A data de Homero e a controvérsia sobre sua existência
1. Homero
Os gregos antigos geralmente acreditavam que Homero era um indivíduo
histórico, mas estudiosos modernos são cépticos: nenhuma informação
biográfica de confiança foi transmitida a partir da clássica e os próprios poemas
manifestamente representam o culminar de muitos séculos de histórias
contadas oralmente e um bem desenvolvido sistema já muitas vezes usado de
composição poética. De acordo com Martin West, "Homero" não é "o nome de
um poeta histórico, mas um nome fictício ou construído".
A data da existência de Homero foi controversa na antiguidade e não o é menos
hoje. Heródoto disse que Homero viveu 400 anos antes de seu próprio tempo, o
que o colocaria em torno de 850 a.C., mas outras fontes antigas deram datas
muito mais próximas da suposta época da Guerra de Tróia A data da Guerra de
Troia foi dada como 1194-1184 a.C. por Eratóstenes, que se esforçou para
estabelecer uma cronologia científica dos eventos e esta data tem obtido apoio
por causa de pesquisas arqueológicas mais recentes
Para a ciência moderna, "a data de Homero" refere-se à data de concepção dos
poemas tanto quanto à vida de um indivíduo. O consenso dos estudiosos é que
"a Ilíada e a Odisseia datam dos últimos anos do século IX a.C., ou a partir do
século VIII a.C., a Ilíada sendo anterior à Odisseia, talvez por algumas décadas",
ou seja, um pouco mais cedo do que Hesíodo,] e que a Ilíada é o trabalho mais
antigo da literatura ocidental. Ao longo das últimas décadas, alguns estudiosos
têm defendido uma data do século VII a.C. Aqueles que acreditam que os
poemas homéricos desenvolveram-se gradualmente durante um longo período
de tempo, entretanto, geralmente dão uma data posterior para os poemas: de
acordo com Pausânias, os textos foram compilados na época do tirano ateniense
Pisístrato; de acordo com Gregory Nagy, tornaram-se textos fixos apenas no
século VI a.C.
Alfred Heubeck afirma que a influência formativa dos trabalhos de Homero
modelando e influenciando todo o desenvolvimento da cultura grega foi
reconhecida por muitos dos próprios gregos, que o consideravam seu instrutor.
Além dessas duas grandes obras, mas sem respaldo histórico ou literário, são a
ele atribuídas as obras Margites, poema cómico a respeito de um herói
trapalhão; a Batracomiomaquia, paródia burlesca da Ilíada que relata uma
guerra fantástica entre ratos e rãs, e os Hinos homéricos.
Já antes do início do pensamento filosófico, as riquíssimas obras de Homero
(Ilíada e Odisseia) tendem a aproximar os deuses dos homens, num movimento
de racionalização do divino. Os deuses homéricos, que viviam no Monte Olimpo,
possuíam uma série de características antropomórficas.
Bruno Miguel Loureiro Lopes 7ºA Nº5