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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
DEPARTAMENTO DE GEOTECNIA
MAPEAMENTO GEOTÉCNICO DA ÁREA URBANA E
DE EXPANSÃO URBANA DE CAMPINAS - SP :
PORÇÃO NOROESTE - Escala 1:25.000
Volume I
Geól. RENATO MACARI
Prof. Dr. José Eduardo Rodrigues
Orientador
Dissertação apresentada à Escola de Engenharia
de São Carlos / EESC, da Universidade de São
Paulo / USP, como parte dos requisitos para a
obtenção do Título de Mestre em Geotecnia.
São Carlos
outubro
1996
FOLHA DE APROVAÇÃO
Dissertação defendida e aprovada em / / .
pela comissão julgadora:
(Assinatura)
(Nome/Instituição)
(Assinatura)
(Nome/Instituição)
(Assinatura)
(Nome/Instituição)
Presidente da CPG
Aos meus pais Arnaldo e Odete
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. José Eduardo Rodrigues, pela paciência e estímulo ao
aprendizado durante as fases de desenvolvimento deste trabalho.
A todos os professores, funcionários e pós graduandos do Departamento
de Geotecnia, pela ajuda, sem a qual este trabalho não seria possível.
Ao. Eng. Dr. Herivelto M. dos Santos, pela amizade e ajuda prestada.
Ao Prof. Dr. José Ricardo Sturaro do IGCE-UNESP - Rio Claro, pelos
conselhos referentes ao trabalho.
À Eng. MSc. Anna Silvia Palcheco Peixoto, pela ajuda e incentivo nas
horas difíceis.
Ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), à Secretaria do
Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Campinas e à Empresa
Informática dos Municípios Associada (IMA), além das Empresas SONDOSOLO
Geotecnia e Engenharia Ltda e à TECNOTASA Engenharia de Fundações Ltda,
pelo fornecimento de valiosos materiais e informações diversas.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), pela concessão da bolsa de estudo desde o início do programa de
mestrado.
Ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(PADCT) e à Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) pelo auxílio financeiro
à execução do trabalho.
À população de Campinas, sobretudo aos mais humildes, a quem esta obra
deveria servir.
SUMÁRIO
VOLUME I
LISTA DE FIGURAS i
LISTA DE FOTOS iv
LISTA DE TABELAS v
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ix
RESUMO xi
ABSTRACT xii
1 - INTRODUÇÃO 1
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3
2.1 - Aspectos Metodológicos 3
2.1.1 - Metodologia I.A.E.G. (International Association
of Engineering Geology) 3
2.1.2 - Metodologia P.U.C.E. (Pattern, Units,
Components and Evaluation) 5
2.1.3 - Sistemática da (Ex) Checoslováquia 5
2.1.4 - Metodologia ZERMOS - (Zonas expostas aos
riscos de movimentos de solo) 6
2.1.5 - Sistemática do IPT - Brasil 7
2.1.6 - Metodologia de Zuquette - Brasil 8
2.2 - A escala adotada 13
2.2.1 - Alguns trabalhos de mapeamento geotécnico
realizados no Brasil na escala 1:25.000 18
2.3 - Planejamento Urbano 21
2.3 1 - O mapeamento Geotécnico e o planejamento
Urbano no Brasil 23
2.3.2 - Planejamento urbano, a partir do mapeamento
geotécnico em áreas metropolitanas 25
3 - CARACTERÍSTICAS DA ÁREA MAPEADA 28
3.1. - Localização 28
3.2 - Aspectos Climáticos 30
3.3 - Histórico, Economia e População 31
3.4 - Aspectos Geológicos 34
3.4.1 - Descrição das Unidades 35
3.4.1.1 - Granitos e Gnaisses 35
3.4.1.2 - Subgrupo Itararé 36
3.4.1.3 - Rochas Básicas 39
3.4.1.4 - Sedimentos Terciários - Quaternários 39
3.4.2. - Geologia Estrutural 40
3.5 - Aspectos Geomorfológicos 40
3.6 - Aspectos Hidrológicos 44
3.6.1 - Águas Superficiais 44
3.6.2 - Águas Subterrâneas 45
3.7 - Aspectos Pedológicos 47
3.7.1 - Introdução 47
3.7.2. Trabalhos realizados 49
3.7.3 - Descrição das unidades 52
3.8 - Aspectos Geotécnicos 54
4 - OBTENÇÃO DOS ATRIBUTOS 63
4.1 - Introdução 63
4-2 - Ensaios para identificação Táctil-Visual 65
4.3 - Massa Específica dos Sólidos 66
4.4 - Análise Granulométrica Conjunta 66
4.5 - Ensaio de Massa Específica de Campo pelo método
do Anel 68
4.6 - Ensaio de Adsorsão de Azul de Metileno 69
4.7 - Ensaio de Compactação pela metodologia Mini
MCV e Perda d’água por Imersão 70
4.8 - Outras formas para obtenção de atributos 73
4.8.1 - Perfis de poços tubulares profundos 73
4.8.2 - Perfis de Sondagens de Simples Reconhecimento 73
5 - DOCUMENTOS GRÁFICOS BÁSICOS 75
5.1 - Mapa de Documentação 75
5.2 - Carta de Declividade 75
5.3 - Mapa do Substrato Rochoso 77
5.3.1 - Rochas Básicas (JKD) 77
5.3.2 - Subgrupo Itararé 78
5.3.3 - Embasamento 80
5. 4 - Mapa de Materiais inconsolidados 82
5.4.1 - Caracterização dos materiais inconsolidados 84
5.4.2 - Aluviões 86
5.4.3 - Rochas Básicas 86
5.4.3.1 - Unidade B1 86
5.4.3.2 - Unidade B2 88
5.4.4 - Subgrupo Itararé 88
5.4.4.1 - Unidade I1 89
5.4.4.2 - Unidade I2 89
5.4.4.3 - Unidade I3 90
5.4.4.4 - Unidade I4 91
5.4.4.5 - Unidade I5 93
5.4.4.6 - Unidade I6 94
5.4.4.7 - Unidade I7 95
5.4.4.8 - Unidade I8 96
5.4.4.9 - Unidade I9 98
5.4.4.9 - Unidade I10 99
5.4.5 - Embasamento Gnáissico 99
5.4.5.1 - Unidade G1 99
5.4.5.2 - Unidade G2 102
5.4.5.3 - Unidade G3 102
5.4.6 - Associação de Solos Subgrupo Itararé - Rochas
Básicas e Rochas Básicas - Gnaisse 103
5.4.6.1 - Unidade M1 103
5.4.6.2 - Unidade M2 104
5.4.6.3 - Unidade M3 105
5.4.6.4 - Unidade M4 105
5.5 - Mapa de Expansão Urbana, Ocorrências Minerais e
Processos Erosivos 107
5.5.1 - Limites Urbanos 107
5.5.2 - Aterros Sanitários e Lixões 108
5.5.3 - Ocorrências de Boçorocas e Erosão 112
5.5.4 - Bens Minerais 113
5.5.4.1 - Rochas Básicas 113
5.5.4.2 - Areia 113
5.5.4.3 - Material de empréstimo 115
5.6 - Carta de Zoneamento Geotécnico Geral 116
5.6.1 - Introdução 116
5.6.2 - Adequabilidade e as Especificidades Geotécnicas 116
5.6.2.1 - Adequabilidade das unidades quanto a erosão 118
5.6.2.2 - Adequabilidade das unidades quanto a
escavabilidade 119
5.6.2.3 - Adequabilidade das unidades para fundações
rasas 120
5.6.2.4 - Adequabilidade das unidades para construção de
Aterros Sanitários e Fossas Sépticas 122
6 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 126
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 129
RESULTADOS DOS ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO APÊNDICE A
VOLUME II
ANEXOS:
MAPA DE DOCUMENTAÇÃO ANEXO 1
CARTA DE DECLIVIDADES ANEXO 2
MAPA DO SUBSTRATO ROCHOSO ANEXO 3
MAPA DE MATERIAIS INCONSOLIDADOS ANEXO 4
MAPA DE EXPANSÃO URBANA, OCORRÊNCIAS
MINERAIS E PROCESSOS EROSIVOS ANEXO 5
MAPA DE ZONEAMENTO
GEOTÉCNICO GERAL ANEXO 6
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2.1 - Comparação do nível de detalhe obtido por
duas diferentes escalas de mapeamento para
uma área exemplo em St. Louis (USA)
(ROCKAWAY, 1976) 15
FIGURA 3.1 - Localização da área e articulação das Folhas
Topográficas 1:10.000 29
FIGURA 3.2 - Principais vias de acesso ao município de
Campinas 30
FIGURA 3.3 - Imagem do Satélite LANDSAT mostrando a
região metropolitana de Campinas em tons
avermelhados, (CORREIO POPULAR, 1996) 33
FIGURA 3.4 - Região urbana (1994) da área mapeada por
fotointerpretação. 33
FIGURA 3.5 - Mapa Geológico reduzido e simplificado do
Município de Campinas.(IG 1993), escala
original 1:50.000 34
FIGURA 3.6 - Mapa do Substrato Rochoso Escala 1:50.000
(ZUQUETTE, 1987) - Detalhe da área em
estudo 38
FIGURA 3.7 - Esboço do Mapa Geomorfológico do
Município de Campinas (INSTITUTO
GEOLÓGICO, 1993) 42
FIGURA 3.8 - Sistema de drenagens da área estudada 44
FIGURA 3.9 - Comparação entre mapas Pedológicos e
geopedológicos (Modificada de LORANDI,
1990) 48
FIGURA 3.10 - Quadro geral das unidades pedológicas do
município de Campinas EMBRAPA (1995) 49
FIGURA 3.11 - Mapa pedológico de Campinas escala
1:100.000 - OLIVEIRA et al. (1979) - Detalhe
da área em estudo 50
FIGURA 3.12 - Carta de Processos do Meio Físico
Importantes para a Previsão do
Comportamento Geotécnico dos Terrenos
ante o seu uso, escala 1:500.000 da área
estudada (IPT, 1994). 56
FIGURA 3.13 - Mapa de Zoneamento Geotécnico do Estado de São Paulo
(ZUQUETTE et al., 1994b) 57
FIGURA 3.14 - Parte do Mapa Síntese das unidades
Geotécnicas Escala 1:200.000
(PARAGUASSU et al., 1991) 59
FIGURA 4.1 - Ficha de Campo utilizada durante os
levantamentos 64
FIGURA 4.2 - Tela de apresentação do banco de dados para as
informações de campo. 65
FIGURA 4.3 - Ábaco para a classificação MCT 71
FIGURA 4.5 - Tela de apresentação do banco de dados para as
informações de Sondagem de Simples
reconhecimento 74
FIGURA 5.1 - Distribuição das rochas Básicas (partes
hachuradas) na região mapeada 78
FIGURA 5.2 - Área de ocorrência dos sedimentos do
Subgrupo Itararé 78
FIGURA 5.3 - Faixa de ocorrência de rochas do
Embasamento Cristalino 80
FIGURA 5.4 - Planilha para estimativa do potencial à erosão. 118
FIGURA 5.5 - Ficha para análise dos atributos de acordo com
o potencial para escavabilidade 120
FIGURA 5.6 - Ficha para análise dos atributos para
classificação das unidades quanto a
potencialidade para fundações rasas 121
FIGURA 5.7 - Ficha para análise de adequabilidade para
aterros sanitários 123
FIGURA 5.8 - Ficha para análise de adequabilidade para fossas
sépticas 124
LISTA DE FOTOS
FOTO 5.1 - Ritmitos do Subgrupo Itararé 79
FOTO 5.2 - Enclave de material mais fino, quartzoso, envolvido por
material feldspático (Unidade PMI) 81
FOTO 5.3 - Detalhe dos pórfiros de feldspato potássico 82
FOTO 5.4 - Perfil homogêneo da unidade I3 91
FOTO 5.5 - Aspecto da linha de seixos presente na unidade I4,
separando solo residual do material retrabalhado 92
FOTO 5.6 - Aspecto do horizonte saprolítico da unidade G2 em
contato com material aluvionar da unidade A2 102
FOTO 5.7 - Perfil homogêneo da unidade M4 (Rodovia dos
Bandeirantes, Km 101, ponto de observação e
amostragem 82) 106
FOTO 5.8 - Aspecto da deposição de rejeitos no “Lixão de
Hortolândia” 109
FOTO 5.9 - Detalhe da falta de recobrimento dos rejeitos do “Lixão
de Hortolândia” 110
FOTO 5.10 - Ravinamento causado pelo mau aterramento dos
rejeitos urbanos em área já esgotada do “Lixão de
Hortolândia” 111
FOTO 5.11 - Erosão localizada no distrito de Nova Aparecida. 112
FOTO 5.12 - Pedreira esgotada da Pedralix 114
FOTO 5.13 - Aspecto do local onde ocorre extração irregular de
areia 115
LISTA DE TABELAS
TABELA 2.1 - Classificação dos Mapas Geotécnicos
segundo a IAEG (1976) 4
TABELA 2.2 - Fluxograma elaborado pelo IPT (1994) para
realização do Mapeamento Geotécnico do
Estado de São Paulo. 8
TABELA 2.3 - Etapas para avaliação e especificação de
unidades geotécnicas (ZUQUETTE, 1993)
10
TABELA 2.4 - Categorias e produtos dos documentos
produzidos (ZUQUETTE, 1987) 11
TABELA 2.5 - Comparação entre as diversas metodologias
internacionais. (GANDOLFI (1994), notas de aula) 13
TABELA 2.6 - Relações entre escala e as classes de terreno
(GRANT, 1975) 14
TABELA 2.7 - Escalas para mapeamento geotécnico usadas
para a Iugoslávia. (LOKIN et al., 1986) 16
TABELA 2.8 - Relações entre escalas e suas diversas
características(ZUQUETTE et al. (1992), modificada) 17
TABELA 2.9 - Etapas de estudo para elaboração dos mapas
geotécnicos na escala 1:25.000 (SAAD, 1990) 20
TABELA 3.1 - Total mensal de chuvas (mm) na estação D4-011 -
Fazenda Sete Quedas Campinas (DAEE-CTH) 31
TABELA 3.2 - Relação Área X População (Deplan - Secretaria
Municipal de Planejamento e Coordenação - 1992)
32
TABELA 3.3- Descrição das principais unidades pré cambrianas
do município de Campinas (IG, 1993) 36
TABELA 3.4 - Freqüência dos valores de movimentação
topográfica na região de Campinas, no estado
de São Paulo (MAYER ,1982) 41
TABELA 3.5 - Características das formas de relevo que
ocorrem na área estudada (IG, 1993) 43
TABELA 3.6 - Características Físicas para os aqüíferos da
região estudada 46
TABELA 3.7 - Descrição dos tipos de solo do município de
Campinas (apud EMBRAPA) 51
TABELA 3.8 - Características das unidades mapeadas por IPT
(1994) na escala 1:2.000.000 para o local estudado 55
TABELA 3.9 - Principais características das unidades do
Mapa Geológico do Estado de São Paulo IPT
(1994) identificadas na área (modificada) 56
TABELA 3.10 - Características geotécnicas da área em escala
1:500.000 (ZUQUETTE et al., 1994b) 58
TABELA 3.11 - Características obtidas por PARAGUASSU et al.
(1991) (escala 1:200.000) para a região estudada 60
TABELA 3.12 - Alguns resultados obtidos no mapeamento
geotécnico da Quadrícula de Campinas, por
ZUQUETTE (1987) para a área 61
TABELA 3.13 - Resultados obtidos por TAVEIRA (1986) no
loteamento Colinas do Ermitage 62
TABELA 4.1 - Resultados dos ensaios de massa específica
dos sólidos 66
TABELA 4.2 - Resultados dos ensaios de granulometria 67
TABELA 4.3 - Resultados obtidos nos ensaios de Massa
específica de Campo pelo “Método do Anel” 68
TABELA 4.4 - Valores de Azul (Va) e Coeficientes de Atividade
(CA) em função da Superfície Específica (Se)
apud FABBRI & SORIA (1994) 69
TABELA 4.5 - Resultados obtidos nos ensaios de Adsorsão
de Azul de Metileno
70
TABELA 4.6 - Resultados obtidos nos ensaios Mini MCV e
Perda Por Imersão. 72
TABELA 5.1 - Fotografias aéreas utilizadas nos trabalhos de
fotointerpretação 83
TABELA 5.2 - Descrição da unidades de material aluvionar 86
TABELA 5.3 - Perfil típico da Unidade B1 87
TABELA 5.4 - Valores mínimos e máximos do número de
golpes do ensaio SPT para a Unidade B1 87
TABELA 5.5 - Perfil típico da Unidade B2 88
TABELA 5.6 - Perfil típico da Unidade I1 89
TABELA 5.7 - Perfil típico da Unidade I2 90
TABELA 5.8 - Perfil típico da Unidade I3 90
TABELA 5.9 - Perfil típico da Unidade I4 93
TABELA 5.10 - Perfil típico da Unidade I5 94
TABELA 5.11 - Valores mínimos e máximos do número de
golpes do ensaio SPT para a Unidade I5 94
TABELA 5.12 - Perfil típico da Unidade I6 95
TABELA 5.13 - Valores mínimos e máximos do número de
golpes do ensaio SPT para a Unidade I6 95
TABELA 5.14 - Perfil típico da Unidade I7 96
TABELA 5.15 - Valores mínimos e máximos do número de
golpes do ensaio SPT para a Unidade I7 96
TABELA 5.16 - Perfil típico da Unidade I8 97
TABELA 5.17 - Valores mínimos e máximos do número de
golpes do ensaio SPT para a Unidade I8 97
TABELA 5.18 - Valores mínimos e máximos do número de
golpes do ensaio SPT para a Unidade I9 98
TABELA 5.19 - Perfil típico da Unidade I10 99
TABELA 5.20 - Perfil típico da Unidade G1 100
TABELA 5.21 - Valores mínimos e máximos do número de
golpes do ensaio SPT para a Unidade G1 100
TABELA 5.22 - Perfil típico da Unidade G2 101
TABELA 5.23 - Valores mínimos e máximos do número de
golpes do ensaio SPT para a Unidade G2 101
TABELA 5.24 - Perfil típico da Unidade G3 103
TABELA 5.25 - Perfil típico da Unidade M1 104
TABELA 5.26 - Valores mínimos e máximos do número de
golpes do ensaio SPT para a Unidade M1 104
TABELA 5.27 - Perfil típico da Unidade M2 104
TABELA 5.28 - Perfil típico da Unidade M3 105
TABELA 5.29 - Perfil típico da Unidade M4 105
TABELA 5.30 - Pressões admissíveis segundo a Norma da
ABNT - NBR 6122 122
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABGE - Associação Brasileira de Geologia de Engenharia
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CESP - Companhia Energética do Estado de São Paulo
CPRM - Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
DAEE- Departamento de Águas e Energia Elétrica
DNPM - Departamento Nacional de Pesquisa Mineral
EESC/USP - Escola de Engenharia de São Carlos/Universidade de São Paulo
eo - Índice de vazios natural
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EUA - Estados Unidos da América
HRB - Highway Research Board
IAC - Instituto Agronômico de Campinas
IAEG - International Association of Engineering Geology
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IG - Instituto Geológico do Estado de São Paulo
IP - Índice de Plasticidade
IPT - Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado
de São Paulo S/A
LL - Limite de Liquidez
LP - Limite de Plasticidade
MCT - Miniatura Compactada e Tropical
MCV - Moisture Condition Value
n - porosidade
N.A. - Nível d’água
ONU - Organização das Nações Unidas
pH - Potencial Hidrogeniônico
PUCE - Pattern Units Components Evaluation
Se - Superfície específica
SIG - Sistemas de Informações Geográficas
SUCS - Sistema Unificado da Classificação de Solos
UFMT - Universidade Federal do Mato Grosso
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNESCO - United Nations Education, Scientifc and Cultural Organization
UNESP - Universidade Estadual Paulista
USGS - United States Geologycal Survey
USP - Universidade de São Paulo
UTM - Projeção Universal Transversa de Mercator
Wót. - Umidade Ótima
ZERMOS - Zonas Esposées a des Risques Lies aux Mouvements du Soil
RESUMO
Este trabalho apresenta o mapeamento geotécnico da porção noroeste do
município de Campinas, na escala 1:25.000, numa região de intensa ocupação
antrópica e com 118,167 km2 de área. Foi utilizada a metodologia para Cartografia
Geotécnica proposta por ZUQUETTE (1987).
Foram realizados trabalhos de campo e ensaios laboratoriais visando a
caracterização geológico-geotécnica dos materiais existentes, sempre levando em
consideração as propriedades características dos solos tropicais.
Os produtos obtidos foram sintetizados em 5 documentos cartográficos
básicos, merecendo destaque os materiais inconsolidados pela importância que
representam em trabalhos desta natureza.
O objetivo final do estudo foi a geração da Carta de Zoneamento
Geotécnico Geral que contou com 76 unidades geotécnicas. Estas unidades foram
analisadas frente a seus atributos e a partir desta análise foram classificadas para
diferentes finalidades de uso específico, conforme recomenda a metodologia
adotada.
ABSTRACT
ENGINIEERING GEOLOGICAL MAPPING OF CAMPINAS
REGION: NW PORTION (SÃO PAULO STATE):
1:25.000 SCALE.
This work presents the results of the enginieering geological mapping of
Campinas region, NW portion, 1:25.000 scale, has a intense antropic occupation.
The study was developed based on the geological-geotechnical data obtained by
field works and laboratorial tests. Considering the data five basic cartographic
documents was elaborated: Documentation Map; Declivity Chart; Rock Substrate
Map; Inconsolidated Materials Map; Inventory Map of Urban Occupation, Mineral
Explotation and Erosion Features.
Based on the informations registered in the basic cartographic document
the region was divided into 76 geological-geotechnical units. The units are
represented in the General Enginieering Geological Zonning Chart.
1 INTRODUÇÃO
Hoje mais do que nunca atenta-se para a importância de um perfeito
conhecimento do meio físico visando uma integração homem-natureza, buscando
desta forma, a racionalização do espaço de forma mais adequada. O mapeamento
geotécnico é uma importante ferramenta neste contexto, na medida que tenta
direcionar a ocupação de forma sistemática e racional.
Embora esteja comprovada a eficiência destes trabalhos, no Brasil eles
ainda são escassos e restritos a poucos institutos de pesquisa, que ainda não
chegaram a um consenso sobre a melhor metodologia a ser utilizada para as
condições vigentes no País. Tal fato se prende às diferentes condições climáticas e
econômicas em relação aos países onde foram desenvolvidas a maioria destas
metodologias.
A metodologia proposta por ZUQUETTE (1987) veio preencher uma
lacuna existente nesta área do conhecimento. Esta metodologia vem sendo
aplicada desde então numa série de trabalhos científicos, principalmente de âmbito
regional (escala 1:50.000). Em todos estes anos, pequenas falhas puderam ser
corrigidas no sentido de aprimorar esta sistemática de trabalho e a cada novo
trabalho galga-se mais um degrau no sentido de uma metodologia realmente
eficiente e que atenda às diversas condições que ocorrem no meio físico em um
país de dimensões continentais como o Brasil. Dentro desta filosofia de trabalho
toda Quadrícula IBGE Campinas 1:250.000 já se encontra mapeada por esta
metodologia na escala 1:50.000.
O presente trabalho, junto a outros três, inaugura uma nova fase deste
projeto, ao trabalhar numa escala de maior detalhe, na porção metropolitana do
município de Campinas. Para tanto, foram mapeadas quatro folhas topográficas
1:10.000, perfazendo a porção noroeste deste Município, numa área intensamente
ocupada e com graves problemas sociais, visto tratar-se de uma região tomada por
favelas e moradias simples, que felizmente, devido às condições naturais favoráveis
não estão sujeitas aos graves problemas geotécnicos de encostas, como acontece
nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Santos, São Vicente entre outras.
Nem por isso esta população está livre de problemas decorrentes da
ocupação inadequada do meio físico, sendo as enchentes e erosões uma ameaça
sempre presente, não só nesta faixa mais carente, como também para a sociedade
como um todo. Esta sociedade se recente da falta de planejamento urbano e sofre
os constantes prejuízos causados por esta negligência.
Este trabalho visa oferecer subsídios para o planejamento urbano racional,
levando em conta as características próprias do meio físico, fornecendo cartas
interpretativas de diferentes naturezas e dados adicionais para análises aos que
porventura necessitem das informações aqui apresentadas.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Aspectos Metodológicos
Segundo ZUQUETTE (1987), os primeiros mapas geotécnicos aplicados
ao planejamento urbano apareceram na Alemanha em 1913, os quais traziam uma
coleção de mapas, instruídos por dados de sondagens e notas explicativas. As
informações contidas nas cartas referiam-se a zonas inundáveis, zonas de lençol
freático raso , minas, pedreiras e saibreiros.
Diversos países seguiram a Alemanha nestes empreendimentos de
cartografia geotécnica com caráter de mapeamento temático básico para programas
de inter relação homem/meio físico, merecendo destaque a (Ex) União Soviética,
(Ex) Checoslováquia, outros países do Leste Europeu, e a Austrália, em especial
com o programa P.U.C.E. As principais metodologias usadas em mapeamento
geotécnico atualmente são apresentadas a seguir.
2.1.1 Metodologia I.A.E.G. (International Association of
Engineering Geology)
Esta metodologia começou a ser elaborada a partir de 1968, com seus
primeiros trabalhos publicados no boletim da I.A.E.G. de 1970 e posteriormente
pela IAEG-UNESCO (1976), tendo como requisitos principais:
- Apresentar informações de forma facilmente compreensível por usuários
profissionais que não sejam geólogos.
- Mostrar informações objetivas que avaliem os aspectos geotécnicos do
ambiente geológico.
4
Os mapas são classificados em propósito, conteúdo e escala, conforme a
TABELA 2.1:
TABELA 2.1 - Classificação dos Mapas Geotécnicos segundo a IAEG-
UNESCO (1976)
Mapas de
Propósito
Especial
Fornecem informações sobre um
aspecto específico da geologia de
engenharia
Propósito
Mapas de
Múltiplo
Propósito
Cobrem muitos aspectos da geologia de
engenharia, fornecendo informações
para vários tipos de planejamentos ou
propósitos geotécnicos.
Mapas Analíticos Dão detalhes que avaliam
componentes individuais do
ambiente geológico
Conteúdo
Mapas
compreensivos
Informam sobre as condições
geotécnicas indicando os principais
componentes de interesse para a
geotecnia
Grande 1:10.000 e maiores
Escalas Média 1:10.000 a 1:100.000
Pequena 1:100.000 e menores
Desta forma são possíveis todas as combinações entre cada item acima,
gerando diversos documentos. As formas para obtenção de dados são:
Fotogeologia, métodos geofísicos, sondagens, amostragens, ensaios in situ
e laboratoriais. A publicação finaliza com uma série de exemplos aplicados a
diferentes tipos de áreas.
5
2.1.2 Metodologia P.U.C.E. (Pattern, Units, Components
Evaluation)
Esta metodologia originou-se na Austrália com AITCHINSON &
GRANT (1967), encontrando grande aplicabilidade para as condições brasileiras
devido as semelhanças existentes entre os dois países. SOUZA (1992), usou em
mapeamento regional da Folha Aguaí - SP diversos conceitos desta sistemática.
Ela baseia-se numa série de critérios que se apoiam em princípios
geomórficos, onde as propriedades de cada membro devem ser homogêneas e
ainda acompanhadas de avaliação quantitativa e qualitativa das feições medidas,
considerando como principais fatores para a classificação dos terrenos as
características das encostas, geologia, dos solos e da vegetação.
Cada terreno é dividido em 4 classes diferentes (Província, Padrão,
Unidade e Componente) e cada atributo recebe um valor numérico, podendo desta
forma ser elaborado num banco de dados.
GRANT & FINLAYSON (1978) descrevem em seu artigo que nesta
metodologia o terreno natural é separado unicamente baseado na origem, processo
e forma. Assim é feito um mapa do terreno, numa aproximação paramétrica na
qual um único atributo é escolhido com base em pontos de amostragem e valores
de contorno gerando diferentes mapas combinados ou sobrepostos que levam a
composição de mapas paramétricos.
2.1.3 Sistemática da (Ex) Checoslováquia
MATULA & LETKO (1980) desenvolveram esta metodologia baseados
na proposta da IAEG, voltada principalmente ao planejamento urbano. Eles
levaram em conta a adequabilidade geotécnica para construção, a vulnerabilidade
do ambiente geológico e as características das condições locais do ambiente.
Como produto foram delimitados três grupos de fatores geoambientais
(geofatores) limitantes ao desenvolvimento urbano.
6
A - Fatores geoambientais que comprometem o desenvolvimento
urbano.
B - Fatores geoambientais que limitam a adequabilidade geotécnica de
construção.
C - Fatores geoambientais que devem ser protegidos contra os impactos
indesejáveis da urbanização.
Cada um destes geofatores recebe uma escala de intensidade com 3 graus
de classificação, de acordo com sua influência na urbanização (I, negligenciável; II,
restritiva; III, torna a urbanização praticamente impossível). Cada item é
combinado com outros fatores como processos geodinâmicos, condições
geomorfológicas e hidrogeológicas, qualidades geotécnicas do solo e da rocha.
Posteriormente é confeccionado um mapa para cada fator geoambiental,
onde é seguida a classificação dos critérios I, II, III; gerando diversas zonas (AI;
AII; BIII; etc), cuja sobreposição permite a obtenção do mapa final das unidades
geotécnicas do uso racional do terreno para desenvolvimento urbano, sendo as
zonas mais favoráveis aquelas onde houve sobreposição dos geofatores AI, BI e
CI, e assim por diante, com as diversas combinações possíveis.
2.1.4 Metodologia ZERMOS - (Zonas expostas aos riscos de
movimentos de solo)
Esta metodologia foi inicialmente desenvolvida por CHAZAN (1973),
encontrando muita aplicabilidade nas escalas 1:25.000 e 1:20.000, sendo específica
para áreas com acentuadas variações nas inclinações do solo e do substrato
(ZUQUETTE, 1987). Seu principal objetivo é fornecer detalhes a respeito das
condições de estabilidades reais ou potenciais. Os mapas elaborados deverão
analisar, em um dado momento, os movimentos dos terrenos, ou os fatores de
instabilidade revelados pelos dados obtidos na área, fornecendo um zoneamento
de risco.
7
Segundo ZUQUETTE (op. cit.) risco (harzard) é um perigo, um
inconveniente possível, implicando na aparição eventual de um acidente ligado a
uma força maior, onde o homem tem papel marcante como agente instabilizador
do meio físico. Os principais desencadeadores destes processos são a expansão
demográfica desordenada, os fenômenos naturais, entre outros.
As principais fases de trabalho desta cartografia são:
- Levantamento bibliográfico e de campo sobre a existência de riscos na
área estudada;
- Estudo geomorfológico (via fotointerpretação);
- Estudo e controle dos fatores naturais permanentes e temporais, em geral
mapeáveis em escala 1:50.000.
Para escalas maiores que 1:50.000 podem ser elaboradas as “Plantas
ZERMOS”, que possuem como objetivos informar e explicar os fenômenos.
2.1.5 Sistemática do IPT - Brasil
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo,
desenvolveu, a partir de PRANDINI (1980) uma sistemática para mapeamento
geotécnico, cujas premissas principais podem ser sumariadas em quatro itens (IPT,
1994):
- Partir dos problemas significativos presentes no território e daí para suas
condicionantes mapeáveis;
- Estabelecer uma fisiografia do desempenho que integre os processos do
meio físico e as suas formas de ocupação;
- Concentrar esforços na coleta objetiva e orientada de dados, voltados
para definir unidades de terreno de mesmo comportamento, de modo que
correspondam, diretamente, a distintas práticas de prevenção e correção;
- Superar o determinismo ingênuo da maior parte das “aptidões”, valendo-
se do arsenal de técnicas disponíveis para a maximização de opções plausíveis para
o uso do solo.
8
O fluxograma a seguir (TABELA 2.2) resume as etapas principais desta
metodologia, usadas para a elaboração da Carta Geotécnica do Estado de São
Paulo, escala 1:500.000:
TABELA 2.2 - Fluxograma elaborado pelo IPT para realização do
Mapeamento Geotécnico do Estado de São Paulo.
ETAPAS PRODUTOS
Levantamento Preliminar
- Identificação dos problemas Existentes/previstos
- Compilação de dados
Mapa Preliminar
(Esboço Geotécnico)
Investigação Orientada
-Identificação e mapeamento dos fatores
condicionantes dos problemas e definição da escala
de trabalho.
Mapas Temáticos
Dirigidos
Compartimentação Final
- Análise integrada dos dados mapeados
- Delimitação dos terrenos com comportamento
homogêneo
Unidades
Geotécnicas
Análise das Medidas de Controle
- Levantamento das práticas e técnicas de
implantação e manutenção dos usos do solo
- Proposição de medidas preventivas e corretivas
Diretrizes Para o
Uso do Solo
Representação
- Representação cartográfica e linguagem adequada
ao usuário
Carta Geotécnica
(Mapa Final e
Quadro Legenda)
2.1.6 Metodologia de Zuquette - Brasil
Esta metodologia, usada neste trabalho, foi elaborada e aprimorada por
ZUQUETTE (1987; 1993) e propõe soluções aplicáveis às condições brasileiras
levando em conta principalmente a economia por não exigir um grande número
de profissionais para sua execução. As principais informações obtidas a partir de
um mapa geotécnico, segundo este autor são as seguintes:
9
Localização de auto pistas
Planejamento para desenvolvimento residencial
Disposição de rejeitos industriais e domésticos
Suprimento de água
Fundações
PLANEJAMENTO URBANO Seleção de áreas para indústrias
Descobrimento de possíveis jazidas minerais
Sistematização de drenagens adequadas
Controle de enchentes
Adaptação de edificações à topografia
Áreas de recreação
Controle de erosão em áreas maiores
Localização de sítios para reservatórios
Avaliação de poluição, tanto de solo quanto
água e ar
Localização de rejeitos domésticos, agrícolas,
minerais, etc.
PLANEJAMENTO REGIONAL Proteção das áreas de recargas dos aqüíferos
Construção de aterros
Observação de locais para obtenção
de materiais de construção
Análise geral para fundações
Áreas agrícolas
Este autor define atributo como qualidade pertinente aos componentes do
meio físico e que são utilizadas para caracterizá-lo. Trata-se da parcela do meio
ambiente constituída pelos materiais rochosos e inconsolidados, as águas e o relevo
que estão combinados e arranjados de diversas maneiras em espaços
tridimensionais.
O estudo para avaliação e especificação das unidades geotécnicas é feito em
três etapas principais:
10
TABELA 2.3 - Etapas para a avaliação e especificação de unidades geotécnicas
(ZUQUETTE, 1993).
Levantamento e análise das
informações já produzidas
Reconhecimento
dos atributos
Identificação das
unidades
homogêneas.
Os trabalhos de campo compreendem os seguintes procedimentos:
- Investigações superficiais através de caminhamento, determinando
informações diretas sobre as características do solo, água e rochas.
- Investigações de subsuperfície, com sondagens, perfurações de poços e
trincheiras ou penetrômetros alternativos.
Para os materiais inconsolidados recomenda-se os seguintes ensaios:
- Análise Granulométrica Conjunta
- Limites de Atterberg (LL e LP)
- Massa Específica dos Sólidos
- Compactação (Proctor Normal)
- Mineralogia
- Classificação Miniatura-Compactado-Tropical (MCT)
- Características dos agregados
- Densidade relativa.
Para os materiais rochosos os ensaios recomendados são:
- Densidade
- Composição Mineralógica
- Resistência à Compressão
Mapas topográficos, geológicos, geomorfológicos e
outros.
Sondagens de qualquer tipo, fotos aéreas.
Confecção de um mapa preliminar com as unidades
homogêneas
11
Os documentos gerados são classificados em quatro categorias, conforme
a TABELA 2.41 .
TABELA 2.4 - Categorias e produtos dos documentos produzidos
(ZUQUETTE, 1987)
PRODUTO DESCRIÇÃO
Mapa Topográfico É o mapa básico sobre o qual serão
colocadas todas as demais informações.
Também permite a confecção da carta
clinométrica sobre ele.
Mapa Geológico Representando em folhas separadas
Materiais Inconsolidados e o
Substrato Rochoso
Mapa de Águas Oferece informações sobre águas
superficiais e subsuperficiais
Mapa Pedológico Apresenta os materiais inconsolidados
para profundidades de até 3 metros.
Mapa Geofísico Importante para jazidas de materiais
para construção civil, e níveis de água
do subsolo.
Mapa Geomorfológico Apresenta informações quanto ao meio
físico, como: morfologia, morfogênese
e morfocronologia.
Mapa climático Apresenta variações de pluviosidade,
entre outras
Mapa da ocupação atual e
prevista
Prevê o tipo de ocupação da área.
Mapa de documentação ou de
dados
registra todos os pontos onde foi
possível a obtenção de alguma
informação
CartasDerivadasou
Interpretativas
Cartas de Erodibilidade,
Fundações, Disposição de
Rejeitos Sépticos, Materiais
para Construção, Estabilidade
de Taludes, Obras Enterradas,
Irrigação, Obras Viárias,
Restrições Ambientais e
Zoneamento.
São as cartas originadas das
interpretações realizadas sobre as
informações contidas em outros
mapas.
1
Maiores informações sobre esta metodologia podem ser obtidas em ZUQUETTE (1993), onde o autor
aprimora principalmente a forma de obtenção dos atributos e seus conceitos básicos e nos capítulos
específicos sobre cada produto elaborado.
12
Também merecem destaque:
* Metodologia Mathewson & Font
* Metodologia Francesa
* Metodologia Brink - África do Sul
* Metodologia da (Ex) U.R.S.S.
* Metodologia Espanhola
* Sistema A.R.D.A. - Canadá
* Sistema Específico de Ontario - Canadá
* Sistema Froelich - E.U.A
* Sistema Inglês
* Sistema Kiefer -E.U.A.
* Sistema para solos Instáveis - Espanha
* Sistema Sueco
* Mapas de solos para engenharia - E.U.A.
Estas metodologias encontram-se bastante detalhadas em trabalhos como
ZUQUETTE (1981, 1987 e 1993), AGUIAR (1989), BROLLO (1991), COTTAS
(1983), PEJON (1987, 1992), GODOY (1989), MARETTI (1989), LOLLO
(1991), SOUZA (1992), GRUBBER (1993), COLARES (1994), AGUIAR (1995),
BARISON (1995), SARAIVA (1995), entre outros.
A TABELA 2.5 faz uma comparação de diversas metodologias utilizadas
em mapeamento geotécnico a nível mundial.
13
TABELA 2.5 - Comparação entre as diversas metodologias internacionais.
(GANDOLFI (1994), notas de aula)
Metodo-
logia
Área
(Km2)
Atributos Classes do
Terreno
Escalas
X 103
Cartas Finalidade
IAEG Variada ñ define:
Limites e
obtenção
Suíte Litol.
Comp. Litol.
Tipo Litol.
Tipo Geot.
<200
10-200
5-10
>5
Geral e
Específica.
Especial e
Multifinali-
dades
Francesa < 1500 não
condiciona:
Principio
nem limites
Regional
Metropol.
Urbano
Específico
Detalhamento
<100
100-50
25-10
5-1
>1
Dados
Fatores
Sintétic
Aptidão
P.U.C.E. Variada define:
escolha e
limites
Província
Modelo
Unidade
Componente
>250
>25
>2,5
Geral e
Específica
Desen/o:
Regional
Planej/o:
Rural e
Urbano
Grã -
Bretanha
limitada define: tipos,
escolha, lim.
e obt.
XXX <10
10-0,5
0,5-0,1
1,25-0,1
Map. G.E
Planta
Geol. Engen.
Plan. Geot.
Engenharia
e Planeja-
mento
Espanha <150 Não
condiciona:
obtenção,
limites e
avaliação
Nacion/Reg.
Reg/Prov
Urbano Áreas
Selv/ e
Específicas.
200
25
25
5
2
Geral
Básico
Seletivo
Específica
Cond.
Geot
Zonea.
Geot.
Amplos
MA-
THEWSON
&
FONT
Variada Não define:
Escolha,
obtenção
XXX XXX 1a Ordem
2a Ordem
3a Ordem
4a Ordem
Observa-
ção
Engenharia
Interpre-
tação
Planeja-
mento
Zuquette Variada Define:
Tipos,
Escolha,
obt/ Avaliv.
Gerais
Regionais
Semi-Detalhe
<100
100-25
25-10
Bas. Fund.
Bas. Opc
Auxiliar
Derivados
Cond.
Geot.
Zonea.
Geot.
Zon.Geot.
Esp.
2.2 A escala adotada
As diversas metodologias apresentam certa divergência em se tratando da
finalidade de cada escala. A escala 1:25.000, aparentemente apresenta um nível
intermediário entre detalhe e semi-detalhe, englobando desta forma características
de ambas.
14
MAXWELL & JOHNSON (1969) desenvolveram um mapeamento na
região próxima a Boulder, Colorado, em escala 1:24.000, voltado ao planejamento
regional. Esta escala foi escolhida devido a duas características básicas do local:
- Os terrenos e condições geológicas são mais adversas a desenvolvimento
de alta densidade.
- Os mapas geológicos das quadrículas eram disponíveis ou o mapa básico
estava em andamento.
GIGAN (1973) observa que a metodologia francesa usa escalas entre
1:100.000 até 1:25.000 para o planejamento regional, 1:25.000 até 1:5.000 para o
planejamento local e escalas entre 1:10.000 a 1:2.000 para zoneamentos de uso e
ocupação dos terrenos. Segundo o autor na escala de planejamento local examina-
se as características dos terrenos, as condições morfológicas e hidrológicas e as
reservas de materiais. É utilizada para o planejamento urbano, sendo que a escala
dependerá da densidade de informações e da precisão demandada pelos usuários.
A metodologia P.U.C.E sugere uma escala para cada classe de terreno,
estando a escala 1:25.000 inserida dentro da terceira classe, conforme tabela abaixo:
TABELA 2.6 - Relações entre escala e as classes de terreno (GRANT, 1975)
CLASSE DE
TERRENO
Escala Finalidade
PROVÍNCIA 1:250.000 ou menor Profundidade do substrato e estudos de
viabilidade
PADRÃO 1:250.000 a
1:50.000
Adequabilidade topográfica, escavabilidade,
limites da formação superficial
UNIDADE 1:50.000 a 1:5.000 Locação preferencial de estradas, aeroportos,
barragens, edifícios, etc.
COMPO-
NENTE
1:5.000 ou maior Traficabilidade, possibilidade de enchentes,
susceptibilidade a recalques, adequabilidade de
áreas de empréstimo.
LOZINSKA (1975) afirma que a escala mais adequada ao planejamento
regional é 1:50.000, mas no caso de áreas portadoras de condições geotécnicas
complexas um maior detalhamento da área se faz necessário, sendo adequada desta
maneira a escala 1:25.000 para este mesmo fim.
15
MERLA et al. (1976) afirmam que a escola Checa sugere a escala 1:25.000
para mapeamentos geotécnicos voltados a projetos e planejamentos. Este tipo de
cartografia, segundo este autor foi amplamente testada e usada em grandes áreas
do território checo.
ROCKAWAY (1976) faz uma comparação entre diversas escalas, onde
constatou que em uma área pesquisada na escala 1:24.000 se revelam 8 diferentes
unidades geotécnicas, enquanto a mesma área mapeada em escala 1:62.500 as
unidades são apenas 6 (FIGURA 2.1).
FIGURA 2.1 - Comparação do nível de detalhe obtido por duas diferentes
escalas de mapeamento para uma área exemplo em St. Louis (USA)
(ROCKAWAY, 1976)
NICKLESS et al. (1982) mapeando o distrito de Glenrothes na Escócia,
afirmaram que a escala 1:25.000 mostrou-se adequada à apresentação e à
investigação, fornecendo um equilíbrio entre os detalhes e as generalidades da a
região mapeada. O autor acha necessário a utilização das cores para uma melhor
compreensão dos resultados.
Escala 1:24.000 Escala 1:62.500
16
LOKIN et al. (1986) classifica as escalas para a Iugoslávia da seguinte
maneira, de acordo com seus usos:
TABELA 2.7 - Escalas para mapeamento geotécnico usadas para a Iugoslávia.
(LOKIN et al., 1986)
Intervalo Mais usada
Planejamento da República 1:200.000 a 1:100.000 1:100.000
Planejamento Regional 1:100.000 a 1:25.000 1:100.000
Planejamento Urbano 1:50.000 a 1:10.000 1:25.000
MATULA (1986) recomenda a escala 1:25.000 especialmente para o
planejamento urbano e uso da terra. Segundo este autor esta escala delimita
especialmente unidades favoráveis para locação residencial, disposição de rejeitos,
zonas industriais, extração de recursos minerais e áreas não favoráveis a ocupação.
KALTERHERBERG (1990) aponta a preferência pelo uso da escala
1:25.000 principalmente pela clareza com que define os dados relativos ao
planejamento urbano ou regional. Suas vantagens são maiores quando se procura:
- Avaliação de áreas para desenvolvimento residencial e industrial.
- Avaliação de áreas preferenciais para depósitos de lixo.
- Planejamento das melhores rotas para serviços públicos (água, gás,
eletricidade).
- Escavabilidade em rochas
- Avaliação dos recursos para água subterrânea ou superficial.
ZUQUETTE (1990) sugere escala 1:25.000 para o uso urbano,
recomendando para a obtenção de dados qualitativos, uma observação a cada
3/km2 em terreno cristalino e uma observação a cada 2 km2 para áreas
sedimentares. Para a obtenção de dados qualitativos o autor recomenda uma
amostra/km2.
ZUQUETTE et al. (1992) fazem um apanhado onde listam características
das diversas escalas utilizadas em mapeamento geotécnico (TABELA 2.8).
17
TABELA 2.8 - Relações entre escalas e suas diversas características
(ZUQUETTE et al. (1992), modificada)
ESCALAS
1:250.000 a 1:100.000 1:100.000 a 1:25.000 > 1:25.000
FINALI-
DADE
- avaliação regional para
definir :
Trabalhos em escalas
maiores.
Grande grupos de eventos.
Deficiências de
informações.
Viabilidade de obras
longitudinais
- Viabilidade e projeto básico das
diferentes formas de ocupação
- Elaboração das cartas de
zoneamento de eventos de risco
associados
- definir as áreas para serem
estudadas em detalhes.
- Propor ações preventivas
- Delimitar áreas totalmente
restritas as ocupações
Projetos específicos para
desenvolvimento das formas de
ocupação, proteção e recuperação das
áreas que estiverem sujeitas a eventos
perigosos
NÍVEIS
DAS
INFORMA-
ÇÕES
Mapas existentes e
informações
predominantemente obtidas
por meios indiretos
Mapas referentes aos diversos
componentes do meio físico e da
ocupação com informações obtidas
de maneira direta e indireta.
Documentos da fase anterior, análise e
avaliação global das áreas sujeitas aos
eventos perigosos.
MÉTODOS
INDIRE-
TOS PARA
OBTEN-
ÇÃO DE
INFORMA-
ÇÕES
- Fotos aéreas
- Imagens de satélite
- Documentos existentes
como mapas: geológicos, de
solos, geofísicos,
climatológicos e
geomorfológicos
- Fotos aéreas de épocas diferentes
- Documentos elaborados na fase
anterior.
- Imagens de satélite
- Métodos analógicos e estatísticos
- Documentos elaborados nas fases
anteriores.
- Fotos aéreas
- Métodos estatísticos.
- Modelos
MÉTODOS
DIRETOS P/
OBTENÇÃ
O DE
INFOR-
MAÇÕES
Observação no campo de
locais onde ocorram eventos
perigosos para avaliação
preliminar das evidências e
os problemas decorrentes.
- Investigações de campo2
.
- Amostragem
- Investigação superficial
- Ensaios laboratoriais
- Análises das formas de ocupação
- Investigações de campo.
- Investigações de subsuperfície
- Análise das formas de ocupação
- Amostragens
- Ensaios laboratoriais e in situ
DOCU-
MENTOS A
SEREM
ELABORA-
DOS
Mapa de ocorrência dos
eventos perigosos e áreas
atingidas
Carta de zoneamento dos
eventos perigosos que
poderão ocorrer
Mapa das áreas
prioritárias para serem
mapeadas em escalas maiores
Mapa das condições
geotécnicas gerais.
Mapa de documentação dos
eventos perigosos ocorridos com
delimitação das áreas atingidas
Documentos gráficos:
Climáticos, geológicos,
geomorfológicos, águas, vegetação,
uso e ocupação.
Carta de zoneamento geotécnico
geral.
Carta de zoneamento geotécnicos
específicos.
Carta de zoneamento dos eventos
perigosos.
Carta de riscos para os tipos de
ocupação atual
Carta de riscos para os tipos de
ocupação a serem implantados.
Mapa das áreas sujeitas aos
eventos perigosos.
Carta de zoneamento geotécnico
geral.
Mapa dos diferentes tipos de
eventos perigosos combinados que
podem atingir a região.
Mapa dos eventos perigosos
específicos e suas áreas de influências.
Mapa dos diferentes níveis de
riscos em cada área sujeita aos
eventos perigosos.
Mapa que retrata as taxas de
custos, os procedimentos construtivos
e os cuidados necessários para
implementar as diferentes formas de
ocupação.
Mapa que retrata os procedimentos
de segurança para a população de cada
área sujeita ao evento
Memorial com a combinação e
nível dos eventos que devem indicar a
retirada da população de cada evento
perigoso.
Dados de acompanhamento das
instrumentações ou acompanhamento
sistemático das áreas com ocorrências
de eventos perigosos.
2
Estes procedimentos devem apresentar densidade de informações compatíveis com a escala adotada.
18
Como podemos ver a escala de mapeamento 1:25.000 apresenta-se em um
nível intermediário entre a observação dos eventos em detalhe e semi-detalhe,
podendo desta forma agrupar características de ambas, sendo desta forma, ao
nosso ver a mais abrangente, apresentando clareza em suas conclusões, aspecto
fundamental em se tratando de planejamento urbano.
2.2.1 Alguns trabalhos de mapeamento geotécnico realizados no
Brasil na escala 1:25.000
AVILA et al. (1985) elaboraram uma carta geotécnica de todo município
de São Paulo, que foi dividida em três unidades homogêneas, refletindo em
primeiro plano a energia do relevo, secundariamente a natureza dos materiais,
resultando desta forma numa redução do volume de informações.
GODOY (1989) elaborou o mapeamento geotécnico do município de
Presidente Prudente, visando oferecer meios para corrigir erros cometidos em
planos diretores já feitos anteriormente nesta cidade. O autor afirma que as escalas
recomendadas para planejamento urbano variam entre 1:5.000 e 1:25.000.
As bases cartográficas em que se baseou o trabalho foram o mapas
topográfico 1:25.000 e 1:10.000, Geológico 1:500.000, Carta Geomorfológica e de
Formações superficiais da Bacia do Alto Santo Anastácio (escala 1:25.000), Carta
Pedológica, 1:75.000, Carta Geomorfológica do município 1:50.000 e
Fotointerpretação 1:25.000 e 1:20.000.
Já MARETTI (1989) faz uma revisão da evolução das posturas
ambientalistas, abordando aspectos sociológicos (são citados diversos sociólogos
como MONTÓIA (1988), ROLNIK (1986), GABEIRA (1986), entre outros) e
antropológicos, demonstrando desta forma a interdisciplinariedade que um
trabalho desta natureza deve abordar.
No capítulo sobre planejamento MARETTI faz uma exaustiva análise
onde ressalta que um planejamento ambiental deveria ser necessariamente um
planejamento participativo. Também neste capítulo o autor afirma que a
19
cartografia Geologico-Geotécnica deveria ser entendida como uma ecotécnica. A
metodologia empregada baseia-se na compartimentação geológico-geomorfológica
e avaliação do comportamento geotécnico de cada unidade,. ensaios e análises para
caracterizar o comportamento pontual dos terrenos, além de dados preexistentes
como Sondagens de Simples Reconhecimento.
AGUIAR (1989) mapeou a área de expansão urbana de São Carlos,
seguindo a metodologia de ZUQUETTE (1987), tendo como resultado final a
sugestão das áreas geotecnicamente homogêneas, no sentido de oferecer subsídios
ao planejamento urbano deste município.
AUGUSTO FILHO et al. (1990) trabalharam em parte da Serra do Mar
(780 Km2) na escala 1:25.000, utilizando a sistemática do IPT, em que foram
reconhecidas dezoito unidades de terreno, voltadas principalmente para os
processos da dinâmica superficial dominantes: escorregamentos, movimentos de
depósitos de talus, paredes rochosas, corridas de lama, etc.
SAAD (1990) mapeou a Bacia de Taubaté e iniciou seu trabalho
demonstrando a sua aplicabilidade do ponto de vista econômico, haja visto o
grande desenvolvimento da área estudada por se tratar da região compreendida
entre os dois maiores pólos de desenvolvimento do País. Por sinal esta região
apresenta muitas semelhanças com a região de Campinas, em termos econômicos.
Foram adotadas seis etapas no estudo das seqüências estratigráficas,
conforme a TABELA 2.9.
Após as etapas de campo foram feitas as fotointerpretações definitivas,
sendo elaborado em seguida, para cada região, o mapa de sistemas deposicionais e
de potencial mineral, em escala 1:25.000, analisando-se o potencial econômico de
cada um dos sistemas deposicionais no que diz respeito ao aproveitamento dos
materiais para construção civil e indústria.
20
TABELA 2.9 - Etapas de estudo para elaboração dos mapas geotécnicos na
escala 1:25.000 (SAAD, 1990)
PRODUTOS HIERARQUIA
ESTRATIGRÁFICA
MÉTODOS DE
ANÁLISES
6° ) CLIMA, CONDIÇÕES
TECTÔNICAS E
ESTRUTURAIS,
VARIAÇÃO DO NÍVEL DO
MAR
ESTUDOS GEOFÍSICOS
(GRAVIMÉTRICOS,
GEOTÉRMICOS,
MAGNETO TELÚRICOS
E SÍSMICOS)
GEOLOGIA HISTÓRICA
REGIONAL E
RECURSOS
ECONÔMICOS
5° ) ANÁLISE
SEQÜENCIAL
PALEOGEOGRAFIA 4° ) CARACTERIZAÇÃO
DE TRATOS DE SISTEMAS
DEPOSICIONAIS
ANÁLISE DE
EMPILHAMENTOS
SEDIMENTARES
MODELOS
FACIOLÓGICOS
3° ) MAPEAMENTO DE
SISTEMAS
DEPOSICIONAIS
2° ) RECONHECIMENTO
DE ASSEMBLÉIAS DE
FÁCIES (LITO E
BIOFÁCIES)
ANÁLISES DE
AFLORAMENTOS E
ESTUDOS
LABORATORIAIS
1° ) RECONHECIMENTO
DE FÁCIES INDIVIDUAIS
O IPT (1990) elaborou a carta geotécnica do município de Campo Grande
onde são abrangidas as áreas de expansão urbana, sendo que na cidade
sulmatogrossense os maiores problemas apontados foram a baixa profundidade do
nível freático e a alta susceptibilidade a boçorocas.
Em 1991 a UFMT elaborou uma carta para a área de expansão do
município de Cuiabá destacando as ocorrência de cheias, e problemas advindos de
ocupações de garimpos abandonados. VECCHIATO (1993) mapeou também a
área urbana deste município, com o objetivo de subsidiar o planejamento urbano.
21
Foram produzidos por este autor diversas cartas, culminando com a Carta de
Viabilidade para Urbanização que combinava a carta de Zoneamento Geotécnico
com Atributos Específicos.
ZUQUETTE et al. (1994) elaboraram um mapeamento da cidade de
Ribeirão Preto nesta escala. Utilizando a metodologia proposta por ZUQUETTE
& GANDOLFI (1990) prepararam documentos básicos como mapas do substrato
rochoso, de materiais inconsolidados, hidrográficos, carta de declividades, além de
documentos interpretativos como a Carta de Zoneamento Geotécnico, que
permitiram a definição de 35 unidades geotécnicas básicas, divididas em 200
subáreas. Cada unidade foi dividida em favorável, moderada e restritiva, de acordo
com suas características.
LIPORACI (1994) elaborou o mapeamento da cidade de Poços de Caldas,
também visando o planejamento do uso e ocupação do meio físico, levando em
consideração as litologias e suas formas de origem, assim como fatores
morfoestruturais. Este trabalho teve como produto final diversas cartas e mapas,
destacando-se a Carta de Zoneamento Geotécnico Geral e a Carta de Potencial de
Riscos Geológicos.
ZANINI (1996) trabalhando nesta escala cruzou diversos mapas
temáticos no município de Paraobé - RS., onde foram estabelecidos diferentes
graus de adequação ao uso e expansão urbana.
É importante salientar que a maioria destes trabalhos começam a fazer
parte dos planos diretores municipais.
2.3 Planejamento Urbano
Não é escopo deste item uma descrição aprofundada de todos os fatores
envolvidos nos trabalhos de planejamento urbano, limitando-se apenas aos
trabalhos referentes ao meio físico. Porém convém frisar que não se pode
desvincular o planejamento urbano de uma visão sócio econômica e política, já que
muitos lapsos ocorridos no passado advém da percepção tecnocrática do horizonte
22
de planejamento urbano, cujos principais propósitos são, segundo TOLEDO et al.
(1978):
Alcançar padrões desejados e ainda não atingidos pelo sistema
Recuperar padrões satisfatórios de atuação do sistema
Manter padrões satisfatórios desenvolvidos pelo sistema
Fixar padrões satisfatórios em áreas desconhecidas pelo sistema
Aparentemente a cartografia/mapeamento geotécnico busca justamente
atingir estas quatro metas, embora ainda falte aos geólogos uma visão mais
multidisciplinar dos problemas, principalmente na área das ciências humanas.
MATULA (1974) em um dos trabalhos pioneiros sobre mapeamento
geotécnico e planejamento urbano, destaca a multidisciplinariedade destes estudos.
Já nesta época o autor discerne sobre os riscos geológicos, destacando como
problemas fundamentais os fenômenos geodinâmicos e hidrogeológicos,
classificando os atributos geológicos.
BELL (1985, 1987), discute a geologia de engenharia voltada ao
planejamento na Nova Zelândia e sudeste da Ásia, fazendo também uma avaliação
dos riscos urbanos, enquanto BAUER (1987) aplicou seus trabalhos ao estado do
Wisconsin, também voltado a este fim. CULSHAW et al. (1990) demonstraram a
aplicação dos mapas geológicos com fins de planejamento na Inglaterra,
descrevendo atenção especial aos fatores geológicos que afetam nos processos de
planejamento, ilustrando como os geólogos podem ajudar os planejadores com as
informações obtidas.
FRANCÉS et al. (1990) faz referências ao processo de mapeamento
aplicado ao planejamento urbano e áreas de parque natural na costa norte da
Espanha, utilizando a metodologia espanhola. MANOHAR (1985) alia o uso
urbano da terra com a conservação de energia, em trabalho realizado na Austrália
utilizando a metodologia P.U.C.E..
23
Usando a mesma linha deste autor GRANT & FINLAYSON (1978)
elaboram um extenso apanhado para o planejamento de uma grande região da
Austrália. É listado o papel das análises dos terrenos naturais em que para qualquer
projeto que cubra grandes áreas, muitos fatores devem ser avaliados, entre eles
propriedades geoquímicas do terreno, fotointerpretação (proporciona um rápido
meio de supervisão de grandes áreas), também os terrenos podem ser classificados
topograficamente e geologicamente, caso seja disponível um mapa geológico com
escala adequada. Os trabalhos de campo podem determinar características do solo
e vegetação, além de coletas de outras informações necessárias.
Depois que as informações são coletadas, as avaliações serão feitas,
quando áreas com terrenos inadequados podem ser eliminadas ou divididas,
dependendo das condições apresentadas. Finalmente, a redefinição de uma área
por finalidades através de estudos dos seus atributos naturais, proporcionará uma
maior racionalização e consequentemente maior será o lucro (social e econômico).
2.3.1 O mapeamento geotécnico e o planejamento urbano no Brasil
Um dos primeiros trabalhos de cartografia geotécnica voltado ao
planejamento urbano do Brasil foi o de COTTAS (1983) que destaca a importância
do mapeamento geológico-geotécnico aplicado. Ressalta-se que na época, poucas
eram as pesquisas nesta área, tornando desta maneira seu estudo inédito no País.
Este autor lista uma série de trabalhos e metodologias propostas para mapeamento
geológico-geotécnico em nível internacional, vários trabalhos brasileiros e os
aspectos interessantes de cada um.
O autor define geologia e planejamento urbano, os graus de
planejamento adotados no País, além de conceituar geologia ambiental e geologia
de planejamento. Segundo ele, “Geologia Ambiental” é a ciência que deve
estudar e apresentar soluções para os problemas que o homem passa a enfrentar
ao fazer uso do solo e para os problemas advindos da reação do solo a este uso, ou
seja, propõe estabelecer o equilíbrio nas relações homem-habitat geológico. É
24
colocado que a geologia de planejamento (pelo menos na época do trabalho) ao
procurar melhor uso do solo nem sempre tem suas atenções voltadas para o meio
ambiente.
As metas da geologia de planejamento urbano são definidas como
"recomendar o melhor uso do solo urbano, condizente com as condições
geológicas dos terrenos e com a evolução natural dos processos geológicos”.
KREBS et al. (1994) cartografaram 6 unidades de uso e ocupação do solo
em Estância Velha - RS, produzindo então as seguintes cartas: áreas impróprias à
ocupação urbana, áreas com sérias restrições à ocupação urbana, áreas com
restrições moderadas a ocupação urbana, áreas adequadas à ocupação urbana, áreas
preferenciais para uso agrícola e áreas prioritárias para o desenvolvimento de
atividades mineiras.
PRANDINI et al. (1994) destacam a dimensão dos desafios ambientais na
cidade e os novos paradigmas, onde segundo eles, os técnicos em geociências têm
responsabilidade privilegiada na viabilização dos centros urbanos, na medida em
que a cartografia geotécnica exemplifica a evolução metodológica destes
profissionais, que além dos aspectos físicos devem possuir conhecimentos
detalhados sobre as solicitações impostas ao meio pela cidade, sua interação e suas
dinâmicas, numa visão acima de tudo, oolística.
PELOGGIA (1994) aborda o problema da quantificação dos riscos
geológicos urbanos, destacando a necessidade de se levar em conta as relações
entre os homens, que em última análise, determinam as relações destes com a
natureza, tornando desta forma inviáveis as soluções estritamente técnicas que
desconsiderem esta interação.
SARAIVA & RODRIGUES (1994), também num raciocínio
ambientalista, destacam em seu trabalho realizado no município de Socorro S.P., a
necessidade do planejamento urbano e regional, para que locais com más
condições de substrato sejam evitados e também para que fontes naturais sejam
preservadas, impedindo-se assim a degradação do meio físico.
25
2.3.2 Planejamento urbano a partir do mapeamento geotécnico em
áreas metropolitanas
As diversas regiões metropolitanas do Brasil só agora vem sendo alvo de
trabalhos que consideram o meio físico para um direcionamento de sua expansão.
A quase totalidade das prefeituras até recentemente não possuia pessoal capacitado
para este tipo de planejamento e salvo raras exceções, o crescimento dava-se e
ainda se dá aleatoriamente, ou na medida que os interesses econômicos imediatos
determinam.
Atualmente, muitas regiões já contam com profissionais habilitados para
o exercício deste planejamento, principalmente nas regiões metropolitanas de
Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, entre outras.
Listaremos aqui os trabalhos mais recentes relacionados a este tema,
abrangendo diversas regiões metropolitanas, começando pelo trabalho de
FERNANDES et al. (1987) que elaboraram a carta Geotécnica da Região
Metropolitana de São Paulo, na escala regional, 1:50.000, oferecendo as diretrizes
para o planejamento de expansão urbana. As áreas de expansão urbana foram
mapeadas em escala 1:10.000.
OLIVEIRA et al. (1994) frisam a importância da interdisciplinaridade dos
estudos geotécnicos, lamentando o fracasso dos planos Metropolitanos de Gestão
Territorial, que não são seguidos pelos municípios.
Como exemplo, o autor relata o caso da periferia da Zona Sul de São
Paulo, que apesar de constituir uma área de proteção de mananciais é palco de
inúmeros loteamentos clandestinos e irregulares, favelas, chácaras e portos de areia,
provocando um sem número de danos ao meio físico. O autor questiona o papel
das geociências sobre estes casos, fazendo uma dura, mas realista afirmação: “Está
se tornando patente que o conhecimento trazido da geologia e expresso nas cartas geotécnicas é
estéril, pois não alcança nem seus objetivos, nem os direitos mínimos dessa população, que é o de
viver sob condições ambientais seguras”.
26
Como resposta a este desafio o autor relata a concepção do homem como
agente geológico, transformador do meio e da natureza recriada, onde os limites
do natural e do artificial não existem, mas fundem-se em uma nova abordagem,
denominada tecnogênica. Deve-se, portanto, conhecer e representar como o
homem vive e ocupa o espaço urbano, para então determinar o objetivo da
cartografia geotécnica urbana ou de uma cartografia antropogeotécnica, conclui.
Ainda na área metropolitana de São Paulo foi elaborada por ÁVILA et al.
(1985) uma carta geotécnica do município de Itapeví na escala 1:10.000. Também
RODRIGUEZ & TAKIYA (1994), apresentaram trabalho sobre a Folha Santana
do Parnaíba utilizando uma metodologia proposta por eles, onde através de dados
referentes às drenagens, aos lineamentos morfoestruturais e altimetria, estimam a
potencialidade de ocorrência de áreas susceptíveis a determinadas condições de
dinâmica geológica.
ORLANDINI & GIUGNO (1994) realizaram o diagnóstico dos
principais problemas da região metropolitana de Porto Alegre e constataram que a
maioria dos problemas ambientais encontram-se relacionados a ação antrópica.
CARVALHO (1994) ao realizar um mapeamento geotécnico em escala
1:25.000 de Belo Horizonte, afirma baseado em trabalhos de WOLOSHIN (1970),
que os “planejadores urbanos têm estados traumatizados com a constatação de que tudo se
relaciona com tudo”. Neste mapeamento o autor obteve, utilizando os conceitos de
MATULA (1974) três cartas básicas: Mapa Geológico Básico; Mapa de Risco
Geológico e Mapa de Zoneamento Hidrogeológico. Além disso, propõe a
transferência direta das informações contidas nesses mapas para a proposta de
zoneamento do Plano Diretor e Lei de Uso e Ocupação do Solo para a Região
Metropolitana de Belo Horizonte.
Para a Região Metropolitana de Curitiba, THEODOROVICZ et al. (1994)
citam o Programa GATE (Gestão e Administração Territorial), que vem gerando
uma série de produtos cartográficos e textuais, elaborados dentro de uma nova
concepção metodológica, que sistematiza a fotoanálise lógica dos sistemas de
27
drenagem e de relevo, a pesquisa bibliográfica e envolve ainda estudos
interdisciplinares.
A área metropolitana de Recife foi estudada por GUSMÃO et al. (1994)
que com a finalidade de subsidiar o planejamento urbano e ambiental da cidade,
realizaram análise de risco das encostas ocupadas, catalogando-as em áreas de: risco
muito baixo a baixo, risco mediano e risco alto a muito alto. MEDEIROS (1996)
compartimentou o mesmo município com base em fatores geoambientais, dando
maior ênfase a região costeira.
A cidade do Rio de Janeiro também é alvo de muitos trabalhos
geotécnicos, principalmente os voltados aos riscos em encostas. AMARAL &
BARROS (1994) alegaram que a solução dos problemas urbanos daquela cidade se
torna uma utopia, mas apresentaram soluções realistas para a redução dos riscos,
além de propor restrições para evitar o aparecimento de novas áreas problemáticas.
Os problemas decorrentes da mineração na região são abordados por MECHI &
PINHEIRO (1996) em que se destacam o conflito resultante de muitos anos de
ação predatória por parte das empresas mineradoras, principalmente em relação a
bens das classes II (construção civil) e VI (pedras ornamentais).
Os problemas urbanos da cidade de Manaus são abordados por
CARVALHO (1996), tendo em vista aspectos particulares da região e tentando
promover a participação comunitária na solução destes problemas.
28
3 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA MAPEADA
3.1 Localização
O município de Campinas ocupa uma área de 790 Km2, entre as longitudes
47o15’W e 46o45’W e latitude 22o43’S e 23o05’S. Limita-se com os municípios de
Jaguariúna, ao norte, Pedreira, a nordeste, Itatiba, a leste, Valinhos e Monte Mor,
a sudeste, Jundiaí e Indaiatuba, ao sul, Sumaré, a oeste e Paulínia a noroeste, sendo
sede de uma das onze regiões administrativas do estado de São Paulo.
A área estudada situa-se na porção noroeste deste município, incluindo
ainda a parte sudeste do município de Sumaré e nordeste de Hortolândia, entre os
paralelos 22°50’S e 22°55’S e meridianos 47°03’45W” e 47°11’15W”,
compreendendo as folhas topográficas Campinas I (75/98), Campinas III (76/98),
Jardim Santa Isabel (76/97) e Nova Aparecida (75/97), escala 1:10.000 elaboradas
pela Coordenadoria de Ação Regional, divisão de Geografia do Plano Cartográfico
do Estado de São Paulo (1979), num total de 118,167 Km2 (FIGURA 3.1).
As principais formas de acesso ao local são as rodovias Anhangüera (SP
330) e Bandeirantes (SP 348), Via D. Pedro I (SP 65), que faz ligação da SP 330
com a via Dutra e o norte do País e a rodovia SP 79 que liga a SP 330 a Rodovia
Castelo Branco e ao sul do País (FIGURA 3.2).
29
* Campinas
GRANDE
CAMPO
CORREGO
HORTO-
TERRA
BAIRRO
CAMPINAS
CAMPINAS
CAMPINAS
CAMPINAS
V VI
APARECIDA
SANTA
JARDIM
NOVA
III
VII
CAMPINAS
IV
CAMPINAS
CAMPINAS
VENEZA
NOVA
GERALDO
BARÃ O
MARACANÃ
JARDIM
XANGRI-LA
PARQUE
LÂ NDIA II
ISABELPRETA
I
74
75
76
77
96 97 98 99
FIGURA 3.1 - Localização da área e articulação das Folhas Topográficas
1:10.000
Campinas
30
FIGURA 3.2 - Principais vias de acesso ao município de Campinas.
3.2 Aspectos Climáticos
O clima do município de Campinas é classificado como Subtropical de
Altitude, com verão quente e úmido, e inverno seco e frio, apresentando
temperatura média anual de 20,6oC. Segundo OLIVEIRA et al. (1979), são
observadas temperaturas médias inferiores a 18oC no período de inverno e
superiores a 22oC durante o verão. Também segundo este autor os regimes hídricos
e térmicos do solo são respectivamente údico e o hipertérmico.
A precipitação varia bastante durante o ano, como demonstram os dados
do DAEE (1991) na TABELA 3.1; o período entre outubro a março é o mais
chuvoso.
31
TABELA 3.1 - Total mensal de chuvas (mm) na estação D4-011 - Fazenda Sete
Quedas Campinas (DAEE-CTH)
1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991
Janeiro 273.4 204.3 135.2 150.9 288.0 206.6 309.1 276.4 394.5
Fevereiro 221.5 53.9 131.8 246.1 181.5 226.6 146.7 140.7 189.9
Março 227.0 108.6 204.7 214.8 131.6 197.8 61.3 210.1 306.3
Abril 175.1 80.6 57.7 55.6 35.6 121.8 71.2 71.3 ---
Maio 270.0 127.1 87.9 94.1 239.3 206.2 24.2 61.8 38.5
Junho 189.0 0.0 38.6 0.0 126.1 46.1 36.7 24.0 43.3
Julho 360.1 4.1 4.9 76.1 9.5 0.0 121.7 138.0 31.1
Agosto 1.3 126.3 10.0 229.4 7.2 0.0 25.7 43.3 0.0
Setembro 258.1 137.4 127.6 33.5 87.1 4.2 36.6 61.3 67.4
Outubro 139.8 26.6 38.1 64.2 81.7 173.7 45.0 58.4 88.1
Novembro 119.1 --- 82.1 119.9 118.6 91.2 211.3 102.2 87.8
Dezembro 287.0 246.6 166.3 346.4 210.8 100.5 189.8 101.6 295.3
Total Anual 2197.4 --- 1084.9 1631.0 1517.0 1374.7 1279.3 1289.1 ---
3.3 Histórico, Economia e População
As primeiras ocupações do município de Campinas originaram-se com a
descoberta das minas no Estado de Goiás, no século XVIII, que exigiram a
abertura de caminhos e edificações de descanso para os bandeirantes paulistas. O
primeiro povoado recebeu o nome de “Campinas do Mato Grosso de Jundiaí”,
fundado em 1774 e desmembrado do município de Jundiaí em 1842.
A partir do século XIX, o Município tornou-se um grande produtor de
cana de açúcar, posteriormente substituída pelo café, atividade esta que já no ano
1870 lhe conferia o título de “Município mais rico da Província Paulista”. Entre
1889 a 1893, Campinas enfrentou seu período de maior retração econômica devido
a epidemia de febre amarela que expulsou da cidade três quartos de seus
moradores, fato que ocasionou uma reurbanização do município, favorecendo o
surgimento de um centro comercial de referência regional. No século XX, o café
foi substituído pelo algodão devido a queda da bolsa de Nova Iorque e a Revolução
Constitucionalista.
A industrialização começou com a construção da ferrovia Campinas-
Jundiaí, tendo eclodido definitivamente nas décadas de 1960 a 1980, quando o
Município passou de centro regional de médio porte à condição de grande cidade.
32
Segundo o último censo do IBGE (1991) o município contava com
846.436 habitantes, ultrapassando a cifra dos 1.000.000 de habitantes para a sua
área metropolitana. A região administrativa de Campinas, composta por 82
municípios ultrapassa a marca dos 4.382.452 habitantes.
ALMEIDA, et al. (1994) registraram em seu trabalho que o entorno
metropolitano de Campinas apresentou um crescimento populacional de 2,9% ao
ano no período compreendido entre 1980 a 1991 (o maior do Estado).
Este crescimento foi acompanhado de diversos problemas geológicos -
geotécnicos, tais como movimentos de massa, erosões lineares intensas,
inundações e alagamentos, expansão/contração dos solos, entre outros.
O quadro abaixo faz uma relação entre a área urbana e população ao longo
dos últimos 42 anos.
TABELA 3.2 - Relação Área X População (Deplan - Secretaria Municipal de
Planejamento e Coordenação - 1992).
Ano Área Urbana (m2
) População urbana (Hab.) m2
/ Habitante
1940 12.320.000 62.355 197.5
1953 34.852.000 121.013 288.0
1962 73.290.600 210.049 348.9
1968 110.129.000 298.606 368.8
1978 152.392.000 528.228 288.4
1980 172.876.400 591.590 292.2
1989 197.341.000 890.023 221.7
Desta forma, Campinas tornou-se centro de um irreversível processo de
conurbação regional, unindo em uma imensa massa urbana os municípios de
Campinas, Hortolândia, Sumaré, Nova Odessa, Americana e Santa Bárbara do
Oeste, conforme pode ser observado na imagem do Satélite Landsat (FIGURA
3.3).
33
FIGURA 3.3 - Imagem do Satélite LANDSAT mostrando a região metropolitana
de Campinas em tons avermelhados, (CORREIO POPULAR3, 1996).
A porção mapeada portanto apresenta um elevado índice de urbanização
(mais de 35% do total), englobando bairros pertencentes aos municípios de
Campinas, Sumaré e Hortolândia, perfazendo um total de 42 Km2 de área urbana,
conforme demonstram as partes hachuradas da FIGURA 3.4.
FIGURA 3.4 - Região urbana (1994) da área mapeada por fotointerpretação
(linhas vermelhas correspondem as auto estradas principais e
partes hachuradas correspondem a região urbana).
3
CORREIO POPULAR - Revista Rumo ao Século 21, edição comemorativa pelos 222 anos de
Campinas, Julho de 1996.
Campinas
Sumaré
Nova
Odessa
Hortolândia
34
3.4 Aspectos Geológicos
Segundo o Instituto Geológico do Estado de São Paulo, a região estudada
é dividida em três ambientes geológicos bastante distintos. A porção leste é
constituida por rochas pré Cambrianas de médio a alto graus metamórficos,
intrudidas por granitos. A oeste afloram rochas sedimentares do Subgrupo Itararé
e rochas básicas do mesmo evento magmático gerador da Formação Serra Geral,
intrudidos nos sedimentos (FIGURA 3.5). Subordinadamente ocorrem manchas
de Sedimentos Quaternários sobre todas as litologias anteriores.
FIGURA 3.5 - Mapa Geológico reduzido e simplificado do Município de
Campinas.(IG, 1993), escala original 1:50.000.
Área em estudo
N
35
3.4.1 Descrição das Unidades:
3.4.1.1 Granitos e Gnaisses
O embasamento cristalino pré-Cambriano do município de Campinas
encontra-se inserido, segundo HASUI & OLIVEIRA (1984) na Província
Mantiqueira, Setor Central, constituindo o Complexo Amparo, composto por
rochas granulítico-migmatítico-gnaíssicas, datadas como Proterozóico Inferior.
Essas rochas sofreram intrusões de granitóides durante o Proterozóico Superior,
merecendo destaque as suítes Morungaba e Jaguariúna (IG, 1993). As regiões onde
a migmatização e a granitogênese foram muito intensas têm sido separadas como
Grupo Pinhal.
Segundo IG (1993), a área pertence, de acordo com concepções mais
recentes, ao Complexo Itapira de origem metassedimentar que no município de
Campinas ocupa três domínios estruturais distintos: O domínio Ocidental, o
Intermediário e o Domínio Oriental, separados entre si pela Zona de Cisalhamento
de Campinas e pela Zona de Cisalhamento de Valinhos. Cada domínio apresenta
uma suíte litológica característica, podendo este Complexo ser dividido no local
em seis unidades: gnaisses bandados, gnaisses xistosos, granada biotita gnaisses,
gnaisses indiferenciados, gnaisses graníticos e gnaisses facoidais, conforme listado
na TABELA 3.3:
36
TABELA 3.3 - Descrição das principais unidades pré cambrianas do
município de Campinas (IG, 1993)
Símbolo Unidade Descrição Composição Mineralógica
(PMiGb) Gnaisses
Bandados
Grande intercalação métrica a
centimétrica de grande variedade
de rochas granitóides
Gnáissica Tonalítica,
diorítica ou anfibolítica
(PMiGx) Gnaisses
Xistosos
Gnaisses peraluminosos ou
muscovita-granada-sillimanita-
biotita gnaisses finos a médios
Muscovita, granada,
silimanita, biotita, quartzo,
feldspatos, máficos
(PMiGg) Granada-
Biotita
Gnaisses
Granulação predominantemente
fina a média, leucocrático a
mesocrático, bandados a
laminados
Gnáissica, com biotita, e
outros máficos
(PMil) Gnaisses
Indiferen-
ciados
Diversas unidades do Complexo
Itapira, indiferenciadas em mapa
devido ao relevo arrasado.
Diversas composições
(PMiδg) Granitos
Gnáissicos
Indiferen-
ciados
Intensamente foliado e com
minerais deformados
Granítica + granada,
turmalina, muscovita e
raramente silimanita
(PMiF) Gnaisse
Granitóide
Facoidal
Blastomilonítico, leucocrático,
matriz média a fina
inequigranular
Granítica + hornblenda,
biotita, eventualmente
pirita.
( ) Suítes
Graníticas
Diversas
Compreende Granitos Jaguariúna,
Morungaba, entre outras
Granítica
(EOm) Rochas
miloníticas
Ocorrem dentro das Zonas de
cisalhamento Campinas e
Valinhos
Quartzo-feldspática, biotita
e titanita
3.4.1.2 Subgrupo Itararé
A segunda grande unidade geológica presente na área pertence ao Subgrupo
Itararé de idade Permo-Carbonífera, que no estado de São Paulo, segundo uma
revisão elaborada por FÚLFARO & BJORNBERG (1993) tem como litologia
predominante arenitos mal selecionados, freqüentemente arcosianos. Os
diamictitos (termo atualmente empregado no lugar dos tilitos, por possuir
conotação genética glacial) são a principal característica desta formação. Segundo
os autores, embora a maioria das rochas apresentem indícios de estrias causadas
pelas geleiras, nem todos os sedimentos podem ter sua gênese atribuída a ação do
37
gelo. Os autores associam o Subgrupo Itararé à formação de solos
predominantemente arenosos.
FERNANDES et al. (1992) divide o Subgrupo Itararé na região de Campinas
em três unidades principais:
* Diamictitos e lamitos - Correspondem a uma associação faciológica onde ocorrem
diamictitos maciços, em geral na base de diamictitos estratificados, associando-se aos ritmitos.
Os diamictitos maciços ou lamitos com seixos e calhaus de diversos materiais, constituem
unidades métricas tabulares, com matriz. Os diamictitos estratificados ocorrem em camadas de
espessura decimétrica a métrica. Podem apresentar laminação cruzada migrante e cavalgante,
granodecrescência ascendente e laminação plano paralela.
* Ritmitos - Correspondem a duas fácies de turbiditos (mais proximais e mais distais).
No conjunto cada camada apresenta espessura centimética a decimétrica, com granulometria fina
a muito fina, laminação plano paralela com marcas onduladas ou cruzadas migrantes e
cavalgantes.
* Arenitos - Os arenitos foram divididos em três fácies:
Arenitos com conglomerados - que em geral ocupam a base de estruturas
de corte e preenchimento de dimensões métricas. São polimíticos e suportados por matriz arenosa,
média a grossa arcosiana.
Arenitos médios ou grossos com estratificação cruzada
acanalada - são mal selecionados, arcosianos ou feldspáticos, apresentam estratificação cruzada
acanalada abundante, podendo ocorrer também camadas de espessura métrica de arenito maciço.
Arenitos médios ou finos com estratificação cruzada tabular -
As estratificações são de médio a grande porte, ou plano paralelas, mal a medianamente
selecionados, feldspáticos, com ocasionais camadas de granulação grossa.
38
ZUQUETTE (1987) em trabalho de mapeamento geotécnico, escala 1:50.000
dividiu a formação Itararé em 5 faixas de acordo com sua composição petrográfica,
conforme pode ser visto na FIGURA 3.6.
MAPA DO SUBSTRATO ROCHOSO (ZUQUETTE, 1987)
LEGENDA
FIGURA 3.6 - Mapa do Substrato Rochoso Escala 1:50.000
(ZUQUETTE, 1987) - Detalhe da área em estudo
(Faixa 1 - Siltosa, 3 e 4 não ocorrem na região mapeada)
Faixa 1
Faixa 5
Faixa 5
Faixa 1
Faixa 2
39
3.4.1.3 Rochas Básicas:
As rochas da Formação Serra Geral compreendem um conjunto de
derrames de basaltos toleíticos com intercalações de arenitos semelhantes à
Formação Botucatu com idades Jurássico-Cretáceo, também estando a eles
associados corpos intrusivos de mesma composição, constituindo sobretudo
diques e sills. Afloram no Estado de São Paulo na parte superior das escarpas das
cuestas basálticas e de morros testemunhos delas isolados pela erosão (IPT 1981).
Segundo IG (1993) estas rochas ocorrem na porção noroeste do município de
Campinas (centro e norte da área mapeada, FIGURAS 3.5 e 3.6).
Petrograficamente, apresentam composição mineralógica muito simples,
essencialmente constituídos por labradorita zonada associada a clinopiroxênios.
Também é observado em menor quantidade titanita, apatita, quartzo, material
vítreo, além de outros minerais secundários. Apesar das poucas datações realizadas
estima-se idades entre 147 a 119 m.a para os derrames. NARDY et al. (1993)
afirmam que as rochas básicas foram geradas a partir de fusão de porções
mantélicas distintas.
3.4.1.4 Sedimentos Terciários - Quaternários
A ocorrência de sedimentos Terciários - Quaternários, segundo IG (1993)
resume-se a pontos isolados do Município, normalmente como porções
aluvionares. São descritos também um lamito rico em grânulos de quartzo e
ocasionais seixos de quartzo com cores de alteração arroxeada e um sedimento
composto predominantemente por arenitos grossos a médios mal selecionados aos
quais também se atribuem idades recentes.
40
3.4.2 Geologia Estrutural
A região estudada se insere em sua quase totalidade dentro dos sedimentos
da Bacia do Paraná. As rochas do Subgrupo Itararé apresentam-se, em alguns
locais, segundo IG (1993), intensamente deformadas, por vezes formando brechas
e sendo cortadas por falhas que se distribuem aparentemente conforme padrões
tectônicos definidos.
O embasamento, segundo este Instituto, apresenta foliação gnáissica
principal, cujos dados geocronológicos sugerem idades próximas ao final do
Proterozóico Médio, com atitudes NE e NNE. A foliação milonítica aparece em
duas zonas de cisalhamento dúctil principais: Zona de Cisalhamento de Campinas
(ZCC) e Zona de Cisalhamento de Valinhos (ZCV), além de algumas zonas menos
expressivas, que aparecem em escala de afloramento. Os mergulhos das foliações
em ambas as zonas é para NE, com ângulos entre 20° e 50°.
A Suíte Granítica Jaguariúna apresenta-se sempre foliada, muitas vezes
com a textura ígnea preservada. O Maciço Morungaba é isotrópico, mas torna-se
brechado próximo à Zona de Cisalhamento de Valinhos (IG , op. cit.).
3.5 Aspectos Geomorfológicos
As características geomorfológicas são muito importantes na avaliação dos
atributos pertinentes ao meio físico visto que a geomorfologia é a fronteira entre
a geografia e a geologia, fornecendo, desta forma, importantes elementos para um
correto e racional planejamento do uso dos terrenos.
PONÇANO et al. (1981), no Mapa Geomorfológico do Estado de São
Paulo, escala 1.1.000.000 dividiram o Município de Campinas em duas grandes
unidades: O Planalto de Jundiaí, onde ocorrem os sistemas Morros com Serras
Restritas, Serras Alongadas, Morrotes alongados Paralelos, e a Zona do Médio
Tietê apresentando Colinas Amplas, Colinas Médias, Morrotes Alongados e
41
Espigões e Planícies Aluviais. A região mapeada se encontra, segundo este autor,
na Zona do Médio Tietê, com formas de relevos suaves e aplainadas.
Segundo MAYER (1982), as densidades de drenagem para a região de
Campinas dividem-se em apenas três classes que vão de 0,51 a 2,00, sendo o valor
da mediana calculado em 1,27. As amplitudes altimétricas para a região foram
calculadas de 0,1 a 800 metros e são sumariados pelo autor na TABELA 3.4.
TABELA 3.4 - Freqüência dos valores de movimentação topográfica na
região de Campinas, no Estado de São Paulo (MAYER ,1982)
Classes (m) Freqüência Porcentagem
001 - 100 470 47,0
101 - 200 335 33,5
201 - 300 112 11,2
301 - 400 45 4,5
401 - 500 26 2,6
501 - 600 8 0,8
601 - 700 2 0,2
701 - 800 1 0,1
Segundo o INSTITUTO GEOLÓGICO DO ESTADO DE SÃO
PAULO (1993), em seu mapeamento do Município na escala 1:50.000, foram
reconhecidas 13 unidades de relevo (FIGURA 3.7), onde destacam-se 3 superfícies
principais:
* Superfície Itaguá, situada em cotas que variam entre 900 a 950 metros,
predominatemente formada por morrotes.
* Relevos de maiores amplitudes, em cotas intermediárias entre 750 e 900
metros, com formas amorreadas em geral.
* Pediplanos Pd1, em cotas entre 610 a 750 metros, onde se encontra o nível
de base formado pelo Rio Capivari, apresentando as melhores condições para a
ocupação antrópica.
42
LEGENDA
FIGURA 3.7 - Esboço do Mapa Geomorfológico do Município de
Campinas (INSTITUTO GEOLÓGICO, 1993)
Como se observa na figura 3.7, cinco formas de relevo ocorrem na área:
* Colinas Alongadas: Ocorrem na porção noroeste da área e apresentam
formas alongadas e subniveladas, com topos amplos e convexos. O perfil de
vertente é contínuo convexo ou retilíneo com vales acumulativos abertos e bem
marcados.
Área
Estudada
Colinas Pequenas e Morrotes - CpMT
Colinas Médias e Amplas - Cma
Colinas Alongadas - Cal
Colinas Médias - Cm.
Morrotes Paralelos - Mtp
Colinas Pequenas - Cp
Planícies Fluviais - Pf
Morrotes e Colinas de Cimeira - MTCc
Morros e Morrotes - MMT
Escarpas degradadas por Vales Subparalelos
- Ev
Colinas e Morrotes Alveolares
CMTav
Colinas e Morrotes - CMT
Colinas Amplas - Ca
43
* Colinas Pequenas: Ocorrem na parte sudoeste da área com formas
dissecadas e subniveladas, com topos estreitos convexos e perfil de vertente
contínuo, convexo e retilíneo. Os vales são acumulativos, abertos e bem marcados.
* Colinas Médias Amplas: Ocorrem na porção leste da área e possuem formas
alongadas e subniveladas, com topos amplos e convexos. O perfil de vertente é
contínuo e retilíneo, observando-se rupturas de declive negativa no sopé das
planícies aluviais. Os vales são acumulativos, abertos e bem marcados.
* Colinas Pequenas e Morrotes: Ocorrem na porção sudeste da área mapeada
em formas subniveladas, topos estreitos e convexos. O perfil da vertente é
contínuo e convexo, com vales erosivos acumulativos e acumulativos estreitos e
bem marcados.
* Planícies Fluviais: Cortam toda a área, principalmente no sentido norte sul.
A TABELA 3.5 lista as demais características dos tipos de relevo que
ocorrem na área.
TABELA 3.5 - Características das formas de relevo que ocorrem na área
estudada (IG, 1993).
Tipo de Relevo Amplitude
(m)
Declividade
(%)
Comprimento
de rampa (m)
Altitude
(m)
Constituição rochosa
Colinas Alongadas 27 a 75 2,0 a 9,0 500 a 1000 641 a 704 Arenitos e subordinadamente
ritmitos e gnaisses.
Colinas Pequenas 30 a 75 6,0 a 16.5 300 a 1100 619 a 709 Arenitos e ritmitos
Colinas Médias e
Amplas 20 a 90 3,0 a 12,0 300 a 1900 41 a 750
Granitos e gnaisses
bandados, subordinados a
intrusivas básicas e ritmitos
Colinas Pequenas e
Morrotes 30 a 80 7,5 a 17,5 500 a 1050 648 a 790
Gnaisses bandados
graníticos e milonitizados a
anfibólio biotita gnaisses
44
3.6 Aspectos Hidrológicos
3.6.1 Águas Superficiais
Segundo ZUQUETTE (1987) a região compreende partes de sub-bacias do
Rio Tietê como as dos rios Atibaia, Piracicaba e Capivari, sendo que quase todos os
cursos de água fluem no sentido Planalto Atlântico para a Depressão Periférica.
Para a área estudada os cursos d’água são pouco representativos,
destacando-se o Rio do Piçarrão, pertencente a Sub-Bacia do Capivari, Ribeirão
Quilombo e Córregos da Lagoa e Boa Vista, pertencentes a Sub-Bacia do Rio
Atibaia. As densidades de drenagem são bastante reduzidas, exceto na porção sul,
na área de influência do Rio do Piçarrão, sobre os sedimentos siltosos do Subgrupo
Itararé (FIGURA 3.8).
LEGENDA
Cursos d’água Principais
1 - Ribeirão das Pedras 5 - Rio do Piçarrão
2 - Córrego da Lagoa6 - Córrego do Tijuco Preto
3 - Ribeirão do Quilombo 7 - Ribeirão Jacuba
4 - Córrego Boa Vista
FIGURA 3.8 - Sistema de drenagens da área estudada (notar a maior
concentração de canais na parte sudoeste)
Drenagens e
cursos d’água
- Lagos e lagoas
45
3.6.2 Águas Subterrâneas
O Instituto Geológico do Estado de São Paulo coletou inúmeros dados
sobre as condições hidrogeológicas do local, destacando a presença de três
aqüíferos subterrâneos principais:
Sistema Aqüífero Diabásio:
É constituído pelas rochas intrusivas básicas, ocupando uma área de
aproximadamente 150 km2 na porção noroeste do município de Campinas. O
aqüífero é formado principalmente pelas fraturas cujas direções principais
encontram-se preferencialmente a N30W e N48E, com mergulhos subverticais.
Esta característica confere ao mesmo um comportamento extremamente
heterogêneo, descontínuo, anisotrópico e fissurado.
Sistema Aqüífero Tubarão
Formado principalmente por ritmitos, lamitos, diamictitos e arenitos,
mostrando um sentido de fluxo de água subterrânea para as drenagens principais
como os rios Piçarrão, Capivari e Capivari Mirim, em circulação rápida de água.
As curvas potenciométricas do aqüífero sedimentar tendem a acompanhar
a topografia do terreno e são abruptamente interrompidas no contato com as
rochas básicas. As descontinuidades laterais e verticais das camadas arenosas,
interdigitadas com camadas lamíticas dificultam a recarga de um modo geral,
principalmente a recarga mais profunda.
Sistema Aqüífero Cristalino
Formado principalmente pelas Zonas de Cisalhamento com fraturas
transcorrentes, também ocorrendo no manto de alteração cuja espessura varia
entre 10 a 40 metros, podendo chegar até a 70 metros, com comportamento de
aqüífero livre.
46
Também pode ocorrer água subterrânea nas descontinuidades rúpteis das
rochas existentes, possuindo caráter de aqüífero eventual. A TABELA 3.6
apresenta as características principais dos três aqüíferos, relatadas pelo Instituto
Geológico:
TABELA 3.6 - Características Físicas dos aqüíferos da região estudada (IG, 1993).
Diabásio Tubarão Cristalino
Transmissividade (m2
/dia) 0,25 a 28 1,0 a 40,0 1,0 a 100,0
Capacidade Específica (m3
/h/m) 0,0016 a 3,9 0,002 a 7.5 0,002 a 7,0
Vulnerabilidade Natural Sem dados Média Sem dados
As águas subterrâneas geralmente apresentam boa qualidade, podendo ser
utilizadas sem restrições para qualquer finalidade, possuindo o município até 1993,
672 poços cadastrados, correspondendo a 8,9 % de toda água consumida, tendo a
zona rural uma maior participação neste consumo.
ZUQUETTE (1987) elaborou a CARTA DAS CONDIÇÕES
HIDROGEOLÓGICAS em que identifica, para a área estudada 4 unidades
hidrogeológicas assim divididas:
* UNIDADE 03 - Compreende toda porção centro nordeste da área,
onde predominam diabásios, com espessuras podendo chegar a 250 metros.
* UNIDADE 04 - Ocorre na porção sul sendo compostas por siltitos
e argilitos da Formação Itararé. Apresentam espessuras consideráveis (até 100
metros).
* UNIDADE 09 - Nesta unidade, que é representada na porção
noroeste da área mapeada, o pacote sedimentar, com até 100 metros de espessura,
recobre o corpo de diabásio.
* UNIDADE 14 - Sedimentos com espessuras entre 10 e 60 metros
aparecem intercalados ou isolados recobrindo o embasamento cristalino.
47
3.7 Aspectos Pedológicos:
3.7.1 Introdução:
Segundo OLIVEIRA (1978), “os levantamentos pedológicos
constituem documentos básicos por excelência, fornecendo informações
indispensáveis para a elaboração de estudos interpretativos”. Especialmente para
o caso do Mapeamento Geotécnico esses documentos fornecem subsídios
importantes na determinação de riscos geológicos, principalmente o potencial à
erosão, já que em muitos casos, cada tipo de solo apresenta um comportamento
geotécnico diferente.
Diversos trabalhos abordam interpretações geopedológicas, citando-se
entre outros SALOMÃO (1985) e LORANDI (1990). Estes trabalhos
correlacionam diretamente a unidade pedológica ao comportamento geotécnico
(FIGURA 3.9). Em muitos casos o comportamento coincide exatamente com o
comportamento geotécnico, em outros, como no caso da figura, duas ou mais
unidades pedológicas são agrupadas perfazendo uma única unidade geopedológica.
Estes estudos comprovam a importância de estudos pedológicos detalhados e sua
aplicação como subsídio na elaboração de cartas temáticas.
48
Mapa Pedológico Mapa Geopedológico
Legenda
FIGURA 3.9 - Comparação entre mapas Pedológicos e geopedológicos
(LORANDI (1990), modificada)
49
3.7.2 Trabalhos realizados
Atualmente, grande parte do Estado de São Paulo encontra-se mapeada
pedologicamente pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em escala
1:100.000, inclusive a região estudada (FIGURAS 3.10 e 3.11).
O mapa da FIGURA 3.10 faz parte de um projeto da EMBRAPA (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para a caracterização do meio físico do
Município, onde através de imagens de satélite foram geradas uma série cartas
interpretativas, disponíveis via Rede Mundial Internet para qualquer usuário.
FIGURA 3.10 - Quadro geral das unidades pedológicas do município de
Campinas EMBRAPA (1995)4
4
http://www.nma.embrapa.br/projetos/cmp_sol.html
50
FIGURA 3.11 - Mapa pedológico de Campinas elaborado pelo IAC na escala
1:100.000 - OLIVEIRA et al. (1979) - Detalhe da área em estudo
A TABELA 3.7 apresenta um resumo de cada unidade pedológica
caracterizada no município de Campinas, conforme as figuras anteriores.
N
51
TABELA 3.7 - Descrição dos tipos de solo do município de Campinas
(apud EMBRAPA5 ).
LRe Latossolo roxo eutrófico, A moderado, Unidade Ribeirão Preto (Typic Eutrorthox).
LRd1 Latossolo roxo distrófico, A moderado, Unidade Barão Geraldo (Typic Haplorthox e Typic
Acrorthox).
LRd2 Latossolo roxo distrófico, A moderado, Unidade Barão Geraldo (Typic Haplorthox e Typic
Acrorthox) + Latossolo vermelho escuro álico, A moderado, textura argilosa, Unidade
Limeira (Typic Haplorthox).
LRd3 Latossolo roxo distrófico, textura argilosa e muito argilosa + Latossolo vermelho escuro
álico, textura argilosa, ambos A moderado relevo suave ondulado. (Podzólico vermelho-
amarelo Tb textura média/argilosa + Latossolo vermelho-amarelo textura argilosa, ambos
álicos + Latossolo roxo eutrófico textura argilosa e muito argilosa, todos A moderado relevo
suave ondulado).
LV1 Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura argilosa Unidade Mato Dentro
(Typic Haplorthox e Typic Acrorthox).
LV2 Latossolo vermelho amarelo álico, A proeminente, textura média, Unidade Speculas (Typic
Haplorthox).
LV3 Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura média, Unidade Laranja Azeda
(Typic Haplorthox).
LV4 Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura média, Unidade Bela Aliança
(Typic Haplorthox).
LV5 Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura média, Unidade Bela Aliança
(Typic Haplorthox) + Latossolo vermelho escuro álico, A moderado, textura média, Unidade
Hortolândia (Typic Haplorthox).
LH Latossolo vermelho amarelo húmico álico, textura média ou argilosa, Unidade Camarguinho
(Pachu Umbriorthox).
PV1 Podzólico vermelho amarelo abrúptico, A moderado espesso, textura arenosa/média,
Unidade Alva (Arenic Abruptic Paleudult).
PV2 Podzólico vermelho amarelo, A moderado ou proeminente, textura arenosa/média, Unidade
Usina (Typic Paleudult).
PV3 Podzólico vermelho amarelo, A moderado, textura argilosa, Unidade Olaria (Typic
Paleudult).
PV4 Podzólico vermelho amarelo, A moderado, textura argilosa, Unidade Valinhos (Typic
Paleudult).
PV5 Podzólico vermelho amarelo, A moderado ou proeminente, textura arenosa/média, Unidade
Usina (Typic Paleudult) + Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura média,
Unidade Bela Aliança (Typic Haplorthox).
PV6 Podzólico vermelho amarelo, A moderado, textura argilosa, Unidade Valinhos (Typic
Paleudult) + solos litólicos, A moderado, Substrato granito-gnaisse (Orthent).
LE Latossolo vermelho escuro álico, A moderado, textura argilosa, Unidade Limeira (Typic
Haplorthox).
TE Terra roxa estruturada eutrófica ou distrófica, A moderado, Unidade Estruturada (Rhodic
Paleudalf e Rhodic Paleudult).
Cb1 Cambissolo, A moderado, distrófico, textura média, Unidade Palha (Typic Dystrochrept).
Cb2 Cambissolo, A moderado, distrófico, textura média, Unidade Palha (Typic Dystrochrept) +
Solos Litólicos.
AQP1 Solos areno quartzosos podzólicos profundos, distróficos Unidade Panorama (Typic
Quartzipsamment) + Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura média,
Unidade Bela Aliança (Typic Haplorthox).
5
http://www.nma.embrapa.br/projetos/cmp_sol.html
52
TABELA 3.7 - Continuação
AQP2 Solos areno quartzosos podzólicos profundos, distróficos unidade Panorama (Typic
Quartzipsamment) + Podzólico vermelho amarelo, A moderado ou proeminente, textura
arenosa/média, Unidade Usina (Typic Paleudult).
Hi Complexo indiscriminado de solos hidromórficos. Gley pouco húmico e gley húmico.
PVe1 Podzólico vermelho amarelo + Podzólico vermelho escuro, ambos eutróficos, Tb A
moderado, textura média/argilosa e argilosa/muito argilosa, relevo forte ondulado e
montanhoso (Brunizém avermelhado + Solos Litólicos eutróficos, A moderado, ambos
textura argilosa, relevo forte ondulado + afloramentos de rocha).
PVa1 Podzólico vermelho amarelo álico Tb A moderado, textura argilosa/muito argilosa e média
cascalhenta/argilosa cascalhenta fase rochosa relevo forte ondulado e montanhoso
(Latossolo vermelho amarelo textura argilosa relevo forte ondulado + Solos Litólicos
textura média relevo forte ondulado e montanhoso, ambos álicos, A moderado).
PVa2 Podzólico vermelho amarelo álico Tb A moderado, textura média/ argilosa relevo forte
ondulado e suave ondulado (Latossolo vermelho amarelo + Latossolo Vermelho escuro,
ambos álicos, A moderado, textura argilosa relevo suave ondulado).
PVa3 Podzólico vermelho amarelo álico Tb A moderado, textura arenosa/ média e média/ argilosa
relevo ondulado e forte ondulado ( Podzólico vermelho escuro Tb textura média/ argilosa
relevo ondulado + Latossolo vermelho amarelo textura média, relevo suave ondulado +
Latossolo vermelho escuro, textura média, relevo suave ondulado + Solos Litólicos, textura
média, relevo forte ondulado, todos álicos, A moderado).
PVa4 Podzólico vermelho amarelo Tb, textura arenosa/ média + Latossolo vermelho amarelo,
textura média, ambos álicos, A moderado, relevo suave ondulado (Latossolo vermelho
escuro álico, A moderado, textura média, relevo suave ondulado).
Como mostra a FIGURA 3.11, ocorrem na porção estudada dez tipos
pedológicos, cuja descrição detalhada (OLIVEIRA et al. ,1979) é a apresentada a
seguir:
3.7.3 Descrição das unidades
LV - 4 - Latossolo Vermelho Amarelo - Álico, A moderado, textura
média. Unidade Bela Aliança.
Solos de textura fino-areno-barrenta à barrenta ao longo do perfil, não tendo sido
observada a presença de horizonte C ao longo dos estudos. O relevo onde aparece esta unidade é
suave ondulado com declives que variam de 4 a 8%. A altitude varia de 590 a 650 m.
O material de origem resulta da pedogênese de materiais de retrabalhamento de
sedimentos fino-arenosos do Grupo Tubarão, e a vegetação original era o cerradão e o cerrado.
LRe - Latossolo Roxo, Eutrófico - A moderado. Unidade Ribeirão
Preto
Argilosos, espessos, friáveis e porosos. Possui elevado teor de ferro, com horizonte
A apresentando espessuras inferiores a 30 cm.
Este tipo de solo ocorre em relevos suaves ondulados, constituído por colinas de tipo
ligeiramente abaulados e declives inferiores a 5%. A altitude varia de 560 a 750m e o material
de origem resulta do intemperismo do diabásio. A ocupação atual destes solos é intensa,
principalmente com cana.
53
LH - Latossolo Vermelho Amarelo Húmico - Álico, textura média
ou argilosa. Unidade Camarguinho.
Solos ferralíticos, com horizonte A proeminente e espessura superior a 100 cm. A
textura varia desde barrenta até argilosa e a estrutura é em geral granular pequena ou média,
fraca a moderada. Ocorre em superfícies de relevo aplainado a suave ondulado, em geral, no limite
dessas com superfícies mais dissecadas, em altitudes entre 580 a 650 metros. O material de origem
é resultado do retrabalhamento de sedimentos do Grupo Tubarão e a vegetação original é
principalmente o cerrado.
LRd - Latossolo Roxo, Distrófico - A moderado. Unidade Barão
Geraldo.
Argilosos, espessos, friáveis e porosos. Também possui elevado teor de ferro, não
tendo sido descrito horizonte C para esta unidade.
São solos típicos de relevos ondulados, constituídos por colinas de lançantes longas
(500m) com topo ligeiramente abaulado, e declives inferiores a 5%. As altitudes variam entre
560 a 750m e o material de origem para esta unidade também é o basalto.
Cb - Cambissolo - A moderado, distrófico, textura média.
Unidade Palha.
Característicos por apresentarem horizonte B câmbico, são moderadamente
profundos, com textura fino-areno-barrenta e estrutura subangular média a fraca ou moderada.
Ocupa um relevo ondulado a suave ondulado em altitudes variando entre 540 a 620 metros. O
material de origem é associado a sedimentos finos arenosos do grupo Tubarão. A vegetação
primitiva era a mata latifoliada tropical.
Li 1, 2 3 - Solos Litólicos - A moderado substratos de sedimentos
do Grupo Tubarão, basaltos e granito-gnaisses.
Estes solos apresentam em geral pequena espessura do “solum” (inferior a 30 cm),
com seqüência de horizonte A, R, sendo que a rocha subjacente, em geral apresenta-se alterada e
branda. A textura é bastante variada, estando relacionada a natureza do substrato. Ocorrem em
relevo ondulado ou ondulado dissecado. Sua vegetação original era a mata latifoliada tropical.
LE - 1 - Latossolo Vermelho Escuro - Álico, A moderado, textura
argilosa. Unidade Limeira.
São solos profundos e porosos, com textura argilosa ao longo do perfil, sendo difícil
a identificação de seus horizontes. O relevo onde esta unidade ocorre é suave ondulado, com
declividades inferiores a 5%. A altitude varia entre 580 a 740 metros e o material de origem é
constituído por sedimentos da formação Irati e do Grupo Tubarão. A vegetação original era
representada por mata e cerradões.
PV - 2 - Podzólico Vermelho-Amarelo álico, A moderado, textura
arenosa. Unidade Usina.
São solos muito ácidos, com textura arenosa no horizonte A e textura média no
Horizonte B. O relevo é suave ondulado e ondulado, com declividades bastante variáveis indo
desde 4 a 15%. A altitude varia entre 500 a 620 metros e o material de origem é constituído
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  • 1. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE GEOTECNIA MAPEAMENTO GEOTÉCNICO DA ÁREA URBANA E DE EXPANSÃO URBANA DE CAMPINAS - SP : PORÇÃO NOROESTE - Escala 1:25.000 Volume I Geól. RENATO MACARI Prof. Dr. José Eduardo Rodrigues Orientador Dissertação apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos / EESC, da Universidade de São Paulo / USP, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre em Geotecnia. São Carlos outubro 1996
  • 2. FOLHA DE APROVAÇÃO Dissertação defendida e aprovada em / / . pela comissão julgadora: (Assinatura) (Nome/Instituição) (Assinatura) (Nome/Instituição) (Assinatura) (Nome/Instituição) Presidente da CPG
  • 3. Aos meus pais Arnaldo e Odete
  • 4. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. José Eduardo Rodrigues, pela paciência e estímulo ao aprendizado durante as fases de desenvolvimento deste trabalho. A todos os professores, funcionários e pós graduandos do Departamento de Geotecnia, pela ajuda, sem a qual este trabalho não seria possível. Ao. Eng. Dr. Herivelto M. dos Santos, pela amizade e ajuda prestada. Ao Prof. Dr. José Ricardo Sturaro do IGCE-UNESP - Rio Claro, pelos conselhos referentes ao trabalho. À Eng. MSc. Anna Silvia Palcheco Peixoto, pela ajuda e incentivo nas horas difíceis. Ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), à Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Campinas e à Empresa Informática dos Municípios Associada (IMA), além das Empresas SONDOSOLO Geotecnia e Engenharia Ltda e à TECNOTASA Engenharia de Fundações Ltda, pelo fornecimento de valiosos materiais e informações diversas. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela concessão da bolsa de estudo desde o início do programa de mestrado. Ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT) e à Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) pelo auxílio financeiro à execução do trabalho. À população de Campinas, sobretudo aos mais humildes, a quem esta obra deveria servir.
  • 5. SUMÁRIO VOLUME I LISTA DE FIGURAS i LISTA DE FOTOS iv LISTA DE TABELAS v LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ix RESUMO xi ABSTRACT xii 1 - INTRODUÇÃO 1 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 2.1 - Aspectos Metodológicos 3 2.1.1 - Metodologia I.A.E.G. (International Association of Engineering Geology) 3 2.1.2 - Metodologia P.U.C.E. (Pattern, Units, Components and Evaluation) 5 2.1.3 - Sistemática da (Ex) Checoslováquia 5 2.1.4 - Metodologia ZERMOS - (Zonas expostas aos riscos de movimentos de solo) 6 2.1.5 - Sistemática do IPT - Brasil 7 2.1.6 - Metodologia de Zuquette - Brasil 8 2.2 - A escala adotada 13 2.2.1 - Alguns trabalhos de mapeamento geotécnico realizados no Brasil na escala 1:25.000 18 2.3 - Planejamento Urbano 21 2.3 1 - O mapeamento Geotécnico e o planejamento Urbano no Brasil 23 2.3.2 - Planejamento urbano, a partir do mapeamento geotécnico em áreas metropolitanas 25 3 - CARACTERÍSTICAS DA ÁREA MAPEADA 28 3.1. - Localização 28 3.2 - Aspectos Climáticos 30 3.3 - Histórico, Economia e População 31 3.4 - Aspectos Geológicos 34 3.4.1 - Descrição das Unidades 35 3.4.1.1 - Granitos e Gnaisses 35 3.4.1.2 - Subgrupo Itararé 36 3.4.1.3 - Rochas Básicas 39 3.4.1.4 - Sedimentos Terciários - Quaternários 39 3.4.2. - Geologia Estrutural 40
  • 6. 3.5 - Aspectos Geomorfológicos 40 3.6 - Aspectos Hidrológicos 44 3.6.1 - Águas Superficiais 44 3.6.2 - Águas Subterrâneas 45 3.7 - Aspectos Pedológicos 47 3.7.1 - Introdução 47 3.7.2. Trabalhos realizados 49 3.7.3 - Descrição das unidades 52 3.8 - Aspectos Geotécnicos 54 4 - OBTENÇÃO DOS ATRIBUTOS 63 4.1 - Introdução 63 4-2 - Ensaios para identificação Táctil-Visual 65 4.3 - Massa Específica dos Sólidos 66 4.4 - Análise Granulométrica Conjunta 66 4.5 - Ensaio de Massa Específica de Campo pelo método do Anel 68 4.6 - Ensaio de Adsorsão de Azul de Metileno 69 4.7 - Ensaio de Compactação pela metodologia Mini MCV e Perda d’água por Imersão 70 4.8 - Outras formas para obtenção de atributos 73 4.8.1 - Perfis de poços tubulares profundos 73 4.8.2 - Perfis de Sondagens de Simples Reconhecimento 73 5 - DOCUMENTOS GRÁFICOS BÁSICOS 75 5.1 - Mapa de Documentação 75 5.2 - Carta de Declividade 75 5.3 - Mapa do Substrato Rochoso 77 5.3.1 - Rochas Básicas (JKD) 77 5.3.2 - Subgrupo Itararé 78 5.3.3 - Embasamento 80 5. 4 - Mapa de Materiais inconsolidados 82 5.4.1 - Caracterização dos materiais inconsolidados 84 5.4.2 - Aluviões 86 5.4.3 - Rochas Básicas 86 5.4.3.1 - Unidade B1 86 5.4.3.2 - Unidade B2 88 5.4.4 - Subgrupo Itararé 88 5.4.4.1 - Unidade I1 89 5.4.4.2 - Unidade I2 89 5.4.4.3 - Unidade I3 90 5.4.4.4 - Unidade I4 91 5.4.4.5 - Unidade I5 93 5.4.4.6 - Unidade I6 94 5.4.4.7 - Unidade I7 95
  • 7. 5.4.4.8 - Unidade I8 96 5.4.4.9 - Unidade I9 98 5.4.4.9 - Unidade I10 99 5.4.5 - Embasamento Gnáissico 99 5.4.5.1 - Unidade G1 99 5.4.5.2 - Unidade G2 102 5.4.5.3 - Unidade G3 102 5.4.6 - Associação de Solos Subgrupo Itararé - Rochas Básicas e Rochas Básicas - Gnaisse 103 5.4.6.1 - Unidade M1 103 5.4.6.2 - Unidade M2 104 5.4.6.3 - Unidade M3 105 5.4.6.4 - Unidade M4 105 5.5 - Mapa de Expansão Urbana, Ocorrências Minerais e Processos Erosivos 107 5.5.1 - Limites Urbanos 107 5.5.2 - Aterros Sanitários e Lixões 108 5.5.3 - Ocorrências de Boçorocas e Erosão 112 5.5.4 - Bens Minerais 113 5.5.4.1 - Rochas Básicas 113 5.5.4.2 - Areia 113 5.5.4.3 - Material de empréstimo 115 5.6 - Carta de Zoneamento Geotécnico Geral 116 5.6.1 - Introdução 116 5.6.2 - Adequabilidade e as Especificidades Geotécnicas 116 5.6.2.1 - Adequabilidade das unidades quanto a erosão 118 5.6.2.2 - Adequabilidade das unidades quanto a escavabilidade 119 5.6.2.3 - Adequabilidade das unidades para fundações rasas 120 5.6.2.4 - Adequabilidade das unidades para construção de Aterros Sanitários e Fossas Sépticas 122 6 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 126 7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 129 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO APÊNDICE A
  • 8. VOLUME II ANEXOS: MAPA DE DOCUMENTAÇÃO ANEXO 1 CARTA DE DECLIVIDADES ANEXO 2 MAPA DO SUBSTRATO ROCHOSO ANEXO 3 MAPA DE MATERIAIS INCONSOLIDADOS ANEXO 4 MAPA DE EXPANSÃO URBANA, OCORRÊNCIAS MINERAIS E PROCESSOS EROSIVOS ANEXO 5 MAPA DE ZONEAMENTO GEOTÉCNICO GERAL ANEXO 6
  • 9. LISTA DE FIGURAS FIGURA 2.1 - Comparação do nível de detalhe obtido por duas diferentes escalas de mapeamento para uma área exemplo em St. Louis (USA) (ROCKAWAY, 1976) 15 FIGURA 3.1 - Localização da área e articulação das Folhas Topográficas 1:10.000 29 FIGURA 3.2 - Principais vias de acesso ao município de Campinas 30 FIGURA 3.3 - Imagem do Satélite LANDSAT mostrando a região metropolitana de Campinas em tons avermelhados, (CORREIO POPULAR, 1996) 33 FIGURA 3.4 - Região urbana (1994) da área mapeada por fotointerpretação. 33 FIGURA 3.5 - Mapa Geológico reduzido e simplificado do Município de Campinas.(IG 1993), escala original 1:50.000 34 FIGURA 3.6 - Mapa do Substrato Rochoso Escala 1:50.000 (ZUQUETTE, 1987) - Detalhe da área em estudo 38 FIGURA 3.7 - Esboço do Mapa Geomorfológico do Município de Campinas (INSTITUTO GEOLÓGICO, 1993) 42 FIGURA 3.8 - Sistema de drenagens da área estudada 44 FIGURA 3.9 - Comparação entre mapas Pedológicos e geopedológicos (Modificada de LORANDI, 1990) 48 FIGURA 3.10 - Quadro geral das unidades pedológicas do município de Campinas EMBRAPA (1995) 49
  • 10. FIGURA 3.11 - Mapa pedológico de Campinas escala 1:100.000 - OLIVEIRA et al. (1979) - Detalhe da área em estudo 50 FIGURA 3.12 - Carta de Processos do Meio Físico Importantes para a Previsão do Comportamento Geotécnico dos Terrenos ante o seu uso, escala 1:500.000 da área estudada (IPT, 1994). 56 FIGURA 3.13 - Mapa de Zoneamento Geotécnico do Estado de São Paulo (ZUQUETTE et al., 1994b) 57 FIGURA 3.14 - Parte do Mapa Síntese das unidades Geotécnicas Escala 1:200.000 (PARAGUASSU et al., 1991) 59 FIGURA 4.1 - Ficha de Campo utilizada durante os levantamentos 64 FIGURA 4.2 - Tela de apresentação do banco de dados para as informações de campo. 65 FIGURA 4.3 - Ábaco para a classificação MCT 71 FIGURA 4.5 - Tela de apresentação do banco de dados para as informações de Sondagem de Simples reconhecimento 74 FIGURA 5.1 - Distribuição das rochas Básicas (partes hachuradas) na região mapeada 78 FIGURA 5.2 - Área de ocorrência dos sedimentos do Subgrupo Itararé 78 FIGURA 5.3 - Faixa de ocorrência de rochas do Embasamento Cristalino 80 FIGURA 5.4 - Planilha para estimativa do potencial à erosão. 118 FIGURA 5.5 - Ficha para análise dos atributos de acordo com o potencial para escavabilidade 120
  • 11. FIGURA 5.6 - Ficha para análise dos atributos para classificação das unidades quanto a potencialidade para fundações rasas 121 FIGURA 5.7 - Ficha para análise de adequabilidade para aterros sanitários 123 FIGURA 5.8 - Ficha para análise de adequabilidade para fossas sépticas 124
  • 12. LISTA DE FOTOS FOTO 5.1 - Ritmitos do Subgrupo Itararé 79 FOTO 5.2 - Enclave de material mais fino, quartzoso, envolvido por material feldspático (Unidade PMI) 81 FOTO 5.3 - Detalhe dos pórfiros de feldspato potássico 82 FOTO 5.4 - Perfil homogêneo da unidade I3 91 FOTO 5.5 - Aspecto da linha de seixos presente na unidade I4, separando solo residual do material retrabalhado 92 FOTO 5.6 - Aspecto do horizonte saprolítico da unidade G2 em contato com material aluvionar da unidade A2 102 FOTO 5.7 - Perfil homogêneo da unidade M4 (Rodovia dos Bandeirantes, Km 101, ponto de observação e amostragem 82) 106 FOTO 5.8 - Aspecto da deposição de rejeitos no “Lixão de Hortolândia” 109 FOTO 5.9 - Detalhe da falta de recobrimento dos rejeitos do “Lixão de Hortolândia” 110 FOTO 5.10 - Ravinamento causado pelo mau aterramento dos rejeitos urbanos em área já esgotada do “Lixão de Hortolândia” 111 FOTO 5.11 - Erosão localizada no distrito de Nova Aparecida. 112 FOTO 5.12 - Pedreira esgotada da Pedralix 114 FOTO 5.13 - Aspecto do local onde ocorre extração irregular de areia 115
  • 13. LISTA DE TABELAS TABELA 2.1 - Classificação dos Mapas Geotécnicos segundo a IAEG (1976) 4 TABELA 2.2 - Fluxograma elaborado pelo IPT (1994) para realização do Mapeamento Geotécnico do Estado de São Paulo. 8 TABELA 2.3 - Etapas para avaliação e especificação de unidades geotécnicas (ZUQUETTE, 1993) 10 TABELA 2.4 - Categorias e produtos dos documentos produzidos (ZUQUETTE, 1987) 11 TABELA 2.5 - Comparação entre as diversas metodologias internacionais. (GANDOLFI (1994), notas de aula) 13 TABELA 2.6 - Relações entre escala e as classes de terreno (GRANT, 1975) 14 TABELA 2.7 - Escalas para mapeamento geotécnico usadas para a Iugoslávia. (LOKIN et al., 1986) 16 TABELA 2.8 - Relações entre escalas e suas diversas características(ZUQUETTE et al. (1992), modificada) 17 TABELA 2.9 - Etapas de estudo para elaboração dos mapas geotécnicos na escala 1:25.000 (SAAD, 1990) 20 TABELA 3.1 - Total mensal de chuvas (mm) na estação D4-011 - Fazenda Sete Quedas Campinas (DAEE-CTH) 31 TABELA 3.2 - Relação Área X População (Deplan - Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação - 1992) 32 TABELA 3.3- Descrição das principais unidades pré cambrianas do município de Campinas (IG, 1993) 36 TABELA 3.4 - Freqüência dos valores de movimentação topográfica na região de Campinas, no estado de São Paulo (MAYER ,1982) 41
  • 14. TABELA 3.5 - Características das formas de relevo que ocorrem na área estudada (IG, 1993) 43 TABELA 3.6 - Características Físicas para os aqüíferos da região estudada 46 TABELA 3.7 - Descrição dos tipos de solo do município de Campinas (apud EMBRAPA) 51 TABELA 3.8 - Características das unidades mapeadas por IPT (1994) na escala 1:2.000.000 para o local estudado 55 TABELA 3.9 - Principais características das unidades do Mapa Geológico do Estado de São Paulo IPT (1994) identificadas na área (modificada) 56 TABELA 3.10 - Características geotécnicas da área em escala 1:500.000 (ZUQUETTE et al., 1994b) 58 TABELA 3.11 - Características obtidas por PARAGUASSU et al. (1991) (escala 1:200.000) para a região estudada 60 TABELA 3.12 - Alguns resultados obtidos no mapeamento geotécnico da Quadrícula de Campinas, por ZUQUETTE (1987) para a área 61 TABELA 3.13 - Resultados obtidos por TAVEIRA (1986) no loteamento Colinas do Ermitage 62 TABELA 4.1 - Resultados dos ensaios de massa específica dos sólidos 66 TABELA 4.2 - Resultados dos ensaios de granulometria 67 TABELA 4.3 - Resultados obtidos nos ensaios de Massa específica de Campo pelo “Método do Anel” 68 TABELA 4.4 - Valores de Azul (Va) e Coeficientes de Atividade (CA) em função da Superfície Específica (Se) apud FABBRI & SORIA (1994) 69
  • 15. TABELA 4.5 - Resultados obtidos nos ensaios de Adsorsão de Azul de Metileno 70 TABELA 4.6 - Resultados obtidos nos ensaios Mini MCV e Perda Por Imersão. 72 TABELA 5.1 - Fotografias aéreas utilizadas nos trabalhos de fotointerpretação 83 TABELA 5.2 - Descrição da unidades de material aluvionar 86 TABELA 5.3 - Perfil típico da Unidade B1 87 TABELA 5.4 - Valores mínimos e máximos do número de golpes do ensaio SPT para a Unidade B1 87 TABELA 5.5 - Perfil típico da Unidade B2 88 TABELA 5.6 - Perfil típico da Unidade I1 89 TABELA 5.7 - Perfil típico da Unidade I2 90 TABELA 5.8 - Perfil típico da Unidade I3 90 TABELA 5.9 - Perfil típico da Unidade I4 93 TABELA 5.10 - Perfil típico da Unidade I5 94 TABELA 5.11 - Valores mínimos e máximos do número de golpes do ensaio SPT para a Unidade I5 94 TABELA 5.12 - Perfil típico da Unidade I6 95 TABELA 5.13 - Valores mínimos e máximos do número de golpes do ensaio SPT para a Unidade I6 95 TABELA 5.14 - Perfil típico da Unidade I7 96 TABELA 5.15 - Valores mínimos e máximos do número de golpes do ensaio SPT para a Unidade I7 96 TABELA 5.16 - Perfil típico da Unidade I8 97 TABELA 5.17 - Valores mínimos e máximos do número de golpes do ensaio SPT para a Unidade I8 97 TABELA 5.18 - Valores mínimos e máximos do número de golpes do ensaio SPT para a Unidade I9 98 TABELA 5.19 - Perfil típico da Unidade I10 99
  • 16. TABELA 5.20 - Perfil típico da Unidade G1 100 TABELA 5.21 - Valores mínimos e máximos do número de golpes do ensaio SPT para a Unidade G1 100 TABELA 5.22 - Perfil típico da Unidade G2 101 TABELA 5.23 - Valores mínimos e máximos do número de golpes do ensaio SPT para a Unidade G2 101 TABELA 5.24 - Perfil típico da Unidade G3 103 TABELA 5.25 - Perfil típico da Unidade M1 104 TABELA 5.26 - Valores mínimos e máximos do número de golpes do ensaio SPT para a Unidade M1 104 TABELA 5.27 - Perfil típico da Unidade M2 104 TABELA 5.28 - Perfil típico da Unidade M3 105 TABELA 5.29 - Perfil típico da Unidade M4 105 TABELA 5.30 - Pressões admissíveis segundo a Norma da ABNT - NBR 6122 122
  • 17. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABGE - Associação Brasileira de Geologia de Engenharia ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas CESP - Companhia Energética do Estado de São Paulo CPRM - Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais DAEE- Departamento de Águas e Energia Elétrica DNPM - Departamento Nacional de Pesquisa Mineral EESC/USP - Escola de Engenharia de São Carlos/Universidade de São Paulo eo - Índice de vazios natural EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EUA - Estados Unidos da América HRB - Highway Research Board IAC - Instituto Agronômico de Campinas IAEG - International Association of Engineering Geology IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IG - Instituto Geológico do Estado de São Paulo IP - Índice de Plasticidade IPT - Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A LL - Limite de Liquidez LP - Limite de Plasticidade MCT - Miniatura Compactada e Tropical MCV - Moisture Condition Value n - porosidade N.A. - Nível d’água ONU - Organização das Nações Unidas pH - Potencial Hidrogeniônico PUCE - Pattern Units Components Evaluation Se - Superfície específica
  • 18. SIG - Sistemas de Informações Geográficas SUCS - Sistema Unificado da Classificação de Solos UFMT - Universidade Federal do Mato Grosso UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro UNESCO - United Nations Education, Scientifc and Cultural Organization UNESP - Universidade Estadual Paulista USGS - United States Geologycal Survey USP - Universidade de São Paulo UTM - Projeção Universal Transversa de Mercator Wót. - Umidade Ótima ZERMOS - Zonas Esposées a des Risques Lies aux Mouvements du Soil
  • 19. RESUMO Este trabalho apresenta o mapeamento geotécnico da porção noroeste do município de Campinas, na escala 1:25.000, numa região de intensa ocupação antrópica e com 118,167 km2 de área. Foi utilizada a metodologia para Cartografia Geotécnica proposta por ZUQUETTE (1987). Foram realizados trabalhos de campo e ensaios laboratoriais visando a caracterização geológico-geotécnica dos materiais existentes, sempre levando em consideração as propriedades características dos solos tropicais. Os produtos obtidos foram sintetizados em 5 documentos cartográficos básicos, merecendo destaque os materiais inconsolidados pela importância que representam em trabalhos desta natureza. O objetivo final do estudo foi a geração da Carta de Zoneamento Geotécnico Geral que contou com 76 unidades geotécnicas. Estas unidades foram analisadas frente a seus atributos e a partir desta análise foram classificadas para diferentes finalidades de uso específico, conforme recomenda a metodologia adotada.
  • 20. ABSTRACT ENGINIEERING GEOLOGICAL MAPPING OF CAMPINAS REGION: NW PORTION (SÃO PAULO STATE): 1:25.000 SCALE. This work presents the results of the enginieering geological mapping of Campinas region, NW portion, 1:25.000 scale, has a intense antropic occupation. The study was developed based on the geological-geotechnical data obtained by field works and laboratorial tests. Considering the data five basic cartographic documents was elaborated: Documentation Map; Declivity Chart; Rock Substrate Map; Inconsolidated Materials Map; Inventory Map of Urban Occupation, Mineral Explotation and Erosion Features. Based on the informations registered in the basic cartographic document the region was divided into 76 geological-geotechnical units. The units are represented in the General Enginieering Geological Zonning Chart.
  • 21. 1 INTRODUÇÃO Hoje mais do que nunca atenta-se para a importância de um perfeito conhecimento do meio físico visando uma integração homem-natureza, buscando desta forma, a racionalização do espaço de forma mais adequada. O mapeamento geotécnico é uma importante ferramenta neste contexto, na medida que tenta direcionar a ocupação de forma sistemática e racional. Embora esteja comprovada a eficiência destes trabalhos, no Brasil eles ainda são escassos e restritos a poucos institutos de pesquisa, que ainda não chegaram a um consenso sobre a melhor metodologia a ser utilizada para as condições vigentes no País. Tal fato se prende às diferentes condições climáticas e econômicas em relação aos países onde foram desenvolvidas a maioria destas metodologias. A metodologia proposta por ZUQUETTE (1987) veio preencher uma lacuna existente nesta área do conhecimento. Esta metodologia vem sendo aplicada desde então numa série de trabalhos científicos, principalmente de âmbito regional (escala 1:50.000). Em todos estes anos, pequenas falhas puderam ser corrigidas no sentido de aprimorar esta sistemática de trabalho e a cada novo trabalho galga-se mais um degrau no sentido de uma metodologia realmente eficiente e que atenda às diversas condições que ocorrem no meio físico em um país de dimensões continentais como o Brasil. Dentro desta filosofia de trabalho toda Quadrícula IBGE Campinas 1:250.000 já se encontra mapeada por esta metodologia na escala 1:50.000. O presente trabalho, junto a outros três, inaugura uma nova fase deste projeto, ao trabalhar numa escala de maior detalhe, na porção metropolitana do município de Campinas. Para tanto, foram mapeadas quatro folhas topográficas 1:10.000, perfazendo a porção noroeste deste Município, numa área intensamente ocupada e com graves problemas sociais, visto tratar-se de uma região tomada por favelas e moradias simples, que felizmente, devido às condições naturais favoráveis
  • 22. não estão sujeitas aos graves problemas geotécnicos de encostas, como acontece nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Santos, São Vicente entre outras. Nem por isso esta população está livre de problemas decorrentes da ocupação inadequada do meio físico, sendo as enchentes e erosões uma ameaça sempre presente, não só nesta faixa mais carente, como também para a sociedade como um todo. Esta sociedade se recente da falta de planejamento urbano e sofre os constantes prejuízos causados por esta negligência. Este trabalho visa oferecer subsídios para o planejamento urbano racional, levando em conta as características próprias do meio físico, fornecendo cartas interpretativas de diferentes naturezas e dados adicionais para análises aos que porventura necessitem das informações aqui apresentadas.
  • 23. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Aspectos Metodológicos Segundo ZUQUETTE (1987), os primeiros mapas geotécnicos aplicados ao planejamento urbano apareceram na Alemanha em 1913, os quais traziam uma coleção de mapas, instruídos por dados de sondagens e notas explicativas. As informações contidas nas cartas referiam-se a zonas inundáveis, zonas de lençol freático raso , minas, pedreiras e saibreiros. Diversos países seguiram a Alemanha nestes empreendimentos de cartografia geotécnica com caráter de mapeamento temático básico para programas de inter relação homem/meio físico, merecendo destaque a (Ex) União Soviética, (Ex) Checoslováquia, outros países do Leste Europeu, e a Austrália, em especial com o programa P.U.C.E. As principais metodologias usadas em mapeamento geotécnico atualmente são apresentadas a seguir. 2.1.1 Metodologia I.A.E.G. (International Association of Engineering Geology) Esta metodologia começou a ser elaborada a partir de 1968, com seus primeiros trabalhos publicados no boletim da I.A.E.G. de 1970 e posteriormente pela IAEG-UNESCO (1976), tendo como requisitos principais: - Apresentar informações de forma facilmente compreensível por usuários profissionais que não sejam geólogos. - Mostrar informações objetivas que avaliem os aspectos geotécnicos do ambiente geológico.
  • 24. 4 Os mapas são classificados em propósito, conteúdo e escala, conforme a TABELA 2.1: TABELA 2.1 - Classificação dos Mapas Geotécnicos segundo a IAEG- UNESCO (1976) Mapas de Propósito Especial Fornecem informações sobre um aspecto específico da geologia de engenharia Propósito Mapas de Múltiplo Propósito Cobrem muitos aspectos da geologia de engenharia, fornecendo informações para vários tipos de planejamentos ou propósitos geotécnicos. Mapas Analíticos Dão detalhes que avaliam componentes individuais do ambiente geológico Conteúdo Mapas compreensivos Informam sobre as condições geotécnicas indicando os principais componentes de interesse para a geotecnia Grande 1:10.000 e maiores Escalas Média 1:10.000 a 1:100.000 Pequena 1:100.000 e menores Desta forma são possíveis todas as combinações entre cada item acima, gerando diversos documentos. As formas para obtenção de dados são: Fotogeologia, métodos geofísicos, sondagens, amostragens, ensaios in situ e laboratoriais. A publicação finaliza com uma série de exemplos aplicados a diferentes tipos de áreas.
  • 25. 5 2.1.2 Metodologia P.U.C.E. (Pattern, Units, Components Evaluation) Esta metodologia originou-se na Austrália com AITCHINSON & GRANT (1967), encontrando grande aplicabilidade para as condições brasileiras devido as semelhanças existentes entre os dois países. SOUZA (1992), usou em mapeamento regional da Folha Aguaí - SP diversos conceitos desta sistemática. Ela baseia-se numa série de critérios que se apoiam em princípios geomórficos, onde as propriedades de cada membro devem ser homogêneas e ainda acompanhadas de avaliação quantitativa e qualitativa das feições medidas, considerando como principais fatores para a classificação dos terrenos as características das encostas, geologia, dos solos e da vegetação. Cada terreno é dividido em 4 classes diferentes (Província, Padrão, Unidade e Componente) e cada atributo recebe um valor numérico, podendo desta forma ser elaborado num banco de dados. GRANT & FINLAYSON (1978) descrevem em seu artigo que nesta metodologia o terreno natural é separado unicamente baseado na origem, processo e forma. Assim é feito um mapa do terreno, numa aproximação paramétrica na qual um único atributo é escolhido com base em pontos de amostragem e valores de contorno gerando diferentes mapas combinados ou sobrepostos que levam a composição de mapas paramétricos. 2.1.3 Sistemática da (Ex) Checoslováquia MATULA & LETKO (1980) desenvolveram esta metodologia baseados na proposta da IAEG, voltada principalmente ao planejamento urbano. Eles levaram em conta a adequabilidade geotécnica para construção, a vulnerabilidade do ambiente geológico e as características das condições locais do ambiente. Como produto foram delimitados três grupos de fatores geoambientais (geofatores) limitantes ao desenvolvimento urbano.
  • 26. 6 A - Fatores geoambientais que comprometem o desenvolvimento urbano. B - Fatores geoambientais que limitam a adequabilidade geotécnica de construção. C - Fatores geoambientais que devem ser protegidos contra os impactos indesejáveis da urbanização. Cada um destes geofatores recebe uma escala de intensidade com 3 graus de classificação, de acordo com sua influência na urbanização (I, negligenciável; II, restritiva; III, torna a urbanização praticamente impossível). Cada item é combinado com outros fatores como processos geodinâmicos, condições geomorfológicas e hidrogeológicas, qualidades geotécnicas do solo e da rocha. Posteriormente é confeccionado um mapa para cada fator geoambiental, onde é seguida a classificação dos critérios I, II, III; gerando diversas zonas (AI; AII; BIII; etc), cuja sobreposição permite a obtenção do mapa final das unidades geotécnicas do uso racional do terreno para desenvolvimento urbano, sendo as zonas mais favoráveis aquelas onde houve sobreposição dos geofatores AI, BI e CI, e assim por diante, com as diversas combinações possíveis. 2.1.4 Metodologia ZERMOS - (Zonas expostas aos riscos de movimentos de solo) Esta metodologia foi inicialmente desenvolvida por CHAZAN (1973), encontrando muita aplicabilidade nas escalas 1:25.000 e 1:20.000, sendo específica para áreas com acentuadas variações nas inclinações do solo e do substrato (ZUQUETTE, 1987). Seu principal objetivo é fornecer detalhes a respeito das condições de estabilidades reais ou potenciais. Os mapas elaborados deverão analisar, em um dado momento, os movimentos dos terrenos, ou os fatores de instabilidade revelados pelos dados obtidos na área, fornecendo um zoneamento de risco.
  • 27. 7 Segundo ZUQUETTE (op. cit.) risco (harzard) é um perigo, um inconveniente possível, implicando na aparição eventual de um acidente ligado a uma força maior, onde o homem tem papel marcante como agente instabilizador do meio físico. Os principais desencadeadores destes processos são a expansão demográfica desordenada, os fenômenos naturais, entre outros. As principais fases de trabalho desta cartografia são: - Levantamento bibliográfico e de campo sobre a existência de riscos na área estudada; - Estudo geomorfológico (via fotointerpretação); - Estudo e controle dos fatores naturais permanentes e temporais, em geral mapeáveis em escala 1:50.000. Para escalas maiores que 1:50.000 podem ser elaboradas as “Plantas ZERMOS”, que possuem como objetivos informar e explicar os fenômenos. 2.1.5 Sistemática do IPT - Brasil O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, desenvolveu, a partir de PRANDINI (1980) uma sistemática para mapeamento geotécnico, cujas premissas principais podem ser sumariadas em quatro itens (IPT, 1994): - Partir dos problemas significativos presentes no território e daí para suas condicionantes mapeáveis; - Estabelecer uma fisiografia do desempenho que integre os processos do meio físico e as suas formas de ocupação; - Concentrar esforços na coleta objetiva e orientada de dados, voltados para definir unidades de terreno de mesmo comportamento, de modo que correspondam, diretamente, a distintas práticas de prevenção e correção; - Superar o determinismo ingênuo da maior parte das “aptidões”, valendo- se do arsenal de técnicas disponíveis para a maximização de opções plausíveis para o uso do solo.
  • 28. 8 O fluxograma a seguir (TABELA 2.2) resume as etapas principais desta metodologia, usadas para a elaboração da Carta Geotécnica do Estado de São Paulo, escala 1:500.000: TABELA 2.2 - Fluxograma elaborado pelo IPT para realização do Mapeamento Geotécnico do Estado de São Paulo. ETAPAS PRODUTOS Levantamento Preliminar - Identificação dos problemas Existentes/previstos - Compilação de dados Mapa Preliminar (Esboço Geotécnico) Investigação Orientada -Identificação e mapeamento dos fatores condicionantes dos problemas e definição da escala de trabalho. Mapas Temáticos Dirigidos Compartimentação Final - Análise integrada dos dados mapeados - Delimitação dos terrenos com comportamento homogêneo Unidades Geotécnicas Análise das Medidas de Controle - Levantamento das práticas e técnicas de implantação e manutenção dos usos do solo - Proposição de medidas preventivas e corretivas Diretrizes Para o Uso do Solo Representação - Representação cartográfica e linguagem adequada ao usuário Carta Geotécnica (Mapa Final e Quadro Legenda) 2.1.6 Metodologia de Zuquette - Brasil Esta metodologia, usada neste trabalho, foi elaborada e aprimorada por ZUQUETTE (1987; 1993) e propõe soluções aplicáveis às condições brasileiras levando em conta principalmente a economia por não exigir um grande número de profissionais para sua execução. As principais informações obtidas a partir de um mapa geotécnico, segundo este autor são as seguintes:
  • 29. 9 Localização de auto pistas Planejamento para desenvolvimento residencial Disposição de rejeitos industriais e domésticos Suprimento de água Fundações PLANEJAMENTO URBANO Seleção de áreas para indústrias Descobrimento de possíveis jazidas minerais Sistematização de drenagens adequadas Controle de enchentes Adaptação de edificações à topografia Áreas de recreação Controle de erosão em áreas maiores Localização de sítios para reservatórios Avaliação de poluição, tanto de solo quanto água e ar Localização de rejeitos domésticos, agrícolas, minerais, etc. PLANEJAMENTO REGIONAL Proteção das áreas de recargas dos aqüíferos Construção de aterros Observação de locais para obtenção de materiais de construção Análise geral para fundações Áreas agrícolas Este autor define atributo como qualidade pertinente aos componentes do meio físico e que são utilizadas para caracterizá-lo. Trata-se da parcela do meio ambiente constituída pelos materiais rochosos e inconsolidados, as águas e o relevo que estão combinados e arranjados de diversas maneiras em espaços tridimensionais. O estudo para avaliação e especificação das unidades geotécnicas é feito em três etapas principais:
  • 30. 10 TABELA 2.3 - Etapas para a avaliação e especificação de unidades geotécnicas (ZUQUETTE, 1993). Levantamento e análise das informações já produzidas Reconhecimento dos atributos Identificação das unidades homogêneas. Os trabalhos de campo compreendem os seguintes procedimentos: - Investigações superficiais através de caminhamento, determinando informações diretas sobre as características do solo, água e rochas. - Investigações de subsuperfície, com sondagens, perfurações de poços e trincheiras ou penetrômetros alternativos. Para os materiais inconsolidados recomenda-se os seguintes ensaios: - Análise Granulométrica Conjunta - Limites de Atterberg (LL e LP) - Massa Específica dos Sólidos - Compactação (Proctor Normal) - Mineralogia - Classificação Miniatura-Compactado-Tropical (MCT) - Características dos agregados - Densidade relativa. Para os materiais rochosos os ensaios recomendados são: - Densidade - Composição Mineralógica - Resistência à Compressão Mapas topográficos, geológicos, geomorfológicos e outros. Sondagens de qualquer tipo, fotos aéreas. Confecção de um mapa preliminar com as unidades homogêneas
  • 31. 11 Os documentos gerados são classificados em quatro categorias, conforme a TABELA 2.41 . TABELA 2.4 - Categorias e produtos dos documentos produzidos (ZUQUETTE, 1987) PRODUTO DESCRIÇÃO Mapa Topográfico É o mapa básico sobre o qual serão colocadas todas as demais informações. Também permite a confecção da carta clinométrica sobre ele. Mapa Geológico Representando em folhas separadas Materiais Inconsolidados e o Substrato Rochoso Mapa de Águas Oferece informações sobre águas superficiais e subsuperficiais Mapa Pedológico Apresenta os materiais inconsolidados para profundidades de até 3 metros. Mapa Geofísico Importante para jazidas de materiais para construção civil, e níveis de água do subsolo. Mapa Geomorfológico Apresenta informações quanto ao meio físico, como: morfologia, morfogênese e morfocronologia. Mapa climático Apresenta variações de pluviosidade, entre outras Mapa da ocupação atual e prevista Prevê o tipo de ocupação da área. Mapa de documentação ou de dados registra todos os pontos onde foi possível a obtenção de alguma informação CartasDerivadasou Interpretativas Cartas de Erodibilidade, Fundações, Disposição de Rejeitos Sépticos, Materiais para Construção, Estabilidade de Taludes, Obras Enterradas, Irrigação, Obras Viárias, Restrições Ambientais e Zoneamento. São as cartas originadas das interpretações realizadas sobre as informações contidas em outros mapas. 1 Maiores informações sobre esta metodologia podem ser obtidas em ZUQUETTE (1993), onde o autor aprimora principalmente a forma de obtenção dos atributos e seus conceitos básicos e nos capítulos específicos sobre cada produto elaborado.
  • 32. 12 Também merecem destaque: * Metodologia Mathewson & Font * Metodologia Francesa * Metodologia Brink - África do Sul * Metodologia da (Ex) U.R.S.S. * Metodologia Espanhola * Sistema A.R.D.A. - Canadá * Sistema Específico de Ontario - Canadá * Sistema Froelich - E.U.A * Sistema Inglês * Sistema Kiefer -E.U.A. * Sistema para solos Instáveis - Espanha * Sistema Sueco * Mapas de solos para engenharia - E.U.A. Estas metodologias encontram-se bastante detalhadas em trabalhos como ZUQUETTE (1981, 1987 e 1993), AGUIAR (1989), BROLLO (1991), COTTAS (1983), PEJON (1987, 1992), GODOY (1989), MARETTI (1989), LOLLO (1991), SOUZA (1992), GRUBBER (1993), COLARES (1994), AGUIAR (1995), BARISON (1995), SARAIVA (1995), entre outros. A TABELA 2.5 faz uma comparação de diversas metodologias utilizadas em mapeamento geotécnico a nível mundial.
  • 33. 13 TABELA 2.5 - Comparação entre as diversas metodologias internacionais. (GANDOLFI (1994), notas de aula) Metodo- logia Área (Km2) Atributos Classes do Terreno Escalas X 103 Cartas Finalidade IAEG Variada ñ define: Limites e obtenção Suíte Litol. Comp. Litol. Tipo Litol. Tipo Geot. <200 10-200 5-10 >5 Geral e Específica. Especial e Multifinali- dades Francesa < 1500 não condiciona: Principio nem limites Regional Metropol. Urbano Específico Detalhamento <100 100-50 25-10 5-1 >1 Dados Fatores Sintétic Aptidão P.U.C.E. Variada define: escolha e limites Província Modelo Unidade Componente >250 >25 >2,5 Geral e Específica Desen/o: Regional Planej/o: Rural e Urbano Grã - Bretanha limitada define: tipos, escolha, lim. e obt. XXX <10 10-0,5 0,5-0,1 1,25-0,1 Map. G.E Planta Geol. Engen. Plan. Geot. Engenharia e Planeja- mento Espanha <150 Não condiciona: obtenção, limites e avaliação Nacion/Reg. Reg/Prov Urbano Áreas Selv/ e Específicas. 200 25 25 5 2 Geral Básico Seletivo Específica Cond. Geot Zonea. Geot. Amplos MA- THEWSON & FONT Variada Não define: Escolha, obtenção XXX XXX 1a Ordem 2a Ordem 3a Ordem 4a Ordem Observa- ção Engenharia Interpre- tação Planeja- mento Zuquette Variada Define: Tipos, Escolha, obt/ Avaliv. Gerais Regionais Semi-Detalhe <100 100-25 25-10 Bas. Fund. Bas. Opc Auxiliar Derivados Cond. Geot. Zonea. Geot. Zon.Geot. Esp. 2.2 A escala adotada As diversas metodologias apresentam certa divergência em se tratando da finalidade de cada escala. A escala 1:25.000, aparentemente apresenta um nível intermediário entre detalhe e semi-detalhe, englobando desta forma características de ambas.
  • 34. 14 MAXWELL & JOHNSON (1969) desenvolveram um mapeamento na região próxima a Boulder, Colorado, em escala 1:24.000, voltado ao planejamento regional. Esta escala foi escolhida devido a duas características básicas do local: - Os terrenos e condições geológicas são mais adversas a desenvolvimento de alta densidade. - Os mapas geológicos das quadrículas eram disponíveis ou o mapa básico estava em andamento. GIGAN (1973) observa que a metodologia francesa usa escalas entre 1:100.000 até 1:25.000 para o planejamento regional, 1:25.000 até 1:5.000 para o planejamento local e escalas entre 1:10.000 a 1:2.000 para zoneamentos de uso e ocupação dos terrenos. Segundo o autor na escala de planejamento local examina- se as características dos terrenos, as condições morfológicas e hidrológicas e as reservas de materiais. É utilizada para o planejamento urbano, sendo que a escala dependerá da densidade de informações e da precisão demandada pelos usuários. A metodologia P.U.C.E sugere uma escala para cada classe de terreno, estando a escala 1:25.000 inserida dentro da terceira classe, conforme tabela abaixo: TABELA 2.6 - Relações entre escala e as classes de terreno (GRANT, 1975) CLASSE DE TERRENO Escala Finalidade PROVÍNCIA 1:250.000 ou menor Profundidade do substrato e estudos de viabilidade PADRÃO 1:250.000 a 1:50.000 Adequabilidade topográfica, escavabilidade, limites da formação superficial UNIDADE 1:50.000 a 1:5.000 Locação preferencial de estradas, aeroportos, barragens, edifícios, etc. COMPO- NENTE 1:5.000 ou maior Traficabilidade, possibilidade de enchentes, susceptibilidade a recalques, adequabilidade de áreas de empréstimo. LOZINSKA (1975) afirma que a escala mais adequada ao planejamento regional é 1:50.000, mas no caso de áreas portadoras de condições geotécnicas complexas um maior detalhamento da área se faz necessário, sendo adequada desta maneira a escala 1:25.000 para este mesmo fim.
  • 35. 15 MERLA et al. (1976) afirmam que a escola Checa sugere a escala 1:25.000 para mapeamentos geotécnicos voltados a projetos e planejamentos. Este tipo de cartografia, segundo este autor foi amplamente testada e usada em grandes áreas do território checo. ROCKAWAY (1976) faz uma comparação entre diversas escalas, onde constatou que em uma área pesquisada na escala 1:24.000 se revelam 8 diferentes unidades geotécnicas, enquanto a mesma área mapeada em escala 1:62.500 as unidades são apenas 6 (FIGURA 2.1). FIGURA 2.1 - Comparação do nível de detalhe obtido por duas diferentes escalas de mapeamento para uma área exemplo em St. Louis (USA) (ROCKAWAY, 1976) NICKLESS et al. (1982) mapeando o distrito de Glenrothes na Escócia, afirmaram que a escala 1:25.000 mostrou-se adequada à apresentação e à investigação, fornecendo um equilíbrio entre os detalhes e as generalidades da a região mapeada. O autor acha necessário a utilização das cores para uma melhor compreensão dos resultados. Escala 1:24.000 Escala 1:62.500
  • 36. 16 LOKIN et al. (1986) classifica as escalas para a Iugoslávia da seguinte maneira, de acordo com seus usos: TABELA 2.7 - Escalas para mapeamento geotécnico usadas para a Iugoslávia. (LOKIN et al., 1986) Intervalo Mais usada Planejamento da República 1:200.000 a 1:100.000 1:100.000 Planejamento Regional 1:100.000 a 1:25.000 1:100.000 Planejamento Urbano 1:50.000 a 1:10.000 1:25.000 MATULA (1986) recomenda a escala 1:25.000 especialmente para o planejamento urbano e uso da terra. Segundo este autor esta escala delimita especialmente unidades favoráveis para locação residencial, disposição de rejeitos, zonas industriais, extração de recursos minerais e áreas não favoráveis a ocupação. KALTERHERBERG (1990) aponta a preferência pelo uso da escala 1:25.000 principalmente pela clareza com que define os dados relativos ao planejamento urbano ou regional. Suas vantagens são maiores quando se procura: - Avaliação de áreas para desenvolvimento residencial e industrial. - Avaliação de áreas preferenciais para depósitos de lixo. - Planejamento das melhores rotas para serviços públicos (água, gás, eletricidade). - Escavabilidade em rochas - Avaliação dos recursos para água subterrânea ou superficial. ZUQUETTE (1990) sugere escala 1:25.000 para o uso urbano, recomendando para a obtenção de dados qualitativos, uma observação a cada 3/km2 em terreno cristalino e uma observação a cada 2 km2 para áreas sedimentares. Para a obtenção de dados qualitativos o autor recomenda uma amostra/km2. ZUQUETTE et al. (1992) fazem um apanhado onde listam características das diversas escalas utilizadas em mapeamento geotécnico (TABELA 2.8).
  • 37. 17 TABELA 2.8 - Relações entre escalas e suas diversas características (ZUQUETTE et al. (1992), modificada) ESCALAS 1:250.000 a 1:100.000 1:100.000 a 1:25.000 > 1:25.000 FINALI- DADE - avaliação regional para definir : Trabalhos em escalas maiores. Grande grupos de eventos. Deficiências de informações. Viabilidade de obras longitudinais - Viabilidade e projeto básico das diferentes formas de ocupação - Elaboração das cartas de zoneamento de eventos de risco associados - definir as áreas para serem estudadas em detalhes. - Propor ações preventivas - Delimitar áreas totalmente restritas as ocupações Projetos específicos para desenvolvimento das formas de ocupação, proteção e recuperação das áreas que estiverem sujeitas a eventos perigosos NÍVEIS DAS INFORMA- ÇÕES Mapas existentes e informações predominantemente obtidas por meios indiretos Mapas referentes aos diversos componentes do meio físico e da ocupação com informações obtidas de maneira direta e indireta. Documentos da fase anterior, análise e avaliação global das áreas sujeitas aos eventos perigosos. MÉTODOS INDIRE- TOS PARA OBTEN- ÇÃO DE INFORMA- ÇÕES - Fotos aéreas - Imagens de satélite - Documentos existentes como mapas: geológicos, de solos, geofísicos, climatológicos e geomorfológicos - Fotos aéreas de épocas diferentes - Documentos elaborados na fase anterior. - Imagens de satélite - Métodos analógicos e estatísticos - Documentos elaborados nas fases anteriores. - Fotos aéreas - Métodos estatísticos. - Modelos MÉTODOS DIRETOS P/ OBTENÇÃ O DE INFOR- MAÇÕES Observação no campo de locais onde ocorram eventos perigosos para avaliação preliminar das evidências e os problemas decorrentes. - Investigações de campo2 . - Amostragem - Investigação superficial - Ensaios laboratoriais - Análises das formas de ocupação - Investigações de campo. - Investigações de subsuperfície - Análise das formas de ocupação - Amostragens - Ensaios laboratoriais e in situ DOCU- MENTOS A SEREM ELABORA- DOS Mapa de ocorrência dos eventos perigosos e áreas atingidas Carta de zoneamento dos eventos perigosos que poderão ocorrer Mapa das áreas prioritárias para serem mapeadas em escalas maiores Mapa das condições geotécnicas gerais. Mapa de documentação dos eventos perigosos ocorridos com delimitação das áreas atingidas Documentos gráficos: Climáticos, geológicos, geomorfológicos, águas, vegetação, uso e ocupação. Carta de zoneamento geotécnico geral. Carta de zoneamento geotécnicos específicos. Carta de zoneamento dos eventos perigosos. Carta de riscos para os tipos de ocupação atual Carta de riscos para os tipos de ocupação a serem implantados. Mapa das áreas sujeitas aos eventos perigosos. Carta de zoneamento geotécnico geral. Mapa dos diferentes tipos de eventos perigosos combinados que podem atingir a região. Mapa dos eventos perigosos específicos e suas áreas de influências. Mapa dos diferentes níveis de riscos em cada área sujeita aos eventos perigosos. Mapa que retrata as taxas de custos, os procedimentos construtivos e os cuidados necessários para implementar as diferentes formas de ocupação. Mapa que retrata os procedimentos de segurança para a população de cada área sujeita ao evento Memorial com a combinação e nível dos eventos que devem indicar a retirada da população de cada evento perigoso. Dados de acompanhamento das instrumentações ou acompanhamento sistemático das áreas com ocorrências de eventos perigosos. 2 Estes procedimentos devem apresentar densidade de informações compatíveis com a escala adotada.
  • 38. 18 Como podemos ver a escala de mapeamento 1:25.000 apresenta-se em um nível intermediário entre a observação dos eventos em detalhe e semi-detalhe, podendo desta forma agrupar características de ambas, sendo desta forma, ao nosso ver a mais abrangente, apresentando clareza em suas conclusões, aspecto fundamental em se tratando de planejamento urbano. 2.2.1 Alguns trabalhos de mapeamento geotécnico realizados no Brasil na escala 1:25.000 AVILA et al. (1985) elaboraram uma carta geotécnica de todo município de São Paulo, que foi dividida em três unidades homogêneas, refletindo em primeiro plano a energia do relevo, secundariamente a natureza dos materiais, resultando desta forma numa redução do volume de informações. GODOY (1989) elaborou o mapeamento geotécnico do município de Presidente Prudente, visando oferecer meios para corrigir erros cometidos em planos diretores já feitos anteriormente nesta cidade. O autor afirma que as escalas recomendadas para planejamento urbano variam entre 1:5.000 e 1:25.000. As bases cartográficas em que se baseou o trabalho foram o mapas topográfico 1:25.000 e 1:10.000, Geológico 1:500.000, Carta Geomorfológica e de Formações superficiais da Bacia do Alto Santo Anastácio (escala 1:25.000), Carta Pedológica, 1:75.000, Carta Geomorfológica do município 1:50.000 e Fotointerpretação 1:25.000 e 1:20.000. Já MARETTI (1989) faz uma revisão da evolução das posturas ambientalistas, abordando aspectos sociológicos (são citados diversos sociólogos como MONTÓIA (1988), ROLNIK (1986), GABEIRA (1986), entre outros) e antropológicos, demonstrando desta forma a interdisciplinariedade que um trabalho desta natureza deve abordar. No capítulo sobre planejamento MARETTI faz uma exaustiva análise onde ressalta que um planejamento ambiental deveria ser necessariamente um planejamento participativo. Também neste capítulo o autor afirma que a
  • 39. 19 cartografia Geologico-Geotécnica deveria ser entendida como uma ecotécnica. A metodologia empregada baseia-se na compartimentação geológico-geomorfológica e avaliação do comportamento geotécnico de cada unidade,. ensaios e análises para caracterizar o comportamento pontual dos terrenos, além de dados preexistentes como Sondagens de Simples Reconhecimento. AGUIAR (1989) mapeou a área de expansão urbana de São Carlos, seguindo a metodologia de ZUQUETTE (1987), tendo como resultado final a sugestão das áreas geotecnicamente homogêneas, no sentido de oferecer subsídios ao planejamento urbano deste município. AUGUSTO FILHO et al. (1990) trabalharam em parte da Serra do Mar (780 Km2) na escala 1:25.000, utilizando a sistemática do IPT, em que foram reconhecidas dezoito unidades de terreno, voltadas principalmente para os processos da dinâmica superficial dominantes: escorregamentos, movimentos de depósitos de talus, paredes rochosas, corridas de lama, etc. SAAD (1990) mapeou a Bacia de Taubaté e iniciou seu trabalho demonstrando a sua aplicabilidade do ponto de vista econômico, haja visto o grande desenvolvimento da área estudada por se tratar da região compreendida entre os dois maiores pólos de desenvolvimento do País. Por sinal esta região apresenta muitas semelhanças com a região de Campinas, em termos econômicos. Foram adotadas seis etapas no estudo das seqüências estratigráficas, conforme a TABELA 2.9. Após as etapas de campo foram feitas as fotointerpretações definitivas, sendo elaborado em seguida, para cada região, o mapa de sistemas deposicionais e de potencial mineral, em escala 1:25.000, analisando-se o potencial econômico de cada um dos sistemas deposicionais no que diz respeito ao aproveitamento dos materiais para construção civil e indústria.
  • 40. 20 TABELA 2.9 - Etapas de estudo para elaboração dos mapas geotécnicos na escala 1:25.000 (SAAD, 1990) PRODUTOS HIERARQUIA ESTRATIGRÁFICA MÉTODOS DE ANÁLISES 6° ) CLIMA, CONDIÇÕES TECTÔNICAS E ESTRUTURAIS, VARIAÇÃO DO NÍVEL DO MAR ESTUDOS GEOFÍSICOS (GRAVIMÉTRICOS, GEOTÉRMICOS, MAGNETO TELÚRICOS E SÍSMICOS) GEOLOGIA HISTÓRICA REGIONAL E RECURSOS ECONÔMICOS 5° ) ANÁLISE SEQÜENCIAL PALEOGEOGRAFIA 4° ) CARACTERIZAÇÃO DE TRATOS DE SISTEMAS DEPOSICIONAIS ANÁLISE DE EMPILHAMENTOS SEDIMENTARES MODELOS FACIOLÓGICOS 3° ) MAPEAMENTO DE SISTEMAS DEPOSICIONAIS 2° ) RECONHECIMENTO DE ASSEMBLÉIAS DE FÁCIES (LITO E BIOFÁCIES) ANÁLISES DE AFLORAMENTOS E ESTUDOS LABORATORIAIS 1° ) RECONHECIMENTO DE FÁCIES INDIVIDUAIS O IPT (1990) elaborou a carta geotécnica do município de Campo Grande onde são abrangidas as áreas de expansão urbana, sendo que na cidade sulmatogrossense os maiores problemas apontados foram a baixa profundidade do nível freático e a alta susceptibilidade a boçorocas. Em 1991 a UFMT elaborou uma carta para a área de expansão do município de Cuiabá destacando as ocorrência de cheias, e problemas advindos de ocupações de garimpos abandonados. VECCHIATO (1993) mapeou também a área urbana deste município, com o objetivo de subsidiar o planejamento urbano.
  • 41. 21 Foram produzidos por este autor diversas cartas, culminando com a Carta de Viabilidade para Urbanização que combinava a carta de Zoneamento Geotécnico com Atributos Específicos. ZUQUETTE et al. (1994) elaboraram um mapeamento da cidade de Ribeirão Preto nesta escala. Utilizando a metodologia proposta por ZUQUETTE & GANDOLFI (1990) prepararam documentos básicos como mapas do substrato rochoso, de materiais inconsolidados, hidrográficos, carta de declividades, além de documentos interpretativos como a Carta de Zoneamento Geotécnico, que permitiram a definição de 35 unidades geotécnicas básicas, divididas em 200 subáreas. Cada unidade foi dividida em favorável, moderada e restritiva, de acordo com suas características. LIPORACI (1994) elaborou o mapeamento da cidade de Poços de Caldas, também visando o planejamento do uso e ocupação do meio físico, levando em consideração as litologias e suas formas de origem, assim como fatores morfoestruturais. Este trabalho teve como produto final diversas cartas e mapas, destacando-se a Carta de Zoneamento Geotécnico Geral e a Carta de Potencial de Riscos Geológicos. ZANINI (1996) trabalhando nesta escala cruzou diversos mapas temáticos no município de Paraobé - RS., onde foram estabelecidos diferentes graus de adequação ao uso e expansão urbana. É importante salientar que a maioria destes trabalhos começam a fazer parte dos planos diretores municipais. 2.3 Planejamento Urbano Não é escopo deste item uma descrição aprofundada de todos os fatores envolvidos nos trabalhos de planejamento urbano, limitando-se apenas aos trabalhos referentes ao meio físico. Porém convém frisar que não se pode desvincular o planejamento urbano de uma visão sócio econômica e política, já que muitos lapsos ocorridos no passado advém da percepção tecnocrática do horizonte
  • 42. 22 de planejamento urbano, cujos principais propósitos são, segundo TOLEDO et al. (1978): Alcançar padrões desejados e ainda não atingidos pelo sistema Recuperar padrões satisfatórios de atuação do sistema Manter padrões satisfatórios desenvolvidos pelo sistema Fixar padrões satisfatórios em áreas desconhecidas pelo sistema Aparentemente a cartografia/mapeamento geotécnico busca justamente atingir estas quatro metas, embora ainda falte aos geólogos uma visão mais multidisciplinar dos problemas, principalmente na área das ciências humanas. MATULA (1974) em um dos trabalhos pioneiros sobre mapeamento geotécnico e planejamento urbano, destaca a multidisciplinariedade destes estudos. Já nesta época o autor discerne sobre os riscos geológicos, destacando como problemas fundamentais os fenômenos geodinâmicos e hidrogeológicos, classificando os atributos geológicos. BELL (1985, 1987), discute a geologia de engenharia voltada ao planejamento na Nova Zelândia e sudeste da Ásia, fazendo também uma avaliação dos riscos urbanos, enquanto BAUER (1987) aplicou seus trabalhos ao estado do Wisconsin, também voltado a este fim. CULSHAW et al. (1990) demonstraram a aplicação dos mapas geológicos com fins de planejamento na Inglaterra, descrevendo atenção especial aos fatores geológicos que afetam nos processos de planejamento, ilustrando como os geólogos podem ajudar os planejadores com as informações obtidas. FRANCÉS et al. (1990) faz referências ao processo de mapeamento aplicado ao planejamento urbano e áreas de parque natural na costa norte da Espanha, utilizando a metodologia espanhola. MANOHAR (1985) alia o uso urbano da terra com a conservação de energia, em trabalho realizado na Austrália utilizando a metodologia P.U.C.E..
  • 43. 23 Usando a mesma linha deste autor GRANT & FINLAYSON (1978) elaboram um extenso apanhado para o planejamento de uma grande região da Austrália. É listado o papel das análises dos terrenos naturais em que para qualquer projeto que cubra grandes áreas, muitos fatores devem ser avaliados, entre eles propriedades geoquímicas do terreno, fotointerpretação (proporciona um rápido meio de supervisão de grandes áreas), também os terrenos podem ser classificados topograficamente e geologicamente, caso seja disponível um mapa geológico com escala adequada. Os trabalhos de campo podem determinar características do solo e vegetação, além de coletas de outras informações necessárias. Depois que as informações são coletadas, as avaliações serão feitas, quando áreas com terrenos inadequados podem ser eliminadas ou divididas, dependendo das condições apresentadas. Finalmente, a redefinição de uma área por finalidades através de estudos dos seus atributos naturais, proporcionará uma maior racionalização e consequentemente maior será o lucro (social e econômico). 2.3.1 O mapeamento geotécnico e o planejamento urbano no Brasil Um dos primeiros trabalhos de cartografia geotécnica voltado ao planejamento urbano do Brasil foi o de COTTAS (1983) que destaca a importância do mapeamento geológico-geotécnico aplicado. Ressalta-se que na época, poucas eram as pesquisas nesta área, tornando desta maneira seu estudo inédito no País. Este autor lista uma série de trabalhos e metodologias propostas para mapeamento geológico-geotécnico em nível internacional, vários trabalhos brasileiros e os aspectos interessantes de cada um. O autor define geologia e planejamento urbano, os graus de planejamento adotados no País, além de conceituar geologia ambiental e geologia de planejamento. Segundo ele, “Geologia Ambiental” é a ciência que deve estudar e apresentar soluções para os problemas que o homem passa a enfrentar ao fazer uso do solo e para os problemas advindos da reação do solo a este uso, ou seja, propõe estabelecer o equilíbrio nas relações homem-habitat geológico. É
  • 44. 24 colocado que a geologia de planejamento (pelo menos na época do trabalho) ao procurar melhor uso do solo nem sempre tem suas atenções voltadas para o meio ambiente. As metas da geologia de planejamento urbano são definidas como "recomendar o melhor uso do solo urbano, condizente com as condições geológicas dos terrenos e com a evolução natural dos processos geológicos”. KREBS et al. (1994) cartografaram 6 unidades de uso e ocupação do solo em Estância Velha - RS, produzindo então as seguintes cartas: áreas impróprias à ocupação urbana, áreas com sérias restrições à ocupação urbana, áreas com restrições moderadas a ocupação urbana, áreas adequadas à ocupação urbana, áreas preferenciais para uso agrícola e áreas prioritárias para o desenvolvimento de atividades mineiras. PRANDINI et al. (1994) destacam a dimensão dos desafios ambientais na cidade e os novos paradigmas, onde segundo eles, os técnicos em geociências têm responsabilidade privilegiada na viabilização dos centros urbanos, na medida em que a cartografia geotécnica exemplifica a evolução metodológica destes profissionais, que além dos aspectos físicos devem possuir conhecimentos detalhados sobre as solicitações impostas ao meio pela cidade, sua interação e suas dinâmicas, numa visão acima de tudo, oolística. PELOGGIA (1994) aborda o problema da quantificação dos riscos geológicos urbanos, destacando a necessidade de se levar em conta as relações entre os homens, que em última análise, determinam as relações destes com a natureza, tornando desta forma inviáveis as soluções estritamente técnicas que desconsiderem esta interação. SARAIVA & RODRIGUES (1994), também num raciocínio ambientalista, destacam em seu trabalho realizado no município de Socorro S.P., a necessidade do planejamento urbano e regional, para que locais com más condições de substrato sejam evitados e também para que fontes naturais sejam preservadas, impedindo-se assim a degradação do meio físico.
  • 45. 25 2.3.2 Planejamento urbano a partir do mapeamento geotécnico em áreas metropolitanas As diversas regiões metropolitanas do Brasil só agora vem sendo alvo de trabalhos que consideram o meio físico para um direcionamento de sua expansão. A quase totalidade das prefeituras até recentemente não possuia pessoal capacitado para este tipo de planejamento e salvo raras exceções, o crescimento dava-se e ainda se dá aleatoriamente, ou na medida que os interesses econômicos imediatos determinam. Atualmente, muitas regiões já contam com profissionais habilitados para o exercício deste planejamento, principalmente nas regiões metropolitanas de Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, entre outras. Listaremos aqui os trabalhos mais recentes relacionados a este tema, abrangendo diversas regiões metropolitanas, começando pelo trabalho de FERNANDES et al. (1987) que elaboraram a carta Geotécnica da Região Metropolitana de São Paulo, na escala regional, 1:50.000, oferecendo as diretrizes para o planejamento de expansão urbana. As áreas de expansão urbana foram mapeadas em escala 1:10.000. OLIVEIRA et al. (1994) frisam a importância da interdisciplinaridade dos estudos geotécnicos, lamentando o fracasso dos planos Metropolitanos de Gestão Territorial, que não são seguidos pelos municípios. Como exemplo, o autor relata o caso da periferia da Zona Sul de São Paulo, que apesar de constituir uma área de proteção de mananciais é palco de inúmeros loteamentos clandestinos e irregulares, favelas, chácaras e portos de areia, provocando um sem número de danos ao meio físico. O autor questiona o papel das geociências sobre estes casos, fazendo uma dura, mas realista afirmação: “Está se tornando patente que o conhecimento trazido da geologia e expresso nas cartas geotécnicas é estéril, pois não alcança nem seus objetivos, nem os direitos mínimos dessa população, que é o de viver sob condições ambientais seguras”.
  • 46. 26 Como resposta a este desafio o autor relata a concepção do homem como agente geológico, transformador do meio e da natureza recriada, onde os limites do natural e do artificial não existem, mas fundem-se em uma nova abordagem, denominada tecnogênica. Deve-se, portanto, conhecer e representar como o homem vive e ocupa o espaço urbano, para então determinar o objetivo da cartografia geotécnica urbana ou de uma cartografia antropogeotécnica, conclui. Ainda na área metropolitana de São Paulo foi elaborada por ÁVILA et al. (1985) uma carta geotécnica do município de Itapeví na escala 1:10.000. Também RODRIGUEZ & TAKIYA (1994), apresentaram trabalho sobre a Folha Santana do Parnaíba utilizando uma metodologia proposta por eles, onde através de dados referentes às drenagens, aos lineamentos morfoestruturais e altimetria, estimam a potencialidade de ocorrência de áreas susceptíveis a determinadas condições de dinâmica geológica. ORLANDINI & GIUGNO (1994) realizaram o diagnóstico dos principais problemas da região metropolitana de Porto Alegre e constataram que a maioria dos problemas ambientais encontram-se relacionados a ação antrópica. CARVALHO (1994) ao realizar um mapeamento geotécnico em escala 1:25.000 de Belo Horizonte, afirma baseado em trabalhos de WOLOSHIN (1970), que os “planejadores urbanos têm estados traumatizados com a constatação de que tudo se relaciona com tudo”. Neste mapeamento o autor obteve, utilizando os conceitos de MATULA (1974) três cartas básicas: Mapa Geológico Básico; Mapa de Risco Geológico e Mapa de Zoneamento Hidrogeológico. Além disso, propõe a transferência direta das informações contidas nesses mapas para a proposta de zoneamento do Plano Diretor e Lei de Uso e Ocupação do Solo para a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para a Região Metropolitana de Curitiba, THEODOROVICZ et al. (1994) citam o Programa GATE (Gestão e Administração Territorial), que vem gerando uma série de produtos cartográficos e textuais, elaborados dentro de uma nova concepção metodológica, que sistematiza a fotoanálise lógica dos sistemas de
  • 47. 27 drenagem e de relevo, a pesquisa bibliográfica e envolve ainda estudos interdisciplinares. A área metropolitana de Recife foi estudada por GUSMÃO et al. (1994) que com a finalidade de subsidiar o planejamento urbano e ambiental da cidade, realizaram análise de risco das encostas ocupadas, catalogando-as em áreas de: risco muito baixo a baixo, risco mediano e risco alto a muito alto. MEDEIROS (1996) compartimentou o mesmo município com base em fatores geoambientais, dando maior ênfase a região costeira. A cidade do Rio de Janeiro também é alvo de muitos trabalhos geotécnicos, principalmente os voltados aos riscos em encostas. AMARAL & BARROS (1994) alegaram que a solução dos problemas urbanos daquela cidade se torna uma utopia, mas apresentaram soluções realistas para a redução dos riscos, além de propor restrições para evitar o aparecimento de novas áreas problemáticas. Os problemas decorrentes da mineração na região são abordados por MECHI & PINHEIRO (1996) em que se destacam o conflito resultante de muitos anos de ação predatória por parte das empresas mineradoras, principalmente em relação a bens das classes II (construção civil) e VI (pedras ornamentais). Os problemas urbanos da cidade de Manaus são abordados por CARVALHO (1996), tendo em vista aspectos particulares da região e tentando promover a participação comunitária na solução destes problemas.
  • 48. 28 3 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA MAPEADA 3.1 Localização O município de Campinas ocupa uma área de 790 Km2, entre as longitudes 47o15’W e 46o45’W e latitude 22o43’S e 23o05’S. Limita-se com os municípios de Jaguariúna, ao norte, Pedreira, a nordeste, Itatiba, a leste, Valinhos e Monte Mor, a sudeste, Jundiaí e Indaiatuba, ao sul, Sumaré, a oeste e Paulínia a noroeste, sendo sede de uma das onze regiões administrativas do estado de São Paulo. A área estudada situa-se na porção noroeste deste município, incluindo ainda a parte sudeste do município de Sumaré e nordeste de Hortolândia, entre os paralelos 22°50’S e 22°55’S e meridianos 47°03’45W” e 47°11’15W”, compreendendo as folhas topográficas Campinas I (75/98), Campinas III (76/98), Jardim Santa Isabel (76/97) e Nova Aparecida (75/97), escala 1:10.000 elaboradas pela Coordenadoria de Ação Regional, divisão de Geografia do Plano Cartográfico do Estado de São Paulo (1979), num total de 118,167 Km2 (FIGURA 3.1). As principais formas de acesso ao local são as rodovias Anhangüera (SP 330) e Bandeirantes (SP 348), Via D. Pedro I (SP 65), que faz ligação da SP 330 com a via Dutra e o norte do País e a rodovia SP 79 que liga a SP 330 a Rodovia Castelo Branco e ao sul do País (FIGURA 3.2).
  • 49. 29 * Campinas GRANDE CAMPO CORREGO HORTO- TERRA BAIRRO CAMPINAS CAMPINAS CAMPINAS CAMPINAS V VI APARECIDA SANTA JARDIM NOVA III VII CAMPINAS IV CAMPINAS CAMPINAS VENEZA NOVA GERALDO BARÃ O MARACANÃ JARDIM XANGRI-LA PARQUE LÂ NDIA II ISABELPRETA I 74 75 76 77 96 97 98 99 FIGURA 3.1 - Localização da área e articulação das Folhas Topográficas 1:10.000 Campinas
  • 50. 30 FIGURA 3.2 - Principais vias de acesso ao município de Campinas. 3.2 Aspectos Climáticos O clima do município de Campinas é classificado como Subtropical de Altitude, com verão quente e úmido, e inverno seco e frio, apresentando temperatura média anual de 20,6oC. Segundo OLIVEIRA et al. (1979), são observadas temperaturas médias inferiores a 18oC no período de inverno e superiores a 22oC durante o verão. Também segundo este autor os regimes hídricos e térmicos do solo são respectivamente údico e o hipertérmico. A precipitação varia bastante durante o ano, como demonstram os dados do DAEE (1991) na TABELA 3.1; o período entre outubro a março é o mais chuvoso.
  • 51. 31 TABELA 3.1 - Total mensal de chuvas (mm) na estação D4-011 - Fazenda Sete Quedas Campinas (DAEE-CTH) 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 Janeiro 273.4 204.3 135.2 150.9 288.0 206.6 309.1 276.4 394.5 Fevereiro 221.5 53.9 131.8 246.1 181.5 226.6 146.7 140.7 189.9 Março 227.0 108.6 204.7 214.8 131.6 197.8 61.3 210.1 306.3 Abril 175.1 80.6 57.7 55.6 35.6 121.8 71.2 71.3 --- Maio 270.0 127.1 87.9 94.1 239.3 206.2 24.2 61.8 38.5 Junho 189.0 0.0 38.6 0.0 126.1 46.1 36.7 24.0 43.3 Julho 360.1 4.1 4.9 76.1 9.5 0.0 121.7 138.0 31.1 Agosto 1.3 126.3 10.0 229.4 7.2 0.0 25.7 43.3 0.0 Setembro 258.1 137.4 127.6 33.5 87.1 4.2 36.6 61.3 67.4 Outubro 139.8 26.6 38.1 64.2 81.7 173.7 45.0 58.4 88.1 Novembro 119.1 --- 82.1 119.9 118.6 91.2 211.3 102.2 87.8 Dezembro 287.0 246.6 166.3 346.4 210.8 100.5 189.8 101.6 295.3 Total Anual 2197.4 --- 1084.9 1631.0 1517.0 1374.7 1279.3 1289.1 --- 3.3 Histórico, Economia e População As primeiras ocupações do município de Campinas originaram-se com a descoberta das minas no Estado de Goiás, no século XVIII, que exigiram a abertura de caminhos e edificações de descanso para os bandeirantes paulistas. O primeiro povoado recebeu o nome de “Campinas do Mato Grosso de Jundiaí”, fundado em 1774 e desmembrado do município de Jundiaí em 1842. A partir do século XIX, o Município tornou-se um grande produtor de cana de açúcar, posteriormente substituída pelo café, atividade esta que já no ano 1870 lhe conferia o título de “Município mais rico da Província Paulista”. Entre 1889 a 1893, Campinas enfrentou seu período de maior retração econômica devido a epidemia de febre amarela que expulsou da cidade três quartos de seus moradores, fato que ocasionou uma reurbanização do município, favorecendo o surgimento de um centro comercial de referência regional. No século XX, o café foi substituído pelo algodão devido a queda da bolsa de Nova Iorque e a Revolução Constitucionalista. A industrialização começou com a construção da ferrovia Campinas- Jundiaí, tendo eclodido definitivamente nas décadas de 1960 a 1980, quando o Município passou de centro regional de médio porte à condição de grande cidade.
  • 52. 32 Segundo o último censo do IBGE (1991) o município contava com 846.436 habitantes, ultrapassando a cifra dos 1.000.000 de habitantes para a sua área metropolitana. A região administrativa de Campinas, composta por 82 municípios ultrapassa a marca dos 4.382.452 habitantes. ALMEIDA, et al. (1994) registraram em seu trabalho que o entorno metropolitano de Campinas apresentou um crescimento populacional de 2,9% ao ano no período compreendido entre 1980 a 1991 (o maior do Estado). Este crescimento foi acompanhado de diversos problemas geológicos - geotécnicos, tais como movimentos de massa, erosões lineares intensas, inundações e alagamentos, expansão/contração dos solos, entre outros. O quadro abaixo faz uma relação entre a área urbana e população ao longo dos últimos 42 anos. TABELA 3.2 - Relação Área X População (Deplan - Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação - 1992). Ano Área Urbana (m2 ) População urbana (Hab.) m2 / Habitante 1940 12.320.000 62.355 197.5 1953 34.852.000 121.013 288.0 1962 73.290.600 210.049 348.9 1968 110.129.000 298.606 368.8 1978 152.392.000 528.228 288.4 1980 172.876.400 591.590 292.2 1989 197.341.000 890.023 221.7 Desta forma, Campinas tornou-se centro de um irreversível processo de conurbação regional, unindo em uma imensa massa urbana os municípios de Campinas, Hortolândia, Sumaré, Nova Odessa, Americana e Santa Bárbara do Oeste, conforme pode ser observado na imagem do Satélite Landsat (FIGURA 3.3).
  • 53. 33 FIGURA 3.3 - Imagem do Satélite LANDSAT mostrando a região metropolitana de Campinas em tons avermelhados, (CORREIO POPULAR3, 1996). A porção mapeada portanto apresenta um elevado índice de urbanização (mais de 35% do total), englobando bairros pertencentes aos municípios de Campinas, Sumaré e Hortolândia, perfazendo um total de 42 Km2 de área urbana, conforme demonstram as partes hachuradas da FIGURA 3.4. FIGURA 3.4 - Região urbana (1994) da área mapeada por fotointerpretação (linhas vermelhas correspondem as auto estradas principais e partes hachuradas correspondem a região urbana). 3 CORREIO POPULAR - Revista Rumo ao Século 21, edição comemorativa pelos 222 anos de Campinas, Julho de 1996. Campinas Sumaré Nova Odessa Hortolândia
  • 54. 34 3.4 Aspectos Geológicos Segundo o Instituto Geológico do Estado de São Paulo, a região estudada é dividida em três ambientes geológicos bastante distintos. A porção leste é constituida por rochas pré Cambrianas de médio a alto graus metamórficos, intrudidas por granitos. A oeste afloram rochas sedimentares do Subgrupo Itararé e rochas básicas do mesmo evento magmático gerador da Formação Serra Geral, intrudidos nos sedimentos (FIGURA 3.5). Subordinadamente ocorrem manchas de Sedimentos Quaternários sobre todas as litologias anteriores. FIGURA 3.5 - Mapa Geológico reduzido e simplificado do Município de Campinas.(IG, 1993), escala original 1:50.000. Área em estudo N
  • 55. 35 3.4.1 Descrição das Unidades: 3.4.1.1 Granitos e Gnaisses O embasamento cristalino pré-Cambriano do município de Campinas encontra-se inserido, segundo HASUI & OLIVEIRA (1984) na Província Mantiqueira, Setor Central, constituindo o Complexo Amparo, composto por rochas granulítico-migmatítico-gnaíssicas, datadas como Proterozóico Inferior. Essas rochas sofreram intrusões de granitóides durante o Proterozóico Superior, merecendo destaque as suítes Morungaba e Jaguariúna (IG, 1993). As regiões onde a migmatização e a granitogênese foram muito intensas têm sido separadas como Grupo Pinhal. Segundo IG (1993), a área pertence, de acordo com concepções mais recentes, ao Complexo Itapira de origem metassedimentar que no município de Campinas ocupa três domínios estruturais distintos: O domínio Ocidental, o Intermediário e o Domínio Oriental, separados entre si pela Zona de Cisalhamento de Campinas e pela Zona de Cisalhamento de Valinhos. Cada domínio apresenta uma suíte litológica característica, podendo este Complexo ser dividido no local em seis unidades: gnaisses bandados, gnaisses xistosos, granada biotita gnaisses, gnaisses indiferenciados, gnaisses graníticos e gnaisses facoidais, conforme listado na TABELA 3.3:
  • 56. 36 TABELA 3.3 - Descrição das principais unidades pré cambrianas do município de Campinas (IG, 1993) Símbolo Unidade Descrição Composição Mineralógica (PMiGb) Gnaisses Bandados Grande intercalação métrica a centimétrica de grande variedade de rochas granitóides Gnáissica Tonalítica, diorítica ou anfibolítica (PMiGx) Gnaisses Xistosos Gnaisses peraluminosos ou muscovita-granada-sillimanita- biotita gnaisses finos a médios Muscovita, granada, silimanita, biotita, quartzo, feldspatos, máficos (PMiGg) Granada- Biotita Gnaisses Granulação predominantemente fina a média, leucocrático a mesocrático, bandados a laminados Gnáissica, com biotita, e outros máficos (PMil) Gnaisses Indiferen- ciados Diversas unidades do Complexo Itapira, indiferenciadas em mapa devido ao relevo arrasado. Diversas composições (PMiδg) Granitos Gnáissicos Indiferen- ciados Intensamente foliado e com minerais deformados Granítica + granada, turmalina, muscovita e raramente silimanita (PMiF) Gnaisse Granitóide Facoidal Blastomilonítico, leucocrático, matriz média a fina inequigranular Granítica + hornblenda, biotita, eventualmente pirita. ( ) Suítes Graníticas Diversas Compreende Granitos Jaguariúna, Morungaba, entre outras Granítica (EOm) Rochas miloníticas Ocorrem dentro das Zonas de cisalhamento Campinas e Valinhos Quartzo-feldspática, biotita e titanita 3.4.1.2 Subgrupo Itararé A segunda grande unidade geológica presente na área pertence ao Subgrupo Itararé de idade Permo-Carbonífera, que no estado de São Paulo, segundo uma revisão elaborada por FÚLFARO & BJORNBERG (1993) tem como litologia predominante arenitos mal selecionados, freqüentemente arcosianos. Os diamictitos (termo atualmente empregado no lugar dos tilitos, por possuir conotação genética glacial) são a principal característica desta formação. Segundo os autores, embora a maioria das rochas apresentem indícios de estrias causadas pelas geleiras, nem todos os sedimentos podem ter sua gênese atribuída a ação do
  • 57. 37 gelo. Os autores associam o Subgrupo Itararé à formação de solos predominantemente arenosos. FERNANDES et al. (1992) divide o Subgrupo Itararé na região de Campinas em três unidades principais: * Diamictitos e lamitos - Correspondem a uma associação faciológica onde ocorrem diamictitos maciços, em geral na base de diamictitos estratificados, associando-se aos ritmitos. Os diamictitos maciços ou lamitos com seixos e calhaus de diversos materiais, constituem unidades métricas tabulares, com matriz. Os diamictitos estratificados ocorrem em camadas de espessura decimétrica a métrica. Podem apresentar laminação cruzada migrante e cavalgante, granodecrescência ascendente e laminação plano paralela. * Ritmitos - Correspondem a duas fácies de turbiditos (mais proximais e mais distais). No conjunto cada camada apresenta espessura centimética a decimétrica, com granulometria fina a muito fina, laminação plano paralela com marcas onduladas ou cruzadas migrantes e cavalgantes. * Arenitos - Os arenitos foram divididos em três fácies: Arenitos com conglomerados - que em geral ocupam a base de estruturas de corte e preenchimento de dimensões métricas. São polimíticos e suportados por matriz arenosa, média a grossa arcosiana. Arenitos médios ou grossos com estratificação cruzada acanalada - são mal selecionados, arcosianos ou feldspáticos, apresentam estratificação cruzada acanalada abundante, podendo ocorrer também camadas de espessura métrica de arenito maciço. Arenitos médios ou finos com estratificação cruzada tabular - As estratificações são de médio a grande porte, ou plano paralelas, mal a medianamente selecionados, feldspáticos, com ocasionais camadas de granulação grossa.
  • 58. 38 ZUQUETTE (1987) em trabalho de mapeamento geotécnico, escala 1:50.000 dividiu a formação Itararé em 5 faixas de acordo com sua composição petrográfica, conforme pode ser visto na FIGURA 3.6. MAPA DO SUBSTRATO ROCHOSO (ZUQUETTE, 1987) LEGENDA FIGURA 3.6 - Mapa do Substrato Rochoso Escala 1:50.000 (ZUQUETTE, 1987) - Detalhe da área em estudo (Faixa 1 - Siltosa, 3 e 4 não ocorrem na região mapeada) Faixa 1 Faixa 5 Faixa 5 Faixa 1 Faixa 2
  • 59. 39 3.4.1.3 Rochas Básicas: As rochas da Formação Serra Geral compreendem um conjunto de derrames de basaltos toleíticos com intercalações de arenitos semelhantes à Formação Botucatu com idades Jurássico-Cretáceo, também estando a eles associados corpos intrusivos de mesma composição, constituindo sobretudo diques e sills. Afloram no Estado de São Paulo na parte superior das escarpas das cuestas basálticas e de morros testemunhos delas isolados pela erosão (IPT 1981). Segundo IG (1993) estas rochas ocorrem na porção noroeste do município de Campinas (centro e norte da área mapeada, FIGURAS 3.5 e 3.6). Petrograficamente, apresentam composição mineralógica muito simples, essencialmente constituídos por labradorita zonada associada a clinopiroxênios. Também é observado em menor quantidade titanita, apatita, quartzo, material vítreo, além de outros minerais secundários. Apesar das poucas datações realizadas estima-se idades entre 147 a 119 m.a para os derrames. NARDY et al. (1993) afirmam que as rochas básicas foram geradas a partir de fusão de porções mantélicas distintas. 3.4.1.4 Sedimentos Terciários - Quaternários A ocorrência de sedimentos Terciários - Quaternários, segundo IG (1993) resume-se a pontos isolados do Município, normalmente como porções aluvionares. São descritos também um lamito rico em grânulos de quartzo e ocasionais seixos de quartzo com cores de alteração arroxeada e um sedimento composto predominantemente por arenitos grossos a médios mal selecionados aos quais também se atribuem idades recentes.
  • 60. 40 3.4.2 Geologia Estrutural A região estudada se insere em sua quase totalidade dentro dos sedimentos da Bacia do Paraná. As rochas do Subgrupo Itararé apresentam-se, em alguns locais, segundo IG (1993), intensamente deformadas, por vezes formando brechas e sendo cortadas por falhas que se distribuem aparentemente conforme padrões tectônicos definidos. O embasamento, segundo este Instituto, apresenta foliação gnáissica principal, cujos dados geocronológicos sugerem idades próximas ao final do Proterozóico Médio, com atitudes NE e NNE. A foliação milonítica aparece em duas zonas de cisalhamento dúctil principais: Zona de Cisalhamento de Campinas (ZCC) e Zona de Cisalhamento de Valinhos (ZCV), além de algumas zonas menos expressivas, que aparecem em escala de afloramento. Os mergulhos das foliações em ambas as zonas é para NE, com ângulos entre 20° e 50°. A Suíte Granítica Jaguariúna apresenta-se sempre foliada, muitas vezes com a textura ígnea preservada. O Maciço Morungaba é isotrópico, mas torna-se brechado próximo à Zona de Cisalhamento de Valinhos (IG , op. cit.). 3.5 Aspectos Geomorfológicos As características geomorfológicas são muito importantes na avaliação dos atributos pertinentes ao meio físico visto que a geomorfologia é a fronteira entre a geografia e a geologia, fornecendo, desta forma, importantes elementos para um correto e racional planejamento do uso dos terrenos. PONÇANO et al. (1981), no Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo, escala 1.1.000.000 dividiram o Município de Campinas em duas grandes unidades: O Planalto de Jundiaí, onde ocorrem os sistemas Morros com Serras Restritas, Serras Alongadas, Morrotes alongados Paralelos, e a Zona do Médio Tietê apresentando Colinas Amplas, Colinas Médias, Morrotes Alongados e
  • 61. 41 Espigões e Planícies Aluviais. A região mapeada se encontra, segundo este autor, na Zona do Médio Tietê, com formas de relevos suaves e aplainadas. Segundo MAYER (1982), as densidades de drenagem para a região de Campinas dividem-se em apenas três classes que vão de 0,51 a 2,00, sendo o valor da mediana calculado em 1,27. As amplitudes altimétricas para a região foram calculadas de 0,1 a 800 metros e são sumariados pelo autor na TABELA 3.4. TABELA 3.4 - Freqüência dos valores de movimentação topográfica na região de Campinas, no Estado de São Paulo (MAYER ,1982) Classes (m) Freqüência Porcentagem 001 - 100 470 47,0 101 - 200 335 33,5 201 - 300 112 11,2 301 - 400 45 4,5 401 - 500 26 2,6 501 - 600 8 0,8 601 - 700 2 0,2 701 - 800 1 0,1 Segundo o INSTITUTO GEOLÓGICO DO ESTADO DE SÃO PAULO (1993), em seu mapeamento do Município na escala 1:50.000, foram reconhecidas 13 unidades de relevo (FIGURA 3.7), onde destacam-se 3 superfícies principais: * Superfície Itaguá, situada em cotas que variam entre 900 a 950 metros, predominatemente formada por morrotes. * Relevos de maiores amplitudes, em cotas intermediárias entre 750 e 900 metros, com formas amorreadas em geral. * Pediplanos Pd1, em cotas entre 610 a 750 metros, onde se encontra o nível de base formado pelo Rio Capivari, apresentando as melhores condições para a ocupação antrópica.
  • 62. 42 LEGENDA FIGURA 3.7 - Esboço do Mapa Geomorfológico do Município de Campinas (INSTITUTO GEOLÓGICO, 1993) Como se observa na figura 3.7, cinco formas de relevo ocorrem na área: * Colinas Alongadas: Ocorrem na porção noroeste da área e apresentam formas alongadas e subniveladas, com topos amplos e convexos. O perfil de vertente é contínuo convexo ou retilíneo com vales acumulativos abertos e bem marcados. Área Estudada Colinas Pequenas e Morrotes - CpMT Colinas Médias e Amplas - Cma Colinas Alongadas - Cal Colinas Médias - Cm. Morrotes Paralelos - Mtp Colinas Pequenas - Cp Planícies Fluviais - Pf Morrotes e Colinas de Cimeira - MTCc Morros e Morrotes - MMT Escarpas degradadas por Vales Subparalelos - Ev Colinas e Morrotes Alveolares CMTav Colinas e Morrotes - CMT Colinas Amplas - Ca
  • 63. 43 * Colinas Pequenas: Ocorrem na parte sudoeste da área com formas dissecadas e subniveladas, com topos estreitos convexos e perfil de vertente contínuo, convexo e retilíneo. Os vales são acumulativos, abertos e bem marcados. * Colinas Médias Amplas: Ocorrem na porção leste da área e possuem formas alongadas e subniveladas, com topos amplos e convexos. O perfil de vertente é contínuo e retilíneo, observando-se rupturas de declive negativa no sopé das planícies aluviais. Os vales são acumulativos, abertos e bem marcados. * Colinas Pequenas e Morrotes: Ocorrem na porção sudeste da área mapeada em formas subniveladas, topos estreitos e convexos. O perfil da vertente é contínuo e convexo, com vales erosivos acumulativos e acumulativos estreitos e bem marcados. * Planícies Fluviais: Cortam toda a área, principalmente no sentido norte sul. A TABELA 3.5 lista as demais características dos tipos de relevo que ocorrem na área. TABELA 3.5 - Características das formas de relevo que ocorrem na área estudada (IG, 1993). Tipo de Relevo Amplitude (m) Declividade (%) Comprimento de rampa (m) Altitude (m) Constituição rochosa Colinas Alongadas 27 a 75 2,0 a 9,0 500 a 1000 641 a 704 Arenitos e subordinadamente ritmitos e gnaisses. Colinas Pequenas 30 a 75 6,0 a 16.5 300 a 1100 619 a 709 Arenitos e ritmitos Colinas Médias e Amplas 20 a 90 3,0 a 12,0 300 a 1900 41 a 750 Granitos e gnaisses bandados, subordinados a intrusivas básicas e ritmitos Colinas Pequenas e Morrotes 30 a 80 7,5 a 17,5 500 a 1050 648 a 790 Gnaisses bandados graníticos e milonitizados a anfibólio biotita gnaisses
  • 64. 44 3.6 Aspectos Hidrológicos 3.6.1 Águas Superficiais Segundo ZUQUETTE (1987) a região compreende partes de sub-bacias do Rio Tietê como as dos rios Atibaia, Piracicaba e Capivari, sendo que quase todos os cursos de água fluem no sentido Planalto Atlântico para a Depressão Periférica. Para a área estudada os cursos d’água são pouco representativos, destacando-se o Rio do Piçarrão, pertencente a Sub-Bacia do Capivari, Ribeirão Quilombo e Córregos da Lagoa e Boa Vista, pertencentes a Sub-Bacia do Rio Atibaia. As densidades de drenagem são bastante reduzidas, exceto na porção sul, na área de influência do Rio do Piçarrão, sobre os sedimentos siltosos do Subgrupo Itararé (FIGURA 3.8). LEGENDA Cursos d’água Principais 1 - Ribeirão das Pedras 5 - Rio do Piçarrão 2 - Córrego da Lagoa6 - Córrego do Tijuco Preto 3 - Ribeirão do Quilombo 7 - Ribeirão Jacuba 4 - Córrego Boa Vista FIGURA 3.8 - Sistema de drenagens da área estudada (notar a maior concentração de canais na parte sudoeste) Drenagens e cursos d’água - Lagos e lagoas
  • 65. 45 3.6.2 Águas Subterrâneas O Instituto Geológico do Estado de São Paulo coletou inúmeros dados sobre as condições hidrogeológicas do local, destacando a presença de três aqüíferos subterrâneos principais: Sistema Aqüífero Diabásio: É constituído pelas rochas intrusivas básicas, ocupando uma área de aproximadamente 150 km2 na porção noroeste do município de Campinas. O aqüífero é formado principalmente pelas fraturas cujas direções principais encontram-se preferencialmente a N30W e N48E, com mergulhos subverticais. Esta característica confere ao mesmo um comportamento extremamente heterogêneo, descontínuo, anisotrópico e fissurado. Sistema Aqüífero Tubarão Formado principalmente por ritmitos, lamitos, diamictitos e arenitos, mostrando um sentido de fluxo de água subterrânea para as drenagens principais como os rios Piçarrão, Capivari e Capivari Mirim, em circulação rápida de água. As curvas potenciométricas do aqüífero sedimentar tendem a acompanhar a topografia do terreno e são abruptamente interrompidas no contato com as rochas básicas. As descontinuidades laterais e verticais das camadas arenosas, interdigitadas com camadas lamíticas dificultam a recarga de um modo geral, principalmente a recarga mais profunda. Sistema Aqüífero Cristalino Formado principalmente pelas Zonas de Cisalhamento com fraturas transcorrentes, também ocorrendo no manto de alteração cuja espessura varia entre 10 a 40 metros, podendo chegar até a 70 metros, com comportamento de aqüífero livre.
  • 66. 46 Também pode ocorrer água subterrânea nas descontinuidades rúpteis das rochas existentes, possuindo caráter de aqüífero eventual. A TABELA 3.6 apresenta as características principais dos três aqüíferos, relatadas pelo Instituto Geológico: TABELA 3.6 - Características Físicas dos aqüíferos da região estudada (IG, 1993). Diabásio Tubarão Cristalino Transmissividade (m2 /dia) 0,25 a 28 1,0 a 40,0 1,0 a 100,0 Capacidade Específica (m3 /h/m) 0,0016 a 3,9 0,002 a 7.5 0,002 a 7,0 Vulnerabilidade Natural Sem dados Média Sem dados As águas subterrâneas geralmente apresentam boa qualidade, podendo ser utilizadas sem restrições para qualquer finalidade, possuindo o município até 1993, 672 poços cadastrados, correspondendo a 8,9 % de toda água consumida, tendo a zona rural uma maior participação neste consumo. ZUQUETTE (1987) elaborou a CARTA DAS CONDIÇÕES HIDROGEOLÓGICAS em que identifica, para a área estudada 4 unidades hidrogeológicas assim divididas: * UNIDADE 03 - Compreende toda porção centro nordeste da área, onde predominam diabásios, com espessuras podendo chegar a 250 metros. * UNIDADE 04 - Ocorre na porção sul sendo compostas por siltitos e argilitos da Formação Itararé. Apresentam espessuras consideráveis (até 100 metros). * UNIDADE 09 - Nesta unidade, que é representada na porção noroeste da área mapeada, o pacote sedimentar, com até 100 metros de espessura, recobre o corpo de diabásio. * UNIDADE 14 - Sedimentos com espessuras entre 10 e 60 metros aparecem intercalados ou isolados recobrindo o embasamento cristalino.
  • 67. 47 3.7 Aspectos Pedológicos: 3.7.1 Introdução: Segundo OLIVEIRA (1978), “os levantamentos pedológicos constituem documentos básicos por excelência, fornecendo informações indispensáveis para a elaboração de estudos interpretativos”. Especialmente para o caso do Mapeamento Geotécnico esses documentos fornecem subsídios importantes na determinação de riscos geológicos, principalmente o potencial à erosão, já que em muitos casos, cada tipo de solo apresenta um comportamento geotécnico diferente. Diversos trabalhos abordam interpretações geopedológicas, citando-se entre outros SALOMÃO (1985) e LORANDI (1990). Estes trabalhos correlacionam diretamente a unidade pedológica ao comportamento geotécnico (FIGURA 3.9). Em muitos casos o comportamento coincide exatamente com o comportamento geotécnico, em outros, como no caso da figura, duas ou mais unidades pedológicas são agrupadas perfazendo uma única unidade geopedológica. Estes estudos comprovam a importância de estudos pedológicos detalhados e sua aplicação como subsídio na elaboração de cartas temáticas.
  • 68. 48 Mapa Pedológico Mapa Geopedológico Legenda FIGURA 3.9 - Comparação entre mapas Pedológicos e geopedológicos (LORANDI (1990), modificada)
  • 69. 49 3.7.2 Trabalhos realizados Atualmente, grande parte do Estado de São Paulo encontra-se mapeada pedologicamente pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em escala 1:100.000, inclusive a região estudada (FIGURAS 3.10 e 3.11). O mapa da FIGURA 3.10 faz parte de um projeto da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para a caracterização do meio físico do Município, onde através de imagens de satélite foram geradas uma série cartas interpretativas, disponíveis via Rede Mundial Internet para qualquer usuário. FIGURA 3.10 - Quadro geral das unidades pedológicas do município de Campinas EMBRAPA (1995)4 4 http://www.nma.embrapa.br/projetos/cmp_sol.html
  • 70. 50 FIGURA 3.11 - Mapa pedológico de Campinas elaborado pelo IAC na escala 1:100.000 - OLIVEIRA et al. (1979) - Detalhe da área em estudo A TABELA 3.7 apresenta um resumo de cada unidade pedológica caracterizada no município de Campinas, conforme as figuras anteriores. N
  • 71. 51 TABELA 3.7 - Descrição dos tipos de solo do município de Campinas (apud EMBRAPA5 ). LRe Latossolo roxo eutrófico, A moderado, Unidade Ribeirão Preto (Typic Eutrorthox). LRd1 Latossolo roxo distrófico, A moderado, Unidade Barão Geraldo (Typic Haplorthox e Typic Acrorthox). LRd2 Latossolo roxo distrófico, A moderado, Unidade Barão Geraldo (Typic Haplorthox e Typic Acrorthox) + Latossolo vermelho escuro álico, A moderado, textura argilosa, Unidade Limeira (Typic Haplorthox). LRd3 Latossolo roxo distrófico, textura argilosa e muito argilosa + Latossolo vermelho escuro álico, textura argilosa, ambos A moderado relevo suave ondulado. (Podzólico vermelho- amarelo Tb textura média/argilosa + Latossolo vermelho-amarelo textura argilosa, ambos álicos + Latossolo roxo eutrófico textura argilosa e muito argilosa, todos A moderado relevo suave ondulado). LV1 Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura argilosa Unidade Mato Dentro (Typic Haplorthox e Typic Acrorthox). LV2 Latossolo vermelho amarelo álico, A proeminente, textura média, Unidade Speculas (Typic Haplorthox). LV3 Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura média, Unidade Laranja Azeda (Typic Haplorthox). LV4 Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura média, Unidade Bela Aliança (Typic Haplorthox). LV5 Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura média, Unidade Bela Aliança (Typic Haplorthox) + Latossolo vermelho escuro álico, A moderado, textura média, Unidade Hortolândia (Typic Haplorthox). LH Latossolo vermelho amarelo húmico álico, textura média ou argilosa, Unidade Camarguinho (Pachu Umbriorthox). PV1 Podzólico vermelho amarelo abrúptico, A moderado espesso, textura arenosa/média, Unidade Alva (Arenic Abruptic Paleudult). PV2 Podzólico vermelho amarelo, A moderado ou proeminente, textura arenosa/média, Unidade Usina (Typic Paleudult). PV3 Podzólico vermelho amarelo, A moderado, textura argilosa, Unidade Olaria (Typic Paleudult). PV4 Podzólico vermelho amarelo, A moderado, textura argilosa, Unidade Valinhos (Typic Paleudult). PV5 Podzólico vermelho amarelo, A moderado ou proeminente, textura arenosa/média, Unidade Usina (Typic Paleudult) + Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura média, Unidade Bela Aliança (Typic Haplorthox). PV6 Podzólico vermelho amarelo, A moderado, textura argilosa, Unidade Valinhos (Typic Paleudult) + solos litólicos, A moderado, Substrato granito-gnaisse (Orthent). LE Latossolo vermelho escuro álico, A moderado, textura argilosa, Unidade Limeira (Typic Haplorthox). TE Terra roxa estruturada eutrófica ou distrófica, A moderado, Unidade Estruturada (Rhodic Paleudalf e Rhodic Paleudult). Cb1 Cambissolo, A moderado, distrófico, textura média, Unidade Palha (Typic Dystrochrept). Cb2 Cambissolo, A moderado, distrófico, textura média, Unidade Palha (Typic Dystrochrept) + Solos Litólicos. AQP1 Solos areno quartzosos podzólicos profundos, distróficos Unidade Panorama (Typic Quartzipsamment) + Latossolo vermelho amarelo álico, A moderado, textura média, Unidade Bela Aliança (Typic Haplorthox). 5 http://www.nma.embrapa.br/projetos/cmp_sol.html
  • 72. 52 TABELA 3.7 - Continuação AQP2 Solos areno quartzosos podzólicos profundos, distróficos unidade Panorama (Typic Quartzipsamment) + Podzólico vermelho amarelo, A moderado ou proeminente, textura arenosa/média, Unidade Usina (Typic Paleudult). Hi Complexo indiscriminado de solos hidromórficos. Gley pouco húmico e gley húmico. PVe1 Podzólico vermelho amarelo + Podzólico vermelho escuro, ambos eutróficos, Tb A moderado, textura média/argilosa e argilosa/muito argilosa, relevo forte ondulado e montanhoso (Brunizém avermelhado + Solos Litólicos eutróficos, A moderado, ambos textura argilosa, relevo forte ondulado + afloramentos de rocha). PVa1 Podzólico vermelho amarelo álico Tb A moderado, textura argilosa/muito argilosa e média cascalhenta/argilosa cascalhenta fase rochosa relevo forte ondulado e montanhoso (Latossolo vermelho amarelo textura argilosa relevo forte ondulado + Solos Litólicos textura média relevo forte ondulado e montanhoso, ambos álicos, A moderado). PVa2 Podzólico vermelho amarelo álico Tb A moderado, textura média/ argilosa relevo forte ondulado e suave ondulado (Latossolo vermelho amarelo + Latossolo Vermelho escuro, ambos álicos, A moderado, textura argilosa relevo suave ondulado). PVa3 Podzólico vermelho amarelo álico Tb A moderado, textura arenosa/ média e média/ argilosa relevo ondulado e forte ondulado ( Podzólico vermelho escuro Tb textura média/ argilosa relevo ondulado + Latossolo vermelho amarelo textura média, relevo suave ondulado + Latossolo vermelho escuro, textura média, relevo suave ondulado + Solos Litólicos, textura média, relevo forte ondulado, todos álicos, A moderado). PVa4 Podzólico vermelho amarelo Tb, textura arenosa/ média + Latossolo vermelho amarelo, textura média, ambos álicos, A moderado, relevo suave ondulado (Latossolo vermelho escuro álico, A moderado, textura média, relevo suave ondulado). Como mostra a FIGURA 3.11, ocorrem na porção estudada dez tipos pedológicos, cuja descrição detalhada (OLIVEIRA et al. ,1979) é a apresentada a seguir: 3.7.3 Descrição das unidades LV - 4 - Latossolo Vermelho Amarelo - Álico, A moderado, textura média. Unidade Bela Aliança. Solos de textura fino-areno-barrenta à barrenta ao longo do perfil, não tendo sido observada a presença de horizonte C ao longo dos estudos. O relevo onde aparece esta unidade é suave ondulado com declives que variam de 4 a 8%. A altitude varia de 590 a 650 m. O material de origem resulta da pedogênese de materiais de retrabalhamento de sedimentos fino-arenosos do Grupo Tubarão, e a vegetação original era o cerradão e o cerrado. LRe - Latossolo Roxo, Eutrófico - A moderado. Unidade Ribeirão Preto Argilosos, espessos, friáveis e porosos. Possui elevado teor de ferro, com horizonte A apresentando espessuras inferiores a 30 cm. Este tipo de solo ocorre em relevos suaves ondulados, constituído por colinas de tipo ligeiramente abaulados e declives inferiores a 5%. A altitude varia de 560 a 750m e o material de origem resulta do intemperismo do diabásio. A ocupação atual destes solos é intensa, principalmente com cana.
  • 73. 53 LH - Latossolo Vermelho Amarelo Húmico - Álico, textura média ou argilosa. Unidade Camarguinho. Solos ferralíticos, com horizonte A proeminente e espessura superior a 100 cm. A textura varia desde barrenta até argilosa e a estrutura é em geral granular pequena ou média, fraca a moderada. Ocorre em superfícies de relevo aplainado a suave ondulado, em geral, no limite dessas com superfícies mais dissecadas, em altitudes entre 580 a 650 metros. O material de origem é resultado do retrabalhamento de sedimentos do Grupo Tubarão e a vegetação original é principalmente o cerrado. LRd - Latossolo Roxo, Distrófico - A moderado. Unidade Barão Geraldo. Argilosos, espessos, friáveis e porosos. Também possui elevado teor de ferro, não tendo sido descrito horizonte C para esta unidade. São solos típicos de relevos ondulados, constituídos por colinas de lançantes longas (500m) com topo ligeiramente abaulado, e declives inferiores a 5%. As altitudes variam entre 560 a 750m e o material de origem para esta unidade também é o basalto. Cb - Cambissolo - A moderado, distrófico, textura média. Unidade Palha. Característicos por apresentarem horizonte B câmbico, são moderadamente profundos, com textura fino-areno-barrenta e estrutura subangular média a fraca ou moderada. Ocupa um relevo ondulado a suave ondulado em altitudes variando entre 540 a 620 metros. O material de origem é associado a sedimentos finos arenosos do grupo Tubarão. A vegetação primitiva era a mata latifoliada tropical. Li 1, 2 3 - Solos Litólicos - A moderado substratos de sedimentos do Grupo Tubarão, basaltos e granito-gnaisses. Estes solos apresentam em geral pequena espessura do “solum” (inferior a 30 cm), com seqüência de horizonte A, R, sendo que a rocha subjacente, em geral apresenta-se alterada e branda. A textura é bastante variada, estando relacionada a natureza do substrato. Ocorrem em relevo ondulado ou ondulado dissecado. Sua vegetação original era a mata latifoliada tropical. LE - 1 - Latossolo Vermelho Escuro - Álico, A moderado, textura argilosa. Unidade Limeira. São solos profundos e porosos, com textura argilosa ao longo do perfil, sendo difícil a identificação de seus horizontes. O relevo onde esta unidade ocorre é suave ondulado, com declividades inferiores a 5%. A altitude varia entre 580 a 740 metros e o material de origem é constituído por sedimentos da formação Irati e do Grupo Tubarão. A vegetação original era representada por mata e cerradões. PV - 2 - Podzólico Vermelho-Amarelo álico, A moderado, textura arenosa. Unidade Usina. São solos muito ácidos, com textura arenosa no horizonte A e textura média no Horizonte B. O relevo é suave ondulado e ondulado, com declividades bastante variáveis indo desde 4 a 15%. A altitude varia entre 500 a 620 metros e o material de origem é constituído