1) A economia cafeeira se desenvolveu e enriqueceu a província de São Paulo durante o reinado de D. Pedro II.
2) Grandes investimentos em ferrovias ligaram São Paulo ao porto de Santos e áreas produtoras.
3) A imigração, principalmente de italianos, supriu a escassez de mão de obra após a abolição da escravatura.
1. História da Cidade de São Paulo
Período Imperial - 2º reinado (1831 a 1889)
D. Pedro II
A partir do reinado de D. Pedro II, a cidade ganha novo impulso com o desenvolvimento da
economia cafeeira: os setores de comércio e de serviços aumentam consideravelmente e
observa-se a formação de uma expressiva burguesia.
Em 1850, o café já era o principal produto exportado por São Paulo. Do Vale do Paraíba, os
cafezais se espalharam pelas terras roxas do oeste paulista, antes ocupadas com a cana-de-
açúcar (Rio Claro, Campinas e Jaú), enriquecendo a província.
Muitos fazendeiros prosperam, com lucros
provenientes da utilização do trabalho
assalariado e do emprego de mão de obra
imigrante. A abundância de recursos
financeiros propicia a realização de grandes
investimentos, a maior parte custeada pela
iniciativa privada, com o apoio do Barão de
Mauá, são abertas várias ferrovias,
interligando a cidade de São Paulo às
principais áreas produtoras da província e
ao porto de Santos: a primeira é a São Paulo
Railway, inaugurada em 1867, à qual se
segue a Estrada de Ferro Sorocabana,
entregue em 1870. Barão de Mauá (1813-1889)
No primeiro censo nacional, realizado em 1872,
São Paulo contabilizava 31.385 habitantes. A
cidade ganha casas exportadoras e vários bancos
de financiamento. Sua fisionomia começa a
mudar: o casario baixo e acanhado começa a
ceder lugar a edificações maiores e tipicamente
urbanas. Com vistas a garantir a salubridade, é
inaugurado, em 1858, o Cemitério da
Consolação, o mais antigo em funcionamento da
cidade. Em 1865, é fundado o Teatro São José.
Em 1872, são instalados os serviços de
abastecimento de água, esgoto e iluminação a
gás, e é criado o sistema de transporte com
bondes de tração animal.
Em 1884, começam a funcionar as primeiras linhas telefônicas. Para suprir as necessidades
educacionais da crescente elite paulistana e minorar os problemas provenientes da falta de
habilitação técnica, a iniciativa privada inaugura as primeiras instituições de ensino (Instituto
2. Presbiteriano Mackenzie, em 1870; Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, em 1873; Escola
Alemã, em 1878).
Após a década de 1880, o café teve nova cafeicultor. Em 1882, é fundada a
valorização internacional. Os fazendeiros Hospedaria dos Imigrantes, a princípio no
paulistas, entretanto, tinham de lidar com o Bom Retiro (1882) e posteriormente na
problema da escassez de trabalhadores. Mooca (1885).
Após a promulgação da Lei Eusébio de
Queirós e a consequente abolição do tráfico
negreiro, ocorrida em 1850, os escravos
negros tornaram-se escassos e cada vez
mais caros. Para substituí-los, começaram a
chegar os imigrantes, sobretudo italianos.
Um número significativo desses imigrantes
fixou-se na própria capital, empregando-se
nas primeiras indústrias que se instalavam
nos bairros do Brás e da Mooca, a partir de
investimentos provenientes dos lucros
Hospedaria dos Imigrantes - MOOCA
obtidos pelos empresários do setor
A riqueza proveniente dos cafezais e de uma indústria ainda incipiente sustentou a liderança
paulista no movimento republicano. Em 1873, realiza-se em Itu a primeira convenção
republicana do Brasil, e é criado o Partido Republicano Paulista (PRP), que utilizará o periódico
Correio Paulistano como veículo oficial.
Com a extinção da escravidão após a
promulgação da Lei Áurea, em 1888, os
fazendeiros paulistas exigem indenização
pela perda de propriedade. Sem conseguir,
aderem ao movimento republicano como
forma de pressão. O império perde sua
última base de sustentação (crises políticas
e econômicas iniciadas ou agravadas após a
Guerra do Paraguai já haviam afastado a
igreja e os militares da base de apoio da
monarquia) e a república é proclamada no
Rio de Janeiro, a 15 de novembro de 1889.
Foto de Otto Hees - 1889.
A foto acima mostra, da esquerda para a direita: Imperatriz Teresa Cristina e Príncipe Dom
Antonio (sentados), Princesa Isabel, Imperador Dom Pedro II, Príncipe Dom Pedro Augusto,
príncipe Dom Luiz, conde d'Eu Gaston d'Orleans e príncipe Dom Pedro de Alcântara