O documento descreve a situação política e econômica do Brasil desde 2014 como um desmonte de direitos trabalhistas e sociais promovido por forças conservadoras em aliança com a mídia e o capital para ampliar lucros. Pede que os trabalhadores façam uma greve em 30 de junho para lutar pelos seus direitos e criticar o cinismo do governo. Defende que a história se faz com resistência e luta e pede coragem para não recuarem em sua esperança e sonhos.

1. !
Retroceder Jamais
Mas para os maus não há paz, diz o Senhor Is 48:22
O Brasil agoniza há praticamente três anos com tudo que aconteceu desde as eleições gerais de 2014.
Já sabemos de cor o enredo de uma história que envergonhou e envergonha nossa país. A aliança
espúria entre forças conservadoras da política, da mídia e do capital tem construído um perverso
caminho que recoloca o país na contramão do processo do desenvolvimento com bem estar social.
A imensa maioria de nosso povo tem sido obrigada a conviver com instituições que perderam
completamente a conexão com a cidadania, com os direitos e com a dignidade.
A ilegitimidade do governo expõe a fragilidade do desmonte dos direitos trabalhistas e previdenciários,
exatamente por estarem sendo feitos pelos que querem apenas ampliar lucros e interesses.
Desmonte ambiental, desmonte de políticas sociais, desmonte da saúde são facetas de um mesmo
monstro.
Por tudo isso, trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil vão cruzar os braços nesta sexta-feira, 30
de junho, para demonstrar sua indignação cidadã. Para dizer alto e bom som que neste país tem gente
que quer lutar e vai lutar pelo avanço dos direitos. Gente que já encheu a paciência de tanto cinismo.
A Igreja precisa ouvir a voz do povo. A exemplo do Êxodo, podemos e devemos afirmar diante de
Faraó que Deus ouviu o clamor do povo e realizará a sua libertação. E, contra a expectativa de alguns
que acham que a literatura bíblica é ingênua, fabulosa, fantasiosa, é bom reafirmar que a História se faz
com fé, com resistência e com luta.
Aos trabalhadores e trabalhadoras, às pessoas do campo, aos estudantes, aos jovens dirigimos nossa
palavra de coragem para que não retrocedam nenhum milímetro. Não vamos deixar que roubem alem
do nosso dinheiro a nossa esperança. Os maiores ladrões são aqueles que roubam sonhos e dignidade.
Vamos parar o Brasil e revelar quem na verdade deve ter as rédeas da História. Estas rédeas tem que
estar nas mãos de quem trabalha e constrói a verdadeira riqueza deste país!
++ Francisco
Primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
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IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL
Dom Francisco de Assis da Silva
Bispo Primaz