Croce e capela Pazzi (6€/4€ -18 anos), com chegada
prevista às 11:00. Visita de 20 minutos. Continuação para o Duomo e o Batistério e visita ao
Duomo às 11:30 em 25 minutos. Às 12:00 entrada na Gallerie dell’Accademia (8€) e sua visita em
45 minutos. Às 12:45, continuação para Palazzo Medicci-Riccardi (7€) e sua visita até às 13:15.
Almoço e continuação às 14:15 para a Basílica de San Lorenzo e Capelle Medicee e sua visita até
às 14:45. Continuação para Galleria Uffizi (10€) e no caminho tomar café. Às 15:30 visita à
galeria Uffizi e resto do tempo livre. Jantar em Ora d’aria. Transporte de táxi para o hotel.
Hotel Cavour
4.º Dia - Viagem de regresso
MyBrainMagazine • 11
ENTREVISTA A UM VENEZIANO
Como é viver numa cidade repleta de água?
Para os turistas pode ser muito bonito e romântico mas, como as pessoas devem deduzir, torna-se muito, mas mesmo muito
pouco prático. Estarmos repletos de água limita-nos muito a vida e ainda por cima, devido à ondulação dos barcos a motor, as
casas começam a ficar deterioradas.
E os serviços? Bombeiros, polícia,... Como são?
Os bombeiros têm barcos, a polícia multa barcos com excesso de velocidade e também usa barcos. O vaporetto é o nosso
autocarro, mas também temos táxis aquáticos. Os "camiões do lixo" e os "camiões de abastecimento" também são barcos. As
gruas e os camiões de obras também são barcos. É outro mundo onde não há automóveis mas sim barcos.
entrevista
“Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a
ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha
algo a aprender.” Blaise Pascal
12 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
Veneza é dividida em seis bairros (sestieri), três a a oeste do
Grande Canal (San Polo, Dorsoduro e Santa Croce) e os outros três
a este (San Marco, Castello, Cannaregio). Desde sempre que a
cidade foi visitada e os turistas a admiravam. De início, os
visitantes eram mercadores, atraídos por esta cidade mercantil na
ponta ocidental da rota da Seda e no cruzamento do Oriente com
o Ocidente. Era visitada por mercadores de toda a Europa atraídos
por esta cidade de artigos de luxo.
eneza, a Rainha do Adriático, uma cidade única
com muitos canais, 400 pontes, 3000 vielas
que juntas somam 192 km, enfim, uma cidade
encantadora no meio de uma lagoa.
A cidade está assente em 120 ilhas e é servida
por 177 canais na lagoa entre as bocas dos rios
Pó e Piave, no extremo norte do mar Adriático.V
ponta ocidental da rota da Seda e no cruzamento do Oriente com o
Ocidente. Era visitada por mercadores de toda a Europa atraídos por esta
cidade de artigos de luxo.
Veneza foi fundada em 452 d. C. por habitantes de Aquileia, Pádua e de
outras cidades do Norte da Itália que aqui se refugiaram das tribos
germânicas que invadiram a Itália no século V. Aqui estabeleceram o seu
governo, liderado por 12 tribunos representantes das ilhas. Apesar de
fazerem parte do Império Romano Oriental tinham uma certa autonomia. Em
697 foi organizada a República, chefiada por um doge.
Problemas internos dividiram a República e só foram sanados com a união
que se formou para combater os invasores. Os Sarracenos foram expulsos
em 836 e os Húngaros em 900. Em 991, Veneza assinou um acordo com os
muçulmanos, iniciando um proveitoso comércio com a Ásia que fez de
Veneza o maior centro comercial com o Oriente e, consequentemente, um
dos maiores e mais ricos da época.
A República beneficiou também com a partilha do Império Bizantino em
1204, tornando-se a força política dominante da Europa de então. No final
do século XIII a República transformara-se numa oligarquia, e nos séculos
XIII e XIV envolveu-se em guerras com Génova, o seu principal rival a nível
comercial. A sua supremacia foi afirmada no conflito de 1378-1381. Estas
guerras, contudo, impediram-na de conquistar territórios vizinhos. De
qualquer modo, no final do século XV a cidade-estado era a mais forte
potência marítima do mundo.
As invasões turcas, iniciadas em meados do século XV, foram um dos
fatores decisivos para que entrasse em declínio. Veneza via-se confron-
tada com ataques externos e de outros estados italianos, e com a perda
de poder económico na sequência da descoberta da via marítima para as
Índias através do cabo da Boa Esperança (pelo navegador português Vasco
da Gama entre 1497-1498).
12 • MyBrainMagazine
MyBrainMagazine • 13
Os bairros da Graça e da Mouraria possuem o Chapitô, escola de palhaços, e o
Castelo de S. Jorge, que remonta à Lisboa moura do século XI, castelo onde se
encontrava o Paço Real onde a corte desde o século XIII ao século XVI se
instalou e onde D. Manuel I deu as suas festas e onde Gil Vicente atuou.
A Baixa foi reconstruída após o terramoto em ruas
paralelas e com edifícios pombalinos com a “gaiola”,
proteção de estacas de madeira que protege dos sismos. A
Rua Augusta é a artéria principal da Baixa Pombalina,
unindo o Terreiro do Paço ou Praça do Comércio (era aí que
se encontrava o Paço da Ribeira, bem como a sua
No coração da Baixa de Coimbra está uma
casa medieval, com ressaltos desnivelados em madeira
nos pisos da fachada principal. As paredes são de
enxaimel e as janelas possuem ombreiras de madeira
pintada. é uma casa de sobrado (loja e habitação).
A construção da Sé Velha teve início no
século XII, sob a orientação do Mestre Roberto que
dirigia na mesma época a obra da Sé de Lisboa. A igreja
românica, construída em calcário amarelo, está
implantada a meia encosta e é constituída por três
naves, transepto saliente e cabeceira tripartida. O
claustro, de um piso, disposto lateralmente a sul da
igreja, foi construído no início do século XIII.
O antigo castelo de Coimbra, na atual
Universidade, apesar de já estar destruído, marca a sua
presença em partes sobreviventes das muralhas:
- Porta da Barbacã: reforço necessário
criando uma segunda muralha (entre as portas de
Almedina e Belcouce);
- Porta e Torre da Almedina: esta era a porta
da Medina, entrada principal da cidade intra-muros.
Assente na parte mais baixa da muralha, constituía o
acesso de maior importância civil e militar e o que
tinha maior movimento. Foi uma porta entre dois
cubelos avançados que, mais tarde, foram ligados por
meio de um arco fundo e levantado o forte torreão. A
Torre é provavelmente uma das torres defensivas de
maior imponência no perímetro da muralha devido à
vulnerabilidade do local;
- Torre do Anto / Torre do Prior do Ameal:
No princípio do século XVI foi transformada em
habitação;
- Torre da Contenda e Paço de Sobre Ripas:
No início do século XVI (1514) é vendida ao licenciado
João Vaz que contrói o Paço de Sobre Ripas em parte
sobre a velha torre e também o arco que passa a ligar a
casa a uns pardieiros do outro lado da rua,
transformados posteriormente em residência com
ornamentos renascentistas.
GEOGRAFIA
Em 1508, o Sacro Império Romano-Germânico, o Papa e a Espanha
conjugaram esforços contra Veneza na Liga de Cambrai, e dividiram o
território entre si. Veneza retomou os seus domínios italianos através de
negociações. No entanto, nunca mais conseguiu retomar a sua pujança
política, embora continuasse a ser um ponto de referência no panorama
internacional.
Nos últimos anos do século XVIII (1797), a República foi conquistada pelos
franceses, liderados por Napoleão Bonaparte, que a entregou à Áustria. Esta
dominação continuou até 1805 quando a Áustria foi obrigada a entregar
Veneza ao reino de Itália, controlado pelos franceses. Contudo, em 1814 a
cidade voltou a integrar os domínios austríacos.
Em 1815 Veneza uniu-se à Lombardia, para formar o efémero reino
Lombardo-Veneziano.
Os venezianos, sob o comando do estadista Daniele Manin, revoltaram-se
contra o domínio dos austríacos, em 1848, fundando uma nova República.
Em 1849 a Áustria restaurou o seu poder. Mais tarde, em 1866, depois da
Guerra das Sete Semanas, Veneza passou a integrar o renovado reino de
Itália.
No tempo dos Romanos começou-se a fabricar vidro em Veneza, mas, para
reduzir os riscos de incêndio, no século XIII, a indústria vidreira mudou-se
para Murano.
O "carnevale" de Veneza ("carnem levare" - adeus à carne) surgiu no século
XV e renasceu em 1979, dura 10 dias e emula os festivais da pré-Quaresma
do século XVIII, onde as pessoas se vestem com máscaras e trajes
extravagantes. Surgiu quando os nobres se queriam disfarçar no meio do
povo. O Carnaval de Veneza pode ser considerado o mais importante e
famoso de toda a Europa. A sua origem, nos termos em que hoje é
conhecido, remonta, segundo se pensa, ao ano de 1162, quando a então
designada Repubblica Della Serenissima obteve uma importante vitória na
guerra contra Ulrico, o patriarca de Aquileia, que invadiu a cidade enquanto
esta estava ocupada a lutar com o Ducado de Pádua e Ferrara. Após a
derrota, Ulrico teve de pagar à cidade um touro e doze porcos, que
passaram, a partir de então, a fazer parte da tradição da festa da Sexta-
feira Gorda, em que o mesmo número de animais era morto na Praça de S.
Marcos, numa grande festa que incluía banquetes, danças, espetáculos de
acrobacias, truques de magia e marionetas, entre outros. A especificidade
do Carnaval de Veneza nascia assim oficialmente das celebrações desta
vitória e, como era hábito na Idade Média, mágicos, charlatães, acrobatas e
saltimbancos juntavam-se ao povo, aos mercadores e à nobreza. Veneza, na
época ainda uma pequena mas muito poderosa república, tinha uma
acentuada característica multicultural, fruto da sua importância como
centro mercantil e ponto obrigatório da passagem, tanto no atual território
da Itália como nas rotas da China e do Próximo Oriente.
Esta festa continuou por muitos séculos até que no século XVII foi
enriquecida em termos de música, cultura e vestuário rico e exótico. As
belíssimas máscaras estiveram, durante centenas de anos, associadas à
tradição e à fantasia do Carnaval e muitas delas tornaram-se famosas
fazendo mesmo parte da "Commedia dell'Arte", um tipo de teatro cómico
surgido na segunda metade do século XVI, que se contrapunha ao teatro
clássico rígido e formal e que imortalizou personagens como o Arlequim, a
Columbina, a Pulcinella, o Doutor ou o Pantalone.
Em Veneza o Carnaval começava oficialmente com o Liston delle Maschere,
o caminho das máscaras, que era o passeio dado pelos habitantes que,
elegantemente vestidos e usando as suas máscaras, expunham as suas
riquezas em sedas e joias. Primeiro pelo Campo de Santo Stefano e mais
tarde pela Praça de S. Marcos, por este último local ser mais espaçoso, para
trás e para a frente, desfilavam repetidamente até acabarem no restaurante
ou no teatro. A "Bauta", de cor branca, é considerada a máscara tradicional
de Veneza, a qual permitia ao seu utente comer e beber sem a retirar, sendo
usada também durante todo o ano para proteger a identidade e permitir os
encontros românticos. A "Moretta", máscara exclusivamente feminina, foi
uma das mais famosas, apesar de ser segura, através de um botão, pelos
dentes da frente, o que impunha às mulheres um silêncio forçado muito do
apreço dos homens.
O "carnevale" de Veneza ("carnem levare" - adeus à carne) surgiu no século
XV e renasceu em 1979, dura 10 dias e emula os festivais da pré-Quaresma
do século XVIII, onde as pessoas se vestem com máscaras e trajes
extravagantes. Surgiu quando os nobres se queriam disfarçar no meio do
povo. O Carnaval de Veneza pode ser considerado o mais importante e
famoso de toda a Europa. A sua origem, nos termos em que hoje é
conhecido, remonta, segundo se pensa, ao ano de 1162, quando a então
designada Repubblica Della Serenissima obteve uma importante vitória na
guerra contra Ulrico, o patriarca de Aquileia, que invadiu a cidade enquanto
esta estava ocupada a lutar com o Ducado de Pádua e Ferrara. Após a
derrota, Ulrico teve de pagar à cidade um touro e doze porcos, que
passaram, a partir de então, a fazer parte da tradição da festa da Sexta-
feira Gorda, em que o mesmo número de animais era morto na Praça de S.
Marcos, numa grande festa que incluía banquetes, danças, espetáculos de
acrobacias, truques de magia e marionetas, entre outros. A especificidade
do Carnaval de Veneza nascia assim oficialmente das celebrações desta
vitória e, como era hábito na Idade Média, mágicos, charlatães, acrobatas e
saltimbancos juntavam-se ao povo, aos mercadores e à nobreza. Veneza, na
época ainda uma pequena mas muito poderosa república, tinha uma
acentuada característica multicultural, fruto da sua importância como
centro mercantil e ponto obrigatório da passagem, tanto no atual território
da Itália como nas rotas da China e do Próximo Oriente.
Esta festa continuou por muitos séculos até que no século XVII foi
enriquecida em termos de música, cultura e vestuário rico e exótico. As
belíssimas máscaras estiveram, durante centenas de anos, associadas à
tradição e à fantasia do Carnaval e muitas delas tornaram-se famosas
fazendo mesmo parte da "Commedia dell'Arte", um tipo de teatro cómico
surgido na segunda metade do século XVI, que se contrapunha ao teatro
clássico rígido e formal e que imortalizou personagens como o Arlequim, a
Columbina, a Pulcinella, o Doutor ou o Pantalone.
Em Veneza o Carnaval começava oficialmente com o Liston delle Maschere,
o caminho das máscaras, que era o passeio dado pelos habitantes que,
elegantemente vestidos e usando as suas máscaras, expunham as suas
riquezas em sedas e joias. Primeiro pelo Campo de Santo Stefano e mais
tarde pela Praça de S. Marcos, por este último local ser mais espaçoso, para
trás e para a frente, desfilavam repetidamente até acabarem no restaurante
ou no teatro. A "Bauta", de cor branca, é considerada a máscara tradicional
de Veneza, a qual permitia ao seu utente comer e beber sem a retirar, sendo
usada também durante todo o ano para proteger a identidade e permitir os
encontros românticos. A "Moretta", máscara exclusivamente feminina, foi
uma das mais famosas, apesar de ser segura, através de um botão, pelos
dentes da frente, o que impunha às mulheres um silêncio forçado muito do
apreço dos homens.
gôndolas com vista para a basílica de San Giorgio Maggiore
13 • MyBrainMagazine
14 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
Em Veneza o Carnaval começava oficialmente com o Liston delle Maschere, o
caminho das máscaras, que era o passeio dado pelos habitantes que,
elegantemente vestidos e usando as suas máscaras, expunham as suas riquezas
em sedas e joias. Primeiro pelo Campo de Santo Stefano e mais tarde pela
Praça de S. Marcos, por este último local ser mais espaçoso, para trás e para a
frente, desfilavam repetidamente até acabarem no restaurante ou no teatro. A
"Bauta", de cor branca, é considerada a máscara tradicional de Veneza, a qual
permitia ao seu utente comer e beber sem a retirar, sendo usada também
durante todo o ano para proteger a identidade e permitir os encontros
românticos. A "Moretta", máscara exclusivamente feminina, foi uma das mais
famosas, apesar de ser segura, através de um botão, pelos dentes da frente, o
que impunha às mulheres um silêncio forçado muito do apreço dos homens.
Em Veneza, uma refeição inclui um antipasti, um primo plato de sopa, arroz ou
massa, um secondo plato de peixe com contorni de legumes e depois fromaggi
e dolce.
Verdadeiro ex-líbris de Veneza, a gôndola sofreu um longo processo de
evolução ao longo dos séculos, tanto na sua estrutura como nos seus
acabamentos, acompanhando o desenvolvimento e as transformações da
própria cidade. É mencionada pela primeira vez em 1094, num decreto do
doge Vitale Falier como gondulam, nome, de origem incerta, que tanto pode
ter resultado do termo latino para pequeno barco cymbula, como do
diminutivo de concha, cuncula, como ainda das designações gregas para
embarcações, como kundy ou kuntòhelas.
No entanto, foi entre os fins do século XV e os princípios do século XVI que
surgiram as primeiras representações visuais da gôndola pela mão de artistas
como Gentile Bellini, Vittore Carpaccio ou Giovanni Mansueti. Neste período, a
gôndola não se distinguia muito de outras embarcações a remos de estilo
veneziano, mas, em meados do século XVI, a sua função é quase
exclusivamente destinada ao transporte privado de pessoas de um certo nível
social. O lugar destinado ao gondoleiro é muito reduzido e instável e os
passageiros acomodam-se em dois simples bancos de madeira encostados ao
"trasto" da popa. Os ferros reduzem-se ainda a duas lâminas muito subtis, mas
algumas gôndolas apresentam já o felze, uma cobertura que lhes dá uma
aparência de carruagem, ao mesmo tempo que protege o seu interior do mau
tempo e dos olhares indiscretos. A sua característica cor negra resulta do
alcatrão utilizado para uma melhor impermeabilização. Na segunda parte do
século XVI, dá-se a primeira transformação significativa da gôndola: mais
longa e mais estreita, os ferros da proa e da popa assumem um aspeto
particular que confere uma linha nova ao perfil do barco e os pregos que
seguram os ferros ao casco tomam a forma de lâminas, numa clara intenção
estética.
No século XVII, o casco alonga-se, levantando a popa, e os ferros tornam-se
verdadeiros pontos de referência, no ferro da proa a lâmina superior torna-se
arredondada e de dimensão mais evidente. No século XVIII, o casco alonga-se
ainda mais, deixando um maior espaço de manobra para o gondoleiro,
enquanto o ferro da proa atinge a sua forma definitiva, com os típicos pregos
decorativos, e a cobertura, ou felze, adquire uma estrutura mais sólida. A
forcola onde encaixa o remo toma a forma de cotovelo, tão característica no
final deste século.
A gôndola do século XIX está na transição entre a do século anterior e a atual,
que é assimétrica e foi adaptada às necessidades práticas de navegação.
Atingindo a gôndola nesta altura os onze metros de comprimento, a respetiva
popa sobe em relação ao nível da água para um maior controlo e visibilidade
do gondoleiro. A proa sobe também ligeiramente, começando a dar ao barco
uma bela forma de lua crescente que só aparece como definitiva no século XX.
O resultado é a diminuição da superfície do casco imersa na água, o que lhe
confere maior margem de manobra, imprescindível nos estreitos canais da
cidade, permitindo facilmente à gôndola girar sobre si mesma. O facto de a
gôndola se tornar progressivamente assimétrica a partir desta fase é uma das
evoluções mais importantes, deslocando-lhe o centro de gravidade para o lado
direito, o que lhe facilita a capacidade de navegabilidade e, ao mesmo tempo,
compensa o peso do gondoleiro.
No século XX, a proa levanta-se ainda mais, reduzindo a parte do casco
submersa na água, o que permite ao barco vencer com mais facilidade a
ondulação causada pelas correntes e pelas restantes embarcações, muitas
delas motorizadas. A assimetria atinge um ângulo de inclinação oito vezes
superior ao do século anterior, cerca de 24 centímetros, enquanto que a
cobertura desaparece completamente. A gôndola atingiu, ao longo da sua
evolução, um compromisso interessante entre os objetivos estéticos e de
navegabilidade que a tornam uma embarcação única em todo o Mundo.
O Grande Canal, de 4 km, é atravessado pelas tradicionais gôndolas e por
vaporettos. Desde o início do canal até ao fim, há monumentos fantásticos que
mostram a sua fachada aos turistas que navegam nas embarcações. O Ca'
Mapa da zona histórica de Veneza, Veneza no século XVIII por
Canaletto, o Campanile colapsando a 14 de julho de 1902,
República de Veneza em 1796, máscaras de Veneza – zanni,
bobo, bauta, médico da Peste Negra, joker, Veneza vista satélite.
MyBrainMagazine • 15
GEOGRAFIA
Grande Canal com a basílica de Santa
Maria della Salute, Grande Canal,
gondoleiro, Grande Canal à noite,
gondoleiro, estaleiro de gôndolas,
Grande Canal visto de uma gôndola,
canal, gondoleiro, gondoleiro num
canal.
No século XX, a proa levanta-se ainda mais, reduzindo a parte do casco
submersa na água, o que permite ao barco vencer com mais facilidade a
ondulação causada pelas correntes e pelas restantes embarcações, muitas
delas motorizadas. A assimetria atinge um ângulo de inclinação oito vezes
superior ao do século anterior, cerca de 24 centímetros, enquanto que a
cobertura desaparece completamente. A gôndola atingiu, ao longo da sua
evolução, um compromisso interessante entre os objetivos estéticos e de
navegabilidade que a tornam uma embarcação única em todo o Mundo.
O Grande Canal, de 4 km, é atravessado pelas tradicionais gôndolas e por
vaporettos. Desde o início do canal até ao fim, há monumentos fantásticos
que mostram a sua fachada aos turistas que navegam nas embarcações. O
Ca' d'Oro, que outrora teve uma cobertura de ouro, que se desgastou com o
vento e com a chuva, é um dos maiores exemplos de arquitetura veneziano-
bizantina, albergando uma galeria de arte no seu interior. Mais abaixo
encontramos a ponte do Rialto ("rivo alto" - margem alta), cuja zona é uma
das mais firmes de Veneza, onde se instalaram as primeiras povoações,
sendo que a atual ponte foi desenhada por Antonio da Ponte e construída
entre 1588-91. Mais abaixo, ao lado da Ponte da Academia, encontramos a
Gallerie dell'Accademia, a maior coleção do mundo de pintura veneziana,
com obras de Tintoretto e Veronese, Carpaccio,... começando por ser uma
escola de arte em 1750. Mas escolas de arte é o que não falta em Veneza!:
Scuola Grande di San Rocco, Scuola Grande dei Carmini e Scuola di San
Giorgio degli Schiavoni. Continuando pelo Grande Canal, chegamos à
barroca Basílica de Santa Maria della Salute, construída em 1630 devido a
uma peste severa que abalou Veneza, que fez com que o Senado erigisse
uma igreja à Virgem se salvasse a cidade. Outras igrejas também
importantes são a Madonna dell'Orto, San Giorgio Maggiore na ilha de San
Giorgio Maggiore, Il Redentore na ilha da Giudecca, San Sebastiano, San
Zaccaria, Santa Maria Formosa, Santa Maria Gloriosa dei Frari, Santa Maria
dei Miracoli, Santi Giovanni e Paolo, etc. Outras zonas também importantes
são o Arsenal (o estaleiro de Veneza), o teatro La Fenice, a zona de lojas da
Mercerie e o mercado do Rialto.
Por fim, a pérola de Veneza, a Praça de S. Marcos. O Jardim de S. Marcos, ou
Giardini Ex-Reali, é um dos poucos espaços verdes em Veneza e fica ao lado
da praça. A Praça de S. Marcos foi descrita por Napoleão como o salão de
visitas da Europa. É nesta que se situa a Biblioteca Marciana, a Torre
dell'Orologio (erigida entre 1496 e 1506, exibe as horas em numeração
romana, as fazes da lua e os signos do zodíaco), o Museu Correr, o
Campanile (campanário onde já estiveram os prisioneiros presos em jaulas e
com vista para os Alpes, não é o original, pois este, de 98,5 m, o edifício
mais alto da cidade, do século IX, ruiu, devido à erosão e fundações rasas -
20 m -, colapsando a 14 de julho de 1902, tendo sido inaugurado um novo,
por insistência dos venezianos, a 25 de abril de 1912, mas com menos 650
toneladas e suportado por mais de mil estacas), a Basílica de São Marcos e o
Palácio Ducal.
O primeiro palácio ducal, terminado em 814, era uma fortaleza sóbria
reduzida a cinzas em 976, assim como a que lhe sucedeu, em 1106. Por volta
de 1419, foi construída a sua terceira versão e, com a Sala del Maggior
Consiglio já pronta, a obra terminou em 1550, porém, foi assolado por
incêndios em 1574 e 1577 que destruíram obras de grandes pintores de
Veneza, como Tintoretto e Veronese, e ameaçaram a estrutura, mas houve
trabalhos de restauração até 1880. Ao lado do Palácio do doge está Ponte
dos Suspiros foi construída em 1614 para ligar o Palácio Ducal para as Novas
Prisões. Por dentro, tem dois corredores separados e é muito fechada,
apenas tendo uns buracos como janelas. O nome da ponte vem do período
do Romantismo, referindo-se aos suspiros dos prisioneiros que, passando do
tribunal para a cela em que eles iriam cumprir a pena, davam uma última
olhadela à liberdade, vislumbrando a lagoa e San Giorgio através das
pequenas janelas.
A Basílica de S. Marcos é uma mistura de estilos arquitetónicos e artísticos
bizantinos orientais, góticos ocidentais e até islâmicos, que demonstra a
riqueza e o poder da República de Veneza medieval e as aventuras dos
mercadores e conquistadores venezianos no Mediterrâneo. Em 828, dois
mercadores venezianos roubaram o que acreditavam ser as relíquias de São
Marcos, o evangelista, de Alexandria, no Egito. Declararam o santo patrono
da sua cidade e construíram uma igreja para albergar o seu corpo. Ao invés
de ocultar a sua proveniência, um mosaico da basílica até vangloria o
roubo, mostrando os venezianos em questão a Chiesa d'Oro (Igreja de
Ouro), uma das catedrais mais belas da Europa.
16 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
Esconderam o santo roubado em barricas de porco - em que os egípcios e muçulmanos estavam
proibidos de tocar -, para que os oficiais da alfândega não inspecionassem a carga tão
minuciosamente. Após a igreja original ter sido danificada num incêndio, em 976, foi restaurada e
depois reconstruída, antes de 1094, em torno da imponente cúpula central que se mantém até
hoje. no auge do poder entre os séculos XI e XIV, Veneza dava apoio naval a exércitos europeus
nas Cruzadas e liderou a Quarta Cruzada contra Constantinopla (hoje Istambul, Turquia, mas
então a capital cristã ortodoxa grega do Império Bizantino), aproveitando para saquear muitas
relíquias religiosas, ouro e cálices, para além de quatro estátuas de cavalos de bronze, para
embelezar a basílica. Os venezianos até roubaram mosaicos, colunas e entalhes de várias igrejas e
locais de culto do Médio Oriente, para acumularem riqueza na cidade natal. Mas nem tudo o que
está na basílica foi conseguido à força, pois os mercadores de Veneza também tinham a tradição
de trazer presentes das suas viagens, fazendo da basílica de S. Marcos, a igreja com mais tesouros
do mundo e estilos arquitetónicos diferentes.
Todos os anos, Veneza é atingida com cheias e, com a subida do mar, esta magnífica cidade pode-
se afundar. Além disso, esta cidade está por cima da placa Adriática, perto da zona de subducção,
por isso tem os dias contados e, em relação à placa, nada pode salvar a cidade.
Os edifícios desta cidade aquática são suportados por mais de dez milhões de troncos de amieiro
submersos num solo pantanoso e evitam que as estruturas se enterrem na lama. Estes não
apodrecem porque não entram em contacto com o oxigénio nem com água e por causa da
petrificação causada pelas águas ricas em minerais. Os edifícios assentam não nas estacas, mas
sim num substrato de duas camadas composto primeiramente por tábuas de madeira grossas lajes
de mármore resistente à água.
Os canais de Veneza são construídos por várias fases: ensecadeira (tapume temporário que
permite bloquear e redirecionar uma parte das águas da lagoa), drenagem (com bombas
industriais que removem toda a água restante no canal e escava-se), finalização (faz-se uma
fortificação de estacas, tijolo, barro e, atualmente, também cimento.
Antigamente, apenas as gôndolas passavam pelos canais de Veneza, mas atualmente os barcos
modernos também passam, mas, ao contrário das inofensivas gôndolas, estas embarcações criam
esteiras (ondas feitas pelo motor) e, como não há espaço para estas ondas se propagarem nos
canais, a força da água corrói a pedra dos edifícios, removendo a argamassa. A água então
penetra nas fendas, formando cavidades no material e na lama. Mais gravemente, os troncos
submersos podem entrar em contacto com a água, destabilizando os edifícios e pontes. O Grande
Canal é o mais afetado, sendo que os edifícios e pontes (como a ponte do Rialto) estão muito
degradados. Equipas de mergulhadores e engenheiros estão a restaurar a ponte e também alguns
monumentos como os campanários, que estão a ficar inclinados. Em 1650, havia 200 torres em
Veneza, hoje só há 170, pois caíram 30.
Veneza também é muito atacada pelo sal, pois a água dos canais e a água subterrânea são
salgadas e, com as cheias anuais, o sal fica depositado acima do nível das águas. O que também
acontece é que as casas em Veneza são construídas com tijolos e mármore, que são porosos, ou
seja, deixam entrar água. Quando esta se evapora, o sal fica para trás. Para evitar este problema,
os venezianos metiam blocos de calcário, que é impermeável, junto ao nível das águas. Mas
atualmente a água costuma passar o nível dos blocos, chegando aos tijolos e causando muitos
danos. O sal está a atacar também está a atacar monumentos, como a Basílica de Santa Maria
della Salute. Aqui uma equipa de restauros meteu um plástico impermeável protegido por uma
grelha de metal, por baixo de tubos que levam água quente secando a humidade e, por cima
destes é que está o mármore do chão da igreja. Como esta água não é consumida, Veneza tem
muitos objetos circulares pela cidade, que são estruturas que estão em cima de poços diferentes.
Estes poços captam água da chuva, que se infiltra na areia, que por sua vez filtra a água. Estas
zonas com areia que foi posta pelo Homem não entram em contacto com a lama que está debaixo
dos canais e dos edifícios de Veneza, pois estão separadas por um muro de argila subterrâneo.
Ventos quentes do Sul empurram o mar Adriático para a cidade e ventos frios vindos dos Alpes
também empurram as águas para Veneza, mas no sentido oposto. Estes ventos podem associar-se
e originar a tempestade "Scontrada", criando cheias. A água destas cheias (as cheias "Acqua alta"),
vem não só dos canais, mas também do chão.
Acqua Alta, igreja de Santa Maria Gloriosa dei Frari, canal, edifícios coloridos
num canal, ponte do Rialto, poço para água potável, Grande Canal, Ca d’Oro,
interior da Basílica de Santa Maria della Salute, Basílica de Santa Maria della
Salute
MyBrainMagazine • 17
interior da basílica de S.
Marcos, Palazzo Ducale,
Praça, jardim, Palácio
Ducal e campanário de S.
Marcos vistos do
Dorsoduro, Jardim de S.
Marcos, prisões (Palácio
Ducal), vista do
Campanile para a Basílica
de S. Marcos, relógio
astrológico na sala
Senato (Palácio Ducal),
vista do Campanile para
os Alpes, Basílica de S.
Marcos, Praça de S.
Marcos com o museu
Correr ao fundo, Jardim
de S. Marcos, vista do
Campanile para o Palácio
Ducal, Praça de S.
Marcos com a Basílica e o
Campanário, Palazzo
Ducale, Biblioteca
Marciana e Campanário,
Scala d'Oro - Escadaria
de Ouro (Palácio Ducal),
Torre dell'Orologio, Sala
del Maggior Consilio
(Palácio Ducal), Palácio
Ducal, vista do
Campanile para a Basílica
de S. Giorgio Maggiore,
Ponte dos Suspiros.
GEOGRAFIA
18 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
As supercélulas são tempestades extremamente
raras e muito perigosas. A supercélula é
semelhante à tempestade de uma célula ou ao
tornado, visto que tem uma única corrente de ar
ascendente principal. Porém, é muito mais
intensa, atingindo velocidades estimadas de 240 a
280 km/h. A principal diferença entre esta
tempestade e as outras é a presença de energia
rotacional, que obriga a corrente de ar
ascendente a girar, o mesociclone, e ajuda a criar
condições atmosféricas extremas nas imediações
da supercélula.
As supercélulas estão classificadas e dois tipos: as
de precipitação alta e as de precipitação baixa. As
primeiras costumam formar-se em climas áridos,
como nas planícies e planaltos do centro dos EUA,
já as últimas formam-se maioritariamente em
climas húmidos perto do equador.
Independentemente do tipo, as supercélulas
formam-se quando ventos vindos de diferentes
direções geram uma energia rotacional. Este
fenómeno ajudar criar uma corrente de ar
ascendente, a partir da qual se gera a
precipitação, que costuma ser levada para muitos
quilómetros pelo vento, não caíndo pela corrente
de ar quando é gerada.
fósforo. O fósforo é um nutriente essencial para
as proteínas vegetais e crescimento.
Ora, os nutrientes estão em falta nos solos da
Amazónia. Estão presos nas próprias plantas. A
matéria orgânica fornece a maioria dos
nutrientes, que são rapidamente absorvidos pelas
plantas e árvores depois de entrar no solo. Mas
alguns nutrientes, incluindo o fósforo, são levados
pela chuva em córregos e rios.
O fósforo que atinge solos amazónicos de areia
do Sahara, um número estimado de 22 mil
toneladas por ano, é quase o mesmo montante
que esse perdeu da chuva e inundações. Os dados
mostram que o vento e o tempo levam, em média,
182 milhões de toneladas de pó a cada ano e
levam-no além da borda ocidental do Sahara. A
poeira em seguida, viaja 1.600 milhas através do
Oceano Atlântico. Perto da costa leste da América
do Sul, 132 milhões de toneladas permanecem no
ar, e 27,7 milhões de toneladas caem na superfície
sobre a Bacia Amazónica. Cerca de 43 milhões de
toneladas de poeira viajam mais longe para o Mar
das Caraíbas.
A quantidade de poeira é, na verdade, muito
variável. Houve uma mudança de 86% entre a
maior quantidade de poeira transportada em
2007 e a menor em 2011. Porquê tanta variação?
Os cientistas acreditam que isso tem a ver com as
condições do Sahel, a longa faixa de terra semi-
árida na fronteira sul do Sahara. Depois de
comparar as alterações no transporte de poeira a
uma variedade de fatores climáticos, os cientistas
descobriram uma correlação com a precipitação
no Sahel do ano anterior. Quando a precipitação
MyBrainMagazine • 19
GEOGRAFIA
Uma grande avalanche pode libertar
quase 230 mil metros cúbicos de neve.
As avalanches matam cerca de 150
pessoas por ano, sobretudo homens na
casa dos 20 com experiência no
montanhismo ou esqui mas propensos
ao risco. 90% das avalanches fatais são
desencadeadas pelas vítimas.
Há uma perturbação, onde a avalanche
se começa a fraturar, que normalmente
se encontra no topo da encosta. A zona
inicial é a secção do trajeto da
avalanche no qual esta é libertada,
enviando neve pouco firme pela encosta
abaixo, costumando ocorrer numa
encosta íngreme. O corredor é o
caminho principal por onde a avalanche
flui. A neve pode deslizar como um
lençol ou concentrando-se em ravinas.
No final de um corredor é possível
encontrar grandes montes de neve,
pedregulhos e vestígios de árvores. À
medida que a encosta aplana, a
avalanche abranda. Esta é a zona de
escoamento e consiste num monte de
neve e detritos apanhados pelo
deslizamento.
Há três tipos de avalanches:
- de neve recente (130 km/h): ocorrendo
a temperaturas negativas, as avalanches
de neve recente costumam ser
provocadas pela acumulação de neve
nova ou por nevões. Estes velozes
deslizamentos consistem em ar e neve
em pó, começam num único ponto
ganham velocidade e massa. Ao descer
pela encosta, acumula pressão à frente
da massa de neve, criando uma potente
explosão de ar, capaz de destruir tudo
no seu caminho;
- de placa (95-130 km/h): o tipo mais
comum e mortífero ocorre quando uma
camada de neve compactada cobre neve
mais suave. Quando a neve mais fraca
deixa de poder suportar a neve por
cima, a camada dura, por norma com 30
a 80 cm, fratura-se como um vidro e
desliza;
- de neve húmida (16-48 km/h): movem-
se mais devagar que as de neve recente
e resultam da chuva ou tempo mais
quente que derrete a neve. A chuva ou
humidade suaviza a neve, quebrando os
elos entre as moléculas de água. Apesar
de mais lentas e da ausência de uma
nuvem de pó, estas avalanches são
altamente destrutivas, capazes de
arrastar pedregulhos e árvores encosta
abaixo.
20 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
O fenómeno El Niño corresponde a uma gigantesca
massa oceânica aquecida que cobre uma vasta área
do oceano Pacífico Central e Oriental. Esta enorme
massa de água flutua, como um icebergue, porque a
água quente é menos densa que a água fria
envolvente (tanto no fundo como lateralmente) e,
além disso, porque regista menor salinidade devido
às fortes precipitações que sobre ela se abatem
quase constantemente.
A causa da acumulação de água mais aquecida na
região equatorial do Pacífico, entre a Austrália e a
América do Sul, pode estar, segundo alguns
cientistas, ligada a um enfraquecimento dos ventos
alísios (que sopram de nordeste para sudoeste, no
hemisfério norte, e de sudeste para noroeste, no
hemisfério sul) e mesmo à inversão da sua direção, ao
mesmo tempo que se verifica uma menor mistura
com as águas de profundidade, mais frias.
Como resultado da maior concentração de águas
quentes nas regiões equatoriais, a atmosfera sofre
um maior aquecimento, aumentando
significativamente a evaporação. Simultaneamente,
verificam-se alterações nas posições mais habituais
dos centros de pressão, o que condiciona a
intensidade e o ritmo das precipitações, com valores
muito afastados do normal para a época, que tanto
podem ser sinónimo de inundações ou de secas
prolongadas.
A periodicidade do fenómeno El Niño constitui ainda
hoje um mistério por desvendar por parte da
comunidade científica. Segundo os registos dos
últimos cem anos, é possível identificar 30
ocorrências, com intervalos entre 2 e 10 anos.
A intensidade do fenómeno El Niño é muito variável,
tendo atingido as maiores proporções, desde que se
efetuam registos meteorológicos, nos anos de 1982-
83 e de 1997-98.
Quanto à sua duração, pode afirmar-se que o período
de ação do El Niño se prolonga geralmente entre 9 e
20 meses, ao fim do qual surge um fenómeno de
características opostas, La Niña.
La Niña constitui o inverso da situação do El Niño, ou
seja, equivale a uma concentração de água mais fria
que o normal na região equatorial do Pacífico
Oriental, e os seus efeitos na máquina global do
tempo são tão importantes como os do El Niño. A
diminuição da temperatura superficial do mar está
associada a um aumento da intensidade dos ventos
alísios.
No que respeita ao El Niño de 1997-98, os seus efeitos
foram mais intensos nas áreas equatoriais do
Pacífico, embora tenham atingido praticamente todo
o Planeta. Nesta altura, já é possível elaborar uma
longa lista de catástrofes provocadas por
perturbações atmosféricas associadas ao El Niño e
que semearam a destruição e mesmo a morte em
todos os continentes.
MyBrainMagazine • 21
GEOGRAFIA
Bolonha é uma cidade situada no norte de Itália na
região de Emília-Romanha. Localiza-se numa região
de relevo suave, próxima da cadeia montanhosa dos
Apeninos.
No século II a. C. constituía uma colónia romana. Com
a queda deste império, passou a pertencer ao
Império Bizantino. No século XII era uma cidade
independente e muito próspera. Em 1506 esteve sob
controlo papal. Entre 1796 e 1815, Bolonha foi
ocupada por Napoleão Bonaparte; posteriormente,
até 1859, pertenceu aos Estados Pontífices. Durante
o período monárquico era um centro republicano
emblemático e durante a Segunda Guerra Mundial
foi intensamente bombardeada.
A cidade possui características tipicamente
medievais no núcleo histórico. As ruas são
empedradas, existem muitas praças e pequenas lojas.
Em redor do centro desenvolvem-se as áreas mais
modernas da cidade. Os seus principais monumentos
são a Basílica de San Petronio, de estilo gótico, a
sexta igreja maior do mundo, situada na Piazza
Maggiore; o palácio do Rei Enzo, o Palazzo
d'Accursio, a Fontana di Nettuno, também situados
na Piazza Maggiore e do século XIII. Nesta cidade
existem ainda vários museus de pintura e de
arqueologia etrusca. O Palazzo della Mercancia e as
Duas Torres. Bolonha é conhecida como a cidade das
duas torres, no passado tinha diversas, porém,
poucas resitiram ao tempo. As Duas Torres
(Garisenda e Asinelli) são os principais símbolos de
Bolonha. A Torre de Asinelli (construída entre 1109 e
1119) tem 97.20 metros de altura, com 498 degraus e
uma inclinação de 1,3 metros. A Torre de Garisenda
tem 47 metros de altura e tem uma inclinação de
mais de 3 metros. Ambas foram construídas no
século XII.
O Il Quadrilatero é uma zona de Bolonha com muitos
mercados de rua.
Bolonha possui a mais antiga universidade do Mundo
ainda em funcionamento. Nela estudaram os poetas
italianos mais famosos, como Dante e Petrarca.
fósforo. O fósforo é um nutriente essencial para as
proteínas vegetais e crescimento.
Ora, os nutrientes estão em falta nos solos da
Amazónia. Estão presos nas próprias plantas. A
matéria orgânica fornece a maioria dos nutrientes,
que são rapidamente absorvidos pelas plantas e
árvores depois de entrar no solo. Mas alguns
nutrientes, incluindo o fósforo, são levados pela
chuva em córregos e rios.
O fósforo que atinge solos amazónicos de areia do
Sahara, um número estimado de 22 mil toneladas por
ano, é quase o mesmo montante que esse perdeu da
chuva e inundações. Os dados mostram que o vento e
o tempo levam, em média, 182 milhões de toneladas
de pó a cada ano e levam-no além da borda ocidental
do Sahara. A poeira em seguida, viaja 1.600 milhas
através do Oceano Atlântico. Perto da costa leste da
Palazzo d'Accursio - Piazza Maggiore,
Basílica de San Petronio - Piazza
Maggiore, Fontana di Nettuno, As Duas
Torres, Il Quadrilatero (x4), Palazzo della
Mercanzia.
22 • MyBrainMagazine
O Buçaco é um lugar incrível. Cobrindo a Serra
do Buçaco, é composto por vários pontos de
interesse, como a Mata do Bussaco, o
Convento de Santa Cruz do Buçaco, o Palace
Hotel (Palácio Real) do Buçaco e a Cruz Alta.
Na posse do Bispado de Coimbra desde 1094, a
Mata foi doada em 1628 pelo então bispo de
Coimbra, D. João Manuel, à Ordem dos
Carmelitas Descalços para a construção do seu
“Deserto” em Portugal. Iniciadas as obras em
agosto desse ano, a construção do convento e
da sua cerca terminaria por 1630, altura em
que começou a vida monástica regular.
O convento de Santa Cruz foi construído na
simplicidade exigida pela vocação eremítica
do Deserto. O revestimento arquitetónico da
cortiça ou o embrechado como técnica
decorativa alargada ao circuito conventual
traduz o espírito de despojamento adequado
às práticas ascéticas dos religiosos. A partir de
1644, sob a égide de D. Manuel Saldanha,
Reitor da Universidade de Coimbra, ergueu-se,
à imagem de Jerusalém, uma Via Crucis de
fortíssimos contornos ideológicos e
propagandísticos, destinada a representar os
passos da Paixão de Jesus Cristo. A floresta
autóctone portuguesa foi sendo tratada por
sucessivas gerações de monges de modo a
representar o Monte Carmelo como o local
originário da Ordem.
A 27 de setembro de 1810 a mata foi palco da
Batalha do Buçaco (um dos episódios
sangrentos das invasões napoleónicas em
Portugal) tendo o Convento servido de base
de operações ao Duque de Wellington no
confronto entre as tropas luso-britânicas e
francesas. Em 1834 a extinção das ordens
religiosas decretou o fim da presença dos
Carmelitas Descalços no Buraco. Segue-se um
período, entre 1834 e 1855, que poderemos
classificar como de transição, em que a mata
fica sem gestão e sem um responsável que
responda por ela.
O Convento de Santa Cruz do Buçaco, ligado à
prática eremítica dos Carmelitas Descalços e à
ação reformadora (1562) de Santa Teresa de
Ávila e São João da Cruz, estimulou a criação
de um dos mais originais Desertos da Ordem.
A sua história inicia-se em 1628, quando o
bispo de Coimbra D. João Manuel doa aos
carmelitas da província portuguesa a mata do
Buçaco para a construção do convento e retiro
dos religiosos da Ordem. No apelo constante à
solidão e ao afastamento do mundo, o
Convento seria então o palco de uma
experiência profunda de contemplação,
oração e penitência.
A partir da ação enérgica de frei Tomás de S.
Cirilo, frei João Baptista e Alberto da Virgem,
o essencial da construção da complexa
estrutura conventual decorreu até 1639, altura
em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa
Cruz. Aqui, aliou-se o sentido simbólico da
planta centralizada à prática pouco comum da
colocação do templo no meio dos espaços de
circulação associados às estruturas claustrais,
GEOGRAFIA
A partir da ação enérgica de frei Tomás de S.
Cirilo, frei João Baptista e Alberto da Virgem,
o essencial da construção da complexa
estrutura conventual decorreu até 1639, altura
em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa
Cruz. Aqui, aliou-se o sentido simbólico da
planta centralizada à prática pouco comum da
colocação do templo no meio dos espaços de
circulação associados às estruturas claustrais,
estabelecendo-se assim a aproximação ao
arquétipo do Templo de Salomão, primeiro
espaço verdadeiramente sagrado da Cidade
Santa. No Convento do Buçaco, o discurso
iconográfico do espaço, das formas, dos
materiais e das técnicas vai ao encontro de
uma espiritualidade que se constrói pela fé e
pobreza. O emprego das cortiças e da técnica
dos embrechados, os conteúdos da azulejaria
ou a força da imaginária religiosa reforçam
esse sentido de uma exemplaridade cristã
vivida no isolamento.
O Convento de Santa Cruz do Buçaco tinha
outra dimensão que respondia às necessidades
da vida conventual mas, apesar dos rigores de
um quotidiano de silêncio e penitência, não
deixou de ter um papel fundamental no
acolhimento ao cenário de guerra da Batalha
do Buçaco (1810) ou atrair um constante fluxo
de religiosos que, em regime temporário ou
perpétuo, escolhiam o Buçaco. Procurado e
beneficiado por algumas das mais prestigiadas
entidades eclesiásticas dos séculos XVII e XVIII,
como D. Manuel de Saldanha, Reitor da
Universidade, ou D. João de Melo, bispo de
Coimbra, o Convento de Santa Cruz prosperou
até 1834, data em que a extinção das Ordens
Religiosas ditou o seu abandono. A partir de
1888, contudo, um novo impulso construtivo
traria ao Buçaco o Palace-Hotel que, se
implicou a destruição das estruturas
conventuais anexas à igreja, ao corredor e
pátios que hoje testemunham a existência do
Convento, permitiu a sua inclusão num Buçaco
romântico que permanece como um dos locais
patrimonialmente mais ricos na sua
diversidade compositiva.
O Palace Hotel é uma edificação
neomanuelina, construída entre 1888, ano da
aprovação do projeto de Luigi Manini, e 1907.
Já depois da Extinção das Ordens Religiosas, D.
Maria Pia pretendeu criar neste espaço um
palácio real, que rivalizasse com a Pena, mas
os planos acabaram por não se concretizar e o
então Ministro das Obras Públicas, Emídio
Navarro, muito ligado ao Buçaco, propôs a
construção de um palácio do Povo, ou seja, um
hotel. Para tal, encarregou o cenógrafo Luigi
Manini, que terminou as primeiras aguarelas
em 1886. O plano foi aprovado em 1888 e as
obras tiveram início ainda nesse ano. A antiga
igreja, em torno da qual se encontravam as
primitivas celas, foi conservada no seio do
novo edifício, bem como algumas das
estruturas conventuais. Manini inspirou-se na
Torre de Belém e no Claustro dos Mosteiro de
Santa Maria de Belém, para criar no Buçaco
uma obra que não pode ser considerada
apenas como um neo, mas sim como uma
recriação eclética que denota aspetos
historicistas, mas pouco relacionados com o
Mapa do Buçaco e Buçaco Palace Hotel.
MyBrainMagazine • 23
GEOGRAFIA
O Convento de Santa Cruz do Buçaco tinha
outra dimensão que respondia às
necessidades da vida conventual mas, apesar
dos rigores de um quotidiano de silêncio e
penitência, não deixou de ter um papel
fundamental no acolhimento ao cenário de
guerra da Batalha do Buçaco (1810) ou atrair
um constante fluxo de religiosos que, em
regime temporário ou perpétuo, escolhiam o
Buçaco. Procurado e beneficiado por
algumas das mais prestigiadas entidades
eclesiásticas dos séculos XVII e XVIII, como D.
Manuel de Saldanha, Reitor da Universidade,
ou D. João de Melo, bispo de Coimbra, o
Convento de Santa Cruz prosperou até 1834,
data em que a extinção das Ordens
Religiosas ditou o seu abandono. A partir de
1888, contudo, um novo impulso construtivo
traria ao Buçaco o Palace-Hotel que, se
implicou a destruição das estruturas
conventuais anexas à igreja, ao corredor e
pátios que hoje testemunham a existência do
Convento, permitiu a sua inclusão num
Buçaco romântico que permanece como um
dos locais patrimonialmente mais ricos na
sua diversidade compositiva.
O Palace Hotel é uma edificação
neomanuelina, construída entre 1888, ano da
aprovação do projeto de Luigi Manini, e
1907. Já depois da Extinção das Ordens
Religiosas, D. Maria Pia pretendeu criar neste
espaço um palácio real, que rivalizasse com a
Pena, mas os planos acabaram por não se
concretizar e o então Ministro das Obras
Públicas, Emídio Navarro, muito ligado ao
Buçaco, propôs a construção de um palácio
do Povo, ou seja, um hotel. Para tal,
encarregou o cenógrafo Luigi Manini, que
terminou as primeiras aguarelas em 1886. O
plano foi aprovado em 1888 e as obras
tiveram início ainda nesse ano. A antiga
igreja, em torno da qual se encontravam as
primitivas celas, foi conservada no seio do
novo edifício, bem como algumas das
estruturas conventuais. Manini inspirou-se na
Torre de Belém e no Claustro dos Mosteiro
de Santa Maria de Belém, para criar no
Buçaco uma obra que não pode ser
considerada apenas como um neo, mas sim
como uma recriação eclética que denota
aspetos historicistas, mas pouco
relacionados com o retorno ao passado ou a
ideias românticas. Os azulejos representam
as cenas d'Os Lusíadas.
fonte com a cruz da Ordem de Cristo no
Palace Hotel, Palace hotel do Buçaco,
jardins do Palace Hotel, Cena do
Adamastor d'Os Lusíadas no Palace
Hotel, Cenas d'Os Lusíadas no Palace
Hotel, Convento de Santa Cruz do
Buçaco, Cruz Alta, vista da Cruz Alta,
Fonte Fria (x2), mata do Bussaco, vale
dos Fetos, Cisne no Lago Grande (x2).
24 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
Dublin, banhada pelo rio Liffey, com o nome irlandês Baile Átha Cliath,
é a capital da Irlanda. O nome da cidade provém da palavra irlandesa
"Dubhlinn" que significa "Lago Negro".
No século IX foi fundada, na foz do rio, uma colónia de Vikings. Estes
foram expulsos pelo rei inglês Henrique II, que posteriormente
transformou a cidade numa dependência da cidade inglesa de Bristol.
Este controlo durou até meados do século XVI, quando o irlandês
Thomas Fitzgerald tomou a cidade na sequência de uma rebelião. No
final da Idade Média, o território irlandês dominado pelos Ingleses era
já muito reduzido e limitado a The Pale (A Paliçada), em redor de
Dublin. Outras rebeliões irlandesas seguiram-se, até à revolução de
1919, que terminou com a proclamação do Estado livre da Irlanda.
Uma das áreas mais conhecidas de Dublin é a zona de Temple Bar, com
bares típicos e restaurantes. A National Gallery tem várias pinturas de
pintores europeus como Caravaggio e Picasso.
A Trinity College é a mais antiga universidade em Dublin, fundada em
1592 pela Rainha Isabel I do Reino Unido, no local onde se situava um
antigo mosteiro. Possui a Old Library, a mais famosa biblioteca da
Irlanda, que alberga a harpa mais antiga da nação, o Livro de Kells e
mais 200 000 livros antigos no Long Room.
A Catedral de Saint Patrick foi construída no século V devido a uma
lenda de que Saint Patrick teria batizado os convertidos ao
Cristianismo num poço que outrora existiu onde está agora então o
jardim da catedral. Esta foi reconstruída no início do século XIII em
estilo gótico.
A Catedral da Santíssima Trindade foi construída em 1038 pelo rei
viking Sitric Silkenbeard. Lawrence O'Toole, em 1152, como primeiro
arcebispo irlandês, começou a ampliação e reconstrução da catedral.
Quando os normandos da Inglaterra assumiram grande parte da Irlanda,
a catedral nórdica antiga foi substituída por uma arquitetura anglo-
normanda, por iniciativa do Arcebispo João Cumin, que incluem uma
mistura dos estilos românico e gótico. Esta catedral teve um grande
número de criptas que seriam utilizadas como fundações,
condicionando a instabilidade do edifício e, eventualmente, entrando
em colapso e reparos constantes. Durante a era vitoriana, entre 1871 e
1878, o templo passou por uma restauração significativa coordenada
por George Edmund Street, que evitou o colapso de algumas partes,
ainda que representando uma mudança dramática da obra medieval,
por isso hoje pode ser difícil distinguir as decorações dos diferentes
períodos.
Kilmainham Gaol, construído em 1796, foi uma prisão onde os
prisioneiros estavam presos em celas pequenas apenas com uma vela
para dar calor e luz. Os adultos eram posteriormente levados para a
Austrália. As crianças eram presas por pequenos furtos, a mais nova
com sete anos.
O Castelo de Dublin foi construído por Meiler Fitzhenry sob as ordens
do rei João de Inglaterra, em 1204, algum tempo após a invasão
normanda da Irlanda em 1169, quando foi ordenado que um castelo
deveria ser construído com paredes fortes para a defesa da cidade, a
administração da justiça, e para proteção dos tesouros do rei. O
edifício sobreviveu até 1673, quando foi danificado por um fogo e
demolido pouco tempo depois. Foi então reconstruído ao estilo
georgiano. As Jóias da Coroa irlandesas foram roubadas do Castelo em
1907 e nunca foram recuperadas.
Catedral de Saint Patrick (x3), Temple Bar (x2), Castelo de
Dublin (x2), Igreja da Santíssima Trindade (x2), Trinity
College Old Library.
MyBrainMagazine • 25
GEOGRAFIA
Uma ilha vulcânica pode formar-se por dois processos
distintos:
- hotspot: um hotspot consiste numa zona
invulgarmente mais quente no manto. A instabilidade
da fronteira entre o núcleo e o manto nessa zona
originou uma coluna de matéria quente que sobe
através do manto, constituindo uma pluma térmica. Ao
atingir a litosfera, o material da pluma funde e o
magma resultante derrete a crusta oceânica, perde os
seus gases, ficando lava, e esta solidifica
transformando-se em basalto. O Havai, a Islândia e os
Açores, são três exemplos. No Havai, tanto como na
Islândia, o hotspot continuou sempre a deitar magma e
uma montanha foi crescendo até passar a superfície
oceânica. A ilha de Kauai, no Havai, foi a primeira a ser
formada. Como a crusta oceânica está sempre a se
construída e destruída, movendo-se, formou-se outra
ilha, Oahu, mais outra, Molokai, e outra Maui e a última,
Havai. O hotspot está por baixo desta última ilha, com
vulcões que ainda a estão a construir. Não se formou
uma ilha só contínua pois devido à erosão e ao
arrefecimento de algumas zonas de cada ilha
desaparecem formando montanhas submarinas.
- vulcão submarino: com uma erupção de um vulcão
submarino, este expele a lava que arrefece e forma uma
ilha, como a ilha recém-formada ao lado da ilha de
Nishinoshima, no Japão ou a ilha de Surtsey, Islândia.
Formação do Havai – hotspot, formação de uma nova ilha no arquipélago de
Zubair, no Mar Vermelho, Iémen – hotspot, formação da ilha de Surtsey, na
Islândia – vulcão submarino, ilha recém-formada ao largo da ilha de Nishinoshima,
Japão (x3).
26 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
As cinco áreas climáticas do planeta
são: zona fria do norte, zona
temperada do norte, zona quente ou
intertropical, zona temperada do sul e
zona fria do sul. Dentro de cada zona
distinguem-se vários tipos de clima em
função das condições de temperatura e
precipitação.
Os climas quentes localizam-se na zona
intertropical. Nestes há:
- clima equatorial: médias mensais
elevadas, amplitude térmica baixa,
precipitação abundante, total de
precipitação > 1500 mm³, existe só uma
estação quente e uma húmida,
ausência de meses secos;
- clima tropical seco: temperaturas
elevadas, amplitudes térmicas baixas,
precipitações abundantes e
concentradas, estação seca maior que
a estação húmida;
- clima tropical húmido: médias
elevadas, amplitudes térmicas baixas,
precipitações abundantes, estação
seca < estação húmida;
- clima desértico quente: médias
elevadas, amplitudes térmicas maiores
ou iguais a 15 °C, amplitude térmica
diária elevada, precipitações várias, só
uma estação quente e seca.
Os climas temperados localizam-se
entre os paralelos 30° e 60°, áreas de
transição entre os outros. Nestes há:
- clima temperado mediterrâneo:
verões quentes e secos e invernos
amenos, amplitudes térmicas pouco
acentuadas, precipitações escassas
eirregulares, duas estações maiores e
duas menores;
- clima temperado marítimo: verões
frescos e invernos abundantes,
amplitudes térmicas fracas,
precipitações abundantes, existências
de quatro estações iguais;
- clima temperado continental: verões
quentes e com chuva e invernos longos
e secos, amplitudes térmicas elevadas,
precipitações pouco abundantes,
estação fria, longa e seca e estação
quente pequena.
Os climas frios localizam-se entre os
círculos polares e os polos. Em algumas
áreas eles estendem-se para os
continentes. A altitude pode-se
encontrar em qualquer latitude.
- clima subpolar: verões frescos e
curtos e invernos frios e grandes (só 2
estações), precipitações reduzidas e
amplitudes térmicas acentuadas;
- clima polar: só inverno com poucas
precipitações (não há verões),
taiga / floresta de coníferas (clima subpolar), deserto quente (clima desértico quente),
floresta tropical (clima tropical húmido), tundra (clima subpolar), vegetação de alta
montanha (clima de altitude/montanha), tundra (clima subpolar), floresta caducifólia
(clima temperado marítimo), tundra (clima subpolar), taiga / floresta de coníferas (clima
subpolar), floresta mediterrânea (clima temperado mediterrâneo), floresta mediterrânea
(clima temperado mediterrâneo), áreas climáticas, tipos de biomas, tipos de climas.
- clima subpolar: verões frescos e curtos e
invernos frios e grandes (só 2 estações),
precipitações reduzidas e amplitudes
térmicas acentuadas;
- clima polar: só inverno com poucas
precipitações (não há verões),
temperaturas negativas e amplitudes
térmicas elevadas;
- clima de altitude ou de montanha:
verões frescos e curtos e invernos frios e
grandes, precipitações abundantes e
amplitudes térmicas moderadas.
Os tipos de clima influenciam a fauna e
flora, Criando idiomas: Conjuntos
formados pelo clima, fauna e flora de
uma região. Os biomas que existem são:
- floresta equatorial (clima equatorial):
tem uma vegetação extremamente densa
e contínua e apresenta a maior variedade
e riqueza de espécies;
- floresta tropical (clima tropical
húmido): tem uma vegetação abundante
e densa e à medida que diminui a
humidade, surge uma vegetação herbácea
e arbustiva;
- savana (clima tropical seco): formação
herbácea, com algumas árvores dispersas;
- deserto quente (clima desértico
quente): vegetação xerófila adaptada à
secura climática e adaptada a elevadas
amplitudes térmicas diversas;
- floresta mediterrânea (colina
temperado mediterrâneo): vegetação
constituída por árvores de folha perene e
perfeitamente adaptadas a secura;
- floresta caducifólia (clima temperado
marítimo): vegetação constituída por
árvores de folha caduca;
- floresta mista/estepe/pradaria (clima
temperado continental): floresta
composta por árvores de folha caduca de
folha perene. No interior dos continentes,
associada às grandes planícies, encontra-
se a estepe;
- taiga/floresta de coníferas (clima
subpolar): floresta constituída por
árvores de folha perene;
- deserto gelado/tundra (clima polar):
vegetação dispersa, baixa e escassa;
- vegetação de alta montanha (clima de
altitude/montanha): vegetação arbustiva
e disposta em andares (estratificação
horizontal).
MyBrainMagazine • 27
GEOGRAFIA
Florença, o berço do Renascimento, é a cidade de
Leonardo da Vinci, Michelangelo, Dante, Maquiavel,
Galileu e da família dos Médici.
A família Médici, soberanos entre os séculos XIV e XVIII,
deixou sua marca em todos os edifícios que possuiu ou
com os quais manteve laços, então há muitos brasões e
bolas (palle) num escudo em muitos edifícios. As palle
representam provavelmente medicamentos ou moedas,
alusões ao seu negócio inicial de boticários e, mais
tarde, ao seu papel de banqueiros.
Em novembro de 1966, o rio Arno galgou as margens
com um efeito devastador: a cheia atingiu os 6 m na
zona de Santa Croce, mas felizmente a ponte Vecchio
sobreviveu.
Florença originou-se como uma cidade romana, e mais
tarde, depois de um longo período de comércio
florescente e bancário, era o berço do Renascimento
italiano. Era politicamente, economicamente e
culturalmente uma das cidades mais importantes da
Europa e do mundo a partir do século XIV ao século XVI.
A partir do final da Idade Média, os florins, em porta e,
mais tarde, em ouro, tornaram-se, além da moeda de
Florença, a moeda principal nas finanças europeias,
sendo a moeda padrão da Europa. Florença foi a casa
dos Médici, uma das mais importantes famílias nobres
da história. Lorenzo de Médici foi considerado um génio
político e cultural da Itália no final do século XV. Dois
membros da família foram papas no início do século
XVI: Leão X e Clemente VII. Catarina de Médici casou
com o rei Henrique II de França e, depois da sua morte,
em 1559, reinou como regente na França. Os Médici
reinaram como Grão-Duques da Toscana, começando
com Cosimo I de Medici em 1569, terminando com a
morte de Gian Gastone de Medici, em 1737. Em 1494, o
primeiro período do governo Médici terminou com a
restauração de um governo republicano. Durante este
período, o monge dominicano Girolamo Savonarola
tornou-se prior do mosteiro San Marco em 1490. Mas
quando Savonarola acusou publicamente o papa
Alexandre VI de corrupção, ele foi proibido de falar em
público. Quando ele quebrou essa proibição, foi
excomungado. Os florentinos, cansado dos seus
ensinamentos extremos, voltaram-se contra ele e
prenderam-no,condenando-o como herege e foi
queimado na fogueira na Piazza della Signoria a 23 de
maio de 1498. A extinção da dinastia Médici e a adesão
em 1737 de Francis Stephen, duque de Lorraine e marido
de Maria Teresa da Áustria, levou à inclusão temporária
da Toscana aos territórios da coroa austríaca.
Tornaram-se um secundo geniture da dinastia
Habsburg-Lorraine, que foram depostos para a Casa de
Bourbon-Parma, em 1801, quando Toscana foi anexada
pela França. Florença foi a prefeitura do departamento
francês do Arno de 1808 até à queda de Napoleão em
1814. A dinastia Habsburg-Lorraine foi restaurada no
trono da Toscana no Congresso de Viena, mas
finalmente deposto em 1859. A Toscana tornou-se uma
região do Reino da Itália, em 1861.
A Cappella Brancacci, por vezes considerada a capela
Sistina de Florença, possui frescos de 1424 de Masaccio.
O Palácio Pitti foi mandado construir pelo abastado
banqueiro Luca Pitti, rival de negócios dos Médici,
quem encomendou em 1547 ao arquiteto Filippo
Brunelleschi o projeto de um palácio. Um século mais
tarde, em 1549, os cofres dos Pitti estavam vazios e o
palácio foi comprado por Eleonora de'Medici,
instalando-se no palácio a família Médici. Os Jardins
Boboli foram acrescentados pelos Médici quando se
Mapa de Florença, Igreja de Santa
Maria Novella, Palazzo Pitti, Palazzo
Medici-Riccardi, Galleria
dell'Accademia, David, Michelangelo.
O Palácio Pitti foi mandado construir pelo abastado
banqueiro Luca Pitti, rival de negócios dos Médici,
quem encomendou em 1547 ao arquiteto Filippo
Brunelleschi o projeto de um palácio. Um século mais
tarde, em 1549, os cofres dos Pitti estavam vazios e o
palácio foi comprado por Eleonora de'Medici,
instalando-se no palácio a família Médici. Os Jardins
Boboli foram acrescentados pelos Médici quando se
mudaram.
A Igreja de Santa Maria Novella foi construída entre
1279 e 1357 por monges dominicanos. Esta igreja gótica
mais importante da Toscana. A parte inferior da
fachada de mármore é provavelmente da autoria de Fra
Jacopo Talenti e parte superior foi terminada entre
1456 e 1470 por Leon Battista Alberti.
San Lorenzo é a igreja onde estão sepultados os Médici
(nas Capellas Médici) e foi reconstruída por Filippo
Brunelleschi entre 1425 e 1446, no local onde estava
uma igreja de 393. O exterior ocre de aspeto rústico
esteve para ser coberto por uma fachada de
Michelangelo.
O Palazzo Medici-Riccardi foi o assento da família
Médici desde a sua conclusão em 1444 até 1540, quando
Cosimo I fixou a residência dos Médici no Palazzo
Vecchio e este palácio foi comprado pela família
Riccardi.
A Galleria dell'Accademia foi fundada em 1784 para
ensinar técnicas de pintura, desenho e escultura. Desde
1873 que alberga a maior exposição do mundo de
Michelangelo, cuja obra principal é o David, esculpido
em 1504 e exposto no exterior do Palazzo Vecchio até
1873, quando foi transferido para a Academia para ser
protegido dos danos causados pelo ambiente.
O Bargello, erigido em 1255, foi a primeira sede do
governo citadino de Florença e já serviu de tribunal,
prisão e agora é um museu.
Santa Croce, reconstruída para ser ordem franciscana
em 1294 por Arnolfo di Cambio, É o local onde estão
sepultados os grandes vultos de Florença: Michelangelo,
Rossini, Maquiavel e Galileu Galilei E também o
sarcófago de Dante, que está vazio. A igreja exterior
tenho uma fachada de mármore policromático
acrescentado em 1863 e paga pelo inglês Sir Francis
Sloane. Na parte sul de Santa Croce fica, os edifícios de
um antigo convento. É o caso da Capella dei Pazzi,
encomendada como casa do capítulo por Andrea dei
Pazzi e projetada por Brunelleschi.
A ponte Vecchio, até 1218, foi a única ponte a
atravessar o rio Arno em Florença. A atual ponte foi
reconstruída após uma cheia em 1345. Durante a 2.ª
Guerra Mundial, foi a única ponte poupada pelos
alemães. Quando os Médici se mudaram do Palazzo
Vecchio para o Palazzo Pitti quiseram uma ligação
entre os Uffizi e o Palácio Pitti, na outra margem do rio,
que lhes permitisse permanecer isolados do povo. Daí
nasceu o Corridoio Vasariano, de Vasari, erigido em
1565 no cimo das construções alinhadas no parapeito
oriental da ponte. Já há lojas na ponte Vecchio desde o
século XIII: inicialmente eram de todos os tipos -
carniceiros e peixeiros e, mais tarde, curadores. Em
1593, o Duque Ferdinando I dos Médici decretou que
apenas seriam permitidos ourives e joalheiros na ponte.
Quando as lojas fecham, as suas portas de madeira
parecem-se com malas.
A Piazza della Signoria tem sido o núcleo da vida
política de Florença desde o século XIV. Foi palco de
28 • MyBrainMagazine
GEOGRAFIA
O Bargello, erigido em 1255, foi a primeira sede do
governo citadino de Florença e já serviu de tribunal,
prisão e agora é um museu.
Santa Croce, reconstruída para ser ordem franciscana
em 1294 por Arnolfo di Cambio, É o local onde estão
sepultados os grandes vultos de Florença: Michelangelo,
Rossini, Maquiavel e Galileu Galilei E também o
sarcófago de Dante, que está vazio. A igreja exterior
tenho uma fachada de mármore policromático
acrescentado em 1863 e paga pelo inglês Sir Francis
Sloane. Na parte sul de Santa Croce fica, os edifícios de
um antigo convento. É o caso da Capella dei Pazzi,
encomendada como casa do capítulo por Andrea dei
Pazzi e projetada por Brunelleschi.
A ponte Vecchio, até 1218, foi a única ponte a
atravessar o rio Arno em Florença. A atual ponte foi
reconstruída após uma cheia em 1345. Durante a 2.ª
Guerra Mundial, foi a única ponte poupada pelos
alemães. Quando os Médici se mudaram do Palazzo
Vecchio para o Palazzo Pitti quiseram uma ligação
entre os Uffizi e o Palácio Pitti, na outra margem do rio,
que lhes permitisse permanecer isolados do povo. Daí
nasceu o Corridoio Vasariano, de Vasari, erigido em
1565 no cimo das construções alinhadas no parapeito
oriental da ponte. Já há lojas na ponte Vecchio desde o
século XIII: inicialmente eram de todos os tipos -
carniceiros e peixeiros e, mais tarde, curadores. Em
1593, o Duque Ferdinando I dos Médici decretou que
apenas seriam permitidos ourives e joalheiros na ponte.
Quando as lojas fecham, as suas portas de madeira
parecem-se com malas.
A Piazza della Signoria tem sido o núcleo da vida
política de Florença desde o século XIV. Foi palco de
grandes triunfos, como regresso dos Médici em 1530,
mas também da fogueira das Vaidades instigada por
Savonarola, o próprio aqui queimado no poste em 1498,
denunciado como herege pela Inquisição. As esculturas
estão repletas de conotações políticas. O David de
Michelangelo foi colocado no exterior do Palazzo
Vecchio como símbolo do desafio da República face à
tirania dos Médici. O Neptuno, de Ammannati, soube
aos ambições marítimas dos Médici e a Estátua do
Duque Cosimo I, de Giambologna, evoca o homem que
colocou Toscana sobre o jogo militar dos Médici. A
estátua de Perseus a segurar a cabeça de Medusa, de
Cellini, é um aviso aos opositores dos Médici. A graciosa
Loggia dei Lanzi, uma galeria de esculturas ao ar livre,
foi concebida por Orcagna em 1376.
O Palazzo Vecchio, na Piazza della Signoria, ainda hoje
a Câmara Municipal, desde que foi concluída por
Arnolfo di Cambio em 1302. Foi renovado quando o
Duque Cosimo I fez dele seu palácio, em 1540. Ficou
conhecido por Palazzo Vecchio quando Cosimo
transferiu a corte para o Palazzo Pitti, em 1549.
Durante o período em que Florença foi capital de Itália
(1865-71) albergou o Parlamento e o Ministério dos
Negócios Estrangeiros.
A Galleria degli Uffizi é a maior galeria renascentista do
mundo. Alberga obras de Caravaggio, Boticelli, Da
Vinci, Canaletto, Rembrandt, entre outros. A galeria
contém parte da coleção de arte dos Médici, legada por
Anna Maria Luisa em 1737. O edifício foi projetado por
Vasari, nos anos 1560, como gabinetes administrativos
(uffizi) do grão-duque. Partes do edifício e da coleção
foram danificadas pela bomba de 1993, foram
restauradas e reabriram em 1998.
Por fim, a famosa Catedral de Santa Maria del Fiore de
Florença. O campanário foi desenhado pelo famoso
pintor Giotto di Bondone e tem sete sinos. Ao lado da
catedral, foi feito do mesmo mármore colorido. Cada
um dos três níveis do topo é maior que o de baixo. O
Batistério de S. João, octogonal, foi construído para
albergar a pia batismal na qual todos os cristãos de
O Palazzo Vecchio, na Piazza della Signoria, ainda
hoje a Câmara Municipal, desde que foi concluída
por Arnolfo di Cambio em 1302. Foi renovado
quando o Duque Cosimo I fez dele seu palácio, em
1540. Ficou conhecido por Palazzo Vecchio quando
Cosimo transferiu a corte para o Palazzo Pitti, em
1549. Durante o período em que Florença foi capital
de Itália (1865-71) albergou o Parlamento e o
Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A Galleria degli Uffizi é a maior galeria
renascentista do mundo. Alberga obras de
Caravaggio, Boticelli, Da Vinci, Canaletto,
Rembrandt, entre outros. A galeria contém parte da
coleção de arte dos Médici, legada por Anna Maria
Luisa em 1737. O edifício foi projetado por Vasari,
nos anos 1560, como gabinetes administrativos
(uffizi) do grão-duque. Partes do edifício e da
coleção foram danificadas pela bomba de 1993,
foram restauradas e reabriram em 1998.
Por fim, a famosa Catedral de Santa Maria del Fiore
de Florença. O campanário foi desenhado pelo
famoso pintor Giotto di Bondone e tem sete sinos.
Ao lado da catedral, foi feito do mesmo mármore
colorido. Cada um dos três níveis do topo é maior
que o de baixo. O Batistério de S. João, octogonal,
foi construído para albergar a pia batismal na qual
todos os cristãos de Florença eram batizados, foi
edificado entre 1059 e 1128. O batistério é famoso
por três conjuntos de portas de bronze de
importância artística. O par a oeste, de frente para
a catedral, impressionou tanto Miguel Ângelo que o
chamou "portas do paraíso".
A Catedral, Duomo, cuja fachada oeste, de
mármore branco de Carrara, mármore verde de
Prato e mármore rosa de Maremma, foi a última
parte que foi construída, entre 1886 e 1887,
segundo o projeto de Emilio de Fabris. Mas o atual
edifício foi iniciado em 1296, por Arnolfo di Cambio
e é a terceira catedral erigida nesse local. Tendo a
construção demorado 140 anos, o plano original só
foi alterado uma vez durante a construção, quando
a metade leste da catedral foi alargada para
permitir alojar a famosa cúpula. Quando foi
construída, era a maior catedral da Europa,
tornando-se símbolo de Florença. Os trabalhos
nesta extraordinária estrutura iniciaram-se em 1420
e seriam terminados em apenas 16 anos.
Em 1418, as autoridades de Florença abordaram um
problema descurado ao longo de décadas: o
enorme buraco aberto na cobertura da catedral.
Ano após ano, o sol de Verão e as chuvas de Outono
caíam sobre o altar-mor de Santa Maria del Fiore ou
sobre o espaço vazio que este deveria ter ocupado.
A construção do templo, iniciada em 1296, era uma
afirmação do destacado papel desempenhado por
Florença entre as grandes capitais culturais e
económicas da Europa, enriquecida graças à alta
finança e ao comércio da lã e da seda. Anos mais
tarde, foi decidido que o remate esplendoroso do
edifício seria a maior cúpula do mundo, para
demonstrar que a catedral era “a mais útil e
formosa, a mais poderosa e venerável” entre todas
as que tinham sido construídas até então. No
entanto, as décadas foram passando sem que
ninguém parecesse capaz de conceber um projeto
viável de uma cúpula de quase cinquenta metros de
diâmetro. Pior: era necessário começar a edificá-la
a 55 metros de altura sobre paredes já existentes.
Outras dificuldades afligiam o conselho
catedralício: os projectos de construção previstos
dispensavam o recurso a arcobotantes e aos arcos
ogivais próprios do estilo gótico tradicional,
preferidos nas cidades rivais do Norte, como Milão,
eterna inimiga de Florença. Não obstante, esses
elementos eram as únicas soluções arquitetónicas
Basílica de Santa Croce, Casa di Dante, Uffizi,
Fontanna di Nettuno - Piazza della Signoria,
piazza della Repubblica, Palazzo Vecchio - piazza
della Signoria, vista sobre Florença da Piazzale
Michelangelo (Ponte Vecchio, Palazzo Vecchio e
Duomo).
MyBrainMagazine • 29
GEOGRAFIA
Em 1418, as autoridades de Florença abordaram um
problema descurado ao longo de décadas: o enorme buraco
aberto na cobertura da catedral. Ano após ano, o sol de
Verão e as chuvas de Outono caíam sobre o altar-mor de
Santa Maria del Fiore ou sobre o espaço vazio que este
deveria ter ocupado. A construção do templo, iniciada em
1296, era uma afirmação do destacado papel
desempenhado por Florença entre as grandes capitais
culturais e económicas da Europa, enriquecida graças à alta
finança e ao comércio da lã e da seda. Anos mais tarde, foi
decidido que o remate esplendoroso do edifício seria a
maior cúpula do mundo, para demonstrar que a catedral era
“a mais útil e formosa, a mais poderosa e venerável” entre
todas as que tinham sido construídas até então. No entanto,
as décadas foram passando sem que ninguém parecesse
capaz de conceber um projeto viável de uma cúpula de
quase cinquenta metros de diâmetro. Pior: era necessário
começar a edificá-la a 55 metros de altura sobre paredes já
existentes. Outras dificuldades afligiam o conselho
catedralício: os projectos de construção previstos
dispensavam o recurso a arcobotantes e aos arcos ogivais
próprios do estilo gótico tradicional, preferidos nas cidades
rivais do Norte, como Milão, eterna inimiga de Florença. Não
obstante, esses elementos eram as únicas soluções
arquitetónicas conhecidas capazes de suportar aquela
estrutura colossal. Foi assim que, em 1418, as autoridades
florentinas decidiram lançar um concurso para
apresentação do desenho ideal da cúpula, oferecendo um
tentador prémio de 200 florins de ouro ao vencedor. Os
melhores arquitetos da época acorreram à cidade do Arno
para propor as suas ideias. Desde os primórdios, o projecto
foi afectado por tantas dúvidas e temores, secretismo e
orgulho cívico, que uma aura de lenda rapidamente
envolveu a história da cúpula, transformando-a em parábola
do engenho florentino e mito fundacional do Renascimento
italiano. Segundo as primeiras crónicas escritas, os
perdedores saíram-se particularmente mal. Contou-se que
um dos candidatos a arquiteto tinha proposto fazer
assentar a cúpula sobre uma enorme coluna erigida no
centro da catedral. Outro sugeriu construí-la em “pedra
esponja” (talvez se tratasse de spugna, uma rocha vulcânica
altamente porosa) para diminuir o peso. Um terceiro propôs
utilizar como suporte um monte de terra misturada com
moedas, para que, uma vez terminada a obra, os cidadãos
necessitados o removessem gratuitamente. Outro
candidato, um ourives pouco atraente, de mau feitio e
baixa estatura, chamado Filippo Brunelleschi, prometeu
erguer não uma cúpula, mas duas, uma dentro da outra, sem
necessidade de levantar andaimes complicados e
dispendiosos. Mas negou-se a revelar os pormenores do seu
projeto por temer que lhe roubassem a ideia. Quando se
apresentou a concurso, acabara de regressar de Roma, onde
passara alguns anos a medir e a desenhar os monumentos
antigos, anotando em escrita cifrada os seus segredos
arquitectónicos. Na verdade, a vida de Brunelleschi parece
ter sido uma longa aprendizagem encaminhada para
construir uma cúpula de beleza ímpar, tão poderosa e
venerável como Florença desejava. No ano seguinte, os
responsáveis pela catedral reuniram-se várias vezes com
Brunelleschi e extraíram-lhe mais pormenores do seu
projeto. Começaram a vislumbrar então que se tratava de
uma ideia brilhante e também arriscada. A sua cúpula seria
composta por duas cúpulas concêntricas: uma interna,
visível a partir do interior da catedral, que seria alojada
dentro de outra, externa, mais larga e mais alta. Para
contrabalançar o “esforço tangencial” – a pressão de
dentro para fora criada pelo peso de uma estrutura de
grande dimensão, susceptível de abrir rachas, ou fazê-la
derrocar – o projetista propunha-se reforçar as paredes
com anéis de pedra, ferro e madeira, semelhantes aos arcos
de um tonel. Tencionava construir em pedra os primeiros 17
metros e prosseguir com materiais mais ligeiros, talvez
spugna ou tijolo. Garantiu igualmente às autoridades que
podia trabalhar sem andaimes. Os responsáveis pela
construção agradeceram a poupança de madeira e mão-de-
obra que isso implicava, pelo menos nos primeiros vinte
metros. Em 1420, as autoridades decidiram nomear Filippo
Brunelleschi provveditore, ou diretor, do projeto da cúpula.
Duomo de Firenze (x3),
porta do Battistero, joalharia
na ponte Vecchio, ponte
Vecchio (x2).
de um tonel. Tencionava construir em pedra os primeiros 17 metros
e prosseguir com materiais mais ligeiros, talvez spugna ou tijolo.
Garantiu igualmente às autoridades que podia trabalhar sem
andaimes. Os responsáveis pela construção agradeceram a
poupança de madeira e mão-de-obra que isso implicava, pelo
menos nos primeiros vinte metros. Em 1420, as autoridades
decidiram nomear Filippo Brunelleschi provveditore, ou diretor, do
projeto da cúpula. Apesar da nomeação, os mercadores e
banqueiros confiavam na concorrência como mecanismo de
garantia da qualidade e nomearam como director-adjunto o
ourives Lorenzo Ghiberti, colega de Brunelleschi. Os dois homens
eram rivais desde 1401, ano em que ambos tinham competido por
outro ilustre encargo: a concepção das portas de bronze do
Batistério de Florença. Ghiberti ganhara nessa ocasião. Mas já
naquela época Ghiberti era o artista mais famoso e com melhores
contactos políticos de Florença. Assim sendo, Brunelleschi, cujo
projeto para a cúpula fora aceite sem reparos, viu-se obrigado a
colaborar com o seu incómodo e famoso rival. Já tinham passado
muitos anos e a obra nunca mais terminava. O primeiro problema
foi estritamente técnico. Nenhum mecanismo de elevação
conhecido conseguia erguer a tais alturas materiais tão
terrivelmente pesados, incluindo as vigas de arenito. Nesse
domínio, o hábil relojoeiro que era Brunelleschi excedeu-se,
inventando um cabrestante de três velocidades, equipado com um
complexo sistema de engrenagens, roldanas, parafusos e eixos
articulados, accionado por uma junta de bois que fazia girar um
eixo de madeira. Funcionava com uma corda especial de 180
metros de comprimento e quase quinhentos quilogramas de peso,
fabricada para o efeito nos estaleiros de Pisa, e estava equipado
com um revolucionário sistema de embraiagem capaz de inverter a
direcção sem que fosse necessário os bois mudarem o sentido do
seu movimento. Mais tarde, Brunelleschi concebeu outras máquinas
elevatórias também inovadoras, entre as quais o castello, uma grua
com cerca de vinte metros de altura, incorporando uma série de
contrapesos e roldanas manuais, para deslocar lateralmente as
cargas depois de alcançarem a altura adequada. As máquinas de
Brunelleschi eram aparelhos tão avançados para o seu tempo que
não tiveram rival até à chegada da Revolução Industrial,
fascinando várias gerações de artistas e inventores – entre os
quais Leonardo Da Vinci.
Uma vez preparados os instrumentos necessários, Brunelleschi
centrou a atenção na cúpula propriamente dita, à qual deu forma
por meio de uma série de extraordinárias inovações técnicas. A
dupla cúpula por si concebida resultou numa estrutura muito mais
alta e leve do que poderia ser uma abóbada compacta. Entreteceu
na textura da cúpula fieiras regularmente espaçadas entre si de
tijolos dispostos em espinha, segundo uma técnica pouco
conhecida anteriormente, para dotar a estrutura de maior solidez.
À medida que a construção progredia, Brunelleschi passava cada
vez mais tempo no estaleiro. Supervisionava o fabrico de tijolos de
diversas dimensões e o fornecimento da pedra e do mármore
seleccionados nas pedreiras. Dirigia um exército de pedreiros,
canteiros, ferreiros, canalizadores, tanoeiros e aguadeiros.
Brunelleschi preocupava-se muito com os seus trabalhadores,
tanto por razões de segurança como para que as obras avançassem
tão depressa quanto possível. Ordenou por isso que lhes dessem
vinho misturado com água para se manterem concentrados quando
trabalhavam alturas elevadas e acrescentou parapeitos às
plataformas suspensas para evitar quedas e, ao mesmo tempo,
impedir que os operários olhassem do alto das alturas vertiginosas
e sentissem tonturas. O projeto também foi afectado por
problemas causados por adversários bem relacionados,
encabeçados pelo intriguista Lorenzo Ghiberti, que recebia o
salário anual idêntico ao de Brunelleschi (36 florins), embora não
fosse autor do projeto nem responsável de obra. Em finais desse
ano, os arquivos creditam o nome de Brunelleschi como o único
“inventor e diretor da cúpula”. Por dentro, a cúpula tem frescos de
Giorgio Vasari e Zuccari, representando o Julgamento Final.
A Igreja de Santa Maria Novella foi construída entre 1279 e 1357
por monges dominicanos. Esta igreja gótica mais importante da
Toscana. A parte inferior da fachada de mármore é provavelmente
da autoria de Fra Jacopo Talenti e parte superior foi terminada
entre 1456 e 1470 por Leon Battista Alberti.
San Lorenzo é a igreja onde estão sepultados os Médici (nas
Capellas Médici) e foi reconstruída por Filippo Brunelleschi entre
30 • MyBrainMagazine
No reinado de D.Maria II realizaram-se
importantes reformas relativas à cultura e ao
ensino, como:
- o alargamento do ensino primário (em todo
o reino) que se tornou obrigatório e gratuito;
- a criação de liceus distritais e de escolas
politécnicas (Lisboa e Porto);
- a fundação do Instituto Agrícola e do
Conservatório Nacional;
- a criação da escola do Exército e de escolas
para professores;
- a construção do Teatro Nacional D. Maria II.
D. Maria II nomeou o ministro Sá da Bandeira
para tomar algumas medidas no ultramar.
Umas dessas foram a abolição da escravatura
e o desenvolvimento de matérias-primas.
No reinado de D. Pedro V, Fontes Pereira de
Melo, seu ministro, houve várias medidas
como a construção de caminhos de ferro. Este
rei, D. Pedro V era muito culto e achava que
devia haver mais gente a estudar. Para isso
criou escolas primárias e fundou o Curso
Superior de Letras e o Observatório
Astronómico da Tapada da Ajuda.
No reinado de D. Luís I não só se aboliu a pena
de morte como também se fizeram
explorações na zona entre Angola e
Moçambique, África.
Havia um constante protesto na Conferência
de Berlim em relação aos territórios dos
países europeus em África.
Portugal apresentou na conferência o Mapa
Cor-de-Rosa. A França e a Alemanha aceitaram
o mapa mas a Inglaterra não pois queria
construir um caminho-de-ferro que ligava
Cairo (Egito) à Cidade do Cabo (África do
Sul). Então esta enviou um ultimato segundo o
qual o nosso país deveria abandonar os
territórios entre Angola e Moçambique.
Portugal acabou por ceder, apesar de
indignado.
No Porto, na madrugada de 31 de janeiro de
1891, republicanos substituíram a bandeira da
monarquia pela bandeira republicana e
cantaram o hino A Portuguesa. Mas essa
revolta foi falhada.
Os republicanos mataram D. Carlos e o
príncipe Luís Filipe. D. Manuel ficou ferido
num braço e D. Amélia nada sofreu.
Os autores do atentado, Alfredo Costa e
Manuel Buíça, foram detidos e julgados pelo
atentado contra a família Real Portuguesa.
.Ingleses não saíam de Portugal.
Beresford perseguia todos aqueles que estavam
contra a presença dos ingleses em Portugal. Em
1817, Gomes Freire de Andrade tentou
expulsar os ingleses mas não deu resultado.
Porém, em 1818, um grupo de homens do Porto
formaram o Sinédrio, uma sociedade secreta
HISTÓRIA
mapa cor-de-
rosa, D.
Maria II, o
Regicídio, 31
de Janeiro de
1891.
Veneza e Florença em 4 dias
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Veneza e Florença em 4 dias

  • 1. Venezaa rainha do Adriático FlorençaMarco Polo
  • 3. MyBrainMagazine • 3 MyBrainMagazine Veneza, por muitos a cidade mais bonita do mundo, a cidade dos canais, a pérola do Adriático, um dos encantos de Itália,... EMAIL mybrainsociety@gmail.com ENDEREÇO www.mybrainsociety.blogspot.pt Copyright © 2016 MyBrainSociety. Todos os direitos reservados. MyBrain (capa): Registered Trademarks® (marcas registadas). A MyBrain não se responsabiliza por material não solicitado. A sabedoria não tem limites INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E DE IMAGENS CAPA Vista da Ponte do Rialto
  • 4. 4 • MyBrainMagazine Í N D I C E visão .....................................................................................................7 crítica ...................................................................................................8 meditação .............................................................................................9 roteiro de viagem ...............................................................................10 entrevista............................................................................................11 ................................................................................................12 ........................................................................................18 ..........................................................................................19 .................................................................................................20 ...............................................................................................21 ................................................................................................22 ..................................................................................................24 ................................................25 .....................................................................26 ..............................................................................................27 ...................................................................................32 ....................................................................................33 .................................................................................34 .......................................................................................35 ...................................................................36 ...............................................................................37 ..................................................................................38 .....................................................................................39 ..........................................................................................40
  • 5. MyBrainMagazine • 5 ...........................................................................42 .................................................................................43 ..........................................................................................44 .............................................................................45 ...........................................................................................46 ......................................................................47 ..............................................................................48 ..........................................................................................49 .....................................................................50 .......................................................................................51 .................................................................................52 .......................................53 ......................................................................54 ...................................................................................56 ..........................................................................................58 .................................................59 .........................................................................60 ..........................................................................62 ............................................................................................63 ...........................................................................................64 ...........................................................................65 ............................................................................66 ..........................................................................67 ............................................................................................68 .................................................................................69 .............................................................................................70 ........................................................................72 ........................................................................................74
  • 7. MyBrainMagazine • 7 VISEU Uma cidade no coração da Beira, Viseu é uma cidade- jardim, com monumentos que remontam à Idade Média. visão “É preciso provocar sistematicamente confusão. Isso promove a criatividade. Tudo aquilo que é contraditório gera vida.” Salvador Dalí
  • 8. 8 • MyBrainMagazine AUTO-REFINAMEN "Um judeu é como uma vela," explicou certa vez o Rebe a um chassid, "e sua tarefa é acender outros judeus." As pessoas e o “mau tempo” A maioria das pessoas odeia o inverno e os dias chuvosos, mas esquecem-se de que a chuva é bastante importante na natureza e na vida das pessoas. Nalguns países do deserto do Sahara e no Brasil, houve longos períodos de seca e as pessoas só esperavam que viesse chuva. A maioria das pessoas só quer sol, sol, sol... mas quando não houver água e estiver tudo seco irão querer o contrário. crítica “A crítica construtiva, por mais feroz que seja, é um dos métodos mais eficazes para resolver problemas. “ Nelson Mandela
  • 9. MyBrainMagazine • 9 A JOVEM E A FLOR Havia uma jovem muito rica, que tinha tudo: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego em que ganhava muitíssimo bem, uma família unida. O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres ocupavam-lhe todo o tempo e a sua vida não estava bem em algumas áreas.Se o trabalho lhe ocupava muito tempo, ela tirava do tempo que tinha para os filhos, se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido... E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois. Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente: uma flor muito cara e raríssima, da qual havia apenas um exemplar em todo o mundo. E disse-lhe:- Filha, esta flor vai ajudar-te muito mais do que imaginas! Terás apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, ás vezes conversar um pouquinho com ela, e ela te dará em troca esse perfume maravilhoso e essas lindas flores.A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual.Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor. Ela chegava a casa, olhava a flor e as flores ainda estavam, lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas.Então ela passava e seguia.Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu.Ela chegou a casa e apanhou um susto!Estava completamente morta, suas raízes estavam ressequidas, suas flores caídas e suas folhas amarelas.A jovem chorou muito, e contou ao seu pai o que havia acontecido.Seu pai então respondeu:- Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso Dar-te outra flor, porque não existe outra igual a essa, essa era única...Assim como teus filhos, teu marido e tua família. Todos são bênçãos que o Senhor te deu, mas tu tens que aprender a regá-los, podá-los e dar-lhes atenção, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem. Tu acostumaste-te a ver a flor sempre lá, sempre florida, sempre perfumada, e esqueceste-te de cuidar dela.Cuida das pessoas que amas! meditação “Meditação traz sabedoria; a falta de meditação deixa a ignorância. Escolha o caminho que o guia à sabedoria.” Buda
  • 10. 10 • MyBrainMagazine “Viajar é a maneira mais agradável, menos prática e mais custosa de instruir-se.” Paul Morrand roteiro de viagem VENEZA & FLORENÇA (4 DIAS) 1.º Dia - Viagem para Bolonha - Veneza Partida de táxi para a Piazza Maggiore (chegada às 9:15) e ir ao Quadrilatero, um mercado medieval onde se pode comprar todo o tipo de delícias – massa tradicional, mortadela, molho ragú. Às 11:00, partida para a estação ferroviária e às 12:10 partida para Veneza e chegada às 13:35. Às 14:00 chegada ao hotel Palazzetto Madonna a pé. Saída do hotel às 14:25 e às 14:29 apanhar um barco da estação de S.Toma’SX para Sant’Angelo (6 min). Chegada ao restaurante Acqua Pazza às 14:40. Almoço e às 15:10 início do passeio e às 15:13 passar pelo exterior do edifício Teatro la Fenice e às 15:20 chegada ao Jardim de S. Marcos. Passeio no jardim e às 15:40, ida até ao fundo da Praça de S. Marcos (Museu Correr) e tomar um café. Às 16:00, visita ao Campanário (8€ per capita), vista por fora da Torre dell’Orologio e às 16:40 entrada na Basílica de S. Marcos (visita de 10 minutos, segundo o site). Às 17:00 entrada no Palazzo Ducale (visita de 1 hora, 16€) e às 18:00 continuação para a Ponte dos Suspiros (ver por fora) e para a Igreja Santa Maria Formosa (ver por fora), com chegada às 18:10. Continuação para o bairro de lojas de Mercerie (chegada às 18:15) e tempo livre de 15 minutos para lojas. Continuação para a ponte do Rialto (chegada às 18:30). Às 18:40 visita ao mercado do Rialto, até às 19:00. Jantar. Hotel Palazzetto Madonna 2.º Dia - Veneza - Florença Sair do hotel às 9:00. Às 9:05, visita à Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari (10 minutos, 3€) seguida de partida para a Gallerie dell’Accademia, com chegada às 9:30. Sua visita em 30 minutos (9€ per capita, mas gratuito para menores de 18). Às 10:00, partida para a Basílica de Santa Maria della Salute, com chegada às 10:10. Sua visita em 10 minutos. Às 10:20 tempo livre para andar de gôndola e também para procurar uma (os preços costumam ser superiores a 60€, mas regateando podem baixar até 20€ e, claro, o preço é por 2 pessoas). Após a gôndola, almoço no restaurante Trattoria alla Madonna e depois ir ao hotel fazer o check out (no máximo às 14:45) e e apanhar as malas. Ir a pé para a estação e chegada 15 minutos depois. O comboio parte às 15:35 da estação de Santa Luzia e chega a estação de Santa Maria Novella em Florença às 17:30. A pé até ao hotel Kraft, com chegada às 17:45. Check in e às 18:00 apanhar táxi para a Piazza della Signoria, com chegada às 18:10. Visita por fora ao Palazzo Vecchio e ida para a Ponte Vecchio, com chegada às 18:20. Às 19:40 ida para a rua de lojas Via dè Tornabuoni e tempo livre e depois ida até ao restaurante Cantinetta Antinori e às 20:30 jantar. Depois de jantar e de um breve passeio, ida de táxi para o hotel. Hotel Cavour 3.º Dia - Florença Saída do hotel às 9:00 e ida a pé para a Basílica de Santa Maria Novella e ver por fora, com chegada às 9:10. Ida a pé para o palácio Pitti (com chegada às 9:30, 7€). Visita ao palácio e aos jardins Boboli. Às 10:30 apanhar táxi para Piazzale Michelangelo e chegada às 10:40. Às 10:50 partida de táxi para Basílica de Santa Croce e capela Pazzi (6€/4€ -18 anos), com chegada prevista às 11:00. Visita de 20 minutos. Continuação para o Duomo e o Batistério e visita ao Duomo às 11:30 em 25 minutos. Às 12:00 entrada na Gallerie dell’Accademia (8€) e sua visita em 45 minutos. Às 12:45, continuação para Palazzo Medicci-Riccardi (7€) e sua visita até às 13:15. Almoço e continuação às 14:15 para a Basílica de San Lorenzo e Capelle Medicee e sua visita até às 14:45. Continuação para Galleria Uffizi (10€) e no caminho tomar café. Às 15:30 visita à galeria Uffizi e resto do tempo livre. Jantar em Ora d’aria. Transporte de táxi para o hotel. Hotel Cavour 4.º Dia - Viagem de regresso
  • 11. MyBrainMagazine • 11 ENTREVISTA A UM VENEZIANO Como é viver numa cidade repleta de água? Para os turistas pode ser muito bonito e romântico mas, como as pessoas devem deduzir, torna-se muito, mas mesmo muito pouco prático. Estarmos repletos de água limita-nos muito a vida e ainda por cima, devido à ondulação dos barcos a motor, as casas começam a ficar deterioradas. E os serviços? Bombeiros, polícia,... Como são? Os bombeiros têm barcos, a polícia multa barcos com excesso de velocidade e também usa barcos. O vaporetto é o nosso autocarro, mas também temos táxis aquáticos. Os "camiões do lixo" e os "camiões de abastecimento" também são barcos. As gruas e os camiões de obras também são barcos. É outro mundo onde não há automóveis mas sim barcos. entrevista “Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha algo a aprender.” Blaise Pascal
  • 12. 12 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA Veneza é dividida em seis bairros (sestieri), três a a oeste do Grande Canal (San Polo, Dorsoduro e Santa Croce) e os outros três a este (San Marco, Castello, Cannaregio). Desde sempre que a cidade foi visitada e os turistas a admiravam. De início, os visitantes eram mercadores, atraídos por esta cidade mercantil na ponta ocidental da rota da Seda e no cruzamento do Oriente com o Ocidente. Era visitada por mercadores de toda a Europa atraídos por esta cidade de artigos de luxo. eneza, a Rainha do Adriático, uma cidade única com muitos canais, 400 pontes, 3000 vielas que juntas somam 192 km, enfim, uma cidade encantadora no meio de uma lagoa. A cidade está assente em 120 ilhas e é servida por 177 canais na lagoa entre as bocas dos rios Pó e Piave, no extremo norte do mar Adriático.V ponta ocidental da rota da Seda e no cruzamento do Oriente com o Ocidente. Era visitada por mercadores de toda a Europa atraídos por esta cidade de artigos de luxo. Veneza foi fundada em 452 d. C. por habitantes de Aquileia, Pádua e de outras cidades do Norte da Itália que aqui se refugiaram das tribos germânicas que invadiram a Itália no século V. Aqui estabeleceram o seu governo, liderado por 12 tribunos representantes das ilhas. Apesar de fazerem parte do Império Romano Oriental tinham uma certa autonomia. Em 697 foi organizada a República, chefiada por um doge. Problemas internos dividiram a República e só foram sanados com a união que se formou para combater os invasores. Os Sarracenos foram expulsos em 836 e os Húngaros em 900. Em 991, Veneza assinou um acordo com os muçulmanos, iniciando um proveitoso comércio com a Ásia que fez de Veneza o maior centro comercial com o Oriente e, consequentemente, um dos maiores e mais ricos da época. A República beneficiou também com a partilha do Império Bizantino em 1204, tornando-se a força política dominante da Europa de então. No final do século XIII a República transformara-se numa oligarquia, e nos séculos XIII e XIV envolveu-se em guerras com Génova, o seu principal rival a nível comercial. A sua supremacia foi afirmada no conflito de 1378-1381. Estas guerras, contudo, impediram-na de conquistar territórios vizinhos. De qualquer modo, no final do século XV a cidade-estado era a mais forte potência marítima do mundo. As invasões turcas, iniciadas em meados do século XV, foram um dos fatores decisivos para que entrasse em declínio. Veneza via-se confron- tada com ataques externos e de outros estados italianos, e com a perda de poder económico na sequência da descoberta da via marítima para as Índias através do cabo da Boa Esperança (pelo navegador português Vasco da Gama entre 1497-1498). 12 • MyBrainMagazine
  • 13. MyBrainMagazine • 13 Os bairros da Graça e da Mouraria possuem o Chapitô, escola de palhaços, e o Castelo de S. Jorge, que remonta à Lisboa moura do século XI, castelo onde se encontrava o Paço Real onde a corte desde o século XIII ao século XVI se instalou e onde D. Manuel I deu as suas festas e onde Gil Vicente atuou. A Baixa foi reconstruída após o terramoto em ruas paralelas e com edifícios pombalinos com a “gaiola”, proteção de estacas de madeira que protege dos sismos. A Rua Augusta é a artéria principal da Baixa Pombalina, unindo o Terreiro do Paço ou Praça do Comércio (era aí que se encontrava o Paço da Ribeira, bem como a sua No coração da Baixa de Coimbra está uma casa medieval, com ressaltos desnivelados em madeira nos pisos da fachada principal. As paredes são de enxaimel e as janelas possuem ombreiras de madeira pintada. é uma casa de sobrado (loja e habitação). A construção da Sé Velha teve início no século XII, sob a orientação do Mestre Roberto que dirigia na mesma época a obra da Sé de Lisboa. A igreja românica, construída em calcário amarelo, está implantada a meia encosta e é constituída por três naves, transepto saliente e cabeceira tripartida. O claustro, de um piso, disposto lateralmente a sul da igreja, foi construído no início do século XIII. O antigo castelo de Coimbra, na atual Universidade, apesar de já estar destruído, marca a sua presença em partes sobreviventes das muralhas: - Porta da Barbacã: reforço necessário criando uma segunda muralha (entre as portas de Almedina e Belcouce); - Porta e Torre da Almedina: esta era a porta da Medina, entrada principal da cidade intra-muros. Assente na parte mais baixa da muralha, constituía o acesso de maior importância civil e militar e o que tinha maior movimento. Foi uma porta entre dois cubelos avançados que, mais tarde, foram ligados por meio de um arco fundo e levantado o forte torreão. A Torre é provavelmente uma das torres defensivas de maior imponência no perímetro da muralha devido à vulnerabilidade do local; - Torre do Anto / Torre do Prior do Ameal: No princípio do século XVI foi transformada em habitação; - Torre da Contenda e Paço de Sobre Ripas: No início do século XVI (1514) é vendida ao licenciado João Vaz que contrói o Paço de Sobre Ripas em parte sobre a velha torre e também o arco que passa a ligar a casa a uns pardieiros do outro lado da rua, transformados posteriormente em residência com ornamentos renascentistas. GEOGRAFIA Em 1508, o Sacro Império Romano-Germânico, o Papa e a Espanha conjugaram esforços contra Veneza na Liga de Cambrai, e dividiram o território entre si. Veneza retomou os seus domínios italianos através de negociações. No entanto, nunca mais conseguiu retomar a sua pujança política, embora continuasse a ser um ponto de referência no panorama internacional. Nos últimos anos do século XVIII (1797), a República foi conquistada pelos franceses, liderados por Napoleão Bonaparte, que a entregou à Áustria. Esta dominação continuou até 1805 quando a Áustria foi obrigada a entregar Veneza ao reino de Itália, controlado pelos franceses. Contudo, em 1814 a cidade voltou a integrar os domínios austríacos. Em 1815 Veneza uniu-se à Lombardia, para formar o efémero reino Lombardo-Veneziano. Os venezianos, sob o comando do estadista Daniele Manin, revoltaram-se contra o domínio dos austríacos, em 1848, fundando uma nova República. Em 1849 a Áustria restaurou o seu poder. Mais tarde, em 1866, depois da Guerra das Sete Semanas, Veneza passou a integrar o renovado reino de Itália. No tempo dos Romanos começou-se a fabricar vidro em Veneza, mas, para reduzir os riscos de incêndio, no século XIII, a indústria vidreira mudou-se para Murano. O "carnevale" de Veneza ("carnem levare" - adeus à carne) surgiu no século XV e renasceu em 1979, dura 10 dias e emula os festivais da pré-Quaresma do século XVIII, onde as pessoas se vestem com máscaras e trajes extravagantes. Surgiu quando os nobres se queriam disfarçar no meio do povo. O Carnaval de Veneza pode ser considerado o mais importante e famoso de toda a Europa. A sua origem, nos termos em que hoje é conhecido, remonta, segundo se pensa, ao ano de 1162, quando a então designada Repubblica Della Serenissima obteve uma importante vitória na guerra contra Ulrico, o patriarca de Aquileia, que invadiu a cidade enquanto esta estava ocupada a lutar com o Ducado de Pádua e Ferrara. Após a derrota, Ulrico teve de pagar à cidade um touro e doze porcos, que passaram, a partir de então, a fazer parte da tradição da festa da Sexta- feira Gorda, em que o mesmo número de animais era morto na Praça de S. Marcos, numa grande festa que incluía banquetes, danças, espetáculos de acrobacias, truques de magia e marionetas, entre outros. A especificidade do Carnaval de Veneza nascia assim oficialmente das celebrações desta vitória e, como era hábito na Idade Média, mágicos, charlatães, acrobatas e saltimbancos juntavam-se ao povo, aos mercadores e à nobreza. Veneza, na época ainda uma pequena mas muito poderosa república, tinha uma acentuada característica multicultural, fruto da sua importância como centro mercantil e ponto obrigatório da passagem, tanto no atual território da Itália como nas rotas da China e do Próximo Oriente. Esta festa continuou por muitos séculos até que no século XVII foi enriquecida em termos de música, cultura e vestuário rico e exótico. As belíssimas máscaras estiveram, durante centenas de anos, associadas à tradição e à fantasia do Carnaval e muitas delas tornaram-se famosas fazendo mesmo parte da "Commedia dell'Arte", um tipo de teatro cómico surgido na segunda metade do século XVI, que se contrapunha ao teatro clássico rígido e formal e que imortalizou personagens como o Arlequim, a Columbina, a Pulcinella, o Doutor ou o Pantalone. Em Veneza o Carnaval começava oficialmente com o Liston delle Maschere, o caminho das máscaras, que era o passeio dado pelos habitantes que, elegantemente vestidos e usando as suas máscaras, expunham as suas riquezas em sedas e joias. Primeiro pelo Campo de Santo Stefano e mais tarde pela Praça de S. Marcos, por este último local ser mais espaçoso, para trás e para a frente, desfilavam repetidamente até acabarem no restaurante ou no teatro. A "Bauta", de cor branca, é considerada a máscara tradicional de Veneza, a qual permitia ao seu utente comer e beber sem a retirar, sendo usada também durante todo o ano para proteger a identidade e permitir os encontros românticos. A "Moretta", máscara exclusivamente feminina, foi uma das mais famosas, apesar de ser segura, através de um botão, pelos dentes da frente, o que impunha às mulheres um silêncio forçado muito do apreço dos homens. O "carnevale" de Veneza ("carnem levare" - adeus à carne) surgiu no século XV e renasceu em 1979, dura 10 dias e emula os festivais da pré-Quaresma do século XVIII, onde as pessoas se vestem com máscaras e trajes extravagantes. Surgiu quando os nobres se queriam disfarçar no meio do povo. O Carnaval de Veneza pode ser considerado o mais importante e famoso de toda a Europa. A sua origem, nos termos em que hoje é conhecido, remonta, segundo se pensa, ao ano de 1162, quando a então designada Repubblica Della Serenissima obteve uma importante vitória na guerra contra Ulrico, o patriarca de Aquileia, que invadiu a cidade enquanto esta estava ocupada a lutar com o Ducado de Pádua e Ferrara. Após a derrota, Ulrico teve de pagar à cidade um touro e doze porcos, que passaram, a partir de então, a fazer parte da tradição da festa da Sexta- feira Gorda, em que o mesmo número de animais era morto na Praça de S. Marcos, numa grande festa que incluía banquetes, danças, espetáculos de acrobacias, truques de magia e marionetas, entre outros. A especificidade do Carnaval de Veneza nascia assim oficialmente das celebrações desta vitória e, como era hábito na Idade Média, mágicos, charlatães, acrobatas e saltimbancos juntavam-se ao povo, aos mercadores e à nobreza. Veneza, na época ainda uma pequena mas muito poderosa república, tinha uma acentuada característica multicultural, fruto da sua importância como centro mercantil e ponto obrigatório da passagem, tanto no atual território da Itália como nas rotas da China e do Próximo Oriente. Esta festa continuou por muitos séculos até que no século XVII foi enriquecida em termos de música, cultura e vestuário rico e exótico. As belíssimas máscaras estiveram, durante centenas de anos, associadas à tradição e à fantasia do Carnaval e muitas delas tornaram-se famosas fazendo mesmo parte da "Commedia dell'Arte", um tipo de teatro cómico surgido na segunda metade do século XVI, que se contrapunha ao teatro clássico rígido e formal e que imortalizou personagens como o Arlequim, a Columbina, a Pulcinella, o Doutor ou o Pantalone. Em Veneza o Carnaval começava oficialmente com o Liston delle Maschere, o caminho das máscaras, que era o passeio dado pelos habitantes que, elegantemente vestidos e usando as suas máscaras, expunham as suas riquezas em sedas e joias. Primeiro pelo Campo de Santo Stefano e mais tarde pela Praça de S. Marcos, por este último local ser mais espaçoso, para trás e para a frente, desfilavam repetidamente até acabarem no restaurante ou no teatro. A "Bauta", de cor branca, é considerada a máscara tradicional de Veneza, a qual permitia ao seu utente comer e beber sem a retirar, sendo usada também durante todo o ano para proteger a identidade e permitir os encontros românticos. A "Moretta", máscara exclusivamente feminina, foi uma das mais famosas, apesar de ser segura, através de um botão, pelos dentes da frente, o que impunha às mulheres um silêncio forçado muito do apreço dos homens. gôndolas com vista para a basílica de San Giorgio Maggiore 13 • MyBrainMagazine
  • 14. 14 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA Em Veneza o Carnaval começava oficialmente com o Liston delle Maschere, o caminho das máscaras, que era o passeio dado pelos habitantes que, elegantemente vestidos e usando as suas máscaras, expunham as suas riquezas em sedas e joias. Primeiro pelo Campo de Santo Stefano e mais tarde pela Praça de S. Marcos, por este último local ser mais espaçoso, para trás e para a frente, desfilavam repetidamente até acabarem no restaurante ou no teatro. A "Bauta", de cor branca, é considerada a máscara tradicional de Veneza, a qual permitia ao seu utente comer e beber sem a retirar, sendo usada também durante todo o ano para proteger a identidade e permitir os encontros românticos. A "Moretta", máscara exclusivamente feminina, foi uma das mais famosas, apesar de ser segura, através de um botão, pelos dentes da frente, o que impunha às mulheres um silêncio forçado muito do apreço dos homens. Em Veneza, uma refeição inclui um antipasti, um primo plato de sopa, arroz ou massa, um secondo plato de peixe com contorni de legumes e depois fromaggi e dolce. Verdadeiro ex-líbris de Veneza, a gôndola sofreu um longo processo de evolução ao longo dos séculos, tanto na sua estrutura como nos seus acabamentos, acompanhando o desenvolvimento e as transformações da própria cidade. É mencionada pela primeira vez em 1094, num decreto do doge Vitale Falier como gondulam, nome, de origem incerta, que tanto pode ter resultado do termo latino para pequeno barco cymbula, como do diminutivo de concha, cuncula, como ainda das designações gregas para embarcações, como kundy ou kuntòhelas. No entanto, foi entre os fins do século XV e os princípios do século XVI que surgiram as primeiras representações visuais da gôndola pela mão de artistas como Gentile Bellini, Vittore Carpaccio ou Giovanni Mansueti. Neste período, a gôndola não se distinguia muito de outras embarcações a remos de estilo veneziano, mas, em meados do século XVI, a sua função é quase exclusivamente destinada ao transporte privado de pessoas de um certo nível social. O lugar destinado ao gondoleiro é muito reduzido e instável e os passageiros acomodam-se em dois simples bancos de madeira encostados ao "trasto" da popa. Os ferros reduzem-se ainda a duas lâminas muito subtis, mas algumas gôndolas apresentam já o felze, uma cobertura que lhes dá uma aparência de carruagem, ao mesmo tempo que protege o seu interior do mau tempo e dos olhares indiscretos. A sua característica cor negra resulta do alcatrão utilizado para uma melhor impermeabilização. Na segunda parte do século XVI, dá-se a primeira transformação significativa da gôndola: mais longa e mais estreita, os ferros da proa e da popa assumem um aspeto particular que confere uma linha nova ao perfil do barco e os pregos que seguram os ferros ao casco tomam a forma de lâminas, numa clara intenção estética. No século XVII, o casco alonga-se, levantando a popa, e os ferros tornam-se verdadeiros pontos de referência, no ferro da proa a lâmina superior torna-se arredondada e de dimensão mais evidente. No século XVIII, o casco alonga-se ainda mais, deixando um maior espaço de manobra para o gondoleiro, enquanto o ferro da proa atinge a sua forma definitiva, com os típicos pregos decorativos, e a cobertura, ou felze, adquire uma estrutura mais sólida. A forcola onde encaixa o remo toma a forma de cotovelo, tão característica no final deste século. A gôndola do século XIX está na transição entre a do século anterior e a atual, que é assimétrica e foi adaptada às necessidades práticas de navegação. Atingindo a gôndola nesta altura os onze metros de comprimento, a respetiva popa sobe em relação ao nível da água para um maior controlo e visibilidade do gondoleiro. A proa sobe também ligeiramente, começando a dar ao barco uma bela forma de lua crescente que só aparece como definitiva no século XX. O resultado é a diminuição da superfície do casco imersa na água, o que lhe confere maior margem de manobra, imprescindível nos estreitos canais da cidade, permitindo facilmente à gôndola girar sobre si mesma. O facto de a gôndola se tornar progressivamente assimétrica a partir desta fase é uma das evoluções mais importantes, deslocando-lhe o centro de gravidade para o lado direito, o que lhe facilita a capacidade de navegabilidade e, ao mesmo tempo, compensa o peso do gondoleiro. No século XX, a proa levanta-se ainda mais, reduzindo a parte do casco submersa na água, o que permite ao barco vencer com mais facilidade a ondulação causada pelas correntes e pelas restantes embarcações, muitas delas motorizadas. A assimetria atinge um ângulo de inclinação oito vezes superior ao do século anterior, cerca de 24 centímetros, enquanto que a cobertura desaparece completamente. A gôndola atingiu, ao longo da sua evolução, um compromisso interessante entre os objetivos estéticos e de navegabilidade que a tornam uma embarcação única em todo o Mundo. O Grande Canal, de 4 km, é atravessado pelas tradicionais gôndolas e por vaporettos. Desde o início do canal até ao fim, há monumentos fantásticos que mostram a sua fachada aos turistas que navegam nas embarcações. O Ca' Mapa da zona histórica de Veneza, Veneza no século XVIII por Canaletto, o Campanile colapsando a 14 de julho de 1902, República de Veneza em 1796, máscaras de Veneza – zanni, bobo, bauta, médico da Peste Negra, joker, Veneza vista satélite.
  • 15. MyBrainMagazine • 15 GEOGRAFIA Grande Canal com a basílica de Santa Maria della Salute, Grande Canal, gondoleiro, Grande Canal à noite, gondoleiro, estaleiro de gôndolas, Grande Canal visto de uma gôndola, canal, gondoleiro, gondoleiro num canal. No século XX, a proa levanta-se ainda mais, reduzindo a parte do casco submersa na água, o que permite ao barco vencer com mais facilidade a ondulação causada pelas correntes e pelas restantes embarcações, muitas delas motorizadas. A assimetria atinge um ângulo de inclinação oito vezes superior ao do século anterior, cerca de 24 centímetros, enquanto que a cobertura desaparece completamente. A gôndola atingiu, ao longo da sua evolução, um compromisso interessante entre os objetivos estéticos e de navegabilidade que a tornam uma embarcação única em todo o Mundo. O Grande Canal, de 4 km, é atravessado pelas tradicionais gôndolas e por vaporettos. Desde o início do canal até ao fim, há monumentos fantásticos que mostram a sua fachada aos turistas que navegam nas embarcações. O Ca' d'Oro, que outrora teve uma cobertura de ouro, que se desgastou com o vento e com a chuva, é um dos maiores exemplos de arquitetura veneziano- bizantina, albergando uma galeria de arte no seu interior. Mais abaixo encontramos a ponte do Rialto ("rivo alto" - margem alta), cuja zona é uma das mais firmes de Veneza, onde se instalaram as primeiras povoações, sendo que a atual ponte foi desenhada por Antonio da Ponte e construída entre 1588-91. Mais abaixo, ao lado da Ponte da Academia, encontramos a Gallerie dell'Accademia, a maior coleção do mundo de pintura veneziana, com obras de Tintoretto e Veronese, Carpaccio,... começando por ser uma escola de arte em 1750. Mas escolas de arte é o que não falta em Veneza!: Scuola Grande di San Rocco, Scuola Grande dei Carmini e Scuola di San Giorgio degli Schiavoni. Continuando pelo Grande Canal, chegamos à barroca Basílica de Santa Maria della Salute, construída em 1630 devido a uma peste severa que abalou Veneza, que fez com que o Senado erigisse uma igreja à Virgem se salvasse a cidade. Outras igrejas também importantes são a Madonna dell'Orto, San Giorgio Maggiore na ilha de San Giorgio Maggiore, Il Redentore na ilha da Giudecca, San Sebastiano, San Zaccaria, Santa Maria Formosa, Santa Maria Gloriosa dei Frari, Santa Maria dei Miracoli, Santi Giovanni e Paolo, etc. Outras zonas também importantes são o Arsenal (o estaleiro de Veneza), o teatro La Fenice, a zona de lojas da Mercerie e o mercado do Rialto. Por fim, a pérola de Veneza, a Praça de S. Marcos. O Jardim de S. Marcos, ou Giardini Ex-Reali, é um dos poucos espaços verdes em Veneza e fica ao lado da praça. A Praça de S. Marcos foi descrita por Napoleão como o salão de visitas da Europa. É nesta que se situa a Biblioteca Marciana, a Torre dell'Orologio (erigida entre 1496 e 1506, exibe as horas em numeração romana, as fazes da lua e os signos do zodíaco), o Museu Correr, o Campanile (campanário onde já estiveram os prisioneiros presos em jaulas e com vista para os Alpes, não é o original, pois este, de 98,5 m, o edifício mais alto da cidade, do século IX, ruiu, devido à erosão e fundações rasas - 20 m -, colapsando a 14 de julho de 1902, tendo sido inaugurado um novo, por insistência dos venezianos, a 25 de abril de 1912, mas com menos 650 toneladas e suportado por mais de mil estacas), a Basílica de São Marcos e o Palácio Ducal. O primeiro palácio ducal, terminado em 814, era uma fortaleza sóbria reduzida a cinzas em 976, assim como a que lhe sucedeu, em 1106. Por volta de 1419, foi construída a sua terceira versão e, com a Sala del Maggior Consiglio já pronta, a obra terminou em 1550, porém, foi assolado por incêndios em 1574 e 1577 que destruíram obras de grandes pintores de Veneza, como Tintoretto e Veronese, e ameaçaram a estrutura, mas houve trabalhos de restauração até 1880. Ao lado do Palácio do doge está Ponte dos Suspiros foi construída em 1614 para ligar o Palácio Ducal para as Novas Prisões. Por dentro, tem dois corredores separados e é muito fechada, apenas tendo uns buracos como janelas. O nome da ponte vem do período do Romantismo, referindo-se aos suspiros dos prisioneiros que, passando do tribunal para a cela em que eles iriam cumprir a pena, davam uma última olhadela à liberdade, vislumbrando a lagoa e San Giorgio através das pequenas janelas. A Basílica de S. Marcos é uma mistura de estilos arquitetónicos e artísticos bizantinos orientais, góticos ocidentais e até islâmicos, que demonstra a riqueza e o poder da República de Veneza medieval e as aventuras dos mercadores e conquistadores venezianos no Mediterrâneo. Em 828, dois mercadores venezianos roubaram o que acreditavam ser as relíquias de São Marcos, o evangelista, de Alexandria, no Egito. Declararam o santo patrono da sua cidade e construíram uma igreja para albergar o seu corpo. Ao invés de ocultar a sua proveniência, um mosaico da basílica até vangloria o roubo, mostrando os venezianos em questão a Chiesa d'Oro (Igreja de Ouro), uma das catedrais mais belas da Europa.
  • 16. 16 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA Esconderam o santo roubado em barricas de porco - em que os egípcios e muçulmanos estavam proibidos de tocar -, para que os oficiais da alfândega não inspecionassem a carga tão minuciosamente. Após a igreja original ter sido danificada num incêndio, em 976, foi restaurada e depois reconstruída, antes de 1094, em torno da imponente cúpula central que se mantém até hoje. no auge do poder entre os séculos XI e XIV, Veneza dava apoio naval a exércitos europeus nas Cruzadas e liderou a Quarta Cruzada contra Constantinopla (hoje Istambul, Turquia, mas então a capital cristã ortodoxa grega do Império Bizantino), aproveitando para saquear muitas relíquias religiosas, ouro e cálices, para além de quatro estátuas de cavalos de bronze, para embelezar a basílica. Os venezianos até roubaram mosaicos, colunas e entalhes de várias igrejas e locais de culto do Médio Oriente, para acumularem riqueza na cidade natal. Mas nem tudo o que está na basílica foi conseguido à força, pois os mercadores de Veneza também tinham a tradição de trazer presentes das suas viagens, fazendo da basílica de S. Marcos, a igreja com mais tesouros do mundo e estilos arquitetónicos diferentes. Todos os anos, Veneza é atingida com cheias e, com a subida do mar, esta magnífica cidade pode- se afundar. Além disso, esta cidade está por cima da placa Adriática, perto da zona de subducção, por isso tem os dias contados e, em relação à placa, nada pode salvar a cidade. Os edifícios desta cidade aquática são suportados por mais de dez milhões de troncos de amieiro submersos num solo pantanoso e evitam que as estruturas se enterrem na lama. Estes não apodrecem porque não entram em contacto com o oxigénio nem com água e por causa da petrificação causada pelas águas ricas em minerais. Os edifícios assentam não nas estacas, mas sim num substrato de duas camadas composto primeiramente por tábuas de madeira grossas lajes de mármore resistente à água. Os canais de Veneza são construídos por várias fases: ensecadeira (tapume temporário que permite bloquear e redirecionar uma parte das águas da lagoa), drenagem (com bombas industriais que removem toda a água restante no canal e escava-se), finalização (faz-se uma fortificação de estacas, tijolo, barro e, atualmente, também cimento. Antigamente, apenas as gôndolas passavam pelos canais de Veneza, mas atualmente os barcos modernos também passam, mas, ao contrário das inofensivas gôndolas, estas embarcações criam esteiras (ondas feitas pelo motor) e, como não há espaço para estas ondas se propagarem nos canais, a força da água corrói a pedra dos edifícios, removendo a argamassa. A água então penetra nas fendas, formando cavidades no material e na lama. Mais gravemente, os troncos submersos podem entrar em contacto com a água, destabilizando os edifícios e pontes. O Grande Canal é o mais afetado, sendo que os edifícios e pontes (como a ponte do Rialto) estão muito degradados. Equipas de mergulhadores e engenheiros estão a restaurar a ponte e também alguns monumentos como os campanários, que estão a ficar inclinados. Em 1650, havia 200 torres em Veneza, hoje só há 170, pois caíram 30. Veneza também é muito atacada pelo sal, pois a água dos canais e a água subterrânea são salgadas e, com as cheias anuais, o sal fica depositado acima do nível das águas. O que também acontece é que as casas em Veneza são construídas com tijolos e mármore, que são porosos, ou seja, deixam entrar água. Quando esta se evapora, o sal fica para trás. Para evitar este problema, os venezianos metiam blocos de calcário, que é impermeável, junto ao nível das águas. Mas atualmente a água costuma passar o nível dos blocos, chegando aos tijolos e causando muitos danos. O sal está a atacar também está a atacar monumentos, como a Basílica de Santa Maria della Salute. Aqui uma equipa de restauros meteu um plástico impermeável protegido por uma grelha de metal, por baixo de tubos que levam água quente secando a humidade e, por cima destes é que está o mármore do chão da igreja. Como esta água não é consumida, Veneza tem muitos objetos circulares pela cidade, que são estruturas que estão em cima de poços diferentes. Estes poços captam água da chuva, que se infiltra na areia, que por sua vez filtra a água. Estas zonas com areia que foi posta pelo Homem não entram em contacto com a lama que está debaixo dos canais e dos edifícios de Veneza, pois estão separadas por um muro de argila subterrâneo. Ventos quentes do Sul empurram o mar Adriático para a cidade e ventos frios vindos dos Alpes também empurram as águas para Veneza, mas no sentido oposto. Estes ventos podem associar-se e originar a tempestade "Scontrada", criando cheias. A água destas cheias (as cheias "Acqua alta"), vem não só dos canais, mas também do chão. Acqua Alta, igreja de Santa Maria Gloriosa dei Frari, canal, edifícios coloridos num canal, ponte do Rialto, poço para água potável, Grande Canal, Ca d’Oro, interior da Basílica de Santa Maria della Salute, Basílica de Santa Maria della Salute
  • 17. MyBrainMagazine • 17 interior da basílica de S. Marcos, Palazzo Ducale, Praça, jardim, Palácio Ducal e campanário de S. Marcos vistos do Dorsoduro, Jardim de S. Marcos, prisões (Palácio Ducal), vista do Campanile para a Basílica de S. Marcos, relógio astrológico na sala Senato (Palácio Ducal), vista do Campanile para os Alpes, Basílica de S. Marcos, Praça de S. Marcos com o museu Correr ao fundo, Jardim de S. Marcos, vista do Campanile para o Palácio Ducal, Praça de S. Marcos com a Basílica e o Campanário, Palazzo Ducale, Biblioteca Marciana e Campanário, Scala d'Oro - Escadaria de Ouro (Palácio Ducal), Torre dell'Orologio, Sala del Maggior Consilio (Palácio Ducal), Palácio Ducal, vista do Campanile para a Basílica de S. Giorgio Maggiore, Ponte dos Suspiros. GEOGRAFIA
  • 18. 18 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA As supercélulas são tempestades extremamente raras e muito perigosas. A supercélula é semelhante à tempestade de uma célula ou ao tornado, visto que tem uma única corrente de ar ascendente principal. Porém, é muito mais intensa, atingindo velocidades estimadas de 240 a 280 km/h. A principal diferença entre esta tempestade e as outras é a presença de energia rotacional, que obriga a corrente de ar ascendente a girar, o mesociclone, e ajuda a criar condições atmosféricas extremas nas imediações da supercélula. As supercélulas estão classificadas e dois tipos: as de precipitação alta e as de precipitação baixa. As primeiras costumam formar-se em climas áridos, como nas planícies e planaltos do centro dos EUA, já as últimas formam-se maioritariamente em climas húmidos perto do equador. Independentemente do tipo, as supercélulas formam-se quando ventos vindos de diferentes direções geram uma energia rotacional. Este fenómeno ajudar criar uma corrente de ar ascendente, a partir da qual se gera a precipitação, que costuma ser levada para muitos quilómetros pelo vento, não caíndo pela corrente de ar quando é gerada. fósforo. O fósforo é um nutriente essencial para as proteínas vegetais e crescimento. Ora, os nutrientes estão em falta nos solos da Amazónia. Estão presos nas próprias plantas. A matéria orgânica fornece a maioria dos nutrientes, que são rapidamente absorvidos pelas plantas e árvores depois de entrar no solo. Mas alguns nutrientes, incluindo o fósforo, são levados pela chuva em córregos e rios. O fósforo que atinge solos amazónicos de areia do Sahara, um número estimado de 22 mil toneladas por ano, é quase o mesmo montante que esse perdeu da chuva e inundações. Os dados mostram que o vento e o tempo levam, em média, 182 milhões de toneladas de pó a cada ano e levam-no além da borda ocidental do Sahara. A poeira em seguida, viaja 1.600 milhas através do Oceano Atlântico. Perto da costa leste da América do Sul, 132 milhões de toneladas permanecem no ar, e 27,7 milhões de toneladas caem na superfície sobre a Bacia Amazónica. Cerca de 43 milhões de toneladas de poeira viajam mais longe para o Mar das Caraíbas. A quantidade de poeira é, na verdade, muito variável. Houve uma mudança de 86% entre a maior quantidade de poeira transportada em 2007 e a menor em 2011. Porquê tanta variação? Os cientistas acreditam que isso tem a ver com as condições do Sahel, a longa faixa de terra semi- árida na fronteira sul do Sahara. Depois de comparar as alterações no transporte de poeira a uma variedade de fatores climáticos, os cientistas descobriram uma correlação com a precipitação no Sahel do ano anterior. Quando a precipitação
  • 19. MyBrainMagazine • 19 GEOGRAFIA Uma grande avalanche pode libertar quase 230 mil metros cúbicos de neve. As avalanches matam cerca de 150 pessoas por ano, sobretudo homens na casa dos 20 com experiência no montanhismo ou esqui mas propensos ao risco. 90% das avalanches fatais são desencadeadas pelas vítimas. Há uma perturbação, onde a avalanche se começa a fraturar, que normalmente se encontra no topo da encosta. A zona inicial é a secção do trajeto da avalanche no qual esta é libertada, enviando neve pouco firme pela encosta abaixo, costumando ocorrer numa encosta íngreme. O corredor é o caminho principal por onde a avalanche flui. A neve pode deslizar como um lençol ou concentrando-se em ravinas. No final de um corredor é possível encontrar grandes montes de neve, pedregulhos e vestígios de árvores. À medida que a encosta aplana, a avalanche abranda. Esta é a zona de escoamento e consiste num monte de neve e detritos apanhados pelo deslizamento. Há três tipos de avalanches: - de neve recente (130 km/h): ocorrendo a temperaturas negativas, as avalanches de neve recente costumam ser provocadas pela acumulação de neve nova ou por nevões. Estes velozes deslizamentos consistem em ar e neve em pó, começam num único ponto ganham velocidade e massa. Ao descer pela encosta, acumula pressão à frente da massa de neve, criando uma potente explosão de ar, capaz de destruir tudo no seu caminho; - de placa (95-130 km/h): o tipo mais comum e mortífero ocorre quando uma camada de neve compactada cobre neve mais suave. Quando a neve mais fraca deixa de poder suportar a neve por cima, a camada dura, por norma com 30 a 80 cm, fratura-se como um vidro e desliza; - de neve húmida (16-48 km/h): movem- se mais devagar que as de neve recente e resultam da chuva ou tempo mais quente que derrete a neve. A chuva ou humidade suaviza a neve, quebrando os elos entre as moléculas de água. Apesar de mais lentas e da ausência de uma nuvem de pó, estas avalanches são altamente destrutivas, capazes de arrastar pedregulhos e árvores encosta abaixo.
  • 20. 20 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA O fenómeno El Niño corresponde a uma gigantesca massa oceânica aquecida que cobre uma vasta área do oceano Pacífico Central e Oriental. Esta enorme massa de água flutua, como um icebergue, porque a água quente é menos densa que a água fria envolvente (tanto no fundo como lateralmente) e, além disso, porque regista menor salinidade devido às fortes precipitações que sobre ela se abatem quase constantemente. A causa da acumulação de água mais aquecida na região equatorial do Pacífico, entre a Austrália e a América do Sul, pode estar, segundo alguns cientistas, ligada a um enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de nordeste para sudoeste, no hemisfério norte, e de sudeste para noroeste, no hemisfério sul) e mesmo à inversão da sua direção, ao mesmo tempo que se verifica uma menor mistura com as águas de profundidade, mais frias. Como resultado da maior concentração de águas quentes nas regiões equatoriais, a atmosfera sofre um maior aquecimento, aumentando significativamente a evaporação. Simultaneamente, verificam-se alterações nas posições mais habituais dos centros de pressão, o que condiciona a intensidade e o ritmo das precipitações, com valores muito afastados do normal para a época, que tanto podem ser sinónimo de inundações ou de secas prolongadas. A periodicidade do fenómeno El Niño constitui ainda hoje um mistério por desvendar por parte da comunidade científica. Segundo os registos dos últimos cem anos, é possível identificar 30 ocorrências, com intervalos entre 2 e 10 anos. A intensidade do fenómeno El Niño é muito variável, tendo atingido as maiores proporções, desde que se efetuam registos meteorológicos, nos anos de 1982- 83 e de 1997-98. Quanto à sua duração, pode afirmar-se que o período de ação do El Niño se prolonga geralmente entre 9 e 20 meses, ao fim do qual surge um fenómeno de características opostas, La Niña. La Niña constitui o inverso da situação do El Niño, ou seja, equivale a uma concentração de água mais fria que o normal na região equatorial do Pacífico Oriental, e os seus efeitos na máquina global do tempo são tão importantes como os do El Niño. A diminuição da temperatura superficial do mar está associada a um aumento da intensidade dos ventos alísios. No que respeita ao El Niño de 1997-98, os seus efeitos foram mais intensos nas áreas equatoriais do Pacífico, embora tenham atingido praticamente todo o Planeta. Nesta altura, já é possível elaborar uma longa lista de catástrofes provocadas por perturbações atmosféricas associadas ao El Niño e que semearam a destruição e mesmo a morte em todos os continentes.
  • 21. MyBrainMagazine • 21 GEOGRAFIA Bolonha é uma cidade situada no norte de Itália na região de Emília-Romanha. Localiza-se numa região de relevo suave, próxima da cadeia montanhosa dos Apeninos. No século II a. C. constituía uma colónia romana. Com a queda deste império, passou a pertencer ao Império Bizantino. No século XII era uma cidade independente e muito próspera. Em 1506 esteve sob controlo papal. Entre 1796 e 1815, Bolonha foi ocupada por Napoleão Bonaparte; posteriormente, até 1859, pertenceu aos Estados Pontífices. Durante o período monárquico era um centro republicano emblemático e durante a Segunda Guerra Mundial foi intensamente bombardeada. A cidade possui características tipicamente medievais no núcleo histórico. As ruas são empedradas, existem muitas praças e pequenas lojas. Em redor do centro desenvolvem-se as áreas mais modernas da cidade. Os seus principais monumentos são a Basílica de San Petronio, de estilo gótico, a sexta igreja maior do mundo, situada na Piazza Maggiore; o palácio do Rei Enzo, o Palazzo d'Accursio, a Fontana di Nettuno, também situados na Piazza Maggiore e do século XIII. Nesta cidade existem ainda vários museus de pintura e de arqueologia etrusca. O Palazzo della Mercancia e as Duas Torres. Bolonha é conhecida como a cidade das duas torres, no passado tinha diversas, porém, poucas resitiram ao tempo. As Duas Torres (Garisenda e Asinelli) são os principais símbolos de Bolonha. A Torre de Asinelli (construída entre 1109 e 1119) tem 97.20 metros de altura, com 498 degraus e uma inclinação de 1,3 metros. A Torre de Garisenda tem 47 metros de altura e tem uma inclinação de mais de 3 metros. Ambas foram construídas no século XII. O Il Quadrilatero é uma zona de Bolonha com muitos mercados de rua. Bolonha possui a mais antiga universidade do Mundo ainda em funcionamento. Nela estudaram os poetas italianos mais famosos, como Dante e Petrarca. fósforo. O fósforo é um nutriente essencial para as proteínas vegetais e crescimento. Ora, os nutrientes estão em falta nos solos da Amazónia. Estão presos nas próprias plantas. A matéria orgânica fornece a maioria dos nutrientes, que são rapidamente absorvidos pelas plantas e árvores depois de entrar no solo. Mas alguns nutrientes, incluindo o fósforo, são levados pela chuva em córregos e rios. O fósforo que atinge solos amazónicos de areia do Sahara, um número estimado de 22 mil toneladas por ano, é quase o mesmo montante que esse perdeu da chuva e inundações. Os dados mostram que o vento e o tempo levam, em média, 182 milhões de toneladas de pó a cada ano e levam-no além da borda ocidental do Sahara. A poeira em seguida, viaja 1.600 milhas através do Oceano Atlântico. Perto da costa leste da Palazzo d'Accursio - Piazza Maggiore, Basílica de San Petronio - Piazza Maggiore, Fontana di Nettuno, As Duas Torres, Il Quadrilatero (x4), Palazzo della Mercanzia.
  • 22. 22 • MyBrainMagazine O Buçaco é um lugar incrível. Cobrindo a Serra do Buçaco, é composto por vários pontos de interesse, como a Mata do Bussaco, o Convento de Santa Cruz do Buçaco, o Palace Hotel (Palácio Real) do Buçaco e a Cruz Alta. Na posse do Bispado de Coimbra desde 1094, a Mata foi doada em 1628 pelo então bispo de Coimbra, D. João Manuel, à Ordem dos Carmelitas Descalços para a construção do seu “Deserto” em Portugal. Iniciadas as obras em agosto desse ano, a construção do convento e da sua cerca terminaria por 1630, altura em que começou a vida monástica regular. O convento de Santa Cruz foi construído na simplicidade exigida pela vocação eremítica do Deserto. O revestimento arquitetónico da cortiça ou o embrechado como técnica decorativa alargada ao circuito conventual traduz o espírito de despojamento adequado às práticas ascéticas dos religiosos. A partir de 1644, sob a égide de D. Manuel Saldanha, Reitor da Universidade de Coimbra, ergueu-se, à imagem de Jerusalém, uma Via Crucis de fortíssimos contornos ideológicos e propagandísticos, destinada a representar os passos da Paixão de Jesus Cristo. A floresta autóctone portuguesa foi sendo tratada por sucessivas gerações de monges de modo a representar o Monte Carmelo como o local originário da Ordem. A 27 de setembro de 1810 a mata foi palco da Batalha do Buçaco (um dos episódios sangrentos das invasões napoleónicas em Portugal) tendo o Convento servido de base de operações ao Duque de Wellington no confronto entre as tropas luso-britânicas e francesas. Em 1834 a extinção das ordens religiosas decretou o fim da presença dos Carmelitas Descalços no Buraco. Segue-se um período, entre 1834 e 1855, que poderemos classificar como de transição, em que a mata fica sem gestão e sem um responsável que responda por ela. O Convento de Santa Cruz do Buçaco, ligado à prática eremítica dos Carmelitas Descalços e à ação reformadora (1562) de Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, estimulou a criação de um dos mais originais Desertos da Ordem. A sua história inicia-se em 1628, quando o bispo de Coimbra D. João Manuel doa aos carmelitas da província portuguesa a mata do Buçaco para a construção do convento e retiro dos religiosos da Ordem. No apelo constante à solidão e ao afastamento do mundo, o Convento seria então o palco de uma experiência profunda de contemplação, oração e penitência. A partir da ação enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto da Virgem, o essencial da construção da complexa estrutura conventual decorreu até 1639, altura em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa Cruz. Aqui, aliou-se o sentido simbólico da planta centralizada à prática pouco comum da colocação do templo no meio dos espaços de circulação associados às estruturas claustrais, GEOGRAFIA A partir da ação enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto da Virgem, o essencial da construção da complexa estrutura conventual decorreu até 1639, altura em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa Cruz. Aqui, aliou-se o sentido simbólico da planta centralizada à prática pouco comum da colocação do templo no meio dos espaços de circulação associados às estruturas claustrais, estabelecendo-se assim a aproximação ao arquétipo do Templo de Salomão, primeiro espaço verdadeiramente sagrado da Cidade Santa. No Convento do Buçaco, o discurso iconográfico do espaço, das formas, dos materiais e das técnicas vai ao encontro de uma espiritualidade que se constrói pela fé e pobreza. O emprego das cortiças e da técnica dos embrechados, os conteúdos da azulejaria ou a força da imaginária religiosa reforçam esse sentido de uma exemplaridade cristã vivida no isolamento. O Convento de Santa Cruz do Buçaco tinha outra dimensão que respondia às necessidades da vida conventual mas, apesar dos rigores de um quotidiano de silêncio e penitência, não deixou de ter um papel fundamental no acolhimento ao cenário de guerra da Batalha do Buçaco (1810) ou atrair um constante fluxo de religiosos que, em regime temporário ou perpétuo, escolhiam o Buçaco. Procurado e beneficiado por algumas das mais prestigiadas entidades eclesiásticas dos séculos XVII e XVIII, como D. Manuel de Saldanha, Reitor da Universidade, ou D. João de Melo, bispo de Coimbra, o Convento de Santa Cruz prosperou até 1834, data em que a extinção das Ordens Religiosas ditou o seu abandono. A partir de 1888, contudo, um novo impulso construtivo traria ao Buçaco o Palace-Hotel que, se implicou a destruição das estruturas conventuais anexas à igreja, ao corredor e pátios que hoje testemunham a existência do Convento, permitiu a sua inclusão num Buçaco romântico que permanece como um dos locais patrimonialmente mais ricos na sua diversidade compositiva. O Palace Hotel é uma edificação neomanuelina, construída entre 1888, ano da aprovação do projeto de Luigi Manini, e 1907. Já depois da Extinção das Ordens Religiosas, D. Maria Pia pretendeu criar neste espaço um palácio real, que rivalizasse com a Pena, mas os planos acabaram por não se concretizar e o então Ministro das Obras Públicas, Emídio Navarro, muito ligado ao Buçaco, propôs a construção de um palácio do Povo, ou seja, um hotel. Para tal, encarregou o cenógrafo Luigi Manini, que terminou as primeiras aguarelas em 1886. O plano foi aprovado em 1888 e as obras tiveram início ainda nesse ano. A antiga igreja, em torno da qual se encontravam as primitivas celas, foi conservada no seio do novo edifício, bem como algumas das estruturas conventuais. Manini inspirou-se na Torre de Belém e no Claustro dos Mosteiro de Santa Maria de Belém, para criar no Buçaco uma obra que não pode ser considerada apenas como um neo, mas sim como uma recriação eclética que denota aspetos historicistas, mas pouco relacionados com o Mapa do Buçaco e Buçaco Palace Hotel.
  • 23. MyBrainMagazine • 23 GEOGRAFIA O Convento de Santa Cruz do Buçaco tinha outra dimensão que respondia às necessidades da vida conventual mas, apesar dos rigores de um quotidiano de silêncio e penitência, não deixou de ter um papel fundamental no acolhimento ao cenário de guerra da Batalha do Buçaco (1810) ou atrair um constante fluxo de religiosos que, em regime temporário ou perpétuo, escolhiam o Buçaco. Procurado e beneficiado por algumas das mais prestigiadas entidades eclesiásticas dos séculos XVII e XVIII, como D. Manuel de Saldanha, Reitor da Universidade, ou D. João de Melo, bispo de Coimbra, o Convento de Santa Cruz prosperou até 1834, data em que a extinção das Ordens Religiosas ditou o seu abandono. A partir de 1888, contudo, um novo impulso construtivo traria ao Buçaco o Palace-Hotel que, se implicou a destruição das estruturas conventuais anexas à igreja, ao corredor e pátios que hoje testemunham a existência do Convento, permitiu a sua inclusão num Buçaco romântico que permanece como um dos locais patrimonialmente mais ricos na sua diversidade compositiva. O Palace Hotel é uma edificação neomanuelina, construída entre 1888, ano da aprovação do projeto de Luigi Manini, e 1907. Já depois da Extinção das Ordens Religiosas, D. Maria Pia pretendeu criar neste espaço um palácio real, que rivalizasse com a Pena, mas os planos acabaram por não se concretizar e o então Ministro das Obras Públicas, Emídio Navarro, muito ligado ao Buçaco, propôs a construção de um palácio do Povo, ou seja, um hotel. Para tal, encarregou o cenógrafo Luigi Manini, que terminou as primeiras aguarelas em 1886. O plano foi aprovado em 1888 e as obras tiveram início ainda nesse ano. A antiga igreja, em torno da qual se encontravam as primitivas celas, foi conservada no seio do novo edifício, bem como algumas das estruturas conventuais. Manini inspirou-se na Torre de Belém e no Claustro dos Mosteiro de Santa Maria de Belém, para criar no Buçaco uma obra que não pode ser considerada apenas como um neo, mas sim como uma recriação eclética que denota aspetos historicistas, mas pouco relacionados com o retorno ao passado ou a ideias românticas. Os azulejos representam as cenas d'Os Lusíadas. fonte com a cruz da Ordem de Cristo no Palace Hotel, Palace hotel do Buçaco, jardins do Palace Hotel, Cena do Adamastor d'Os Lusíadas no Palace Hotel, Cenas d'Os Lusíadas no Palace Hotel, Convento de Santa Cruz do Buçaco, Cruz Alta, vista da Cruz Alta, Fonte Fria (x2), mata do Bussaco, vale dos Fetos, Cisne no Lago Grande (x2).
  • 24. 24 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA Dublin, banhada pelo rio Liffey, com o nome irlandês Baile Átha Cliath, é a capital da Irlanda. O nome da cidade provém da palavra irlandesa "Dubhlinn" que significa "Lago Negro". No século IX foi fundada, na foz do rio, uma colónia de Vikings. Estes foram expulsos pelo rei inglês Henrique II, que posteriormente transformou a cidade numa dependência da cidade inglesa de Bristol. Este controlo durou até meados do século XVI, quando o irlandês Thomas Fitzgerald tomou a cidade na sequência de uma rebelião. No final da Idade Média, o território irlandês dominado pelos Ingleses era já muito reduzido e limitado a The Pale (A Paliçada), em redor de Dublin. Outras rebeliões irlandesas seguiram-se, até à revolução de 1919, que terminou com a proclamação do Estado livre da Irlanda. Uma das áreas mais conhecidas de Dublin é a zona de Temple Bar, com bares típicos e restaurantes. A National Gallery tem várias pinturas de pintores europeus como Caravaggio e Picasso. A Trinity College é a mais antiga universidade em Dublin, fundada em 1592 pela Rainha Isabel I do Reino Unido, no local onde se situava um antigo mosteiro. Possui a Old Library, a mais famosa biblioteca da Irlanda, que alberga a harpa mais antiga da nação, o Livro de Kells e mais 200 000 livros antigos no Long Room. A Catedral de Saint Patrick foi construída no século V devido a uma lenda de que Saint Patrick teria batizado os convertidos ao Cristianismo num poço que outrora existiu onde está agora então o jardim da catedral. Esta foi reconstruída no início do século XIII em estilo gótico. A Catedral da Santíssima Trindade foi construída em 1038 pelo rei viking Sitric Silkenbeard. Lawrence O'Toole, em 1152, como primeiro arcebispo irlandês, começou a ampliação e reconstrução da catedral. Quando os normandos da Inglaterra assumiram grande parte da Irlanda, a catedral nórdica antiga foi substituída por uma arquitetura anglo- normanda, por iniciativa do Arcebispo João Cumin, que incluem uma mistura dos estilos românico e gótico. Esta catedral teve um grande número de criptas que seriam utilizadas como fundações, condicionando a instabilidade do edifício e, eventualmente, entrando em colapso e reparos constantes. Durante a era vitoriana, entre 1871 e 1878, o templo passou por uma restauração significativa coordenada por George Edmund Street, que evitou o colapso de algumas partes, ainda que representando uma mudança dramática da obra medieval, por isso hoje pode ser difícil distinguir as decorações dos diferentes períodos. Kilmainham Gaol, construído em 1796, foi uma prisão onde os prisioneiros estavam presos em celas pequenas apenas com uma vela para dar calor e luz. Os adultos eram posteriormente levados para a Austrália. As crianças eram presas por pequenos furtos, a mais nova com sete anos. O Castelo de Dublin foi construído por Meiler Fitzhenry sob as ordens do rei João de Inglaterra, em 1204, algum tempo após a invasão normanda da Irlanda em 1169, quando foi ordenado que um castelo deveria ser construído com paredes fortes para a defesa da cidade, a administração da justiça, e para proteção dos tesouros do rei. O edifício sobreviveu até 1673, quando foi danificado por um fogo e demolido pouco tempo depois. Foi então reconstruído ao estilo georgiano. As Jóias da Coroa irlandesas foram roubadas do Castelo em 1907 e nunca foram recuperadas. Catedral de Saint Patrick (x3), Temple Bar (x2), Castelo de Dublin (x2), Igreja da Santíssima Trindade (x2), Trinity College Old Library.
  • 25. MyBrainMagazine • 25 GEOGRAFIA Uma ilha vulcânica pode formar-se por dois processos distintos: - hotspot: um hotspot consiste numa zona invulgarmente mais quente no manto. A instabilidade da fronteira entre o núcleo e o manto nessa zona originou uma coluna de matéria quente que sobe através do manto, constituindo uma pluma térmica. Ao atingir a litosfera, o material da pluma funde e o magma resultante derrete a crusta oceânica, perde os seus gases, ficando lava, e esta solidifica transformando-se em basalto. O Havai, a Islândia e os Açores, são três exemplos. No Havai, tanto como na Islândia, o hotspot continuou sempre a deitar magma e uma montanha foi crescendo até passar a superfície oceânica. A ilha de Kauai, no Havai, foi a primeira a ser formada. Como a crusta oceânica está sempre a se construída e destruída, movendo-se, formou-se outra ilha, Oahu, mais outra, Molokai, e outra Maui e a última, Havai. O hotspot está por baixo desta última ilha, com vulcões que ainda a estão a construir. Não se formou uma ilha só contínua pois devido à erosão e ao arrefecimento de algumas zonas de cada ilha desaparecem formando montanhas submarinas. - vulcão submarino: com uma erupção de um vulcão submarino, este expele a lava que arrefece e forma uma ilha, como a ilha recém-formada ao lado da ilha de Nishinoshima, no Japão ou a ilha de Surtsey, Islândia. Formação do Havai – hotspot, formação de uma nova ilha no arquipélago de Zubair, no Mar Vermelho, Iémen – hotspot, formação da ilha de Surtsey, na Islândia – vulcão submarino, ilha recém-formada ao largo da ilha de Nishinoshima, Japão (x3).
  • 26. 26 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA As cinco áreas climáticas do planeta são: zona fria do norte, zona temperada do norte, zona quente ou intertropical, zona temperada do sul e zona fria do sul. Dentro de cada zona distinguem-se vários tipos de clima em função das condições de temperatura e precipitação. Os climas quentes localizam-se na zona intertropical. Nestes há: - clima equatorial: médias mensais elevadas, amplitude térmica baixa, precipitação abundante, total de precipitação > 1500 mm³, existe só uma estação quente e uma húmida, ausência de meses secos; - clima tropical seco: temperaturas elevadas, amplitudes térmicas baixas, precipitações abundantes e concentradas, estação seca maior que a estação húmida; - clima tropical húmido: médias elevadas, amplitudes térmicas baixas, precipitações abundantes, estação seca < estação húmida; - clima desértico quente: médias elevadas, amplitudes térmicas maiores ou iguais a 15 °C, amplitude térmica diária elevada, precipitações várias, só uma estação quente e seca. Os climas temperados localizam-se entre os paralelos 30° e 60°, áreas de transição entre os outros. Nestes há: - clima temperado mediterrâneo: verões quentes e secos e invernos amenos, amplitudes térmicas pouco acentuadas, precipitações escassas eirregulares, duas estações maiores e duas menores; - clima temperado marítimo: verões frescos e invernos abundantes, amplitudes térmicas fracas, precipitações abundantes, existências de quatro estações iguais; - clima temperado continental: verões quentes e com chuva e invernos longos e secos, amplitudes térmicas elevadas, precipitações pouco abundantes, estação fria, longa e seca e estação quente pequena. Os climas frios localizam-se entre os círculos polares e os polos. Em algumas áreas eles estendem-se para os continentes. A altitude pode-se encontrar em qualquer latitude. - clima subpolar: verões frescos e curtos e invernos frios e grandes (só 2 estações), precipitações reduzidas e amplitudes térmicas acentuadas; - clima polar: só inverno com poucas precipitações (não há verões), taiga / floresta de coníferas (clima subpolar), deserto quente (clima desértico quente), floresta tropical (clima tropical húmido), tundra (clima subpolar), vegetação de alta montanha (clima de altitude/montanha), tundra (clima subpolar), floresta caducifólia (clima temperado marítimo), tundra (clima subpolar), taiga / floresta de coníferas (clima subpolar), floresta mediterrânea (clima temperado mediterrâneo), floresta mediterrânea (clima temperado mediterrâneo), áreas climáticas, tipos de biomas, tipos de climas. - clima subpolar: verões frescos e curtos e invernos frios e grandes (só 2 estações), precipitações reduzidas e amplitudes térmicas acentuadas; - clima polar: só inverno com poucas precipitações (não há verões), temperaturas negativas e amplitudes térmicas elevadas; - clima de altitude ou de montanha: verões frescos e curtos e invernos frios e grandes, precipitações abundantes e amplitudes térmicas moderadas. Os tipos de clima influenciam a fauna e flora, Criando idiomas: Conjuntos formados pelo clima, fauna e flora de uma região. Os biomas que existem são: - floresta equatorial (clima equatorial): tem uma vegetação extremamente densa e contínua e apresenta a maior variedade e riqueza de espécies; - floresta tropical (clima tropical húmido): tem uma vegetação abundante e densa e à medida que diminui a humidade, surge uma vegetação herbácea e arbustiva; - savana (clima tropical seco): formação herbácea, com algumas árvores dispersas; - deserto quente (clima desértico quente): vegetação xerófila adaptada à secura climática e adaptada a elevadas amplitudes térmicas diversas; - floresta mediterrânea (colina temperado mediterrâneo): vegetação constituída por árvores de folha perene e perfeitamente adaptadas a secura; - floresta caducifólia (clima temperado marítimo): vegetação constituída por árvores de folha caduca; - floresta mista/estepe/pradaria (clima temperado continental): floresta composta por árvores de folha caduca de folha perene. No interior dos continentes, associada às grandes planícies, encontra- se a estepe; - taiga/floresta de coníferas (clima subpolar): floresta constituída por árvores de folha perene; - deserto gelado/tundra (clima polar): vegetação dispersa, baixa e escassa; - vegetação de alta montanha (clima de altitude/montanha): vegetação arbustiva e disposta em andares (estratificação horizontal).
  • 27. MyBrainMagazine • 27 GEOGRAFIA Florença, o berço do Renascimento, é a cidade de Leonardo da Vinci, Michelangelo, Dante, Maquiavel, Galileu e da família dos Médici. A família Médici, soberanos entre os séculos XIV e XVIII, deixou sua marca em todos os edifícios que possuiu ou com os quais manteve laços, então há muitos brasões e bolas (palle) num escudo em muitos edifícios. As palle representam provavelmente medicamentos ou moedas, alusões ao seu negócio inicial de boticários e, mais tarde, ao seu papel de banqueiros. Em novembro de 1966, o rio Arno galgou as margens com um efeito devastador: a cheia atingiu os 6 m na zona de Santa Croce, mas felizmente a ponte Vecchio sobreviveu. Florença originou-se como uma cidade romana, e mais tarde, depois de um longo período de comércio florescente e bancário, era o berço do Renascimento italiano. Era politicamente, economicamente e culturalmente uma das cidades mais importantes da Europa e do mundo a partir do século XIV ao século XVI. A partir do final da Idade Média, os florins, em porta e, mais tarde, em ouro, tornaram-se, além da moeda de Florença, a moeda principal nas finanças europeias, sendo a moeda padrão da Europa. Florença foi a casa dos Médici, uma das mais importantes famílias nobres da história. Lorenzo de Médici foi considerado um génio político e cultural da Itália no final do século XV. Dois membros da família foram papas no início do século XVI: Leão X e Clemente VII. Catarina de Médici casou com o rei Henrique II de França e, depois da sua morte, em 1559, reinou como regente na França. Os Médici reinaram como Grão-Duques da Toscana, começando com Cosimo I de Medici em 1569, terminando com a morte de Gian Gastone de Medici, em 1737. Em 1494, o primeiro período do governo Médici terminou com a restauração de um governo republicano. Durante este período, o monge dominicano Girolamo Savonarola tornou-se prior do mosteiro San Marco em 1490. Mas quando Savonarola acusou publicamente o papa Alexandre VI de corrupção, ele foi proibido de falar em público. Quando ele quebrou essa proibição, foi excomungado. Os florentinos, cansado dos seus ensinamentos extremos, voltaram-se contra ele e prenderam-no,condenando-o como herege e foi queimado na fogueira na Piazza della Signoria a 23 de maio de 1498. A extinção da dinastia Médici e a adesão em 1737 de Francis Stephen, duque de Lorraine e marido de Maria Teresa da Áustria, levou à inclusão temporária da Toscana aos territórios da coroa austríaca. Tornaram-se um secundo geniture da dinastia Habsburg-Lorraine, que foram depostos para a Casa de Bourbon-Parma, em 1801, quando Toscana foi anexada pela França. Florença foi a prefeitura do departamento francês do Arno de 1808 até à queda de Napoleão em 1814. A dinastia Habsburg-Lorraine foi restaurada no trono da Toscana no Congresso de Viena, mas finalmente deposto em 1859. A Toscana tornou-se uma região do Reino da Itália, em 1861. A Cappella Brancacci, por vezes considerada a capela Sistina de Florença, possui frescos de 1424 de Masaccio. O Palácio Pitti foi mandado construir pelo abastado banqueiro Luca Pitti, rival de negócios dos Médici, quem encomendou em 1547 ao arquiteto Filippo Brunelleschi o projeto de um palácio. Um século mais tarde, em 1549, os cofres dos Pitti estavam vazios e o palácio foi comprado por Eleonora de'Medici, instalando-se no palácio a família Médici. Os Jardins Boboli foram acrescentados pelos Médici quando se Mapa de Florença, Igreja de Santa Maria Novella, Palazzo Pitti, Palazzo Medici-Riccardi, Galleria dell'Accademia, David, Michelangelo. O Palácio Pitti foi mandado construir pelo abastado banqueiro Luca Pitti, rival de negócios dos Médici, quem encomendou em 1547 ao arquiteto Filippo Brunelleschi o projeto de um palácio. Um século mais tarde, em 1549, os cofres dos Pitti estavam vazios e o palácio foi comprado por Eleonora de'Medici, instalando-se no palácio a família Médici. Os Jardins Boboli foram acrescentados pelos Médici quando se mudaram. A Igreja de Santa Maria Novella foi construída entre 1279 e 1357 por monges dominicanos. Esta igreja gótica mais importante da Toscana. A parte inferior da fachada de mármore é provavelmente da autoria de Fra Jacopo Talenti e parte superior foi terminada entre 1456 e 1470 por Leon Battista Alberti. San Lorenzo é a igreja onde estão sepultados os Médici (nas Capellas Médici) e foi reconstruída por Filippo Brunelleschi entre 1425 e 1446, no local onde estava uma igreja de 393. O exterior ocre de aspeto rústico esteve para ser coberto por uma fachada de Michelangelo. O Palazzo Medici-Riccardi foi o assento da família Médici desde a sua conclusão em 1444 até 1540, quando Cosimo I fixou a residência dos Médici no Palazzo Vecchio e este palácio foi comprado pela família Riccardi. A Galleria dell'Accademia foi fundada em 1784 para ensinar técnicas de pintura, desenho e escultura. Desde 1873 que alberga a maior exposição do mundo de Michelangelo, cuja obra principal é o David, esculpido em 1504 e exposto no exterior do Palazzo Vecchio até 1873, quando foi transferido para a Academia para ser protegido dos danos causados pelo ambiente. O Bargello, erigido em 1255, foi a primeira sede do governo citadino de Florença e já serviu de tribunal, prisão e agora é um museu. Santa Croce, reconstruída para ser ordem franciscana em 1294 por Arnolfo di Cambio, É o local onde estão sepultados os grandes vultos de Florença: Michelangelo, Rossini, Maquiavel e Galileu Galilei E também o sarcófago de Dante, que está vazio. A igreja exterior tenho uma fachada de mármore policromático acrescentado em 1863 e paga pelo inglês Sir Francis Sloane. Na parte sul de Santa Croce fica, os edifícios de um antigo convento. É o caso da Capella dei Pazzi, encomendada como casa do capítulo por Andrea dei Pazzi e projetada por Brunelleschi. A ponte Vecchio, até 1218, foi a única ponte a atravessar o rio Arno em Florença. A atual ponte foi reconstruída após uma cheia em 1345. Durante a 2.ª Guerra Mundial, foi a única ponte poupada pelos alemães. Quando os Médici se mudaram do Palazzo Vecchio para o Palazzo Pitti quiseram uma ligação entre os Uffizi e o Palácio Pitti, na outra margem do rio, que lhes permitisse permanecer isolados do povo. Daí nasceu o Corridoio Vasariano, de Vasari, erigido em 1565 no cimo das construções alinhadas no parapeito oriental da ponte. Já há lojas na ponte Vecchio desde o século XIII: inicialmente eram de todos os tipos - carniceiros e peixeiros e, mais tarde, curadores. Em 1593, o Duque Ferdinando I dos Médici decretou que apenas seriam permitidos ourives e joalheiros na ponte. Quando as lojas fecham, as suas portas de madeira parecem-se com malas. A Piazza della Signoria tem sido o núcleo da vida política de Florença desde o século XIV. Foi palco de
  • 28. 28 • MyBrainMagazine GEOGRAFIA O Bargello, erigido em 1255, foi a primeira sede do governo citadino de Florença e já serviu de tribunal, prisão e agora é um museu. Santa Croce, reconstruída para ser ordem franciscana em 1294 por Arnolfo di Cambio, É o local onde estão sepultados os grandes vultos de Florença: Michelangelo, Rossini, Maquiavel e Galileu Galilei E também o sarcófago de Dante, que está vazio. A igreja exterior tenho uma fachada de mármore policromático acrescentado em 1863 e paga pelo inglês Sir Francis Sloane. Na parte sul de Santa Croce fica, os edifícios de um antigo convento. É o caso da Capella dei Pazzi, encomendada como casa do capítulo por Andrea dei Pazzi e projetada por Brunelleschi. A ponte Vecchio, até 1218, foi a única ponte a atravessar o rio Arno em Florença. A atual ponte foi reconstruída após uma cheia em 1345. Durante a 2.ª Guerra Mundial, foi a única ponte poupada pelos alemães. Quando os Médici se mudaram do Palazzo Vecchio para o Palazzo Pitti quiseram uma ligação entre os Uffizi e o Palácio Pitti, na outra margem do rio, que lhes permitisse permanecer isolados do povo. Daí nasceu o Corridoio Vasariano, de Vasari, erigido em 1565 no cimo das construções alinhadas no parapeito oriental da ponte. Já há lojas na ponte Vecchio desde o século XIII: inicialmente eram de todos os tipos - carniceiros e peixeiros e, mais tarde, curadores. Em 1593, o Duque Ferdinando I dos Médici decretou que apenas seriam permitidos ourives e joalheiros na ponte. Quando as lojas fecham, as suas portas de madeira parecem-se com malas. A Piazza della Signoria tem sido o núcleo da vida política de Florença desde o século XIV. Foi palco de grandes triunfos, como regresso dos Médici em 1530, mas também da fogueira das Vaidades instigada por Savonarola, o próprio aqui queimado no poste em 1498, denunciado como herege pela Inquisição. As esculturas estão repletas de conotações políticas. O David de Michelangelo foi colocado no exterior do Palazzo Vecchio como símbolo do desafio da República face à tirania dos Médici. O Neptuno, de Ammannati, soube aos ambições marítimas dos Médici e a Estátua do Duque Cosimo I, de Giambologna, evoca o homem que colocou Toscana sobre o jogo militar dos Médici. A estátua de Perseus a segurar a cabeça de Medusa, de Cellini, é um aviso aos opositores dos Médici. A graciosa Loggia dei Lanzi, uma galeria de esculturas ao ar livre, foi concebida por Orcagna em 1376. O Palazzo Vecchio, na Piazza della Signoria, ainda hoje a Câmara Municipal, desde que foi concluída por Arnolfo di Cambio em 1302. Foi renovado quando o Duque Cosimo I fez dele seu palácio, em 1540. Ficou conhecido por Palazzo Vecchio quando Cosimo transferiu a corte para o Palazzo Pitti, em 1549. Durante o período em que Florença foi capital de Itália (1865-71) albergou o Parlamento e o Ministério dos Negócios Estrangeiros. A Galleria degli Uffizi é a maior galeria renascentista do mundo. Alberga obras de Caravaggio, Boticelli, Da Vinci, Canaletto, Rembrandt, entre outros. A galeria contém parte da coleção de arte dos Médici, legada por Anna Maria Luisa em 1737. O edifício foi projetado por Vasari, nos anos 1560, como gabinetes administrativos (uffizi) do grão-duque. Partes do edifício e da coleção foram danificadas pela bomba de 1993, foram restauradas e reabriram em 1998. Por fim, a famosa Catedral de Santa Maria del Fiore de Florença. O campanário foi desenhado pelo famoso pintor Giotto di Bondone e tem sete sinos. Ao lado da catedral, foi feito do mesmo mármore colorido. Cada um dos três níveis do topo é maior que o de baixo. O Batistério de S. João, octogonal, foi construído para albergar a pia batismal na qual todos os cristãos de O Palazzo Vecchio, na Piazza della Signoria, ainda hoje a Câmara Municipal, desde que foi concluída por Arnolfo di Cambio em 1302. Foi renovado quando o Duque Cosimo I fez dele seu palácio, em 1540. Ficou conhecido por Palazzo Vecchio quando Cosimo transferiu a corte para o Palazzo Pitti, em 1549. Durante o período em que Florença foi capital de Itália (1865-71) albergou o Parlamento e o Ministério dos Negócios Estrangeiros. A Galleria degli Uffizi é a maior galeria renascentista do mundo. Alberga obras de Caravaggio, Boticelli, Da Vinci, Canaletto, Rembrandt, entre outros. A galeria contém parte da coleção de arte dos Médici, legada por Anna Maria Luisa em 1737. O edifício foi projetado por Vasari, nos anos 1560, como gabinetes administrativos (uffizi) do grão-duque. Partes do edifício e da coleção foram danificadas pela bomba de 1993, foram restauradas e reabriram em 1998. Por fim, a famosa Catedral de Santa Maria del Fiore de Florença. O campanário foi desenhado pelo famoso pintor Giotto di Bondone e tem sete sinos. Ao lado da catedral, foi feito do mesmo mármore colorido. Cada um dos três níveis do topo é maior que o de baixo. O Batistério de S. João, octogonal, foi construído para albergar a pia batismal na qual todos os cristãos de Florença eram batizados, foi edificado entre 1059 e 1128. O batistério é famoso por três conjuntos de portas de bronze de importância artística. O par a oeste, de frente para a catedral, impressionou tanto Miguel Ângelo que o chamou "portas do paraíso". A Catedral, Duomo, cuja fachada oeste, de mármore branco de Carrara, mármore verde de Prato e mármore rosa de Maremma, foi a última parte que foi construída, entre 1886 e 1887, segundo o projeto de Emilio de Fabris. Mas o atual edifício foi iniciado em 1296, por Arnolfo di Cambio e é a terceira catedral erigida nesse local. Tendo a construção demorado 140 anos, o plano original só foi alterado uma vez durante a construção, quando a metade leste da catedral foi alargada para permitir alojar a famosa cúpula. Quando foi construída, era a maior catedral da Europa, tornando-se símbolo de Florença. Os trabalhos nesta extraordinária estrutura iniciaram-se em 1420 e seriam terminados em apenas 16 anos. Em 1418, as autoridades de Florença abordaram um problema descurado ao longo de décadas: o enorme buraco aberto na cobertura da catedral. Ano após ano, o sol de Verão e as chuvas de Outono caíam sobre o altar-mor de Santa Maria del Fiore ou sobre o espaço vazio que este deveria ter ocupado. A construção do templo, iniciada em 1296, era uma afirmação do destacado papel desempenhado por Florença entre as grandes capitais culturais e económicas da Europa, enriquecida graças à alta finança e ao comércio da lã e da seda. Anos mais tarde, foi decidido que o remate esplendoroso do edifício seria a maior cúpula do mundo, para demonstrar que a catedral era “a mais útil e formosa, a mais poderosa e venerável” entre todas as que tinham sido construídas até então. No entanto, as décadas foram passando sem que ninguém parecesse capaz de conceber um projeto viável de uma cúpula de quase cinquenta metros de diâmetro. Pior: era necessário começar a edificá-la a 55 metros de altura sobre paredes já existentes. Outras dificuldades afligiam o conselho catedralício: os projectos de construção previstos dispensavam o recurso a arcobotantes e aos arcos ogivais próprios do estilo gótico tradicional, preferidos nas cidades rivais do Norte, como Milão, eterna inimiga de Florença. Não obstante, esses elementos eram as únicas soluções arquitetónicas Basílica de Santa Croce, Casa di Dante, Uffizi, Fontanna di Nettuno - Piazza della Signoria, piazza della Repubblica, Palazzo Vecchio - piazza della Signoria, vista sobre Florença da Piazzale Michelangelo (Ponte Vecchio, Palazzo Vecchio e Duomo).
  • 29. MyBrainMagazine • 29 GEOGRAFIA Em 1418, as autoridades de Florença abordaram um problema descurado ao longo de décadas: o enorme buraco aberto na cobertura da catedral. Ano após ano, o sol de Verão e as chuvas de Outono caíam sobre o altar-mor de Santa Maria del Fiore ou sobre o espaço vazio que este deveria ter ocupado. A construção do templo, iniciada em 1296, era uma afirmação do destacado papel desempenhado por Florença entre as grandes capitais culturais e económicas da Europa, enriquecida graças à alta finança e ao comércio da lã e da seda. Anos mais tarde, foi decidido que o remate esplendoroso do edifício seria a maior cúpula do mundo, para demonstrar que a catedral era “a mais útil e formosa, a mais poderosa e venerável” entre todas as que tinham sido construídas até então. No entanto, as décadas foram passando sem que ninguém parecesse capaz de conceber um projeto viável de uma cúpula de quase cinquenta metros de diâmetro. Pior: era necessário começar a edificá-la a 55 metros de altura sobre paredes já existentes. Outras dificuldades afligiam o conselho catedralício: os projectos de construção previstos dispensavam o recurso a arcobotantes e aos arcos ogivais próprios do estilo gótico tradicional, preferidos nas cidades rivais do Norte, como Milão, eterna inimiga de Florença. Não obstante, esses elementos eram as únicas soluções arquitetónicas conhecidas capazes de suportar aquela estrutura colossal. Foi assim que, em 1418, as autoridades florentinas decidiram lançar um concurso para apresentação do desenho ideal da cúpula, oferecendo um tentador prémio de 200 florins de ouro ao vencedor. Os melhores arquitetos da época acorreram à cidade do Arno para propor as suas ideias. Desde os primórdios, o projecto foi afectado por tantas dúvidas e temores, secretismo e orgulho cívico, que uma aura de lenda rapidamente envolveu a história da cúpula, transformando-a em parábola do engenho florentino e mito fundacional do Renascimento italiano. Segundo as primeiras crónicas escritas, os perdedores saíram-se particularmente mal. Contou-se que um dos candidatos a arquiteto tinha proposto fazer assentar a cúpula sobre uma enorme coluna erigida no centro da catedral. Outro sugeriu construí-la em “pedra esponja” (talvez se tratasse de spugna, uma rocha vulcânica altamente porosa) para diminuir o peso. Um terceiro propôs utilizar como suporte um monte de terra misturada com moedas, para que, uma vez terminada a obra, os cidadãos necessitados o removessem gratuitamente. Outro candidato, um ourives pouco atraente, de mau feitio e baixa estatura, chamado Filippo Brunelleschi, prometeu erguer não uma cúpula, mas duas, uma dentro da outra, sem necessidade de levantar andaimes complicados e dispendiosos. Mas negou-se a revelar os pormenores do seu projeto por temer que lhe roubassem a ideia. Quando se apresentou a concurso, acabara de regressar de Roma, onde passara alguns anos a medir e a desenhar os monumentos antigos, anotando em escrita cifrada os seus segredos arquitectónicos. Na verdade, a vida de Brunelleschi parece ter sido uma longa aprendizagem encaminhada para construir uma cúpula de beleza ímpar, tão poderosa e venerável como Florença desejava. No ano seguinte, os responsáveis pela catedral reuniram-se várias vezes com Brunelleschi e extraíram-lhe mais pormenores do seu projeto. Começaram a vislumbrar então que se tratava de uma ideia brilhante e também arriscada. A sua cúpula seria composta por duas cúpulas concêntricas: uma interna, visível a partir do interior da catedral, que seria alojada dentro de outra, externa, mais larga e mais alta. Para contrabalançar o “esforço tangencial” – a pressão de dentro para fora criada pelo peso de uma estrutura de grande dimensão, susceptível de abrir rachas, ou fazê-la derrocar – o projetista propunha-se reforçar as paredes com anéis de pedra, ferro e madeira, semelhantes aos arcos de um tonel. Tencionava construir em pedra os primeiros 17 metros e prosseguir com materiais mais ligeiros, talvez spugna ou tijolo. Garantiu igualmente às autoridades que podia trabalhar sem andaimes. Os responsáveis pela construção agradeceram a poupança de madeira e mão-de- obra que isso implicava, pelo menos nos primeiros vinte metros. Em 1420, as autoridades decidiram nomear Filippo Brunelleschi provveditore, ou diretor, do projeto da cúpula. Duomo de Firenze (x3), porta do Battistero, joalharia na ponte Vecchio, ponte Vecchio (x2). de um tonel. Tencionava construir em pedra os primeiros 17 metros e prosseguir com materiais mais ligeiros, talvez spugna ou tijolo. Garantiu igualmente às autoridades que podia trabalhar sem andaimes. Os responsáveis pela construção agradeceram a poupança de madeira e mão-de-obra que isso implicava, pelo menos nos primeiros vinte metros. Em 1420, as autoridades decidiram nomear Filippo Brunelleschi provveditore, ou diretor, do projeto da cúpula. Apesar da nomeação, os mercadores e banqueiros confiavam na concorrência como mecanismo de garantia da qualidade e nomearam como director-adjunto o ourives Lorenzo Ghiberti, colega de Brunelleschi. Os dois homens eram rivais desde 1401, ano em que ambos tinham competido por outro ilustre encargo: a concepção das portas de bronze do Batistério de Florença. Ghiberti ganhara nessa ocasião. Mas já naquela época Ghiberti era o artista mais famoso e com melhores contactos políticos de Florença. Assim sendo, Brunelleschi, cujo projeto para a cúpula fora aceite sem reparos, viu-se obrigado a colaborar com o seu incómodo e famoso rival. Já tinham passado muitos anos e a obra nunca mais terminava. O primeiro problema foi estritamente técnico. Nenhum mecanismo de elevação conhecido conseguia erguer a tais alturas materiais tão terrivelmente pesados, incluindo as vigas de arenito. Nesse domínio, o hábil relojoeiro que era Brunelleschi excedeu-se, inventando um cabrestante de três velocidades, equipado com um complexo sistema de engrenagens, roldanas, parafusos e eixos articulados, accionado por uma junta de bois que fazia girar um eixo de madeira. Funcionava com uma corda especial de 180 metros de comprimento e quase quinhentos quilogramas de peso, fabricada para o efeito nos estaleiros de Pisa, e estava equipado com um revolucionário sistema de embraiagem capaz de inverter a direcção sem que fosse necessário os bois mudarem o sentido do seu movimento. Mais tarde, Brunelleschi concebeu outras máquinas elevatórias também inovadoras, entre as quais o castello, uma grua com cerca de vinte metros de altura, incorporando uma série de contrapesos e roldanas manuais, para deslocar lateralmente as cargas depois de alcançarem a altura adequada. As máquinas de Brunelleschi eram aparelhos tão avançados para o seu tempo que não tiveram rival até à chegada da Revolução Industrial, fascinando várias gerações de artistas e inventores – entre os quais Leonardo Da Vinci. Uma vez preparados os instrumentos necessários, Brunelleschi centrou a atenção na cúpula propriamente dita, à qual deu forma por meio de uma série de extraordinárias inovações técnicas. A dupla cúpula por si concebida resultou numa estrutura muito mais alta e leve do que poderia ser uma abóbada compacta. Entreteceu na textura da cúpula fieiras regularmente espaçadas entre si de tijolos dispostos em espinha, segundo uma técnica pouco conhecida anteriormente, para dotar a estrutura de maior solidez. À medida que a construção progredia, Brunelleschi passava cada vez mais tempo no estaleiro. Supervisionava o fabrico de tijolos de diversas dimensões e o fornecimento da pedra e do mármore seleccionados nas pedreiras. Dirigia um exército de pedreiros, canteiros, ferreiros, canalizadores, tanoeiros e aguadeiros. Brunelleschi preocupava-se muito com os seus trabalhadores, tanto por razões de segurança como para que as obras avançassem tão depressa quanto possível. Ordenou por isso que lhes dessem vinho misturado com água para se manterem concentrados quando trabalhavam alturas elevadas e acrescentou parapeitos às plataformas suspensas para evitar quedas e, ao mesmo tempo, impedir que os operários olhassem do alto das alturas vertiginosas e sentissem tonturas. O projeto também foi afectado por problemas causados por adversários bem relacionados, encabeçados pelo intriguista Lorenzo Ghiberti, que recebia o salário anual idêntico ao de Brunelleschi (36 florins), embora não fosse autor do projeto nem responsável de obra. Em finais desse ano, os arquivos creditam o nome de Brunelleschi como o único “inventor e diretor da cúpula”. Por dentro, a cúpula tem frescos de Giorgio Vasari e Zuccari, representando o Julgamento Final. A Igreja de Santa Maria Novella foi construída entre 1279 e 1357 por monges dominicanos. Esta igreja gótica mais importante da Toscana. A parte inferior da fachada de mármore é provavelmente da autoria de Fra Jacopo Talenti e parte superior foi terminada entre 1456 e 1470 por Leon Battista Alberti. San Lorenzo é a igreja onde estão sepultados os Médici (nas Capellas Médici) e foi reconstruída por Filippo Brunelleschi entre
  • 30. 30 • MyBrainMagazine No reinado de D.Maria II realizaram-se importantes reformas relativas à cultura e ao ensino, como: - o alargamento do ensino primário (em todo o reino) que se tornou obrigatório e gratuito; - a criação de liceus distritais e de escolas politécnicas (Lisboa e Porto); - a fundação do Instituto Agrícola e do Conservatório Nacional; - a criação da escola do Exército e de escolas para professores; - a construção do Teatro Nacional D. Maria II. D. Maria II nomeou o ministro Sá da Bandeira para tomar algumas medidas no ultramar. Umas dessas foram a abolição da escravatura e o desenvolvimento de matérias-primas. No reinado de D. Pedro V, Fontes Pereira de Melo, seu ministro, houve várias medidas como a construção de caminhos de ferro. Este rei, D. Pedro V era muito culto e achava que devia haver mais gente a estudar. Para isso criou escolas primárias e fundou o Curso Superior de Letras e o Observatório Astronómico da Tapada da Ajuda. No reinado de D. Luís I não só se aboliu a pena de morte como também se fizeram explorações na zona entre Angola e Moçambique, África. Havia um constante protesto na Conferência de Berlim em relação aos territórios dos países europeus em África. Portugal apresentou na conferência o Mapa Cor-de-Rosa. A França e a Alemanha aceitaram o mapa mas a Inglaterra não pois queria construir um caminho-de-ferro que ligava Cairo (Egito) à Cidade do Cabo (África do Sul). Então esta enviou um ultimato segundo o qual o nosso país deveria abandonar os territórios entre Angola e Moçambique. Portugal acabou por ceder, apesar de indignado. No Porto, na madrugada de 31 de janeiro de 1891, republicanos substituíram a bandeira da monarquia pela bandeira republicana e cantaram o hino A Portuguesa. Mas essa revolta foi falhada. Os republicanos mataram D. Carlos e o príncipe Luís Filipe. D. Manuel ficou ferido num braço e D. Amélia nada sofreu. Os autores do atentado, Alfredo Costa e Manuel Buíça, foram detidos e julgados pelo atentado contra a família Real Portuguesa. .Ingleses não saíam de Portugal. Beresford perseguia todos aqueles que estavam contra a presença dos ingleses em Portugal. Em 1817, Gomes Freire de Andrade tentou expulsar os ingleses mas não deu resultado. Porém, em 1818, um grupo de homens do Porto formaram o Sinédrio, uma sociedade secreta HISTÓRIA mapa cor-de- rosa, D. Maria II, o Regicídio, 31 de Janeiro de 1891.