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Histórico do Cemitério de Uruguaiana/RS
O atual cemitério de “Senhora de Sant ’Ana” tem seu histórico nos primórdios da
fundação oficial de Uruguaiana (1843), quando de sua transferência do Passo de Santana
Velha para a sua atual localização , ficando demarcada uma quadra destinada ao cemitério
da Vila. Essa “cidade santa” esteve localizada entre as quadras 108 e 109, onde mais
tarde, lá por 1928 se construiu naquele local, o Moinho Uruguaianense, da firma Estafanel ,
Cassaroto e Cia, pertencente hoje ao Instituto Riograndense do Arroz, (IRGA), próximo ao
Parcão. Teve como primeiro coveiro daquele cemitério, conforme narra nossa história, o Sr.
Jacinto Estrella, autorizado em 28 Jan. 1861, pela Câmara Municipal;
Como única imagem que temos daquele cemitério, podemos notar na obra do pintor
argentino Cândido Lopes, que aqui esteve durante a retomada de Uruguaiana na Guerra
do Paraguai (setembro de 1865), o belíssimo quadro onde aparece a Vila cercada pelas
forças da Tríplice Aliança e o antigo cemitério com um muro alto.
Aquele cemitério antigo funcionou até durante a Guerra do Paraguai e, com o fluxo
enorme de doentes e mutilados desse conflito, construiu-se três hospitais de sangue para
atender a demanda e, principalmente porque já grassava na região, grande número de
doentes infectados pela febre tifóide , sendo necessário procurar outra localidade para
construir um novo cemitério, em local bem afastado da Vila.
O historiador Urbano Lago Villela, de quem buscamos conhecimentos desse
assunto, nos comenta que em sessão realizada pela Câmara Municipal , em 28 de outubro
de 1865, foi determinada a procura de um local para transferir o cemitério , por não mais
atender as necessidades do momento, tendo em vista o grande número de mortos na Vila
.Para tanto, em data de 20 de novembro daquele ano, a Câmara oficiou ao Major
encarregado dos hospitais militares o seguinte:
“Ilmº Sr. – A Câmara Municipal desta Vila de Uruguaiana, comunica a V.Sª que
ontem concluiu-se o novo cemitério que foi construído por deliberação da mesma; já
está dentro da forma Ritual Romano; portanto em estado de poder dar sepultura aos
mortos; a fim de que V.Sª de ora em diante, quando por infelicidade faleça algum dos
enfermos dos hospitais ao digno cargo de V.Sª faça com que sigam os cadáveres
para o referido cemitério. Deus guarde a V.Sª. Uruguaiana, 20 de novembro de 1865.
Ilmº Major encarregado dos Hospitais Militares desta Vila. O Vereador Presidente –
Luiz Manuel de Souza”.
Como adendo ao anteriormente transcrito, podemos confirmar que o nosso atul
cemitério, foi construído em 19 de novembro de 1865 e que os Hospitais Militares de que
trata, não existiam na época hospitais fixos e sim “Hospitais de Sangue” – (hospitais
volantes), que ocupavam alguma residência abandonada ou bivaques feitos em barracas.
Assim, conforme determinações da Câmara Municipal, todos os falecidos, daquela
época em diante, foram enterrados no cemitério novo e , em 1879, foram transladados os
restos mortais dos que se encontravam no cemitério velho, tendo sido contratado para esse
serviço, o senhor Salvador Roses com os seguintes termos:
“Contrato celebrado entre a Câmara Municipal e Salvador Roses. Aos vinte e
cinco de fevereiro de mil oitocentos e setenta e nove, nesta cidade de Uruguaiana,
onde se achava o Vereador Presidente Francisco Martins Codorniz Junior, comigo
secretário abaixo nomeado, aí compareceu Salvador Roses e por ele foi declarado
que se obriga a fazer a remoção de todo o material do velho cemitério para o novo,
bem assim todos os ossos das pessoas que foram sepultados no dito cemitério
velho, obrigando-se mais a limpar e levar todos os ditos antes de sua condução.
Declarou mais que faria a dita remoção pela quantia de duzentos e noventa mil reis,
pelo que contratou com os vereadores comissionados : Faustino de Carvalho e Silva
João Santurnino Preis”.
Já o seu Decreto Nº. 224/91 e Lei Municipal Nº.1.877 de 17 de junho de 1987,
realizou o tombamento do seguinte: Ala Central ; denominada rua principal do cemitério
público municipal, constituída de jazigos e túmulos de valor histórico, artísticos e
arquitetônicos, assim identificados, propriedades de :Íris Ferrari Valls; Família João Rossi;
Dr. Adir Mascia; Luiz e Maria Canaparro; Dr. José Vicente da Maia, Família Valls Repiso;
Família Aramburu; Família Guglielmone; Simplício Antônio de Moraes; Milton Palma
Garcia; Prado Lima e Prado Lisboa; Gen. Bento Martins de Menezes(Barão de Ijuy); Cel.
Gabriel Rodrigues Portugal ( Primeiro Intendente); Família Lara; Família Pedro de Oliveira;
Celina Borges; Gabriel Martinez de Menezes; Lisbélia Soares Paz; Família Valente (Conde
Valente); Anaurelino Pereira; Família Girard; Família Majó e Peró; Família Codorniz; José
Zaccaro; João Barbará; Dr. César Cunha; Família Francisco Martins de Carvalho; Família
Ricciardi; João Paulino Ribeiro; Antônio Aracy Meus; Adão Faleiro; Feliciano Francisco de
Oliveira; Marici Geni da Silva Pibernat; Família Franco da Silveira; Família Luís Fabricio;
Antônio Martins de Oliveira; Felinto da Costa e Silva; Família Dias Primos; Antônio Maria
Ulrich; Família Zacaria Fernandes, Família Soares Leães; Túmulo antigo sem
denominação, ao lado direito da família Beheregaray.
Em 29 de junho de 2000, conforme a Lei nº 2.985, por proposição do Vereador
Ramão Larré Filho, e de acordo com o Art. 96, inciso IV da Lei Orgânica do Município, o
nosso atual cemitério foi denominado oficialmente como “Cemitério Público Municipal
Nossa Senhora de Santana”. ( Publicado no Jornal “Folha Uruguaianense” em 20
Jun.2010).
Área do cemitério: 87.293,76 m² e está dividido em Área Central, Loteamento 89 e
96 e Seções A, B, C e D.

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Histórico do Cemitério de Uruguaiana

  • 1. Histórico do Cemitério de Uruguaiana/RS O atual cemitério de “Senhora de Sant ’Ana” tem seu histórico nos primórdios da fundação oficial de Uruguaiana (1843), quando de sua transferência do Passo de Santana Velha para a sua atual localização , ficando demarcada uma quadra destinada ao cemitério da Vila. Essa “cidade santa” esteve localizada entre as quadras 108 e 109, onde mais tarde, lá por 1928 se construiu naquele local, o Moinho Uruguaianense, da firma Estafanel , Cassaroto e Cia, pertencente hoje ao Instituto Riograndense do Arroz, (IRGA), próximo ao Parcão. Teve como primeiro coveiro daquele cemitério, conforme narra nossa história, o Sr. Jacinto Estrella, autorizado em 28 Jan. 1861, pela Câmara Municipal; Como única imagem que temos daquele cemitério, podemos notar na obra do pintor argentino Cândido Lopes, que aqui esteve durante a retomada de Uruguaiana na Guerra do Paraguai (setembro de 1865), o belíssimo quadro onde aparece a Vila cercada pelas forças da Tríplice Aliança e o antigo cemitério com um muro alto. Aquele cemitério antigo funcionou até durante a Guerra do Paraguai e, com o fluxo enorme de doentes e mutilados desse conflito, construiu-se três hospitais de sangue para atender a demanda e, principalmente porque já grassava na região, grande número de doentes infectados pela febre tifóide , sendo necessário procurar outra localidade para construir um novo cemitério, em local bem afastado da Vila. O historiador Urbano Lago Villela, de quem buscamos conhecimentos desse assunto, nos comenta que em sessão realizada pela Câmara Municipal , em 28 de outubro de 1865, foi determinada a procura de um local para transferir o cemitério , por não mais atender as necessidades do momento, tendo em vista o grande número de mortos na Vila .Para tanto, em data de 20 de novembro daquele ano, a Câmara oficiou ao Major encarregado dos hospitais militares o seguinte:
  • 2. “Ilmº Sr. – A Câmara Municipal desta Vila de Uruguaiana, comunica a V.Sª que ontem concluiu-se o novo cemitério que foi construído por deliberação da mesma; já está dentro da forma Ritual Romano; portanto em estado de poder dar sepultura aos mortos; a fim de que V.Sª de ora em diante, quando por infelicidade faleça algum dos enfermos dos hospitais ao digno cargo de V.Sª faça com que sigam os cadáveres para o referido cemitério. Deus guarde a V.Sª. Uruguaiana, 20 de novembro de 1865. Ilmº Major encarregado dos Hospitais Militares desta Vila. O Vereador Presidente – Luiz Manuel de Souza”. Como adendo ao anteriormente transcrito, podemos confirmar que o nosso atul cemitério, foi construído em 19 de novembro de 1865 e que os Hospitais Militares de que trata, não existiam na época hospitais fixos e sim “Hospitais de Sangue” – (hospitais volantes), que ocupavam alguma residência abandonada ou bivaques feitos em barracas. Assim, conforme determinações da Câmara Municipal, todos os falecidos, daquela época em diante, foram enterrados no cemitério novo e , em 1879, foram transladados os restos mortais dos que se encontravam no cemitério velho, tendo sido contratado para esse serviço, o senhor Salvador Roses com os seguintes termos: “Contrato celebrado entre a Câmara Municipal e Salvador Roses. Aos vinte e cinco de fevereiro de mil oitocentos e setenta e nove, nesta cidade de Uruguaiana, onde se achava o Vereador Presidente Francisco Martins Codorniz Junior, comigo secretário abaixo nomeado, aí compareceu Salvador Roses e por ele foi declarado que se obriga a fazer a remoção de todo o material do velho cemitério para o novo, bem assim todos os ossos das pessoas que foram sepultados no dito cemitério velho, obrigando-se mais a limpar e levar todos os ditos antes de sua condução. Declarou mais que faria a dita remoção pela quantia de duzentos e noventa mil reis, pelo que contratou com os vereadores comissionados : Faustino de Carvalho e Silva João Santurnino Preis”. Já o seu Decreto Nº. 224/91 e Lei Municipal Nº.1.877 de 17 de junho de 1987, realizou o tombamento do seguinte: Ala Central ; denominada rua principal do cemitério público municipal, constituída de jazigos e túmulos de valor histórico, artísticos e arquitetônicos, assim identificados, propriedades de :Íris Ferrari Valls; Família João Rossi; Dr. Adir Mascia; Luiz e Maria Canaparro; Dr. José Vicente da Maia, Família Valls Repiso; Família Aramburu; Família Guglielmone; Simplício Antônio de Moraes; Milton Palma Garcia; Prado Lima e Prado Lisboa; Gen. Bento Martins de Menezes(Barão de Ijuy); Cel. Gabriel Rodrigues Portugal ( Primeiro Intendente); Família Lara; Família Pedro de Oliveira; Celina Borges; Gabriel Martinez de Menezes; Lisbélia Soares Paz; Família Valente (Conde Valente); Anaurelino Pereira; Família Girard; Família Majó e Peró; Família Codorniz; José Zaccaro; João Barbará; Dr. César Cunha; Família Francisco Martins de Carvalho; Família Ricciardi; João Paulino Ribeiro; Antônio Aracy Meus; Adão Faleiro; Feliciano Francisco de Oliveira; Marici Geni da Silva Pibernat; Família Franco da Silveira; Família Luís Fabricio; Antônio Martins de Oliveira; Felinto da Costa e Silva; Família Dias Primos; Antônio Maria Ulrich; Família Zacaria Fernandes, Família Soares Leães; Túmulo antigo sem denominação, ao lado direito da família Beheregaray. Em 29 de junho de 2000, conforme a Lei nº 2.985, por proposição do Vereador Ramão Larré Filho, e de acordo com o Art. 96, inciso IV da Lei Orgânica do Município, o nosso atual cemitério foi denominado oficialmente como “Cemitério Público Municipal Nossa Senhora de Santana”. ( Publicado no Jornal “Folha Uruguaianense” em 20 Jun.2010). Área do cemitério: 87.293,76 m² e está dividido em Área Central, Loteamento 89 e 96 e Seções A, B, C e D.