A carta convida as irmãs a rezarem pelo Sínodo Pan-Amazônico, que discutirá os novos caminhos para a Igreja e uma ecologia integral na Amazônia, diante dos incêndios na floresta. Também pede orações pelas neomissionárias que receberão o mandato missionário e convida as irmãs a responderem aos apelos vocacionais para anunciar o Evangelho aos necessitados em todos os continentes.

1. Queridas Irmãs,
Uma carinhosa saudação daqui de Manaus, no Estado do Amazonas, Brasil, onde me
encontro para o discernimento em vista da nomeação da Inspetora da nova Inspetoria “Nossa
Senhora da Amazônia”.
Depois dos festejos do 50º da Bem-aventurada Irmã Maria Troncatti, da qual falaremos
ainda até dezembro deste ano, e do Seminário de Formação sobre o Acompanhamento das
Vocações Indígenas, realizado justamente em Manaus, de 2 a 7 de setembro passado, parece-me
oportuno recordar que daqui a três semanas terá início em Roma, o Sínodo Pan-Amazônico cujo
tema é: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia integral”.
Todas nos lembramos com dor do que aconteceu durante o mês de agosto naquela porção de
terra bendita: a floresta amazônica e os seus habitantes em agonia por causa dos incêndios
provocados por escolhas políticas contrárias à vida. Os Bispos do CELAM, na mensagem
Levantemos a voz pela Amazônia, assim escreveram: “Aquilo que acontece na Amazônia não é
somente um problema local, mas global. Se a Amazônia sofre, o mundo todo sofre”.
Portanto, Irmãs, convido vocês para rezarem insistentemente pelo bom êxito do Sínodo Pan-
Amazônico e para invocar a intercessão da Bem-aventurada Irmã Maria Troncatti, que viveu como
missionária ad gentes naquele lugar tão significativo para a vida do planeta. Todas nós, não importa
onde estejamos neste momento, podemos respirar porque a Mãe Terra nos oferece o oxigênio;
podemos matar a nossa sede, porque a Mãe Terra nos oferece as suas fontes, os seus rios e
córregos; podemos manter e fazer crescer a vida em nós e em torno a nós porque a Mãe Terra é
generosa, distribui os seus bens abundantemente, “faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair
sobre justos e injustos” (Mt 5, 45).
Queridas Irmãs, digamos com força, não somente com a voz, mas com o coração, com os
gestos e com toda a nossa vida: «Laudato sì, mi’ Signore», e comprometamo-nos ainda mais com o
cuidado da Casa comum. Procuremos envolver realmente as nossas comunidades educativas, as
pessoas com quem compartilhamos a missão, as crianças, os jovens, as famílias, as Irmãs idosas...
porque todos estamos sob o mesmo sol, habitamos a mesma casa, pertencemos à mesma família:
somos parte da Humanidade!
Fico muito feliz de poder compartilhar com vocês a bonita notícia que as neomissionárias
concluíram há pouco o Curso intensivo de Italiano e agora estão preparando-se para viver a
Experiência Carismático-Missionária nos lugares dos nossos Fundadores. No próximo dia 29 de
setembro, na Basílica de Maria Auxiliadora em Turim, elas receberão o mandato e a cruz
missionária. Rezem por cada uma, e peçam para que elas sejam fieis à vocação missionária ad
gentes! Rezem também pelas suas Inspetorias de origem que souberam compartilhar com o Instituto
o dom destas Irmãs, porque ainda hoje, no mundo, são muitos os jovens que não conhecem Jesus!
Roma, 14 de setembro de 2019

2. Na Carta apostólica “Maximum Illud”, da qual celebraremos o centenário em novembro de
2019, o Papa Bento XV escreve aos Bispos: Não se deixem enganar por nenhuma imagem de bem
ou por considerações humanas, temendo que o que vocês deram às Missões seja subtraído da sua
diocese. No lugar de um missionário que vocês deixarem partir, Deus suscitará outros sacerdotes
que serão muito úteis para suas dioceses.
O mesmo gostaria de dizer a cada uma das nossas Inspetorias: Irmãs, não tenham medo de
compartilhar da pobreza de vocês com outras realidades que são mais pobres ainda. No lugar de
cada Irmã que partir como missionária ad gentes, Deus suscitará outras vocações que serão
sementes de fecundidade e certeza de futuro para o Carisma!
A Bem-aventurada Irmã Maria Troncatti, apesar das dificuldades que por vezes
experimentava na vida missionária, confessa: «Sou sempre mais feliz de ser missionária» (C 60; cf.
também C 41). E na carta 43, escreve: «A cada dia sou mais feliz com a minha vocação religiosa e
missionária». Ela é tão feliz pela vocação missionária que na carta 52 (aos leitores da revista
Gioventù Missionaria) não hesita em escancarar o seu coração fazendo um apelo vocacional: «Não
haverá ninguém entre os leitores da Gioventù Missionaria que queira ouvir no choro do pequeno
José María, um convite para tomar uma decisão, a decisão de anunciar o Evangelho aos pobres
kívaros do Equador?». E na carta 12 ela manifesta uma oração-desejo: «Desperte, oh Senhor,
muitas generosas vocações missionárias, porque a messe é grande e poucos são os operários».
Eis aqui um apelo vocacional também para vocês e para os jovens com quem vocês se
encontram: não haverá ninguém, entre nós que estamos nos cinco continentes, que queira
ouvir no choro dos pequenos e dos mais necessitados, um convite para tomar o seu lugar como
missionária, para anunciar o Evangelho a todas as criaturas?
Neste dia 14 de setembro, rezemos pela comunidade “B. Maria Troncatti” de Jaffna, no
Sri Lanka, fundada no dia 1° de junho de 2014, pertencente à Inspetoria “S. Tomé Apóstolo”, Índia
– Madras. Uma saudação especial às Irmãs que ali vivem e trabalham com um coração realmente
missionário: ad/inter gentes!
Um grande abraço a todas vocês e sempre em comunhão na oração, no compromisso
vocacional e missionário. Com carinho,
Conselheira para as Missões