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Insuficiência
Hepática
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Disciplina de Propedêutica
Curso de Medicina
Camila Alves Gomes
Camila Martins Pereira
Sumário
Definição;
1.
Importância do tema;
2.
Epidemiologia;
3.
Fisiologia;
4.
Patofisiologia;
5.
Classificação;
6.
Etiologias;
7.
Diagnóstico;
8.
Quadro clínico;
9.
Tratamento;
10.
Caso clínico;
11.
Referências Bibliográficas.
12.
Caso clínico
Homem de 64 anos, peso 87 kg com história de doença pulmonar obstrutiva crônica, uso
excessivo de bebidas alcoólicas e depressão chega na unidade de tratamento intensivo
transferido de outro hospital. Após ter ingerido uma grande quantidade de comprimidos e álcool
em uma tentativa de suicídio.
Hipotensão?
Creatinina elevada?
Anúria?
Lactato aumentado?
Ictérico?
Ascite?
Exame Físico: Afebril, PA 94mmHg x 57 mmHg, FC 92 bpm, FR 22 irpm,
SaO2 96% em ventilação mecânica. Ictérico. Exame cardiopulmonar
normal, sem alterações agudas. O exame do abdome revelou onda de
líquido sem sinais de irritação peritoneal.
Exames Laboratoriais: AST 2.066 U/L (38 U/L), ALT 1.321 U/L (41 U/L),
Creatinina sanguínea 3,02 mg/dL (1,3mg/dL), Bilirrubina total 0,4 mg/dL
(1,2mg/dL).
No terceiro dia, a creatinina aumentou para 4,18mg/dL e o paciente
evoluiu para anúria. Aumento de AST 3.895 /L, aumento de ALT 3.215U/L,
aumento do lactato de 2,2mmol/L para 8,2mmol/L.
Definição
Insuficiência hepática configura-se como uma grave
deterioração das funções hepáticas
Para ser considerado insuficiência hepática
(IH), deve existir perda de 80 a 90% das
atividades funcionais (Kumar et al, 2022).
Síndrome causada por um distúrbio ou
substância que lesiona o fígado;
Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, EUA, 2023
Definição
Pode desenvolver-se de forma maciça e súbita
(aguda), ou de forma progressiva (crônica) após
anos de lesão insidiosa.
Em muitos casos, cursa como via final de outras
patologias (cirrose, hepatites crônicas, etc).
Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, EUA, 2023
Importância do tema
encefalopatia hepática (distúrbios
de consciência);
falência de múltiplos sistemas
orgânicos;
coagulopatias;
edema cerebral;
aumento da pressão intracraniana.
Insuficiência hepática envolve
alto risco à vida, pois
pacientes ficam suscetíveis a
complicações:
1. 2. Determinar a etiologia é
importante para determinação do
prognóstico -> tempo versus
sobrevida;
3.Existem terapêuticas
específicas para determinadas
etiologias.
Epidemiologia
A lesão hepática induzida por fármacos
predomina na Europa e na América do
Norte;
Nos EUA, a ingestão acidental ou
deliberada de paracetamol responde por
quase 50% dos casos de insufuciência
hepática aguda (IHA) em adultos;
KUMAR et al, 2022
Enquanto que a hepatite vírica
predomina nos países em vias de
desenvolvimento;
A mortalidade de aproximadamente
33% por IHA é atribuída essencialmente
a 3 complicações: edema cerebral,
falência multiorgânica e sepse;
As taxas de mortalidade são altas,
geralmente em torno de 80%, sem o
transplante (QUINTELA, H., 2009).
Fisiologia
Fígado adulto normal pesa 1400 a 1600g;
Possui dupla irrigação: A. hepática (30 a
40%) e V. porta (60 a 70%).
Anatomia: organização em lóbulos
hexagonais com veia centrolobular e
cordões de hepatócitos;
Sinusoides (fenestrados) banham os
hepatócitos com sangue venoso portal e
sangue arterial hepático;
Robbins & Cotran Patologia: Bases Patológicas das Doenças. Pg:
854, 10 edição.
Fisiologia Espaço porta;
Variação de oxigenação da periferia ao centro;
Sentido contrário da bile;
Funções:
conjugação bilirrubina e produção de
bile;
1.
detoxificação de drogas e toxinas;
2.
transferência de IgA para a bile;
3.
metabolismo lipídico;
4.
síntese de proteínas (fatores da
coagulação, proteínas do sistemas
complemento, albumina);
5.
armazenamento de carboidratos;
6.
degradação de hormônios;
7.
armazenamento de vitaminas A, B12, K e
D.
8.
GARTNER, Leslie P. Tratado de Histologia. Pg: 426, 5 edição
Patofisiologia
Quando a morte celular excede a capacidade
de regeneração hepática.
Necrose (associada à inflamação)
ou apoptose: quadro agudo de
maciça destruição;
Remodelamento: substituição de
hepatócitos por tecido fibroso:
crônica.
metabolismo de bilirrubina- icterícia;
1.
síntese de proteínas- edemas,
geralmente aguda;
2.
fatores de coagulação-
coagulopatias;
3.
hipertensão portal e varizes
esofágicas (crônica)
4.
edema cerebral e hipertensão intra-
craniana: agudo.
5.
Prejuízos funcionais:
Sinais e
sintomas
clínicos
"… é definida como uma doença hepática
aguda associada à encefalopatia e à
coagulopatia, a qual ocorre nas
primeiras 26 semanas após a ocorrência
de lesão hepática inicial, na ausência de
doença hepática preexistente."
Kumar et al, 2022
Destruição hepática súbita e maciça;
Aguda (IHA)
Classificação
Perda de grandes áreas de parênquima ao
redor de ilhas de hepatócitos em
regeneração;
Fígado afetado: pequeno e retraído;
Características:
Causas: fármacos (paracetamol) ou
toxinas, hepatite A e B; hepatite
autoimune, choque séptico.
Menos frequentes: neoplasias malignas,
anormalidades no fluxo sanguíneo,
distúrbios metabólicos.
É possível que após cessar a
agressão,
a regeneração possibilite o
retorno de funções normais.
Frequentemente associada à fibrose
hepática avançada, com o remodelamento
do fígado em nódulos parenquimatosos
(viáveis) circundados por septos fibrosos;
Após anos de lesão insidiosa e
progressiva que causou alteração
da estrutura;
Causas: hepatite B crônica, hepatite C
crônica, doença hepática gordurosa não
alcoólica, doença hepática alcoólica,
doenças metabólicas.
Crônica (IHC)
Classificação
Características:
É comum associar cirrose e
insuficiência hepática crônica, mas
não há relação inexorável.
Infeccisiosas:
Com o tempo, muitas levam à cirrose.
Hepatites virais; A é autolimitada à
condição aguda, B e C pode sem
crônicas.
Vírus Esptein-Bar:
imunocomprometidos;
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imunocomprometidos.
Etiologias
Doença de Wilson-excesso de cobre;
Síndrome de HELLP- hemólise com elevação
enzimática e plaquetopenia;
Galactosemia-galactose elevada;
Álcool -esteatose hepática (IHC)
Metabólicas:
Medicamentosas:
em geral IH aguda
Paracetamol: metabólito tóxico;
Cetoconazol;
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Tetraciclina.
Anormalidades no fluxo de sangue:
obstruções em vasos;
Insuficiência cardíaca: atrofia de
hepatócitos (IHC);
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sangue obstruem o fluxo.
Etiologias
Doenças cardiovasculares:
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Causas indeterminadas.
Hepatites crônicas autoimunes;
exames
complementares:
sangue (avaliar a
função hepática),
urina, radiografia
tórax.
Diagnóstico
exame
físico
anamnese
.
HPMA: características dos
sintomas relatados; início,
duração, evolução, fatores de
melhora ou piora, relação com
outras queixas, situação atual.
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familiares: doença prévias
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alcoólica, cirrose), vacinas,
alergias, fatores genéticos,
transfusões sanguíneas.
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álcool, medicamentos em uso,
tabagismo, alimentação,
atividade física.
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possível relação com o
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sexo, estado civil,
profissão,
naturalidade,
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PORTO, C., 2019.
Exame físico
Insuficiência Hepática crônica
Edema
Telangiectasia
Eritema palmar
Ginecomastia
Anúria e Oligúria
Sangramentos
Eritema palmar
Ascite
Icterícia
Hepatomegalia
Insuficiência Hepática aguda
Icterícia
Febre
Ascite
Fetor hepaticus
Espasticidade muscular
Asterix
Mioclonias
Sonolência
Hiperventilação
Sangramentos
As Bases do Diagnóstico Sindrômico - ISBN 978-65-5360-277-9 - Volume 1 - Ano 2023
Insuficiência Hepática Aguda
Encefalopatia Hepática
Redução da filtração glomerular
Coagulopatia
Distúrbio ácido-base
Edema pulmonar
Hipoglicemia
Edema cerebral
Insuficiência Hepática Crônica
Distúrbio ácido-base
Encefalopatia Hepática
Coagulopatia
Hipertensao portal
Hipoglicemia
Hipogonadismo
Síndrome Hepatopulmonar
Síndrome Hepatorrenal
Síndrome Adrenal
quadro
clínico
As Bases do Diagnóstico Sindrômico - ISBN 978-65-5360-277-9 - Volume 1 - Ano 2023
Hipoglicemia
Quadro Clínico
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lactato oriundo da
redução do
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Exame físico
Edema
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Casos crônicos.
Hipotensão e
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Vasodilatação e diminuição da
resistência vascular periférica
ocasionando hipovolemia.
Relacionado à acidose.
Acúmulo de amônio causa desregulação da neurotransmissão
glutamatérgica, gabaérgica e serotoninérgico.
Encefalopatia hepática
Quadro Clínico
A amônia é proveniente do metabolismo da glutamina e de bactérias
colônicas intestinais.
A amônia provoca degeneração de células nervosas e de fibras axonais
do cérebro, cerebelo e medula espinhal.
hérnia cerebral
Aumento da pressão intracraniana.
Deslocamento anormal de estruturas cerebrais através de
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Compressão do cérebro e do tronco cerebral.
Comprometimento neurológico grave.
A presença de amônia causa aumento da osmolaridade das células gliais, o
que gera edema celular grave.
Encefalopatia Hepática:
agudo /crônico
Mioclonias
Marcha atáxica
Asterix
Espasticidade muscular
Sonolência
Exame Físico
sinal asterixis, flapping (bater de asas)
Hiperestrogenismo causado pela
redução do metabolismo de
estrógeno no fígado.
Hipogonadismo : crônico
Hiperestrogenismo
Quadro Clínico
Telangiectasia
Eritema palmar
Hiperestrogenismo: crônico
Ginecomastia
Aumento da vascularização da pele
Exame físico
Atrofia testicular
A vasodilataçao das artérias do pulmão
ocasiona baixa oxigenação do sangue.
Síndrome
hepatopulmonar
O sangue flui pelos pulmões mais
rapidamente do que o normal, dando
menos tempo para o sangue receber
oxigênio suficiente.
Dispneia
Cianose
Quadro Clínico
Síndrome hepatorrenal
Ocorre em pessoas com doença hepática avançada, a
causa exata e taxa de ocorrência ainda são
desconhecidas.
Quadro Clínico
A teoria mais comum: estreitamento dos vasos sanguíneos
que alimentam os rins, resultando em fluxo sanguíneo
reduzido para os rins e redução da função renal.
Anúria e oligúria
Síndrome adrenal
Ativação do sistema renina angiotensina aldosterona e, por consequência,
vasoconstrição regional (causada pela angiotensina 2).
Redução da irrigação adrenal.
Hipoglicemia Redução do Cortisol.
Redução da Aldosterona.
Redução do cortisol circulante ligado a
albumina.
Quadro Clínico
Tratamento
1. Tratar as doenças de
base com medicações
específicas (antivirais,
glicocorticoides,
antibióticos etc);
5.Identificar
precocemente a
necessidade de
transplante
hepático.
2.Monitorar eletrólitos
e glicemia, se
necessário reposição;
3.Tratamento de
coagulopatias
(tranfusão de
sangue);
4.Monitorização do estado
neurológico, se
necessário UTI, intubação
orotraqueal;
A identificação precoce da necessidade de transplante hepático e o
encaminhamento pode mudar o curso natural da doença. BROSTEL, 2016.
Caso clínico
Homem de 64 anos de idade chega ao hospital após ter ingerido uma grande
quantidade de comprimidos e álcool em uma tentativa de suicídio.
Hipotensão?
Creatinina elevada?
Anúria?
Lactato aumentado?
Ictérico?
Ascite?
Exame Físico: Afebril, PA 94mmHg x 57 mmHg, FC 92 bpm (60 a
100), FR 22 ipm, SaO2 96%. Ictérico, Ascite.
Creatinina aumentada: lesões nas células tubulares;
Anúria: redução TFG;
Aumento de AST e ALT: lesão hepatocelular
Aumento do lactato: acidose
Diagnóstico:
Doença hepatocelular, cirrose e uma pequena quantidade de ascite
peri-hepática.
ABCMED, 2014. Insuficiência hepática: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e possíveis complicações. Disponível em:
<https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/526174/insuficiencia-hepatica-definicao-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-evolucao-e-possiveis-
complicacoes.htm>. Acesso em: 24 out. 2023.
BORGES, Tânia P. S. Insuficiência Hepática Aguda, Monografia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Revista: Acta Médica Portuguesa. Disponível em:
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/53738/2/Insuficincia%20Heptica%20Aguda.pdf. Acesso em: 21 out. 2023.
BROSTEL, A. M. V. Insuficiência hepática aguda. Brasília, DF: 6 de outubro de 2009. 51 slides. Disponível em: http://www.doencasdofigado.com.br/index.php?src=pagina&id=122.
Acesso em: 25 out 2023.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e
do Adolescente. Postagens: Principais Questões sobre Insuficiência Hepática na Criança: sinais de alerta e abordagem. Rio de Janeiro, 19 jan. 2023. Disponível em:
<https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/principais-questoes-sobre-insuficiencia-hepatica-na-crianca-sinais-de-alerta-e-abordagem/>.
GARTNER, Leslie P. Tratado de Histologia. Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9788595159003. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159003/.
Acesso em: 24 out. 2023.
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins & Cotran Patologia: Bases Patológicas das Doenças. Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9788595159174. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159174/. Acesso em: 21 out. 2023
.
Insuficiência hepática aguda em um homem de 64 anos de idade - Medscape - 6 de junho de 2019. Disponível em: https://portugues.medscape.com/verartigo/6503452?form=fpf.
Acesso: 29 out. 2023.
LIMA, Beatriz; MARTINELLI, Ana; FRANÇA, Alex Vianey Callado. Síndrome hepatopulmonar: patogenia, diagnóstico e tratamento. Arquivos de Gastroenterologia, v. 41, p. 250-258,
2004.
Referências
bibliográficas
Marik PE, Gayowski T, Starzl TE; Hepatic Cortisol Research and Adrenal Pathophysiology Study Group. The hepatoadrenal syndrome: a common yet unrecognized clinical condition. Crit
Care Med. 2005 Jun;33(6):1254-9. doi: 10.1097/01.ccm.0000164541.12106.57. PMID: 15942340; PMCID: PMC2989684.
Manual de Cuidados Intensivos em Hepatologia/ editores Paulo Lisboa Bittencourt, Cláudio Celestino Zollinger, Edmundo Pessoa de Almeida, 2 edição, Barueri, SP; Manole, 2017.
Disponível em: https://sbhepatologia.org.br/wp-content/uploads/2017/10/Manual-de-Cuidados-Intensivos-em-Hepatologia-1.pdf. Acesso em: 24 out 2023.
Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, USA e suas afiliadas. Manual MSD. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-
biliar/manifesta%C3%A7%C3%B5es-da-doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica/insufici%C3%AAncia-hep%C3%A1tica. Acesso em: 24 out 2023.
MORSH, J. A., Blog do Imigrantes. Qual a frequência respiratória normal por idade, e como medir e avaliar? Site P1 Design, 27 jan 2022. Disponível em:
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/frequencia-respiratoria-normal. Acesso em: 29 out. 2023.
MORSH, J. A., Blog do Imigrantes. Qual a frequência cardíaca normal por idade e como avaliar? Site P1 Design, 22 nov 2022. Disponível em:
https://www.hospitalimigrantes.com.br/post/qual-a-frequencia-cardiaca-normal-por-idade-e-como-avaliar/24/. Acesso em: 29 out. 2023.
PORTO, Celmo C.; PORTO, Arnaldo L. Clínica Médica na Prática Diária. Grupo GEN, 2015. E-book. ISBN 978-85-277-2824-9. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2824-9/. Acesso em: 09 out. 2023.
PORTO, Celmo C. Semiologia Médica, 8ª edição. Grupo GEN, 2019. E-book. ISBN 9788527734998. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734998/.
Acesso em: 09 out. 2023.
SANTOS, Caroline Nascimento; COSAC, Lívia Maria Della Porta. Encefalopatia hepática etiologia, sintomatologia, fisiopatologia e manejo clínico. Brazilian Journal of Development, v. 6, n.
10, p. 76197-76208, 2020.
SINGH, Rajiv Ranjan et al. Relative adrenal insufficiency in cirrhotic patients with ascites (hepatoadrenal syndrome). Digestive and Liver Disease, v. 50, n. 11, p. 1232-1237, 2018.
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bibliográficas
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Insuficiência Hepática aguda e crônica

  • 1. Insuficiência Hepática Universidade Federal do Triângulo Mineiro Disciplina de Propedêutica Curso de Medicina Camila Alves Gomes Camila Martins Pereira
  • 3. Caso clínico Homem de 64 anos, peso 87 kg com história de doença pulmonar obstrutiva crônica, uso excessivo de bebidas alcoólicas e depressão chega na unidade de tratamento intensivo transferido de outro hospital. Após ter ingerido uma grande quantidade de comprimidos e álcool em uma tentativa de suicídio. Hipotensão? Creatinina elevada? Anúria? Lactato aumentado? Ictérico? Ascite? Exame Físico: Afebril, PA 94mmHg x 57 mmHg, FC 92 bpm, FR 22 irpm, SaO2 96% em ventilação mecânica. Ictérico. Exame cardiopulmonar normal, sem alterações agudas. O exame do abdome revelou onda de líquido sem sinais de irritação peritoneal. Exames Laboratoriais: AST 2.066 U/L (38 U/L), ALT 1.321 U/L (41 U/L), Creatinina sanguínea 3,02 mg/dL (1,3mg/dL), Bilirrubina total 0,4 mg/dL (1,2mg/dL). No terceiro dia, a creatinina aumentou para 4,18mg/dL e o paciente evoluiu para anúria. Aumento de AST 3.895 /L, aumento de ALT 3.215U/L, aumento do lactato de 2,2mmol/L para 8,2mmol/L.
  • 4. Definição Insuficiência hepática configura-se como uma grave deterioração das funções hepáticas Para ser considerado insuficiência hepática (IH), deve existir perda de 80 a 90% das atividades funcionais (Kumar et al, 2022). Síndrome causada por um distúrbio ou substância que lesiona o fígado; Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, EUA, 2023
  • 5. Definição Pode desenvolver-se de forma maciça e súbita (aguda), ou de forma progressiva (crônica) após anos de lesão insidiosa. Em muitos casos, cursa como via final de outras patologias (cirrose, hepatites crônicas, etc). Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, EUA, 2023
  • 6. Importância do tema encefalopatia hepática (distúrbios de consciência); falência de múltiplos sistemas orgânicos; coagulopatias; edema cerebral; aumento da pressão intracraniana. Insuficiência hepática envolve alto risco à vida, pois pacientes ficam suscetíveis a complicações: 1. 2. Determinar a etiologia é importante para determinação do prognóstico -> tempo versus sobrevida; 3.Existem terapêuticas específicas para determinadas etiologias.
  • 7. Epidemiologia A lesão hepática induzida por fármacos predomina na Europa e na América do Norte; Nos EUA, a ingestão acidental ou deliberada de paracetamol responde por quase 50% dos casos de insufuciência hepática aguda (IHA) em adultos; KUMAR et al, 2022 Enquanto que a hepatite vírica predomina nos países em vias de desenvolvimento; A mortalidade de aproximadamente 33% por IHA é atribuída essencialmente a 3 complicações: edema cerebral, falência multiorgânica e sepse; As taxas de mortalidade são altas, geralmente em torno de 80%, sem o transplante (QUINTELA, H., 2009).
  • 8. Fisiologia Fígado adulto normal pesa 1400 a 1600g; Possui dupla irrigação: A. hepática (30 a 40%) e V. porta (60 a 70%). Anatomia: organização em lóbulos hexagonais com veia centrolobular e cordões de hepatócitos; Sinusoides (fenestrados) banham os hepatócitos com sangue venoso portal e sangue arterial hepático; Robbins & Cotran Patologia: Bases Patológicas das Doenças. Pg: 854, 10 edição.
  • 9. Fisiologia Espaço porta; Variação de oxigenação da periferia ao centro; Sentido contrário da bile; Funções: conjugação bilirrubina e produção de bile; 1. detoxificação de drogas e toxinas; 2. transferência de IgA para a bile; 3. metabolismo lipídico; 4. síntese de proteínas (fatores da coagulação, proteínas do sistemas complemento, albumina); 5. armazenamento de carboidratos; 6. degradação de hormônios; 7. armazenamento de vitaminas A, B12, K e D. 8. GARTNER, Leslie P. Tratado de Histologia. Pg: 426, 5 edição
  • 10. Patofisiologia Quando a morte celular excede a capacidade de regeneração hepática. Necrose (associada à inflamação) ou apoptose: quadro agudo de maciça destruição; Remodelamento: substituição de hepatócitos por tecido fibroso: crônica. metabolismo de bilirrubina- icterícia; 1. síntese de proteínas- edemas, geralmente aguda; 2. fatores de coagulação- coagulopatias; 3. hipertensão portal e varizes esofágicas (crônica) 4. edema cerebral e hipertensão intra- craniana: agudo. 5. Prejuízos funcionais: Sinais e sintomas clínicos
  • 11. "… é definida como uma doença hepática aguda associada à encefalopatia e à coagulopatia, a qual ocorre nas primeiras 26 semanas após a ocorrência de lesão hepática inicial, na ausência de doença hepática preexistente." Kumar et al, 2022 Destruição hepática súbita e maciça; Aguda (IHA) Classificação Perda de grandes áreas de parênquima ao redor de ilhas de hepatócitos em regeneração; Fígado afetado: pequeno e retraído; Características: Causas: fármacos (paracetamol) ou toxinas, hepatite A e B; hepatite autoimune, choque séptico. Menos frequentes: neoplasias malignas, anormalidades no fluxo sanguíneo, distúrbios metabólicos. É possível que após cessar a agressão, a regeneração possibilite o retorno de funções normais.
  • 12. Frequentemente associada à fibrose hepática avançada, com o remodelamento do fígado em nódulos parenquimatosos (viáveis) circundados por septos fibrosos; Após anos de lesão insidiosa e progressiva que causou alteração da estrutura; Causas: hepatite B crônica, hepatite C crônica, doença hepática gordurosa não alcoólica, doença hepática alcoólica, doenças metabólicas. Crônica (IHC) Classificação Características: É comum associar cirrose e insuficiência hepática crônica, mas não há relação inexorável.
  • 13. Infeccisiosas: Com o tempo, muitas levam à cirrose. Hepatites virais; A é autolimitada à condição aguda, B e C pode sem crônicas. Vírus Esptein-Bar: imunocomprometidos; Herpes vírus 1, 2 e 6: imunocomprometidos. Etiologias Doença de Wilson-excesso de cobre; Síndrome de HELLP- hemólise com elevação enzimática e plaquetopenia; Galactosemia-galactose elevada; Álcool -esteatose hepática (IHC) Metabólicas:
  • 14. Medicamentosas: em geral IH aguda Paracetamol: metabólito tóxico; Cetoconazol; Valproato; Tetraciclina. Anormalidades no fluxo de sangue: obstruções em vasos; Insuficiência cardíaca: atrofia de hepatócitos (IHC); Síndrome de Budd-Chiari: coágulos de sangue obstruem o fluxo. Etiologias Doenças cardiovasculares: Outros: Neoplasias: leucemias e linfomas; Causas indeterminadas. Hepatites crônicas autoimunes;
  • 15. exames complementares: sangue (avaliar a função hepática), urina, radiografia tórax. Diagnóstico exame físico anamnese
  • 16. . HPMA: características dos sintomas relatados; início, duração, evolução, fatores de melhora ou piora, relação com outras queixas, situação atual. Antecedentes pessoais e familiares: doença prévias (hepatites virais, hepatite alcoólica, cirrose), vacinas, alergias, fatores genéticos, transfusões sanguíneas. Hábitos de vida: drogas ilícitas, álcool, medicamentos em uso, tabagismo, alimentação, atividade física. Outros sistemas: verificar possível relação com o sintoma-guia. anamnese Identificação: Idade, sexo, estado civil, profissão, naturalidade, procedência. PORTO, C., 2019.
  • 17. Exame físico Insuficiência Hepática crônica Edema Telangiectasia Eritema palmar Ginecomastia Anúria e Oligúria Sangramentos Eritema palmar Ascite Icterícia Hepatomegalia Insuficiência Hepática aguda Icterícia Febre Ascite Fetor hepaticus Espasticidade muscular Asterix Mioclonias Sonolência Hiperventilação Sangramentos As Bases do Diagnóstico Sindrômico - ISBN 978-65-5360-277-9 - Volume 1 - Ano 2023
  • 18. Insuficiência Hepática Aguda Encefalopatia Hepática Redução da filtração glomerular Coagulopatia Distúrbio ácido-base Edema pulmonar Hipoglicemia Edema cerebral Insuficiência Hepática Crônica Distúrbio ácido-base Encefalopatia Hepática Coagulopatia Hipertensao portal Hipoglicemia Hipogonadismo Síndrome Hepatopulmonar Síndrome Hepatorrenal Síndrome Adrenal quadro clínico As Bases do Diagnóstico Sindrômico - ISBN 978-65-5360-277-9 - Volume 1 - Ano 2023
  • 19. Hipoglicemia Quadro Clínico Distúrbio ácido-base Acidose (acúmulo de lactato oriundo da redução do metabolismo hepático) Alcalose (acúmulo de amônio) Redução da glicogenólise Redução da gliconeogênese Redução do metabolismo da insulina
  • 20. Hiperbilirrubinemia conjugada (Direta): crônica. Hiperbilirrubinemia conjugada (indireta): agudo Sangramento Redução da produção de fatores de coagulação. Icterícia Fetor hepaticus Formação no instestino de mercaptanos que contém enxofre. Sangue desviado da circulação portal para a sistêmica (shunt portossistêmico). Exame físico Edema Redução da produção de albumina. Casos crônicos. Hipotensão e taquicardia Vasodilatação e diminuição da resistência vascular periférica ocasionando hipovolemia. Relacionado à acidose.
  • 21. Acúmulo de amônio causa desregulação da neurotransmissão glutamatérgica, gabaérgica e serotoninérgico. Encefalopatia hepática Quadro Clínico A amônia é proveniente do metabolismo da glutamina e de bactérias colônicas intestinais. A amônia provoca degeneração de células nervosas e de fibras axonais do cérebro, cerebelo e medula espinhal.
  • 22. hérnia cerebral Aumento da pressão intracraniana. Deslocamento anormal de estruturas cerebrais através de espaços. Compressão do cérebro e do tronco cerebral. Comprometimento neurológico grave. A presença de amônia causa aumento da osmolaridade das células gliais, o que gera edema celular grave.
  • 23. Encefalopatia Hepática: agudo /crônico Mioclonias Marcha atáxica Asterix Espasticidade muscular Sonolência Exame Físico sinal asterixis, flapping (bater de asas)
  • 24. Hiperestrogenismo causado pela redução do metabolismo de estrógeno no fígado. Hipogonadismo : crônico Hiperestrogenismo Quadro Clínico
  • 25. Telangiectasia Eritema palmar Hiperestrogenismo: crônico Ginecomastia Aumento da vascularização da pele Exame físico Atrofia testicular
  • 26. A vasodilataçao das artérias do pulmão ocasiona baixa oxigenação do sangue. Síndrome hepatopulmonar O sangue flui pelos pulmões mais rapidamente do que o normal, dando menos tempo para o sangue receber oxigênio suficiente. Dispneia Cianose Quadro Clínico
  • 27. Síndrome hepatorrenal Ocorre em pessoas com doença hepática avançada, a causa exata e taxa de ocorrência ainda são desconhecidas. Quadro Clínico A teoria mais comum: estreitamento dos vasos sanguíneos que alimentam os rins, resultando em fluxo sanguíneo reduzido para os rins e redução da função renal. Anúria e oligúria
  • 28. Síndrome adrenal Ativação do sistema renina angiotensina aldosterona e, por consequência, vasoconstrição regional (causada pela angiotensina 2). Redução da irrigação adrenal. Hipoglicemia Redução do Cortisol. Redução da Aldosterona. Redução do cortisol circulante ligado a albumina. Quadro Clínico
  • 29. Tratamento 1. Tratar as doenças de base com medicações específicas (antivirais, glicocorticoides, antibióticos etc); 5.Identificar precocemente a necessidade de transplante hepático. 2.Monitorar eletrólitos e glicemia, se necessário reposição; 3.Tratamento de coagulopatias (tranfusão de sangue); 4.Monitorização do estado neurológico, se necessário UTI, intubação orotraqueal; A identificação precoce da necessidade de transplante hepático e o encaminhamento pode mudar o curso natural da doença. BROSTEL, 2016.
  • 30. Caso clínico Homem de 64 anos de idade chega ao hospital após ter ingerido uma grande quantidade de comprimidos e álcool em uma tentativa de suicídio. Hipotensão? Creatinina elevada? Anúria? Lactato aumentado? Ictérico? Ascite? Exame Físico: Afebril, PA 94mmHg x 57 mmHg, FC 92 bpm (60 a 100), FR 22 ipm, SaO2 96%. Ictérico, Ascite. Creatinina aumentada: lesões nas células tubulares; Anúria: redução TFG; Aumento de AST e ALT: lesão hepatocelular Aumento do lactato: acidose Diagnóstico: Doença hepatocelular, cirrose e uma pequena quantidade de ascite peri-hepática.
  • 31. ABCMED, 2014. Insuficiência hepática: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e possíveis complicações. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/526174/insuficiencia-hepatica-definicao-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-evolucao-e-possiveis- complicacoes.htm>. Acesso em: 24 out. 2023. BORGES, Tânia P. S. Insuficiência Hepática Aguda, Monografia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Revista: Acta Médica Portuguesa. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/53738/2/Insuficincia%20Heptica%20Aguda.pdf. Acesso em: 21 out. 2023. BROSTEL, A. M. V. Insuficiência hepática aguda. Brasília, DF: 6 de outubro de 2009. 51 slides. Disponível em: http://www.doencasdofigado.com.br/index.php?src=pagina&id=122. Acesso em: 25 out 2023. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Postagens: Principais Questões sobre Insuficiência Hepática na Criança: sinais de alerta e abordagem. Rio de Janeiro, 19 jan. 2023. Disponível em: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/principais-questoes-sobre-insuficiencia-hepatica-na-crianca-sinais-de-alerta-e-abordagem/>. GARTNER, Leslie P. Tratado de Histologia. Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9788595159003. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159003/. Acesso em: 24 out. 2023. KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins & Cotran Patologia: Bases Patológicas das Doenças. Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9788595159174. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159174/. Acesso em: 21 out. 2023 . Insuficiência hepática aguda em um homem de 64 anos de idade - Medscape - 6 de junho de 2019. Disponível em: https://portugues.medscape.com/verartigo/6503452?form=fpf. Acesso: 29 out. 2023. LIMA, Beatriz; MARTINELLI, Ana; FRANÇA, Alex Vianey Callado. Síndrome hepatopulmonar: patogenia, diagnóstico e tratamento. Arquivos de Gastroenterologia, v. 41, p. 250-258, 2004. Referências bibliográficas
  • 32. Marik PE, Gayowski T, Starzl TE; Hepatic Cortisol Research and Adrenal Pathophysiology Study Group. The hepatoadrenal syndrome: a common yet unrecognized clinical condition. Crit Care Med. 2005 Jun;33(6):1254-9. doi: 10.1097/01.ccm.0000164541.12106.57. PMID: 15942340; PMCID: PMC2989684. Manual de Cuidados Intensivos em Hepatologia/ editores Paulo Lisboa Bittencourt, Cláudio Celestino Zollinger, Edmundo Pessoa de Almeida, 2 edição, Barueri, SP; Manole, 2017. Disponível em: https://sbhepatologia.org.br/wp-content/uploads/2017/10/Manual-de-Cuidados-Intensivos-em-Hepatologia-1.pdf. Acesso em: 24 out 2023. Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, USA e suas afiliadas. Manual MSD. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula- biliar/manifesta%C3%A7%C3%B5es-da-doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica/insufici%C3%AAncia-hep%C3%A1tica. Acesso em: 24 out 2023. MORSH, J. A., Blog do Imigrantes. Qual a frequência respiratória normal por idade, e como medir e avaliar? Site P1 Design, 27 jan 2022. Disponível em: https://telemedicinamorsch.com.br/blog/frequencia-respiratoria-normal. Acesso em: 29 out. 2023. MORSH, J. A., Blog do Imigrantes. Qual a frequência cardíaca normal por idade e como avaliar? Site P1 Design, 22 nov 2022. Disponível em: https://www.hospitalimigrantes.com.br/post/qual-a-frequencia-cardiaca-normal-por-idade-e-como-avaliar/24/. Acesso em: 29 out. 2023. PORTO, Celmo C.; PORTO, Arnaldo L. Clínica Médica na Prática Diária. Grupo GEN, 2015. E-book. ISBN 978-85-277-2824-9. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2824-9/. Acesso em: 09 out. 2023. PORTO, Celmo C. Semiologia Médica, 8ª edição. Grupo GEN, 2019. E-book. ISBN 9788527734998. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734998/. Acesso em: 09 out. 2023. SANTOS, Caroline Nascimento; COSAC, Lívia Maria Della Porta. Encefalopatia hepática etiologia, sintomatologia, fisiopatologia e manejo clínico. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 10, p. 76197-76208, 2020. SINGH, Rajiv Ranjan et al. Relative adrenal insufficiency in cirrhotic patients with ascites (hepatoadrenal syndrome). Digestive and Liver Disease, v. 50, n. 11, p. 1232-1237, 2018. Referências bibliográficas