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12015 Agosto Ed. 27
2 2015 Agosto Ed. 27
32015 Agosto Ed. 27
4 2015 Agosto Ed. 27
Editorial
Caro leitor,
o ser humano adora delimitar temas, assuntos, conceitos, regiões, países e,
com o Coaching não poderia ser diferente.
Por isso, esta edição está dedicada a discutir as fronteiras do coaching.
Onde se inicia o território Coaching e onde ele termina, dando início a outro
território, distinto dele?
Neste desafio, fomos buscar pessoas especiais para contribuir com nossas
reflexões. Káritas Ribas, habitualmente presente em nossas páginas, Maria
Angélica Carneiro, que também já nos brindou com grandes textos e Amilton
Aires, que estréia em nossas páginas.
Cada um trará uma abordagem distinta para o tema.
Esperamos que você desfrute deste rico material preparado com muito
carinho.
Esta edição também dá início a uma nova seção: Coaching de Carreira, sob
a batuta de Maurício Sampaio, coach especializado em carreira, um dos
principais formadores de profissionais nesta área.
Nosso leque de seções está se ampliando, seguindo um cuidadoso
planejamento.
Eliana Dutra segue com a seção Papo Rápido, abordando de forma direta um
ponto importante.
Ana Paula Barros estréia na já consagrada seção “Eu, cada vez melhor”,
com uma provocação muito interessante. Ana Paula chamou nossa atenção
com seus textos na internet. Com extremo bom humor, aborda questões
complexas com leveza, incluindo sacadas inesperadas.
Marcello Árias continua nos trazendo riquíssimo material sobre Filosofia,
ampliando nossa visão sobre como o homem foi elaborando seu pensamento
através dos séculos. Desta vez, Spinoza. O filósofo dos afetos. Sabedores
que somos da importância que as emoções tem sobre nossas decisões, será
interessante refletir novamente se quem comanda nosso agir é o racional ou
o emocional. Façam suas apostas.
Tenha uma excelente leitura,
Luciano Lannes
Editor
Luciano Lannes
Editor
52015 Agosto Ed. 27
Expediente
Revista Coaching Brasil
Publicação mensal da
Editora Saraswati
ano III – num. 27 – Agosto 2015
Diretor e Publisher
Luciano S. Lannes
lannes@revistacoachingbrasil.com.br
Projeto gráfico e editoração
Estúdio Mulata
danilo@estudiomulata.com.br
www.estudiomulata.com.br
Projeto de Site
Mind Design
marcelo@minddesign.com.br
Editora Saraswati
www.editorasaraswati.com.br
Todas as edições da Revista
Coaching Brasil estarão disponíveis no site
para acesso exclusivo dos assinantes.
O conteúdo dos anúncios publicados é de
responsabilidade dos anunciantes.
A responsabilidade pelos artigos assinados é
dos autores.
A Revista é um veiculo aberto para a expres-
são de idéias e conceitos.
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Editorial
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6 Um Outro Olhar - Cláudia MIranda Gonçalves
8 Papo Rápido - Coach, que líder é este? - Eliana Dutra
10 Dossiê - O que cai dentro do foco do Coaching - Maria Angélica Carneiro
14 Dossiê - Cuidado com o Furor Curandis - Amilton Aires
18 Dossiê - As fronteiras do Coaching - Káritas Ribas
22 Coaching Executivo - Coaching Executivo e o paradigma clínico- Liana Gus Gomes
26 Finanças para Coaches- Empregado ou Empregador? - Cristiana Crespo
30 Coaching de Carreira - Oportunidades e Premissas - Maurício Sampaio
34 FilosofiaeCoaching-Coaching,emoçãoeSpinoza- MarcelloÁrias Danucalov
38 Para Refletir - Mudança ou transformação? - Janete Zalcsztajn
40 Eu, Cada Vez Melhor - Ensaio mental - Ana Paula Barros
44 Como comecei - Lívia Borges
46 Para mim foi assim - Maria Ollila
40 2015 Agosto Ed. 27
Ana Paula Barros
Coach de Vida e Carreira
O segredo do sucesso é ajudar outras
pessoas a terem sucesso 
ana@i9coaching.com 
Eu, cada vez melhor
Hoje eu convido você a fazer uma pe-
quena viagem.
Acomode-se de maneira relaxada, des-
cruze as pernas, deixe seus braços li-
vres, mãos viradas para cima sobre os
joelhos. Respire profundamente, e ex-
pire lentamente. Repita este procedi-
mento duas ou três vezes.
Aliás, uma observação importante:
continuar respirando enquanto você lê
todo este artigo é altamente recomen-
dável - e pode ser muito producente
também. Agora imagine uma grande
tela mental, e mergulhe nas cenas que
aqui serão descritas.
Ensaio
Mental
412015 Agosto Ed. 27
Cena 1:
Você chega ao consultório do seu dentista.
Na sala de espera, depara-se com pessoas
aflitas, roendo as unhas. Ao cumprimentar
a recepcionista, percebe que, por algum
motivo, ela não é uma pessoa de sorriso
fácil. Ao contrário, ela tem um sorriso RPM:
aquele assim, meio de lado e já saindo (de
cena). Você pensa que ela não deve estar
tendo um bom dia, e abstrai. No local, não
há música ambiente para acalmar os nervos
dos pacientes impacientes, apenas aquele
som de fundo do motorzinho. O barulho
irritante e insistente invade seus tímpanos
de maneira extremamente indelicada, sem
pedir permissão para entrar. Os ânimos se
exaltam. Quando o dentista aparece no cor-
redor com sua ficha em mãos e abre a boca
para chamar seu nome, você, boquiaberto,
nota que lhe faltam alguns dentes da fren-
te. Ao se transportar para esta cena e co-
meçar a conversar com o dentista, ele sen-
te seu nervosismo, e percebe que você não
tira os olhos das suas “janelinhas”. Então
ele prontamente se justifica dizendo que,
embora exerça a profissão há três décadas,
nunca sentiu necessidade de consultar um
colegadeprofissãoparatratarseusdentes.
Rapidamente você aplica em si mesmo uma
sessão SWOT, na busca frenética por con-
seguir neutralizar a ameaça de ter que se
submeter àquele dentista maluco. Você co-
meçar a suar, e tenta se lembrar dos pontos
de EFT que um colega se ofereceu para lhe
ensinar naquele congresso, e você achou
que era besteira, que nunca precisaria usar.
Você desesperadamente bate no ponto da
sobrancelha, bate no ponto abaixo do olho,
bate na região entre o nariz e a boca. E bate
em retirada.
Cena 2:
Após meses relutando, você finalmente resolve começar
a se alimentar de maneira mais adequada. Como coach,
você tem pesquisado tudo sobre qualidade de vida, equi-
líbrio, alta performance. Aliás, como coach, você anda
pesquisandosobre tudo.Chega odiada sua consultacom
aquela nutricionista famosinha, que andou aparecendo
em todos os congressos online gratuitos aos quais você
assistiu, e que teve a sorte de escrever para a revista mais
incrível de coaching do Brasil. Você se pergunta “nossa,
como ela conseguiu?” mas logo volta o foco para seu ob-
jetivo principal bem definido: conquistar uma alimenta-
ção mais balanceada, que lhe proporcione mais qualida-
de de vida e viabilize uma conexão mais alinhada com o
seu eu, com sua essência. Você chega ao consultório da
nutricionista. Na entrada há uma mesa de madeira de de-
molição bem comprida, decorada com flores da estação.
Ao olhar mais atentamente, avista docinhos diversos:
brigadeiros, beijinhos, bichos de pé. Até cajuzinhos tem!
Você sente uma leve tontura, reflexo do açúcar entrando
em seu organismo através da sua íris. Mas que doce visão!
Você esfrega os olhos, e eis que a Dra Nutri aparece para
tirá-lo daquele estado de hipnose. Ela se aproxima, você
estica a mão para cumprimentá-la. Ela confidencia a você,
bem baixinho, que nunca fez dieta na vida, e que a vida é
bem mais leve para quem não pega tão pesado. Ela admi-
te estar cerca de 15 quilos acima do peso, e pede a você
uma receita (ou ferramenta de coaching) para se sentir
menos culpada. E pede também uma receita de bolo de
chocolate, por que não?!
Você sente um desconforto na boca do estômago e co-
meça a imaginar de que maneira irá conseguir digerir
aquela situação inusitada. Aplica em si mesmo um Perdas
e Ganhos. Conclui que se continuar ali somente irá perder
tempo e ganhar calorias. Você coloca toda aquela situa-
ção na balança. E o que realmente pesa é sua vontade
crescente e iminente de fugir dali.
1
2
42 2015 Agosto Ed. 27
Cena 3:
Hoje é o dia da transmissão do seu pri-
meiro Hangout. Você acorda entusias-
mado, muito motivado - e um tanto an-
sioso. A última vez que você falou para
tanta gente foi na festa de amigo secre-
to da empresa - sim, aquela empresa
que você deixou para finalmente viver
sua missão como coach, palestrante,
consultor e escritor. Você liga a TV para
dar uma relaxada, e então se dá conta
de que sua casa está sem internet. Pega
o telefone para ligar para o seu prove-
dor e reclamar, mas não dá linha. Você
se lembra de que adquiriu o combo
cai-cai-balão: quando uma coisa cai, to-
das as outras também caem (telefone,
internet e TV a cabo), e só aí você se
recorda de ter levado um tremendo ba-
lão. A solução é entrar em contato com
o provedor pelo celular. Você agenda a
visita do técnico. Ele milagrosamente
aparece em sua casa em menos de uma
hora. Ele adentra seu lar. Ao olhar para
a mochila dele, você avista uma mar-
mita preta. Mas... espere, é um celular
StaTac! Você fica em estado de choque.
Vocês começam a conversar. Ele admite
não ter afinidade com essas coisas tec-
nológicas. Você pergunta da rede, e ele
começa a falar de pesca. Você fala de
Wi-Fi, e ele agradece, mas diz que não
bebe. Quando você questiona se o pro-
blema não estaria no roteador, ele faz
cara de retrato, muda para paisagem
e perde a configuração. Você começa
imaginar uma maneira eficaz de se li-
vrar da conexão com o técnico, abortar
o trabalho e se livrar daquela péssima
impressão. Em seu RoadMap ideal,
aquele cidadão jamais cruzaria sua linha
do tempo.
3
432015 Agosto Ed. 27
Você sentiu que houve uma cone-
xão de qualidade? Ou apenas eram
indivíduos focados em seus pró-
prios interesses?
Para que qualquer objetivo seja
atingido, é necessário que as pes-
soas envolvidas estejam olhando
na mesma direção. Isto se aplica a
uma família, a uma equipe, a uma
sessão ou consultoria com seu
cliente, a uma empresa, a um país. 
Outro ponto essencial para o seu
sucesso, ainda dentro do tema co-
nexões, é a sabedoria para pedir
ajuda. 
Pessoas precisam de pessoas!
Um professor precisa de profes-
sor. Um psicólogo tem que fazer
terapia. E é muito importante você
entender que, seja você quem for
(coach, empreendedor, empresá-
rio, carreirista, estagiário, aposen-
tado, consultor...) você também
precisa ter um coach, um mentor.
Alguém que esteja pelo menos um
passo à sua frente, alguém que o
ajude a quebrar seus próprios pa-
radigmas, alguém que o estimule
a ir além. Que o impulsione a so-
nhar mais alto - e a focar, planejar
e a entrar em ação para materiali-
zar seus sonhos.
Porque, como meu coach me ensi-
nou, “aquilo que o trouxe até aqui
não é o que o levará ao próximo
nível”.
Espero vê-lo, em breve, num pró-
ximo nível.
Agora eu peço para você começar
a voltar a si. Sinta seu corpo, mexa
seus pés, pernas, braços, pescoço.
E vá retornando aos poucos para
o momento presente, até você
se sentir confortável para abrir
os olhos e voltar à sua realidade
atual.
Como foi a experiência do ensaio
mental? O que você viu, vivenciou,
sentiu?
Como seu corpo e mente reagiram
ao fato de você estar lidando com
profissionais que não colocam em
prática sua própria teoria?
Muitos de nós estudamos demais,
investimentos em cursos, pales-
tras, livros, mas nos esquecemos
de aplicar em nossas próprias vi-
das, em nosso dia a dia, os ensina-
mentos aprendidos.
Focamos no “ter” e nos esquece-
mos do “ser”.
E, ao descobrirmos algo novo, fre-
quentemente pensamos em como
terceiros (nosso cliente ou aque-
las centenas de outras pessoas
que queremos ajudar) poderiam
aplicar aquela sacada em sua vida,
antes mesmo de testarmos o novo
conhecimento em nosso próprio
benefício, e constatarmos se aqui-
lo, de fato, funciona e traz resulta-
dos concretos.
E qual foi a sua percepção sobre a
qualidade do contato das pessoas
que você encontrou nas situações
ilustradas?
ilustração:DaniloScarpa
432015 Agosto Ed. 27
12015 Março Ed. 22
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  • 2. 2 2015 Agosto Ed. 27
  • 4. 4 2015 Agosto Ed. 27 Editorial Caro leitor, o ser humano adora delimitar temas, assuntos, conceitos, regiões, países e, com o Coaching não poderia ser diferente. Por isso, esta edição está dedicada a discutir as fronteiras do coaching. Onde se inicia o território Coaching e onde ele termina, dando início a outro território, distinto dele? Neste desafio, fomos buscar pessoas especiais para contribuir com nossas reflexões. Káritas Ribas, habitualmente presente em nossas páginas, Maria Angélica Carneiro, que também já nos brindou com grandes textos e Amilton Aires, que estréia em nossas páginas. Cada um trará uma abordagem distinta para o tema. Esperamos que você desfrute deste rico material preparado com muito carinho. Esta edição também dá início a uma nova seção: Coaching de Carreira, sob a batuta de Maurício Sampaio, coach especializado em carreira, um dos principais formadores de profissionais nesta área. Nosso leque de seções está se ampliando, seguindo um cuidadoso planejamento. Eliana Dutra segue com a seção Papo Rápido, abordando de forma direta um ponto importante. Ana Paula Barros estréia na já consagrada seção “Eu, cada vez melhor”, com uma provocação muito interessante. Ana Paula chamou nossa atenção com seus textos na internet. Com extremo bom humor, aborda questões complexas com leveza, incluindo sacadas inesperadas. Marcello Árias continua nos trazendo riquíssimo material sobre Filosofia, ampliando nossa visão sobre como o homem foi elaborando seu pensamento através dos séculos. Desta vez, Spinoza. O filósofo dos afetos. Sabedores que somos da importância que as emoções tem sobre nossas decisões, será interessante refletir novamente se quem comanda nosso agir é o racional ou o emocional. Façam suas apostas. Tenha uma excelente leitura, Luciano Lannes Editor Luciano Lannes Editor
  • 5. 52015 Agosto Ed. 27 Expediente Revista Coaching Brasil Publicação mensal da Editora Saraswati ano III – num. 27 – Agosto 2015 Diretor e Publisher Luciano S. Lannes lannes@revistacoachingbrasil.com.br Projeto gráfico e editoração Estúdio Mulata danilo@estudiomulata.com.br www.estudiomulata.com.br Projeto de Site Mind Design marcelo@minddesign.com.br Editora Saraswati www.editorasaraswati.com.br Todas as edições da Revista Coaching Brasil estarão disponíveis no site para acesso exclusivo dos assinantes. O conteúdo dos anúncios publicados é de responsabilidade dos anunciantes. A responsabilidade pelos artigos assinados é dos autores. A Revista é um veiculo aberto para a expres- são de idéias e conceitos. Fale conosco Publisher lannes@revistacoachingbrasil.com.br Editorial contato@revistacoachingbrasil.com.br Publicidade midia@revistacoachingbrasil.com.br 6 Um Outro Olhar - Cláudia MIranda Gonçalves 8 Papo Rápido - Coach, que líder é este? - Eliana Dutra 10 Dossiê - O que cai dentro do foco do Coaching - Maria Angélica Carneiro 14 Dossiê - Cuidado com o Furor Curandis - Amilton Aires 18 Dossiê - As fronteiras do Coaching - Káritas Ribas 22 Coaching Executivo - Coaching Executivo e o paradigma clínico- Liana Gus Gomes 26 Finanças para Coaches- Empregado ou Empregador? - Cristiana Crespo 30 Coaching de Carreira - Oportunidades e Premissas - Maurício Sampaio 34 FilosofiaeCoaching-Coaching,emoçãoeSpinoza- MarcelloÁrias Danucalov 38 Para Refletir - Mudança ou transformação? - Janete Zalcsztajn 40 Eu, Cada Vez Melhor - Ensaio mental - Ana Paula Barros 44 Como comecei - Lívia Borges 46 Para mim foi assim - Maria Ollila
  • 6. 40 2015 Agosto Ed. 27 Ana Paula Barros Coach de Vida e Carreira O segredo do sucesso é ajudar outras pessoas a terem sucesso  ana@i9coaching.com  Eu, cada vez melhor Hoje eu convido você a fazer uma pe- quena viagem. Acomode-se de maneira relaxada, des- cruze as pernas, deixe seus braços li- vres, mãos viradas para cima sobre os joelhos. Respire profundamente, e ex- pire lentamente. Repita este procedi- mento duas ou três vezes. Aliás, uma observação importante: continuar respirando enquanto você lê todo este artigo é altamente recomen- dável - e pode ser muito producente também. Agora imagine uma grande tela mental, e mergulhe nas cenas que aqui serão descritas. Ensaio Mental
  • 7. 412015 Agosto Ed. 27 Cena 1: Você chega ao consultório do seu dentista. Na sala de espera, depara-se com pessoas aflitas, roendo as unhas. Ao cumprimentar a recepcionista, percebe que, por algum motivo, ela não é uma pessoa de sorriso fácil. Ao contrário, ela tem um sorriso RPM: aquele assim, meio de lado e já saindo (de cena). Você pensa que ela não deve estar tendo um bom dia, e abstrai. No local, não há música ambiente para acalmar os nervos dos pacientes impacientes, apenas aquele som de fundo do motorzinho. O barulho irritante e insistente invade seus tímpanos de maneira extremamente indelicada, sem pedir permissão para entrar. Os ânimos se exaltam. Quando o dentista aparece no cor- redor com sua ficha em mãos e abre a boca para chamar seu nome, você, boquiaberto, nota que lhe faltam alguns dentes da fren- te. Ao se transportar para esta cena e co- meçar a conversar com o dentista, ele sen- te seu nervosismo, e percebe que você não tira os olhos das suas “janelinhas”. Então ele prontamente se justifica dizendo que, embora exerça a profissão há três décadas, nunca sentiu necessidade de consultar um colegadeprofissãoparatratarseusdentes. Rapidamente você aplica em si mesmo uma sessão SWOT, na busca frenética por con- seguir neutralizar a ameaça de ter que se submeter àquele dentista maluco. Você co- meçar a suar, e tenta se lembrar dos pontos de EFT que um colega se ofereceu para lhe ensinar naquele congresso, e você achou que era besteira, que nunca precisaria usar. Você desesperadamente bate no ponto da sobrancelha, bate no ponto abaixo do olho, bate na região entre o nariz e a boca. E bate em retirada. Cena 2: Após meses relutando, você finalmente resolve começar a se alimentar de maneira mais adequada. Como coach, você tem pesquisado tudo sobre qualidade de vida, equi- líbrio, alta performance. Aliás, como coach, você anda pesquisandosobre tudo.Chega odiada sua consultacom aquela nutricionista famosinha, que andou aparecendo em todos os congressos online gratuitos aos quais você assistiu, e que teve a sorte de escrever para a revista mais incrível de coaching do Brasil. Você se pergunta “nossa, como ela conseguiu?” mas logo volta o foco para seu ob- jetivo principal bem definido: conquistar uma alimenta- ção mais balanceada, que lhe proporcione mais qualida- de de vida e viabilize uma conexão mais alinhada com o seu eu, com sua essência. Você chega ao consultório da nutricionista. Na entrada há uma mesa de madeira de de- molição bem comprida, decorada com flores da estação. Ao olhar mais atentamente, avista docinhos diversos: brigadeiros, beijinhos, bichos de pé. Até cajuzinhos tem! Você sente uma leve tontura, reflexo do açúcar entrando em seu organismo através da sua íris. Mas que doce visão! Você esfrega os olhos, e eis que a Dra Nutri aparece para tirá-lo daquele estado de hipnose. Ela se aproxima, você estica a mão para cumprimentá-la. Ela confidencia a você, bem baixinho, que nunca fez dieta na vida, e que a vida é bem mais leve para quem não pega tão pesado. Ela admi- te estar cerca de 15 quilos acima do peso, e pede a você uma receita (ou ferramenta de coaching) para se sentir menos culpada. E pede também uma receita de bolo de chocolate, por que não?! Você sente um desconforto na boca do estômago e co- meça a imaginar de que maneira irá conseguir digerir aquela situação inusitada. Aplica em si mesmo um Perdas e Ganhos. Conclui que se continuar ali somente irá perder tempo e ganhar calorias. Você coloca toda aquela situa- ção na balança. E o que realmente pesa é sua vontade crescente e iminente de fugir dali. 1 2
  • 8. 42 2015 Agosto Ed. 27 Cena 3: Hoje é o dia da transmissão do seu pri- meiro Hangout. Você acorda entusias- mado, muito motivado - e um tanto an- sioso. A última vez que você falou para tanta gente foi na festa de amigo secre- to da empresa - sim, aquela empresa que você deixou para finalmente viver sua missão como coach, palestrante, consultor e escritor. Você liga a TV para dar uma relaxada, e então se dá conta de que sua casa está sem internet. Pega o telefone para ligar para o seu prove- dor e reclamar, mas não dá linha. Você se lembra de que adquiriu o combo cai-cai-balão: quando uma coisa cai, to- das as outras também caem (telefone, internet e TV a cabo), e só aí você se recorda de ter levado um tremendo ba- lão. A solução é entrar em contato com o provedor pelo celular. Você agenda a visita do técnico. Ele milagrosamente aparece em sua casa em menos de uma hora. Ele adentra seu lar. Ao olhar para a mochila dele, você avista uma mar- mita preta. Mas... espere, é um celular StaTac! Você fica em estado de choque. Vocês começam a conversar. Ele admite não ter afinidade com essas coisas tec- nológicas. Você pergunta da rede, e ele começa a falar de pesca. Você fala de Wi-Fi, e ele agradece, mas diz que não bebe. Quando você questiona se o pro- blema não estaria no roteador, ele faz cara de retrato, muda para paisagem e perde a configuração. Você começa imaginar uma maneira eficaz de se li- vrar da conexão com o técnico, abortar o trabalho e se livrar daquela péssima impressão. Em seu RoadMap ideal, aquele cidadão jamais cruzaria sua linha do tempo. 3
  • 9. 432015 Agosto Ed. 27 Você sentiu que houve uma cone- xão de qualidade? Ou apenas eram indivíduos focados em seus pró- prios interesses? Para que qualquer objetivo seja atingido, é necessário que as pes- soas envolvidas estejam olhando na mesma direção. Isto se aplica a uma família, a uma equipe, a uma sessão ou consultoria com seu cliente, a uma empresa, a um país.  Outro ponto essencial para o seu sucesso, ainda dentro do tema co- nexões, é a sabedoria para pedir ajuda.  Pessoas precisam de pessoas! Um professor precisa de profes- sor. Um psicólogo tem que fazer terapia. E é muito importante você entender que, seja você quem for (coach, empreendedor, empresá- rio, carreirista, estagiário, aposen- tado, consultor...) você também precisa ter um coach, um mentor. Alguém que esteja pelo menos um passo à sua frente, alguém que o ajude a quebrar seus próprios pa- radigmas, alguém que o estimule a ir além. Que o impulsione a so- nhar mais alto - e a focar, planejar e a entrar em ação para materiali- zar seus sonhos. Porque, como meu coach me ensi- nou, “aquilo que o trouxe até aqui não é o que o levará ao próximo nível”. Espero vê-lo, em breve, num pró- ximo nível. Agora eu peço para você começar a voltar a si. Sinta seu corpo, mexa seus pés, pernas, braços, pescoço. E vá retornando aos poucos para o momento presente, até você se sentir confortável para abrir os olhos e voltar à sua realidade atual. Como foi a experiência do ensaio mental? O que você viu, vivenciou, sentiu? Como seu corpo e mente reagiram ao fato de você estar lidando com profissionais que não colocam em prática sua própria teoria? Muitos de nós estudamos demais, investimentos em cursos, pales- tras, livros, mas nos esquecemos de aplicar em nossas próprias vi- das, em nosso dia a dia, os ensina- mentos aprendidos. Focamos no “ter” e nos esquece- mos do “ser”. E, ao descobrirmos algo novo, fre- quentemente pensamos em como terceiros (nosso cliente ou aque- las centenas de outras pessoas que queremos ajudar) poderiam aplicar aquela sacada em sua vida, antes mesmo de testarmos o novo conhecimento em nosso próprio benefício, e constatarmos se aqui- lo, de fato, funciona e traz resulta- dos concretos. E qual foi a sua percepção sobre a qualidade do contato das pessoas que você encontrou nas situações ilustradas? ilustração:DaniloScarpa 432015 Agosto Ed. 27
  • 10. 12015 Março Ed. 22 Gostou deste artigo ? Assine a Revista Coaching Brasil em nosso site e tenha acesso a muito mais.... www.revistacoachingbrasil.com.br