O relatório descreve o desempenho da Embraer em 2007. A empresa atingiu recordes de vendas e entregas, com a carteira de pedidos chegando a US$18,8 bilhões. Embraer também expandiu suas operações globais de serviços. Apesar da apreciação do real, a receita líquida cresceu 20,8% em relação a 2006, embora o lucro líquido tenha crescido menos. A Embraer continua focada em inovação e eficiência para atender à crescente demanda global por aeron
2. Índice
3 Relatório da Administração 2007
23 Balanços Patrimoniais Individuais e Consolidados
24 Demonstrações Individuais e Consolidadas do Resultado
25 Demonstrações Individuais das Mutações do Patrimônio Líquido
26 Demonstrações Individuais e Consolidadas das Origens e Aplicações de Recursos
27 Demonstrações Individuais e Consolidadas do Fluxo de Caixa
28 Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras Individuais e Consolidadas
59 Parecer dos Auditores Independentes
60 Parecer do Conselho Fiscal
60 Conselho de Administração e Diretoria
1
3.
4. Relatório da Administração 2007
Prezados Acionistas,
Em abril de 2007, o Conselho de Administração da Embraer elegeu Frederico Fleury Curado Diretor-Presidente da Empresa, concluindo o processo de
sucessão de Maurício Botelho, que passou a atuar exclusivamente como Presidente do Conselho de Administração. O processo de sucessão teve início ainda
em 2006 e foi conduzido de forma harmônica e planejada, não causando efeito algum tanto nas atividades da Empresa, quanto na sua imagem corporativa
junto aos seus stakeholders.
A consolidação da família de jatos EMBRAER 170/190 nas Américas e na Europa, bem como a sua entrada em mercados importantes como Oriente Médio,
Índia e China, foi ratificada pelo sucesso de vendas e a inclusão de novos clientes na carteira de pedidos firmes da Empresa. Encerramos o ano com mais de
750 aviões dessa família vendidos para cerca de 45 clientes diferentes, sendo 334 já entregues.
Com orgulho constatamos o sucesso da família ERJ 145, uma vez que a histórica marca de 1.000 aeronaves entregues foi atingida em outubro com a
cerimônia de sua entrega realizada pela Embraer nas instalações da Harbin Embraer Aircraft Industry Co. Ltd. (HEAI), em Harbin, na China. A aeronave está
em operação nas cores da Grand China Express, empresa do Grupo HNA.
Na Aviação Executiva, a experiência da Embraer no desenvolvimento de aeronaves eficientes e robustas tem sido elemento importante para a aceitação dos
nossos produtos. Em 2007, vendemos um número significativo dos nossos jatos executivos, incluindo o Legacy 600, o Lineage 1000, o Phenom 100 e o
Phenom 300. Ao final de 2007, mais de 130 aeronaves Legacy 600 voavam em 23 países. A carteira de pedidos firmes do Phenom 100 e Phenom 300 já
ultrapassou a marca de 700 jatos.
No mercado de Defesa e Governo, em 2007 continuamos a produção dos aviões contratados junto à Força Aérea Brasileira (FAB), tendo alcançado sua plena
satisfação com a entrega de dez unidades de F-5 BR modernizados e 18 aeronaves Super Tucano para o programa AL-X. Entregamos ainda dez aeronaves
Super Tucano para a Colômbia, dando seqüência à programação de entregas contratadas. A Embraer também recebeu em 2007 o primeiro dos jatos AMX da
FAB para modernização de sistemas e atualização tecnológica.
Ainda em 2007, dedicamo-nos à construção de uma base mundial de serviços que, somados à rede atualmente disponível, assegurará total cobertura no
atendimento aos nossos clientes. Pretendemos explorar esse negócio como mais um vetor de crescimento da Empresa, e também sua efetiva inserção em
nichos lucrativos desse mercado, resultando em fonte adicional de resultados. Atualmente encontram-se em fase de construção, três novos centros de serviços
próprios nos Estados Unidos da América e um na França.
Desta forma, como resultado da grande aceitação de nossos produtos no mundo, em 2007 a carteira de pedidos firmes aumentou 27,0% e atingiu US$18,8
bilhões, o maior valor já registrado pela Empresa.
Backlog Financeiro - US$ Bilhões
44,9
33,0
27,6 26,1
24,0
18,2
17,5
13,6
18,8
14,8
10,1 10,4
2004 2005 2006 2007
Firmes Opções
A Embraer entregou em 2007, 169 jatos para os mercados de Aviação Comercial, Aviação Executiva e Defesa e Governo. Esse número representa um crescimento
de 30% em comparação às 130 aeronaves entregues em 2006, além de ser a maior quantidade de aeronaves entregues em um ano pela Empresa. A superação
das dificuldades observadas desde 2006 com a sua cadeia de suprimentos e a implementação de mudanças nos processos industriais foi de extrema importância
para o cumprimento dessa meta.
Apesar da apreciação do real frente ao dólar, a receita líquida apresentou crescimento de 20,8% em relação a 2006, alcançando R$9.983,4 milhões em 2007,
com uma margem bruta de 16,1%.
O lucro líquido em 2007 foi de R$657,0 milhões, superior aos R$621,7 milhões registrados em 2006, enquanto que a margem líquida apurada foi de 6,6%,
apresentando redução em relação aos 7,5% apurados em 2006.
3
5. Receita Líquida - Em R$ Milhões
9.983,6 9.983,4
9.046,5
8.265,2
2004 2005 2006 2007
Lucro Líquido - Em R$ Milhões
1.280,9
708,9
621,7 657,0
2004 2005 2006 2007
Ressaltamos também que o caixa líquido da Empresa (disponibilidades menos endividamento total) aumentou 49,8% em relação a 2006 encerrando o
exercício de 2007 com R$1.314,2 milhões.
A manutenção do Grau de Investimento (Investment Grade) conferido pelas agências de classificação de risco Moody's e Standard & Poors, respectivamente,
em dezembro de 2005 e janeiro de 2006, continua viabilizando a oferta de recursos em níveis atraentes para a Empresa.
Encerramos o ano com uma equipe composta por 23.734 pessoas, das quais, 17.148 na região de São José dos Campos, 1.796 em Botucatu, 2.002 em
Gavião Peixoto e 2.788 no exterior.
No campo social a Empresa contou, em 2007, com a participação voluntária de mais de 1.000 empregados nos projetos desenvolvidos pelo
Instituto Embraer. Em números gerais, as ações do Instituto beneficiam ou virão a beneficiar mais de 15 mil pessoas, nas comunidades de São José
dos Campos, Gavião Peixoto e Botucatu. Também vale ressaltar que, em avaliação do Ministério da Educação, o Colégio Engenheiro Juarez
Wanderley foi classificado entre os melhores do Brasil, fato esse referendado pelo resultado obtido por seus alunos no ENEM, que equiparou o
Colégio aos melhores das principais capitais.
O ano de 2007 foi marcado por mudanças significativas nos processos produtivos da Embraer, que viabilizaram o cumprimento das entregas planejadas.
Visando melhorias na produtividade, a Empresa contratou uma renomada consultoria japonesa para assessorá-la na implementação do Lean Manufacturing
4
6. System, modelo de produtividade de sucesso reconhecido, que teve a sua origem na fabricante de veículos Toyota. Para aumentar a cadência de produção dos
seus E-Jets, a Embraer contratou na primeira metade de 2007 aproximadamente 4.500 funcionários para diferentes áreas da sua produção, inclusive para o
terceiro turno de trabalho que teve a sua implementação concluída no final do terceiro trimestre.
Esses fatos, aliados às ações empreendidas, nos permitem afirmar que estamos caminhando com passos firmes rumo ao futuro. Nossas ações e atitudes,
sempre orientadas conforme nosso entendimento de um negócio bem-sucedido visam, acima de tudo, compreender e satisfazer às necessidades dos clientes,
como condição para a geração permanente de resultados, adição de valor para os nossos acionistas e sustentabilidade do nosso negócio.
Agradecemos, assim, aos nossos Clientes, Parceiros Industriais e Fornecedores, Instituições Financeiras e Órgãos Governamentais que, junto à Embraer ao longo dos
últimos anos, têm contribuído de maneira substancial para a consolidação da posição de destaque que hoje ocupamos no mercado da aviação mundial. Aos nossos
Acionistas e Empregados, nosso reconhecimento especial pelo suporte, integração e determinação na consecução dos planos de ter a Embraer como uma empresa de
classe mundial, inovadora, ágil e diferenciada, na busca incansável da satisfação dos clientes, único meio de garantir a lucratividade e o crescimento sustentado.
São José dos Campos, 7 de março de 2008
A ADMINISTRAÇÃO
Mercados e Produtos
¢ Mercado de Aviação Comercial
De acordo com a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), a demanda do transporte aéreo mundial cresceu 6,6% em 2007 e deverá crescer a uma
taxa anual de 4,6% até 2025, amparada por um ambiente econômico favorável e pela liberalização do tráfego aéreo regional. As companhias aéreas registram
índices recordes de ocupação das aeronaves - da ordem de 80% - em razão da melhor gestão da oferta de assentos, e contrapõem os altos preços do
combustível com melhor eficiência operacional e reduções nas despesas.
A Embraer prevê uma demanda global de 7.450 jatos com capacidade de 30 a 120 assentos nos próximos 20 anos, resultando em negócios da ordem de
US$235 bilhões em vendas de aeronaves novas, conforme demonstrado abaixo:
Número de Assentos 2008-2017 2018-2027 2008-2027
30-60 275 825 1.100
61-90 1.075 1.525 2.600
91-120 1.800 1.950 3.750
30-120 3.150 4.300 7.450
A perspectiva indica que o segmento de 30 a 60 assentos atingiu seu ciclo de maturidade, mas continuará desempenhando um papel importante nos mercados
da aviação norte-americano e europeu e desenvolverá novos mercados como China, México e Rússia/CIS que necessitam de um sistema de aviação regional.
Os jatos de 61 a 120 assentos continuarão a suportar as companhias aéreas no equilíbrio entre capacidade e demanda, com serviços diferenciados, através da
adequação do tamanho das aeronaves de médio porte com taxas baixas de ocupação, além do crescimento natural das companhias aéreas regionais nas rotas
de maior demanda operadas pelos jatos de 50 assentos, visando aumentar receita e participação de mercado.
A carteira de pedidos da Embraer atingiu valor recorde de US$18,8 bilhões em 2007 e para tanto contribuíram significativamente as 145 vendas de aeronaves
comerciais realizadas no período.
Os 869 jatos comerciais ERJ 145 entregues pela Embraer hoje voam em mais de 30 empresas aéreas, em cinco continentes, atingindo a impressionante marca
de 10 milhões de ciclos e 12 milhões de horas voadas.
A família EMBRAER 170/190 está ajudando as empresas aéreas a melhorarem sua eficiência, seja através do crescimento natural centrado na demanda
elevada em rotas operadas por aeronaves na faixa de cinqüenta assentos, seja na substituição de velhas aeronaves narrow-body ou para expandir serviços de
transporte aéreo em mercados secundários. A frota mundial de E-Jets atingiu um milhão de horas voadas, transportando passageiros em cinco continentes
com elevados níveis de confiabilidade, conforto e eficiência.
Vendas significativas foram anunciadas para novos clientes dos E-Jets no ano de 2007, como o EMBRAER 170 para a Japan Airlines, uma das principais
empresas aéreas na região da Ásia-Pacífico e o EMBRAER 190 para os grupos Air France / KLM e Lufthansa. As vendas do EMBRAER 190 para a M1 Travel, do
Líbano, para a NAS Air, da Arábia Saudita, para a TACA de El Salvador, juntamente com o EMBRAER 170 e 190 para a Virgin Nigéria, somadas às aeronaves
EMBRAER 195 vendidas à empresa italiana Alpi Eagles, constituíram resultados relevantes obtidos em 2007. Adicionalmente, a GECAS e a Republic Airways,
dos Estados Unidos, confirmaram sua confiança nos produtos Embraer, ao converterem várias opções em ordens firmes. Em 2007, sete novos clientes iniciaram
suas operações: US Airways - EUA; Mandarin - Taiwan; Sirte Oil - Líbia; Sky Air World e Virgin Blue - Austrália; EgyptAir - Egito e Kenya Airways - Quênia.
Em 31 de dezembro de 2007, a família de E-Jets atingiu 764 encomendas firmes, 786 opções e 334 aeronaves entregues para cerca de 45 operadores, em 30
países. Com as famílias ERJ 145 e EMBRAER 170/190 a Embraer atingiu uma participação de mercado de 46% no segmento de 30 a 120 assentos. A carteira
de pedidos firmes da Aviação Comercial atingiu 476 unidades, como detalhado a seguir:
Modelo de Aeronave Pedidos Firmes Opções Entregas Pedidos Firmes em Carteira
Família ERJ 145 915 131 869 46
ERJ 135 108 - 108 -
ERJ 140 74 - 74 -
ERJ 145 733 131 687 46
Família EMBRAER 170/190 764 786 334 430
EMBRAER 170 170 127 139 31
EMBRAER 175 129 148 59 70
EMBRAER 190 405 452 123 282
EMBRAER 195 60 59 13 47
TOTAL 1.679 917 1.203 476
Obs.: Entregas e pedidos firmes em carteira incluem aeronaves vendidas pelo segmento de Defesa e Governo para companhias aéreas estatais (Satena e TAME).
5
7. ¢ Mercado de Aviação Executiva
Em 2007, o mercado global de Aviação Executiva efetuou mais de 1.100 entregas de aviões executivos, o maior volume de sua história e um acréscimo de 25%
em relação às entregas de 2006.
A Embraer estima que será de US$201 bilhões o valor global deste mercado no período entre 2008 e 2017 - um aumento de 17% em relação às projeções de
um ano atrás - com entregas em torno de 13.150 jatos executivos.
Desde de 2005, a indústria da Aviação Executiva testemunha o crescimento da demanda vinda de novos mercados, como Rússia, Oriente Médio e Ásia,
impulsionado pelo alto desenvolvimento econômico e pela contínua desvalorização do dólar americano.
Ao longo dos próximos dez anos, a América Latina, Ásia Pacífico, Leste Europeu e o Oriente Médio deverão reportar um grande aumento nas entregas de jatos
executivos. A previsão é particularmente verdadeira para a América Latina, onde jatos mais leves são adequados às necessidades locais e sempre tiveram
grande aceitação. Desta forma, a introdução de jatos nas categorias very light e light serão fatores-chave para sustentar maiores entregas na região.
Mercados não tradicionais para a aviação executiva, devem assumir um papel mais relevante nos próximos dez anos. Tal fato certamente exigirá investimentos
para fortalecer a presença dos fabricantes de aeronaves nesses mercados.
Apesar do forte crescimento econômico previsto para os mercados emergentes, os Estados Unidos continuarão a ser o maior e mais maduro mercado para a
aviação executiva, em números absolutos. Não obstante, a participação dos Estados Unidos diminuiu 18 pontos percentuais, se comparada com as previsões
feitas em 2006, representando apenas 54% nas entregas esperadas para os próximos dez anos.
A Embraer continuou progredindo firmemente em 2007, tendo atingido marcos importantes em cada programa dedicado aos jatos de seu portfólio e avançado
no desenvolvimento de soluções integradas para o mercado de aviação executiva.
O primeiro Phenom 100 completou a montagem final em junho e realizou o vôo inaugural em julho. O segundo jato voou pela primeira vez em setembro e o
terceiro em dezembro. Os jatos Phenom 100 juntos já realizaram perto de 280 horas na Campanha de Ensaios em Vôo.
Em dezembro, o hangar de produção dos jatos Phenom na unidade de Gavião Peixoto foi inaugurado. O prédio acomodará a montagem final e a instalação e
acabamento do interior de todas as aeronaves Phenom. O terceiro Phenom 100 já teve sua montagem final no novo hangar.
O primeiro corte de metal do Phenom 300 aconteceu em março e a montagem dos sub-conjuntos teve início em meados de agosto. Em dezembro, a montagem
da fuselagem foi concluída. A junção da fuselagem com a asa do jato será realizada na unidade de Gavião Peixoto.
Em outubro, o primeiro Lineage 1000 voou pela primeira vez. O jato ultra-large chegou em 16 de novembro ao centro de instalação de interiores da PATS, uma
empresa do grupo DeCrane, localizado em Georgetown, Delaware, nos Estados Unidos. Na aeronave está sendo instalado o interior escolhido pelo cliente e
projetado pela companhia inglesa Priestman Goode.
Investimentos promocionais significativos foram feitos reforçando a marca da Embraer Jatos Executivos no mercado. A empresa exibiu o Legacy 600 e
os modelos em escala real dos jatos Phenom 100 e Phenom 300 e uma seção transversal do Lineage 1000 em eventos de aviação, de negócios e
sociais ao redor do mundo.
Desde a apresentação do interior do Phenom 100 e do Phenom 300 no evento NBAA em 2005, os jatos experimentam a aprovação dos clientes e ótima
aceitação do mercado, fatores que já resultam em mais de 700 pedidos firmes.
O sucesso crescente do Legacy 600 se deve à sua grande aceitação no mercado e às melhorias contínuas que aumentaram as entregas de 27 unidades em
2006 para 35 unidades em 2007 para clientes da aviação executiva. Com uma frota de 130 aeronaves em 23 países, o Legacy 600 detém 15,0% do mercado
dos jatos super midsize.
¢ Mercado de Defesa e Governo
O cenário geopolítico internacional tem sido caracterizado por instabilidade crescente, resultado da atuação de diversas forças, que agem de forma
diferenciada sobre cada região do globo, destacando-se os aumentos no preço do petróleo e a intensificação ou o surgimento de conflitos em
determinadas regiões.
Essas forças contribuem para um aumento na busca por sistemas ISR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) e COIN (contra-insurgência), incluindo
aeronaves de ataque leve, e apontam também tendências bastante positivas para aeronaves de transporte de tropas e equipamentos.
Dentre outros fatores que permanecem mantendo influência sobre o mercado de defesa mundial, destacam-se o desenvolvimento de armas de
destruição em massa, a produção, o tráfico e o consumo de substâncias ilícitas, a degradação do meio ambiente, a disponibilidade de recursos
naturais e tendências demográficas.
Esses e outros fatores levaram os gastos militares mundiais a US$1,2 trilhão em 2006, representando um aumento de 3,5% com relação ao ano anterior.
Com aeronaves que combinam elevado conteúdo tecnológico e eficiência operacional com custos de aquisição e operação bastante competitivos, a Embraer
continua alinhada com as exigências do mercado de Defesa e Governo, com uma linha de produtos plenamente apta a atender às necessidades dos Clientes.
Para o Super Tucano, 2007 foi um ano muito significativo. A Embraer entregou 18 Super Tucano à Força Aérea Brasileira, dentre as quais a qüinquagésima
aeronave, totalizando 58 aeronaves deste modelo em operação no Brasil. Também foram entregues dez aeronaves Super Tucano à Força Aérea Colombiana,
totalizando 15 aeronaves em operação na Colômbia.
A Embraer recebeu, em agosto, o primeiro dos jatos AMX da FAB para início da modernização de sistemas e atualização tecnológica, com o objetivo de manter
ativa por mais 20 anos a frota de 53 unidades de um dos mais eficientes aviões de combate em atuação no País.
A Embraer continuou em 2007 estabelecendo as bases sólidas sobre as quais buscará o crescimento sustentado de sua atuação no mercado global de defesa e
governo, através de soluções inovadoras e de grande competitividade.
¢ Serviços Aeronáuticos
A área de Serviços Aeronáuticos, transformada em unidade de negócio em abril de 2007, já obteve bons resultados, atingindo uma receita de R$1.067,9
milhões em 2007, crescendo 1,0% em relação a 2006, representando aproximadamente 10,7% da receita do grupo Embraer.
Essa unidade tem sob sua responsabilidade a condução de quatro atividades distintas: Manutenção de Aeronaves, Peças de Reposição e Logística,
Treinamento de Clientes e Segmentos Aeronáuticos.
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8. Manutenção de Aeronaves:
A Embraer possui três Centros de Serviços próprios já estabelecidos e que vêm atendendo os clientes de diversas regiões do mundo: no Brasil (Unidade Gavião
Peixoto), em Portugal (OGMA) e nos Estados Unidos (EAMS).
Como parte da estratégia global da Embraer de aprimorar o atendimento ao cliente, atualmente está sendo implantado quatro novos Centros de Serviços
exclusivos para a aviação executiva, sendo um na França e três nos Estados Unidos.
Peças de Reposição e Logística:
Foi realizada em 2007 uma reorganização da área, de forma consistente, com o propósito da Unidade de Negócios de Serviços Aeronáuticos, objetivando a
melhor gestão do atendimento das demandas de clientes, onde melhores resultados já foram percebidos em comparação ao final do ano anterior.
Simultaneamente à reorganização da área, iniciou-se o processo de expansão das áreas de materiais com investimentos em Cingapura e Pequim.
Treinamento de Clientes:
Em 2007, foi formalizada a parceria com a reconhecida empresa de treinamento CAE, garantindo uma base sólida com excelentes perspectivas de crescimento
no negócio. A joint venture com a CAE denominada Embraer CAE Training Services, LLC (ECTS), tem o objetivo de fornecer treinamento amplo de pilotos e
equipes de manutenção para clientes dos jatos Phenom 100 e 300.
Segmentos Aeronáuticos:
A Embraer atua como fornecedora de estruturas para aeronaves de outras empresas, utilizando suas capacidades e experiência de engenharia e produção.
e-business:
Além dos negócios acima descritos, a Embraer está investindo na modernização de seu e-business. Neste sentido, iniciou a reestruturação do seu portal,
desenvolvendo o FlyEmbraer (lançamento no segundo trimestre de 2008), com o objetivo de tornar o ambiente mais amigável e ampliar o portfólio de serviços
disponível para operações, manutenção, materiais e treinamento.
Gestão Tecnológica e Industrial
Os avanços mais significativos registrados pela Embraer em 2007, no que se refere à Gestão Tecnológica e Industrial, resultam da evolução de
planejamentos consistentes e contínuos de longo prazo previamente realizados e que influenciam diretamente o desenvolvimento de produtos, de novas
tecnologias e da produção.
¢ P&D Pré-Competitivo - Desenvolvimento de Novas Tecnologias
As atividades de Pesquisa e Desenvolvimento Pré-competitivo na Embraer vêm crescendo a cada ano e em 2007 atingiram um elevado nível de maturidade.
Os esforços para capacitação no uso de tecnologias avançadas para melhoria de nossos produtos em relação ao conforto, a redução de ruídos e custos
operacionais, além da redução dos ciclos e custos de desenvolvimento e manufatura, têm obtido resultados satisfatórios e podem ser encontrados em nossos
produtos já em operação e naqueles que ainda encontram-se em fase de desenvolvimento.
Para otimizar e ampliar o alcance dos resultados de P&D pré-competitivo, vários dos desenvolvimentos têm sido realizados em conjunto com instituições
científicas e tecnológicas, proporcionando à Empresa e à comunidade acadêmica ganhos sensíveis quanto a redução de ciclos e riscos nos desenvolvimentos.
Outro resultado importante foi o aumento em 2007 do número de pedidos de patentes solicitados pela Embraer, tanto a órgãos oficiais no Brasil, quanto no
exterior, como forma de proteção legal das inovações geradas a partir das iniciativas de Pesquisa de Desenvolvimento de Tecnologias e Produtos.
¢ Desenvolvimento de Produtos
Em 2007, assim como em anos anteriores, a equipe da Engenharia contribuiu de forma significativa para os resultados da empresa, através de
desenvolvimentos, suportes, ensaios, certificação de produtos e apoio a outras áreas da empresa.
O desenvolvimento do jato executivo Phenom 100 avançou conforme planejado, tendo sido realizados o primeiro vôo do protótipo no mês de julho e o vôo do
primeiro avião de série em setembro. Os primeiros aviões de série serão também utilizados na campanha de ensaios em vôo.
Em outro produto voltado ao mercado de aviação executiva, o Phenom 300, o desenvolvimento prossegue em ritmo acelerado. Já estão em operação alguns
dispositivos de ensaios de sistemas e, nos primeiros meses de 2008, terão início os ensaios estruturais da aeronave.
Em 2007, houve contínua evolução do processo de aumento do nível de delegação de certificação de aeronaves da ANAC para a Engenharia da Embraer,
compreendendo análise e aprovação de relatórios técnicos através de representantes credenciados de engenharia. Essa evolução continuará e, em 2008, o
nível de delegação deverá aumentar ainda mais, conferindo mais agilidade aos processos de certificação de produtos Embraer.
Além da preocupação com aspectos de operação, desenvolvimentos de novas funcionalidades vêm sendo realizados pela Engenharia, de forma a atender às
necessidades do mercado e, também, a aumentar a competitividade dos produtos.
Foram também desenvolvidas, durante o ano de 2007, onze novas configurações de interiores de E-Jets e obtidas certificações para operação na Líbia, Taiwan,
Egito, México e Australia, dentre outras.
O desenvolvimento do Protocolo de Enlace de Dados em Rede LINK-BR2, contratado pelo governo brasileiro em 2006, teve seu início em 2007 e etapas
previstas, principalmente voltadas à documentação, estão sendo cumpridas.
Desenvolvimento da Produção
Em 2007, a Embraer enfrentou o desafio de atender um aumento significativo de 30% no volume de entregas de aeronaves, planejado entre 165 e 170
aeronaves frente às 130 aeronaves entregues em 2006.
No início do ano, a área de operações industriais visualizou a necessidade de readequar seus processos produtivos em determinadas áreas como: Efetivo de
produção, Subcontrato, Fornecedores, Cablagem, Material Composto, Fabricação de Segmentos (Botucatu), Asa do EMBRAER 190, bem como o número de
docas para a montagem final do EMBRAER 170/190.
7
9. No primeiro trimestre, uma das primeiras ações na área de operações para obter melhorias nos itens citados acima, foi a reorganização das áreas de
Planejamento de Operações Industriais e Suprimentos, dando origem a duas áreas novas, Cadeia de Suprimentos e Programação, Controle de
Produção & Logística.
No segundo trimestre, foram feitas duas outras alterações organizacionais. A primeira foi a divisão da diretoria de Produção em duas, sendo uma
dedicada à Fabricação e outra à Montagem Final do EMBRAER 170/190 e Legacy. A segunda foi a criação da Diretoria de Estratégia Industrial, cujas
missões são estabelecer uma arquitetura industrial (definição das competências e atividades de cada unidade industrial) e implantar um programa de
automação nas várias áreas produtivas.
Cerca de 4.500 novos funcionários foram contratados nos vários sites. Na unidade Faria Lima foi criado o 3º turno nas operações de montagem estrutural e final, com
o objetivo de redução de ciclos de montagem do EMBRAER 170/190 e Legacy 600.
Um extensivo programa de capacitação dos processos industriais com investimentos em máquinas, equipamentos e instalações foi implantado ao longo de 2007.
Com relação às áreas de fabricação (Unidades Faria Lima e Eugênio de Melo) os investimentos realizados em máquinas e equipamentos foram determinantes
no aumento da capacidade produtiva e conseqüentemente melhora no atendimento.
A partir do segundo semestre, foi iniciado o programa de Lean Manufacturing nos principais processos industriais, tais como: Cablagem, Tubulação,
Material Composto, Tratamento de Superfícies, Usinagem Química, Fábrica de Móveis, Quarentena, Montagem das Asas do EMBRAER 170/190,
Montagem final do EMBRAER 170/190, Legacy 600, F-5, ALX, e Phenom 100.
Nos processos onde foram aplicados os conceitos de Lean, foram alcançados resultados excelentes. Os ganhos em produtividade e ciclo de produção
variaram, em geral, de 20% a 40%, além de prover uma melhor organização no local de trabalho e redução de área requerida. Os investimentos para
implantação do Lean foram mínimos.
Presença Global
França
EUA Villepinte
Le Bourget
Nashville
Fort Lauderdale
China
Pequim
Portugal Harbin
Alverca
Cingapura
Cingapura
Brasil
Gavião Peixoto
Botucatu
São José dos Campos
A Embraer mantém suas atividades de engenharia, desenvolvimento e fabricação no Brasil, com cinco unidades industriais, em São José dos Campos, Eugênio de
Melo, Botucatu e Gavião Peixoto, todas no Estado de São Paulo. Possui também uma fábrica em Harbin, China, em associação com a AVIC II. Para dar suporte às
operações de pós-venda, conta com centros de serviço e venda de peças de reposição próprias em São José dos Campos, em Fort Lauderdale - Flórida e Nashville -
Tennessee, EUA, em Villepinte, nas proximidades do Aeroporto Roissy - Charles de Gaulle - França e Cingapura, além da rede autorizada especializada no mundo.
A Embraer também mantém centros de distribuição de peças de reposição e equipes de técnicos especializados na China para prestar apoio aos clientes.
O suporte às atividades de comercialização, marketing e promoção é realizado pelos escritórios localizados em São José dos Campos - SP em Fort
,
Lauderdale - Flórida, EUA, em Villepinte - França e Cingapura, bem como o escritório de Beijing - China.
Além destas unidades, estrategicamente distribuídas pelo mundo, a Embraer mantém uma joint venture com a empresa suíça Liebherr, denominada ELEB -
Embraer Liebherr Equipamentos do Brasil, da qual detém 60% do capital, localizada em São José dos Campos, SP.
Em Portugal, controlamos a OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal S.A., uma empresa de manutenção e produção aeronáutica, na qual a Embraer em
associação com a EADS, adquiriu 65% do seu capital, sendo que a Embraer detém 70% de participação nesta associação.
Financiamento às Vendas
O mercado de financiamento de aeronaves civis mostrou-se líquido e aberto para a maioria dos clientes e países em 2007. O fortalecimento das empresas
aéreas, o crescimento do tráfego aéreo e a elevação da liquidez internacional foram os principais fatores que atraíram o interesse de instituições financeiras e
investidores. Em um cenário positivo, os bancos europeus têm mostrado destaque como grandes players do mercado. Observa-se também um maior interesse
de bancos e investidores asiáticos pelo financiamento de aviões comerciais.
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10. O sucesso na estruturação de financiamentos para os clientes da Embraer nos últimos anos demonstra a boa aceitação pelo mercado financeiro das
aeronaves comerciais da Empresa. A diversificação da base de clientes dos E-Jets e a sua versatilidade de aplicação nos diversos modelos de negócio têm
contribuído para a percepção positiva do ativo como mitigador de risco e os valores residuais projetados estão se mantendo em patamares maiores que os
dos competidores. A família EMBRAER 170/190 tem sido financiada predominantemente por instituições financeiras européias e americanas e
empresas de leasing.
No mercado de aviação executiva, a receptividade dos jatos da Embraer pela comunidade financeira continua sendo muito positiva. Instituições financeiras
americanas e européias têm demonstrado grande interesse em financiar os clientes do Phenom 100, Phenom 300, Legacy 600 e Lineage 1000.
Administração de Ativos e Garantias Financeiras
Para oferecer melhor suporte financeiro às vendas e reduzir alguns riscos financeiros relacionados à comercialização de aeronaves, a Embraer criou, em
2002, as subsidiárias ECC Leasing Co. Ltd. e ECC Insurance & Financial Co. Ltd.
A missão da ECC Leasing Co. Ltd. é gerenciar e comercializar a carteira de aeronaves que, por obrigações contratuais, poderão ser adquiridas pela Embraer
em transações de trade-in e recompra. A companhia também presta serviços de recomercialização a terceiros ligados às campanhas de vendas.
Neste período, vendas de aeronaves novas foram viabilizadas com base na condição restritiva de negociação o recebimento de aeronaves usadas como
parte de pagamento em trade-in, as quais também geraram receitas através de operações de venda ou leasing.
Através da Diretoria de Administração de Ativos, a ECC Leasing administrou 58 aeronaves até o momento, das quais 28 aeronaves foram vendidas, 29
aeronaves permanecem em leasing operacional e uma aeronave está disponível para venda.
As operações de leasing e venda foram concluídas com a observância dos valores de mercado, buscando a preservação dos valores dos produtos da Embraer.
Já a ECC Insurance & Financial Co. Ltd. foi lançada como seguradora cativa para assegurar o pagamento de possíveis contingências relacionadas às
garantias financeiras oferecidas em alguns financiamentos de vendas.
Estrutura Societária
Para suportar as suas atividades operacionais, a Embraer conta com uma estrutura societária que tem como objetivos atender às exigências e
particularidades de cada país onde atua, além de melhorar, organizar e otimizar a gestão das empresas do grupo prevendo a integração de todas as
operações e a satisfação dos clientes.
EMBRAER
(Controladora)
Indústria Aeronáutica Embraer Aircraft Embraer Aviation Europe
Embraer - Eugênio Holding, Inc.
Neiva Ltda – Botucatu SAS - Holding
de Melo (filial) (subsidiária)
(subsidiária) (subsidiária)
Embraer Aviation
ECC do Brasil Embraer Services, Inc. International SAS
Embraer - Gavião
Cia. de Seguros
Peixoto (filial)
(subsidiária)
Embraer Europe SARL
Embraer Aircraft
Customer Services, Inc.
Embraer - Botucatu Embraer Gavião Peixoto Embraer Australia
(filial) (subsidiária) Pty Limited (subsidiária)
Embraer
Aircraft Maintenance
Services, Inc.
ELEB Embraer Liebherr Embraer Spain Holding Co.,
Embraer - São Paulo Equip. do Brasil S/A - SJC SL (subsidiária)
(filial) (controlada) Embraer
Executive Jet Services,
LLC ECC Investment
Switzerland, AG
Embraer - Guarujá Escritório de Representação
(filial) ETS
Comercial Beijing ECC Insurance &
Embraer Training
Services Financial Company Ltd.
ECTS Embraer Finance
Embraer Representations,
Embraer CAE Ltd.
LLC (subsidiária)
Training Services
Embraer Merco
S/A - EMS
Embraer
Embraer Credit Limited Overseas Limited
LLC (subsidiária) (subsidiária) ECC Leasing
Company Ltd.
Embraer Asia Pacific
Canal Investments, LLC Air Holding SGPS S/A
Pte. Limited
(subsidiária)
(subsidiária)
OGMA
Harbin Embraer Aircraft
Industry Company Ltd.
(JV Embraer – AVIC II)
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11. Desempenho Econômico-Financeiro (Legislação Societária)
Em 2007, a Embraer estabeleceu a meta de entregar entre 165 e 170 aeronaves para os mercados de Aviação Comercial, Executiva e Defesa e Governo. Ao longo
dos 4 trimestres as entregas ocorreram de forma gradual e crescente, devido às ações de estabilização do processo produtivo, sendo que até o final do ano foram
entregues 169 aeronaves, cumprindo efetivamente o desafio assumido e alcançando um recorde histórico para a empresa.
Os valores apresentados referentes aos anos de 2005 e 2006 contemplam as reclassificações realizadas devido à mudança de práticas contábeis.
Com esse expressivo número de entregas, a Embraer registrou receita líquida de R$9.983,4 milhões, 20,8% maior que a receita líquida de 2006 de R$8.265,2
milhões. O crescimento da receita se deu basicamente por conta do aumento de 30,0% das entregas, quando comparamos 2007 e 2006. A valorização de 11,7%
do real médio frente ao dólar médio, verificada no período, justifica grande parte da diferença entre o crescimento da receita e das entregas.
No exercício, as exportações da Embraer totalizaram US$4.736,8 milhões, um aumento de 45% em relação a 2006, marcando a posição da Empresa como a 3ª
maior exportadora brasileira, com uma contribuição de 2,95% para o saldo da balança comercial brasileira.
Valores em R$ Milhões 2005 2006 2007
Receita Líquida 9.046,5 8.265,2 9.983,4
Custo dos Produtos Vendidos 7.160,1 6.477,1 8.376,0
Lucro Bruto 1.886,4 1.788,1 1.607,4
Margem Bruta 20,9% 21,6% 16,1%
Despesas Operacionais e PLR 1.093,4 1.166,2 1.079,7
Lucro Operacional antes dos Juros e Impostos 793,0 621,9 527,7
Margem Operacional 8,8% 7,5% 5,3%
Depreciação e Amortização 284,1 330,4 361,4
EBITDA Ajustado (1) 1.077,1 952,3 889,1
Margem EBITDA Ajustado 11,9% 11,5% 8,9%
Lucro Líquido 708,9 621,7 657,0
Margem Líquida 7,8% 7,5% 6,6%
Lucro por Ação 0,98 0,84 0,88
Quantidade de Ações 721.832.057 739.903.914 740.465.044
(1) O EBITDA ajustado, de acordo com o Ofício Circular CVM nº1/2005 representa o lucro líquido adicionado de receitas (despesas) financeiras líquidas, imposto de renda e contribuição
social, depreciação e amortização, receitas (despesas) não operacionais, participações minoritárias e equivalência patrimonial.
Em 2007, a Embraer entregou 169 jatos, sendo 130 para o mercado de Aviação Comercial, incluindo 123 aeronaves da família EMBRAER 170/190 e sete da
família ERJ 145, 35 Legacy 600 para o Mercado de Aviação Executiva e quatro aeronaves de transporte para o Mercado de Defesa e Governo.
Além dos jatos entregues, deu-se prosseguimento aos contratos com a FAB, com a entrega de dez F-5 modernizados pelo Programa F-5 BR e 18 Super Tucanos
pelo Programa ALX. Adicionalmente, foram entregues dez aeronaves Super Tucano para o governo da Colômbia.
ENTREGA DE AERONAVES POR SEGMENTO*
2004 2005 2006 2007
Aviação Comercial 134 120 98 130
ERJ 135 1 2 - -
ERJ 145 87 46 12 7
EMBRAER 170 46 46 (1) 32 (2) 11
EMBRAER 175 - 14 11 (1) 34
EMBRAER 190 - 12 40 68
EMBRAER 195 - - 3 10
Aviação Executiva 13 14 27 35
Legacy 600 13 (2) 14 27 35
Defesa e Governo** 1 7 5 4
EMB 145 1 1 - 1
Legacy 600 - 6 - 1
EMBRAER 170 - - 4 (1) -
EMBRAER 190 - - 1 2
TOTAL JATOS 148 141 130 169
* Entregas identificadas por parênteses foram contabilizadas como leasing operacional.
** Inclui somente entregas de jatos executivos configurados para transpor te de autoridade e aeronaves para Companhias aéreas estatais.
A entrega de 35 aeronaves Legacy 600 pelo mercado de Aviação Executiva, gerou uma receita de R$1.593,7 milhões em 2007, 21,7% maior que a receita de
R$1.309,4 milhões de 2006, quando foram entregues 27 aeronaves do mesmo modelo. As receitas relacionadas ao segmento de Serviços Aeronáuticos
atingiram R$1.067,9 milhões em 2007, mostrando com pequeno aumento em relação aos R$1.057,6 milhões do exercício de 2006.
A receita líquida para o mercado de Aviação Comercial cresceu 23,8% em relação aos R$5.149,0 milhões de 2006, atingindo o valor de R$6.372,8 milhões,
por conta do aumento das entregas no período. A receita líquida do mercado de Defesa e Governo foi de R$659,0 milhões no exercício de 2007, crescendo
33,9% em relação aos R$492,0 milhões de 2006, por conta do andamento dos contratos vigentes.
Assim, em 2007 os segmentos de Serviços Aeronáuticos, Defesa e Governo e Outros, representaram 10,7%, 6,6% e 2,9% da receita líquida total,
respectivamente, comparado a uma participação de 12,8%, 6,0% e 3,1% em 2006. Os segmentos de Aviação Comercial e Aviação Executiva representaram
em 2007, 63,8% e 16,0% da receita líquida total, em comparação a uma participação de 62,3% e 15,8% em 2006, respectivamente.
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12. Composição da Receita - Segmento
2,9%
10,7%
Aviação Comercial
Defesa e Governo
63,8%
Aviação Executiva
Serviços Aeronáuticos
16,0%
Outros
6,6%
Composição da Receita - Região
14%
Américas
Brasil
58%
Europa
Outros
24%
4%
A margem bruta da Embraer apurada em 2007 foi 16,1%, abaixo dos 21,6% registrados no ano anterior, em função da valorização de 11,7% do real média
frente ao dólar médio e também dos ajustes no processo produtivo implementados no período que aumentaram os custos da Empresa. As despesas com
contratação, treinamento e a realização de horas extras para o atendimento ao cronograma de entregas, trouxeram impacto na rentabilidade da Empresa,
causando uma redução das margens.
No exercício de 2007, as despesas operacionais (incluindo a participação dos empregados nos lucros e resultados) totalizaram R$1.079,7 milhões,
mostrando uma redução de 7,4% em relação aos R$1.166,2 milhões apurados no exercício anterior, principalmente em função da reversão de provisões no
valor de R$342,1 milhões devido à decisão judicial transitada em julgado favorável no Superior Tribunal de Justiça sobre o questionamento da expansão da
base de cálculo da PIS/COFINS, determinada pela Lei 9.718/98.
Em 2007, as despesas comerciais, apresentaram um crescimento de 41,5% em relação aos R$477,7 milhões do ano anterior e totalizaram R$675,7
milhões, representando 6,8% da receita líquida de vendas, comparada a uma participação de 5,8% em 2006. Esta variação ocorreu devido à
intensificação das campanhas de marketing para os produtos da Empresa, despesas comerciais variáveis e pela não ocorrência de reversões de provisões
de garantias financeiras em 2007.
A participação dos empregados nos lucros e resultados (PLR) totalizou R$129,8 milhões, 32,2% maior que os R$98,2 milhões do ano anterior, por conta do
aumento dos valores distribuídos aos acionistas no período, através de dividendos e juros sobre capital próprio.
As despesas administrativas totalizaram R$440,9 milhões em 2007, apresentando diminuição de 14,0% quando comparadas aos R$512,7 milhões do
exercício anterior, explicados em parte pelos primeiros resultados do programa de otimização de processos denominado P3E (Programa de Excelência
Empresarial EMBRAER) adotado pela Empresa em meados de 2007.
A conta “Outras receitas (despesas) operacionais líquidas” totalizou receita de R$166,1 milhões em 2007, principalmente em função da reversão de provisões
no valor de R$342,1 milhões, conforme citado anteriormente.
Assim, o lucro operacional antes dos juros e impostos em 2007 totalizou R$527,6 milhões, 15,2% menor que os R$621,9 milhões apurados no ano
anterior, com margem operacional de 5,3% e 7,5% respectivamente, devido principalmente à apreciação do real frente ao dólar, ao aumento dos ciclos
de produção, aos custos de mão-de-obra relacionados à realização de horas extras, e aos custos de treinamento de funcionários para atender ao aumento
de cadência de produção.
Como resultado, a geração de caixa operacional medida pelo EBITDA atingiu R$889,1 milhões em 2007, 6,6% abaixo dos R$952,3 milhões do ano anterior,
explicado principalmente pela queda do lucro operacional no período.
Da mesma forma, a margem EBITDA apurada em 2007 foi 8,9% abaixo dos 11,5% registrados em 2006.
Durante o ano de 2007 a Embraer manteve uma sólida posição de caixa que contribuiu para uma receita financeira líquida de R$89,0 milhões, comparada a
uma receita financeira líquida de R$218,8 milhões em 2006, explicada principalmente pela queda nas taxas de juros durante o período.
Assim, a Embraer obteve lucro líquido de R$657,0 milhões em 2007, 5,7% acima dos R$621,7 milhões obtidos em 2006. A margem líquida da Empresa
atingiu 6,6% em 2007, abaixo dos 7,5% apurados em 2006.
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13. ¢ Indicadores Patrimoniais
A seguir, são apresentados os principais indicadores patrimoniais da Embraer, comparando-os nos últimos três anos:
Destaques Consolidados - Valores em R$ Milhões 2005 2006 2007
Disponível 4.479,2 3.774,0 4.442,0
Contas a Receber 1.068,1 641,2 698,5
Financiamentos a Clientes 673,9 464,8 65,2
Estoques 3.967,3 4.683,0 5.040,0
Imobilizado 1.184,4 1.411,6 1.387,6
Fornecedores 1.712,7 1.950,0 1.620,0
Endividamento - Curto Prazo 1.112,7 1.077,1 1.656,1
Endividamento - Longo Prazo 2.524,1 1.819,5 1.471,7
Patrimônio Líquido 4.735,9 5.040,6 5.262,3
Em atendimento às deliberações CVM nºs 488 e 489, nas demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2005, apresentadas
para fins de comparação, foram efetuadas determinadas reclassificações relacionadas a ativos e passivos para torná-las adequadas aos respectivos normativos
contábeis, cujos efeitos estão apresentados na nota explicativa 2 das demonstrações financeiras.
A posição de liquidez da Empresa verificada pelo seu caixa líquido (disponibilidades menos endividamento total), teve um crescimento de 49,8% em relação
ao fechamento de 2006, encerrando o exercício de 2007 com R$1.314,2 milhões de caixa líquido.
Desta forma, a Embraer encerrou o ano com um endividamento total de R$3.127,8 milhões, 8,0% acima dos R$2.896,7 milhões do exercício anterior. Do
endividamento total, 47,1% refere-se a linhas de longo prazo. O endividamento é composto de R$1.727,1 milhões (55,2%) em linhas de crédito denominadas em sua
maioria em dólares e os restantes R$1.400,7 milhões (44,8%) são denominados em reais, sendo que o prazo médio de endividamento da Embraer é de 3,5 anos.
A diminuição do contas a receber e dos financiamentos aos clientes refletem a recuperação do mercado de financiamento de aeronaves civis reduzindo a
necessidade da participação da Empresa em estruturas temporárias de financiamento de vendas.
A posição de estoques da Embraer encerrou o ano em R$5.040,0 milhões, 7,6% acima do valor correspondente a dezembro de 2006. Este crescimento
decorre principalmente do aumento de cadência de produção das aeronaves e do crescimento dos investimentos no negócio de Serviços Aeronáuticos.
Indicadores Consolidados - Valores em R$ Milhões 2005 2006 2007
Caixa (endividamento) Líquido 820,7 877,3 1.314,2
Capital de Giro 5.046,3 4.007,2 4.411,9
Liquidez Corrente 1,8 1,6 1,7
Liquidez Seca 1,2 0,9 0,9
Giro dos Estoques 1,8 1,5 1,7
Giro dos Ativos 0,5 0,5 0,6
ROA 4,2% 3,7% 4,1%
ROE 15,4% 12,7% 12,8%
Os indicadores financeiros de 2007 ficaram bem em linha com os de 2006. Assim o índice de liquidez seca de 0,9 de 2006 permaneceu o mesmo em 2007 e o
índice de liquidez corrente que era de 1,6 em 2006, aumentou ligeiramente para 1,7 em 2007.
Apesar do aumento dos estoques, o giro cresceu de 1,5 em 2006 para 1,7 em 2007, principalmente devido ao maior número de entregas no período.
O índice de rentabilidade sobre o ativo - ROA foi de 4,1% em 2007 e ficou acima do apurado em 2006 de 3,7%. O índice de retorno sobre o patrimônio líquido -
ROE que havia sido de 12,7% em 2006, sofreu um pequeno aumento, ficando em 12,8% em 2007.
¢ Valor Econômico Adicionado (VEA)
O maior resultado operacional obtido em 2007, em relação ao exercício de 2006, apresentou melhoria de rentabilidade, medida pelo valor econômico adicionado,
conforme demonstrado abaixo:
Valores em R$ Milhões 2005 2006 2007
Total do Ativo 16.940 16.292 15.660
Passivo com Financiamento Espontâneo 8.567 8.355 7.270
Passivo Remunerado 8.373 7.937 8.390
Capital de Terceiros 3.637 2.897 3.128
Capital Próprio 4.736 5.040 5.262
Investimentos a Remunerar 8.373 7.937 8.390
Receita Operacional Líquida 9.046 8.265 9.983
Custos e Despesas Operacionais (8.210) (7.672) (9.242)
Resultado Operacional 836 593 741
IR e CS (180) (156) (162)
Custo do Capital de Terceiros (419) (382) (355)
Lucro Líquido Ajustado 237 55 224
Custo do Capital Próprio (673) (626) (541)
Valor Econômico Adicionado (436) (571) (317)
VEA/Investimento a Remunerar -5,2% -7,2% -3,8%
Nota: O cálculo do VEA exclui entidades de propósito específico (EPE).
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14. ¢ Destinação dos Resultados da Controladora
A Administração proporá à Assembléia Geral Ordinária, após a constituição da reserva legal e distribuição de juros sobre capital próprio e dividendos, a retenção do
lucro líquido do exercício no montante de R$114,6 milhões como reserva para investimentos e capital de giro, visando assegurar os investimentos na nova família
de jatos executivos, em novas tecnologias, processos e modelos de gestão, na busca do aumento da sua capacitação e produtividade.
¢ Demonstrações Consolidadas em US GAAP
Como política de transparência e por ter ações (ADSs) negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE) a Embraer apresenta, a seguir, o resumo dos
principais demonstrativos consolidados de acordo com as práticas contábeis norte-americanas (US GAAP).
BALANÇOS PATRIMONIAIS CONSOLIDADOS EM 31 DE DEZEMBRO EM US GAAP
(Em milhares de dólares)
ATIVO 2006 (1) 2007 (2)
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e equivalentes 1.209.396 1.307.366
Investimentos temporários 555.795 1.185.745
Contas a receber 277.878 354.650
Financiamentos de vendas 70.980 4.292
Estoques 2.047.244 2.481.065
Impostos 92.901 87.050
Outros 481.918 221.244
4.736.112 5.641.412
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Contas a receber 22.109 39.661
Financiamentos de vendas 552.751 410.382
Impostos 144.671 170.378
Outros 1.194.373 995.846
Imobilizado 412.244 565.979
Investimentos 33.844 42.458
2.359.992 2.224.704
TOTAL DO ATIVO 7.096.104 7.866.116
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2006 (1) 2007 (2)
PASSIVO CIRCULANTE
Financiamentos 503.047 932.669
Fornecedores 912.753 912.546
Adiantamentos de clientes 544.802 801.619
Outros 1.034.587 684.229
2.995.189 3.331.063
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Financiamentos 846.104 820.320
Adiantamentos de clientes 183.639 367.957
Contribuições de parceiros 92.217 112.201
Outras contas a pagar 1.040.760 916.426
2.162.720 2.216.904
PARTICIPAÇÃO DOS MINORITÁRIOS 63.914 68.709
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.874.281 2.249.440
TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 7.096.104 7.866.116
(1) Extraídos das Demonstrações Financeiras auditadas.
(2) Extraídos das Demonstrações Financeiras não auditadas.
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15. DEMONSTRAÇÕES CONSOLIDADAS DO RESULTADO EM US GAAP
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 E DE 2007 (Em milhares de dólares)
2006 (1) 2007 (2)
RECEITA LÍQUIDA DAS VENDAS 3.759.519 5.245.172
Custo dos produtos vendidos (2.806.802) (4.064.810)
LUCRO BRUTO 952.717 1.180.362
DESPESAS OPERACIONAIS
Gerais e administrativas (235.505) (227.577)
Comerciais (220.596) (347.089)
Pesquisa e desenvolvimento (112.743) (238.813)
Participação nos lucros e resultados (42.719) (71.039)
Outras receitas operacionais, líquidas 1.676 159.890
LUCRO OPERACIONAL 342.830 455.734
Receitas (despesas) financeiras, líquidas 105.433 81.849
Perda com ajustes acumulados de conversão, líquida (4.098) (37.669)
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 444.165 499.914
Despesas com impostos sobre a renda (44.411) (2.745)
Participação dos minoritários (9.580) (8.180)
Equivalência patrimonial (34) 316
LUCRO LÍQUIDO 390.140 489.305
(1) Extraídos das Demonstrações Financeiras auditadas.
(2) Extraídos das Demonstrações Financeiras não auditadas.
DEMONSTRAÇÕES CONSOLIDADAS DO FLUXO DE CAIXA
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 E DE 2007 (Em milhares de dólares)
2006 (1) 2007 (2)
FLUXO DE CAIXA - ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro líquido 390.140 489.305
Ajustes para reconciliar o lucro líquido ao caixa líquido gerado
pelas atividades operacionais:
Depreciação e amortização 77.977 75.811
Impostos (1.295) (19.856)
Ganhos (perdas) com ajustes acumulados de conversão, líquida 4.098 37.669
Outros 34.306 (7.540)
505.226 575.389
Mudanças nos ativos e passivos: 38.242 (590.792)
Caixa líquido gerado (utilizado) nas atividades operacionais 543.468 (15.403)
FLUXO DE CAIXA - ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
Aquisição de imobilizado (247.295) (225.746)
Outros (88.757) 41.382
Caixa líquido usado nas atividades de investimento (336.052) (184.364)
FLUXO DE CAIXA - ATIVIDADES FINANCEIRAS
Pagamento de empréstimos (1.497.751) (1.471.971)
Empréstimos 1.258.249 1.767.872
Dividendos e juros sobre o capital próprio pagos (157.771) (163.475)
Outros 2.170 455
Caixa líquido gerado pelas (usado nas) atividades financeiras (395.103) 132.881
Efeito no caixa das variações cambiais 57.924 164.856
Aumento (redução) do disponível (129.763) 97.970
Caixa e equivalentes no início do exercício 1.339.159 1.209.396
Caixa e equivalentes no final do exercício 1.209.396 1.307.366
(1) Extraídos das Demonstrações Financeiras auditadas.
(2) Extraídos das Demonstrações Financeiras não auditadas.
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16. Mercado de Capitais
O relacionamento da Embraer com a comunidade financeira e com os seus investidores é pautado na divulgação de informações com transparência e
eqüidade, caracterizadas pelo profundo respeito aos princípios legais e éticos, buscando consolidar e manter a imagem de liderança e inovação da Empresa
junto ao mercado de capitais, seguindo as regras do Novo Mercado da Bovespa, o mais elevado nível de Governança Corporativa no País. Suas ações estão
listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) desde 1989. A partir de 2000, a Embraer mantém um programa de ADRs (American Depositary
Receipts) nível III na Bolsa de Nova Iorque (NYSE).
O Capital Social da Embraer é composto por ações ordinárias, negociadas na Bovespa sob o símbolo EMBR3, que registraram no ano de 2007 uma desvalorização
de 8,6% encerrando o ano cotadas a R$20,15. Por sua vez, o índice Bovespa valorizou-se 43,6% no mesmo período.
Da mesma forma, o desempenho dos ADSs (American Depositary Shares) da Empresa, listados na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE) sob o símbolo ERJ,
atingiram a cotação de US$45,59, no último pregão do ano, representando uma valorização de 10,0% em 2007.
Desempenho - EMBR3 na Bovespa
21/07/2000 = 100
400 EMBR3
350 Ibovespa
300
250
200
150
100
50
0
fev/01
a go/01
fe v/02
ag o/02
fev /03
ag o/03
fev /07
ago /07
fev /05
ago /05
fev/06
ag o/06
a go/00
fe v/04
ag o/04
Desempenho - ADS na NYSE
21/07/2000 = 100
250 ERJ
Dow Jones
200
150
100
50
0
fev/01
a go/01
fe v/02
ag o/02
fev /03
ag o/03
fev /07
ago /07
fev /05
ago /05
fev/06
ag o/06
a go/00
fe v/04
ag o/04
Em 31 de dezembro de 2007, o capital social da Embraer era representado por 740.465.044 ações ordinárias (ON). Após a reestruturação societária
realizada em março de 2006, passou a ser composto na sua totalidade por ações ordinárias, igualando o direito de voto de todos os acionistas.
O Governo Brasileiro manteve os direitos atribuídos à sua ação de classe especial (golden share). Do total das ações que compõem o capital da
Empresa, 45,5% estão alocados para negociação na Bovespa, e 54,5% são negociados sob a forma de American Depositar y Shares (ADS) na New York
Stock Exchange (NYSE).
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17. 740.465.044 Ações Ordinárias
NYSE
UNIÃO
54,5%
BOVESPA
45,2%
0,3%
5,0% 0,3%
8,5%
NYSE Outros
13,9%
Janus Capital
46,4%
BOVESPA Outros
PREVI
Grupo Bozano
BNDSPAR
17,8% União
8,1%
Em 2007, parte da liquidez das ações ordinárias esteve no mercado norte-americano, quando o volume de ADSs negociado na NYSE apresentou uma média diária
de 826 mil títulos, movimento equivalente a volume financeiro médio diário de US$37,6 milhões. Já na bolsa brasileira, as ações ordinárias apresentaram volume
médio diário de 967 mil ações, com volume financeiro médio diário de R$21,4 milhões. Em 2006, o volume médio diário foi de 558 mil ações ordinárias,
equivalentes a R$11,7 milhões.
A capitalização de mercado da Embraer atingiu o valor de US$8,4 bilhões no final de dezembro de 2007, comparado aos US$7,7 bilhões registrados em 31 de
dezembro do ano anterior.
Valor de Mercado (US$ Bilhões)
8,4
7,7
7,0
6,0
2004 2005 2006 2007
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18. ¢ Remuneração aos Acionistas
A partir do lucro líquido consolidado de R$657,0 milhões, a Embraer distribuiu aos seus acionistas, em 2007, sob a forma de juros sobre capital próprio e
dividendos, R$448,8 milhões, equivalentes a R$0,60976 por ação ordinária. A distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio, foi aprovada pelo Conselho
de Administração no final de cada trimestre de 2007, e pagos em abril, julho, outubro de 2007 e janeiro de 2008. A distribuição de dividendos foi aprovada pelo
Conselho de Administração em março de 2008 e serão pagos em abril de 2008. A distribuição de proventos deste ano representou 68,3% do lucro líquido
consolidado da Empresa, mantendo assim a sua política de distribuição aos seus acionistas acima do mínimo obrigatório de 25%.
Dividendos Distribuídos - R$ Milhões
68,3%
62,7%
53,4%
46,6%
585 444 327 449
2004 2005 2006 2007
Dividendos Pay Out
Governança Corporativa
Desde a reestruturação societária realizada em março de 2006, a Embraer é uma empresa com capital pulverizado, sem a figura do Grupo de Controle ou
acionista controlador, com livre acesso aos mercados de capitais mundiais, ampliando assim sua capacidade de obtenção de recursos para suportar o
desenvolvimento de programas de expansão.
A reorganização societária unificou as classes de ações de emissão da Empresa, em apenas uma classe de ações ordinárias, estendendo assim, o direito de voto
a todos os seus acionistas, permitindo a sua adesão ao Novo Mercado da Bovespa, o nível mais alto de governança corporativa que uma empresa pode
apresentar no Brasil. A unificação das classes acionárias, em conjunto com alterações no estatuto social da Empresa, criou o benefício de 100% de direitos de
Tag-Along, prática pela qual, todos os acionistas têm os mesmos direitos econômicos em caso de oferta de compra da Empresa.
A Golden Share, ação de classe especial detida pela União Federal desde a privatização da Empresa, possui direito de veto sobre questões específicas às
operações da Embraer, e continua com seus direitos integralmente preservados na nova estrutura.
O Estatuto Social prevê mecanismos de proteção que garantem a pulverização do controle acionário, e também que a maioria de votos nas deliberações da
assembléia geral seja exercida por acionistas brasileiros, respeitando o princípio estabelecido na privatização da Empresa.
Dentre tais mecanismos destacam-se:
— Nenhum acionista ou grupo de acionistas, brasileiro ou estrangeiro, poderá exercer votos em cada Assembléia Geral em número superior a 5% do número de
ações em que se dividir o capital social;
— O total de votos em qualquer assembléia geral permitido a acionistas estrangeiros, seja isoladamente ou em grupo, estará limitado a 40% do total de votos
válidos a cada matéria;
— É vedada a aquisição por qualquer acionista, ou grupo de acionistas, de participação igual ou superior a 35% do capital da Embraer, salvo com expressa
autorização da União, na qualidade de detentora da Golden Share, e sujeita à realização de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA);
— Obrigatoriedade de divulgação de posição acionária sempre que: (i) a participação de um acionista atinja ou supere 5% do capital da sociedade; e (ii) a
participação de qualquer acionista se eleve em pelo menos 5% do capital da Empresa.
O Conselho de Administração é composto por 11 membros e seus respectivos suplentes, sendo sete independentes.
Foram constituídos três comitês que auxiliam o Conselho de Administração no âmbito de sua atribuição e competência:
Comitê Executivo: O Comitê Executivo permanente é composto de até quatro membros, sem poder deliberativo ou de gestão, destinado a auxiliar o Conselho
de Administração no exercício de suas funções.
Comitê de Recursos Humanos: O Comitê de Recursos Humanos é composto por quatro membros, designados pelo Conselho de Administração, e escolhidos
entre seus membros efetivos ou suplentes, ou da Diretoria da Companhia. Um dos membros será o Presidente do Conselho de Administração, que será
responsável pela coordenação dos trabalhos do Comitê. A duração do Comitê de Recursos Humanos vai até o final do mandato deste Conselho de
Administração, ou antes, se assim for decidido pelo Conselho de Administração.
Comitê de Auditoria: O Conselho Fiscal da Embraer exerce as funções de Comitê de Auditoria para os fins de cumprimento dos requisitos de listagem na New
York Stock Exchange (NYSE), contando para tanto, na sua composição, de especialista experiente e qualificado em administração contábil e financeira e
auditoria independente (“o Conselheiro Especialista”).
O Conselho Fiscal, que tem como principal atividade acompanhar os atos administrativos e analisar as demonstrações financeiras da Empresa, também se
integra à política de transparência e de boa governança corporativa. Desde 2004, atendendo aos requisitos da Lei Sarbanes-Oxley, aplicáveis às empresas
estrangeiras com ações listadas no mercado norte-americano, a Embraer implementou algumas modificações em seu Conselho Fiscal com o objetivo deste
desempenhar as funções do Comitê de Auditoria.
O Conselho Fiscal é composto por cinco membros efetivos, sendo um especialista financeiro, todos com mandato anual e atuando como Comitê de Auditoria.
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19. ¢ Modelo de Gestão
Anualmente, a Diretoria da Embraer elabora um Plano de Ação, o qual contempla um horizonte de cinco anos, e segue um modelo de planejamento estratégico
que considera os mercados onde atua, os competidores, as competências da Empresa e as oportunidades e riscos para os seus negócios. O Plano de Ação é o
instrumento central do empresariamento do negócio, alinhamento e comprometimento de todos os empregados com as metas e resultados planejados.
¢ Relacionamento com Auditores Independentes
Conforme estabelecido na instrução da CVM nº 308/1999, os auditores independentes devem ser substituídos a cada 5 anos. A Deloitte Touche Tohmatsu
completou 5 anos no 1º trimestre de 2007. Após processo mundial de procura e seleção, a Administração da Embraer juntamente com o Conselho Fiscal
recomendaram e o Conselho de Administração aprovou a contratação da PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes a partir de 2007.
A política da Embraer junto aos seus auditores independentes no que diz respeito à prestação de serviços não relacionados à auditoria externa se substancia
nos princípios que preservam a independência do auditor. Estes princípios se baseiam no fato de que, o auditor não deve auditar seu próprio trabalho, nem
exercer funções gerenciais, ou ainda advogar por seu cliente.
No exercício de 2007 a Embraer contratou junto a estes auditores outros trabalhos não diretamente vinculados à auditoria das demonstrações financeiras, cujo
valor representa 1,77% do total dos honorários relativos aos serviços de auditoria externa, prestados a todas as empresas do grupo no mundo.
A Embraer tem como política apresentar e aprovar junto ao Conselho Fiscal todos os serviços não relacionados à auditoria externa, prestados por nossos
auditores independentes.
¢ Cláusulas Compromissórias
A Companhia está vinculada ao Regulamento de Arbitragem da Câmara de Arbitragem do Mercado, conforme cláusula compromissória constante do seu
Estatuto Social.
¢ Gestão de Riscos
A Embraer sempre teve sua gestão de riscos incorporada aos processos de planejamento estratégico e operacional, visando proteção e sustentabilidade dos
seus negócios e dos recursos materiais e financeiros utilizados na operação.
A Embraer estuda os cenários financeiro, econômico, político, social e também dos setores que estão envolvidos em sua cadeia de valor, desde a procura de
suprimentos até o suporte ao cliente de suas aeronaves, e avalia a melhor forma de se proteger de eventuais riscos, muitas vezes inerentes aos seus negócios.
Para tanto a Embraer criou em 2007 uma área de Controles e Riscos que engloba o monitoramento de todos os riscos a que a Empresa está exposta como:
Riscos Estratégicos, Riscos para as Demonstrações Financeiras, Riscos Econômico-Financeiros, Riscos ao Meio Ambiente, Riscos Operacionais e Riscos
de Conformidade.
Pessoas e Organização
O ano de 2007 caracterizou-se por dois desafios de grande expressão: a contratação de cerca de 4.500 pessoas, acompanhada de um forte programa de
treinamento com vistas à sua qualificação para desempenhar adequadamente as suas funções, e a melhoria do nível de satisfação/motivação dos
empregados em geral.
A esses dois desafios adicionou-se a necessidade de recuperar a eficiência empresarial da Empresa, a qual, juntamente com cultura, liderança e gestão de
pessoas em geral, constituem os pilares do P3E (Programa de Excelência Empresarial Embraer), iniciado no segundo semestre de 2007.
A conjugação dos esforços e o foco na consecução desses desafios foi - sem dúvida alguma - fundamental para o cumprimento das metas da Embraer referentes
às entregas de aeronaves, fator tão essencial para o alcance dos resultados globais da Empresa no ano.
¢ Geração de Emprego
A Embraer gerou em 2007, 4.181 empregos no Brasil e 288 no exterior, atingindo 23.734 pessoas no seu quadro de funcionários, assim distribuídas:
¢ Embraer, inclusive Subsidiárias
— Quanto às respectivas categorias funcionais
Natureza do Trabalho Total Brasil Exterior
Operacionais (horistas) 9.928 9.846 82
Administrativos 2.142 1.990 152
Técnicos (nível médio) 2.836 2.537 299
Profissionais (nível superior)
Engenheiros (*) 3.692 3.624 68
Outros Profissionais 1.524 1.378 146
Liderança 955 805 150
Total 21.077 20.180 897
(*) Considerando-se 456 engenheiros que ocupam cargos de liderança, o total de engenheiros é de 4.148.
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