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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
HABILITAÇÃO: RADIALISMO
PRISCILLA BARBOSA DURAND
RELÁTORIO FINAL DO
CURTA – METRAGEM EM 3D ESTEREOSCÓPICO:
Cinco Minutos
João Pessoa, PB
2011
PRISCILLA BARBOSA DURAND
RELÁTORIO FINAL DO
CURTA – METRAGEM EM 3D ESTEREOSCÓPICO:
Cinco Minutos
Relatório final do curta metragem em
3D estereoscópico: Cinco minutos, de
Priscilla Barbosa Durand apresentado
como exigência parcial para obtenção
do bacharelado em Comunicação Social
do curso de Comunicação Social,
habilitação radialismo, da Universidade
Federal da Paraíba, sob orientação do
professor Doutor Davi Campos
Fernandes e co orientação da professora
mestranda Agda Patrícia Pontes de
Aquino.
Orientador: Davi Campos Fernandes
Co orientadora: Agda Patrícia Pontes de Aquino
João Pessoa, PB
2011
Novembro de 2011
Priscilla Barbosa Durand
RELÁTORIO FINAL DO
CURTA – METRAGEM EM 3D ESTEREOSCÓPICO:
Cinco Minutos
Relatório final do curta metragem em
3D estereoscópico: Cinco minutos, de
Priscilla Barbosa Durand apresentado
como exigência parcial para obtenção
do bacharelado em Comunicação Social
do curso de Comunicação Social,
habilitação radialismo, da Universidade
Federal da Paraíba, sob orientação do
professor Doutor Davi Campos
Fernandes e co orientação da professora
mestranda Agda Patrícia Pontes de
Aquino.
Aprovada em _____ de dezembro de 2011.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________Nota: ________
Professora Msc. Agda Patrícia Pontes de Aquino
________________________________________________________Nota: ________
Professor Dr. Davi Campos Fernandes
_________________________________________________________Nota: ________
Professor Dr. João de Lima Gomes
_________________________________________________________Nota: ________
Professora Msc. Norma Maria Meireles Macedo Mafaldo
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus e também a todos que me ajudaram de
maneira direta ou indireta nesse projeto. Aos meus familiares e amigos, Aderaldo
Júnior, Rodrigo Quirino, Everaldo Vasconcelos, Aninha Luna, Natália Cavalcanti e
Felipe da Nóbrega pelo incansável estimulo as minhas idéias
AMO VOCÊS!
AGRADECIMENTOS
A Deus,
Pela vida.
Ao meu Pai,
Pela ajuda financeira.
Aos orientadores,
Pela ajuda, paciência e compreensão.
Ao professor Everaldo Vasconcelos,
Pelo incansável estimulo aos sonhos.
A Lucenildo do LAVID,
Pelo companheirismo e parceria.
Ao coletivo Aparelho de Idéias,
Pela realização do projeto.
E todos os amigos que durante esses quatro anos de curso estiveram comigo. Muito
Obrigada a todos!
‘’ A imaginação é mais importante
que o conhecimento.’’
Albert Einstein
RESUMO
O curta – metragem em 3D estereoscópico Cinco Minutos é a primeira
experiência audiovisual paraibana em 3D. O relatório discorre todo o processo de
planejamento e execução deste material esclarecendo os resultados obtidos. Também e
apresentado uma breve explicação sobre o surgimento, os tipos de filmagem, as formas
de projeção e a retomada do cinema 3D atualmente, assim como o cinema 3D no Brasil.
O resultado é de grande valia, tendo em vista que, é uma linguagem nova a ser
trabalhada cheia de possibilidades de crescimento no mercado e na área acadêmica.
Palavras-chave: Curta – metragem ;3D estereoscópico; Cinema 3D.
ABSTRACT
The short – film in stereoscopic 3D Five Minutes is the first audiovisual
experience paraibana in 3D. The report discusses the process of planning and execution
of this material explaining the results obtained. And also presented a brief explanation
of the rise, the types of shooting, the forms of projection and the current revival of 3D
cinema, as well as, 3D cinema in Brazil. The result is of great value, considering that it
is a new language to be worked full of opportunities for growth in the market and in
academia.
Keywords: Short – film; stereoscopic 3D; 3D movies
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 10
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................12
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................13
3.1 História do cinema em 3D ................................................................................. 13
3.2 Como funciona a tecnologia em 3D ...................................................................15
3.2.1 Captação de vídeos em 3D estereoscópicos ..............................................16
3.2.1.1 Utilizando câmeras próprias para esse fim .............................................17
3.2.1.2 Com duas câmeras iguais juntas para funcionarem como se fossem
estereoscópicas .......................................................................................17
3.2.1.3 Com uma câmera utilizando um adaptador estereoscópico ....................18
3.3 Sistema de óculos tradicional anáglifo e Sistema de óculos atual polarizado......19
3.3.1 Sistema de óculos tradicional anáglifo........................................................19
3.3.2 Sistema de óculos atual polarizado..............................................................21
3.4 O retorno do cinema 3D no filme Avatar .............................................................22
3.5 O cinema 3D no Brasil .........................................................................................25
4. DISCUSSÃO SOBRE O DIPOSITIVO MIDIÁTICO UTILIZADO..................28
5. OBJETIVOS..............................................................................................................30
5.1 Objetivo Geral ......................................................................................................30
5.2 Objetivo Específicos ............................................................................................30
6. METODOLOGIA ....................................................................................................31
7. PROCEDIMENTOS REALIZADOS ....................................................................32
7.1 Pré – Produção .....................................................................................................32
7.1.1 Material e recursos utilizados .....................................................................34
7.2 Produção ...............................................................................................................36
7.3 Exibição ................................................................................................................37
8. CRONOGRAMA EXECUTADO ..........................................................................39
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................40
APÊNDICES ................................................................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................90
APRESENTAÇÃO
Esse relatório é sobre a produção de um curta em 3D estereoscópico realizado
como exigência parcial para obtenção do curso de Comunicação Social com habilitação
em rádio e TV, da Universidade Federal da Paraíba.
Desde os primeiros contatos com produção audiovisual dentro da academia e no
mercado de trabalho eu já pensava em fazer um produto no meu TCC. Após a chegada
do filme Avatar fui pesquisando sobre Cinema 3D e observando que havia
possibilidades de realizar um vídeo em 3D estereoscópico de baixo orçamento. Nas
primeiras pesquisas já conseguir tecer uma rede de contatos de profissionais e
professores que trabalham e/ou estudam sobre o assunto. Apesar de existir uma lacuna
bibliográfica sobre o tema em nosso idioma.
Logo, unindo minha fome de aventura a projetos ousados e a necessidade de
deixar um pioneirismo de pesquisa sobre essa temática ao curso de comunicação da
UFPB, para que outros alunos se sintam motivados a trabalharem com esse assunto
comecei a produção do material.
A cada passo foi um novo desafio e um ambiente desconhecido onde eu
adentrava. Mas, juntando todas as condições possíveis de se trabalhar e as pesquisas
feitas foi deixando um bom material de referencia em vídeo e escrita para os próximos
trabalhos acadêmicos que poderão vim a surgir.
11
1. INTRODUÇÃO
Algumas pessoas, sobretudo os mais jovens pensam que o 3D estero é uma
novidade trazida pelo cinema e ainda mais pelo filme Avatar. Mas a estereoscopia foi
inventada somente alguns anos depois que a fotografia foi concebida começando pelo
estereoscopico de Charles Wheastone em 1838.
A estereoscópia é uma qualidade que nossa visão possui para vermos os objetos
que nos circundam percebendo suas proporções, volume e profundidade. Popularmente
conhecido como 3D. O trabalho consiste em uma produção de um curta em 3D
estereoscópico anaglifo, sistematizando através do relatório todo o processo de
produção do vídeo.
Podendo, portanto abrir esse campo de atuação para artistas, comunicólogos,
cineastas, e entusiastas, por ser mais uma opção de representação de conteúdo em
ascendência. Primeiro o som, depois as cores e agora a terceira dimensão.
12
2. JUSTIFICATIVA
Após a chegada do filme Avatar muito foi se falando sobre a revolução do
cinema 3D. O que poucos sabem, e que o cinema em 3D já existia em 1922, tendo
alguns experimentos da técnica chamada estereoscopia até antes. O que mudou ao longo
dos anos ate os dias atuais foi o avanço tecnológico de produção de filmes em 3D. O
Brasil não esta acompanhando esse ritmo, porém, já se fez o primeiro curta e filme
brasileiro em 3D.
O projeto do curta metragem em 3D anaglifo Cinco Minutos, visa promover a
primeira experiência em 3D anaglifo local servindo de referência para estudantes de
comunicação, entusiastas e qualquer outro profissional que busque conhecimento visual
nessa forma de produção. Que sirva também de estimulo para outros trabalhos
semelhantes sobre o tema abordado.
Por fim, o trabalho não só visual, mas também escrito se propõem a preencher a
lacuna existente em nosso idioma sobre o assunto, de forma a contribuir para que
pesquisadores brasileiros tenham aos poucos cada vez mais materiais de pesquisa para
referenciarem–se sobre essa tecnologia que emerge com força, de modo que no futuro
nosso país possa competir com essa tecnologia que se dissemina sempre em busca de
novas produções de conteúdo através dessa técnica.
13
3. FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 História do cinema em 3D
De acordo com o site Stereoscopic 3D Movies1
, a invenção da técnica
estereoscópica, o chamado 3D, aconteceu em 1838 quando o cientista Sr. Charles
Wheastone expôs uma maquina espelhada que gerava desenhos geométricos em três
dimensões. Em setembro de 1922, no hotel Ambassador, em Los Angeles, estreou o
primeiro filme que utilizava a técnica estereoscópica juntamente com os óculos
anáglifo: The Power of Love - dirigido por Nat Deverich e Haary Fairall o filme relatava
uma mulher que prometida a um homem que não ama para salvar o pai da bancarrota.
Mas o filme não teve uma boa receptividade pela imprensa e expositores e o carretel do
filme nunca foi recuperado.
Ilustração 1: Projeção anáglifa. Fonte: http://www.photon3d.com.br/historia.php
Ilustração 2: Sr. Charles Wheastone inventor do estereoscópico. Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Wheatstone
Ilustração 3: Estereoscópico de Wheatstone. Fonte:
http://www.photon3d.com.br/historia.php
Dan Sung (2009) revela que entre 1920 e 1930 o cinema 3D entra em um
período de tranquilidade devido à grande depressão. Já em 1951 a indústria
cinematográfica busca um novo caminho para atrair as pessoas de volta ao cinema,
então, em 1952 foi lançado o filme de baixo orçamento: Bwana Devil, dirigido por
1
Site: www.hd3dmovies.com/3d2.html acesso em maio de 2011.
14
Arch Oboler sua história girava em torno da busca por dois leões comedores de homens,
à solta na África Oriental. O gênero do filme é ação, suspense e horror. Gêneros esses
que funcionam muito bem com o 3D.
A febre dos filmes em 3D veio com mais força um ano depois, com o sucesso de
House of Wax (A casa de cera), lançado pela Warner Bros, sendo o primeiro filme em
som estéreo, dirigido por André De Toth, estrelando Vincent Price e Charles Bronson.
Pelo sucesso, todos os grandes estúdios queriam produzir filmes em 3D, dentre os
títulos produzidos nesta época, não podemos deixar de citar um de grande importância
Disque M Para Matar dirigido por Alfred Hitchcock. Uma das cenas criadas para se ter
maior repercussão no filme Disque M Para Matar, era quando a Grace Kelly está sendo
estrangulada e estende sua mão em direção a platéia, críticos da época relataram que a
cena tem mais impacto quando visto normalmente. Pois na mesma, o público fica mais
entretido com a mão saindo da tela, do que com a própria cena. E por isso, os estúdios
acabaram lançando uma nova versão para salas de projeção comuns. Os obstáculos
comuns do meio tornaram-se aparentes. O público começou a se queixar do cansaço
ocular e das dores de cabeça, quando as projeções não estavam alinhadas corretamente.
(SUNG, 2009)
Ilustração 4: 1950 a era de ouro do cinema 3D. Fonte:
http://www.photon3d.com.br/historia.php
Quando as cópias dos filmes são desgastadas é difícil repara-lás. As duas
bobinas precisam ficar idênticas e muitas vezes dois projetistas são necessários para
15
reproduzí – los. O pioneiro Arch Oboler cria uma solução de impressão única para
projeção de filmes em 3D, chamado espaço 3D vision. O processo envolve as duas
imagens na mesma faixa, com uma em cima da outra e uma lente de polarização
alternada na frente do projetor. Dan Sung (2009), ainda relata que em 1970 a
estereovisão é introduzida; onde as duas imagens são comprimidas lado a lado no
mesmo carretel, em vez de cima e por baixo. Por uma lente anamórfica, colocada na
frente do projetor para esticar as imagens e sobrepô-las em widescreen. O filme lançado
nesse formato foi o Stewardesses, custando U$ 100.000 (cem mil dólares) para produzir
e arrecadado 27 milhões de dólares depois de ser exibido em 800 cinemas.
Sullivan (2010), enfatiza a onda de filmes de terror que são produzidos em 1982.
Sexta feira 13 parte III é o primeiro, seguindo rapidamente por tubarão 3D e 3D
Amityville. A animação começa a entrar em cena, e em 1995 Toy Story se torna o
primeiro filme em 3D feito inteiramente em computador, o que foi um grande avanço na
indústria de cinema. A Online Film Critics Society revelou em uma lista em 2003 que
Toy Story é a melhor animação de todos os tempos.
Em 2009, o filme épico de ficção Avatar dirigido por James Cameron, se torna o
filme de maior bilheteria de todos os tempos. O qual foi considerado um divisor de
águas em termos tecnológicos para o cinema em 3D e um marco na retomada do 3D no
cinema. Para se chegar ao realismo desejado pelo diretor, a equipe do filme Avatar
reinventou as câmeras em 3D, aperfeiçoou o sistema de captura de imagens, e
expressões faciais e corporais dos atores. Os recursos que são usados nele não se
resumem a meros efeitos, mas estabelecem uma nova linguagem a ser explorada pelos
cineastas.
3.2 Como funciona a tecnologia em 3D
16
Ilustração 5: A ação 3D permanece no interior do tronco entre o espectador e a
tela. Fonte: (MENDIBURU, 2009)
De acordo com o escritor e cineasta americano Bernard Mendiburu (2009) a
tecnologia 3D funciona de forma simples. Para começar, a terceira dimensão não existe,
é apenas uma ilusão da mente. E isso só acontece devido a um fenômeno natural
chamado estereoscópica. Trata-se da projeção de duas imagens, da mesma cena, em
pontos ligeiramente diferentes. O nosso cérebro, automaticamente, junta as duas
imagens em apenas uma e, nesse processo, obtém informações quanto à profundidade,
distância, posição e tamanho dos objetos, formando uma ilusão de visão em 3D (terceira
dimensão).
Para gerar esse efeito em 3D a captação das imagens não é feita de qualquer
maneira. O efeito 3D é composto por duas imagens projetadas em pontos distintos.
Logo, na captação, devem ser filmadas duas imagens ao mesmo tempo. A câmera
estereoscópica simula a visão do olho humano. Cada lente é posta a cerca de seis
centímetros uma da outra (essa é a distância média entre os olhos de uma pessoa). É até
possível fazer isso com câmeras amadoras e com pouco recurso.
Ilustração 6: Captação 3D. Fonte: (MENDIBURU, 2009)
3.2.1 Captação de vídeos em 3D estereoscópico
Mendiburu (2009) relata que a captação de vídeos em 3D estereoscópicos podem
se dividir em três grupos. Com câmeras próprias para esse fim, com duas câmeras iguais
juntas para funcionarem como se fossem estereoscópicas e com uma câmera usando um
adaptador estereoscópico que possibilite uma captura estereoscópica.
17
3.2.1.1 Utilizando câmeras próprias para esse fim
Ilustração 7: Câmera de bolso 3D estereoscópico da Sony. Fonte: http://
www.sony.com
Ilustração 8: Câmera RED EPIC foi usada no primeiro curta 3D do Brasil.
Fonte: http:// www.estereoensaios.com.br
Ilustração 9: Câmera Panasonic AG-3DA 1P Fonte: http:// www.sony.com
3.2.1.2 Com duas câmeras iguais juntas para funcionarem como se
fossem estereoscópicas
Nesta opção é preciso ter uma distância media de seis centrimentos entre as duas
câmeras (distância média entre os olhos humanos). Casso passe disso o efeito 3D pode
ficar deformando. E necessário também o uso de um tripé que sustente as duas câmeras
ou algum suporte. As câmeras precisam estar bem fixas sem nenhuma movimentação
relata ainda MENDIBURU (2009).
18
Ilustração 10: Dois iphones 4 presos a uma capa dura de agenda com fita dupla
face. Fonte: http:// www.tecmundo.com.br/10879-como-criar-uma-amera-3d-em-
casa.htm#ixzz1QRlgxZPf
Ilustração 11: Duas Filmadoras adaptadas para filmagem estereoscópica. Fonte:
http://www.studio3d.com/pages/stereovideo.html
Ilustração 12: Duas Filmadoras adaptadas para filmagem estereoscópica. Fonte:
http://www.inition.co.uk/inition/product.php?URL_=product_stereovis_inition_3dvidri
g&SubCatID_=4
3.2.1.3 Com uma câmera utilizando um adaptador estereoscópico
19
Ilustração 13: Lente Adaptadora para que filmadora comum grave
estereoscopicamente. NuView SX-200. Fonte: http://www.stereo3d.com/stereocam.htm
Ilustração 14: Lente Adaptadora para que filmadora comum grave
estereoscopicamente. StereoCam UL-100. Fonte:
http://www.stereo3d.com/stereocam.htm
Ilustração 15: Lente Adaptadora para que filmadora comum grave
estereoscopicamente. 3D-CAM. Fonte: http://www.stereo3d.com/stereocam.htm
3.3 Sistema de óculos tradicional anáglifo e Sistema de óculos atual polarizado
Diversos são os sistemas de visualização de um vídeo tridimensional. Aqui
vamos ver os mais conhecidos e utilizados.
3.3.1 Sistema de óculos tradicional anáglifo
No sistema anáglifo aplica-se um filtro às imagens capturadas de forma a deixar
a imagem da câmera esquerda de um tom diferente da imagem da câmera direita.
Normalmente é utilizada as cores azuis e vermelhas ou cian e magenta. Depois de feito
isso as imagens são fundidas em uma só, sobrepostas (mixadas), onde se vê uma
imagem confusa, pois vêem as imagens das duas câmeras, cada uma com um filtro
diferente de cor aplicado ao mesmo tempo. Para visualizar utilizam-se os óculos
anáglifo como o da ilustração abaixo.
20
Ilustração 16: Óculos anáglifo vermelho ciano de celofone. Fonte:
http://library.kiwix.org:4213/A/An%C3%A1glifo.html
Os óculos têm a função de deixar cada olho ver apenas a imagem que lhe cabe.
Ou seja, o olho direito, por exemplo, que tem a lente azul, só permitirá que você veja a
imagem com o filtro vermelho (imagem da câmera direita), sumindo com a imagem
com o filtro azul (imagem da câmera esquerda). Abaixo uma ilustração do sistema
anáglifo e suas possibilidades.
Ilustração 17: Sistema anáglifo e suas possibilidades. Imagem modificada.
Fonte: http://www.gali-3d.com/en/techno-anaglyph/techno-anaglyph.php
21
Bernard Mendiburu (2009) ainda relata que, a vantagem desse sistema e que ele
não necessita de nenhum equipamento especial, além de ser um sistema de baixíssimo
custo. Em contra partida a desvantagem desta técnica é que as cores das imagens ficam
prejudicadas, há uma perda de cor afetando a qualidade final da imagem.
3.3.2 Sistema de óculos atual polarizado
O sistema de estereoscopia polarizado/passivo é um dos métodos mais eficientes
e usados. Ele se baseia no fato de que a luz é uma energia que se irradia de forma
ondulatória, dessa maneira as ondas vibram em direções perpendiculares à direção do
deslocamento. No processo de estereoscopia por polarização da luz são utilizados filtros
polarizadores que fazem com que as imagens vibrem apenas em um sentido. O sistema
polarizado também trabalha com a geração de imagens de duas câmeras, referentes, à
visão do olho esquerdo e do olho direito. Em uma tela metalizada é feita a projeção,
com dois projetores do tipo DLP (Digital Light Processing),essa projeção é
sincronizada, usando-se filtros polarizadores à saída das objetivas dos projetores. O
espectador assiste ao filme de óculos, com filtros polarizadores iguais aos da projeção.
Veja a ilustração abaixo.
Ilustração 18: Óculos polarizado. Fonte:
http://www.imersaovirtual3d.com.br/cinema-3d-estrutura-interna.php
22
Dessa forma as imagens referentes a cada um dos olhos são filtradas de modo
que cada olho perceba somente a imagem referente à sua lateralidade específica. A
vantagem do sistema polarizado é que as cores permanecem fieis, por não necessitar de
filtro de cor para efeito estereoscópico assim ele é o sistema com melhor qualidade de
imagem. Entretanto é um sistema muito caro devido ao uso de dois projetores e
equipamentos de sincronismo para a exibição do vídeo que não pode ser usado em meio
impresso, TV e monitores comuns de computador. Abaixo segue uma ilustração do
sistema polarizado e suas possibilidades.
Ilustração 19: Sistema de projeção de vídeo estereoscópico utilizando-se a
polarização da luz de forma linear. Imagem modificada. Fonte: http://www.gali-
3d.com/en/techno-passive-stereo/techno-passive-stereo.php
3.4 O Retorno do Cinema 3D no Filme Avatar
Avatar é o filme mais caro da história. O orçamento do filme foi de U$ 500
milhões (quinhentos milhões de dólares). Ele foi um marco em relação à tecnologia de
captura de imagens e projeção nos cinemas (LANDIM, 2009).
23
Ilustração 20: Filme Avatar. Fonte:
http://www.cinepop.com.br/filmes/avatar.php
James Cameron se reuniu com engenheiros e técnicos de sua empresa de efeitos
especiais, a Digital Domain, para propor a realização de um filme como Avatar. Da
maneira que James queria os técnicos e engenheiros foram unânimes ao dizer que seria
impossível. Não existia a tecnologia necessária para se fazer da forma que ele queria, e
os custos pelo projeto seriam tão altos a ponto da empresa falir. Cameron preferiu por o
projeto na gaveta e aguardar um pouco mais, se não existia a tecnologia era preciso criá-
la.
Landim (2009) relata que Avatar trata-se de uma história que acontece em
Pandora, uma lua que está na orbita de um planeta gasoso chamado Poliphemus em alfa
centauro. Em Pandora vive uma raça humanóide primitiva, mas bastante inteligente
chamada Na‟ Vi. A principal exigência de Cameron era que todo o filme fosse
produzido em 3D. Só assim, o público poderia ter um mergulho total dentro do filme.
Inicialmente para atingir o que Cameron desejada era necessário três coisas: reinventar
as câmeras em 3D, aperfeiçoar o sistema de captura de imagens, que mais tarde seriam
adaptadas em CGI (Common Gateway Interface) e aperfeiçoar o sistema de captura de
expressões faciais e corporais dos atores (LANDIM, 2009).
24
Ilustração 21: Equipamento Fusion 3D usado no filme Avatar. Fonte:
http://osmotociclistas-madeinbrasil.blogspot.com/2009_08_30_archive.html
Ilustração 22: Sistema de captura de expressões faciais de Avatar. Fonte:
http://avatarblog.typepad.com/avatar-blog/2010/01/avatars-neytiri-oscarworthy-acting-
or-just-cgi.html
Ilustração 23: Sistema de captura de expressões corporais de Avatar. Fonte:
http://www.fanpop.com/spots/avatar/images/9609043/title/how-avatar-would-look-
with-without-cgi-photo
Os atores usavam uma roupa de malha no set de filmagem de Avatar. Essa roupa
de malha era toda composta por minúsculos refletores. Esses pequenos refletores eram
capturados por 140 câmeras ao mesmo tempo. Os dados referentes ao reflexo de cada
ponto em um determinado movimento do ator são armazenados e enviados para um
grande banco de dados. Baseado nos movimentos corporais dos atores, os animadores
entram em ação construindo os personagens, os avatares. Assim, um maior realismo é
dado ao resultado final da imagem.
A técnica similar à captura de movimento é utilizada para a captura de
expressões faciais. Uma microcâmera é instalada a poucos centímetros do rosto do ator
e colocado uma série de pequenos pontos coloridos que servirão para captar todas as
suas expressões faciais (LANDIM, 2009). Essa imagem também é enviada para um
banco de dados que faz um mapeamento desses pontos. Gerando assim, um tipo de
leitura dos movimentos do rosto do ator.
25
A partir da leitura dos pontos em CGI, é reconstruída uma face do ator, com uma
nova máscara de expressividades tão fiéis quanto às originais. Os elementos cênicos
também são reconstruídos em CGI. Por exemplo: se no filme há uma cena em que o ator
precisa cruzar uma ponte, ela será filmada com ele vestindo a malha e cruzando uma
tábua ou algo parecido (LANDIM, 2009).
Wikerson Landim ainda relata que todas essas imagens foram usadas para o
mapeamento, para a posterior construção em CGI de todos os movimentos corporais e
de todos os elementos cênicos em questão, dos quais haverá interação. O que não foi
captado será preenchido com imagens do banco de dados que não necessitam de
interação com o ator. A parte de direção de fotografia do filme é toda feita no
computador. É a primeira vez que se tem liberdade para criar sequências como se quiser
e de maneira tão real. Com tanto pioneirismo o filme se tornou um grande sucesso.
De acordo com Landim (2009), Avatar começa um marco tecnológico de um
novo patamar na história do cinema. É a primeira vez que um filme utiliza tanta
propriedade de recursos em CGI tão próximos do realismo.
Avatar inicia uma nova linguagem a ser pensada. Os métodos em 3D utilizados
neste filme não se prendem a meros efeitos, mas constituem uma nova maneira de
pensar e fazer cinema, que deve ser explorada cada vez mais pelos cineastas a partir de
agora.
3.5 O cinema 3D no Brasil
O primeiro filme em 3D no Brasil2
foi feito em 1989 pelo professor José
Lunazzi no instituto de física da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. O
vídeo é sobre um ator fazendo mímicas. O professor José Lunazzi atua na área de
tecnologias 3D e holografia.
De acordo com Carina Toledo (2011), o Brasil Animado é o primeiro filme
brasileiro a ser filmado e exibido em 3D estereoscópico. O filme é dirigido por Mariana
2
Você pode conferir informações deste vídeo no site http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/expo.htm. acesso
em agosto de 2011.
26
Caltabiano e o enredo da história é relativamente simples. Dois personagens animados
chamados Stress e Relax viajam pelo Brasil em busca do Grande Jequitibá Rosa. O
filme é um tipo de guia turístico em 3D, exibindo as nossas maravilhas naturais em três
dimensões, misturando live-action3
, com animação.
Ilustração 24: O primeiro filme Brasileiro em 3D Brasil Animado. Fonte:
http://www.grandesfilmes.com.br/2010/12/brasil-animado-2011-trailer.html
Ilustração 25: Mariana Caltabiano diretora do filme Brasil Animado. Fonte:
http://www.ospaparazzi.com.br/celebridades/brasil-animado-3d-conheca-o-primeiro-
filme-em-3d-do-brasil-3205.html
O site Página do Cinema4
divulga que a diretora Mariana Caltabiano contratou
uma pesquisadora para saber detalhes de cada região. Mariana não esconde a tristeza de
ter que deixar algum lugar fora do filme. Entre a equipe de gravação do filme, Mariana
precisou de um profissional estereógrafo que calcula a distância entre o objeto mais
próximo e o mais distante entre as câmeras. Esses cálculos são fundamentais na hora da
captação do filme em 3D. Dentre os equipamentos utilizados no set de filmagem, a
diretora usou um RIG aparelho que converte as imagens para 3D na hora da captação.
Caltabiano ainda relata para o site Página do Cinema que podia ver instanteanamente
como as cenas iriam ficar na tela do cinema com o uso de óculos especiais. Se não
ficasse legal, ela tinha a liberdade de modificar naquele momento, no próximo set.
3
Live Action é um termo utilizado no cinema, teatro e televisão para definir os trabalhos que são
realizados por atores reais, de carne e osso, ao contrário das animações.
4
Site: www.paginadocinema.com.br acesso em agosto de 2011.
27
Brasil Animado é um filme voltado para o público infantil, cheio de personagens
e animais característicos. A linguagem 3D do filme não está em “jogar” as coisas na
cara das pessoas, mas dar ao cenário e personagens profundidade e textura. Por
exemplo, um movimento de capoeira que sai da tela ou um animal que rompe a moldura
da imagem. O resultado do filme é uma comédia para atrair e divertir crianças e adultos.
Carina Toledo (2011) ainda relata que fazer um filme nacional captado em 3D é
necessária muita determinação por parte da diretora Mariana Caltabiano. É um marco
no cinema brasileiro que se inicia.
Atualmente também podemos encontrar o primeiro curta-metragem em 3D
Cinco ou seis ensaios em busca de uma narrativa, filmado no Rio de Janeiro pela
diretora e professora Jane de Almeida. Foi filmado com uma câmera capaz de gravar
imagens com tecnologia 4K com mais de oito milhões de pixels por quadro a RED
EPIC. Trata-se de um filme-ensaio audiovisual de alta tecnologia que explora imagens
em ultra-definição. Assim como no lendário Vistas da Bahia da Guanabara (1898), dos
irmãos Segreto, o Rio de Janeiro é novamente a cidade para onde câmeras pioneiras se
dirigem. Com a diferença de que, agora, as “vistas” podem ser observadas em três
dimensões e altíssima definição. (MACHADO, 2011)
28
4. DISCUSSÃO SOBRE O DIPOSITIVO MIDIÁTICO UTILIZADO
O dispositivo midiático a ser utilizado é o curta – metragem. Segundo a Agência
Nacional do Cinema (ANCINE) em sua instrução normativa 22 anexo I a definição de
curta – metragem é dada a filmes de até 15 minutos. Para discutir curta – metragem é
necessário se interiorar sobre a história do cinema e fatos aos quais se está relacionando.
Segundo Fernando Mascarello as primeiras filmagens foram feitas pelo Quinetoscópio5
criação de Thomas Edisom, eram tiras fotográficas com 17 metros de extensão, que
duravam no máximo 30 segundos. A segunda década de 1907 a 1913 – 1915 é chamado
de período de transição do cinema. Onde o cinema foi se organizando industrialmente e
se tornando a mídia mais importante das massas. Os primeiros filmes atingem um
tamanho médio de mil pés (um rolo) e duravam cerca de 15 minutos, ou seja, o que
chamamos hoje de curta – metragem.
Uma situação semelhante vai acontecer com o surgimento do Cinematógrafo6
,
invenção dos irmãos Auguste e Louis Lumière, pois mesmo com a imagem ampliada o
que se via ainda eram filmes curtos, isto é, a predominância continuava sendo do curta –
metragem enquanto formato. Então inicialmente a definição de curta – metragem está
associada a uma limitação técnica, ou seja, realizar filmes curtos não era uma questão de
escolha, mas sim a única forma possível de produção. Começando a partir disso o
desenvolvimento das primeiras técnicas de filmagem, atuação, iluminação,
enquadramento e montagem. Tornando assim a narrativas mais claras para o
telespectador.
Para o primeiro experimento paraibano de captação em 3D estereoscópico
utilizaremos o curta – metragem devido ao baixo custo de orçamento e a sua definição
de duração, além disso o curta – metragem é bastante utilizado em documentários,
filmes de estudantes e filmes de pesquisa experimental. É o dispositivo ideal para esta
experiência. Assim criamos uma narrativa que não seja tão longa por se um curta –
5
Tratava-se de uma caixa individual com um visor, onde cada pessoa aproximava o rosto e via uma
sucessão de imagens, às vezes até com um certo enredo.
6
O aparelho – uma espécie de ancestral da filmadora – é movido à manivela e utiliza negativos
perfurados, substituindo a ação de várias máquinas fotográficas para registrar o movimento. O
cinematógrafo torna possível, também a projeção das imagens para o público.
29
metragem e que seja viável de se produzir e testar essa nova linguagem/efeito. Assim
fizemos as primeiras filmagens em 3D tentando encontrar novas formas de captação,
atuação, iluminação e enquadramentos.
No 3D trabalhamos com elementos como perspectiva uma imagem tendo dois
objetos idênticos, porém, um é maior que o outro, iluminação atribuindo uma correta
iluminação aos objetos presentes na imagem, pode –se identificar as características de
profundidade dos objetos, oclusão quando coloca um objeto sobrepondo o outro e
sombra, quando utilizamos uma sombra para ajudar na identificação do objeto.
30
5. OBJETIVOS
5.1 Objetivo Geral: O objetivo deste trabalho é produzir o primeiro curta em 3D
estereoscópico anáglifo da Paraíba realizada por uma aluna do curso de
comunicação da UFPB.
5.2 Objetivo Especifico:
- Divulgar o curta em festivais de cinema em 3D estereoscópico.
- Beneficiar pesquisadores que possam se capacitar através de instruções
mínimas contidas no relatório para criar conteúdo audiovisual estereoscópico
para internet, televisão, cinema, games, vídeos educativos é vídeos
institucionais.
- Promover o conhecimento acadêmico e prático sobre os processos de
aquisição, edição e exibição de um vídeo em 3D estereoscópico.
- Preencher a carência de referencias de vídeo em 3D estereoscópico no nosso
país.
- Participar dessa atual corrente de fazer cinema em 3D.
- Estimular discussões nas academias locais de comunicação sobre a linguagem e
tecnologia 3D.
31
6. METODOLOGIA
Neste projeto de TCC foi adotada uma metodologia híbrida: pesquisa
bibliográfica e pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica consiste em fazer um
levantamento teórico sobre a temática abordada. Na pesquisa de campo, mais qualitativa
que quantitativa, me levou a conhecer a realidade local das produtoras de vídeo para a
produção de vídeos em 3D estereoscópicos, através de visitas e entrevistas:
questionários individuais. Foram feitas também testes de campo com a câmera Sony
Bloggie 3D para entender um pouco mais sobre a linguagem 3D. Após esses testes
levamos o material para a ilha de edição e estudamos o melhor programa e plugin que se
estivesse disponível para editar.
A produção do curta em 3D estereoscópicos se dividiu em três etapas: a pré –
produção onde são definidos os recursos materiais, artísticos e humanos da atividade, a
produção onde é o momento da filmagem mobilizando grande parte dos recursos
financeiros e humanos previsto no processo e a pós – produção etapa em que o filme
será editado e finalizado para a sua posterior exibição.
32
7. PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Os procedimentos realizados foram divididos em quatro etapas. A pré – produção
fase de planejamento, a produção fase de execução, a pós – produção fase de finalização
do material e a exibição fase de apresentação do material.
7.1 Pré - Produção
A pré – produção começou com pesquisas para se conhecer quais câmeras que
filmam em 3D polarizado já estão disponíveis para compra no mercado. Os requisitos
da pesquisa era encontrar uma câmera que tivesse uma qualidade aceitável, criticas
positivas e um preço de baixo custo. Nesses requisitos o que foi encontrado foram
câmeras de bolso. São elas: a Fujifilm W3 que filma em 3D e HD, a Aipetek 3D, a Go
Pro sistema hero 3D e a Sony Bloggier 3D.
Ilustração 26: Câmera Fujifilm W3. Fonte:
http://www.itechnews.net/2010/08/18/fujifilm-finepix-real-3d-w3-3d-
camera-with-hd-3d-video-recording/
Ilustração 27: Câmera Aipetek 3D. Fonte:
http://www.theinquirer.net/inquirer/news/1726942/a-cheap-3d-camcorder-
unveiled
Ilustração 28: Câmera Go Pro sistema hero 3D. Fonte:
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-204214824-sistema-hero-3d-go-
pro-completo-com-2-cameras-carto16gb-_JM
33
Ilustração 29: Câmera Sony Bloggie 3D. Fonte:
http://virtualnews.associationofvirtualworlds.com/is-sony-bloggie-3d-going-
to-make-3d-an-everyone-thing/
Foi escolhida a Sony Bloggie 3D, devido ao histórico da empresa Sony e todos
os outros requisitos citados anteriormente. A compra foi feita pelo site de compras
Mercado livre7
, pois em João Pessoa não existe câmeras de bolso que filmem em 3D
que sejam vendidas em lojas. Paralelamente a compra foi elaborado um questionário
para se conhecer a realidade local das produtoras de vídeo em relação a produção de
vídeos em 3D. (No apêndice).
Escolhi as produtoras de vídeo locais que são mais destacadas e possui as
maiores contas, HTV, VDG, Canário, UP Mídia, Comvídeo e ZPC. Duas produtoras
não responderam a VDG e a Comvídeo. As respostas foram apuradas e transformadas
em gráficos para facilitar a visualização dos resultados obtidos. (No apêndice).
Após fazer uma revisão bibliográfica sobre o assunto parti para a elaboração do
roteiro do curta – metragem em 3D. O roteiro deveria ter como cenário algo que
coubesse no 3D, pois segundo Bernard Mendiburu um roteiro para 3D já deve ser
pensado em 3D, e não elaborar um roteiro com características de 2D para ser filmado
em 3D, e outra linguagem a ser trabalhada. Escolhi como locação o Hotel O Globo,
devido à paisagem do rio Sanhauá, as inúmeras casas, a linha do trem, as arvores, a
mata, a ladeira, todo o cenário dá para trabalhar com volume e perspectiva
características marcantes do 3D.
Ilustração 30: Hotel O Globo. Fonte:
http://www.flickr.com/photos/gilbertostuckert/3946930204/
7
Site de compras da internet www.mercadolivre.com.br acesso em agosto de 2011.
34
Para a elaboração do roteiro em 3D primeiro foi se pensando os elementos que
se ia trabalhar em cena, como a locação, por exemplo, para depois montar a história
propriamente dita. Após alguns tratamentos se chegou ao roteiro final. (No apêndice).
Também escrevi anteriormente o perfil da personagem e a storyline. (No apêndice).
„‟Storyline é um resumo da idéia que se pretende desenvolver‟‟ (MARQUES,
2007,p.24). Com o roteiro em mãos podemos começar a montar a equipe da gravação e
fazer a decupagem técnica. A equipe foi composta por nove pessoas. A direção e a
produção executiva ficou com a orientanda, direção de fotografia o recém formado em
radialismo Aderaldo Júnior, produção de set do aluno de radialismo Walter Júnior,
assistência de Rodrigo Quirino integrante do coletivo de produção audiovisual Aparelho
de Idéias, produção de arte e figurino de Taína Vasconcelo figurinista e aluna do curso
de teatro e moda, atuação da aluna de jornalismo Yluska Gaião, atuação do professor de
teatro Everaldo Vasconelos e dois alunos da cadeira de interpretação para ator e câmera
do curso de teatro José Francisco e Weverton Júnior.
Como se pode observar todos os integrantes fazem parte da área. Equipe
formada o próximo passo é a decupagem técnica. „‟O trabalho de transposição do
roteiro literário para o roteiro técnico, chama – se decupagem técnica e é uma atribuição
do diretor, pois é ele que define de que forma essa história será contada através de
imagens e sons.‟‟ (MARQUES, 2007, p.27).
Para se fazer a decupagem técnica e necessário conhecer as noções básicas que
compõem a narrativa, vocabulário cinematográfico e os planos. Citarei aqui os mais
conhecidos: o Plano Geral (PG) mostra um grande espaço, o Plano Conjunto (PC)
mostra um grupo de personagens num ambiente, o Plano Médio (PM) enquadra os
personagens em pé com uma pequena faixa de espaço acima da cabeça e embaixo dos
pés, o Plano Americano (PA) corta os personagens da altura da cintura ou da coxa.
A decupagem técnica então foi feita. (No apêndice). Fizemos uma visita a
locação após a decupagem e montamos um storyboard. (No apêndice). Foi necessário
pedir uma autorização de gravação para filmar no hotel O Globo. (No apêndice) O
órgão responsável e o PB Tur (Secretária de Turismo de João Pessoa). Solicitei a
autorização e fui muito bem recebida e atendida em todos os momentos.
Após a escolha da atriz visitei a cadeira de ator e câmera do curso de teatro para
a escolha dos outros participantes. Também me reunir com a produtora de arte e
figurino que deu dicas sobre a roupa e o sangue cenográfico a ser utilizado no filme.
Com o diretor de fotografia, foi decidido utilizar a luz natural, pela história do roteiro e
pela qualidade de imagem da câmera, o áudio será gravado como OFF então não
teremos microfone em set. Após fechar todos os setores de gravação foi feito o
orçamento do filme para começar a produção. (No apêndice).
7.1.1 Material e recursos utilizados
O material e recursos utilizados como foi visto na cadeira de pré – projeto é os
recursos a serem mobilizados em cada fase da produção e cálculo dos custos. O que
35
podemos chamar de orçamento analítico de produção. Ele deve conter todos os gastos
divididos por fases de produção e o que será utilizado.
Na pré – produção temos a mobilização da equipe que trabalha em cima do filme
cada um no seu setor e apenas uma fase de planejamento. A etapa de filmagem é a fase
que se tem gastos, pois e a fase de realização do filme. O pedido da câmera Sony
Bloggie 3D custou mil reais (R$ 1000,00) pelo site de compras mercado livre. Para a
gravação apesar de usar luz natural iríamos precisar de um rebatedor para filtrar a luz, o
rebatedor foi pego emprestado com um amigo nosso fotógrafo Rizemberg Felipe. Na
gravação também iríamos precisar de um notebook que tivesse o software Stereoscopic
Player para a visualização do material 3D gravado de forma anáglifa com os óculos
anáglifo. O software você pode achar de graça na internet o óculos optei por comprar já
feito e não fazer, ele custou três reais (R$ 3,00) no mercado livre.
Na produção papel, gasolina e telefone e sempre gastos que deve se incluir com
isso foi gasto mais cinquenta reais (R$ 50,00). Outro gasto de produção e a alimentação
em set, todos os integrantes estavam participando sem cobrar nada apenas pelo projeto,
como diretora e produtora executiva sou responsável pelo bem estar da equipe e
desempenho, então gastei cem reais (R$100,00) com uma mesa de lanches onde
continha suco, refrigerante, iogurte, todinho, frutas, sanduiche, biscoito e bolo. Para a
produção de arte iríamos precisar também de um sangue cenográfico que custou vinte
reais (R$20,00) o figurino e a própria roupa que os atores já tem em casa. A gravação
do OFF será no laboratório de rádio do DECOM da UFPB então não terá gastos.
Na etapa final de edição o diretor de fotografia Aderaldo Júnior que também e
editor fará a finalização do material. A exibição será feita com a TV 3D e os óculos 3D
polarizados fornecidos pelo LAVID8
da UFPB que está trabalhando em parceria com
este projeto de TCC.
8
LAVID Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital.
36
7.2 Produção
„‟ A produção é o momento em que tudo o que foi planejado, discutido,
pesquisado, sonhado durante a pré – produção será colocado em prática, transposto para
a película ou vídeo‟‟. (MARQUES, 2007, p.54).
A produção começou com toda organização do material para a gravação no dia
posterior sábado dia 22 de outubro. Saímos de casa ás 03h30 da manhã para que
pudéssemos pegar o dia amanhecendo do hotel e gravar a primeira cena. A atriz vestiu a
roupa se maquiou e passamos as marcações de cena com ela, assim como os planos que
já havíamos feito na pré – produção.
As 11h00 os três outros atores já haviam chegado e estávamos finalizando as
cenas da atriz. Aos sábados o hotel Globo recebe bastante turistas, isso dificultou e
atrasou um pouco a gravação devido à superlotação de movimentação de turistas no
local. O mais difícil para a atriz era interpretar no silêncio, pois o áudio do roteiro e todo
em OFF. Para ajudar no seu desempenho fazíamos leituras do OFF do texto na hora em
que gravávamos a cena.
Tivemos um break time9
para lanche da equipe com a alimentação que foi
preparada anteriormente. Após o lanche saímos do hotel o globo e fomos gravar a cena
que se passa na linha do trem. Tivemos algumas dificuldades também em relação a
câmera, pois ela só grava 60 minutos. Depois e preciso recarrega – lá pelo computador,
isso também atrasou o ritmo das gravações, mas, corremos para que tudo desse certo.
Para a cena na linha do trem tivemos um extremo cuidado, pois a cada 30
minutos passava um trem. Finalizado a cena da linha do trem fomos para a ultima onde
a personagem Amanda se encontrava baleada na porta do hotel. Para esta cena foi
colocado um sangue artificial no peito da atriz. Encerramos a gravação as 12h40 e
recolhemos todo o material que estava no hotel e na copa do hotel.
Para encerrar a produção fizemos a gravação do OFF no laboratório de rádio do
DECOM. Também houve certa dificuldade, pois os funcionários sempre tinham que sair
cedo e isso atrasou a gravação do OFF, foi necessário ir até ao laboratório para gravar
mais de uma vez.
9
Break time significa intervalo.
37
7.3 Pós - Produção
A montagem ou edição é o procedimento estético e técnico que
organiza os elementos fílmicos, visuais e sonoros, determinando sua
duração e sua ordem. Só depois de muito trabalho minucioso obtém –
se o produto final. (MARQUES, 2007, p.109)
Material gravado agora rumo à edição. O primeiro passo e fazer a minutagem do
vídeo. (No apêndice). Nesse processo fui até o LAVID para ver os vídeos pela TV 3D.
A câmera possui um dispositivo que você pode aumentar ou diminuir a paralaxe da
cena. Esse aumento ou essa diminuição vai depender do tipo de cena que estamos
gravando em 3D, e essencial ver isso antes de editar para saber qual cena em 3D usar
em determinado momento com o grau de paralaxe maior ou menor. Seria assim um tipo
de minutagem que se faz quando se trabalha em 3D estereoscópico ou se pode fazer na
hora da captação com uma câmera profissional e um monitor 3D com óculos.
Feito a minutagem podemos começar a edição. A primeira dificuldade é que o
programa de edição final cut não reconhece o arquivo mp4 da câmera de maneira
simples é preciso instalar um plugin chamado cineform. Esse plugin custa quinhentos
dólares (U$ 500,00) e nenhum editor aqui em João Pessoa tem. Se fosse uma câmera
mais profissional que não fosse de bolso iríamos precisar de uma placa de edição de
dois canais a mais indicada é a AJA KONA 3G10
essa placa custa em média três mil
dólares (U$ 3.000,00).
O primeiro teste foi converter o arquivo da câmera de mp4 para um formato
menor que desse pra editar e depois testar na TV 3D para ver se ela reconhecia. Mas ela
não reconheceu, só reconhece no próprio formato que a câmera salva. Tentamos então
editar no adobe premier e felizmente deu certo, neste programa ela gera dois arquivos o
de vídeo e um de áudio. Quando colocamos na TV 3D ela consegue reconhecer o vídeo.
O processo de finalização de edição do arquivo do vídeo e parecido com o
processo de captação da câmera, pois a câmera também gera dois arquivos quando vai
captar. Acredito que este seja o segredinho de finalização do material. Editar pelo MAC
se torna mais complicadinho por que precisa de plugins mais específicos podendo assim
ter mais opções de se trabalhar o vídeo por ser um programa mais profissional para esta
área. A trilha sonora é original construída por um músico amigo meu Davi Guedes.
10
AJA KONA 3G http://www.aja.com/products/kona/kona3g/ acesso em outubro de 2011.
38
7.4 Exibição
A idéia inicial era que o curta – metragem em 3D cinco minutos fosse exibido com
uma projeção de baixo orçamento. Essa exibição de baixo orçamento seria através do
método anáglifo como vimos na fundamentação teórica. Com qualquer projetor e um
óculos feito com papel de celofone vermelho e ciano é possível ver em 3D, porém, há
uma perda na qualidade da imagem.
O LAVID trabalha em projetos na área de transmissão digital de cinema. O
laboratório recentemente foi pioneiro em um projeto Brasileiro de transmissão de vídeos
em 3D e Ultra High Definition. Com esses projetos eles adquiriram alguns
equipamentos em 3D, dentre eles uma TV 3D e óculos polarizados. Trabalhando em
parceria com o laboratório, eles me disponibilizarão a TV 3D e os óculos polarizados
para exibição e defesa do meu trabalho de TCC.
Fator este extremamente positivo, pois podemos realmente ver o 3D de forma
polarizada, como se é trabalhado atualmente. Um futuro que já começou com as vendas
cada vez mais de TV´s em 3D. Para esta exibição o arquivo editado do filme ficara
salvo em um pen drive que será plugado na TV 3D para exibição.
Infelizmente não temos tecnologia suficiente disponível para gravar o filme em
um DVD para ser exibido na TV 3D e entregue a banca. Para isto seria necessário um
programa de edição especifico Sony Vegas 10 ProXe é uma placa de dois canais para
edição igual a que vimos anteriormente na parte de pós – produção do relatório. Para a
banca ver o material antes da defesa apenas com uma TV 3D. Ou poderá ver no formato
anáglifo através do computador com a instalação do programa Stereoscopic Player11
e
os oculos anáglifo. O programa se encontra para baixar gratuitamente na internet12
.
.
11
Stereoscopic Player programa para visualizar um vídeo em 3D em qualquer formato através do
computador ou em tela LCD com um óculos anáglifo.
12
Site para baixar o Stereoscopic Player http://3dtv.at/Downloads/Index_en.aspx acesso em novembro de
2011.
39
8. CRONOGRAMA EXECUTADO
ANO
MESES
2011
AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO
Pesquisa nas produtoras
de vídeo e pesquisa
bibliográfica.
Elaboração do roteiro,
tratamentos, seleção do
elenco, decupagem
técnica, visita a locação e
montagem do storyboard.
Seleção de equipe,
preparação do orçamento
de produção, ensaios e
gravação do material.
Edição, testes de exibição,
finalização do relatório e
apresentação do trabalho
para o orientador e co
orientadora e posterior
entrega na coordenação
do curso de comunicação
para defesa.
40
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Produzir esse trabalho foi desafiador. Primeiro por que eu tinha apenas a idéia na
cabeça e não sabia como fazer. Além disso, ninguém em João Pessoa já havia feito uma
experiência desse tipo o que meu deu mais estimulo e força para realizar, mesmo
correndo o risco de não dar certo. Meu objetivo era chegar ao final, percorrer o caminho
de como fazer o curta em 3D estereoscópico.
Foram pesquisas intensas e a cada nova descoberta outra dificuldade surgia. Era
sempre uma agulha dentro do palheiro ter que solucionar todas as questões do trabalho
que apareciam em cada etapa de produção do vídeo. Sinto-me agora apta a discutir com
qualquer profissional desta área depois de todo o embasamento teórico e tudo que foi
posto em pratica para realização do vídeo.
O profissional ou estudante que queira entrar nessa área tem que aprender tudo
por si mesmo, fazendo pesquisas na internet, lendo sobre o assunto em obras
estrangeiras, pois temos pouquíssimas opções de profissionais capazes de dialogar em
tal mídia. O resultado deste trabalho também é auxiliar a qualquer um que queira
produzir um vídeo em 3D estereoscópico dando instruções mínimas de como realiza –
lo.
É a combinação de técnica com beleza levar ao publico uma experiência única e
memorável possibilitando ótimos momentos. Espero que ele venha a contribuir tanto a
academia quanto aos futuros profissionais. Que sirva de motivação para todos que
queiram realizar projetos nessa área.
41
APÊNDICES
42
APÊNDICE A: Questionário
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
AO DIRETOR GERAL DA PRODUTORA DE VÍDEO
1. Você já assistiu a um filme em 3D?
( ) Sim
( ) Não
Se sim
1.1Com que frequência você assisti filmes em 3D?
( ) Toda semana
( ) De mês em mês
( ) A cada seis meses
( ) Raramente
2. Você sabe como funciona a tecnologia de vídeos em 3D?
( ) Sim
( ) Não
3. A produtora de vídeo já recebeu alguma encomenda de material para ser
feito em 3D?
( ) Sim
( ) Não
43
Se sim diga qual _____________________________
4. A produtora de vídeo é capacitada de profissionais que filmem e/ou editem
um material em 3D?
( ) Sim, profissionais quem filmem e editem
( ) Não, profissionais que não filmam e não editam
( ) Profissionais apenas que filmam
( ) Profissionais apenas que editam
4.1Caso não, a produtora de vídeo teria interesse?
( ) Sim
( ) Não
5. Você sabia que o Brasil teve esse ano o seu primeiro filme com imagens do
país em 3D? Brasil Animado dirigido por Mariana Caltabiano.
( ) Sim
( ) Não
( ) Ouvi falar alguma coisa nas mídias
6. Você sabia que já existe aparelho de TV em 3D no Brasil sem a necessidade
de óculos?
( ) Sim
( ) Não
7. Algumas empresas como Sony e Fujifilm já lançaram no mercado vários
modelos de câmeras que filmam em 3D a preços acessíveis. Você teria
interesse de comprar?
( ) Sim
( ) Não
( ) Talvez, se houver mercado
44
8. Você acha que o mercado paraibano está preparado para produções desse
tipo?
( ) Sim
( ) Não
45
APÊNDICE B: Resultado da pesquisa
DADOS DAS PRODUTORAS DE VÍDEO:
46
47
48
49
50
APÊNDICE C: Storyline e Perfil da personagem
Storyline
Amanda é uma menina de 20 e poucos anos, confusa na vida, acabara de brigar com o
namorado em uma festa a fantasia no centro histórico de João Pessoa. Ela sai da festa e
vai se recolher no hotel Globo, onde esperar encontrar com o namorado. Mas cinco
minutos podem ser um tempo maravilhoso para se pensar e refletir sobre a vida, ainda
mais da sacada do hotel que ao nascer do sol traz uma vista linda para o rio sanhauá. Ela
aproveita o tempo para refletir sobre sua vida, sobre seu amor, sobre ela.
Perfil da personagem
Amanda é uma menina de 20 poucos anos, apesar da idade, Amanda não se pode
dizer mulher ainda. Não que o conceito seja o antigo que separavam moças de mulheres,
mas em sua cabeça, em seu entendimento, ela ainda não está lá. Não se acha ainda
pronta, segura o suficiente para se acreditar como uma mulher. Ela acha que precisa
entender mais da vida, conhecer mais as pessoas, conhecer mais ela mesma.
Sempre reflexiva, Amanda é questionadora, não se deixa abater, nem ser feita de
boba. Mas boba fica quando se volta para os seus pensamentos. Quando para, para
apreciar o mundo a sua volta. Ela já não procura entender o mundo que a rodeia, muito
menos explica-lo, como uma boa voyeur, Amanda adora apenas observá-lo. Daí sua
predileção por fotografias, por filmagens, a observação em estado bruto. Não faz nem
questão de procurar seu lugar, apenas de observar com as coisas se encaixam. Pena que
elas nem sempre encaixem da maneira devida.
51
APÊNDICE D: Roteiro
Cinco Minutos.
Por Priscilla Durand
1. EXT – AMANHECENDO – HOTEL GLÓRIA
Amanda caminha no pátio do hotel Glória, ao fundo o rio sanhauá começa a mostrar
suas cores, está amanhecendo. Ela fala ao telefone parece brava. Sua maquiagem está
borrada, como se houvesse chorado muito, desliga o celular e joga-o na bolsa. Ela
aproxima-se da sacada do hotel. Chega próximo ao parapeito e se debruça sobre ele. Ela
tenta olhar o mais longe possível. Encosta suas mãos no parapeito e se apoia mais nele.
Ela coloca os pés nas bordas do parapeito, levantando-se e erguendo seu corpo ainda
mais para frente. Quando ergue-se eu sapato de salto solta parcialmente do seu pé
descobrindo seu calcanhar.
Amanda olha para baixo, vê a distancia de onde está, fica estática.
AMANDA
Mais cinco minutos e eu não vou esperar.
Amanda balança o corpo por cima do parapeito. Ela se inclina de maneira a subir no
parapeito.
AMANDA
Vou desaparecer da vida dele, se ele acha que vai
ficar fazendo isso comigo está muito errado.
Amanda senta-se no parapeito da escada. Ela balança os pés contemplando o horizonte,
ela olha para baixo, uma altura significante, seu sapato pende em seu pé, ele está meio
solto. Seguro apenas pela ponta do pé, ela brinca com ele. Levanta o pé deixando o
sapato balançar, quase cair.
AMANDA
Seria uma queda grande daqui, será que daria
para morrer. Será?
Amanda puxa o sapato novamente que para seu pé. Ela vira-se de lado ficando sentada
paralelamente ao parapeito.
AMANDA
52
Quanto tempo demoraria a achar alguém caída
aqui. Nem imagino o trauma de quem achar.
Seria muita estupidez morre por alguém, ninguém
merece isso. Ninguém precisa disso.
Acho que já cansei disso tudo. Dessas conversas
sem rumo, dessas infantilidades. Acreditar que eu
sou besta o suficiente para não ver o que ele faz.
Amanda deixa acidentalmente cair um dos pés de seu sapato na parte de baixo, ela ainda
tem segurar para não cair, mas se desequilibra um pouco, ela quase cai, mas segura-se
pela parte de baixo do parapeito. Fica em cima da pedra.
AMANDA
Merda! Caralho!
Amanda ri um riso controlado, nervoso. Que sai sem que ela queira.
AMANDA
Se morrer por causa de um imbecil é ruim, o que
dirá se for por causa de um sapato. Que merda!
Foi quase. E o pior é que eu adorava o sapato,
mais que o imbecil com certeza.
Comparando diretamente, vamos lá, o sapato com
certeza é mais bonito. Mais útil, afinal eu que
piso nele e não o contrário e nunca me abandona.
Amanda olha para baixo onde o sapato caiu e rir sozinha.
AMANDA
Quer dizer, pelo menos eu achei que ele nunca
me abandonaria. De toda forma do imbecil eu
posso esperar que me abandonasse direto. Afinal
pelo menos o sapato veio até aqui comigo e ainda
me deixou seu par.
Já amanheceu o dia, será que aquele imbecil vem
mesmo?
Amanda vira-se com as pernas no sentido contrário a queda, mas continua sentada no
parapeito. Seus pés agora estão um calçado e o outro descalço. Ela balança eles entre as
53
colunas do parapeito. Ela mexe na bolsa procura o celular, olha as horas, passaram-se
dois minutos do tempo em que ela falou ao telefone.
Ela tira o sapato que ainda está no pé, depois desce do parapeito. Vai andando para a
saída do hotel.
AMANDA
A gente acredita que está com alguém, pensa
nisso e procura isso, mas não ver volta. Porque as
pessoas hoje não querem mais se comprometer,
porque ele não quer. Será que é tão imbecil assim
para perceber, o quanto eu gosto dele.
Ela solta um pequeno sorriso.
AMANDA
Eu adoro esse lugar, sua paz, sua beleza, esse
jardim. Eu me sinto assim, uma beleza
descuidada, esquecida em algum lugar. Sendo
corrida aos poucos por esse ser tão presente, e tão
ausente que é o tempo. Nesse tempo em que não
o temos para nada, e a cada vez que o usamos
somos devorados por ele, numa cobrança de juros
eterna, como uma esfinge nos olha e diz, usufrua
e eu te devorarei. Cíclico, sempre cíclico como
esse regador, como um caracol, ou mesmo um
bumerangue, tudo que atiramos a ele, ele nos joga
de volta. Com juros, sempre com juros.
Ela para e contempla o jardim, os regadores começam a aguar a grama, Amanda acha
graça, aproxima-se da grama, carregando seu único sapato.
Os regadores giram constantemente, com força, Amanda se aproxima deles e recua um
pouco, pois foi molhada. Ela inclina os pés para molha-los, fica brincando com a água
que vai e volta no regador que gira.
2. EXT – AMANHECENDO – CENTRO HISTÓRICO.
O sapato de Amanda está caído na calçada. Um homem de aproximadamente 40 anos
passa e acha estranho aquele sapato ali. Ela observa o sapato depois olha para cima
procurando alguém, não acha.
54
Atrás dela dois viciados passam observando que ela está só, fazem meia volta e vão em
direção dela.
Um deles tenta puxar a bolsa dela, mas essa está bem segura ao seu braço, ela puxa a
bolsa de volta e corre. O viciado se desequilibra e cai. O outro corre atrás dela. A
mulher sobe a rua que vai para a frente do hotel Glória, o viciado puxa um revolver
antigo e atira.
A mulher abaixa-se e segue, ele dá o segundo tiro e mais outro, até que a arma falha a
mulher sobe a rua correndo em disparada.
Amanda porém que ia saindo do hotel, está caída escorada no muro da entrada do hotel.
Seu vestido cheio de sangue.
AMANDA
Tudo nessa vida ecoa em algo, se falamos, se
gritamos, se somos felizes, se pedimos se
choramos, tudo ecoe e volta para a gente. Mas
nem sempre reconhecemos o eco que vem. Parece
que é alguém que está nos contradizendo, como
se nós mesmo nos desmentíssemos. Volta torto,
como o eco.
Os viciados fogem.
AMANDA
E essa volta às vezes é difícil de aceitar, de
acreditar, de saber se era para gente. Agora eu
vejo que aquele rapaz não era para mim, que essa
bala não era para mim, que essa vida...
Ou seria tudo isso só o eco?
FIM
55
APÊNDICE E: Decupagem Técnica
Sequência de Planos.
Plano 1
Plano 2
56
Plano 3
57
Plano 4
Plano 5
58
Plano 6
59
Plano 7
Plano 8
60
Plano 9
61
Plano 10
Plano 11
62
Plano 12
63
Plano 13
Plano 14
64
Plano 15
65
Plano 16
Plano 17
66
Plano 18
67
Plano 19
Plano 20
68
Plano 21
69
Plano 22
Plano 23
70
Plano 24
71
Plano 25
Plano 26-1
72
Plano 26-2
73
Plano 26-3
74
APÊNDICE F: Storyboard
1. EXT - AMANHECENDO - HOTEL
GLOBO
1.1 MASTER:
PLANO GERAL:Amanda
caminha no pátio do hotel Globo,
ao fundo o rio sanhauá começa a
mostrar suas cores, está
amanhecendo.
1.2 MEDIUM:
PLANO MÉDIO:Ela fala ao
telefone parece brava. Sua
maquiagem está borrada, como se
houvesse chorado muito, desliga o
celular e joga-o na bolsa. Ela
aproxima-se da sacada do hotel.
1.3 POV:
PLONGÉE E CONTRA
PLONGÉE:Chega próximo ao
parapeito e se debruça sobre ele.
SUBJETIVA DE AMANDA:Ela
tenta olhar o mais longe possível.
75
1.4 CLOSE UP:
DETALHE:Encosta suas mãos no
parapeito e se apoia mais nele.
76
1.5 CLOSE UP:
DETALHE: Ela coloca os pés nas
bordas do parapeito,
1.6 MEDIUM:
PLANO MÉDIO LATERAL:
levantando-se e erguendo seu corpo
ainda mais para frente.
1.7 CLOSE UP:
DETALHE:Quando ergue-se seu
sapato de salto solta parcialmente do
seu pé, descobrindo seu calcanhar.
1.8 POV:
SUBJETIVA: Amanda olha para baixo,
77
1.9 MEDIUM:
PLANO MÉDIO ...vê a distancia de
onde está, fica estática.
78
1.10 MEDIUM:
PLANO MÉDIO + DETALHE:
Ela se inclina de maneira a subir
no parapeito. SUGESTÃO DE
MUDANÇA
1.11 MEDIUM:
PLANO MÉDIO + DETALHE: Ela
sobe no parapeito de ferro e se senta.
AMANDA Vou desaparecer da vida
dele, se ele acha que vai ficar fazendo
isso comigo está muito errado. PLANO
MÉDIO: Ela balança os pés
contemplando o horizonte, ela olha
para baixo, uma altura significante, seu
sapato pende em seu pé, ele está meio
solto. Seguro apenas pela ponta do pé,
ela brinca com ele. Levanta o pé
deixando o sapato balançar, quase cair.
AMANDA Seria uma queda grande
daqui, será que daria para morrer. Será?
Amanda puxa o sapato novamente que
para seu pé. SUGESTÃO DE
MUDANÇA
1.12 MEDIUM:
PLANO LATERAL: Ela desce para a
parte externa do parapeito,
segurando-se no parapeito ela solta o
corpo um pouco. SUGESTÃO DE
MUDANÇA
79
1.13 MEDIUM:
Ela vira-se de lado ficando sentada
paralelamente ao parapeito.
(PRIMEIRO PLANO DEVERÁ TER
ALGO DE VOLUME, PLANTA,
ORNAMENTO, ETC.)
80
1.14 CLOSE UP:
CONTRA PLONGÉE: (CAM NA
ALTURA DOS PÉS DELA):
Amanda brinca com os sapato que
está semi solto em seu pé.
1.15 MASTER:
PLANO GERAL LATERAL: Amanda
continua sentada no parapeito. Seus pés
agora estão um calçado e o outro
descalço. O PLANO É SÓ UMA
INDICAÇÃO DE
POSICIONAMENTO, POIS NÃO A
IMAGEM CERTA
1.16 POV:
SUBEJETIVA DO CELULAR: Ela
mexe na bolsa procura o celular,
olha as horas, passaram-se alguns
minutos do tempo em que ela falou
ao telefone.
1.17 MASTER:
81
PLANO ABERTO: Ela tira o sapato
que ainda está no pé, depois pula de
volta do parapeito. Vai andando para a
saída do hotel.
1.18
PLANO GERAL: Ela para e
contempla o jardim, os regadores
começam a aguar a grama, Amanda
acha graça, aproxima-se da grama,
carregando seu único sapato.
AMANDA Sempre achei graça
dessa frase. Dessa música. Tudo
nesse ciclo maluco se repete.
82
1.19
CONTRA PLONGÉE Os
regadores giram
constantemente, com força,
Amanda se aproxima deles e
recua um pouco, pois foi
molhada.
2. EXT - AMANHECENDO -
CENTRO HISTÓRICO.
2.1
PLANO SEQUENCIA: O
sapato de Amanda está
caído na calçada.
2.2
83
APÊNDICE H: Autorização de gravação da locação concedida pela PB Tur
João Pessoa, 07 de outubro de 2011
Prezada Priscilla Durand,
Conforme solicitado, estamos autorizando a gravação de um curta –
metragem em 3D anaglifo nos jardins do Memorial do Hotel O Globo, no dia 22
(sábado) e / ou, caso seja necessário, poderá ser transferida para o dia 23
(domingo) de outubro corrente, a partir das 05.00h, e horário previsto de
conclusão dos trabalhos as 17 horas, com equipe formada por 07 (sete) pessoas, sob
seu comando.
Estamos liberando também, o uso da copa para serviço de lanche e os banheiros
externos.
Informamos que em nenhum momento, sob qualquer pretexto, poderá
haver remoção dos objetos de cristais, prataria, porcelana, espelhos e / ou
mobiliário de época, bem como as peças do artesanato paraibano que compõe o
hall principal do Memorial.
Sendo assim, desejamos sucesso na gravação de mais um Trabalho de
Conclusão de Curso para UFPB, onde estamos dispostos à colaborar.
Atenciosamente
João Wharles E. C. Portela
Consultor Geral
84
APÊNDICE I: Orçamento analítico de produção
TCC 5 MINUTOS
ORÇAMENTO ANALÍTICO DE PRODUÇÃO
1. Etapa de Preparação (Pré - Produção)
1. EQUIPE
ITEM QUANTIDADE UNIDADE
VALOR VALOR
UNITÁRIO TOTAL
Diretor 1 Cachê R$ 450,00 R$ 0,00
Assistente de
Direção 1 Cachê R$ 225,00 R$ 0,00
Produtor Executivo 1 Cachê R$ 300,00 R$ 0,00
Atriz 1 Cachê R$ 400,00 R$ 0,00
Subtotal 4 R$ 1.375,00 R$ 0,00
4. SERVIÇOS
ITEM QUANTIDADE UNIDADE
VALOR VALOR
UNITÁRIO TOTAL
Telefone 1 R$ 15 R$ 0,00
Internet R$ 0,00
subtotal R$ 0,00
Total da Etapa de Preparação R$ 0,00
2. Etapa de Filmagem (Produção)
1. EQUIPE
ITEM QUANTIDADE UNIDADE
VALOR VALOR
UNITÁRIO TOTAL
Diretor 1 Cachê R$ 450,00 R$ 0,00
85
Assistente de
Direção 1 Cachê R$ 225,00 R$ 0,00
Produtor Executivo 1 Cachê R$ 300,00 R$ 0,00
Produtor de set 1 Cachê R$ 150,00 R$ 0,00
Produtor de arte e
figurino 1 Cachê R$ 190,00 R$ 0,00
Diretor de Fotografia 1 Cachê R$ 300,00 R$ 0,00
Still 1 Cachê R$ 150,00 R$ 0,00
Atriz protagonista 1 Cachê R$ 400,00 R$ 0,00
Ator coadjuvante 1 Cachê R$ 200,00 R$ 0,00
Figurantes 3 Cachê R$ 100,00 R$ 0,00
subtotal 12 R$ 2.465,00 R$ 0,00
2. EQUIPAMENTO
ITEM QUANTIDADE
UNIDADE
DIAS
VALOR VALOR
UNITÁRIO TOTAL
1 Câmera Sony
Bloggie 3D
1 1 R$ 956,00 R$ 1.000,00
Rebatedor 1 1 R$ 150,00 R$ -
Cabo HDMI +
Adaptador
1 1 R$ 60,00
Cabos de Extensão
1 1 R$ 35,00 R$ -
Notebook com
entrada para cabo
HDMI 1 1 R$ 1.000,00 R$ -
Software
Stereoscopic Player
1 1 R$ 150,00 R$ -
subtotal 6 R$ 3.201,00 R$ 1.000,00
4. SERVIÇOS
ITEM QUANTIDADE UNIDADE
VALOR VALOR
UNITÁRIO TOTAL
Telefone R$ 15,00 R$ 15,00
subtotal 0 R$ 15,00
5. PRODUÇÃO
ITEM QUANTIDADE UNIDADE
VALOR VALOR
UNITÁRIO TOTAL
Combustivel 20 Litros R$ 2,49 R$ 35,00
Figurino 5 R$ 0,00
Despesas com arte R$ 20,00
86
(sangue cenográfico,
fita crepe)
Locação 1 R$ 0,00
Alimentação 8 1 R$ 18,75 R$ 100,00
Oculos anáglifo 1 1 R$ 3,00 R$ 3,00
Subtotal R$ 158,00
Total da Etapa de Filmagem R$ 1.173,00
3. Etapa de Edição (Pós - Produção)
1. EQUIPE
ITEM QUANTIDADE UNIDADE
VALOR VALOR
UNITÁRIO TOTAL
Diretor 1 Cachê R$ 450,00 R$ 0,00
Produtor Executivo 1 Cachê R$ 500,00 R$ 0,00
Editor de vídeo em
3D estereoscopico 1 Cachê R$ 675,00 R$ 0,00
subtotal 3 R$ 1.625,00 R$ 0,00
2. EQUIPAMENTO
ITEM QUANTIDADE UNIDADE
VALOR VALOR
UNITÁRIO TOTAL
Ilha de Edição
Mac/HD 1 semana R$ 0,00
subtotal 1 R$ 0,00
RESUMO DO ORÇAMENTO
DIAS POR
ETAPA
TOTAL POR ETAPA
ETAPA DE
PREPARAÇÃO 15 R$ 0,00
ETAPA DE FILMAGEM 1 R$ 1.173,00
ETAPA DE EDIÇÃO 5 R$ 0,00
87
TOTAL GERAL
21 R$ 1.173,00
88
APÊNDICE J: Roteiro de minutagem
1. MA300002 OU 03 5” a 11” 6” aos
12”
2. MA300005 09” a 21”
3. MA300006 7” a 15”
4. MA300008 03” a 14”
5. MA300010 10” a 19”
6. MA300012
7. MA300020 04” a 10”
8. MA300021 03” a 10”
9. MA300024 06” a 16”
10. MA300015 25” a 46”
11. MA300024 16” a 26”
12. MA300026 06” a 10”
13. MA300027 12” a 30”
14. MA300031 03” a 22”
15. MA300037 15” a 55”
16. MA300043 12” a 39”
17. MA300045
18. MA300047
19. MA300050
20. MA300054
89
21. MA300056
22. MA300059
23. MA300063
24. MA300062
25. MA300072
26. MA300073
27. MA300076
28. MA300078
90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARLOS. Cinema 3D. Disponível em <
http://www.trabalhosescolares.net/viewtopic.php?f=21&t=647> acesso em: 03/06/2011.
3D REVOLUTION. How a 3-D movie is made, 2009. Disponível em
<http://www.the3drevolution.com/3dscreen.html>, acesso em: 25/05/2011.
FILMES 3D. Filmes 3D Invadem Cinema em 2009. Agosto. 2009, Disponível em
<http://filmes3d.com/blog/45-2009-agosto/110-filmes-3d-invadem-cinemas-em-2009>
acesso em: 01/ 06/ 2011.
LANDIM, Wikerson. As novas tecnologias do filme Avatar. Dezembro. 2009,
Disponível em < http://www.tecmundo.com.br/3262-as-novas-tecnologias-do-filme-
avatar.htm > , acesso em: 03/06/2011.
LANDIM, Wikerson. Como funciona a tecnologia 3D? Julho. 2009, Disponível em <
http://www.tecmundo.com.br/2469-como-funciona-a-tecnologia-3d-.htm > acesso em:
25/05/ 2011.
MARQUES, Aída. Idéias em Movimento. Rio de Janeiro, RJ. Rocco 2007.
MASCARELLO, Fernando. História do cinema mundial. Campinas, SP. Papirus
2006.
MENDIBURU, Bernard. 3D Movie Making: Stereoscopic Digital Cinema from Script to
Screen, Miami, Focal Press 2009 23 0p. Disponível em <
http://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=2LA7vfqv0bMC&oi=fnd&pg=PP2&dq=Cinema+3D&ots=exDk2yS_PE&sig
=4QOK_F4e1Dv9PKfaca4lbkBzv0U#v=onepage&q&f=false>
O‟ SULLIVAN, Barry. A história do 3D: De 1903 a 2010 como o formato foi
desenvolvido. Janeiro. 2010, Disponível em <
http://www.mirror.co.uk/news/technology/2010/01/12/the-history-of-3d-cinema-
115875-21961846/> acesso: 03/06/2011.
SANTAELLA, Lucia. Comunicação e Pesquisa. São Paulo, Hacker Editores 2009.
STEREOSCOPIC 3D MOVIES. Disponível em www.hd3dmovies.com/3d2.html
acesso em: 25 / 05/ 2011.
SUNG, Dan. A história do cinema em 3D. Setembro. 2009, Disponível em <
http://www.pocket-lint.com/news/27146/the-history-of-3d-cinema> acesso: 03/06/2011.
TERRA. Como funcionam os óculos 3D usados no cinema? 2003, Disponível em <
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI233515-EI1426,00.html> , acesso em:
03/06/2011.
91
TOLEDO, Carina. Brasil Animado. Janeiro. 2011, Disponível em <
http://www.omelete.com.br/cinema/brasil-animado-critica/ >, acesso em: 03/06/2011.

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Curta - Metragem ''5 Minutos'' uma produção em 3D estereoscópica.

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO: RADIALISMO PRISCILLA BARBOSA DURAND RELÁTORIO FINAL DO CURTA – METRAGEM EM 3D ESTEREOSCÓPICO: Cinco Minutos João Pessoa, PB 2011
  • 2. PRISCILLA BARBOSA DURAND RELÁTORIO FINAL DO CURTA – METRAGEM EM 3D ESTEREOSCÓPICO: Cinco Minutos Relatório final do curta metragem em 3D estereoscópico: Cinco minutos, de Priscilla Barbosa Durand apresentado como exigência parcial para obtenção do bacharelado em Comunicação Social do curso de Comunicação Social, habilitação radialismo, da Universidade Federal da Paraíba, sob orientação do professor Doutor Davi Campos Fernandes e co orientação da professora mestranda Agda Patrícia Pontes de Aquino. Orientador: Davi Campos Fernandes Co orientadora: Agda Patrícia Pontes de Aquino João Pessoa, PB 2011
  • 3. Novembro de 2011 Priscilla Barbosa Durand RELÁTORIO FINAL DO CURTA – METRAGEM EM 3D ESTEREOSCÓPICO: Cinco Minutos Relatório final do curta metragem em 3D estereoscópico: Cinco minutos, de Priscilla Barbosa Durand apresentado como exigência parcial para obtenção do bacharelado em Comunicação Social do curso de Comunicação Social, habilitação radialismo, da Universidade Federal da Paraíba, sob orientação do professor Doutor Davi Campos Fernandes e co orientação da professora mestranda Agda Patrícia Pontes de Aquino. Aprovada em _____ de dezembro de 2011. BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________Nota: ________ Professora Msc. Agda Patrícia Pontes de Aquino ________________________________________________________Nota: ________ Professor Dr. Davi Campos Fernandes _________________________________________________________Nota: ________ Professor Dr. João de Lima Gomes _________________________________________________________Nota: ________ Professora Msc. Norma Maria Meireles Macedo Mafaldo
  • 4. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus e também a todos que me ajudaram de maneira direta ou indireta nesse projeto. Aos meus familiares e amigos, Aderaldo Júnior, Rodrigo Quirino, Everaldo Vasconcelos, Aninha Luna, Natália Cavalcanti e Felipe da Nóbrega pelo incansável estimulo as minhas idéias AMO VOCÊS!
  • 5. AGRADECIMENTOS A Deus, Pela vida. Ao meu Pai, Pela ajuda financeira. Aos orientadores, Pela ajuda, paciência e compreensão. Ao professor Everaldo Vasconcelos, Pelo incansável estimulo aos sonhos. A Lucenildo do LAVID, Pelo companheirismo e parceria. Ao coletivo Aparelho de Idéias, Pela realização do projeto. E todos os amigos que durante esses quatro anos de curso estiveram comigo. Muito Obrigada a todos!
  • 6. ‘’ A imaginação é mais importante que o conhecimento.’’ Albert Einstein
  • 7. RESUMO O curta – metragem em 3D estereoscópico Cinco Minutos é a primeira experiência audiovisual paraibana em 3D. O relatório discorre todo o processo de planejamento e execução deste material esclarecendo os resultados obtidos. Também e apresentado uma breve explicação sobre o surgimento, os tipos de filmagem, as formas de projeção e a retomada do cinema 3D atualmente, assim como o cinema 3D no Brasil. O resultado é de grande valia, tendo em vista que, é uma linguagem nova a ser trabalhada cheia de possibilidades de crescimento no mercado e na área acadêmica. Palavras-chave: Curta – metragem ;3D estereoscópico; Cinema 3D.
  • 8. ABSTRACT The short – film in stereoscopic 3D Five Minutes is the first audiovisual experience paraibana in 3D. The report discusses the process of planning and execution of this material explaining the results obtained. And also presented a brief explanation of the rise, the types of shooting, the forms of projection and the current revival of 3D cinema, as well as, 3D cinema in Brazil. The result is of great value, considering that it is a new language to be worked full of opportunities for growth in the market and in academia. Keywords: Short – film; stereoscopic 3D; 3D movies
  • 9. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 10 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 2. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................12 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................13 3.1 História do cinema em 3D ................................................................................. 13 3.2 Como funciona a tecnologia em 3D ...................................................................15 3.2.1 Captação de vídeos em 3D estereoscópicos ..............................................16 3.2.1.1 Utilizando câmeras próprias para esse fim .............................................17 3.2.1.2 Com duas câmeras iguais juntas para funcionarem como se fossem estereoscópicas .......................................................................................17 3.2.1.3 Com uma câmera utilizando um adaptador estereoscópico ....................18 3.3 Sistema de óculos tradicional anáglifo e Sistema de óculos atual polarizado......19 3.3.1 Sistema de óculos tradicional anáglifo........................................................19 3.3.2 Sistema de óculos atual polarizado..............................................................21 3.4 O retorno do cinema 3D no filme Avatar .............................................................22 3.5 O cinema 3D no Brasil .........................................................................................25 4. DISCUSSÃO SOBRE O DIPOSITIVO MIDIÁTICO UTILIZADO..................28 5. OBJETIVOS..............................................................................................................30 5.1 Objetivo Geral ......................................................................................................30 5.2 Objetivo Específicos ............................................................................................30 6. METODOLOGIA ....................................................................................................31 7. PROCEDIMENTOS REALIZADOS ....................................................................32 7.1 Pré – Produção .....................................................................................................32 7.1.1 Material e recursos utilizados .....................................................................34 7.2 Produção ...............................................................................................................36 7.3 Exibição ................................................................................................................37 8. CRONOGRAMA EXECUTADO ..........................................................................39 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................40 APÊNDICES ................................................................................................................41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................90
  • 10. APRESENTAÇÃO Esse relatório é sobre a produção de um curta em 3D estereoscópico realizado como exigência parcial para obtenção do curso de Comunicação Social com habilitação em rádio e TV, da Universidade Federal da Paraíba. Desde os primeiros contatos com produção audiovisual dentro da academia e no mercado de trabalho eu já pensava em fazer um produto no meu TCC. Após a chegada do filme Avatar fui pesquisando sobre Cinema 3D e observando que havia possibilidades de realizar um vídeo em 3D estereoscópico de baixo orçamento. Nas primeiras pesquisas já conseguir tecer uma rede de contatos de profissionais e professores que trabalham e/ou estudam sobre o assunto. Apesar de existir uma lacuna bibliográfica sobre o tema em nosso idioma. Logo, unindo minha fome de aventura a projetos ousados e a necessidade de deixar um pioneirismo de pesquisa sobre essa temática ao curso de comunicação da UFPB, para que outros alunos se sintam motivados a trabalharem com esse assunto comecei a produção do material. A cada passo foi um novo desafio e um ambiente desconhecido onde eu adentrava. Mas, juntando todas as condições possíveis de se trabalhar e as pesquisas feitas foi deixando um bom material de referencia em vídeo e escrita para os próximos trabalhos acadêmicos que poderão vim a surgir.
  • 11. 11 1. INTRODUÇÃO Algumas pessoas, sobretudo os mais jovens pensam que o 3D estero é uma novidade trazida pelo cinema e ainda mais pelo filme Avatar. Mas a estereoscopia foi inventada somente alguns anos depois que a fotografia foi concebida começando pelo estereoscopico de Charles Wheastone em 1838. A estereoscópia é uma qualidade que nossa visão possui para vermos os objetos que nos circundam percebendo suas proporções, volume e profundidade. Popularmente conhecido como 3D. O trabalho consiste em uma produção de um curta em 3D estereoscópico anaglifo, sistematizando através do relatório todo o processo de produção do vídeo. Podendo, portanto abrir esse campo de atuação para artistas, comunicólogos, cineastas, e entusiastas, por ser mais uma opção de representação de conteúdo em ascendência. Primeiro o som, depois as cores e agora a terceira dimensão.
  • 12. 12 2. JUSTIFICATIVA Após a chegada do filme Avatar muito foi se falando sobre a revolução do cinema 3D. O que poucos sabem, e que o cinema em 3D já existia em 1922, tendo alguns experimentos da técnica chamada estereoscopia até antes. O que mudou ao longo dos anos ate os dias atuais foi o avanço tecnológico de produção de filmes em 3D. O Brasil não esta acompanhando esse ritmo, porém, já se fez o primeiro curta e filme brasileiro em 3D. O projeto do curta metragem em 3D anaglifo Cinco Minutos, visa promover a primeira experiência em 3D anaglifo local servindo de referência para estudantes de comunicação, entusiastas e qualquer outro profissional que busque conhecimento visual nessa forma de produção. Que sirva também de estimulo para outros trabalhos semelhantes sobre o tema abordado. Por fim, o trabalho não só visual, mas também escrito se propõem a preencher a lacuna existente em nosso idioma sobre o assunto, de forma a contribuir para que pesquisadores brasileiros tenham aos poucos cada vez mais materiais de pesquisa para referenciarem–se sobre essa tecnologia que emerge com força, de modo que no futuro nosso país possa competir com essa tecnologia que se dissemina sempre em busca de novas produções de conteúdo através dessa técnica.
  • 13. 13 3. FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 História do cinema em 3D De acordo com o site Stereoscopic 3D Movies1 , a invenção da técnica estereoscópica, o chamado 3D, aconteceu em 1838 quando o cientista Sr. Charles Wheastone expôs uma maquina espelhada que gerava desenhos geométricos em três dimensões. Em setembro de 1922, no hotel Ambassador, em Los Angeles, estreou o primeiro filme que utilizava a técnica estereoscópica juntamente com os óculos anáglifo: The Power of Love - dirigido por Nat Deverich e Haary Fairall o filme relatava uma mulher que prometida a um homem que não ama para salvar o pai da bancarrota. Mas o filme não teve uma boa receptividade pela imprensa e expositores e o carretel do filme nunca foi recuperado. Ilustração 1: Projeção anáglifa. Fonte: http://www.photon3d.com.br/historia.php Ilustração 2: Sr. Charles Wheastone inventor do estereoscópico. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Wheatstone Ilustração 3: Estereoscópico de Wheatstone. Fonte: http://www.photon3d.com.br/historia.php Dan Sung (2009) revela que entre 1920 e 1930 o cinema 3D entra em um período de tranquilidade devido à grande depressão. Já em 1951 a indústria cinematográfica busca um novo caminho para atrair as pessoas de volta ao cinema, então, em 1952 foi lançado o filme de baixo orçamento: Bwana Devil, dirigido por 1 Site: www.hd3dmovies.com/3d2.html acesso em maio de 2011.
  • 14. 14 Arch Oboler sua história girava em torno da busca por dois leões comedores de homens, à solta na África Oriental. O gênero do filme é ação, suspense e horror. Gêneros esses que funcionam muito bem com o 3D. A febre dos filmes em 3D veio com mais força um ano depois, com o sucesso de House of Wax (A casa de cera), lançado pela Warner Bros, sendo o primeiro filme em som estéreo, dirigido por André De Toth, estrelando Vincent Price e Charles Bronson. Pelo sucesso, todos os grandes estúdios queriam produzir filmes em 3D, dentre os títulos produzidos nesta época, não podemos deixar de citar um de grande importância Disque M Para Matar dirigido por Alfred Hitchcock. Uma das cenas criadas para se ter maior repercussão no filme Disque M Para Matar, era quando a Grace Kelly está sendo estrangulada e estende sua mão em direção a platéia, críticos da época relataram que a cena tem mais impacto quando visto normalmente. Pois na mesma, o público fica mais entretido com a mão saindo da tela, do que com a própria cena. E por isso, os estúdios acabaram lançando uma nova versão para salas de projeção comuns. Os obstáculos comuns do meio tornaram-se aparentes. O público começou a se queixar do cansaço ocular e das dores de cabeça, quando as projeções não estavam alinhadas corretamente. (SUNG, 2009) Ilustração 4: 1950 a era de ouro do cinema 3D. Fonte: http://www.photon3d.com.br/historia.php Quando as cópias dos filmes são desgastadas é difícil repara-lás. As duas bobinas precisam ficar idênticas e muitas vezes dois projetistas são necessários para
  • 15. 15 reproduzí – los. O pioneiro Arch Oboler cria uma solução de impressão única para projeção de filmes em 3D, chamado espaço 3D vision. O processo envolve as duas imagens na mesma faixa, com uma em cima da outra e uma lente de polarização alternada na frente do projetor. Dan Sung (2009), ainda relata que em 1970 a estereovisão é introduzida; onde as duas imagens são comprimidas lado a lado no mesmo carretel, em vez de cima e por baixo. Por uma lente anamórfica, colocada na frente do projetor para esticar as imagens e sobrepô-las em widescreen. O filme lançado nesse formato foi o Stewardesses, custando U$ 100.000 (cem mil dólares) para produzir e arrecadado 27 milhões de dólares depois de ser exibido em 800 cinemas. Sullivan (2010), enfatiza a onda de filmes de terror que são produzidos em 1982. Sexta feira 13 parte III é o primeiro, seguindo rapidamente por tubarão 3D e 3D Amityville. A animação começa a entrar em cena, e em 1995 Toy Story se torna o primeiro filme em 3D feito inteiramente em computador, o que foi um grande avanço na indústria de cinema. A Online Film Critics Society revelou em uma lista em 2003 que Toy Story é a melhor animação de todos os tempos. Em 2009, o filme épico de ficção Avatar dirigido por James Cameron, se torna o filme de maior bilheteria de todos os tempos. O qual foi considerado um divisor de águas em termos tecnológicos para o cinema em 3D e um marco na retomada do 3D no cinema. Para se chegar ao realismo desejado pelo diretor, a equipe do filme Avatar reinventou as câmeras em 3D, aperfeiçoou o sistema de captura de imagens, e expressões faciais e corporais dos atores. Os recursos que são usados nele não se resumem a meros efeitos, mas estabelecem uma nova linguagem a ser explorada pelos cineastas. 3.2 Como funciona a tecnologia em 3D
  • 16. 16 Ilustração 5: A ação 3D permanece no interior do tronco entre o espectador e a tela. Fonte: (MENDIBURU, 2009) De acordo com o escritor e cineasta americano Bernard Mendiburu (2009) a tecnologia 3D funciona de forma simples. Para começar, a terceira dimensão não existe, é apenas uma ilusão da mente. E isso só acontece devido a um fenômeno natural chamado estereoscópica. Trata-se da projeção de duas imagens, da mesma cena, em pontos ligeiramente diferentes. O nosso cérebro, automaticamente, junta as duas imagens em apenas uma e, nesse processo, obtém informações quanto à profundidade, distância, posição e tamanho dos objetos, formando uma ilusão de visão em 3D (terceira dimensão). Para gerar esse efeito em 3D a captação das imagens não é feita de qualquer maneira. O efeito 3D é composto por duas imagens projetadas em pontos distintos. Logo, na captação, devem ser filmadas duas imagens ao mesmo tempo. A câmera estereoscópica simula a visão do olho humano. Cada lente é posta a cerca de seis centímetros uma da outra (essa é a distância média entre os olhos de uma pessoa). É até possível fazer isso com câmeras amadoras e com pouco recurso. Ilustração 6: Captação 3D. Fonte: (MENDIBURU, 2009) 3.2.1 Captação de vídeos em 3D estereoscópico Mendiburu (2009) relata que a captação de vídeos em 3D estereoscópicos podem se dividir em três grupos. Com câmeras próprias para esse fim, com duas câmeras iguais juntas para funcionarem como se fossem estereoscópicas e com uma câmera usando um adaptador estereoscópico que possibilite uma captura estereoscópica.
  • 17. 17 3.2.1.1 Utilizando câmeras próprias para esse fim Ilustração 7: Câmera de bolso 3D estereoscópico da Sony. Fonte: http:// www.sony.com Ilustração 8: Câmera RED EPIC foi usada no primeiro curta 3D do Brasil. Fonte: http:// www.estereoensaios.com.br Ilustração 9: Câmera Panasonic AG-3DA 1P Fonte: http:// www.sony.com 3.2.1.2 Com duas câmeras iguais juntas para funcionarem como se fossem estereoscópicas Nesta opção é preciso ter uma distância media de seis centrimentos entre as duas câmeras (distância média entre os olhos humanos). Casso passe disso o efeito 3D pode ficar deformando. E necessário também o uso de um tripé que sustente as duas câmeras ou algum suporte. As câmeras precisam estar bem fixas sem nenhuma movimentação relata ainda MENDIBURU (2009).
  • 18. 18 Ilustração 10: Dois iphones 4 presos a uma capa dura de agenda com fita dupla face. Fonte: http:// www.tecmundo.com.br/10879-como-criar-uma-amera-3d-em- casa.htm#ixzz1QRlgxZPf Ilustração 11: Duas Filmadoras adaptadas para filmagem estereoscópica. Fonte: http://www.studio3d.com/pages/stereovideo.html Ilustração 12: Duas Filmadoras adaptadas para filmagem estereoscópica. Fonte: http://www.inition.co.uk/inition/product.php?URL_=product_stereovis_inition_3dvidri g&SubCatID_=4 3.2.1.3 Com uma câmera utilizando um adaptador estereoscópico
  • 19. 19 Ilustração 13: Lente Adaptadora para que filmadora comum grave estereoscopicamente. NuView SX-200. Fonte: http://www.stereo3d.com/stereocam.htm Ilustração 14: Lente Adaptadora para que filmadora comum grave estereoscopicamente. StereoCam UL-100. Fonte: http://www.stereo3d.com/stereocam.htm Ilustração 15: Lente Adaptadora para que filmadora comum grave estereoscopicamente. 3D-CAM. Fonte: http://www.stereo3d.com/stereocam.htm 3.3 Sistema de óculos tradicional anáglifo e Sistema de óculos atual polarizado Diversos são os sistemas de visualização de um vídeo tridimensional. Aqui vamos ver os mais conhecidos e utilizados. 3.3.1 Sistema de óculos tradicional anáglifo No sistema anáglifo aplica-se um filtro às imagens capturadas de forma a deixar a imagem da câmera esquerda de um tom diferente da imagem da câmera direita. Normalmente é utilizada as cores azuis e vermelhas ou cian e magenta. Depois de feito isso as imagens são fundidas em uma só, sobrepostas (mixadas), onde se vê uma imagem confusa, pois vêem as imagens das duas câmeras, cada uma com um filtro diferente de cor aplicado ao mesmo tempo. Para visualizar utilizam-se os óculos anáglifo como o da ilustração abaixo.
  • 20. 20 Ilustração 16: Óculos anáglifo vermelho ciano de celofone. Fonte: http://library.kiwix.org:4213/A/An%C3%A1glifo.html Os óculos têm a função de deixar cada olho ver apenas a imagem que lhe cabe. Ou seja, o olho direito, por exemplo, que tem a lente azul, só permitirá que você veja a imagem com o filtro vermelho (imagem da câmera direita), sumindo com a imagem com o filtro azul (imagem da câmera esquerda). Abaixo uma ilustração do sistema anáglifo e suas possibilidades. Ilustração 17: Sistema anáglifo e suas possibilidades. Imagem modificada. Fonte: http://www.gali-3d.com/en/techno-anaglyph/techno-anaglyph.php
  • 21. 21 Bernard Mendiburu (2009) ainda relata que, a vantagem desse sistema e que ele não necessita de nenhum equipamento especial, além de ser um sistema de baixíssimo custo. Em contra partida a desvantagem desta técnica é que as cores das imagens ficam prejudicadas, há uma perda de cor afetando a qualidade final da imagem. 3.3.2 Sistema de óculos atual polarizado O sistema de estereoscopia polarizado/passivo é um dos métodos mais eficientes e usados. Ele se baseia no fato de que a luz é uma energia que se irradia de forma ondulatória, dessa maneira as ondas vibram em direções perpendiculares à direção do deslocamento. No processo de estereoscopia por polarização da luz são utilizados filtros polarizadores que fazem com que as imagens vibrem apenas em um sentido. O sistema polarizado também trabalha com a geração de imagens de duas câmeras, referentes, à visão do olho esquerdo e do olho direito. Em uma tela metalizada é feita a projeção, com dois projetores do tipo DLP (Digital Light Processing),essa projeção é sincronizada, usando-se filtros polarizadores à saída das objetivas dos projetores. O espectador assiste ao filme de óculos, com filtros polarizadores iguais aos da projeção. Veja a ilustração abaixo. Ilustração 18: Óculos polarizado. Fonte: http://www.imersaovirtual3d.com.br/cinema-3d-estrutura-interna.php
  • 22. 22 Dessa forma as imagens referentes a cada um dos olhos são filtradas de modo que cada olho perceba somente a imagem referente à sua lateralidade específica. A vantagem do sistema polarizado é que as cores permanecem fieis, por não necessitar de filtro de cor para efeito estereoscópico assim ele é o sistema com melhor qualidade de imagem. Entretanto é um sistema muito caro devido ao uso de dois projetores e equipamentos de sincronismo para a exibição do vídeo que não pode ser usado em meio impresso, TV e monitores comuns de computador. Abaixo segue uma ilustração do sistema polarizado e suas possibilidades. Ilustração 19: Sistema de projeção de vídeo estereoscópico utilizando-se a polarização da luz de forma linear. Imagem modificada. Fonte: http://www.gali- 3d.com/en/techno-passive-stereo/techno-passive-stereo.php 3.4 O Retorno do Cinema 3D no Filme Avatar Avatar é o filme mais caro da história. O orçamento do filme foi de U$ 500 milhões (quinhentos milhões de dólares). Ele foi um marco em relação à tecnologia de captura de imagens e projeção nos cinemas (LANDIM, 2009).
  • 23. 23 Ilustração 20: Filme Avatar. Fonte: http://www.cinepop.com.br/filmes/avatar.php James Cameron se reuniu com engenheiros e técnicos de sua empresa de efeitos especiais, a Digital Domain, para propor a realização de um filme como Avatar. Da maneira que James queria os técnicos e engenheiros foram unânimes ao dizer que seria impossível. Não existia a tecnologia necessária para se fazer da forma que ele queria, e os custos pelo projeto seriam tão altos a ponto da empresa falir. Cameron preferiu por o projeto na gaveta e aguardar um pouco mais, se não existia a tecnologia era preciso criá- la. Landim (2009) relata que Avatar trata-se de uma história que acontece em Pandora, uma lua que está na orbita de um planeta gasoso chamado Poliphemus em alfa centauro. Em Pandora vive uma raça humanóide primitiva, mas bastante inteligente chamada Na‟ Vi. A principal exigência de Cameron era que todo o filme fosse produzido em 3D. Só assim, o público poderia ter um mergulho total dentro do filme. Inicialmente para atingir o que Cameron desejada era necessário três coisas: reinventar as câmeras em 3D, aperfeiçoar o sistema de captura de imagens, que mais tarde seriam adaptadas em CGI (Common Gateway Interface) e aperfeiçoar o sistema de captura de expressões faciais e corporais dos atores (LANDIM, 2009).
  • 24. 24 Ilustração 21: Equipamento Fusion 3D usado no filme Avatar. Fonte: http://osmotociclistas-madeinbrasil.blogspot.com/2009_08_30_archive.html Ilustração 22: Sistema de captura de expressões faciais de Avatar. Fonte: http://avatarblog.typepad.com/avatar-blog/2010/01/avatars-neytiri-oscarworthy-acting- or-just-cgi.html Ilustração 23: Sistema de captura de expressões corporais de Avatar. Fonte: http://www.fanpop.com/spots/avatar/images/9609043/title/how-avatar-would-look- with-without-cgi-photo Os atores usavam uma roupa de malha no set de filmagem de Avatar. Essa roupa de malha era toda composta por minúsculos refletores. Esses pequenos refletores eram capturados por 140 câmeras ao mesmo tempo. Os dados referentes ao reflexo de cada ponto em um determinado movimento do ator são armazenados e enviados para um grande banco de dados. Baseado nos movimentos corporais dos atores, os animadores entram em ação construindo os personagens, os avatares. Assim, um maior realismo é dado ao resultado final da imagem. A técnica similar à captura de movimento é utilizada para a captura de expressões faciais. Uma microcâmera é instalada a poucos centímetros do rosto do ator e colocado uma série de pequenos pontos coloridos que servirão para captar todas as suas expressões faciais (LANDIM, 2009). Essa imagem também é enviada para um banco de dados que faz um mapeamento desses pontos. Gerando assim, um tipo de leitura dos movimentos do rosto do ator.
  • 25. 25 A partir da leitura dos pontos em CGI, é reconstruída uma face do ator, com uma nova máscara de expressividades tão fiéis quanto às originais. Os elementos cênicos também são reconstruídos em CGI. Por exemplo: se no filme há uma cena em que o ator precisa cruzar uma ponte, ela será filmada com ele vestindo a malha e cruzando uma tábua ou algo parecido (LANDIM, 2009). Wikerson Landim ainda relata que todas essas imagens foram usadas para o mapeamento, para a posterior construção em CGI de todos os movimentos corporais e de todos os elementos cênicos em questão, dos quais haverá interação. O que não foi captado será preenchido com imagens do banco de dados que não necessitam de interação com o ator. A parte de direção de fotografia do filme é toda feita no computador. É a primeira vez que se tem liberdade para criar sequências como se quiser e de maneira tão real. Com tanto pioneirismo o filme se tornou um grande sucesso. De acordo com Landim (2009), Avatar começa um marco tecnológico de um novo patamar na história do cinema. É a primeira vez que um filme utiliza tanta propriedade de recursos em CGI tão próximos do realismo. Avatar inicia uma nova linguagem a ser pensada. Os métodos em 3D utilizados neste filme não se prendem a meros efeitos, mas constituem uma nova maneira de pensar e fazer cinema, que deve ser explorada cada vez mais pelos cineastas a partir de agora. 3.5 O cinema 3D no Brasil O primeiro filme em 3D no Brasil2 foi feito em 1989 pelo professor José Lunazzi no instituto de física da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. O vídeo é sobre um ator fazendo mímicas. O professor José Lunazzi atua na área de tecnologias 3D e holografia. De acordo com Carina Toledo (2011), o Brasil Animado é o primeiro filme brasileiro a ser filmado e exibido em 3D estereoscópico. O filme é dirigido por Mariana 2 Você pode conferir informações deste vídeo no site http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/expo.htm. acesso em agosto de 2011.
  • 26. 26 Caltabiano e o enredo da história é relativamente simples. Dois personagens animados chamados Stress e Relax viajam pelo Brasil em busca do Grande Jequitibá Rosa. O filme é um tipo de guia turístico em 3D, exibindo as nossas maravilhas naturais em três dimensões, misturando live-action3 , com animação. Ilustração 24: O primeiro filme Brasileiro em 3D Brasil Animado. Fonte: http://www.grandesfilmes.com.br/2010/12/brasil-animado-2011-trailer.html Ilustração 25: Mariana Caltabiano diretora do filme Brasil Animado. Fonte: http://www.ospaparazzi.com.br/celebridades/brasil-animado-3d-conheca-o-primeiro- filme-em-3d-do-brasil-3205.html O site Página do Cinema4 divulga que a diretora Mariana Caltabiano contratou uma pesquisadora para saber detalhes de cada região. Mariana não esconde a tristeza de ter que deixar algum lugar fora do filme. Entre a equipe de gravação do filme, Mariana precisou de um profissional estereógrafo que calcula a distância entre o objeto mais próximo e o mais distante entre as câmeras. Esses cálculos são fundamentais na hora da captação do filme em 3D. Dentre os equipamentos utilizados no set de filmagem, a diretora usou um RIG aparelho que converte as imagens para 3D na hora da captação. Caltabiano ainda relata para o site Página do Cinema que podia ver instanteanamente como as cenas iriam ficar na tela do cinema com o uso de óculos especiais. Se não ficasse legal, ela tinha a liberdade de modificar naquele momento, no próximo set. 3 Live Action é um termo utilizado no cinema, teatro e televisão para definir os trabalhos que são realizados por atores reais, de carne e osso, ao contrário das animações. 4 Site: www.paginadocinema.com.br acesso em agosto de 2011.
  • 27. 27 Brasil Animado é um filme voltado para o público infantil, cheio de personagens e animais característicos. A linguagem 3D do filme não está em “jogar” as coisas na cara das pessoas, mas dar ao cenário e personagens profundidade e textura. Por exemplo, um movimento de capoeira que sai da tela ou um animal que rompe a moldura da imagem. O resultado do filme é uma comédia para atrair e divertir crianças e adultos. Carina Toledo (2011) ainda relata que fazer um filme nacional captado em 3D é necessária muita determinação por parte da diretora Mariana Caltabiano. É um marco no cinema brasileiro que se inicia. Atualmente também podemos encontrar o primeiro curta-metragem em 3D Cinco ou seis ensaios em busca de uma narrativa, filmado no Rio de Janeiro pela diretora e professora Jane de Almeida. Foi filmado com uma câmera capaz de gravar imagens com tecnologia 4K com mais de oito milhões de pixels por quadro a RED EPIC. Trata-se de um filme-ensaio audiovisual de alta tecnologia que explora imagens em ultra-definição. Assim como no lendário Vistas da Bahia da Guanabara (1898), dos irmãos Segreto, o Rio de Janeiro é novamente a cidade para onde câmeras pioneiras se dirigem. Com a diferença de que, agora, as “vistas” podem ser observadas em três dimensões e altíssima definição. (MACHADO, 2011)
  • 28. 28 4. DISCUSSÃO SOBRE O DIPOSITIVO MIDIÁTICO UTILIZADO O dispositivo midiático a ser utilizado é o curta – metragem. Segundo a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) em sua instrução normativa 22 anexo I a definição de curta – metragem é dada a filmes de até 15 minutos. Para discutir curta – metragem é necessário se interiorar sobre a história do cinema e fatos aos quais se está relacionando. Segundo Fernando Mascarello as primeiras filmagens foram feitas pelo Quinetoscópio5 criação de Thomas Edisom, eram tiras fotográficas com 17 metros de extensão, que duravam no máximo 30 segundos. A segunda década de 1907 a 1913 – 1915 é chamado de período de transição do cinema. Onde o cinema foi se organizando industrialmente e se tornando a mídia mais importante das massas. Os primeiros filmes atingem um tamanho médio de mil pés (um rolo) e duravam cerca de 15 minutos, ou seja, o que chamamos hoje de curta – metragem. Uma situação semelhante vai acontecer com o surgimento do Cinematógrafo6 , invenção dos irmãos Auguste e Louis Lumière, pois mesmo com a imagem ampliada o que se via ainda eram filmes curtos, isto é, a predominância continuava sendo do curta – metragem enquanto formato. Então inicialmente a definição de curta – metragem está associada a uma limitação técnica, ou seja, realizar filmes curtos não era uma questão de escolha, mas sim a única forma possível de produção. Começando a partir disso o desenvolvimento das primeiras técnicas de filmagem, atuação, iluminação, enquadramento e montagem. Tornando assim a narrativas mais claras para o telespectador. Para o primeiro experimento paraibano de captação em 3D estereoscópico utilizaremos o curta – metragem devido ao baixo custo de orçamento e a sua definição de duração, além disso o curta – metragem é bastante utilizado em documentários, filmes de estudantes e filmes de pesquisa experimental. É o dispositivo ideal para esta experiência. Assim criamos uma narrativa que não seja tão longa por se um curta – 5 Tratava-se de uma caixa individual com um visor, onde cada pessoa aproximava o rosto e via uma sucessão de imagens, às vezes até com um certo enredo. 6 O aparelho – uma espécie de ancestral da filmadora – é movido à manivela e utiliza negativos perfurados, substituindo a ação de várias máquinas fotográficas para registrar o movimento. O cinematógrafo torna possível, também a projeção das imagens para o público.
  • 29. 29 metragem e que seja viável de se produzir e testar essa nova linguagem/efeito. Assim fizemos as primeiras filmagens em 3D tentando encontrar novas formas de captação, atuação, iluminação e enquadramentos. No 3D trabalhamos com elementos como perspectiva uma imagem tendo dois objetos idênticos, porém, um é maior que o outro, iluminação atribuindo uma correta iluminação aos objetos presentes na imagem, pode –se identificar as características de profundidade dos objetos, oclusão quando coloca um objeto sobrepondo o outro e sombra, quando utilizamos uma sombra para ajudar na identificação do objeto.
  • 30. 30 5. OBJETIVOS 5.1 Objetivo Geral: O objetivo deste trabalho é produzir o primeiro curta em 3D estereoscópico anáglifo da Paraíba realizada por uma aluna do curso de comunicação da UFPB. 5.2 Objetivo Especifico: - Divulgar o curta em festivais de cinema em 3D estereoscópico. - Beneficiar pesquisadores que possam se capacitar através de instruções mínimas contidas no relatório para criar conteúdo audiovisual estereoscópico para internet, televisão, cinema, games, vídeos educativos é vídeos institucionais. - Promover o conhecimento acadêmico e prático sobre os processos de aquisição, edição e exibição de um vídeo em 3D estereoscópico. - Preencher a carência de referencias de vídeo em 3D estereoscópico no nosso país. - Participar dessa atual corrente de fazer cinema em 3D. - Estimular discussões nas academias locais de comunicação sobre a linguagem e tecnologia 3D.
  • 31. 31 6. METODOLOGIA Neste projeto de TCC foi adotada uma metodologia híbrida: pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica consiste em fazer um levantamento teórico sobre a temática abordada. Na pesquisa de campo, mais qualitativa que quantitativa, me levou a conhecer a realidade local das produtoras de vídeo para a produção de vídeos em 3D estereoscópicos, através de visitas e entrevistas: questionários individuais. Foram feitas também testes de campo com a câmera Sony Bloggie 3D para entender um pouco mais sobre a linguagem 3D. Após esses testes levamos o material para a ilha de edição e estudamos o melhor programa e plugin que se estivesse disponível para editar. A produção do curta em 3D estereoscópicos se dividiu em três etapas: a pré – produção onde são definidos os recursos materiais, artísticos e humanos da atividade, a produção onde é o momento da filmagem mobilizando grande parte dos recursos financeiros e humanos previsto no processo e a pós – produção etapa em que o filme será editado e finalizado para a sua posterior exibição.
  • 32. 32 7. PROCEDIMENTOS REALIZADOS Os procedimentos realizados foram divididos em quatro etapas. A pré – produção fase de planejamento, a produção fase de execução, a pós – produção fase de finalização do material e a exibição fase de apresentação do material. 7.1 Pré - Produção A pré – produção começou com pesquisas para se conhecer quais câmeras que filmam em 3D polarizado já estão disponíveis para compra no mercado. Os requisitos da pesquisa era encontrar uma câmera que tivesse uma qualidade aceitável, criticas positivas e um preço de baixo custo. Nesses requisitos o que foi encontrado foram câmeras de bolso. São elas: a Fujifilm W3 que filma em 3D e HD, a Aipetek 3D, a Go Pro sistema hero 3D e a Sony Bloggier 3D. Ilustração 26: Câmera Fujifilm W3. Fonte: http://www.itechnews.net/2010/08/18/fujifilm-finepix-real-3d-w3-3d- camera-with-hd-3d-video-recording/ Ilustração 27: Câmera Aipetek 3D. Fonte: http://www.theinquirer.net/inquirer/news/1726942/a-cheap-3d-camcorder- unveiled Ilustração 28: Câmera Go Pro sistema hero 3D. Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-204214824-sistema-hero-3d-go- pro-completo-com-2-cameras-carto16gb-_JM
  • 33. 33 Ilustração 29: Câmera Sony Bloggie 3D. Fonte: http://virtualnews.associationofvirtualworlds.com/is-sony-bloggie-3d-going- to-make-3d-an-everyone-thing/ Foi escolhida a Sony Bloggie 3D, devido ao histórico da empresa Sony e todos os outros requisitos citados anteriormente. A compra foi feita pelo site de compras Mercado livre7 , pois em João Pessoa não existe câmeras de bolso que filmem em 3D que sejam vendidas em lojas. Paralelamente a compra foi elaborado um questionário para se conhecer a realidade local das produtoras de vídeo em relação a produção de vídeos em 3D. (No apêndice). Escolhi as produtoras de vídeo locais que são mais destacadas e possui as maiores contas, HTV, VDG, Canário, UP Mídia, Comvídeo e ZPC. Duas produtoras não responderam a VDG e a Comvídeo. As respostas foram apuradas e transformadas em gráficos para facilitar a visualização dos resultados obtidos. (No apêndice). Após fazer uma revisão bibliográfica sobre o assunto parti para a elaboração do roteiro do curta – metragem em 3D. O roteiro deveria ter como cenário algo que coubesse no 3D, pois segundo Bernard Mendiburu um roteiro para 3D já deve ser pensado em 3D, e não elaborar um roteiro com características de 2D para ser filmado em 3D, e outra linguagem a ser trabalhada. Escolhi como locação o Hotel O Globo, devido à paisagem do rio Sanhauá, as inúmeras casas, a linha do trem, as arvores, a mata, a ladeira, todo o cenário dá para trabalhar com volume e perspectiva características marcantes do 3D. Ilustração 30: Hotel O Globo. Fonte: http://www.flickr.com/photos/gilbertostuckert/3946930204/ 7 Site de compras da internet www.mercadolivre.com.br acesso em agosto de 2011.
  • 34. 34 Para a elaboração do roteiro em 3D primeiro foi se pensando os elementos que se ia trabalhar em cena, como a locação, por exemplo, para depois montar a história propriamente dita. Após alguns tratamentos se chegou ao roteiro final. (No apêndice). Também escrevi anteriormente o perfil da personagem e a storyline. (No apêndice). „‟Storyline é um resumo da idéia que se pretende desenvolver‟‟ (MARQUES, 2007,p.24). Com o roteiro em mãos podemos começar a montar a equipe da gravação e fazer a decupagem técnica. A equipe foi composta por nove pessoas. A direção e a produção executiva ficou com a orientanda, direção de fotografia o recém formado em radialismo Aderaldo Júnior, produção de set do aluno de radialismo Walter Júnior, assistência de Rodrigo Quirino integrante do coletivo de produção audiovisual Aparelho de Idéias, produção de arte e figurino de Taína Vasconcelo figurinista e aluna do curso de teatro e moda, atuação da aluna de jornalismo Yluska Gaião, atuação do professor de teatro Everaldo Vasconelos e dois alunos da cadeira de interpretação para ator e câmera do curso de teatro José Francisco e Weverton Júnior. Como se pode observar todos os integrantes fazem parte da área. Equipe formada o próximo passo é a decupagem técnica. „‟O trabalho de transposição do roteiro literário para o roteiro técnico, chama – se decupagem técnica e é uma atribuição do diretor, pois é ele que define de que forma essa história será contada através de imagens e sons.‟‟ (MARQUES, 2007, p.27). Para se fazer a decupagem técnica e necessário conhecer as noções básicas que compõem a narrativa, vocabulário cinematográfico e os planos. Citarei aqui os mais conhecidos: o Plano Geral (PG) mostra um grande espaço, o Plano Conjunto (PC) mostra um grupo de personagens num ambiente, o Plano Médio (PM) enquadra os personagens em pé com uma pequena faixa de espaço acima da cabeça e embaixo dos pés, o Plano Americano (PA) corta os personagens da altura da cintura ou da coxa. A decupagem técnica então foi feita. (No apêndice). Fizemos uma visita a locação após a decupagem e montamos um storyboard. (No apêndice). Foi necessário pedir uma autorização de gravação para filmar no hotel O Globo. (No apêndice) O órgão responsável e o PB Tur (Secretária de Turismo de João Pessoa). Solicitei a autorização e fui muito bem recebida e atendida em todos os momentos. Após a escolha da atriz visitei a cadeira de ator e câmera do curso de teatro para a escolha dos outros participantes. Também me reunir com a produtora de arte e figurino que deu dicas sobre a roupa e o sangue cenográfico a ser utilizado no filme. Com o diretor de fotografia, foi decidido utilizar a luz natural, pela história do roteiro e pela qualidade de imagem da câmera, o áudio será gravado como OFF então não teremos microfone em set. Após fechar todos os setores de gravação foi feito o orçamento do filme para começar a produção. (No apêndice). 7.1.1 Material e recursos utilizados O material e recursos utilizados como foi visto na cadeira de pré – projeto é os recursos a serem mobilizados em cada fase da produção e cálculo dos custos. O que
  • 35. 35 podemos chamar de orçamento analítico de produção. Ele deve conter todos os gastos divididos por fases de produção e o que será utilizado. Na pré – produção temos a mobilização da equipe que trabalha em cima do filme cada um no seu setor e apenas uma fase de planejamento. A etapa de filmagem é a fase que se tem gastos, pois e a fase de realização do filme. O pedido da câmera Sony Bloggie 3D custou mil reais (R$ 1000,00) pelo site de compras mercado livre. Para a gravação apesar de usar luz natural iríamos precisar de um rebatedor para filtrar a luz, o rebatedor foi pego emprestado com um amigo nosso fotógrafo Rizemberg Felipe. Na gravação também iríamos precisar de um notebook que tivesse o software Stereoscopic Player para a visualização do material 3D gravado de forma anáglifa com os óculos anáglifo. O software você pode achar de graça na internet o óculos optei por comprar já feito e não fazer, ele custou três reais (R$ 3,00) no mercado livre. Na produção papel, gasolina e telefone e sempre gastos que deve se incluir com isso foi gasto mais cinquenta reais (R$ 50,00). Outro gasto de produção e a alimentação em set, todos os integrantes estavam participando sem cobrar nada apenas pelo projeto, como diretora e produtora executiva sou responsável pelo bem estar da equipe e desempenho, então gastei cem reais (R$100,00) com uma mesa de lanches onde continha suco, refrigerante, iogurte, todinho, frutas, sanduiche, biscoito e bolo. Para a produção de arte iríamos precisar também de um sangue cenográfico que custou vinte reais (R$20,00) o figurino e a própria roupa que os atores já tem em casa. A gravação do OFF será no laboratório de rádio do DECOM da UFPB então não terá gastos. Na etapa final de edição o diretor de fotografia Aderaldo Júnior que também e editor fará a finalização do material. A exibição será feita com a TV 3D e os óculos 3D polarizados fornecidos pelo LAVID8 da UFPB que está trabalhando em parceria com este projeto de TCC. 8 LAVID Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital.
  • 36. 36 7.2 Produção „‟ A produção é o momento em que tudo o que foi planejado, discutido, pesquisado, sonhado durante a pré – produção será colocado em prática, transposto para a película ou vídeo‟‟. (MARQUES, 2007, p.54). A produção começou com toda organização do material para a gravação no dia posterior sábado dia 22 de outubro. Saímos de casa ás 03h30 da manhã para que pudéssemos pegar o dia amanhecendo do hotel e gravar a primeira cena. A atriz vestiu a roupa se maquiou e passamos as marcações de cena com ela, assim como os planos que já havíamos feito na pré – produção. As 11h00 os três outros atores já haviam chegado e estávamos finalizando as cenas da atriz. Aos sábados o hotel Globo recebe bastante turistas, isso dificultou e atrasou um pouco a gravação devido à superlotação de movimentação de turistas no local. O mais difícil para a atriz era interpretar no silêncio, pois o áudio do roteiro e todo em OFF. Para ajudar no seu desempenho fazíamos leituras do OFF do texto na hora em que gravávamos a cena. Tivemos um break time9 para lanche da equipe com a alimentação que foi preparada anteriormente. Após o lanche saímos do hotel o globo e fomos gravar a cena que se passa na linha do trem. Tivemos algumas dificuldades também em relação a câmera, pois ela só grava 60 minutos. Depois e preciso recarrega – lá pelo computador, isso também atrasou o ritmo das gravações, mas, corremos para que tudo desse certo. Para a cena na linha do trem tivemos um extremo cuidado, pois a cada 30 minutos passava um trem. Finalizado a cena da linha do trem fomos para a ultima onde a personagem Amanda se encontrava baleada na porta do hotel. Para esta cena foi colocado um sangue artificial no peito da atriz. Encerramos a gravação as 12h40 e recolhemos todo o material que estava no hotel e na copa do hotel. Para encerrar a produção fizemos a gravação do OFF no laboratório de rádio do DECOM. Também houve certa dificuldade, pois os funcionários sempre tinham que sair cedo e isso atrasou a gravação do OFF, foi necessário ir até ao laboratório para gravar mais de uma vez. 9 Break time significa intervalo.
  • 37. 37 7.3 Pós - Produção A montagem ou edição é o procedimento estético e técnico que organiza os elementos fílmicos, visuais e sonoros, determinando sua duração e sua ordem. Só depois de muito trabalho minucioso obtém – se o produto final. (MARQUES, 2007, p.109) Material gravado agora rumo à edição. O primeiro passo e fazer a minutagem do vídeo. (No apêndice). Nesse processo fui até o LAVID para ver os vídeos pela TV 3D. A câmera possui um dispositivo que você pode aumentar ou diminuir a paralaxe da cena. Esse aumento ou essa diminuição vai depender do tipo de cena que estamos gravando em 3D, e essencial ver isso antes de editar para saber qual cena em 3D usar em determinado momento com o grau de paralaxe maior ou menor. Seria assim um tipo de minutagem que se faz quando se trabalha em 3D estereoscópico ou se pode fazer na hora da captação com uma câmera profissional e um monitor 3D com óculos. Feito a minutagem podemos começar a edição. A primeira dificuldade é que o programa de edição final cut não reconhece o arquivo mp4 da câmera de maneira simples é preciso instalar um plugin chamado cineform. Esse plugin custa quinhentos dólares (U$ 500,00) e nenhum editor aqui em João Pessoa tem. Se fosse uma câmera mais profissional que não fosse de bolso iríamos precisar de uma placa de edição de dois canais a mais indicada é a AJA KONA 3G10 essa placa custa em média três mil dólares (U$ 3.000,00). O primeiro teste foi converter o arquivo da câmera de mp4 para um formato menor que desse pra editar e depois testar na TV 3D para ver se ela reconhecia. Mas ela não reconheceu, só reconhece no próprio formato que a câmera salva. Tentamos então editar no adobe premier e felizmente deu certo, neste programa ela gera dois arquivos o de vídeo e um de áudio. Quando colocamos na TV 3D ela consegue reconhecer o vídeo. O processo de finalização de edição do arquivo do vídeo e parecido com o processo de captação da câmera, pois a câmera também gera dois arquivos quando vai captar. Acredito que este seja o segredinho de finalização do material. Editar pelo MAC se torna mais complicadinho por que precisa de plugins mais específicos podendo assim ter mais opções de se trabalhar o vídeo por ser um programa mais profissional para esta área. A trilha sonora é original construída por um músico amigo meu Davi Guedes. 10 AJA KONA 3G http://www.aja.com/products/kona/kona3g/ acesso em outubro de 2011.
  • 38. 38 7.4 Exibição A idéia inicial era que o curta – metragem em 3D cinco minutos fosse exibido com uma projeção de baixo orçamento. Essa exibição de baixo orçamento seria através do método anáglifo como vimos na fundamentação teórica. Com qualquer projetor e um óculos feito com papel de celofone vermelho e ciano é possível ver em 3D, porém, há uma perda na qualidade da imagem. O LAVID trabalha em projetos na área de transmissão digital de cinema. O laboratório recentemente foi pioneiro em um projeto Brasileiro de transmissão de vídeos em 3D e Ultra High Definition. Com esses projetos eles adquiriram alguns equipamentos em 3D, dentre eles uma TV 3D e óculos polarizados. Trabalhando em parceria com o laboratório, eles me disponibilizarão a TV 3D e os óculos polarizados para exibição e defesa do meu trabalho de TCC. Fator este extremamente positivo, pois podemos realmente ver o 3D de forma polarizada, como se é trabalhado atualmente. Um futuro que já começou com as vendas cada vez mais de TV´s em 3D. Para esta exibição o arquivo editado do filme ficara salvo em um pen drive que será plugado na TV 3D para exibição. Infelizmente não temos tecnologia suficiente disponível para gravar o filme em um DVD para ser exibido na TV 3D e entregue a banca. Para isto seria necessário um programa de edição especifico Sony Vegas 10 ProXe é uma placa de dois canais para edição igual a que vimos anteriormente na parte de pós – produção do relatório. Para a banca ver o material antes da defesa apenas com uma TV 3D. Ou poderá ver no formato anáglifo através do computador com a instalação do programa Stereoscopic Player11 e os oculos anáglifo. O programa se encontra para baixar gratuitamente na internet12 . . 11 Stereoscopic Player programa para visualizar um vídeo em 3D em qualquer formato através do computador ou em tela LCD com um óculos anáglifo. 12 Site para baixar o Stereoscopic Player http://3dtv.at/Downloads/Index_en.aspx acesso em novembro de 2011.
  • 39. 39 8. CRONOGRAMA EXECUTADO ANO MESES 2011 AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO Pesquisa nas produtoras de vídeo e pesquisa bibliográfica. Elaboração do roteiro, tratamentos, seleção do elenco, decupagem técnica, visita a locação e montagem do storyboard. Seleção de equipe, preparação do orçamento de produção, ensaios e gravação do material. Edição, testes de exibição, finalização do relatório e apresentação do trabalho para o orientador e co orientadora e posterior entrega na coordenação do curso de comunicação para defesa.
  • 40. 40 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Produzir esse trabalho foi desafiador. Primeiro por que eu tinha apenas a idéia na cabeça e não sabia como fazer. Além disso, ninguém em João Pessoa já havia feito uma experiência desse tipo o que meu deu mais estimulo e força para realizar, mesmo correndo o risco de não dar certo. Meu objetivo era chegar ao final, percorrer o caminho de como fazer o curta em 3D estereoscópico. Foram pesquisas intensas e a cada nova descoberta outra dificuldade surgia. Era sempre uma agulha dentro do palheiro ter que solucionar todas as questões do trabalho que apareciam em cada etapa de produção do vídeo. Sinto-me agora apta a discutir com qualquer profissional desta área depois de todo o embasamento teórico e tudo que foi posto em pratica para realização do vídeo. O profissional ou estudante que queira entrar nessa área tem que aprender tudo por si mesmo, fazendo pesquisas na internet, lendo sobre o assunto em obras estrangeiras, pois temos pouquíssimas opções de profissionais capazes de dialogar em tal mídia. O resultado deste trabalho também é auxiliar a qualquer um que queira produzir um vídeo em 3D estereoscópico dando instruções mínimas de como realiza – lo. É a combinação de técnica com beleza levar ao publico uma experiência única e memorável possibilitando ótimos momentos. Espero que ele venha a contribuir tanto a academia quanto aos futuros profissionais. Que sirva de motivação para todos que queiram realizar projetos nessa área.
  • 42. 42 APÊNDICE A: Questionário UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL AO DIRETOR GERAL DA PRODUTORA DE VÍDEO 1. Você já assistiu a um filme em 3D? ( ) Sim ( ) Não Se sim 1.1Com que frequência você assisti filmes em 3D? ( ) Toda semana ( ) De mês em mês ( ) A cada seis meses ( ) Raramente 2. Você sabe como funciona a tecnologia de vídeos em 3D? ( ) Sim ( ) Não 3. A produtora de vídeo já recebeu alguma encomenda de material para ser feito em 3D? ( ) Sim ( ) Não
  • 43. 43 Se sim diga qual _____________________________ 4. A produtora de vídeo é capacitada de profissionais que filmem e/ou editem um material em 3D? ( ) Sim, profissionais quem filmem e editem ( ) Não, profissionais que não filmam e não editam ( ) Profissionais apenas que filmam ( ) Profissionais apenas que editam 4.1Caso não, a produtora de vídeo teria interesse? ( ) Sim ( ) Não 5. Você sabia que o Brasil teve esse ano o seu primeiro filme com imagens do país em 3D? Brasil Animado dirigido por Mariana Caltabiano. ( ) Sim ( ) Não ( ) Ouvi falar alguma coisa nas mídias 6. Você sabia que já existe aparelho de TV em 3D no Brasil sem a necessidade de óculos? ( ) Sim ( ) Não 7. Algumas empresas como Sony e Fujifilm já lançaram no mercado vários modelos de câmeras que filmam em 3D a preços acessíveis. Você teria interesse de comprar? ( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez, se houver mercado
  • 44. 44 8. Você acha que o mercado paraibano está preparado para produções desse tipo? ( ) Sim ( ) Não
  • 45. 45 APÊNDICE B: Resultado da pesquisa DADOS DAS PRODUTORAS DE VÍDEO:
  • 46. 46
  • 47. 47
  • 48. 48
  • 49. 49
  • 50. 50 APÊNDICE C: Storyline e Perfil da personagem Storyline Amanda é uma menina de 20 e poucos anos, confusa na vida, acabara de brigar com o namorado em uma festa a fantasia no centro histórico de João Pessoa. Ela sai da festa e vai se recolher no hotel Globo, onde esperar encontrar com o namorado. Mas cinco minutos podem ser um tempo maravilhoso para se pensar e refletir sobre a vida, ainda mais da sacada do hotel que ao nascer do sol traz uma vista linda para o rio sanhauá. Ela aproveita o tempo para refletir sobre sua vida, sobre seu amor, sobre ela. Perfil da personagem Amanda é uma menina de 20 poucos anos, apesar da idade, Amanda não se pode dizer mulher ainda. Não que o conceito seja o antigo que separavam moças de mulheres, mas em sua cabeça, em seu entendimento, ela ainda não está lá. Não se acha ainda pronta, segura o suficiente para se acreditar como uma mulher. Ela acha que precisa entender mais da vida, conhecer mais as pessoas, conhecer mais ela mesma. Sempre reflexiva, Amanda é questionadora, não se deixa abater, nem ser feita de boba. Mas boba fica quando se volta para os seus pensamentos. Quando para, para apreciar o mundo a sua volta. Ela já não procura entender o mundo que a rodeia, muito menos explica-lo, como uma boa voyeur, Amanda adora apenas observá-lo. Daí sua predileção por fotografias, por filmagens, a observação em estado bruto. Não faz nem questão de procurar seu lugar, apenas de observar com as coisas se encaixam. Pena que elas nem sempre encaixem da maneira devida.
  • 51. 51 APÊNDICE D: Roteiro Cinco Minutos. Por Priscilla Durand 1. EXT – AMANHECENDO – HOTEL GLÓRIA Amanda caminha no pátio do hotel Glória, ao fundo o rio sanhauá começa a mostrar suas cores, está amanhecendo. Ela fala ao telefone parece brava. Sua maquiagem está borrada, como se houvesse chorado muito, desliga o celular e joga-o na bolsa. Ela aproxima-se da sacada do hotel. Chega próximo ao parapeito e se debruça sobre ele. Ela tenta olhar o mais longe possível. Encosta suas mãos no parapeito e se apoia mais nele. Ela coloca os pés nas bordas do parapeito, levantando-se e erguendo seu corpo ainda mais para frente. Quando ergue-se eu sapato de salto solta parcialmente do seu pé descobrindo seu calcanhar. Amanda olha para baixo, vê a distancia de onde está, fica estática. AMANDA Mais cinco minutos e eu não vou esperar. Amanda balança o corpo por cima do parapeito. Ela se inclina de maneira a subir no parapeito. AMANDA Vou desaparecer da vida dele, se ele acha que vai ficar fazendo isso comigo está muito errado. Amanda senta-se no parapeito da escada. Ela balança os pés contemplando o horizonte, ela olha para baixo, uma altura significante, seu sapato pende em seu pé, ele está meio solto. Seguro apenas pela ponta do pé, ela brinca com ele. Levanta o pé deixando o sapato balançar, quase cair. AMANDA Seria uma queda grande daqui, será que daria para morrer. Será? Amanda puxa o sapato novamente que para seu pé. Ela vira-se de lado ficando sentada paralelamente ao parapeito. AMANDA
  • 52. 52 Quanto tempo demoraria a achar alguém caída aqui. Nem imagino o trauma de quem achar. Seria muita estupidez morre por alguém, ninguém merece isso. Ninguém precisa disso. Acho que já cansei disso tudo. Dessas conversas sem rumo, dessas infantilidades. Acreditar que eu sou besta o suficiente para não ver o que ele faz. Amanda deixa acidentalmente cair um dos pés de seu sapato na parte de baixo, ela ainda tem segurar para não cair, mas se desequilibra um pouco, ela quase cai, mas segura-se pela parte de baixo do parapeito. Fica em cima da pedra. AMANDA Merda! Caralho! Amanda ri um riso controlado, nervoso. Que sai sem que ela queira. AMANDA Se morrer por causa de um imbecil é ruim, o que dirá se for por causa de um sapato. Que merda! Foi quase. E o pior é que eu adorava o sapato, mais que o imbecil com certeza. Comparando diretamente, vamos lá, o sapato com certeza é mais bonito. Mais útil, afinal eu que piso nele e não o contrário e nunca me abandona. Amanda olha para baixo onde o sapato caiu e rir sozinha. AMANDA Quer dizer, pelo menos eu achei que ele nunca me abandonaria. De toda forma do imbecil eu posso esperar que me abandonasse direto. Afinal pelo menos o sapato veio até aqui comigo e ainda me deixou seu par. Já amanheceu o dia, será que aquele imbecil vem mesmo? Amanda vira-se com as pernas no sentido contrário a queda, mas continua sentada no parapeito. Seus pés agora estão um calçado e o outro descalço. Ela balança eles entre as
  • 53. 53 colunas do parapeito. Ela mexe na bolsa procura o celular, olha as horas, passaram-se dois minutos do tempo em que ela falou ao telefone. Ela tira o sapato que ainda está no pé, depois desce do parapeito. Vai andando para a saída do hotel. AMANDA A gente acredita que está com alguém, pensa nisso e procura isso, mas não ver volta. Porque as pessoas hoje não querem mais se comprometer, porque ele não quer. Será que é tão imbecil assim para perceber, o quanto eu gosto dele. Ela solta um pequeno sorriso. AMANDA Eu adoro esse lugar, sua paz, sua beleza, esse jardim. Eu me sinto assim, uma beleza descuidada, esquecida em algum lugar. Sendo corrida aos poucos por esse ser tão presente, e tão ausente que é o tempo. Nesse tempo em que não o temos para nada, e a cada vez que o usamos somos devorados por ele, numa cobrança de juros eterna, como uma esfinge nos olha e diz, usufrua e eu te devorarei. Cíclico, sempre cíclico como esse regador, como um caracol, ou mesmo um bumerangue, tudo que atiramos a ele, ele nos joga de volta. Com juros, sempre com juros. Ela para e contempla o jardim, os regadores começam a aguar a grama, Amanda acha graça, aproxima-se da grama, carregando seu único sapato. Os regadores giram constantemente, com força, Amanda se aproxima deles e recua um pouco, pois foi molhada. Ela inclina os pés para molha-los, fica brincando com a água que vai e volta no regador que gira. 2. EXT – AMANHECENDO – CENTRO HISTÓRICO. O sapato de Amanda está caído na calçada. Um homem de aproximadamente 40 anos passa e acha estranho aquele sapato ali. Ela observa o sapato depois olha para cima procurando alguém, não acha.
  • 54. 54 Atrás dela dois viciados passam observando que ela está só, fazem meia volta e vão em direção dela. Um deles tenta puxar a bolsa dela, mas essa está bem segura ao seu braço, ela puxa a bolsa de volta e corre. O viciado se desequilibra e cai. O outro corre atrás dela. A mulher sobe a rua que vai para a frente do hotel Glória, o viciado puxa um revolver antigo e atira. A mulher abaixa-se e segue, ele dá o segundo tiro e mais outro, até que a arma falha a mulher sobe a rua correndo em disparada. Amanda porém que ia saindo do hotel, está caída escorada no muro da entrada do hotel. Seu vestido cheio de sangue. AMANDA Tudo nessa vida ecoa em algo, se falamos, se gritamos, se somos felizes, se pedimos se choramos, tudo ecoe e volta para a gente. Mas nem sempre reconhecemos o eco que vem. Parece que é alguém que está nos contradizendo, como se nós mesmo nos desmentíssemos. Volta torto, como o eco. Os viciados fogem. AMANDA E essa volta às vezes é difícil de aceitar, de acreditar, de saber se era para gente. Agora eu vejo que aquele rapaz não era para mim, que essa bala não era para mim, que essa vida... Ou seria tudo isso só o eco? FIM
  • 55. 55 APÊNDICE E: Decupagem Técnica Sequência de Planos. Plano 1 Plano 2
  • 74. 74 APÊNDICE F: Storyboard 1. EXT - AMANHECENDO - HOTEL GLOBO 1.1 MASTER: PLANO GERAL:Amanda caminha no pátio do hotel Globo, ao fundo o rio sanhauá começa a mostrar suas cores, está amanhecendo. 1.2 MEDIUM: PLANO MÉDIO:Ela fala ao telefone parece brava. Sua maquiagem está borrada, como se houvesse chorado muito, desliga o celular e joga-o na bolsa. Ela aproxima-se da sacada do hotel. 1.3 POV: PLONGÉE E CONTRA PLONGÉE:Chega próximo ao parapeito e se debruça sobre ele. SUBJETIVA DE AMANDA:Ela tenta olhar o mais longe possível.
  • 75. 75 1.4 CLOSE UP: DETALHE:Encosta suas mãos no parapeito e se apoia mais nele.
  • 76. 76 1.5 CLOSE UP: DETALHE: Ela coloca os pés nas bordas do parapeito, 1.6 MEDIUM: PLANO MÉDIO LATERAL: levantando-se e erguendo seu corpo ainda mais para frente. 1.7 CLOSE UP: DETALHE:Quando ergue-se seu sapato de salto solta parcialmente do seu pé, descobrindo seu calcanhar. 1.8 POV: SUBJETIVA: Amanda olha para baixo,
  • 77. 77 1.9 MEDIUM: PLANO MÉDIO ...vê a distancia de onde está, fica estática.
  • 78. 78 1.10 MEDIUM: PLANO MÉDIO + DETALHE: Ela se inclina de maneira a subir no parapeito. SUGESTÃO DE MUDANÇA 1.11 MEDIUM: PLANO MÉDIO + DETALHE: Ela sobe no parapeito de ferro e se senta. AMANDA Vou desaparecer da vida dele, se ele acha que vai ficar fazendo isso comigo está muito errado. PLANO MÉDIO: Ela balança os pés contemplando o horizonte, ela olha para baixo, uma altura significante, seu sapato pende em seu pé, ele está meio solto. Seguro apenas pela ponta do pé, ela brinca com ele. Levanta o pé deixando o sapato balançar, quase cair. AMANDA Seria uma queda grande daqui, será que daria para morrer. Será? Amanda puxa o sapato novamente que para seu pé. SUGESTÃO DE MUDANÇA 1.12 MEDIUM: PLANO LATERAL: Ela desce para a parte externa do parapeito, segurando-se no parapeito ela solta o corpo um pouco. SUGESTÃO DE MUDANÇA
  • 79. 79 1.13 MEDIUM: Ela vira-se de lado ficando sentada paralelamente ao parapeito. (PRIMEIRO PLANO DEVERÁ TER ALGO DE VOLUME, PLANTA, ORNAMENTO, ETC.)
  • 80. 80 1.14 CLOSE UP: CONTRA PLONGÉE: (CAM NA ALTURA DOS PÉS DELA): Amanda brinca com os sapato que está semi solto em seu pé. 1.15 MASTER: PLANO GERAL LATERAL: Amanda continua sentada no parapeito. Seus pés agora estão um calçado e o outro descalço. O PLANO É SÓ UMA INDICAÇÃO DE POSICIONAMENTO, POIS NÃO A IMAGEM CERTA 1.16 POV: SUBEJETIVA DO CELULAR: Ela mexe na bolsa procura o celular, olha as horas, passaram-se alguns minutos do tempo em que ela falou ao telefone. 1.17 MASTER:
  • 81. 81 PLANO ABERTO: Ela tira o sapato que ainda está no pé, depois pula de volta do parapeito. Vai andando para a saída do hotel. 1.18 PLANO GERAL: Ela para e contempla o jardim, os regadores começam a aguar a grama, Amanda acha graça, aproxima-se da grama, carregando seu único sapato. AMANDA Sempre achei graça dessa frase. Dessa música. Tudo nesse ciclo maluco se repete.
  • 82. 82 1.19 CONTRA PLONGÉE Os regadores giram constantemente, com força, Amanda se aproxima deles e recua um pouco, pois foi molhada. 2. EXT - AMANHECENDO - CENTRO HISTÓRICO. 2.1 PLANO SEQUENCIA: O sapato de Amanda está caído na calçada. 2.2
  • 83. 83 APÊNDICE H: Autorização de gravação da locação concedida pela PB Tur João Pessoa, 07 de outubro de 2011 Prezada Priscilla Durand, Conforme solicitado, estamos autorizando a gravação de um curta – metragem em 3D anaglifo nos jardins do Memorial do Hotel O Globo, no dia 22 (sábado) e / ou, caso seja necessário, poderá ser transferida para o dia 23 (domingo) de outubro corrente, a partir das 05.00h, e horário previsto de conclusão dos trabalhos as 17 horas, com equipe formada por 07 (sete) pessoas, sob seu comando. Estamos liberando também, o uso da copa para serviço de lanche e os banheiros externos. Informamos que em nenhum momento, sob qualquer pretexto, poderá haver remoção dos objetos de cristais, prataria, porcelana, espelhos e / ou mobiliário de época, bem como as peças do artesanato paraibano que compõe o hall principal do Memorial. Sendo assim, desejamos sucesso na gravação de mais um Trabalho de Conclusão de Curso para UFPB, onde estamos dispostos à colaborar. Atenciosamente João Wharles E. C. Portela Consultor Geral
  • 84. 84 APÊNDICE I: Orçamento analítico de produção TCC 5 MINUTOS ORÇAMENTO ANALÍTICO DE PRODUÇÃO 1. Etapa de Preparação (Pré - Produção) 1. EQUIPE ITEM QUANTIDADE UNIDADE VALOR VALOR UNITÁRIO TOTAL Diretor 1 Cachê R$ 450,00 R$ 0,00 Assistente de Direção 1 Cachê R$ 225,00 R$ 0,00 Produtor Executivo 1 Cachê R$ 300,00 R$ 0,00 Atriz 1 Cachê R$ 400,00 R$ 0,00 Subtotal 4 R$ 1.375,00 R$ 0,00 4. SERVIÇOS ITEM QUANTIDADE UNIDADE VALOR VALOR UNITÁRIO TOTAL Telefone 1 R$ 15 R$ 0,00 Internet R$ 0,00 subtotal R$ 0,00 Total da Etapa de Preparação R$ 0,00 2. Etapa de Filmagem (Produção) 1. EQUIPE ITEM QUANTIDADE UNIDADE VALOR VALOR UNITÁRIO TOTAL Diretor 1 Cachê R$ 450,00 R$ 0,00
  • 85. 85 Assistente de Direção 1 Cachê R$ 225,00 R$ 0,00 Produtor Executivo 1 Cachê R$ 300,00 R$ 0,00 Produtor de set 1 Cachê R$ 150,00 R$ 0,00 Produtor de arte e figurino 1 Cachê R$ 190,00 R$ 0,00 Diretor de Fotografia 1 Cachê R$ 300,00 R$ 0,00 Still 1 Cachê R$ 150,00 R$ 0,00 Atriz protagonista 1 Cachê R$ 400,00 R$ 0,00 Ator coadjuvante 1 Cachê R$ 200,00 R$ 0,00 Figurantes 3 Cachê R$ 100,00 R$ 0,00 subtotal 12 R$ 2.465,00 R$ 0,00 2. EQUIPAMENTO ITEM QUANTIDADE UNIDADE DIAS VALOR VALOR UNITÁRIO TOTAL 1 Câmera Sony Bloggie 3D 1 1 R$ 956,00 R$ 1.000,00 Rebatedor 1 1 R$ 150,00 R$ - Cabo HDMI + Adaptador 1 1 R$ 60,00 Cabos de Extensão 1 1 R$ 35,00 R$ - Notebook com entrada para cabo HDMI 1 1 R$ 1.000,00 R$ - Software Stereoscopic Player 1 1 R$ 150,00 R$ - subtotal 6 R$ 3.201,00 R$ 1.000,00 4. SERVIÇOS ITEM QUANTIDADE UNIDADE VALOR VALOR UNITÁRIO TOTAL Telefone R$ 15,00 R$ 15,00 subtotal 0 R$ 15,00 5. PRODUÇÃO ITEM QUANTIDADE UNIDADE VALOR VALOR UNITÁRIO TOTAL Combustivel 20 Litros R$ 2,49 R$ 35,00 Figurino 5 R$ 0,00 Despesas com arte R$ 20,00
  • 86. 86 (sangue cenográfico, fita crepe) Locação 1 R$ 0,00 Alimentação 8 1 R$ 18,75 R$ 100,00 Oculos anáglifo 1 1 R$ 3,00 R$ 3,00 Subtotal R$ 158,00 Total da Etapa de Filmagem R$ 1.173,00 3. Etapa de Edição (Pós - Produção) 1. EQUIPE ITEM QUANTIDADE UNIDADE VALOR VALOR UNITÁRIO TOTAL Diretor 1 Cachê R$ 450,00 R$ 0,00 Produtor Executivo 1 Cachê R$ 500,00 R$ 0,00 Editor de vídeo em 3D estereoscopico 1 Cachê R$ 675,00 R$ 0,00 subtotal 3 R$ 1.625,00 R$ 0,00 2. EQUIPAMENTO ITEM QUANTIDADE UNIDADE VALOR VALOR UNITÁRIO TOTAL Ilha de Edição Mac/HD 1 semana R$ 0,00 subtotal 1 R$ 0,00 RESUMO DO ORÇAMENTO DIAS POR ETAPA TOTAL POR ETAPA ETAPA DE PREPARAÇÃO 15 R$ 0,00 ETAPA DE FILMAGEM 1 R$ 1.173,00 ETAPA DE EDIÇÃO 5 R$ 0,00
  • 88. 88 APÊNDICE J: Roteiro de minutagem 1. MA300002 OU 03 5” a 11” 6” aos 12” 2. MA300005 09” a 21” 3. MA300006 7” a 15” 4. MA300008 03” a 14” 5. MA300010 10” a 19” 6. MA300012 7. MA300020 04” a 10” 8. MA300021 03” a 10” 9. MA300024 06” a 16” 10. MA300015 25” a 46” 11. MA300024 16” a 26” 12. MA300026 06” a 10” 13. MA300027 12” a 30” 14. MA300031 03” a 22” 15. MA300037 15” a 55” 16. MA300043 12” a 39” 17. MA300045 18. MA300047 19. MA300050 20. MA300054
  • 89. 89 21. MA300056 22. MA300059 23. MA300063 24. MA300062 25. MA300072 26. MA300073 27. MA300076 28. MA300078
  • 90. 90 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARLOS. Cinema 3D. Disponível em < http://www.trabalhosescolares.net/viewtopic.php?f=21&t=647> acesso em: 03/06/2011. 3D REVOLUTION. How a 3-D movie is made, 2009. Disponível em <http://www.the3drevolution.com/3dscreen.html>, acesso em: 25/05/2011. FILMES 3D. Filmes 3D Invadem Cinema em 2009. Agosto. 2009, Disponível em <http://filmes3d.com/blog/45-2009-agosto/110-filmes-3d-invadem-cinemas-em-2009> acesso em: 01/ 06/ 2011. LANDIM, Wikerson. As novas tecnologias do filme Avatar. Dezembro. 2009, Disponível em < http://www.tecmundo.com.br/3262-as-novas-tecnologias-do-filme- avatar.htm > , acesso em: 03/06/2011. LANDIM, Wikerson. Como funciona a tecnologia 3D? Julho. 2009, Disponível em < http://www.tecmundo.com.br/2469-como-funciona-a-tecnologia-3d-.htm > acesso em: 25/05/ 2011. MARQUES, Aída. Idéias em Movimento. Rio de Janeiro, RJ. Rocco 2007. MASCARELLO, Fernando. História do cinema mundial. Campinas, SP. Papirus 2006. MENDIBURU, Bernard. 3D Movie Making: Stereoscopic Digital Cinema from Script to Screen, Miami, Focal Press 2009 23 0p. Disponível em < http://books.google.com.br/books?hl=pt- BR&lr=&id=2LA7vfqv0bMC&oi=fnd&pg=PP2&dq=Cinema+3D&ots=exDk2yS_PE&sig =4QOK_F4e1Dv9PKfaca4lbkBzv0U#v=onepage&q&f=false> O‟ SULLIVAN, Barry. A história do 3D: De 1903 a 2010 como o formato foi desenvolvido. Janeiro. 2010, Disponível em < http://www.mirror.co.uk/news/technology/2010/01/12/the-history-of-3d-cinema- 115875-21961846/> acesso: 03/06/2011. SANTAELLA, Lucia. Comunicação e Pesquisa. São Paulo, Hacker Editores 2009. STEREOSCOPIC 3D MOVIES. Disponível em www.hd3dmovies.com/3d2.html acesso em: 25 / 05/ 2011. SUNG, Dan. A história do cinema em 3D. Setembro. 2009, Disponível em < http://www.pocket-lint.com/news/27146/the-history-of-3d-cinema> acesso: 03/06/2011. TERRA. Como funcionam os óculos 3D usados no cinema? 2003, Disponível em < http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI233515-EI1426,00.html> , acesso em: 03/06/2011.
  • 91. 91 TOLEDO, Carina. Brasil Animado. Janeiro. 2011, Disponível em < http://www.omelete.com.br/cinema/brasil-animado-critica/ >, acesso em: 03/06/2011.