Ministros da Palavra devem conhecer a Bíblia e a Igreja
1. Ministros da Palavra Prof Felipe Aquino
Porque a palavra de Deus é viva, eficaz mais penetrante do que uma espada de dois
gumes, e atinge até à divisão da alma e do corpo (…) discerne os pensamentos e
intenções do coração (Hb 4,12)
A santa Palavra é viva e eficaz, quer dizer, tem em si poder. Foi por ela que Deus criou o
céu e a terra e todos os seres visíveis e invisíveis. Quando o Senhor diz: “Faça-se! (Fiat)”,
tudo acontece como Ele quer. Por outro lado, São Paulo chama a Palavra de Deus de
“espada do Espírito” (Ef 6, 17), uma verdadeira arma espiritual do cristão para enfrentar a
ciladas do inimigo.
Infelizmente muitos cristãos a conhecem pouco e também pouco confiam nela. São Paulo
não se cansava de recomendá-la. Disse a Timóteo, seu querido discípulo: “Toda a
Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para
formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa
obra” (II Tm 3,16-17).
Sem o conhecimento e a vivência dessa santa Palavra, não nos tornaremos perfeitos e
não estaremos capacitados para a boa obra. Em outro lugar, o Apóstolo insistiu junto ao
discípulo com veemência: “Eu te conjuro (…) prega a Palavra, insiste oportuna e
importunamente” (II Tm 4,1).
Para que os cristãos conheçam e vivam a Palavra de Deus, é preciso que haja quem lhes
pregue essa Palavra; lhes mostre a sua força e o seu sentido. E para tal é preciso pessoas
preparadas que conheçam as Sagradas Escrituras, especialmente o Novo Testamento.
São Jerônimo dizia que “quem não conhece os Evangelhos não conhece Jesus”.
Não é tão fácil conhecer a Palavra de Deus, especialmente o Antigo Testamento, escrito
há mais de dois mil anos e durante cerca de dez séculos, no Oriente, por um povo com
mentalidade diferente da nossa ocidental. Por isso, o Concilio Vaticano II ensinou na
Constituição “Dei Verbum”, que “o ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus
escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja” (n.10).
Muitos se arvoram no direito de interpretar a Bíblia por sua própria conta, sem ouvir a
Igreja, e cometem muitos erros, levando outros a caminhos tortuosos. São Pedro disse
que nas Escrituras “há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos
ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem
também com as demais Escrituras” (2Pe 3, 16). Então, a Sagrada Escritura interpretada
de maneira errada, pode levar a pessoa a perdição, ao caminho errado. É por isso que
existem hoje milhares de igrejas e seitas que não foram fundadas por Jesus Cristo;
surgiram sem a sua autorização.
Portanto, é necessário que os que se dedicam à pregação da palavra de Deus estejam
preparados para isso; conheçam a Sagrada Escritura, façam um Curso Bíblico, conheçam
a doutrina da Igreja, de modo especial o Catecismo da Igreja Católica, que é a
interpretação católica e autêntica da Bíblia, colocado para nós em forma de doutrina.
Aquele que é ministro da Palavra, não pode ensinar “o que quer”, mas tem de ensinar o
que a Igreja ensina, pois é em seu nome que prega.