Este documento descreve um método para estabelecer prioridades de conservação de espécies de vertebrados terrestres em nível regional. O método classifica as espécies de acordo com sua vulnerabilidade biológica e importância das populações regionais. Essas classificações são combinadas em um índice biológico para hierarquizar as espécies prioritárias para conservação na costa sudoeste de Portugal.
Riqueza de formigas de solo na Praia da Pedreira, Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS, Brasil.
ELENA DIEHL, FRANCIELE SACCHETT, EMÍLIA ZOPPAS DE ALBUQUERQUE
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS
Programa de Pós Graduação em Biologia.
Artigo Científico. Revista Brasileira de Entomologia 49(4): 552-556, dezembro 2005
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...Écio Diniz
A espécie Lychnophora pinaster Mart. (Asteraceae), conhecida como Arnica-mineira, é uma planta largamente utilizada na medicina popular. Assim, com o objetivo de conhecer a estrutura populacional desta espécie, amostrou-se um
trecho do Campo Rupestre da Reserva Biológica UNILAVRAS-Boqueirão, Ingaí, Minas Gerais. Para tanto, foram alocadas 30 parcelas contíguas de 10x10 m, totalizando uma amostragem de 3.000 m². Os indivíduos foram avaliados quanto à frequência, abundância, densidade, classes de tamanho
(altura e diâmetro) e distribuição espacial. Por classes de tamanho se destacaram os menores indivíduos da população como os mais abundantes, evidenciando o potencial regenerativo da planta e predominância de propagação vegetativa no grupo. As maiores abundâncias foram encontradas nas parcelas 18 (78 ind.), um (73 ind.) e 28 (66 ind.). Foi constatada também uma freqüência igual a 96,7% na distribuição dos indivíduos em relação às parcelas. A espécie L. pinaster apresentou padrão de distribuição agregado, com autocorrelação espacial positiva para curtas distâncias, e manchas de até aproximadamente 87 m. Neste estudo, foi possível presumir que fatores abióticos, como o fogo, devem ter sido os principais determinantes da estrutura populacional da espécie, que se mostrou abundante mesmo sob as condições
pedoclimáticas severas a que são submetidas.
Estrutura e estratégias de dispersão do componente arbóreo em uma floresta estacional de encosta no Parque Estadual de Itapuã, sul do Brasil.
JAIR GILBERTO KRAY
Orientador: Prof. Dr. João André Jarenkow
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Instituto de Biociências - Programa de Pós Graduação em Botânica
Dissertação. Porto Alegre, 2010
Riqueza de formigas de solo na Praia da Pedreira, Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS, Brasil.
ELENA DIEHL, FRANCIELE SACCHETT, EMÍLIA ZOPPAS DE ALBUQUERQUE
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS
Programa de Pós Graduação em Biologia.
Artigo Científico. Revista Brasileira de Entomologia 49(4): 552-556, dezembro 2005
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...Écio Diniz
A espécie Lychnophora pinaster Mart. (Asteraceae), conhecida como Arnica-mineira, é uma planta largamente utilizada na medicina popular. Assim, com o objetivo de conhecer a estrutura populacional desta espécie, amostrou-se um
trecho do Campo Rupestre da Reserva Biológica UNILAVRAS-Boqueirão, Ingaí, Minas Gerais. Para tanto, foram alocadas 30 parcelas contíguas de 10x10 m, totalizando uma amostragem de 3.000 m². Os indivíduos foram avaliados quanto à frequência, abundância, densidade, classes de tamanho
(altura e diâmetro) e distribuição espacial. Por classes de tamanho se destacaram os menores indivíduos da população como os mais abundantes, evidenciando o potencial regenerativo da planta e predominância de propagação vegetativa no grupo. As maiores abundâncias foram encontradas nas parcelas 18 (78 ind.), um (73 ind.) e 28 (66 ind.). Foi constatada também uma freqüência igual a 96,7% na distribuição dos indivíduos em relação às parcelas. A espécie L. pinaster apresentou padrão de distribuição agregado, com autocorrelação espacial positiva para curtas distâncias, e manchas de até aproximadamente 87 m. Neste estudo, foi possível presumir que fatores abióticos, como o fogo, devem ter sido os principais determinantes da estrutura populacional da espécie, que se mostrou abundante mesmo sob as condições
pedoclimáticas severas a que são submetidas.
Estrutura e estratégias de dispersão do componente arbóreo em uma floresta estacional de encosta no Parque Estadual de Itapuã, sul do Brasil.
JAIR GILBERTO KRAY
Orientador: Prof. Dr. João André Jarenkow
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Instituto de Biociências - Programa de Pós Graduação em Botânica
Dissertação. Porto Alegre, 2010
Estudo comparado da taxocenose de peixes em dois ambientes aquáticos do Parque Estadual de Itapuã, sul do Brasil.
ANA PAULA S. DUFECH, CLARICE BERNHARDT FIALHO
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Instituto de Biociências. Departamento de Zoologia
Artigo Científico. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 99(2):177-188, 30 de junho de 2009
Apresentação sobre o processo de atualização do mapa oficial do governo brasileiro para as áreas prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade brasileira, com foco na Amazônia. Apresentção foi realizada no CBUC (Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação), em Foz do Iguaçu.
Composição florística e distribuição ecológica de epífitos vasculares no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, Rio Grande do Sul.
EMERSON LUIS MUSSKOPF
Orientador: Prof. Dr. Jorge Luiz Waechter
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Instituto de Biociências - Programa de Pós Graduação em Botânica
Dissertação. Porto Alegre, 2006
Estudo comparado da taxocenose de peixes em dois ambientes aquáticos do Parque Estadual de Itapuã, sul do Brasil.
ANA PAULA S. DUFECH, CLARICE BERNHARDT FIALHO
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Instituto de Biociências. Departamento de Zoologia
Artigo Científico. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 99(2):177-188, 30 de junho de 2009
Apresentação sobre o processo de atualização do mapa oficial do governo brasileiro para as áreas prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade brasileira, com foco na Amazônia. Apresentção foi realizada no CBUC (Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação), em Foz do Iguaçu.
Composição florística e distribuição ecológica de epífitos vasculares no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, Rio Grande do Sul.
EMERSON LUIS MUSSKOPF
Orientador: Prof. Dr. Jorge Luiz Waechter
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Instituto de Biociências - Programa de Pós Graduação em Botânica
Dissertação. Porto Alegre, 2006
Comparativos de levantamentos fitossociológicos realizados em diferentes área...OZILDO1
A fitossociologia pode ser definida como a ciência das comunidades vegetais ou o conhecimento da vegetação em seu sentido mais amplo. Ela serve para explicar os fenômenos que se relacionam com a vida das plantas dentro das unidades ecológicas. No cenário atual, ela é considerada uma valiosa ferramenta na determinação das espécies mais importantes dentro de uma determinada comunidade. Através dos levantamentos fitossociológicos é possível estabelecer graus de hierarquização entre as espécies estudadas. O objetivo do presente artigo é estabelecer um comparativo entre os resultados referentes a quatro levantamentos fitossociológicos realizados em diferentes áreas de caatinga, determinando as espécies de maiores valores de dominância e de valor de importância. Constatou-se que os levantamentos florísticos e fitossociológicos realizados na Caatinga, mostram grande variabilidade no número de espécies e de indivíduos. Essa variedade é maior, quando as áreas estudadas referem-se às caatingas situadas em locais onde as precipitações são mais elevadas, bem como em regiões de matas ciliares. E, que há uma necessidade urgente do manejo da caatinga, como forma de compatibilizar a exploração e a diversidade biológica desse bioma, que, reconhecidamente, é o mais frágil do país. Pois, de acordo com os levantamentos fitossociológicos analisados, naquelas áreas da caatinga que não apresentam bons estados de conservação, já se observam um menor número de espécies em sua cobertura vegetal.
Palavras-chave: Áreas de Caatinga. Levantamento fitossociológicos. Comparativos.
A AVIFAUNA EM DUAS ÁREAS DE UMA ZONA RURAL COM REMANESCENTES DE MATA ATLÂNTIC...Marcos Paulo Machado Thome
Aves são bioindicadores utilizados para a detecção de alterações ambientais, e o estudo da biodiversidade destes organismos-chave torna-se essencial para tal papel, porém pouco se sabe das espécies que ocorrem no Noroeste Fluminense, um ambiente com alto índice de degradação. Sendo assim, o presente trabalho apresenta um inventário da avifauna ocorrente em áreas degradadas localizadas no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. O levantamento ocorreu durante doze meses. Foi realizado em duas áreas previamente delimitadas da zona rural pertencente ao Município de Natividade, RJ, totalizando 154 horas de observações em cada área e uma lista de 76 espécies, com as maiores riquezas pertencente às famílias Tyrannidae e Thraupidae. Dos hábitos alimentares prevaleceram o insetívoro, frugívoro e onívoro.
Mapa de Áreas Prioritárias para a Biodiversidade - Amazônia - Ronaldo WeigandRonaldo Weigand Jr
Em 2006/2007, o Ministério do Meio Ambiente atualizou o Mapa de Áreas Prioritárias para a Biodiversidade Brasileira. Na Amazônia, isso foi feito com recursos e coordenação executiva do Programa Áreas Protegidas da Amazônia - ARPA. Ronaldo Weigand foi o coordenador geral, Daniela Oliveira a coordenadora executiva, e Ana Albernaz a coordenadora científica. Mais de 400 cientistas, técnicos do governo e de ONGs, representantes de ONGs e indígenas.
Estrutura espacial e sazonal da avifauna e considerações sobre a conservação de aves aquáticas em uma área úmida do Rio Grande do Sul, Brasil.
IURY ALMEIDA ACCORDI
Orientadora: Profa. Dra. Sandra Maria Hartz
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Instituto de Biociências - Programa de Pós Graduação em Ecologia
Dissertação. Porto Alegre, 2003
1. Professor Germano da Fonseca Sacarrão, Museu Bocage. Lisboa. 1994. pp. 167- 199.
ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES DE
CONSERVAÇÃO DE VERTEBRADOS
TERRESTRES A NíVEL REGIONAL: O CASO
DA COSTA SUDOESTE PORTUGUESA
por
JORGE M. PALMEIRIM
Departamento de Zoologia e Antropologia.
Faculdade de CiSncias. Bloco C2. Campo Grande. 1700 Lisboa.
FRANCISCO MOREIRA
Rua Prof. João Barreira, 2. 3C, 1600 Lisboa
PEDRO BEJA
Praceta Moínho da Bôba, Lote 188. 5° Dto,
Casal de S. Brás. 2700 Amadora
ABSTRACT
Conservation priorities of terrestrial Vertebrates at national
levei: the case Df Soutwestern coast Df Portugal
Conservation priorities established at the international and na-
tional leveis are oflen nol applicable aI lhe regional leve!. This
paper describes a quantilalive melhodology lo rank species ac-
cording lo lhe levei of attention Ihal Ihey deserve in regional
conservalion. ln Ihis melhodology lhe species are ranked accord-
2. 168 J. M. Palmeirim, F Moreira & P. Beja
ing to two main components: (I) 'the vulnerability, which is cal-
culated using biological variables that are related to the fragility
of the populations, and (2) the relevance, which reflects the
importance of the regional populations at the national and inter-
nationaI leveIs, and can also incorporate any particularities af its
taxonomy, biogeography, etc. The proposed methodo10gy is here
illustrated with the selection of conservation priorities .for South-
Western coast of Portugal.
RESUMO
As prioridades de conservação estabelecidas a nível internacional
e nacional não são necessariamente as mais apropriadas para a
implementação de medidas de conservação a nível regional. O
presente trabalho descreve uma metodologia quantitativa para
determinar prioridades de conservação de espécies ao nível re-
gional. Nesta metodologia as espécies são ordenadas com base em
duas componentes: (I) a sensibilidade, calculada a partir de um con-
junto de variáveis biológicas relacionadas com a vulnerabilidade
das populações; e (2) a relevância, que reflecte a importância das
populações da região no contexto nacional e internacional, e ain-
da o seu interesse biogeográfico, sistemático, etc.. A metodologia
descrita é aqui ilustrada com a selecção de espécies prioritárias
para acções de conservação na costa sudoeste portuguesa.
I. INTRODUÇÃO
A acção do Homem sobre uma dada região afecta de forma mais ou
menos significativa as comunidades naturais que nela ocorrem. A
destruição do coberto vegetal, a fragmentação dos habitats, a perturbação,
etc., levam a que muitas espécies vejam as suas populações divididas e
reduzidas, podendo mesmo ocorrer a sua total extinção. Assim, nos
últimos anos, tem-se assistido a uma crescente preocupação no sentido
de prever quais as consequências das intervenções humanas sobre as
populações animais e vegetais - estudos de impacte - e de organizar
espacialmente as intervenções de forma a permitir a conservação destas
populações - ordenamento do território.
Um factor chave na abordagem das questões regionais de
conservação consiste no conhecimento detalhado da biologia, ecologia e
vulnerabilidade das espécies existentes nessa região aos diversos tipos de
3. Prioridades de conservação de vertebrados terrestres 169
agressão humana. Se este objectivo é de alguma forma concretizável para
um conjunto relativamente reduzido de espécies, é claramente impossível
para a totalidade dos taxa que ocorrem numa dada região. Desta forma,
as tomadas de decisão no que diz respeito a opções de desenvolvimento
e de conservação, confrontam-se na prática com uma escassez de dados
de base que permitam prever a sua real repercussão nos sistemas· naturais.
Uma possível solução para estes problemas consiste na definição de
prioridades de conservação, que tenham em conta simultaneamente a
sensibilidade biológica das espécies e a relevância das suas populações
na região em estudo. É sobre estas espécies que, em geral, deverá incidir
o maior esforço de conservação.
Vários sistemas foram já propostos para a definição de prioridades
de conservação da fauna de vertebrados (e.g., Hiraldo & Alonso, 1985;
Burke & Humphrey, 1987, Millsap et ai., 1990). Nenhum destes sistemas é
contudo de aplicação generalizada, devido às características específicas de
cada área para a qual o sistema foi desenvolvido e ao tipo de informação
biológica existente para as diferentes espécies. Para além disso, estes
sistemas foram desenvolvidos para grandes áreas geográficas, sendo pouco
apropriados para definir prioridades de conservação a nível regional.
Desta forma, procurou-se no presente trabalho, desenvolver um
sistema de definição de prioridades de conservação da fauna de
vertebrados, que possa ser utilizado a nível regional sobre espécies cuja
biologia seja relativamente mal conhecida. Com um sistema de aplicação
generalizada deste tipo, pretendeu-se desenvolver um método de trabalho
expedito e prático, utilizável em estudos de impacte, planos de orde-
namento, desenvolvimento de estratégias regionais de conservação, etc..
O presente sistema de definição de prioridades foi desenvolvido no ãm-
bito do plano de ordenamento da Área de Paisagem Protegida do Sudo-
este Alentejano e Costa Vicentina (APPSACV) (Palmeirim et ai., 1992).
Esta área é adequada para aplicação do sistema, uma vez que é uma
região geograficamente restrita, em que a ecologia da maioria das
espécies que nela ocorrem é relativamente mal conhecida. A flora, fauna e
valor natural da APPSACV foram já descritos por diversos autores (e.g., Ta-
vares & Sacarrão, 1960, Palma et ai., 1984, Beja, 1988, Woodell, 1989).
Tavares & Sacarrão (1960) foram dos primeiros autores a salientar o
grande valor natural do promontório vicentino, integrado na área coberta
por este estudo.
4. 170 J. M. Palmeirim, F. Moreira & P. Beja
2. DESENVOLVIMENTO DO 'SISTEMA DE ORDENAÇÃO
Um sistema de definição de prioridades de conservação será tanto
mais exacto quanto maior for o nível de conhecimentos existente sobre
as espécIes nele incluídas. No entanto, um sistema com uma grande exi-
gência de informação de base tende a ter uma apJicaç~o restrita.
Para o presente sistema de ordenação procurou-se determinar a sensi-
bilidade relativa das diferentes espécies através de um conjunto de variá-
veis biológicas geralmente disponíveis - fecundidade, idade de primeira
maturação, biomassa média individual, nível trófico, etc.. Estudos
recentes têm vindo a demonstrar que este tipo de variáveis se correla-
cionam com a susceptibilidade para a extinção das espécies, podendo ser
utilizadas para prever directa ou indirectamente a sua vulnerabilidade
relativa (Laurence, 1991, Tracy & George, 1992).
Para além das variáveis destinadas a indicar a sensibilidade das
espécies, utilizou-se ainda um conjunto de variáveis destinadas a indicar
a relevância das populações da região em estudo no contexto nacional e
internacional. Estas variáveis foram definidas com base no pressuposto
de que o esforço de conservação de uma dada espécie numa dada região
deverá depender não só da sua sensibilidade biológica, mas também da
importância relativa que a região tem para a sua conservação.
Definiram-se assim os seguintes dois conjuntos de variáveis:
i) variáveis que exprimem a sensibilidade das espécies em função
das suas características biológicas (ecológicas, demográficas, etc.);
li) variáveis que exprimem a relevância das populações em função da
representatividade relativa das populações existentes da região no contexto
nacional e internacional, e o seu interesse biogeográfico, sistemático, etc..
Cada variável foi dividida em várias categorias, correspondentes a
uma pontuação entre O e lO. Para o cálculo dos índices de sensibili-
dade e relevância relativas de cada espécie, adicionaram-se os pontos
correspondentes às várias variáveis de cada grupo, e dividiu-se o total
pelo número de variáveis utilizadas para o seu cálculo. Obteve-se assim
uma ordenação das espécies segundo a sua sensibilidade e relevância.
Para obtenção das prioridades de conservação, calculou-se um índice
biológico, igual à média dos índices de sensibilidade e de relevância.
A atribuição das pontuações em algumas das variáveis é de alguma
forma subjectiva. No entanto, as imprecisões causadas por esta subjec-
5. Prioridades de conservação de vertebrados terrestres 171
tividade são em grande parte compensadas pela utilização de um grande
número de variáveis e de uma certa redundância existente entre elas.
A ordenação inicial obtida foi avaliada com base na posição relativa
de espécies com vulnerabilidade relativa conhecida. Em função dos
resultados obtidos, o sistema foi revisto, tendo sido alteradas algumas
variáveis e incluídas outras. Uma vez que se pretendia uma ordenação
global de todas as espécies, não se incluíram variáveis apenas com
significado para alguns grupos.
O índice biológico reflecte conjuntamente a fragilidade biológica das
espécies e a importância relativa que têm as populações que ocorrem na
região. Este índice não considera o estatuto actual de ameaça das
espécies, mas é simplesmente uma medida das características biológicas
intrínsecas que poderão potenciar essa ameaça. Assim, para além do
índice biológico procurou-se tomar em consideração na hierarquização das
espécies o seu estatuto actual de ameaça. Este estatuto foi calculado com
base na presença das várias espécies nos livros vermelhos português,
espanhol e internacional (UICN). Esta ordenação pretende reflectir o
estatuto actual das espécies, a nível global, peninsular e nacional,
delineado por outros grupos de especialistas. Para o cálculo deste índice
utilizou-se uma metodologia semelhante, constituída por um sistema de
pontuações e a determinação final de uma pontuação média.
Para além da sensibilidade, relevância e estatuto de ameaça das
espécies, um outro factor que poderá ser considerado para a definição de
prioridades de conservação consiste na responsabilidade politicamente
assumida por Portugal, através da assinatura e ratificação de convenções
internacionais, na conservação de algumas espécies. Um índice de
responsabilização política foi assim calculado com base no estatuto das
espécies em convenções internacionais. Este índice não foi considerado
na hierarquização final, uma vez que não reflecte necessariamente
realidades biológicas definidas. Contudo, optou-se por calculá-lo a fim de
propiciar um elemento adicional em processos de tomada de decisão, e
também com o intuito de verificar qual a relação entre o estatuto das
espécies definido biológica e politicamente.
A hierarquização final das espécies foi obtida considerando o valor
do índice biológico para todas espécies com um estatuto de ameaça
superior a 0, i.e., excluíram-se da ordenação todas as espécie que figuram
em todos os livros vermelhos com o estatuto de não ameaçadas.
6. 172 J. M. Palmeirim, F. Moreira & P. Beja
Contudo, incluiu-se na ordenação o pombo-das-rochas (Columba livia),
espécie que apesar de não preencher este requisito, é frequentemente
considerada ameaçada por degenerescência do património genético
(Johnston et aI., 1988, Ragionieri et aI., 1991).
2.1 Selecção das espécies
Para a ordenação, seleccionaram-se todas as espécies de vertebrados
terrestres que se sabe ocorrerem regularmente na APPSACV (n = 291;
Apêndice), incluindo os peixes dulciaquícolas e migradores anfibióticos,
mas excluindo as aves pelágicas [Procellariformes, ganso-patola (Sula
bassalUl), etc.] e os mamíferos marinhos. O inventário faunístico foi
efectuado essencialmente com base em Beja (1988), mas também em
observações de campo mais recentes. Consideraram-se como de
ocorrência regular todas as espécies residentes e todas as espécies
invernantes ou migradoras em que pelo menos 2 indivíduos são
observados anualmente na APPSACV. Com este critério, pretendeu-se
excluir espécies de ocorrência acidental, para as quais o significado da
APPSACV para a sua conservação é muito reduzido. Apesar da escassez
de dados existentes, não se excluíram no entanto algumas espécies que
se suspeita ocorrerem regularmente em número apreciável, mas para as
quais se pensa existirem deficiências na cobertura efectiva dos seus locais
de ocorrência durante os períodos adequados (e.g., maçarico-bastardo
Tringa glareola, melro-das-rochas Monticola saxatilis, melro-de-peito-
-branco Turdus torquatus, etc.).
Em relação aos morcegos, na APPSACV apenas os cavernícolas têm
sido estudados com regularidade, pelo que a grande maioria das espécies
não cavernícolas não foram ainda referenciadas nesta área. Para obstar a
esta falta de informação, decidiu-se incluir 4 espécies de quirópteros
ainda não recenseados (morcego-anão Pipistrellus pipistrellus, morcego-
-de-Kuhl P. kuhli, morcego-hortelão Eptesicus serotinus e morcego-
-orelhudo-cinzento Plecotus austricus), mas cuja ocorrência na APPSACV
é quase certa, uma vez que são espécies comuns, de distribuição alargada
em todo o país (Palmeirim, 1990) e foram observados próximo da
APPSACV (Rodrigues & Palmeirim, com. pess.).
Incluiu-se também na ordenação o airo (Uria aalge), o toirão (Turnix
sylvatica) e o lince (Lynx pardina), apesar de a primeira espécie estar
extinta como nidificante na APPSACV (Teixeira, 1984), e em relação às
7. Prioridades de conservação de vertebrados terrestres 173
outras duas não haver observações confirmadas recentes quanto à sua
ocorrência nesta área. O toirão está provavelmente extinto no nosso país
(Rufino, 1989), sendo contudo de ter em consideração a possibilidade de
que ainda ocorra de forma restrita em algumas áreas de habitat adequado.
O lince é uma espécie de baixa detectabilidade, especialmente em áreas
de baixa densidade populacional, sendo a sua ocorrência· na APPSACV
bastante provável, dada a existência de habitat aparentemente favorável, e à
presença na Serra do Espinhaço de Cão de uma pequena população residual
(Palma, 1978). Pegadas de lince foram recentemente detectadas numa
zona adjacente à APPSACV, perto da aldeia da Vilarinha (palma, com. pess.).
A inclusão destas espécies ficou a dever-se, em todos os casos, à necessida-
de de serem consideradas em qualquer plano de gestão e ordenamento da
APPSACV, apesar dos conhecimentos insuficientes que sobre elas existem.
Para a determinação das variáveis, não foram consideradas .entidades
taxon6micas inferiores à espécie.
2.2 Descrição das variáveis
Os critérios de cálculo das variáveis utilizadas são indicados na ta-
bela 1 e figura I. No conjunto utilizaram-se as 16 variáveis apresentadas
seguidamente, sendo indicados exemplos de cálculo nalguns casos em
que os critérios poderiam suscitar dúvidas de interpretação. Os dados
utilizados para o cálculo das variáveis foram obtidos em bibliografia
demasiado extensa para ser citada neste trabalho e, pontualmente, em
informações prestadas por especialistas de alguns grupos faunísticos.
escrita.
Sensibilidade
Para a determinação da ordenação correspondente à sensibilidade das
espécies utilizaram-se sete variáveis.
i) Tendência global da população - Esta variável considera a ten-
dência actual ou recente das populações de uma espécie, quer em número
de indivíduos, quer em área de distribuição, para o conjunto da sua área
de distribuição europeia. As pontuações foram dadas consoante a espécie
esteja em declínio, estável ou em aumento, e consoante esta tendência
seja bem conhecida ou apenas suspeitada. Espécies como o falcão-
peregrino (Falco peregrinus), que sofreram a partir dos anos 40 e até aos
8. Índice
Biológico
Sensibilidade Relevância Estatuto de
ameaça
I
1. Tendência global 1. Distribuição 1. Estatuto no
da população Global Livro Vermelho
2. Tendência da 2. Distribuição em Português
população Portugal 2. Estatuto no
em Portugal 3. Período de Livro Vermelho
3. Concentração da ocorrência Espanhol
população 4. Singularidades 3. Estatuto no
4. Potencial reprodutor Livro Vermelho
a) Fecundidade da UICN
b) Idade de primeira
maturação
5. Especialização do
habitat
6. Nível trófico
7. Biomassa média
individual
Fig. I - Representação esquemática da metodologia descrita.
Índice de
~esponsabilização
Politica
1. Convenção de
Bona
2. Convenção de
Berna
-~
;..
~
~
~
'"::;.
~.
:>l
~
ii!
~.
Ro
~
~
~.
"
9. Prioridades de conservação de vertebrados terrestres 175
TABELA 1 - CR1TÉRlOS PARA CÁLCULO DAS VARIÁVEIS UTILIZADAS
NO ESTABELECIMENTO DE PRlORlDADES DE CONSERVAÇÃO
DA FAUNA.
VARIÁVEIS BIOLÓGICAS
Sensibilidade
1. Tendência Global da População
a) População em decréscimo 10
b) Tendência desconhecida, mas população
possivelmente em decréscimo 8
c) A população esteve em decréscimo.
mas actualmente está estável ou em aumento 6
d) Tendência desconhecida 3
e) População estável ou presumivelmente estável 2
!J População em aumento O
2 Tendência da População em Portugal
Critérios idênticos aI)
3. Concentração da População
a) Concentra-se em poucos sítios
b) Concentra-se em pequeno número
em muitos sítios
c) Não se concentra
4. Potencial Reprodutor
!O
5
O
(i) Fecundidade (Número médio de crias/ovos por fêmea adulta por ano)
a) < 2
b) 2 - !O
c) !O - 100
ti) > 100
(ii) Idade de Primeira Maturação
a) > 3 anos
b) 2 - 3 anos
c) I ano
ti) < I ano
5
3
1
O
5
3
I
O
10. 176 J. M. Palmeirim, F. Moreira & P. Beja
TABELA I (Continuação)
5. Especialização do Habitat
a) Espécie muito especializada, dependente
de biótopos pouco abundantes
b) Nem (a) nem (c)
c) Espécie plástica, ou dependente
de biótopos abundantes
6. Nfvel Tr6fico
a) Carnívoros
b) Misto I (Camívoros+lnsectívoros)
c) Insectívoros
ál Misto II (Insectívoros+Herbívoros)
e omnívoros
e) Herbívoros
7. Biomassa Média Individual
a) Mais que 10 Kg
b) 6 - lO Kg
c) 3 - 6 Kg
ál1.5-3Kg
e) 0.8 - 1.5 Kg
j) 0.4 - 0.8 Kg
g) 0.2 - 0.4 Kg
h) 0.1 - 0.2 Kg
i) 0.05 - 0.1 Kg
j) 0.025 - 0.05 Kg
l) Menor que 0.025 Kg
Relevância
.1. Distribuição Global
a) Península Ibérica
b) Península Ibérica + sul de França
c) Menos de 30% da Europa
ál Distribuição alargada
2 Distribuição em Portugal
a) Localizada
b) Menos de 1/3 do País
lO
5
O
lO
8
5
3
O
10
9
8
7
6
5
4
3
2
I
O
lO
8
4
O
10
6
11. Prioridades de conservação de vertebrados terrestres 177
c) 1/3 a 2/3 do País
tI) Mais de 2/3 do País
3. Per{odo de ocorrência
a) Residente
b) Estivante
c) Invernante
tI) Migrador
e) Acidental
4. Singularidades
TABELA I (Continuaçilo)
a) Existência de singularidade
b) Inexistência de singularidades
ESTATUTO ACTUAL DE AMEAÇA
1. Estatuto no Livro Vermelho Português
a) Espécie em perigo (E)
b) Espécie vulnerável (V) ou Indeterminada (I)
c) Espécie rara (R)
tI) Espécie insuficientemente conhecida (K)
e) Espécie não ameaçada (NA)
2 Estatuto no Livro Vermelho Espanhol
Critérios idênticos aI)
3. Estatuto no Livro Vermelho da UICN
Critérios idênticos a I)
CONVENÇÕES INTERNACIONAIS
1. Convenção de Bona
a) Incluída na Convenção
b) Não incluída na Convenção
2 Convenção de Berna
a) Incluída no Anexo II da Convenção
b) Incluída no Anexo III da Convenção
c) Não Incluída na Convenção
3
O
lO
8
4
2
O
lO
O
lO
8
6
3
O
lO
O
lO
4
O
12. 178 J. M. Palmeirim, F. Moreira & P. Beja
anos 70 um forte declínio motivado pela contaminação com DDT, e
consequente diminuição do potencial reprodutor (Ratcliffe, 1970), mas
que actualmente se encontram em franca recuperação (Palma et aI., 1993)
receberam para esta variável 6 pontos (Categoria c: a população esteve
em declínio mas actualmente está estável ou em aumento).
ii) Tendência da população em Portugal - Esta variável difere da
anterior, por dizer apenas respeito às populações portuguesas. As
tendências das populações da maioria das espécies são mal conhecidas
em Portugal, existindo poucos estudos que documentem com detalhe a
sua evolução. Assim, para todas as espécies para as quais estudos
populacionais não existiam, utilizaram-se as tendências indicadas nos
Livros Vermelhos dos vertebrados portugueses (SNPRCN, 1990, 1991).
A pontuação máxima foi dada a espécies como a águia-pesqueira
(Pandion haliaetus), com uma regressão acentuada e bem documentada
no nosso país (Palma, 1984) (Categoria a: população em decréscimo).
iii) Concentração da população - Esta variável foi definida
assumindo que espécies cujas populações se concentram numa dada fase
do seu ciclo de vida (reprodução colonial, dormitórios, migrações, etc.),
são mais vulneráveis do que espécies que .não têm tendência a
concentrar-se. Para espécies migradoras, a concentração da população foi
determinada para o período em que a espécie ocorre na região estudada.
Assim, espécies como a garça-boieira (Bubulcus ibis) e o morcego-de-
-peluche (Miniopterus schreibersii) que se concentram em grandes
colónias durante a época de reprodução, foram classificados para esta
variável com a pontuação máxima (Categoria a: concentra-se em poucos
sítios). Com 5 pontos (Categoria b: concentra-se em pequeno número em
muitos sítios) foram classificadas por exemplo espécies que formam
muitas colónias de criação, cada qual com um número reduzido de
indivíduos em relação à população total existente numa dada área - e.g.,
cegonha-branca (Ciconia ciconia) e pombo-das-rochas (Columba livia).
Espécies em que toda a população de uma área utiliza locais confinados
para a sua reprodução - caso dos peixes e anfíbios -, e espécies que
nas suas áreas de invernada tendem a concentrar-se em áreas limita-
das - e.g., limícolas - receberam também 5 pontos.
iv) Potencial reprodutor - A probabilidade de extinção de uma dada
espécie depende, em grande medida, dos seus parâmetros populacionais
(fecundidade, longevidade, idade de .' maturação, mortalidade, etc.), sen-
13. Prioridades de conservação de vertebrados terrestres 179
do estes parâmetros utilizados frequentemente para prever as flutuações
populacionais a que as espécies estão sujeitas e a possível influência do
Homem sobre estas flutuações (Smies, 1983a,b). No entanto, a disponibi-
lidade de dados populacionais detalhados é sempre muito reduzida, pelo
que, para o presente sistema se optou por utilizar apenas dois parâmetros
geralmente disponíveis: (1) fecundidade e (2) idade de primeir" matu-
ração. A cada uma destas sub-variáveis foi atribuído um valor máximo
de 5 pontos. Para o cálculo da primeira sub-variável, a fecundidade, consi-
derou-se o número de descendentes potenciais (ovos ou crias) produzidos
anualmente por cada fêmea. Para espécies cujos indivíduos têm potencial
para se reproduzirem mais de uma vez por ano, como por exemplo certos
passeriformes, considerou-se a totalidade de descendentes produzidos e
não a dimensão média de cada ninhada. A pontuação máxima para esta
sub-variável é dada para espécies com o menor potencial reprodutor.
A segunda sub-variável (2) é determinada com base na idade média
de primeira maturação das fêmeas. Espécies com uma pequena idade de
primeira maturação são as menos pontuadas nesta sub-variável.
v) Especialização do habitat - Esta variável mede as exigências das
espécies em relação a biótopos específicos. Considera-se que espécies
estritamente dependentes de biótopos pouco abundantes são mais
vulneráveis que espécies também especializadas, mas dependentes de
biótopos abundantes. Tal como para a variável (iii), considera-se para a
determinação da especialização do habitat o período em que a espécie
ocorre na região estudada. O cálculo desta variável foi seriamente
limitado.pela escassez de dados disponíveis sobre a maioria das espécies.
Assim, considerou-se com a pontuação máxima (Categoria a: espécie
muito especializada dependente de biótopos pouco abundantes) espécies
como a gralha-de-bico-verinelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax), para as quais
existem estudos que inequivocamente demonstram a sua ligação estrita a
um tipo de biótopo particular (Farinha, 1991). Espécies ligadas a
biótopos mais abundantes (e.g., zonas húmidas, montados, etc.) foram
classificadas na categoria intermédia (Categoria b: nem a nem c).
vi) Nível tr6fico - Esta variável mede a posição da espécie nas
cadeias alimentares. Considera-se que as espécies são em média tanto
mais vulneráveis .quanto mais alta for a sua posição nas cadeias alimen-
tares. Esta suposição prende-se com a existência de efeitos de bio-acumu-
lação de poluentes ao longo das cadeias alimentares (e.g., Hernández et
14. 180 J. M. Palmeirim, F. Moreira & P. Beja
ai., 1985), e com o facto de as espécies que ocupam o topo das cadeias
alimentares terem em geral densidades populacionais mais baixas que
espécies a níveis tróficos intermédios e inferiores (Peters, 1983).
vii) Biomassa média individual - Espécies com maiores dimensões
têm tendência a necessitar de maior quantidade de recursos, ocupar
maiores áreas vitais e ocorrer em menores densidades. (Peters, 1983,
Carrascal & Telleria. 1991). e portanto serem mais susceptíveis à
extinção (Brown & Nicoletto. 1991). Uma vez que dados sobre a
extensão de áreas vitais e densidade não existem para a maioria das
espécies. e que estes são parâmetros importantes a ter em conta quanto
se pretende determinar a sua vulnerabilidade. utilizou-se a biomassa
média individual como parâmetro indicador. Considerou-se assim que
espécies com maior biomassa média individual têm maior vulnerabilidade
do que espécies com menor biomassa.
Relevância
Para a ordenação correspondente à relevância das espécies utiliza-
ram-se quatro variáveis. Estas variáveis pretendem traduzir a importân-
cia relativa da região para a conservação das populações nacionais e euro-
peias das várias espécies. Inclui igualmente uma variável que indica se
as populações que ocorrem na região apresentam alguma característica
sistemática. biogeográfica. ecológica. etc.• de particular interesse. Para
as espécies migradoras as variáveis relacionadas com a distribuição geo-
gráfica são calculadas para o período em que a espécie ocorre na região
estudada.
i) Area de distribuição global - Esta variável assume que a
relevância de uma população que ocorre na APPSACV é tanto maior
quanto menor for a distribuição europeia da espécie. Por exemplo.
considera-se mais relevante o tritão-de-ventre-Iaranja (Triturus boseai),
que devido a ser endémico da região Ocidental da Península Ibérica
(Oliveira & Crespo. 1989) é cotado com 10 pontos (categoria I: espécie
exclusiva da Península Ibérica). do que a salamandra (Salamandra
salamandra), cuja distribuição generalizada em toda a Europa (Oliveira
& Crespo. 1989) implica uma relevância mais reduzida da população
existente na APPSACV. sendo portanto esta espécie cotada com O pontos
(categoria 4: espécie com distribuição alargada na Europa).
15. Prioridades de conservação de vertebrados terrestres 181
il) Area de distribuição em Portugal ~ Uma espécie para a qual a
APPSACV constitua uma fracção importante da área de distribuição é
mais relevante que uma espécie com uma distribuição generalizada no país.
Assim, a águia-pesqueira (Pandion haliaetus), cuja totalidade da população
nidificante portuguesa ocorre na APPSACV, é cotada para esta variável
com a pontuação máxima (10 pontos; categoria 1: espécie com distribuição
localizada), apesar de durante o Inverno a espécie ocorrer em todo o país.
iii) Período de ocorrência - Valores mais elevados para esta variável
foram dados a espécies residentes ou estivantes na área, como por exem-
plo o falcão-peregrino (Falco peregrinus) (10 pontos; categoria a: espécie
residente) ou o peneireiro-de-dorso-liso (Falco naumanni) (8 pontos;
categoria b: espécie estivante), sendo os valores inferiores dados a espé-
cies que não se reproduzem na área, como por exemplo o esmerilhão (Falco
columbarius) (4 pontos; categoria c: espécie invernante) ou o falcão-da-
rainha (Falco eleonorae) (2 pontos; categoria d: espécie migradora).
iv) Singularidades - Esta variável foi incluída, devido a reconhecer-se
que determinadas espécies têm um interesse científico ou conservacio-
nista particular (10 pontos; categoria I : espécies que apresentam na
região estudada populações com características singulares relevantes),
devido às suas características genéticas, sistemáticas, biogeográficas, etc.,
ou por apresentarem adaptações ecológicas particulares, sendo por isso de
especial relevância as populações que ocorrem na APP. Foram incluídas
nesta categoria, a cegonha-branca (Ciconia ciconia), cuja população
nidificante na APPSACV é a única conhecida que utiliza falésias
marítimas como locais de construção do ninho (Palma et ai., 1984), o
pombo-das-rochas (Columba livia), cujas populações naturais se
encontram em grave risco por degenerescência do património genético
devido a cruzamento com formas domésticas (Jonhston et aI., 1988), e
que na APPSACV parece ainda apresentar uma pureza considerável, pelo
menos fenotípica (Palma, com. pess. ), e a lontra (Lutra IUlra), que na
APPSACV ocorre em meio marinho (Beja, 1989), sendo a população
mais meridional que ocupa este biótopo invulgar para a espécie.
Estatuto de ameaça
Para o cálculo desta variável, utilizou-se o estatuto com que as várias
espécies são referidas pelos Livros Vermelhos dos Vertebrados de Portugal,
16. 182 J. M. Palmeirim, F. Moreira & P. Beja
Espanha e V.I.C.N.. Com estes três Livros Vennelhos, procurou-se consi-
derar a situação das espécies a nível nacional, peninsular e internacional.
Para efeitos de cálculo das pontuações, as categorias vulnerável (V) e indeter-
minado (I) foram consideradas em conjunto, tendo-se-Ihes atribuído o
valor 8 (Tabela 1). Esta opção foi tomada, uma vez que a categoria indeter-
minado é dada a espécies presumivelmente ameaçadas, .vulneráveis ou
raras (SNPRCN, 1991), tendo-se decidido atlibuir-lhe um valor intennédio.
Índice de responsabilização política
Para o cálculo do índice de responsabilização política utilizaram-se as
Convenções de Bona e de Berna. Outras convenções e directivas de âmbito
mais restrito (e.g., Directiva Aves) não foram utilizadas devido a sobrevalori-
zarem a irnportãncia de certos grupos taxonómicos, nomeadamente as aves.
3. AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ORDENAÇÃO
Qualquer método de ordenação é de certa fonna imperfeito, urna vez que
se baseia em conhecimentos biológicos e ecológicos incompletos, e porque
as variáveis utilizadas nem sempre se correlacionam linearmente com a proba-
bilidade de extinção das populações. Para além disso, o facto de se conside-
rarem simultaneamente espécies pertencentes a grupos taxonómicos muito
distintos, com características biológicas diferenciadas, faz com que as variá-
veis utilizadas possam não ter significado idêntico para todos os grupos con-
siderados. Por exemplo, para espécies de igual biomassa, as aves tendem
a apresentar menores densidades que outros grupos animais (Carrascal &
Telleria, 1991), pelo que a variável (vii) - biomassa média individual
- poderá tender a subestimar a sensibilidade relativa desta Classe.
Para além dos factores biológicos intrínsecos das espécies, a probabi-
lidade de extinção poderá estar também dependente das fonnas de utili-
zação dos recursos naturais pelo Homem (Burke & Humphrey, 1987). Por
exemplo, espécies com elevado valor cinegético ou que tendam a ocorrer
preferencialmente em zonas muito utilizadas pelo Homem, como é o caso
do litoral, tendem a apresentar maiores probabilidades de extinção.
Apesar das dificuldades inerentes aos métodos de ordenação, é
contudo cada vez mais necessário estabelecer objectivamente prioridades
relativas de conservação, uma vez que, com ou sem conhecimentos
biológicos detalhados, as opções de desenvolvimento têm que ser
17. Prioridades de conservação de vertebrados terrestres 183
tomadas quase diariamente. Os métodos 'de ordenação surgem assim
como uma solução expedita, para a articulação da informação biológica
disponível a cada momento e seu processamento sob uma forma
facilmente utilizável por planeadores e gestores do ambiente. Neste
quadro, o método desenvolvido neste trabalho parece ser eficaz, tendo
produzido bons resultados como um dos elementos de base do plano de
ordenamento de uma área protegida (APPSACV). ' .
3.1 Aplicação do sistema de ordenação
Inter-relações entre as variáveis
Para compreender a forma como cada variável contribui para a orde-
nação final, calcularam-se as correlações ordinais de Spearman como
medida de associação entre as variáveis utilizadas, e entre estas e os
índices de sensibilidade, relevãncia e biológico (Tabela 2). Não foram
observadas correlações muito elevadas (r,>0.5) entre as variáveis
utilizadas. Os valores mais elevados foram observados entre o índice de
sensibilidade e as seguintes variáveis: biomassa média individual
(r,=O.57), idade de primeira maturação (r,=O.63), tendência global da
população (r,=O.53), tendência da população em Portugal (r,=0.55) e
nlvel trófico (r,=0.59). Foi também observada uma correlação elevada
entre os índices de sensibilidade e relevância (r,=0.54).
Ordenação das espécies
A ordenação das espécies existentes na APPSACV é apresentada na ta-
bela 3. Nesta tabela, apenas são indicadas as 50 espécies com maior índice
biológico, uma vez que são estas que em geral deverão ser consideradas prio-
ritariamente em estudos de impacte, planos de ordenamento, estratégias de
conservação, etc. Em conjunto com O índice biológico são também indicados
na tabela 3 o estatuto de ameaça e o índice de responsabilização política.
Os resultados da aplicação do método sobre os dados reais da
APPSACV parecem sugerir que a hierarquização de prioridades reflecte
bem a sensibilidade e relevãncia relativas das várias espécies ao nível
regional estudado. Assim, as quatro espécies que estão extintas ou
praticamente extintas na APPSACV ( Uria aalge, Lynx pardina, Pandion
haliaetus e Turnyx sylvatica), são aquelas que apresentam os quatro
18. TABELA 2 - MATRIZ DE CORRELAÇÃO ORDINAL DE SPEARMAN
ENTRE AS VARIÁVEIS ESTUDADAS:
CONC - Concentração da população; DGLOB Distribuição global;
DPOR - Distribuição em Portugal; FEC - Fecundidade;
HAB Especialização do habitat; MAT - Idade de primeira maturação; OCO - Período de Ocorrência;
TGLO Tendência populacional global; TPOR - Tendência populacional em Ponugal; TROF - Posição na
cadeia trófica; BIOL - indice Biológico; RELE - Relevância;
SENS - Sensibilidade.' - p<O.OI (n=29I).
CONC 0.14'
OGLO -0.06 O.OS
OPOR 0.13 0.22' 0.21 '
FEC 0.10 -0.03 -0.11 0.12
HAB -0.06 0.27' 0.05 0.33' 0.17'
MAT 0.2S" 0.41" 0.22" 0.03 O.OS 0.21'
OCO -0.11 0.05 0.06 -0.24' -0.21' -0.26' 0.00
TGLO 0.14' -0.01 -0.05 0.01 0.15' 0.15' O.IS' -0.05
TPOR 0.21' 0.02 -0.01 0.05 O. IS' 0.24' 0.20' -0.04 0.56'
TROF 0.35' -0.04 0.04 -0.04 0.24' 0.00 0.44' -0.16' 0.2S' 0.33'
BIOL 0.40' 0.50' 0.45' 0.3S' 0.16' 0.32' 0.5S' 0.22' 0.41' 0.44' 0.40'
RELE 0.2S' 0.11 0.00 0.20" 0.27' 0.34" 0.27' -0.13 O.4S" 0.50' 0.29' 0.45'
SENS 0.57' 0.49' 0.06 0.24' 0.31" 0.43' 0.63' -0.16' 0.53' 0.55' 0.59" 0.79' 0.54'
BIOM CONC OGLO OPOR FEC HAB MAT OCO TGLO TPOR TROF BIOL RELE
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19. Prioridades de conservação de vertebrados terrestres 185
maiores valores de índice biológico (Tabela 3). Para além disso, das 10
espécies ordenadas nos primeiros lugares, 5 são consideradas ameaçadas
(E) e 3 vulneráveis (V) no livro vermelho dos vertebrados terrestres
portugueses (SNPRCN, 1990). Desta forma, o sistema parece indicar
satisfatoriamente espécies com estatuto crítico.
A fim de verificar se o sistema também ordena satisfatoriamente
espécies com estatuto de conservação menos crítico, comparou-se
o índice biológico e o estatuto de ameaça dessas espécies definido
pelo Livro Vermelho dos Vertebrados Portugueses (SNPRCN, 1990,
1991). Para isso, calculou-se a correlação ordinal de Spearman entre
o índice biológico e o valor que reflecte o estatuto de ameaça no re-
ferido Livro Vermelho e graficou-se o valor mediano do índice biológico
em função do estatuto de ameaça (Figura 2). Em ambos os casos veri-
fica-se que as espécies com um maior estatuto de ameaça tendem a
apresentar maiores valores do índice biológico (r,=0.40, n=291, p<O.OOI).
Estes resultados corroboram a robustez da metodologia aplicada na
ordenação das espécies; as prioridades de conservação devem estar
relacionadas com o estatuto das espécies, mas não ser por ele
inteiramente determinado, uma vez que devem também reflectir as
especificidades regionais das populações das espécies consideradas.
As espécies definidas como de conservação prioritária apresentam
índices de responsabilização política elevados. No entanto, fica claro da
análise da tabela 3, que algumas espécies que não são consideradas
prioritárias em convenções internacionais podem merecer, pelo menos a
nível regional, um estatuto de conservação importante.
3.2 Limitações do método
Apesar dos aparentes bons resultados obtidos com a aplicação do
presente método, há que ter em conta as dificuldades inerentes a qualquer
método objectivo de estabelecimento de prioridades de conservação. Com
efeito, a qualidade dos resultados depende em grande medida dos
seguintes aspectos:
i) rigor da informação biológica disponível;
ii) relação entre as variáveis utilizadas e a probabilidade de extinção
das espécies;
iii) peso relativo das diferentes variáveis;
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~
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7
6
5
4
3
2
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NA K R V/I E
Estatuto
Fig. 2 - Mediana e distância inter-quartis do Índice Biológico em função do estatuto de ameaça das espécies
no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. NA - Não ameaçadas (0=216); K - Insuficientemente
conhecidas (n~18); R - Raras (n~21); VII - Vulneráveis ou Indeterminadas (n~24); E - Em Perigo (n~12).
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22. 188 J. M. Palmeirim. F. Moreira & P. Beja
TABELA III (Continuação)
índice Estatuto índice
Biológico Ameaça Político
Burhinus oedicnemus 4.4 2.0 10
Ardea purpurea 4.3 5.3 5
Elanus caeruleus 4.3 4.0 10
Circus pygargus 4.2 5.3 10
Corvus corax 4.2 2.7 2
Falco eleonorae 4.2 2.0 10
Prunel/a col/aris 4.1 2.0 5
Ciconia nigra 4.0 6.7 10
Ixobrychus minutus 4.0 2.7 5
Botaurus stellaris 3.9 6.7 5
Streptopelia turtur 3.9 5.3 2
Felis silvestris 3.8 5.3 5
Numenius arquata 3.7 3.3 7
Pipistrellus savii 3.7 2.0 10
iv) existência de factores de pressão humana directos sobre as
espécies. independentes das características biológicas e que aumentem a sua
probabilidade de extinção. Desta forma. recomenda-se que:
i) a ordenação seja aferida com base na opinião de especialistas dos
diversos grupos taxonómicos. devendo ser sujeitas a uma análise mais
detalhada espécies com baixa prioridade de conservação consideradas
pelos especialistas como ameaçadas;
ii) a ordenação deverá ser efectuada com base em informação
actualizada. de forma a enquadrar nova informação biológica tornada
disponível e a eventual mudança de estatuto das espécies.
Apesar das vantagens dos métodos de ordenação. o estabelecimento
de prioridades de conservação a nível regional deverá sempre ter em
conta um conhecimento tão detalhado quanto possível das espécies e das
regiões a que se aplica.
AGRADECIMENTOS
Desejamos desta forma expressar o nosso agradecimento a todos
os que nos ajudaram a recolher a grande quantidade de informação
23. Prioridades de conservação de vertebrados terrestres 189
necessária à realização deste trabalho, em especial ao Dr. Luís Palma,
que nos 'cedeu dados pessoais que recolheu ao longo dos anos e ao
Gonçalo Oliveira, que participou na realização do Plano de Ordenamento
da APPSACV. Agradecemos também à Dr.' Filomena Magalhães e aos
Drs. António Mira, Octávio Paulo e João Gil a colaboração prestada na
recolha de dados sobre alguns grupos de vertebrados.
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25. Prioridades Ife conservação de vertebrados terrestres 191
APÊNDICE
LISTA DOS TAXA CONSIDERADOS PARA O ESTABELECIMENTO DE
PRIORIDADES DE CONSERVAÇÃO DA FAUNA NA APPSACV
OSTHEICHTYES
Anguilliformes
Anguilla anguilla
Clupeiformes
Alosa fal/ax
Cypriniformes
Barbus selater;
Carassius auratus
Carassius carassius
Chondrostoma lusitanicum
Cyprinus carpia
Leuciscus pyrenaicus
Cobitis maroccana
Cyprinodontiformes
Gambusia holbrooki
Gasterosteiformes
Gasterosteus aculeatus
Perciformes
Lepomis gibbosus
Micropterus salmoides
AMPHIBIA
Caudata
Pleurodeles waltl
Salamandra salamandra
Triturns bascai
Triturus marmoratus
Taxa
Enguia
Savelha
Barbo do Sul
Pimpão
Boga-portuguesa
Carpa
Escalo do Sul
Verdemã
Gambúsia
Esgana-gata
Perca-sol
Achigã
Salamandra-de-
-costelas-salientes
Salamandra-de-pintas-
-amarelas
Tritão-de-ventre-
-laranja
Tritão-marmorado
Pontuação
~ _média
3.54
5.43
5.23
2.90
2.90
5.16
2.68
4.30
2.47
1.97
3.10
2.10
2.47
4.70
3.18
4.21
3.97