Lanterneiro transforma um Volkswagen Fusca de 1977 em um veículo com aparência radicalmente modificada, com teto rebaixado, portas que abrem no sentido contrário, faróis e para-choques de outros modelos. O proprietário, um policial militar, investiu R$19 mil na transformação encomendada ao lanterneiro. Internamente, também recebeu itens de outros carros, como tapetes e painel de instrumentos.
1. CLASSIFICADOS PAR A AN U NCIAR LIGU E (31) 3228-1661 q WWW.MELHORPR AVEN DER.COM.B R XXXXXXX OFERTAS
VEÍCULOS ESTADO DE MINAS
D O M I N G O , 6 D E N O V E M B R O D E 2 0 0 5
c
m
y
k
q EDITOR: B o r i s F e l d m a n q E-MAIL: v e i c u l o s . e m @ u a i . c o m . b r q TELEFONE: ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 0 7 8
TRANSFORMAÇÃO
Lanterneiro heavy metal com nome de estadista recria um Volkswagen Fusca de 1977.
Teto rebaixado e portas que abrem no sentido contrário são os destaques do modelo
FOTOS MARLOS NEY VIDAL
Farol de Ford Ka e pára-choque de Fiat Palio cortado conferem cara de bravo para o Fusca: na traseira, vidro reduzido e lanternas de três veículos diferentes deixam o ‘Trovão Azul’ com aspecto mutante
A última obra de
Getúlio Vargas Interior ostenta itens dos tunados: vidro lateral lembra Fusca 59, e retrovisor é do Ford Maverick
CYAN MAGENTA AMARELO PRETO
EMMANUEL PINHEIRO 13/1/05
DANIEL CAMARGOS
Depois de transformar um Ford Landau 1975 em
uma limusine de nove metros de comprimento e
revestir uma motocicleta Honda CB 450 com uma
armadura de ossos de boi, Getúlio Vargas recriou
um Fusca 1977. O último feito de Vargas deixa orgu-
lhosos os militares, em especial, o cabo da Polícia
Militar Eduardo Elias Rosenda, proprietário do veí-
culo, que investiu R$ 19 mil no carro adquirido por
R$ 1,5 mil. Para merecer a confiança do policial mi-
litar, Tulinho, como Vargas prefere ser chamado, Getúlio Vargas prefere carros grandes e com motorzão
contou com seus projetos antigos: a moto revesti-
da de ossos e a limusine. O policial viu Tulinho des-
filando com a moto e gostou da ousadia do lanter- ros tunados: tapetes de metal, semelhante ao piso
neiro, que também é vocalista da banda de rock pe- dos ônibus urbanos, painel de instrumentos do
sado Agentes do Inferno. Para se certificar, passou Chevrolet Corsa, acrescido com luz de néon, volante
na oficina e viu a limusine e resolveu dar crédito ao esportivo, aparelho de DVD e os bancos do Honda
lanterneiro heavy metal. Civic. No local onde havia um porta-luvas agora tem
“Cheguei a procurar outros, mas nenhum acei- um pequeno refrigerador e embaixo um suporte
tou pegar o serviço”, lembra o militar, que tinha na para garrafas e taças.
cabeça os planos para transformar o Fusca em um Eduardo não cogita a hipótese de vender carro..
carro diferente, que incluía operações delicadas, co- “Tenho um filho de 14 anos e esse Fusca será dele”,
mo rebaixar o teto e colocar a porta no sentido con- adianta o policial. Porém, antes ele quer transformá-
trário de abertura. lo em uma limusine. Ainda não fez as contas dos
“O povo é muito limitado e tem medo de fazer custos, mas já sabe que o parceiro na empreitada se-
algo diferente. É preciso pensar, mas falar que não rá Getúlio Vargas, que não teme desafios. “Gosto de
dá é burrice”. Como exemplo de seu modo operante, carro grande, com motorzão”, ressalta Tulinho, já sa-
Tulinho cita uma história relacionada à limusine, tisfeito com sua próxima empreitada.
considerada por ele sua obra-prima. “Quando ficava
na oficina, o pessoal entrava, via o carro e falava que
só faltava falar. Fiquei cismado com aquilo e criei um Veja hoje no Auto Papo,
sistema que quando alguém senta no banco de trás às 9h30, com reprise
uma voz diz bom-dia e fala para usar o cinto de segu- quarta-feira às 13h30
rança”, explica. Entretanto, faltou verba para o aca-
O Fusca transformado pelo
bamento da obra-prima e Vargas vendeu o veículo. lanterneiro metaleiro.
Já com o Fusca de Eduardo, foi até o fim.
TROVÃO AZUL O apelido diz respeito a cor azul me-
tálica que reveste o Fusca da década de 70, mas com
cara de século XXI. O aspecto ‘nervoso’ se deve, em
grande parte, aos faróis de Ford Ka e ao pára-choque
de Fiat Palio, cortado e incrementado com fibra. Ou-
tra mudança visível é o bocal do tanque de combus-
tível, que é de moto Suzuki e foi instalado no capô.
O teto rebaixado e as portas que abrem no senti-
do contrário (portas suicidas ou ‘deixa ver’, como as
da Vemaguet) são as provas concretas de que a
aposta do policial no lanterneiro metaleiro valeu a
pena.
Olhando de lado, destacam-se as janelas peque-
nas, parecidas com as dos Fuscas do final da década
de 50, e que fazem conjunto com o teto baixo e pin- c
tado de branco e as rodas de liga leve. O retrovisor é m
uma réplica do antigo Ford Maverick.
A traseira tem grades para ventilação da terceira y
geração do Volkswagen Gol e três lanternas de cada k
lado, sendo uma do Chevrolet Celta, outra de cami-
nhão Scania e a terceira do Gol. O motor é 1.6 Boxer
refrigerado a ar, mas modificado com kits do espor-
tivo SP2, com cabeçote rebaixado e biela reforçada,
que segundo Eduardo tem desempenho de um 1.8.
A caixa de marchas também foi alongada e o con-
sumo de gasolina na cidade oscila entre seis e sete
quilômetros por litro.
Por dentro estão todos os itens usados nos car-
CYAN MAGENTA AMARELO PRETO