O documento analisa a formação da diversidade populacional da cidade de Foz do Iguaçu a partir da construção da memória desse processo ao longo do tempo. Estuda como a memória da chegada de diferentes grupos populacionais consolidou a diversidade como patrimônio cultural da cidade e forma identidade coletiva.
PATRIMONIO CINEMATOGRÁFICO EM CAMPO GRANDE: PERSPECTIVAS DE SUSTENTABILIDADE ...1sested
Este documento discute o patrimônio cinematográfico na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. Ele analisa a importância histórica e cultural dos cinemas na vida da população local e como esses espaços culturais foram em grande parte substituídos por outros que não preservam o patrimônio cultural. Também aborda conceitos como cultura, território, memória e desenvolvimento local para entender como o patrimônio cinematográfico pode ser preservado e aproveitado para promover o lazer da popula
Este documento discute como a "diferença" é instituída através de olhares e representações que caracterizam os "outros" de forma generalizada. A autora analisa como os índios foram inventados a partir do olhar colonizador europeu e como certas narrativas contribuíram para a criação de estereótipos sobre o Nordeste e seu povo. Também discute como esses discursos atuam como dispositivos pedagógicos que influenciam a forma como os grupos se veem e são vistos.
Entre a fé e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990 ...UNEB
1) O documento discute as festividades em homenagem aos Santos Reis realizadas em Conceição do Coité entre 1990-2009, analisando as imbricações entre os aspectos sagrados e profanos e como a cultura africana contribuiu para o festejo.
2) A festa passou a ser objeto de estudo da historiografia a partir da década de 1970, permitindo compreender a religiosidade popular e suas relações com diferentes segmentos sociais.
3) O conceito de cultura popular é complexo e dinâmico, não fixo
O documento discute como ensinar história e sociologia de forma a desenvolver competências e habilidades nos estudantes. Ele argumenta que a história deve ensinar sobre novos temas e sujeitos sociais, utilizando fontes diversas e métodos interpretativos. A sociologia deve ajudar a compreender transformações sociais e construir identidades cívicas. Ambas as disciplinas devem contextualizar culturalmente os fenômenos estudados.
Fichamento (4) memória e patrimônio texto pierre noraRita Gonçalves
O documento discute a diferença entre memória e história, e como a memória foi "tomada como história". A memória verdadeira e espontânea deu lugar a uma memória arquivística, materializada em registros, imagens e bancos de dados. Os "lugares de memória" como museus e arquivos passaram a substituir a memória coletiva. Eles podem ser materiais, simbólicos ou funcionais, e carregam significados que dependem de como a imaginação os investe.
A coxilha nativista como espaço de reforço e legitimação da identidade cruz a...Diulia Soares
Este documento discute a identidade cultural e como eventos locais podem reforçar a identidade de uma comunidade. Ele usa como caso de estudo o festival Coxilha Nativista na cidade de Cruz Alta no Rio Grande do Sul, Brasil. O documento argumenta que este festival de música nativista ajuda a fortalecer o orgulho e a identidade dos moradores de Cruz Alta, legitimando sua cultura local através da mídia que cobre o evento.
O documento discute as mudanças no ensino de história, como o ceticismo sobre o valor do conhecimento histórico e a dúvida sobre o uso de livros. Os autores defendem ensinar história de forma humanista e ligada à realidade, usando temas sociais para engajar os alunos e mostrar que as pessoas do passado eram como eles.
PATRIMONIO CINEMATOGRÁFICO EM CAMPO GRANDE: PERSPECTIVAS DE SUSTENTABILIDADE ...1sested
Este documento discute o patrimônio cinematográfico na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. Ele analisa a importância histórica e cultural dos cinemas na vida da população local e como esses espaços culturais foram em grande parte substituídos por outros que não preservam o patrimônio cultural. Também aborda conceitos como cultura, território, memória e desenvolvimento local para entender como o patrimônio cinematográfico pode ser preservado e aproveitado para promover o lazer da popula
Este documento discute como a "diferença" é instituída através de olhares e representações que caracterizam os "outros" de forma generalizada. A autora analisa como os índios foram inventados a partir do olhar colonizador europeu e como certas narrativas contribuíram para a criação de estereótipos sobre o Nordeste e seu povo. Também discute como esses discursos atuam como dispositivos pedagógicos que influenciam a forma como os grupos se veem e são vistos.
Entre a fé e a folia festas de reis realizadas em conceição do coité (1990 ...UNEB
1) O documento discute as festividades em homenagem aos Santos Reis realizadas em Conceição do Coité entre 1990-2009, analisando as imbricações entre os aspectos sagrados e profanos e como a cultura africana contribuiu para o festejo.
2) A festa passou a ser objeto de estudo da historiografia a partir da década de 1970, permitindo compreender a religiosidade popular e suas relações com diferentes segmentos sociais.
3) O conceito de cultura popular é complexo e dinâmico, não fixo
O documento discute como ensinar história e sociologia de forma a desenvolver competências e habilidades nos estudantes. Ele argumenta que a história deve ensinar sobre novos temas e sujeitos sociais, utilizando fontes diversas e métodos interpretativos. A sociologia deve ajudar a compreender transformações sociais e construir identidades cívicas. Ambas as disciplinas devem contextualizar culturalmente os fenômenos estudados.
Fichamento (4) memória e patrimônio texto pierre noraRita Gonçalves
O documento discute a diferença entre memória e história, e como a memória foi "tomada como história". A memória verdadeira e espontânea deu lugar a uma memória arquivística, materializada em registros, imagens e bancos de dados. Os "lugares de memória" como museus e arquivos passaram a substituir a memória coletiva. Eles podem ser materiais, simbólicos ou funcionais, e carregam significados que dependem de como a imaginação os investe.
A coxilha nativista como espaço de reforço e legitimação da identidade cruz a...Diulia Soares
Este documento discute a identidade cultural e como eventos locais podem reforçar a identidade de uma comunidade. Ele usa como caso de estudo o festival Coxilha Nativista na cidade de Cruz Alta no Rio Grande do Sul, Brasil. O documento argumenta que este festival de música nativista ajuda a fortalecer o orgulho e a identidade dos moradores de Cruz Alta, legitimando sua cultura local através da mídia que cobre o evento.
O documento discute as mudanças no ensino de história, como o ceticismo sobre o valor do conhecimento histórico e a dúvida sobre o uso de livros. Os autores defendem ensinar história de forma humanista e ligada à realidade, usando temas sociais para engajar os alunos e mostrar que as pessoas do passado eram como eles.
Este documento discute a relação entre história e memória. Aborda como a memória influencia a formação profissional em ciências humanas, especialmente em história. Também analisa como a memória tem sido afetada pelas mudanças históricas nas últimas décadas e como é um campo importante para o debate historiográfico. Por fim, discute os desafios da memória no mundo atual em termos de ética e utopia.
O documento discute os conceitos de cultura, identidade e desenvolvimento sustentável. Apresenta definições de cultura de antropólogos como Mauss, Tylor e Geertz. Também aborda o eurocentrismo e como ele influenciou a visão sobre os povos indígenas e a valorização do patrimônio cultural. Por fim, discute a importância da memória, do território e da participação comunitária para um desenvolvimento sustentável que proteja a herança cultural.
Este documento discute as relações entre cultura e educação e as políticas culturais. A cultura deve ser vista como um movimento em mão dupla entre a cidade e o interior, preservando as manifestações culturais locais e promovendo o acesso à cultura erudita. As políticas culturais devem equilibrar a conservação do patrimônio e a promoção da criação artística. A cultura não deve ser vista apenas como expressão elitista, mas como modo de vida e produção das comunidades.
O Caminho do simbólico ao mercado culturalBabiBrasileiro
O artigo científico sob o título “O Caminho do Simbólico ao Mercado Cultural” tem como objetivo estudar o caminho do valor simbólico, da tradição cultural de uma comunidade frente às regras impostas pelo mercado de consumo de produtos culturais.
O documento discute a memória como um fenômeno social complexo. A memória é construída no presente e não pode ser totalmente "resgatada", já que é mutável e depende do contexto. Embora o passado influencie a memória, esta é influenciada principalmente pelas demandas do presente. Há diferentes tipos de memória como a individual, coletiva e nacional.
Este artigo discute como o termo "palestino" guarda uma diversidade de significados ligados à identidade e história do povo palestino. Analisa como redefinições de fronteiras e cidadania moldaram a autodenominação e experiência dos imigrantes palestinos no sul do Brasil.
Literatura Infantil de Autoria IndígenaInstituto Uka
Este artigo analisa 15 livros de literatura infantil escritos por autores indígenas publicados depois de 2000. Discute como essas obras representam a vida indígena e estratégias usadas para apresentar essa realidade para leitores não-indígenas. Analisa se referendam ou contestam imagens tradicionais sobre indígenas e como dão a conhecer culturas indígenas de forma acessível.
1) O documento discute os conceitos de "cultura" e "sociedades complexas" na antropologia e argumenta que esses termos podem ser problemáticos ao deixar questões importantes de lado.
2) O autor defende que os antropólogos devem explorar empiricamente os padrões culturais encontrados ao invés de forçar a coerência teórica, e usa o exemplo da ilha de Bali para ilustrar a diversidade que desafia as noções convencionais de cultura.
3) É proposta uma abordagem que vê a real
Tradicoes traducoes na_cultura_popular para ssa 2Fabio Salvari
O documento discute a diversidade cultural em Pernambuco e as dificuldades em documentá-la. A autora coordenou um projeto de mapeamento da documentação sobre cultura imaterial no estado, que revelou poucos registros apesar da grande diversidade de manifestações. Isso levanta questões sobre as políticas públicas de preservação do patrimônio imaterial e sobre como registrar tradições dependentes da oralidade no contexto atual.
1) O documento discute a cultura no Brasil, enfatizando sua diversidade e pluralidade. Cada região possui suas próprias manifestações culturais.
2) As festas populares são importantes expressões culturais que reafirmam a identidade dos grupos através de elementos como música, dança e artefatos.
3) O estudo irá se concentrar especialmente no Reisado, manifestação cultural do distrito de Igara com influência portuguesa, e analisar como os idosos se identificam com ela e o papel da mem
Este documento resume o livro "O Guru, o Iniciador e outras Variações Antropológicas" de Fredrik Barth, apresentando 3 pontos principais:
1) Barth argumenta que a etnicidade não é determinada pela cultura, mas sim que a cultura é resultado das fronteiras étnicas.
2) Ele enfatiza o estudo das fronteiras étnicas ao invés do conteúdo cultural, afirmando que os grupos étnicos são mantidos pela estruturação das interações entre grupos.
3) Barth define grupos é
Este documento discute as relações interculturais entre mulheres ciganas e não-ciganas na educação. Ele explora como a escola pode ser um espaço para o encontro intercultural entre as duas comunidades e como as experiências das mulheres de ambos os grupos étnicos podem contribuir para reformular os currículos escolares. O documento também examina como o gênero e a cultura cigana influenciam as experiências educacionais das mulheres ciganas.
Este documento discute a coexistência do ufanismo (orgulho nacional) e do ressentimento na formação da identidade luso-brasileira no século XVIII. Analisa como esses sentimentos ambíguos foram manipulados para exaltar ou negar a identidade brasileira e como influenciaram a construção de narrativas históricas. Explora também os significados originais dos termos "sensibilidade", "ufanismo" e "ressentimento" na cultura portuguesa do início do século XVIII.
Pierre Nora analisa a distinção entre memória e história. A memória é vivida e afetiva, enquanto a história é uma reconstrução intelectual e crítica do passado. Nora propõe o conceito de "lugares de memória" para se referir a traços do passado preservados em um momento em que a memória vivida está desaparecendo diante da aceleração da história. Esses lugares preservam marcas da identidade de grupos ameaçados pelo esquecimento.
O documento discute a cultura hip-hop no Brasil e como ela representa novas formas de identidade e pertencimento cultural. O hip-hop surgiu nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo, sendo adotado por jovens de periferias urbanas como uma expressão das experiências compartilhadas de discriminação e segregação. O hip-hop também desafia a dicotomia entre arte e política, representando vozes marginalizadas.
A necessidade de um centro cultural à população de Maringá.Carla Guizelini
O documento discute a necessidade de um centro cultural em Maringá para promover a expressão cultural da população. Ele aborda a importância da cultura e da arte para as sociedades e indivíduos, e como um centro cultural pode estimular a imaginação, criatividade e desenvolvimento das pessoas. Também compara o Centro de Ação Cultural de Maringá com outros modelos para melhorar seu funcionamento.
Este documento apresenta o plano de ensino de História para o 3o e 4o bimestres do 1o ano do Ensino Médio. Os conteúdos abordados no 3o bimestre incluem a democracia grega, o Império Romano, o Império Bizantino e a sociedade feudal. No 4o bimestre, os tópicos são o Renascimento, a expansão europeia, sociedades africanas e pré-colombianas. O plano descreve os objetivos, atividades, recursos e critérios
Este plano anual de ensino de história para o 6o ao 9o ano tem como objetivos: 1) Compreender como os historiadores estudam o passado através de fontes históricas e como o presente influencia essa análise; 2) Desenvolver a capacidade de situar eventos no tempo e distinguir entre curta, média e longa duração; 3) Analisar as civilizações antigas e compreender como surgiram diferentes sociedades e culturas no mundo.
1) O documento discute a cultura popular brasileira e sua desvalorização pela elite, apesar de ser formada por contribuições de diversos povos.
2) Analisa a Roda do Palmeira Mirim como manifestação cultural de Senhor do Bonfim que recebe pouca valorização dos moradores locais.
3) Tem como objetivo identificar os significados que as integrantes da Roda do Palmeira Mirim dão à cultura popular bonfinense.
El documento presenta conceptos básicos sobre tecnología, incluyendo que la tecnología es un tipo de conocimiento que permite transformar la naturaleza, y que existe en forma incorporada en objetos y personas o desincorporada. También clasifica la tecnología en libre y no libre, describe operaciones científico-tecnológicas como la copia y adaptación, e identifica competencias tecnológicas como la capacidad de transformar elementos tangibles y encontrar soluciones prácticas.
El documento describe la estructura de un aula virtual basada en la metodología PACIE. Explica que el aula se divide en tres bloques principales: el Bloque PACIE (también llamado Bloque Cero) que contiene información, comunicación e interacción; los Bloques Académicos que presentan los contenidos divididos en exposición, rebote, construcción y comprobación; y el Bloque de Cierre con negociación, retroalimentación y graduación. El Bloque Académico es el núcleo del aprendizaje y se comp
Este documento presenta conceptos básicos sobre teoría de conjuntos, incluyendo definiciones de subconjunto, igualdad de conjuntos, operaciones como unión e intersección, y propiedades de estas operaciones. También introduce la lógica proposicional y su relación con la teoría de conjuntos, definiendo proposiciones y los conectivos lógicos AND, OR y NOT.
Este documento discute a relação entre história e memória. Aborda como a memória influencia a formação profissional em ciências humanas, especialmente em história. Também analisa como a memória tem sido afetada pelas mudanças históricas nas últimas décadas e como é um campo importante para o debate historiográfico. Por fim, discute os desafios da memória no mundo atual em termos de ética e utopia.
O documento discute os conceitos de cultura, identidade e desenvolvimento sustentável. Apresenta definições de cultura de antropólogos como Mauss, Tylor e Geertz. Também aborda o eurocentrismo e como ele influenciou a visão sobre os povos indígenas e a valorização do patrimônio cultural. Por fim, discute a importância da memória, do território e da participação comunitária para um desenvolvimento sustentável que proteja a herança cultural.
Este documento discute as relações entre cultura e educação e as políticas culturais. A cultura deve ser vista como um movimento em mão dupla entre a cidade e o interior, preservando as manifestações culturais locais e promovendo o acesso à cultura erudita. As políticas culturais devem equilibrar a conservação do patrimônio e a promoção da criação artística. A cultura não deve ser vista apenas como expressão elitista, mas como modo de vida e produção das comunidades.
O Caminho do simbólico ao mercado culturalBabiBrasileiro
O artigo científico sob o título “O Caminho do Simbólico ao Mercado Cultural” tem como objetivo estudar o caminho do valor simbólico, da tradição cultural de uma comunidade frente às regras impostas pelo mercado de consumo de produtos culturais.
O documento discute a memória como um fenômeno social complexo. A memória é construída no presente e não pode ser totalmente "resgatada", já que é mutável e depende do contexto. Embora o passado influencie a memória, esta é influenciada principalmente pelas demandas do presente. Há diferentes tipos de memória como a individual, coletiva e nacional.
Este artigo discute como o termo "palestino" guarda uma diversidade de significados ligados à identidade e história do povo palestino. Analisa como redefinições de fronteiras e cidadania moldaram a autodenominação e experiência dos imigrantes palestinos no sul do Brasil.
Literatura Infantil de Autoria IndígenaInstituto Uka
Este artigo analisa 15 livros de literatura infantil escritos por autores indígenas publicados depois de 2000. Discute como essas obras representam a vida indígena e estratégias usadas para apresentar essa realidade para leitores não-indígenas. Analisa se referendam ou contestam imagens tradicionais sobre indígenas e como dão a conhecer culturas indígenas de forma acessível.
1) O documento discute os conceitos de "cultura" e "sociedades complexas" na antropologia e argumenta que esses termos podem ser problemáticos ao deixar questões importantes de lado.
2) O autor defende que os antropólogos devem explorar empiricamente os padrões culturais encontrados ao invés de forçar a coerência teórica, e usa o exemplo da ilha de Bali para ilustrar a diversidade que desafia as noções convencionais de cultura.
3) É proposta uma abordagem que vê a real
Tradicoes traducoes na_cultura_popular para ssa 2Fabio Salvari
O documento discute a diversidade cultural em Pernambuco e as dificuldades em documentá-la. A autora coordenou um projeto de mapeamento da documentação sobre cultura imaterial no estado, que revelou poucos registros apesar da grande diversidade de manifestações. Isso levanta questões sobre as políticas públicas de preservação do patrimônio imaterial e sobre como registrar tradições dependentes da oralidade no contexto atual.
1) O documento discute a cultura no Brasil, enfatizando sua diversidade e pluralidade. Cada região possui suas próprias manifestações culturais.
2) As festas populares são importantes expressões culturais que reafirmam a identidade dos grupos através de elementos como música, dança e artefatos.
3) O estudo irá se concentrar especialmente no Reisado, manifestação cultural do distrito de Igara com influência portuguesa, e analisar como os idosos se identificam com ela e o papel da mem
Este documento resume o livro "O Guru, o Iniciador e outras Variações Antropológicas" de Fredrik Barth, apresentando 3 pontos principais:
1) Barth argumenta que a etnicidade não é determinada pela cultura, mas sim que a cultura é resultado das fronteiras étnicas.
2) Ele enfatiza o estudo das fronteiras étnicas ao invés do conteúdo cultural, afirmando que os grupos étnicos são mantidos pela estruturação das interações entre grupos.
3) Barth define grupos é
Este documento discute as relações interculturais entre mulheres ciganas e não-ciganas na educação. Ele explora como a escola pode ser um espaço para o encontro intercultural entre as duas comunidades e como as experiências das mulheres de ambos os grupos étnicos podem contribuir para reformular os currículos escolares. O documento também examina como o gênero e a cultura cigana influenciam as experiências educacionais das mulheres ciganas.
Este documento discute a coexistência do ufanismo (orgulho nacional) e do ressentimento na formação da identidade luso-brasileira no século XVIII. Analisa como esses sentimentos ambíguos foram manipulados para exaltar ou negar a identidade brasileira e como influenciaram a construção de narrativas históricas. Explora também os significados originais dos termos "sensibilidade", "ufanismo" e "ressentimento" na cultura portuguesa do início do século XVIII.
Pierre Nora analisa a distinção entre memória e história. A memória é vivida e afetiva, enquanto a história é uma reconstrução intelectual e crítica do passado. Nora propõe o conceito de "lugares de memória" para se referir a traços do passado preservados em um momento em que a memória vivida está desaparecendo diante da aceleração da história. Esses lugares preservam marcas da identidade de grupos ameaçados pelo esquecimento.
O documento discute a cultura hip-hop no Brasil e como ela representa novas formas de identidade e pertencimento cultural. O hip-hop surgiu nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo, sendo adotado por jovens de periferias urbanas como uma expressão das experiências compartilhadas de discriminação e segregação. O hip-hop também desafia a dicotomia entre arte e política, representando vozes marginalizadas.
A necessidade de um centro cultural à população de Maringá.Carla Guizelini
O documento discute a necessidade de um centro cultural em Maringá para promover a expressão cultural da população. Ele aborda a importância da cultura e da arte para as sociedades e indivíduos, e como um centro cultural pode estimular a imaginação, criatividade e desenvolvimento das pessoas. Também compara o Centro de Ação Cultural de Maringá com outros modelos para melhorar seu funcionamento.
Este documento apresenta o plano de ensino de História para o 3o e 4o bimestres do 1o ano do Ensino Médio. Os conteúdos abordados no 3o bimestre incluem a democracia grega, o Império Romano, o Império Bizantino e a sociedade feudal. No 4o bimestre, os tópicos são o Renascimento, a expansão europeia, sociedades africanas e pré-colombianas. O plano descreve os objetivos, atividades, recursos e critérios
Este plano anual de ensino de história para o 6o ao 9o ano tem como objetivos: 1) Compreender como os historiadores estudam o passado através de fontes históricas e como o presente influencia essa análise; 2) Desenvolver a capacidade de situar eventos no tempo e distinguir entre curta, média e longa duração; 3) Analisar as civilizações antigas e compreender como surgiram diferentes sociedades e culturas no mundo.
1) O documento discute a cultura popular brasileira e sua desvalorização pela elite, apesar de ser formada por contribuições de diversos povos.
2) Analisa a Roda do Palmeira Mirim como manifestação cultural de Senhor do Bonfim que recebe pouca valorização dos moradores locais.
3) Tem como objetivo identificar os significados que as integrantes da Roda do Palmeira Mirim dão à cultura popular bonfinense.
El documento presenta conceptos básicos sobre tecnología, incluyendo que la tecnología es un tipo de conocimiento que permite transformar la naturaleza, y que existe en forma incorporada en objetos y personas o desincorporada. También clasifica la tecnología en libre y no libre, describe operaciones científico-tecnológicas como la copia y adaptación, e identifica competencias tecnológicas como la capacidad de transformar elementos tangibles y encontrar soluciones prácticas.
El documento describe la estructura de un aula virtual basada en la metodología PACIE. Explica que el aula se divide en tres bloques principales: el Bloque PACIE (también llamado Bloque Cero) que contiene información, comunicación e interacción; los Bloques Académicos que presentan los contenidos divididos en exposición, rebote, construcción y comprobación; y el Bloque de Cierre con negociación, retroalimentación y graduación. El Bloque Académico es el núcleo del aprendizaje y se comp
Este documento presenta conceptos básicos sobre teoría de conjuntos, incluyendo definiciones de subconjunto, igualdad de conjuntos, operaciones como unión e intersección, y propiedades de estas operaciones. También introduce la lógica proposicional y su relación con la teoría de conjuntos, definiendo proposiciones y los conectivos lógicos AND, OR y NOT.
El documento describe las contribuciones de las TIC a la mejora de la educación superior. Explica que las TIC permiten nuevos modelos de enseñanza-aprendizaje centrados en la personalización, interacción, cooperación y flexibilidad. También describe e-learning como una nueva forma de enseñar y aprender que involucra diseño educativo de calidad y sentimiento de pertenencia a una comunidad de aprendizaje. Finalmente, analiza el estado actual del e-learning y concluye que funciona mejor cuando se implementa correctamente con un enfoque pedag
Este documento resume cómo los usuarios de teléfonos inteligentes en México usan sus dispositivos en su vida cotidiana. Los teléfonos inteligentes se han convertido en una parte indispensable de la vida diaria para muchos, con el 53% accediendo a Internet a diario y el 72% que no sale sin su dispositivo. Los teléfonos inteligentes también han transformado el comportamiento de los consumidores al volverse un portal para búsquedas, videos, redes sociales y más, con el 87% usando su teléfono mientras realiza otras tareas.
Ondas de radio o radio frecuencia mapa conceptualdanilofernando91
El documento describe las ondas de radio y sus usos. Las ondas de radio son un tipo de radiación electromagnética con longitudes de onda mayores que la luz visible. Se usan ampliamente en comunicaciones como la radio, televisión y telefonía celular. También tienen aplicaciones en calentamiento de alimentos, medicina, radar y radioastronomía.
Estudio de Impacto Ambiental Participativo Consenso Social Dialogo Constructivo Proyectos de Desarrollo Negociacion Facilitacion de Entendimiento Mutuo Conocimiento Cientifico y Conocimiento Ancestral o Tradicional Comunidades Locales Pueblos Indigenas
La obra de teatro Paradero Final, dirigida por Miguel Barreda Delgado, es una adaptación en 9 escenas de la obra Un tranvía llamado deseo de Tennessee Williams. La obra cuenta la historia de Blanca, una maestra sin hogar que se refugia en la casa de su hermana Estela y su marido Estalin. Blanca intenta encontrar una salida a su situación desesperada a través de Michi, un vecino, pero Estalin descubre el oscuro pasado de Blanca y destruye sus ilusiones.
Este documento presenta una guía interactiva para encontrar el área de un triángulo utilizando determinantes. Explica el concepto de triángulo y la fórmula para calcular el área, y provee un ejemplo paso a paso. Finalmente, propone un ejercicio para practicar el cálculo del área de un triángulo dado las coordenadas de sus vértices.
El documento describe varias técnicas aplicables a las relaciones públicas internas y externas de una organización. Entre las técnicas internas se encuentran la comunicación con los empleados a través de publicaciones, eventos y encuestas para fomentar la integración y motivación del personal. Las técnicas externas incluyen diversas dinámicas comunicacionales como conferencias, simposios y entrevistas para establecer una comunicación efectiva con los públicos externos de la empresa. También se detallan las normas generales para la planificación y organización
Este documento describe la función SI en Excel, la cual permite evaluar una condición lógica para determinar si es verdadera o falsa. Explica la sintaxis de la función SI y provee ejemplos de su uso para desplegar mensajes condicionales, evaluar el tipo de dato en una celda, y utilizar otras funciones dentro de la función SI.
Introduced to protect the citizens from various crimes or disasters that can occur anytime, anywhere.
Implemented to correct the difficulties in collecting and using image information in accident and crime.
investigation, due to the separate CCTV operation of the departments of each district office.
Installation of CCTV in crime prone and vulnerable areas with a CCTV Integrated Control Center in each.
district will provide 24/7/365 real-time monitoring.
The rapid response system has been built to allow departments, such as the fire brigade and police, to
use real-time video in the integrated control center in each district to respond to various accidents and incidents.
Este documento apresenta os procedimentos experimentais para a realização de três práticas de laboratório sobre determinação de parâmetros de qualidade de águas superficiais durante a disciplina de Química Ambiental. A primeira prática descreve a determinação da dureza total da água por titulação com EDTA. A segunda aborda a determinação do pH e da condutividade elétrica. A terceira trata da determinação do teor de cloretos em amostras de água.
El documento presenta una introducción a la importancia de la ética empresarial. Define conceptos como moral, valores y ética, y explica cómo instalar la reflexión ética en la cultura organizacional mediante la discusión de dilemas morales. También describe los beneficios que trae la ética empresarial tanto para las empresas como para la sociedad, y presenta datos sobre corrupción y fraude corporativo.
El documento describe la estructura y función del bloque académico de un aula virtual basada en la metodología PACIE. El bloque académico se compone de cuatro secciones: exposición, rebote, construcción y comprobación. Cada sección tiene un propósito específico para presentar información, generar interacción entre estudiantes y conducir al aprendizaje.
El documento resume los principales cambios introducidos por una reforma educativa, incluyendo dejar atrás un enfoque memorístico centrado en contenidos para adoptar uno basado en competencias. También cambió de enseñar asignaturas separadas a áreas de desarrollo interdisciplinarias, y extendió los plazos de aprendizaje de un año a ciclos de dos años. Además, buscó cambiar la evaluación cuantitativa por una cualitativa de competencias. Finalmente, señala que estos cambios se consolidaron con el
El documento habla sobre la tecnología, la información y la innovación a lo largo de la historia. Define la tecnología como el conjunto de conocimientos científicos que permiten crear bienes y servicios para satisfacer las necesidades humanas. La información se define como un conjunto de datos procesados que cambian el estado de conocimiento de quien los recibe. Finalmente, la innovación significa nuevas propuestas e inventos y su implementación económica.
O documento descreve o processo de fabricação e os tipos de tijolos de solo-cimento, um material de construção de baixo impacto ambiental. Ele explica que os tijolos de solo-cimento podem ser produzidos manualmente usando prensas manuais e descreve os equipamentos, etapas de produção e tipos de tijolos, incluindo suas dimensões e características.
El documento presenta el proyecto ambiental de la Institución Educativa Federico Ángel. El proyecto busca crear conciencia sobre la problemática ambiental mediante actividades extracurriculares que motiven a los estudiantes a cuidar el medio ambiente. El proyecto tiene como objetivos principales concientizar a la comunidad educativa sobre la importancia de conservar el medio ambiente y motivar la participación activa de los estudiantes en mejorar su entorno. El proyecto propone diversas actividades como la conformación de un grupo ecológico, real
Utilizando recursos avançados do VMware vSphere e vCenter como VIX, Distributed Switch, Linked Clone e vSphere Web Client, o SIMOC é um Simulador de Operações Cibernéticas, feito em JAVA, capaz de reproduzir, de forma dinâmica e em apenas alguns minutos, infraestruturas complexas (físicas ou virtuais) em um ambiente todo virtualizado para simulações de ataque e defesa aos serviços oferecidos. Oferece flexibilidade para customizar e executar cenários de ataque e defesa, automatiza a geração de tráfego de rede e possui diversas outras funcionalidades para aprimoramento do conhecimento sobre o ambiente. Também é utilizado para treinamento, homologações e gestão de mudanças nas infraestruturas de TIC.
O documento discute como ensinar história e sociologia de forma a desenvolver competências e habilidades nos estudantes. Ele argumenta que a história deve ensinar sobre novos temas e sujeitos sociais, utilizando fontes diversas e métodos interpretativos. A sociologia deve ajudar a compreender transformações sociais e construir identidade cívica. Ambas as disciplinas devem contextualizar culturalmente os fenômenos estudados.
1) O documento discute a importância da inserção da História do município de Itiúba no currículo da Escola Municipal Getúlio Vargas.
2) Acredita-se que conhecer a história local ajuda os alunos a entenderem sua própria história e a preservarem o patrimônio cultural.
3) O objetivo é refletir sobre como os alunos trabalham a história de Itiúba em sala de aula e sugerir intervenções nos conteúdos e práticas relacionados à história local.
O documento discute a relação entre história e literatura, argumentando que a literatura pode ser usada como fonte histórica. A literatura registra aspectos sociais e culturais de sua época e deve ser analisada considerando o contexto histórico e social de produção.
O documento discute os conceitos de patrimônio e memória, definindo patrimônio como bens materiais e imateriais ligados à identidade de grupos sociais, enquanto memória é vista como um fenômeno individual e social que depende do presente. Também aborda a relação entre patrimônio e memória na construção de identidades e o papel dos esquecimentos na memória social.
Nolasco paulo. santos, paulo sérgio nolasco dos. margem de papel ou corpo des...Aline Sesti Cerutti
O documento discute a complexidade da construção da identidade cultural do estado de Mato Grosso do Sul no Brasil. Analisa textos que abordam a questão e mostra que a escolha de um nome ou gentílico para representar a identidade do estado é problemática, já que a cultura local é dinâmica e complexa, resistindo a representações simplificadas. A circulação de nomes como MT, MS e PT reflete a dificuldade em definir a identidade cultural de forma fixa.
O documento discute a complexidade da identidade cultural e representação do estado de Mato Grosso do Sul no Brasil. Analisa textos que abordam essa questão e mostra que a escolha de um nome para representar a identidade do estado é problemática, já que a cultura local é dinâmica e complexa, resistindo a representações simplificadas. A identidade cultural do estado é descrita como um "tecido despedaçado" em constante mudança.
O documento discute o sujeito discursivo contemporâneo através do exemplo do sujeito da pichação. Analisa como o Estado individualiza sujeitos capitalistas e como o sujeito pichador, ligado à sociedade da qual faz parte, busca um lugar através de sua escrita nas paredes, resistindo à sua individualização. Questiona até que ponto essas formas de resistência podem afetar a forma histórica do sujeito.
O documento discute conceitos fundamentais para o ensino de história, incluindo: 1) A diferença entre educação bancária e construção da autonomia intelectual; 2) Os conceitos de história, processo histórico, tempo e sujeito histórico; 3) A noção de cultura; 4) A historicidade dos conceitos. O documento defende que a exposição cronológica de eventos não é suficiente para que os alunos compreendam criticamente o mundo, e que é necessário desenvolver a autonomia intelectual dos estudantes.
Luto e Memória da ditadura: O Memorial dos Desaparecidos de Vila Formosa, em ...Janaína Teles
Este documento discute o Memorial dos Desaparecidos de Vila Formosa em São Paulo, Brasil. Analisa como o memorial apoia a formação de uma consciência coletiva sobre a repressão da ditadura militar e o status das vítimas, apesar das limitações impostas pela transição para a democracia. Também examina os processos de luto e memória relacionados aos desaparecidos políticos durante a ditadura no Brasil.
1) O documento discute as noções de gênero, parentesco e identidade no sertão nordestino, especificamente na região do Cariri.
2) Questiona como conceitos como "família patriarcal" e "parentesco" podem ocidentalizar as relações sociais estudadas.
3) Defende que a antropologia deve ir além dos conceitos para captar as múltiplas formas de subjetividade e relações sociais.
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1. CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES
Niterói RJ: ANINTER-SH/ PPGSD-UFF, 03 a 06 de Setembro de 2012, ISSN 2316-266X
MEMÓRIAS DA DIVERSIDADE POPULACIONAL COMO
PATRIMÔNIO CULTURAL DA CIDADE DE FOZ DO IGUAÇU/PR
Samuel Klauck
Doutor em História, docente do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociedade
Cultura e Fronteiras / Unioeste
e-mail: samuelk98@msn.com
Andressa Szekut
Bacharel em Turismo, Mestranda do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em
Sociedade, Cultura e Fronteiras / Unioeste
e-mail: andressaszekut@gmail.com)
Resumo:
O estudo analisa a formação da diversidade populacional de Foz do Iguaçu, a partir da
construção da memória desse processo, que a consolida como patrimônio cultural da cidade.
Pauta-se em levantamentos historiográficos e nas análises de discursos produzidos por
instituições e meios midiáticos. Fundamenta-se em preceitos teórico-metodológicos da
história cultural, bem como, na compreensão dos conceitos de memória, patrimônio cultural e
identidade. Identifica o processo histórico da construção da memória da formação
populacional e como esta é formadora da identidade coletiva deste espaço. Analisa a fixação
de um discurso positivo estabelecido através da memória, ancorada em preceitos de
integração dos diversos grupos e na consolidação deste discurso em referências de patrimônio
cultural.
Palavras-chave: Memória, Diversidade Populacional, Patrimônio Cultural.
Abstract:
2. The study analyzes the formation of the population diversity of Foz do Iguaçu, as from the
construction of the memory of this process, which consolidates of the city as cultural heritage.
Tariff in historiographical surveys and by the analyzes of discourses produced by institutions
and the media itself. It is based on theoretical and methodological precepts of cultural history
as well as in understanding the concepts of memory, identity and cultural heritage. Identifies
the historical process of the construction of memory formation the population and how this is
shaping the collective identity of this space. Analyzes the setting of a positive discourse
established through memory, anchored in precepts of integration of various groups and the
consolidation of this discourse in references of cultural heritage.
Keywords: Memory, Population Diversity, Cultural Heritage.
Introdução
O trabalho nasce da nossa inserção, como habitantes e pesquisadores, em um cenário
populacional plural - a cidade de Foz do Iguaçu. Ela costuma ser “marcada”, numa acepção a
Michael Pollak, física e simbolicamente por características culturais. Essas “marcas” são
apresentadas aos transeuntes ou leitores da mídia impressa e eletrônica nos exemplos da
diversidade de grupos que formam a cidade.
Associada a estas constatações, solidificou-se um discurso construído
institucionalmente, pelo poder público e setores do turismo, de que essa formação
multicultural é uma riqueza da cidade. As características dos grupos que integram este espaço
são nomeadas pelos atributos identitários próprios, como a língua árabe, o templo budista, os
temperos paraguaios, a gastronomia asiática, a música gauchesca, entre tantos outros. Esses
traços são mostrados como patrimônios culturais.
Essas construções discursivas, simbólicas e escriturísticas, nos levaram a formular os
objetivos de compreender a formação populacional de Foz do Iguaçu marcada pela
diversidade e analisar como a memória desse processo resultou na constituição de uma
referência de patrimônio cultural. Em consonância, os passos da pesquisa foram balizados
pela busca sistemática de material bibliográfico e documental que abordasse o processo
migratório que envolveu a formação da cidade de Foz do Iguaçu.
3. Nessa perspectiva de coleta e diálogo com as fontes, o trabalho e a concepção
teórico-metodológica se vincula a vertente da história cultural, representada por Roger
Chartier, a partir da aplicação da noção de representação à disciplina histórica. Segundo o
autor, a história cultural “tem por principal objecto identificar o modo como em diferentes
lugares e momentos uma determinada realidade social é construída, pensada, dada a ler.”
(1990, p. 16-17). Para ele, esta noção serve para compreender as intencionalidades de um
determinado grupo em forjar determinada representação social. Também serve, sobremaneira,
na proposta de interface entre uma história cultural do social. Esta, segundo Chartier, é
possível de ser pensada a partir do momento
[...] que se tome por objecto a compreensão das formas e dos motivos – ou, por
outras palavras, das representações do mundo social – que, a revelia dos actores
sociais, traduzem as suas posições e interesses objectivamente confrontados e que,
paralelamente, descrevem a sociedade tal como pensam que ela é, ou como gostaria
que fosse. (1990, p. 19).
Nesse sentido, essa percepção contribui substancialmente para entender como a
historiografia e, de maneira geral, os trabalhos bibliográficos contribuíram para forjar
memórias do processo de formação de Foz do Iguaçu, permitindo observar sua construção,
sua arquitetura escriturística (CERTEAU, 2000) e como essa veio a ser lida – usada como
referência de identidade. Essa perspectiva pode ser corroborada em outra passagem citada por
Roger Chartier, pois para ele as representações
[...] não são de forma alguma discursos neutros: produzem estratégias e práticas
(sociais, escolares, políticas) que tendem a impor uma autoridade à custa de outros,
por elas menosprezados, a legitimar um projecto reformador ou a justificar, para os
próprios indivíduos, as suas escolhas e condutas. Para isso esta investigação sobre as
representações supõe-nas como estando sempre colocadas num campo de
concorrências e de competições cujos desafios se enunciam em termos de poder e de
dominação. As lutas de representações têm tanta importância como as lutas
econômicas para compreender os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou tenta
impor, a sua concepção do mundo social, os valores que são os seus e o seu
domínio. (1990, p. 17).
Por sua vez, cabe entender que o tratamento das fontes bibliográficas e documentais,
enquanto representações de um momento histórico e de lutas para fixar uma visão, devem ser
balizadas pela compreensão do conceito de memória. Este, segundo Michael Pollak, pode ser
“um elemento constituinte de identidade, tanto individual como coletiva, na medida em que
ela é também um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e coerência
de uma pessoa ou um grupo em sua reconstrução em si.” (1992, p. 204). Em outra perspectiva
o autor mostra como a memória pode ser usada para fixar verdades. Segundo ele, a partir do
4. seu conceito de enquadramento da memória, é possível aferir como em um determinado
momento um grupo profissionalizado busca estabelecer e controlar a imagem ou
representações de uma situação, o que lhes define a função de guardiões da verdade.
(POLLAK, 1989, p.10).
A partir disso, é preciso compreender os sentidos produzidos sobre a cidade de Foz do
Iguaçu no seu processo de formação. Nesta ação, concebem-se essas fontes como capazes de
constituir um imaginário social, objetivando a manutenção de certa identidade, seja ela
nacional, regional, cultural, etc. Na pesquisa essa interpretação se dará a partir do destaque de
Bronislaw Baczko, que sustenta que todo imaginário social “[...] torna-se inteligível e
comunicável através da produção de ‘discursos’ nos quais e pelos quais se efetiva a reunião de
representações coletivas numa linguagem”. (1985, p. 311)
Nesta perspectiva os textos bibliográficos e documentais podem ser compreendidos
como porta-vozes de representações, memórias e imaginários sociais da formação da cidade
de Foz do Iguaçu. Essa percepção nos aproxima de definição de porta voz feita por Pierre
Bourdieu. Para ele “O porta-voz autorizado consegue agir com as palavras em relação a
outros agentes e, por meio do seu trabalho, agir sobre as próprias coisas, na medida em que
sua fala concentra o capital simbólico acumulado pelo grupo que lhe conferiu o mandato e do
qual ele é, por assim dizer, o procurador”. (1996, p. 89). Neste sentido, o trabalho
escriturístico cumpre esse papel. Os autores e seus textos podem ser analisados dentro da
perspectiva de serem os precursores de uma “verdade”.
Ainda em um diálogo com Bourdieu, deve-se considerar, que as fontes compreendidas
nesta perspectiva, plausivelmente podem estabelecer fronteiras. Pois, segundo esse autor “A
fronteira nada mais é que o produto de uma divisão à qual se atribuirá maior ou menor
fundamento na ‘realidade’ conforme o grau e a intensividade de semelhanças entre os
elementos aí envolvidos...” É também “produto de um ato jurídico de delimitação, tanto
produz a diferença cultural quanto é por ela produzida...” (1996, p. 109-110). Aqui devem ser
considerados o uso, o enquadramento e a fixação de uma memória coletiva da cidade, que
permite compreender inclusão ou exclusão de sujeitos ou memórias da sua história, fixando,
portando, fronteiras. Ou, sob outro foco, na compreensão de Norbert Elias e John L. Scotson
(2000) na construção de estabelecidos e outsiders, nas narrativas e no uso da memória destas.
A Formação Populacional de Foz do Iguaçu: Memórias e Identidade
5. A trajetória histórica da formação da cidade Foz do Iguaçu é contextualizada a partir
de marcos. O ato fundacional está relacionado à instalação da colônia militar em 1889,
conforme destaques recorrentes da historiografia (WACHOWICZ, 1987; GREGORY, 2002;
MYSKIW, 2011). Contudo, esse processo não resultou em ocupação definitiva, mas
identificou e nomeou habitantes. São citados paraguaios, argentinos, ingleses, franceses e
índios. Em um território “inóspito”, distante de qualquer centro urbano, estas presenças já
indicavam uma conjuntura curiosa de contato multicultural.
Nas décadas seguintes, a cidade será povoada por migrantes dedicados à agricultura,
provenientes, principalmente, do sul do Brasil. Estes reafirmam novas referências de
identidade, tal como a gaúcha, italiana e alemã. Este cenário, agora complementado pelos
novos agentes culturais, dará a cidade feitios de ser “pacata”, comum no interior do Brasil. A
grande distinção é a presença das Cataratas do Iguaçu, que desde fins do século XIX, já
atraem um contingente razoável de visitantes do mundo inteiro, a tal ponto, que a cidade conta
com um aeroporto desde 1935.
Outro marco importante, que costuma ser muito valorizado é a construção da Usina
Hidrelétrica de Itaipu. Nos aspectos populacionais, sem dúvida, rompe com o “marasmo” de
uma cidade “pacata” ao promover um crescimento demográfico intenso, pois em duas décadas
a cidade passou de pouco mais de 27.000 mil para mais de 120.000 mil habitantes (HAHN,
2006, p. 31). Nesse processo chegaram à cidade pessoas do Brasil inteiro e com elas, suas
marcas culturais.
E por fim, como destacam Luis Eduardo Catta (2003) e Regina Coeli Machado Silva
(2008), a cidade é plasmada por “novos” rostos e gostos, provenientes do Oriente Médio e da
Ásia. São populações de origem árabe – libaneses, sírios, iraquianos, etc. e chineses,
taiwaneses, coreanos e indianos, que se fixam neste espaço atraídos pelas facilidades
comerciais possibilitadas pela instituição de uma Zona Franca na cidade de Presidente
Strossner (atual Ciudad del Este). Neste mesmo cenário, nas últimas três décadas, também são
atraídas populações de origens nacionais diversas e representantes de quase todos os estados
brasileiros. Na atualidade, segundo dados oficiais (PMFI, 2006), mais de 70 etnias dos cinco
continentes vivem nesta cidade, que de acordo com o IBGE (2010), conta com 256.088
habitantes.
Na perspectiva dos dados apontados foi imprescindível compreender o papel da
memória desse processo, diga-se, de tornar visíveis os agentes e suas marcas, em específico,
relacionando-os a preservação dos laços culturais.
6. Ressalta-se que se compreende que a memória é constituinte do sentimento de
pertencimento, pois ela organiza o ser frente ao não ser de um grupo, o que remete à
formação da identidade cultural. Aproximando os dados bibliográficos da discussão, a
identidade é entendida, quando aplicada à cidade de Foz do Iguaçu, no sentido conceitual de
sujeitos pós-modernos, definido por Hall (2006, p.12). Pois, associando a diversidade
populacional, a perspectiva do autor, nos permite concluir que a identidade é construída a
partir da convivência coletiva e a fixação do sentimento de pertencimento.
Dessa forma, permite entender que o indivíduo pode identificar-se a seu grupo, através
de singularidades coletivas, mas também com a sociedade multicultural por integrar a
memória de migração, patrimônio e ocupação do espaço de fronteira. Esta última é a memória
que está sendo incentivada pelo poder público local, na busca da fixação de uma identidade
que represente a cidade.
Cabe destacar nesse processo a importância do conceito de patrimônio histórico
cultural. Ele é entendido como um bem destinado ao usufruto de uma comunidade e está
constituído pela acumulação contínua de uma diversidade de objetos que se congregam por
seu passado comum e remete a uma instituição e a uma mentalidade (CHOAY, 2006, p.11).
A partir da autora, é possível identificar o esforço dos agentes do enquadramento da
memória, diga-se poder público, na construção e manutenção do patrimônio, pois ele é o
resultado das ações comuns e de acumulação entre os indivíduos.
Por fim, de acordo com as reflexões realizadas, percebe-se que o patrimônio de Foz do
Iguaçu não pode ser considerado como unificado em uma identidade, pois cada grupo formou
o seu patrimônio segundo seus usos e costumes, derivados da sua memória. Já de outra forma,
a unidade que intenciona esconder as diferenças, forja uma nova memória.
A Consolidação de um Discurso Positivo Acerca da Diversidade Populacional
O uso de atributos valorativos de populações na consolidação de memórias nacionais,
regionais e mesmo locais, passa a ser corriqueiro a partir da construção de movimentos
emancipatórios na América Latina e na formação dos Estados Nacionais Modernos. Na
história ocidental, o marco da revolução francesa ocupa destaque. Desta, nasce o apelo para a
inserção dos habitantes de um espaço a uma nação que os identifica e a qual se identificam.
Contudo, em outros contextos, a partir de então, essa situação se replicou. Cabe citar o caso
brasileiro da construção de um imaginário positivo sobre a figura do “bandeirante”, retratado
7. como herói e formador do Brasil (OLIVEIRA, 2000). Entretanto, a organização de tais
discursos permeiam disputas, que numa acepção a Pierre Bourdieu (2004), servem para
definir uma região.
Os exemplos apresentados permitem perceber que, em partes, os discursos são
forjados e difundidos a partir de organismos oficiais, os quais podem ser representados pelo
Estado, por partidos políticos, grupos de intelectuais, etc. Estes se enquadram como
portadores e guardiões da memória, apontados por Michel Pollak (1989). Quando
aproximamos essa discussão do nosso objeto – Foz do Iguaçu, toma evidência que a memória
oficial da cidade, da forma como está consolidada, reflete os esforços do poder público na
consolidação desta. Essa constatação fica latente a partir do tratamento que a questão da
diversidade populacional recebe. Contudo, cabe ressaltar, que a memória não emana
naturalmente destes portadores da memória, pois são balizados nos discursos científicos – a
historiografia –, ou das lembranças dos próprios sujeitos da história – grupos em busca de
visibilidade.
Retomando a questão populacional de Foz do Iguaçu, percebe-se que a questão da
diversidade é marcada, no sentido de fixar, nos documentos públicos que apresentam a cidade
aos turistas ou na busca de um sentido aos próprios sujeitos – pessoas, que compõe a
formação histórica deste espaço. Um exemplo elucidativo dessa situação pode ser encontrado
no sítio eletrônico da Prefeitura Municipal. Nos links histórico e cronologia da formação
encontramos destaque aos ciclos econômicos – construídos para dar sentido lógico, e dentro
deles, as populações que são evidentes. As narrativas, usualmente, ancoram suas
representações em textos que representam discursos fundadores. Um exemplo dessa situação
pode ser encontrado no relato de um militar quando da fundação da Colônia Militar. Nesta
fonte, encontram-se nomeados os sujeitos encontrados na foz do rio Iguaçu, que eram “... 324
pessoas, em sua maioria paraguaios e argentinos. Mas havia também espanhóis e ingleses...”
(PMFI, s.d. [a]) .
A ênfase ao registro dos sujeitos encontrados reforça a conjectura de que se quer
estabelecer ou mesmo fortalecer, que desde as origens – primórdios da formação da cidade,
um cenário de integração. Cabe destacar, que essa narrativa destoa do movimento de
nacionalização dos espaços de fronteira, pois comumente essa região tornava invisível ou
procurava controlar a presença de estrangeiros a partir dos aparatos do Estado (Klauck, 2005).
Um cenário no qual se molda uma memória histórica associada à integração dos povos
– o emprego no plural é intencional, não se restringe ao marco da fixação dos brasileiros neste
espaço, em 1889, pois podem ser encontradas nesta mesma fonte, nos indicativos as presenças
8. de espanhóis históricos, como Cabeza de Vaca, da povoação dos grupos indígenas guaranis e
kaiganges.
Esta fonte do município, associada à outra, da Secretaria Municipal de Turismo,
reforça essas narrativas de evidenciar os grupos que deram feições multiculturais a cidade ao
enfatizarem o papel do crescimento populacional pelo qual a cidade passou. Enquanto que a
primeira enfatiza que ainda chegaram outros grupos
(...) na sua maioria alemães e italianos, que asseguravam sua fonte de renda através
da produção da erva-mate e do corte da madeira. A partir de 1930 foram chegando
os primeiros agricultores do Rio Grande do Sul. (...) trabalhadores e seus familiares
de São Paulo, Minas Gerais, e Rio Grande do Sul [a partir de 1970], árabes e
asiáticos [década de 1980]. (PFMI, s.d. [b])
Por sua vez, a segunda, de caráter sintético, mostra o resultado desse processo, no ano
de 2011. Cita que
Foz do Iguaçu tem uma composição étnica muito variada e interessante, estimando-
se hoje uma população de 255.900 habitantes. A cidade abriga cerca de 80 das 192
nacionalidades existentes no mundo. Caminhando pelas ruas da cidade não é
surpresa nenhuma deparar-se com japoneses, chineses, coreanos, franceses,
bolivianos, chilenos, árabes, marroquinos, portugueses, indianos, ingleses,
israelenses e tantas outras nacionalidades, sem contar ainda paraguaios e argentinos.
Os diferentes grupos étnicos residentes na cidade fazem de Foz do Iguaçu uma das
cidades mais cosmopolitas do Brasil. (PMFI, 2011)
Essas assertivas indicam que o pano de fundo das narrativas e de seus agentes, está na
concepção de integração que se quer passar através de representações marcadas pelos
discursos e pelo poder simbólico que carregam. Em outras palavras, parafraseando Roger
Chartier, a escolha de mostrar a diversidade populacional integrada nesse espaço e com um
valor positivo, são lutas de representações, pois permitem entender, conforme indica o autor,
em citação acima, tentativa de impor uma concepção do mundo social e de valores.
Contudo, cabe ressaltar que essas lutas de representações envolvem a questão da
afirmação de identidade da cidade, que coesa até os anos de 1980, passou por uma
desestruturação no período do vertiginoso crescimento populacional. Conforme indica Luis
Eduardo Catta (2003), o aumento do número de habitantes, veio acompanhado de graves
problemas, como pobreza, falta de estrutura escolar e hospitalar, ausência de moradias,
violência desenfreada, etc. Além disso, contrapõem dois grupos que tentam impor sua visão
de cidade, a elite “nativa” e a vinculada aos setores de serviços e empregados da Itaipu
Binacional. Se, em um primeiro momento, os outros, fora desse grupo de elite significavam
9. “problemas”, no decorrer do processo de afirmação de uma nova identidade à cidade, figuram
como elementos positivos, a partir da fixação de que a diversidade populacional é a riqueza
deste espaço.
Essa percepção já foi apontada anteriormente. Pesquisadores vinculados ao
Observatório da Tríplice Fronteira, entre eles, sociólogos, antropólogos, historiadores,
cientistas políticos e economistas, indicam que
Atualmente Foz e Ciudad del Este aglutinam grande parte desta diversidade, cuja
exaltação positiva tomou, no caso de Foz do Iguaçu, a forma de um slogan que
afirma que ali “convivem pacificamente mais de 72 etnias”, representação enraizada
e recorrente tanto pelos organismos públicos como pelas empresas de turismo e
alguns grupos religiosos que consideram a Tríplice Fronteira como um terreno fértil
para a prática do proselitismo transcultural. (OBSERVATÓRIO, s.d)
Essa concepção positiva da integração da diversidade vista de forma crítica pelos
pesquisadores do Observatório, aparece em outros contextos e são divulgados amplamente.
Fugindo dos discursos oficiais, como os vinculados a instâncias da prefeitura municipal ou ao
turismo, permitem aferir que esta ideia é quase naturalizada. Serve como um primeiro
exemplo às representações construídas nos meios midiáticos, disponíveis na internet, acerca
da exposição fotográfica Todas as Cores do Mundo, produzida pela jornalista Áurea Cunha, a
partir de fotografias de mulheres que representam a diversidade populacional. As matérias
publicadas com o título Retratos do multiculturalismo de Foz do Iguaçu, em dois meios de
comunicação on-line, são elucidativas. A autora do trabalho
(...) justifica a escolha do tema lembrando que Foz do Iguaçu confirma sua vocação
voltada para o cosmopolitismo, não apenas pela disposição geográfica da região,
onde o trânsito por três países é espontâneo, mas, pela variedade de nações que aqui
plantaram raízes. Em um tempo onde os conflitos políticos e a intolerância crescem,
a cidade é exemplo de como as diferenças podem conviver e interagir pacificamente.
“O sentimento de tolerância solidária talvez seja a palavra-chave para a mudança
deste mundo cada vez mais indiferente às contribuições dos nossos semelhantes”,
lembra a fotógrafa. (GUATA e H2FOZ, s.d.)
Ela segue explicando que na escolha das mulheres não se procurou molduras e, muito
menos, reproduzir caricaturas étnicas, buscando a natureza humana e espontânea do
momento, pois para ela “Se olharmos mais atentamente, vamos perceber que Foz do Iguaçu é
realmente assim, simples no seu cotidiano, porém complexa na sua riqueza e contribuição
cultural.” (Idem)
10. Por sua vez, um segundo exemplo se torna importante ao indicar que a concepção de
integração e o papel positivo da diversidade cultural apresenta ressonância entre a população
local. A pesquisa realizada em coparticipação entre a RPCTV – Cataratas e o Instituto
ETHOS, indicou que 87% dos pesquisados afirmaram que um aspecto positivo da cidade de
Foz do Iguaçu é que nela moram pessoas de muitas origens diferentes.
Nessa perspectiva, cabe dizer, que entre a população já se estabeleceu um sentimento
de pertencimento a esse local multicultural. Indica também, que a luta de representações
alcançou êxito, pois fixou o reconhecimento interno – dos habitantes da cidade, e externo –
turistas e transeuntes de outras cidades, que a diversidade populacional é algo positivo, sendo
vivenciada pela sociedade, e, portanto, sinônimo de patrimônio cultural.
A Diversidade Populacional como Patrimônio cultural
O reconhecimento dos potenciais usos e da preservação da memória da cidade de Foz
do Iguaçu, entendidos como referenciais de patrimônio cultural, acompanham os
desdobramentos dessa temática em nível nacional. Seguem as discussões brasileiras, da
década de 1970 e 1980, que preconizaram a criação de centros, casas e fundações de cultura
em nível estadual e municipal, a exemplo do que propõe o Compromisso de Brasília, em
1970. É uma política ancorada no discurso de descentralizar esse papel, uma vez que o
Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional - IPHAN, encontrava dificuldades de
acompanhar e zelar por todos os bens já salvaguardados. Além disso, esse órgão não
conseguia acompanhar as particularidades de cada região.
O contexto e o cenário que envolve a preservação patrimonial ainda se restringem
praticamente aos bens materiais. Como desdobramento dessas medidas de outorgar aos
estados e municípios o papel de agentes colaboradores na preservação do patrimônio cultural
resultou em criação de leis, museus, centros e casas de cultura. Em Foz do Iguaçu essas
medidas resultam na criação da Fundação Cultural pela lei 1.224 em 12 de julho de 1985. É
uma Entidade de personalidade jurídica própria, voltada ao estímulo e desenvolvimento das
atividades culturais de qualquer natureza, fazendo acordos, contratos e convênios com
terceiros, para execução de seus objetivos.
Desde sua criação, a Fundação passa por um constante readequamento à realidade
vivida na cidade. De acordo com a informação do site da instituição essa diretriz segue a
11. missão de: “Estimular e promover atividades culturais e artísticas; Incentivar e difundir o
cultivo das artes; Proteger e preservar o patrimônio cultural e histórico do município.” (PMFI,
s.d. [c]).
É possível perceber o empenho dessa entidade em consolidar uma política de
preservação do patrimônio cultural da cidade. Um dos maiores esforços, que exigiu
contribuição da Fundação Cultural foi a criação e aprovação da Lei 1500/1990, que dispõe
sobre a preservação do patrimônio natural e cultural do município de Foz do Iguaçu. Cabe
ressaltar, que em outros momentos o papel de incentivadora da cultura local também recaiu a
ela. A tal ponto que, de forma direta ou indireta, participou da organização de duas grandes
feiras locais que enfatizam aspectos culturais da cidade, a Feira de Artesanato e Alimentos -
FARTAL e a Feira das Nações, Artesanato, Turismo e Cultura – FENARTEC.
Contudo, o papel da Fundação Cultural apresenta limitações quando do apoio à
visibilidade da diversidade populacional e suas características materiais e imateriais. Um
indicativo de resposta está na própria fragilidade desse patrimônio, uma vez que ele se
sustenta mais em discursos do que em ações e manifestações cotidianas, o que, em sentido
lato sensu, demonstra que são artificiais. Essa crítica à patrimonialização da diversidade
populacional da cidade é contundente, pois, o patrimônio deve ser referência de memória e
identidade de um grupo. E, das mais de 70 etnias nacionais, comumente apontadas como
residentes nesse espaço, poucas permitem visualizar suas referências de memória e identidade
de forma tangível e intangível. O que se reflete na dificuldade ou ausência de ações por parte
da Fundação para apoiá-las.
Mesmo assim, a partir dos discursos positivos acerca do processo migratório, a ênfase
em dar visibilidade a ele, tornando-o, por sua vez, referência de patrimônio cultural, encontra
apoio e difusão no segmento do turismo presente na cidade. Isso pode ser encontrado em
discursos de profissionais e intelectuais vinculados a este segmento de mercado. Essa situação
pode ser aferida em um exemplo publicado no Jornal Gazeta do Povo, no dia 28 de agosto de
2005, intitulada Mescla Cultural é a riqueza da fronteira (COSTA, 2005). Nesta, o professor
Mauro Cury, coordenador do curso de Turismo das Faculdades União Dinâmica Cataratas –
UDC, cita que “A mistura de povos, o fluxo de turistas e a riqueza cultural fazem de Foz uma
experiência fascinante.” A reportagem segue apontando que o
Mineiro, Cury chegou a Foz há 20 anos. Trocou o pão de queijo pela chipa, biscoito
típico do Paraguai, feito de polvilho, vendido nas ruas do centro da cidade. ‘No
começo, essa forte presença das culturas paraguaia e argentina, para mim, foi um
choque’, diz ele. ‘Depois, percebi que era um privilegiado, por ter contato com essa
riqueza.
12. Mas, essa perspectiva de usar a diversidade populacional enquanto riqueza cultural,
portanto, como uma forma de patrimônio pelo turismo, também pode ser encontrado em
documentos oficiais que elaboram planos e estratégias de ações para esse mercado. Um
exemplo elucidativo é o documento elaborado pela Secretaria de Estado do Turismo do
Paraná, intitulado Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável – PDITS.
Nele é possível identificar pontos positivos associados à Foz do Iguaçu, vinculados aos
aspectos culturais da sua população. Entre eles, destaca-se como um ponto forte na estratégia
de produtos turísticos a "População com hábitos e costumes livres de preconceitos contra
credo, cor e raça" (PARANÁ, 2012, p. 161).
Como sustentação de propostas vinculadas ao turismo cultural destaca feiras,
monumentos e programas. Do primeiro exemplo, cabe citar que a ênfase à diversidade
populacional é evidente, conforme pode ser percebido no excerto que segue:
FARTAL – Feira de Artesanato e Alimentos
Feira tradicional realizada há 33 anos (1976) no mês de junho em comemoração ao
aniversário do município. Realizado pela Prefeitura Municipal, por meio da
Fundação Cultural, o evento tem como objetivo divulgar os trabalhos dos artesãos
locais e mostrar a diversidade étnica e gastronômica da região, proporcionando o
encontro da população e do turista com o produto artesanal.
FENARTEC – Feira das Nações, Artesanato, Turismo e Cultura
Promovida pela Câmara Júnior com apoio da Fundação Cultural, realizada no mês
de outubro. Conta com a participação de representantes de várias etnias, sendo
considerado o maior evento do Paraná neste segmento. Durante todos os dias da
feira são realizadas apresentações de danças típicas, mostra de gastronomia, shows
artísticos e folclóricos, divulgando os costumes e tradições locais, além de feiras de
negócios em vários setores, com a participação de expositores de toda a região.
(PARANÁ, 2012, p. 93)
Cabe destacar que aspectos culturais como a gastronomia, danças típicas, artesanato,
shows folclóricos, referências de costumes e tradições são utilizados para estabelecer o
sentido da importância dos eventos para o conhecimento e reconhecimento dos grupos
estabelecidos na cidade. Em uma acepção de Elias e Scotson, encontra-se a noção do nós
(riqueza da diversidade populacional) e dos outros (os que percebem essa diversidade, mas
não se identificam). Portanto, as feiras representam um palco que permite reforçar que essa
riqueza é um patrimônio cultural.
O Programa também faz referência a monumentos arquitônicos como exemplos da
diversidade populacional, são eles o Templo Budista e a Mesquita Muçulmana. Estes espaços
físicos representam um contingente populacional expressivo de residentes na cidade.
13. Contudo, o documento retrata a Mesquita como um exemplo que representa essa diversidade
e como sinônimo dessa riqueza. Indica que esta é
Testemunho da harmonia, tolerância respeito multi-racial e cultural que vive a
cidade de Foz do Iguaçu onde aqui convivem 58 diferentes etnias a comunidade
islâmica de Foz do Iguaçu empenhou-se na construção da Mesquita, cuja pedra
fundamental foi lançada em 1981, sendo inaugurada em 23 de março de 1983, com o
nome de Omar Ibn Al-Khatab. (PARANÁ, 2012, p. 80)
Por fim, destaca a ação de um programa de desenvolvimento do artesanato, Ñandeva,
que busca o fortalecimento de uma identidade trinacional (na região de fronteira entre
Argentina, Brasil e Paraguai), através da inserção de elementos e ícones que remetem à
cultura desses povos - (www.nandeva.org). Ao retratar o papel do programa, mostra que
Dado sua condição geopolítica, Foz do Iguaçu comunga de hábitos e costumes não
apenas dos dois países com quem se delimita – Paraguai e Argentina – mas de forma
particular com sua população que é formada por uma mistura de povos que abriga
cerca de 57 das 192 nacionalidades existentes no mundo. Com o objetivo de
desenvolver e fortalecer uma identidade trinacional (na região de fronteira entre
Argentina, Brasil e Paraguai), foi criado um programa de artesanato – o Ñandeva,
que se desenvolve através da inserção de elementos e ícones que remetem à cultura
desses povos. (PIDTS, 2012, p. 80)
Aqui, como nos demais excertos do Programa, é possível identificar que as referências
culturais – materiais e imateriais –, assumem conotações e representações da riqueza deste
espaço. Há a defesa de que estes atrativos mostram a diversidade populacional abrigada neste
território e de que valorizam sua memória e identidade. Nos exemplos aportados acima, são
nomeados grupos estrangeiros como Árabes (libaneses, sírios, sauditas, iraquianos,
palestinos), asiáticos (chineses, coreanos, indianos, japoneses), paraguaios e argentinos. Mas,
também há grupos nacionais, destacados pelos nordestinos, gaúchos e mineiros. Cabe
destacar, que as referências culturais destes grupos tornam-se, a partir dos sentidos de
identificação, sinônimos de patrimônios culturais da cidade.
Na elaboração de suportes – feiras, festas, documentos e discursos, de fixação de um
discurso positivo e que dá visibilidade a diversidade cultural, é possível aferir a
intencionalidade de grupos vinculados direta ou indiretamente ao poder público ou ao setor de
turismo. Contudo, desde a criação da Fundação Cultural e da Lei 1500/1990, não há um
esforço sistematizado para concretizar o reconhecimento da diversidade populacional como
patrimônio cultural. Da mesma forma, praticamente inexistem ações públicas da população
em prol dessa definição, além de expressões folclóricas e manifestações de costumes.
14. Essa situação começa a mudar a partir do ano de 2009. Em 10 de dezembro deste ano
é sancionada a Lei Nº 3645. Ela institui o Sistema Municipal de Cultura de Foz do Iguaçu -
SMC -, cria o Fundo Municipal de Incentivo a Cultura - FMIC -, estabelece diretrizes para
políticas públicas de cultura e dá outras providências. Essa ação representa políticas públicas
associadas à necessidade de envolver e reconhecer a riqueza cultural da cidade e o papel dos
cidadãos nesse processo. O texto informa que a Lei
visa proporcionar efetivas condições para o exercício da cidadania cultural a
todos os iguaçuenses, estabelece novos mecanismos de gestão pública das
políticas culturais e cria instâncias de efetiva participação de todos os segmentos
sociais atuantes no meio cultural. (FOZ DO IGUAÇU, 2009, p. 1)
Cabe destacar, que a medida representa a consolidação dos discursos positivos acerca
da diversidade populacional como riqueza cultural, ao inserir essa discussão nos objetivos e
metas a serem perseguidos, de acordo com a Lei. Isso pode ser percebido em dois excertos do
documento que seguem:
CAPÍTULO I - DO SISTEMA MUNICIPAL DE CULTURA
XIV - manter e ampliar os eventos tradicionais que identifiquem os costumes da
população; e
XV - assegurar a centralidade da cultura no conjunto das políticas locais,
reconhecendo o município como o território onde se traduzem os princípios da
diversidade e multiplicidade culturais, estimulando uma visão local que equilibre o
tradicional e o moderno numa percepção dinâmica da cultura.
CAPÍTULO III - DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA
Art. 10. São atribuições e competências da Conferência Municipal de Cultura:
VI - facilitar o acesso da sociedade civil aos mecanismos de participação popular, no
município, por meio de debates sobre os signos e processos constitutivos da
identidade e diversidade cultural. (FOZ DO IGUAÇU, 2009)
O texto legislativo deixa transparecer o reconhecimento da diversidade cultural da
cidade. Expressa tanto as manifestações institucionais e organizações – poder público, agentes
de turismo, como a ressonância dessa compreensão por parte da população quanto à riqueza
cultural construída a partir da fixação de um grande contingente de grupos populacionais.
Além disso, estabelece à Conferência Municipal da Cultura o papel de inserir essas premissas
em seus debates e deliberações. Há, portanto, prenúncio que estabelece que os aspectos
culturais, consolidados como positivos a partir de suportes da memória, não desapareçam das
ações e propostas que poderiam ser emanadas das plenárias que resultariam na organização de
uma política cultural para a cidade.
A hipótese de que haveria a fixação dos discursos positivos, legitimados pelos
trabalhos da Conferência Municipal de Cultura de Foz do Iguaçu, pode ser encontrada no seu
15. relatório, publicado no ano de 2011. O eixo que definiu propostas para o patrimônio cultural
da cidade, ratifica no seu Item 8, a aprovação de que é necessário “ Reconhecer, valorizar
e promover como patrimônio local a diversidade étnico-cultural, com destaque às culturas
indígenas, quilombolas e ciganas.” (CONFERÊNCIA, 2011)
Os resultados da Conferência Municipal de Cultura foram mais expressivos do que as
análises apontadas acima, pois os debates se organizaram em torno de cinco eixos: I –
Cultura, Turismo e Cidade; II – Cultura é Direito e Cidadania; III – Economia da Cultura; IV
– Patrimônio Cultural; V – Comunicação é Cultura. Todos amplamente debatidos e com
deliberações indicando os passos para a efetivação de políticas culturais que envolvessem
tanto o poder público, a sociedade civil organizada e os cidadãos comuns. Mesmo assim, a
concepção de cultura enquanto patrimônio e, portanto, sinônimo de memória e identidade,
definem a tonalidade do documento. Esse preceito, por sua vez, sustenta-se na trajetória
histórica da formação populacional da cidade de Foz do Iguaçu.
Considerações Finais
A memória coletiva, segundo Michel Pollak, constitui a base do sentimento de
pertencimento de um grupo, portanto, definindo sua identidade. Pensando a cidade de Foz do
Iguaçu, enquanto coletividade ou grupo formado, segundo os dados oficiais por mais de 70
nacionalidades, se torna compreensível que a ideia de homogeneidade cultural, política,
religiosa, entre outras, fosse impossível. A partir do sentido pós-moderno de identidade
cultural, definido por Stuart Hall, pode-se concluir, que esse espaço é marcado por uma
infinidade de grupos. Estes se estabelecem, não somente pela origem nacional comum, mas
nas suas definições de sujeitos capazes de produzir e reordenar suas referências culturais, a
partir de práticas cotidianas, como as relações de trabalho, credos religiosos, questões de
gênero, filiações partidárias e ideológicas, agremiações esportivas, além de outras.
Portanto, não é possível definir que existe uma identidade coletiva, associada ao
cenário da diversidade populacional de Foz do Iguaçu. E, quando se valoriza a pluralidade
cultural como riqueza, moldando referências de patrimônio cultural, deve-se considerar que
estas estão sendo forjadas pelas lutas de representações, capazes de definir e fixar um
imaginário social coletivo. Ao tomarem tais medidas o poder público, segmentos do turismo,
organizações e a própria legislação que organiza as políticas culturais, tornam-se agentes
“guardiões da memória”.
16. Estes agentes ao naturalizarem os discursos de que há harmonia entre as diversidades
populacionais e que isso é um ponto positivo da cidade, marcam fronteiras em relação a
outros espaços urbanos. Contudo, ao enquadrarem a memória coletiva, associada aos ciclos
migratórios que definiram essa formação multicultural, escondem conflitos e disputas entre os
agentes envolvidos nesse processo. Assim, definir e reconhecer intencionalmente a
diversidade populacional como patrimônio cultural, no caso de Foz do Iguaçu, nos leva a
considerar as operações de fixar silêncios e esquecimentos. Ao mesmo tempo, permite
conjecturar que os sentidos de patrimônio cultural são um tanto quanto artificiais, indicando
que são invenções.
Mesmo assim, por fim, se torna inegável que as marcas da diversidade populacional,
sejam signos capazes de mostrar a cidade como um palco multicultural. De outra forma,
negar-se-ia o preceito da existência de grupos identitários vinculados às diversas formas de
práticas cotidianas. Portanto, nas experiências compartilhadas pelos membros destes grupos,
unidos em torno de uma memória coletiva e pelo sentimento de pertencimento, encontramos
não o patrimônio, no singular, mas os patrimônios culturais da cidade.
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