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Sistemas Imunológicos Artificiais
Marcio Alexandre de Freitas
marciofreitas74@gmail.com
1 Introdução
Os sistemas imunológicos artificiais compõem uma das áreas da computação inspi-
rada na biologia e seus algoritmos são utilizados por uma ampla variedade de outras
áreas. Este texto tem o intuito de apresentar um resumo do artigo “Theoretical advances
in artificial imune systems” [1] que se propõe a revisar o trabalho teórico existente nessa
área e quais seus avanços até o momento. Este artigo está organizado em introdução da
área, apresentação de seus fundamentos, breve relato de sua história, base dos sistemas
imunológicos artificiais e análise de seus algoritmos.
2 Resumo
O artigo é iniciado com a apresentação de seu objetivo e a definição do que seja a
área de Sistemas Imunológicos Artificiais - SIA (do inglês AIS – Artificial Immune
Systems): sistemas adaptativos, inspirados pela teoria, funções observadas, princípios
e modelos de sistemas imunológicos da biologia, aplicados à solução de problemas. Os
SIA são apenas um dos muitos tipos de algoritmos inspirados em sistemas biológicos
como algoritmos evolucionários, inteligência de enxame, redes neurais artificiais entre
outros.
Nessa área, somente agora está sendo reconhecido que é crucial o desenvolvimento
teórico. As primeiras pesquisas de SIA focalizaram nas teorias de redes imunológicas,
seleção clonal e seleção negativa, explicadas no artigo, entretanto, essas abordagens
não tiveram uma análise cuidadosa sobre sua adequação às suas respectivas áreas de
aplicação. A quantidade de pesquisa teórica na área não foi tão significativa quanto de
trabalhos de aplicação de algoritmos.
Os motivos por que o sistema imunológico servir de inspiração, são suas proprieda-
des, desejáveis para um sistema artificial, como auto-organização, aprendizagem e me-
mória, adaptação, reconhecimento, robustez e escalabilidade. Por exemplo, para a ge-
ração de detectores, as investigações em SIA concentraram-se em mecanismos de
aprendizagem e de memória do sistema imunológico e o princípio de seleção negativa,
mecanismo utilizado para ajudar a proteger o organismo contra linfócitos que auto re-
ativos, descritos brevemente no texto.
O sistema imunológico possui um sistema de imunidade inata e outro de imunidade
adaptativa, sendo o segundo com mais pesquisas. A imunidade inata é contra agentes
patológicos em geral, que entram no corpo, entretanto esse sistema não protege com-
pletamente o corpo por ter uma natureza estática. Já a imunidade adaptativa, também
conhecida como adquirida, age contra invasores específicos, que o sistema inato não
remove, conhecidos anteriormente ou não, e se adapta conforme é exposto a esses in-
vasores.
Em seguida, o artigo descreve o histórico da área por meio de um breve relato com
referências a trabalhos realizados, as bases dos sistemas imunológicos artificiais, ana-
lisa os algoritmos baseados nesses sistemas. Na conclusão do artigo, os autores relatam
que os recentes avanços teóricos em SIA foram revistos e que seus algoritmos foram
desenvolvidos, principalmente, de forma “ad hoc”, o que significa que faltou a justifi-
cação teórica do uso desses sistemas.
3 Conclusão
O texto do artigo cumpre ao que se propôs, explicando teoricamente a área de siste-
mas imunológicos artificiais, cobrindo as lacunas que apontou.
4 Referências Bibliográficas
1. Timmis, J., Hone, A.N.W., Stibor, T. Clark, E.: Theoretical advances in artificial immune
systems. Theoretical Computer Science. Theoretical Computer Science (in press) (2008),
doi:10.1016/j.tcs.2008.02.011

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  • 1. adfa, p. 1, 2011. © Springer-Verlag Berlin Heidelberg 2011 Sistemas Imunológicos Artificiais Marcio Alexandre de Freitas marciofreitas74@gmail.com 1 Introdução Os sistemas imunológicos artificiais compõem uma das áreas da computação inspi- rada na biologia e seus algoritmos são utilizados por uma ampla variedade de outras áreas. Este texto tem o intuito de apresentar um resumo do artigo “Theoretical advances in artificial imune systems” [1] que se propõe a revisar o trabalho teórico existente nessa área e quais seus avanços até o momento. Este artigo está organizado em introdução da área, apresentação de seus fundamentos, breve relato de sua história, base dos sistemas imunológicos artificiais e análise de seus algoritmos. 2 Resumo O artigo é iniciado com a apresentação de seu objetivo e a definição do que seja a área de Sistemas Imunológicos Artificiais - SIA (do inglês AIS – Artificial Immune Systems): sistemas adaptativos, inspirados pela teoria, funções observadas, princípios e modelos de sistemas imunológicos da biologia, aplicados à solução de problemas. Os SIA são apenas um dos muitos tipos de algoritmos inspirados em sistemas biológicos como algoritmos evolucionários, inteligência de enxame, redes neurais artificiais entre outros. Nessa área, somente agora está sendo reconhecido que é crucial o desenvolvimento teórico. As primeiras pesquisas de SIA focalizaram nas teorias de redes imunológicas, seleção clonal e seleção negativa, explicadas no artigo, entretanto, essas abordagens não tiveram uma análise cuidadosa sobre sua adequação às suas respectivas áreas de aplicação. A quantidade de pesquisa teórica na área não foi tão significativa quanto de trabalhos de aplicação de algoritmos. Os motivos por que o sistema imunológico servir de inspiração, são suas proprieda- des, desejáveis para um sistema artificial, como auto-organização, aprendizagem e me- mória, adaptação, reconhecimento, robustez e escalabilidade. Por exemplo, para a ge- ração de detectores, as investigações em SIA concentraram-se em mecanismos de aprendizagem e de memória do sistema imunológico e o princípio de seleção negativa, mecanismo utilizado para ajudar a proteger o organismo contra linfócitos que auto re- ativos, descritos brevemente no texto. O sistema imunológico possui um sistema de imunidade inata e outro de imunidade adaptativa, sendo o segundo com mais pesquisas. A imunidade inata é contra agentes patológicos em geral, que entram no corpo, entretanto esse sistema não protege com- pletamente o corpo por ter uma natureza estática. Já a imunidade adaptativa, também
  • 2. conhecida como adquirida, age contra invasores específicos, que o sistema inato não remove, conhecidos anteriormente ou não, e se adapta conforme é exposto a esses in- vasores. Em seguida, o artigo descreve o histórico da área por meio de um breve relato com referências a trabalhos realizados, as bases dos sistemas imunológicos artificiais, ana- lisa os algoritmos baseados nesses sistemas. Na conclusão do artigo, os autores relatam que os recentes avanços teóricos em SIA foram revistos e que seus algoritmos foram desenvolvidos, principalmente, de forma “ad hoc”, o que significa que faltou a justifi- cação teórica do uso desses sistemas. 3 Conclusão O texto do artigo cumpre ao que se propôs, explicando teoricamente a área de siste- mas imunológicos artificiais, cobrindo as lacunas que apontou. 4 Referências Bibliográficas 1. Timmis, J., Hone, A.N.W., Stibor, T. Clark, E.: Theoretical advances in artificial immune systems. Theoretical Computer Science. Theoretical Computer Science (in press) (2008), doi:10.1016/j.tcs.2008.02.011