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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
          UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA




                CRISTIANI PASSOLONGO




AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS:
           ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS




                       Maringá
                        2004
CRISTIANI PASSOLONGO




AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS:
           ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS



                     Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
                     Graduação em Administração da Universidade
                     Estadual de Maringá e Universidade Estadual
                     de Londrina, na área de Gestão de Negócios,
                     como requisito final para obtenção do título de
                     Mestre em Administração.


                     Orientador: Prof. Antônio Artur de Souza, Ph.D.




                      Maringá
                       2004
CRISTIANI PASSOLONGO




  AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS:
             ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS

                                      Dissertação aprovada como requisito para
                                      obtenção do grau de Mestre no Programa
                                      de Pós-Graduação em Administração,
                                      Universidade Estadual de Maringá e
                                      Universidade Estadual de Londrina, pela
                                      seguinte banca examinadora




Aprovada em 01 de novembro de 2004.




                                            Prof. Antônio Artur de Souza, Ph.D.
                                 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)




                                      Profª. Dra. Márcia Regina Gabardo Câmara
                                        Universidade Estadual de Londrina (UEL)




                                        Prof. Márcio Augusto Gonçalves, Ph.D.
                                Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
À minha mãe (in memoriam) e ao meu pai, que, apesar de não perceberem a
importância de tal esforço, sempre me apoiaram e me incentivaram para que eu
chegasse ao final de mais uma etapa da minha vida.
AGRADECIMENTOS



Em primeiro lugar, a Deus, que me proporcionou a vida e a oportunidade de alcançar
mais este objetivo, conduzindo-me e amparando-me nos momentos mais difíceis.

À minha mãe, que hoje já não está mais entre nós, por seu amor, dedicação e
atenção durante toda a sua vida; e ao meu pai, que sempre me apoiou e me
incentivou, apesar de não perceber o porquê de tanto esforço. Muito obrigada.

À minha família, principalmente às minhas irmãs, Claudete e Cleunice, que tanto que
me ajudaram e incentivaram a alcançar este objetivo.

Ao Márcio, que me ajudou a enfrentar a perda da minha mãe e todos os momentos
delicados pelos quais passei durante o mestrado. Muito obrigada pelo apoio e
atenção.

Aos meus amigos, pela tolerância e apoio; por ouvirem meus desabafos quando
tudo estava difícil.

Ao professor Antônio Artur de Souza, exemplo de educador, de profissional e de
amigo, pelos momentos de atenção dedicados à condução desta pesquisa e ao meu
aprendizado como estudante, profissional e também como pessoa.

Aos professores da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Estadual
de Londrina, pelos ensinamentos, incentivos, críticas e contribuições para que a
conclusão do mestrado fosse possível.

Às empresas M. A. Falleiros, Noma e Indel, que permitiram que a realização desta
pesquisa fosse possível.

E a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este objetivo fosse
alcançado.
“O futuro não nos traz nada, não nos dá nada; nós é que, para construí-lo, devemos
dar-lhe tudo, dar-lhe a nossa própria vida, outra seiva a não ser os tesouros
herdados do passado e digeridos, assimilados, recriados por nós”.

                                                                     Simone Weil
RESUMO



Os Sistemas de Informações Financeiras (SIFs) podem auxiliar os administradores a
tomarem decisões mais acertadas. No entanto, nem sempre um Sistema de
Informações Financeiras (SIF) fornece as informações necessárias para a tomada
de decisão, e isto pode estar relacionado com alguma deficiência/limitação do
sistema. As deficiências/limitações do sistema precisam ser descobertas, o que é
possível mediante a avaliação do sistema. Esta pesquisa pautou-se na seguinte
pergunta de pesquisa: Os SIFs fornecem informações financeiras adequadas e
suficientes para administradores tomarem decisões? O objetivo geral desta pesquisa
consistiu em avaliar se as informações financeiras geradas pelos SIFs atendem às
necessidades de informações dos administradores. Para atingir tal objetivo, foram
realizados três estudos de casos, nos quais se utilizaram diversas metodologias de
levantamento de dados, como entrevistas, pesquisa documental, observação e
questionários. Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo,
triangulação e modelagem, além da análise quantitativa dos dados. Chegou-se a
conclusão de que os SIFs analisados não atendem às necessidades de informações
dos administradores para a tomada de decisão. Os usuários utilizam sistemas
alternativos/complementares, como o Excel, para gerarem relatórios mais
específicos e gráficos. Outra deficiência relaciona-se com a pouca flexibilidade dos
SIFs, fator que dificulta a adoção de mudanças em conformidade com as
necessidades dos administradores.




Palavras-chave: Sistemas de Informações; Sistemas de Informações Financeiras;
avaliação; necessidade de informações.
ABSTRACT




The Financial Information Systems (FIS) may help the managers making better
decisions. However, a FIS may not supplies useful informations to decision-making
and this may be related with some deficiency/limitation of the system. The
deficiencies/limitations of the system need to be discovered and this is possible by
evaluating the system. Thus, this research was lined on the following research
question: Do the FIS supply suitable and sufficient financial information to the
managers making decisions? The main objective of this research was to evaluate if
the financial information produced by the FIS meet the information needs of the
managers. This objective was reached through three cases studies, using different
methodologies for data gathering, like interviews, documents’ research, observation
and questionnaire. The data were analyzed by using content analysis, triangulation
and data modeling, besides that quantitative analyze of the data was used
complementarily. The conclusion was that the FIS analyzed do not meet the
information needs of the managers for the decision making. The users use
alternative/complementary systems, like Excel, to get more specific reports and
graphs. Another deficiency is the low flexibility of the FIS, that make difficult changing
the systems in a way that meets the information needs of the managers.




Key-words: Information Systems; Financial Information Systems; evaluation;
information needs.
LISTA DE FIGURAS




Figura 1 – Componentes dos Sistemas de Informações __________________           28

Figura 2 – Categorias de SIFs ______________________________________            42

Figura 3 – Visão geral de um SIF ____________________________________           44

Figura 4 – Quatro possíveis orientações para avaliação de SI _____________      65

Figura 5 – Módulos do SI implantados na M. A. Falleiros _________________       90

Figura 6 – Opções do módulo financeiro do SI implantado na M. A. Falleiros __   91

Figura 7 – Opções de relatórios do módulo financeiro – contas a receber ____    92

Figura 8 – Tela inicial do sistema SAP ________________________________         94

Figura 9 – Módulo contábil/financeiro do sistema SAP ___________________        95

Figura 10 – Módulo de Controladoria do sistema SAP ____________________         96

Figura 11 – Alguns relatórios que podem ser emitidos pelo sistema SAP _____     97

Figura 12 – Exemplo de relatório emitido pelo SAP (1) ___________________       98

Figura 13 – Exemplo de relatório emitido pelo SAP (2) ___________________       99

Figura 14 – Exemplo de relatório emitido pelo SAP (3) ___________________       100

Figura 15 – Módulo financeiro – Sistema de Informações Protheus _________       103

Figura 16 – Atualizações do item contas a receber – módulo financeiro ______    104

Figura 17 – Atualizações do item contas a pagar – módulo financeiro _______     105

Figura 18 – Consultas – módulo financeiro ____________________________          106

Figura 19 – Opções de relatórios – módulo financeiro ____________________ 107

Figura 20 – Exemplo de relatório – módulo financeiro ___________________        108
LISTA DE QUADROS




Quadro 1 - Perguntas de pesquisa __________________________________           20

Quadro 2 – Organização da dissertação ______________________________          21

Quadro 3 – Tipos de decisões ______________________________________           48

Quadro 4 – Atributos da informação de qualidade _______________________       55

Quadro 5 – Custos/benefícios da implantação de um SI __________________       60

Quadro 6 – Métodos para avaliação da satisfação do usuário da informação __   62

Quadro 7 – Método de Torkzadeh e Doll para avaliar o impacto da TI no
trabalho do usuário final____________________________________________         63

Quadro 8 – Relação dos entrevistados________________________________          73

Quadro 9 – Protocolo para a realização dos estudos de casos_____________      83

Quadro 10 – Perguntas que orientaram as entrevistas e objetivos
específicos______________________________________________________             84

Quadro 11 – Questionário__________________________________________            86

Quadro 12 – Problemas/deficiências encontradas _______________________ 138
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS




Gráfico 1 – Avaliação do item exatidão/confiabilidade das informações
fornecidas pelo sistema (M. A. Falleiros) ______________________________ 111

Gráfico 2 – Avaliação do item concisão/prolixidade das informações fornecidas
pelo sistema (M. A. Falleiros) _______________________________________ 112

Gráfico 3 – Avaliação do item interface entre o usuário e o sistema (M. A.
Falleiros) _______________________________________________________ 113

Gráfico 4 – Avaliação do item utilidade das informações fornecidas pelo
sistema (M. A. Falleiros) ___________________________________________ 114

Gráfico 5 – Avaliação do item relevância/importância das informações
fornecidas pelo sistema (M. A. Falleiros) ______________________________ 114

Gráfico 6 – Avaliação do item necessidade de redigitação das informações
fornecidas pelo sistema (M. A. Falleiros) ______________________________ 115

Gráfico 7 – Avaliação do item flexibilidade do sistema (M. A. Falleiros) ______   116

Gráfico 8 – Avaliação do item facilidade de acesso às informações fornecidas
pelo sistema (M. A. Falleiros) _______________________________________ 117

Gráfico 9 – Avaliação do item disponibilidade de informações fornecidas pelo
sistema (M. A. Falleiros) ___________________________________________ 118

Gráfico 10 – Análise das categorias (M. A. Falleiros) _____________________ 119

Gráfico 11 – Avaliação do item exatidão/confiabilidade das informações
fornecidas pelo sistema (Noma) _____________________________________ 120

Gráfico 12 – Avaliação do item relevância/importância das informações
fornecidas pelo sistema (Noma) _____________________________________ 122

Gráfico 13 – Avaliação do item flexibilidade do sistema (Noma) ____________       123

Gráfico 14 – Avaliação do item facilidade de acesso às informações fornecidas
pelo sistema (Noma) ______________________________________________ 124

Gráfico 15 – Avaliação do item disponibilidade de informações fornecidas pelo
sistema (Noma) __________________________________________________ 125

Gráfico 16 – Avaliação do item necessidade de redigitação das informações
fornecidas pelo sistema (Noma) _____________________________________ 125

Gráfico 17 – Análise das categorias (Noma) ___________________________            126
Gráfico 18 – Avaliação do item exatidão/confiabilidade das informações
fornecidas pelo sistema (Indel) _____________________________________ 127

Gráfico 19 – Avaliação do item concisão/prolixidade das informações
fornecidas pelo sistema (Indel) _____________________________________ 128

Gráfico 20 – Avaliação do item utilidade das informações fornecidas pelo
sistema (Indel) __________________________________________________ 129

Gráfico 21 – Avaliação do item relevância/importância das informações
fornecidas pelo sistema (Indel) ______________________________________ 129

Gráfico 22 – Avaliação do item facilidade de acesso às informações fornecidas
pelo sistema (Indel) _______________________________________________ 130

Gráfico 23 – Avaliação do item flexibilidade do sistema (Indel) _____________   131

Gráfico 24 – Análise das categorias (Indel) ____________________________        132

Tabela 1 – Freqüência das categorias ________________________________           135

Tabela 2 – Síntese dos dados quantitativos ____________________________ 137
SUMÁRIO



RESUMO _________________________________________________________ 06

ABSTRACT _______________________________________________________ 07

LISTA DE FIGURAS ________________________________________________ 08

LISTA DE QUADROS _______________________________________________ 09

LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS ____________________________________ 10

1 INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 16

 1.1 TEMA E PROBLEMA DA PESQUISA ______________________________ 16

 1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA _________________________________ 17

 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA _____________________________________ 18

  1.3.1 Objetivo geral _____________________________________________ 19

  1.3.2 Objetivos específicos _______________________________________ 19

 1.4 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ______________________________ 21

2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS (SIFs) ___________________ 22

 2.1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ 22

 2.2 O ENFOQUE SISTÊMICO _______________________________________ 22

 2.3 FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS ______________________________ 24

 2.4 DADOS, INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO ______________________ 25

 2.5 CONCEITO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES _____________________ 27

 2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES _______________ 29

 2.7 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS______________________ 41

 2.8 INFORMAÇÕES FINANCEIRAS PARA A TOMADA DE DECISÃO _______ 45

  2.8.1 Administração de caixa _____________________________________ 49

  2.8.2 Administração de investimentos _____________________________ 49

  2.8.3 Orçamento de capital _______________________________________ 50

  2.8.4 Planejamento financeiro ____________________________________ 51
2.9 CONCLUSÃO _________________________________________________ 51

3 AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES _______________________ 53

 3.1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ 53

 3.2 DEFINIÇÃO DE AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES _______ 53

 3.3 MODELOS DE AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES ________ 54

 3.4 CONCLUSÃO _________________________________________________ 66

4 METODOLOGIA__________________________________________________ 68

 4.1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ 68

 4.2 DELINEAMENTO E PERSPECTIVA DA PESQUISA __________________ 68

 4.3 UNIDADE DE ANÁLISE _________________________________________ 70

 4.4 DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE CASOS _____________________________ 71

 4.5 SELEÇÃO DAS EMPRESAS ESTUDADAS _________________________ 72

 4.6 COLETA DE DADOS ___________________________________________ 74

 4.7 ANÁLISE DOS DADOS _________________________________________ 77

 4.8 PROTOCOLO PARA A REALIZAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASOS ______ 82

 4.9 CONCLUSÃO _________________________________________________ 87

5 ESTUDOS DE CASOS_____________________________________________ 88

 5.1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ 88

 5.2 CASO M. A. FALLEIROS ________________________________________ 88

  5.2.1 Características ____________________________________________ 88

  5.2.2 Sistema de Informações utilizado_____________________________ 89

 5.3 CASO NOMA DO BRASIL S.A. ___________________________________ 92

  5.3.1 Características ____________________________________________ 92

  5.3.2 Sistema de Informações utilizado_____________________________ 93

 5.4 CASO INDEL ________________________________________________ 100

  5.4.1 Características ___________________________________________ 100

  5.4.2 Sistema de Informações utilizado____________________________ 101
5.5 CONCLUSÃO ________________________________________________ 108

6 AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS ESTUDADOS
________________________________________________________________ 109

 6.1 INTRODUÇÃO _______________________________________________ 109

 6.2 O CASO M. A. FALLEIROS _____________________________________ 110

  6.2.1 Aspectos positivos do sistema ______________________________ 110

  6.2.2 Aspectos negativos do sistema _____________________________ 114

 6.3 O CASO NOMA ______________________________________________ 119

  6.3.1 Aspectos positivos do sistema ______________________________ 119

  6.3.2 Aspectos negativos do sistema _____________________________ 122

 6.4 O CASO INDEL ______________________________________________ 126

  6.4.1 Aspectos positivos do sistema ______________________________ 126

  6.4.2 Aspectos negativos do sistema _____________________________ 129

 6.5 SÍNTESE E DISCUSSÃO DA ANÁLISE DOS DADOS ________________ 132

 6.6 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES _____________________________ 138

 6.7 CONCLUSÃO ________________________________________________ 141

7 CONCLUSÃO___________________________________________________ 142

 7.1 INTRODUÇÃO _______________________________________________ 142

 7.2 QUANTO À METODOLOGIA ____________________________________ 142

 7.3 QUANTO À REVISÃO DA LITERATURA___________________________ 143

 7.4 QUANTO AOS ESTUDOS DE CASOS ____________________________ 144

 7.5 QUANTO AOS OBJETIVOS PROPOSTOS_________________________ 145

  7.5.1 Objetivo 1: Descrever os processos de gestão com relação aos fluxos
  de informações financeiras. _____________________________________ 145

  7.5.2 Objetivo 2: Identificar as informações financeiras necessárias para os
  administradores. ______________________________________________ 146

  7.5.3 Objetivo 3: Identificar as informações financeiras atualmente
  disponibilizadas pelos SIFs. _____________________________________ 147
7.5.4 Objetivo 4: Analisar se as informações financeiras disponibilizadas
  pelos SIFs correspondem às informações financeiras necessárias para os
  administradores. ______________________________________________ 148

  7.5.5 Objetivo 5: Identificar possíveis deficiências e limitações quanto à
  operação, utilização e avaliação dos SIFs. _________________________ 149

  7.5.6 Objetivo 6: Propor estratégias para que os administradores possam
  ter a sua disposição as informações necessárias. __________________ 150

 7.6 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA _______________________________ 150

 7.7 PERSPECTIVAS PARA PESQUISAS FUTURAS ____________________ 153

 7.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________ 154

8 REFERÊNCIAS _________________________________________________ 157

ANEXO A ________________________________________________________161

ANEXO B ________________________________________________________163
16




1 INTRODUÇÃO




1.1 TEMA E PR OBLEMA DA PESQUISA

A evolução tecnológica tem possibilitado diversas mudanças no dia-a-dia das

empresas. Destaca-se, nesse sentido, o grande benefício proporcionado pela

Tecnologia da Informação (TI). Segundo Serafeimidis e Smithson (1999, p. 94),

muitas empresas estão investindo em Tecnologia da Informação como uma maneira

não apenas de reduzir custos e aumentar lucros, mas de melhorar o fornecimento de

serviços e produtos ao consumidor, aumentando a flexibilidade e facilitando a

inovação.


Uma das conseqüências mais significativas dessa evolução está na crescente

implementação dos Sistemas de Informações (SIs), instrumentos capazes de auxiliar

os administradores na tomada de decisão e no gerenciamento da empresa como um

todo. De acordo com Zwass (1992, p. 6), “um Sistema de Informações é um portfólio

organizado de sistemas formais para obter, processar e distribuir informações para

suporte às operações comerciais e para o gerenciamento de uma empresa”.


As empresas que utilizam SIs podem, por meio do gerenciamento correto da

informação, obter vantagens competitivas e estratégicas em tempo real para que a

tomada de decisão ocorra da maneira mais eficiente. Como salienta O’Donnell

(2003, p. 117), os SIs são fundamentais para as empresas, pois processam os

dados referentes aos seus negócios e permitem que as empresas utilizem estes

dados/informações para acompanhar o desempenho dos seus objetivos.
17




Os Sistemas de Informações Financeiras (SIFs) são um componente dos SIs.

Contribuem para a geração de relatórios com informações financeiras relevantes,

para a utilização mais eficiente de recursos e para a manutenção da saúde

financeira da empresa. Permitem aos administradores tomar decisões financeiras

mais convenientes, possibilitando o crescimento e a prosperidade da empresa.


No entanto, é necessário verificar se o Sistema de Informações (SI) disponibiliza

todas essas informações para a tomada de decisão na empresa. Caso isso não

ocorra, pode haver alguma deficiência/limitação no sistema. De acordo com Kumar

(apud Abu-Musa, 2002, p. 141), a avaliação de um SI tem como principais

finalidades: verificar se o sistema está de acordo com o que foi solicitado;

proporcionar feedback para o desenvolvimento de usuários; justificar a aquisição,

continuidade ou término de um projeto de SI e identificar mudanças necessárias.

Assim, na fase de avaliação do sistema, é possível identificar problemas ou

oportunidades em potencial e verificar se o SI está atingido ou não os objetivos e as

metas da empresa.


Neste contexto, o problema desta pesquisa está relacionado à seguinte questão: Os

Sistemas de Informações Financeiras fornecem informações financeiras adequadas

e suficientes para os administradores tomarem decisões?




1.2 JUSTIFICAT IVA E RELEVÂNCIA


Um grande número de empresas implementa SIs para auxiliar na tomada de decisão

e no gerenciamento de informações. Geralmente, essa implementação acarreta um
18




alto custo para a organização e um certo desgaste para seus membros, devido a

dificuldades na adaptação ao novo sistema.


Os SIs implantados podem não atingir os objetivos iniciais, como, por exemplo,

auxiliar os administradores a tomarem decisões mais precisas e rápidas. Isso

geralmente ocorre porque, na maioria das vezes, esses sistemas não são avaliados

correta e freqüentemente. O resultado é uma inadequada utilização do sistema

implantado.


Com a avaliação dos SIs, é possível verificar os eventuais problemas apresentados

e as potencialidades ainda inexploradas do sistema. A avaliação dos SIs permite,

portanto, utilizar de forma mais efetiva e eficaz os recursos disponibilizados pelo

sistema. De acordo com Stair (1998, p. 312), a avaliação de SI tem como finalidade

“determinar se os objetivos alcançados pelo sistema atual estão satisfazendo ou não

as metas da organização”.


Neste contexto é que esta pesquisa se justifica, pois é de fundamental importância

avaliar os SIFs e verificar se eles atendem às necessidades de informações

financeiras dos administradores para a tomada de decisão.




1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA


Os objetivos apresentados a seguir têm como finalidade orientar o processo de

pesquisa. Para facilitar esse processo, elaboraram-se algumas perguntas de

pesquisa, conforme consta no Quadro 1.
19




1.3.1 Objetivo geral


Avaliar se as informações financeiras geradas pelos SIFs atendem às necessidades

de informações dos administradores para a tomada de decisão.




1.3.2 Objetivos específicos


   Descrever os processos de gestão com relação aos fluxos de informações

   financeiras;


   Identificar as informações financeiras necessárias aos administradores;


   Identificar as informações financeiras atualmente disponibilizadas pelos SIFs;


   Analisar se as informações financeiras disponibilizadas pelos SIFs correspondem

   às informações financeiras necessárias aos administradores;


   Identificar possíveis deficiências e limitações quanto à operação, utilização e

   avaliação dos SIFs; e


   Propor estratégias para que os administradores possam ter a sua disposição as

   informações necessárias.


Para cada objetivo específico foram elaboradas as perguntas de pesquisa

apresentadas no Quadro 1.
20




Quadro 1: Perguntas de pesquisa

      OBJETIVOS ESPECÍFICOS                 PERGUNTAS DE PESQUISA

Descrever os processos de gestão com      Quais são os processos envolvidos na
relação aos fluxos de informações         tomada de decisão?
financeiras.                              Quais são as informações financeiras
                                          necessárias?
                                          Qual é a origem da informação
                                          financeira?
Identificar as informações financeiras    Quais são as informações financeiras
necessárias para os administradores       que os administradores necessitam
tomarem decisões.                         para a tomada de decisão?
Identificar as informações financeiras    Quais informações financeiras são
atualmente disponibilizadas pelos SIFs.   disponibilizadas pelo SIF utilizado
                                          pela organização?
Analisar se as informações financeiras    As        informações       financeiras
disponibilizadas      pelos       SIFs    disponibilizadas      pelo      sistema
correspondem às informações financeiras   correspondem às necessidades de
necessárias aos administradores.          informações dos administradores?
                                          Os procedimentos de coleta de dados
                                          e de distribuição das informações
                                          financeiras são adequados?
Identificar possíveis deficiências   e    Quais são as principais dificuldades
limitações quanto à operação,        à    presentes na utilização do sistema?
utilização e à avaliação dos SIFs.        Quais são as principais dificuldades
                                          encontradas na avaliação do sistema?
Propor estratégias para que os            Quais são os aspectos positivos e
administradores possam ter a sua          negativos do sistema?
disposição as informações necessárias.    Como as informações financeiras
                                          necessárias          podem           ser
                                          disponibilizadas de maneira mais
                                          eficiente?
21




1.4 ORGANIZA ÇÃO DA DISSERTAÇÃO


O Quadro 2 apresenta a organização da dissertação, por capítulo e respectivos título

e conteúdo.




Quadro 2: Organização da dissertação

CAPÍTULO               TÍTULO                          CONTEÚDO
    1                Introdução         Tema e problema da pesquisa; justificativa
                                        e relevância; objetivos da pesquisa e
                                        organização da dissertação.

     2              Sistemas de       Enfoque sistêmico; funcionamento dos
              Informações Financeiras sistemas;      dados,     informações     e
                                      conhecimento; conceito de Sistemas de
                                      Informações; classificação dos Sistemas de
                                      Informações; Sistemas de Informações
                                      Financeiras; informações financeiras para a
                                      tomada de decisão.

     3         Avaliação de Sistemas    Definição de avaliação de Sistemas de
                  de Informações        Informações; modelos de avaliação de
                                        Sistemas de Informações.

     4              Metodologia         Delineamento e perspectiva da pesquisa;
                                        unidade de análise; definição do número de
                                        casos; seleção das empresas estudadas;
                                        instrumentos de coleta de dados; técnicas
                                        de análise de dados utilizadas; protocolo
                                        para a realização dos estudos de casos.

     5           Estudos de Casos       Caracterização das empresas estudadas e
                                        dos Sistemas de Informações utilizados.

     6        Avaliação dos Sistemas Avaliação dos pontos fortes e deficiências
                  de Informações     dos Sistemas de Informações estudados.
              Financeiras estudados
     7               Conclusão          Conclusões da pesquisa quanto à
                                        metodologia, à revisão da literatura, aos
                                        estudos de casos e aos objetivos propostos;
                                        contribuições da pesquisa; perspectivas
                                        para pesquisas futuras.
22




2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS (SIFs)




2.1 INTRODUÇÃO


Este capítulo apresenta os aspectos mais relevantes dos SIFs. Inicialmente,

apresentam-se as características da abordagem sistêmica e explica-se como

funciona um sistema. Depois de analisar os sistemas e suas características,

enfatizam-se os SIs, destacando, entre outros aspectos, a classificação.


Finalizando o capítulo, apresentam-se os Sistemas de Informações Financeiras e as

características das informações financeiras relevantes para a tomada de decisão.

Com essa estrutura, o capítulo, que é parte integrante do referencial teórico desta

pesquisa, esclarece a importância dos SIFs para as empresas.




2.2 O ENFOQUE SISTÊMICO


De acordo com Oliveira (2000, p. 149), “um sistema é uma rede de componentes

interdependentes que trabalham em conjunto para tentar realizar o objetivo do

sistema”. Isto significa que as partes que compõem um sistema não são isoladas,

mas ligadas entre si de forma a complementarem-se.


Considerando sua relação com o ambiente, um sistema pode ser aberto ou

fechado. Um sistema fechado, segundo Daft (1999, p. 8), não depende do seu

ambiente, sendo por isso autônomo e isolado do ambiente externo. Na realidade, um

sistema totalmente fechado é difícil de ser encontrado, pois geralmente há uma

interação com o ambiente externo.
23




Um sistema aberto, ao contrário, interage com o ambiente para sobreviver,

consumindo e exportando recursos. As empresas, geralmente, são sistemas abertos

e interagem com o ambiente, tanto influenciando-o como sendo influenciadas por

ele. Neste contexto, Daft (1999, p. 8) define sistema como um “conjunto de

elementos interativos que recebe entradas do ambiente, transforma-as e emite

saídas para o ambiente externo”.


Para Stair (1998, p. 6), “um sistema é um conjunto de elementos ou componentes

que interagem para se atingir objetivos”. Pode-se medir a performance de um

sistema analisando sua eficiência e sua eficácia. A eficiência caracteriza-se como “a

medida do que é produzido dividido pelo que é consumido” e a eficácia “é a medida

da proporção em que o sistema atinge seus objetivos” (Stair, 1998, p. 9).


De acordo com O’Brien (2002, p. 17), “um sistema é um grupo de componentes

inter-relacionados que trabalham juntos rumo a uma meta comum recebendo

insumos e produzindo resultados em um processo organizado de transformação”. Os

sistemas,   neste   contexto,   possuem    três   componentes    básicos:   entradas,

processamento e saída.


Os SIs, como sistemas abertos, dependem do ambiente e da interação com este

para sobreviver e podem ter sua performance analisada segundo critérios de

eficiência e eficácia. Possuem os três componentes básicos de um sistema,

recebendo dados como entrada, processando-os e fornecendo informações como

saída. Dessa forma, é importante analisar o funcionamento dos sistemas para,

posteriormente, estudar os SIs, mais especificamente os SIFs.
24




2.3 FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS


De acordo com Oliveira (1993, p. 23), um sistema apresenta em seu funcionamento

os seguintes componentes:


   Objetivos: são a própria razão de existência do sistema, ou seja, a finalidade para

   a qual o sistema foi criado.


   Entradas: caracterizam-se como tudo o que o sistema necessita para realizar

   suas operações, sendo obtidas no meio ambiente com o qual o sistema interage.

   Segundo Oliveira (2000, p. 150), são exemplos de entradas para o sistema: a

   mão-de-obra ou pessoal, a matéria-prima ou materiais, as informações ou leis,

   normas e padrões estabelecidos, tecnologias e máquinas.


   Processo de transformação: esse processo possibilita a transformação da

   entrada em um produto, serviço ou resultado, caracterizado como a saída do

   sistema.


   Saídas: são os resultados do processo de transformação. Para Oliveira (1993, p.

   24), devem ser coerentes com os objetivos do sistema e devem ser quantificáveis

   de acordo com os critérios e os parâmetros previamente estabelecidos.


   Controle e avaliação do sistema: permitem verificar se as saídas estão de acordo

   com os objetivos estabelecidos.


   Retroalimentação ou realimentação: considerada como a reintrodução, no

   sistema, de uma saída sob a forma de informação. De acordo com Oliveira

   (1993, p. 24), “essa realimentação é um instrumento de regulação retroativa ou

   de controle, em que as informações realimentadas são resultados das
25




   divergências verificadas entre as respostas de um sistema e os parâmetros

   previamente estabelecidos”.




2.4 DADOS, INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO


Antes de apresentar os conceitos de SI presentes na literatura, é fundamental

discutir os conceitos de dados, informações e conhecimento, procurando mostrar as

diferenças entre cada um.


Para Laudon e Laudon (1999, p. 10), os dados podem ser considerados como fatos

brutos, ao passo que as informações são os dados aos quais seres humanos deram

forma para torná-los significativos e úteis. Já o conhecimento pode ser visto como

um conjunto de ferramentas conceituais e categorias usadas pelos seres humanos

para criar, colecionar, armazenar e compartilhar a informação. É importante destacar

que os dados não têm significado inerente e registram apenas aquilo que aconteceu;

não fornecem julgamento nem interpretação para auxiliar na tomada de decisão.

Além disso, dados em excesso podem dificultar a identificação e a extração de

significado de dados que realmente têm importância. Segundo Davenport e Prusak

(1998, p. 3), os dados são importantes para as empresas, geralmente, porque são

matéria-prima essencial para a criação da informação.


A informação é o dado organizado para alguma finalidade, e a tecnologia ajuda a

agregar valor aos dados. Mas, assim como para o conhecimento, a tecnologia

utilizada para obtenção da informação depende dos seres humanos, pois a

tecnologia por si só não possibilita a completa transformação dos dados em

informação, e desta em conhecimento. Da mesma forma que a informação deriva
26




dos dados, o conhecimento deriva da informação. Para que esse processo ocorra,

os seres humanos precisam fazer, virtualmente, todo o trabalho. Para Davenport e

Prusak (1998, p. 6), o conhecimento é uma mistura de vários elementos; é intuitivo

e, portanto, difícil de colocar em palavras ou de ser plenamente entendido em

termos lógicos. O conhecimento existe dentro das pessoas; faz parte da

complexidade e da imprevisibilidade humana.


De acordo com Stair (1998, p. 4), “dados são os fatos em sua forma primária, como,

por exemplo: o nome de um empregado, o número de horas trabalhadas em uma

semana, o número de peças no estoque ou de pedidos de venda”. A informação

caracteriza-se como “um conjunto de fatos organizados de tal forma que adquirem

valor adicional além do valor do fato em si”. E o conhecimento “é o corpo ou as

regras, diretrizes e procedimentos usados para selecionar, organizar e manipular os

dados, para torná-los úteis para uma tarefa específica”.


Os SIs são alimentados com dados, que, depois de processados, fornecem a

informação necessária para a tomada de decisão ou para alguma outra atividade do

dia-a-dia da organização. Quando os usuários dos SIs utilizam as informações

disponibilizadas para a tomada de decisão ou quando agregam valor a essas

informações, de alguma maneira, estas tornam-se um conhecimento útil para a

organização e para seus membros.
27




2.5 CONCEITO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES


Segundo Stair (1998, p. 11), “um Sistema de Informações é um tipo especializado de

sistema”, podendo ser definido como “uma série de elementos ou componentes

inter-relacionados que coletam (entrada), manipulam e armazenam (processo),

disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um mecanismo de

feedback”.


A entrada, para os SIs, caracteriza-se como a atividade de captar e reunir os dados

primários. O processamento envolve a conversão dos dados em saídas úteis, sendo

que a saída caracteriza-se como a produção de informações úteis, geralmente na

forma de documentos, relatórios e dados de transações. O feedback é caracterizado

como uma saída utilizada para realizar ajustes ou modificações nas atividades de

entrada ou processamento.


Para Laudon e Laudon (1999, p. 4), um Sistema de Informações é um


                    (...) conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos
                    para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informação
                    com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a
                    coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e
                    organizações.



Esses sistemas são compostos de pessoas, organizações e tecnologia, sendo um

erro descrevê-los apenas em termos de computadores.


As pessoas introduzem os dados no sistema e utilizam as informações vindas do

sistema para a tomada de decisão. A tecnologia inclui o hardware – equipamento

físico usado para entrada, processamento e saída em um Sistema de Informações −;

o software – instruções pré-programadas que coordenam o trabalho dos
28




componentes do hardware −; a tecnologia de armazenamento – organiza e

armazena os dados utilizados por uma empresa −; e a tecnologia de comunicações

– usada para conectar partes diferentes do hardware e para transferir dados de um

ponto a outro, via redes. As organizações moldam os Sistemas de Informações de

acordo com suas necessidades.


A Figura 1 mostra os componentes dos SIs, incluindo as pessoas, a organização, a

tecnologia e o ambiente externo.


                                    Ambiente Externo




                         Pessoas                       Organizações
                                         Sistemas de
                                         Informação




                                         Tecnologia




Figura 1: Componentes dos Sistemas de Informações
Fonte: Laudon; Laudon (1999, p.5)



De acordo com O’Brien (2002, p. 20), um SI depende de vários recursos para
funcionar. Ou seja,


                      (...) depende dos recursos humanos (os usuários finais e os
                      especialistas em SI), de hardware (máquinas e mídia), software
                      (programas e procedimento), dados (banco de dados e bases de
                      conhecimento) e redes (mídia de comunicação e apoio de rede) para
                      executar atividades de entrada, processamento, produção,
                      armazenamento e controle que convertem recursos de dados em
                      produtos de informação.
29




Pode-se perceber pelas duas abordagens que os SIs não podem ser analisados

apenas em termos de tecnologia, sendo necessário considerar também, e

principalmente, os recursos humanos envolvidos e a organização como um todo.




2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES


Dependendo da abordagem utilizada, um SI pode ter classificações diversas. De

acordo com Stair (1998, p. 14), os Sistemas de Informações podem ser classificados

em: Sistemas de Processamento de Transações; Sistemas de Informações

Gerenciais; Sistemas de Apoio à Decisão e Inteligência Artificial; e Sistemas

Especialistas.


Segundo O´Brien (2002, p. 28), os SIs podem ser classificados tendo por base o tipo

de atividade organizacional que apóiam: operações; ou tomada de decisão

gerencial. Os Sistemas de Apoio às Operações dividem-se em: Sistemas de

Processamento de Transações (processamento de transações); Sistemas de

Controle de Processos (controle de processos industriais); e Sistemas Colaborativos

(colaboração entre equipes e grupos de trabalho). Os Sistemas de Apoio Gerencial

dividem-se em: Sistemas de Informação Gerencial (relatórios padronizados para os

gerentes); Sistemas de Apoio à Decisão (apoio interativo à decisão); e Sistemas de

Informação Executiva (informações elaboradas especialmente para os executivos).


O´Brien (2002, p. 30) considera mais algumas categorias de SI que podem apoiar as

operações, a administração ou as aplicações estratégicas. Esses sistemas dividem-

se em: Sistemas Especializados (fornecem informações especializadas em

determinada área funcional); Sistemas de Administração do Conhecimento (apóiam
30




a criação, organização e disseminação do conhecimento na organização); Sistemas

de Informação Estratégica (fornecem produtos e serviços estratégicos para a

vantagem competitiva); e Sistemas de Informação para as Operações (apóiam as

aplicações operacionais e gerenciais das funções organizacionais básicas de uma

organização).


Para Zwass (1992), os SIs podem ser classificados em: Sistemas de Processamento

de Transações; Sistemas de Relatórios Gerenciais; Sistemas de Suporte à Decisão;

Sistemas de Informações Executivas; e Sistemas de Informações de Escritório. Esta

classificação é brevemente detalhada a seguir.


1. Sistemas de Processamento de Transações (SPT). De acordo com Stair

   (1998, p. 38), um SPT “é um conjunto organizado de pessoas, procedimentos,

   bancos de dados e dispositivos usados para registrar transações de negócios

   completadas, como folhas de pagamento”. Estes sistemas armazenam os dados

   inseridos para posterior utilização pelos demais SIs, como o SRG. Têm por

   finalidade tratar e processar as trocas diárias de negócios ou as transações.

   Representam a aplicação da Tecnologia da Informação em transações rotineiras,

   repetitivas e, geralmente, comuns de negócios.


Os principais objetivos dos SPT são, segundo Stair (1998, p. 187):


   Processar dados gerados por e sobre transações; ou seja, capturar, processar e

   armazenar transações e produzir uma variedade de documentos relacionados às

   atividades comerciais rotineiras, tais como: venda de produtos e serviços a

   clientes.
31




   Manter um alto grau de precisão, permitindo que os dados entrem e sejam

   processados sem erros.


   Assegurar a integridade dos dados e da informação; ou seja, certificar-se de que

   todos   os    dados   e   informações   armazenados    nos   bancos   de   dados

   computadorizados sejam exatos, atuais e apropriados.


   Produzir documentos e relatórios em tempo. Com a introdução de tecnologias

   apropriadas, é possível reduzir substancialmente o tempo de resposta do SPT.


   Aumentar a eficiência do trabalho, procurando justificar o custo do investimento

   em um SPT pela economia de trabalho que ele possibilita, inclusive de

   retrabalho.


   Ajudar no fornecimento aos clientes de mais serviços em quantidade e qualidade,

   facilitando a sua rotina e resolvendo seus problemas mais rapidamente.


2. Sistemas de Relatórios Gerenciais (SRG). Podem ser chamados de Sistemas

   de Informações Gerenciais (SIG). Têm como principal objetivo, segundo Zwass

   (1992), fornecer à gerência relatórios impressos com a finalidade de auxiliar no

   controle operacional e gerencial da organização. Para Stair (1998, p. 208), esses

   relatórios podem ser obtidos por meio da filtragem e análise de dados altamente

   detalhados em bancos de dados de processamento de transações e da

   apresentação aos administradores dos resultados para a tomada de decisão.


De acordo com Stair (1998, p. 208), as fontes de informações para um SIG podem

ser tanto internas quanto externas. A fonte de dados interna mais importante para o

SIG é o SPT, ao passo que as fontes externas podem incluir clientes, fornecedores,
32




concorrentes e acionistas cujos dados ainda não foram coletados pelo SPT da

empresa.


Segundo Laudon e Laudon (1999, p. 351), os SIG têm como função disponibilizar

aos gerentes relatórios sobre o desempenho da empresa, tanto passado quanto

presente. Eles ajudam os gerentes a “monitorar o desempenho atual da empresa e a

prever o desempenho futuro, possibilitando assim que os gerentes intervenham

quando as coisas não estiverem indo bem”.


De acordo com Stair (1998, p. 208), a principal finalidade de um SIG é “ajudar a

organização a atingir suas metas, fornecendo aos administradores uma visão das

operações regulares da empresa, de modo que possam controlar, organizar e

planejar mais eficaz e eficientemente”. Estes sistemas ajudam na solução de

problemas estruturados e nas decisões programadas.


Como mostra Zwass (1992), os SRG têm capacidade analítica limitada e contam

com resumos e extrações do banco de dados de acordo com um critério

estabelecido. Não fornecem diretamente a decisão, mas, sim, informações

fundamentais para facilitar o processo de tomada de decisão na organização.


De acordo com Stair (1998, p. 212), para a maioria das empresas um SIG é “uma

coleção integrada de Sistemas de Informações funcionais, cada um dando suporte a

áreas funcionais específicas”. Por exemplo, um SIG financeiro gera relatórios

financeiros para a empresa, ao passo que um SIG de marketing gera relatórios de

marketing, e assim cada área funcional da empresa tem um Sistema de Informações

que gera informações adequadas para aquela área. Neste sentido, de acordo com

cada área funcional da organização, os Sistemas de Informações Gerenciais podem

ser assim classificados:
33




   Sistemas de Informações Gerenciais Financeiro. Fornecem informações

   financeiras a todos os administradores financeiros em uma organização. Têm

   como principais finalidades: analisar as atividades financeiras históricas e atuais;

   projetar as necessidades financeiras futuras; e monitorar e controlar o uso de

   recursos através do tempo.


   Sistemas de Informações Gerenciais de Marketing. Fornecem apoio à atividade

   administrativa nas áreas de desenvolvimento de produtos, de distribuição, de

   decisões de preço e de promoção e de previsão de vendas.


   Sistemas de Informações Gerenciais de Recursos Humanos. Trabalham com as

   atividades relacionadas aos trabalhadores, funcionários, gerentes e outros

   indivíduos empregados pela organização. Entre as atividades executadas por

   este SIG, podemos citar a análise e o planejamento da força de trabalho, a

   contratação, o treinamento e a designação de cargos e tarefas.


   Sistemas de Informações Gerenciais Industriais. Apóiam a área de produção da

   organização, facilitando o controle de estoque, controlando o processo de

   produção e testando a qualidade dos produtos e serviços produzidos.


Como mostra O´Brien (2002, p. 250), os SIG fornecem quatro tipos principais de

relatórios gerenciais:


   Relatórios periódicos programados. São produzidos de maneira programada e

   periódica, seja diária, semanal ou mensal. Citam-se como exemplos os relatórios

   de vendas diários ou semanais e os demonstrativos financeiros mensais.


   Relatórios de exceção. De acordo com Stair (1998, p. 210), “são relatórios

   produzidos automaticamente quando uma situação é incomum ou requer alguma
34




   atitude da administração”. Exemplos: relatório sobre os clientes que excederam o

   limite de crédito, mas não sobre todos os clientes.


   Informes e respostas por solicitação. Fornecem informações a pedido do usuário,

   que não precisa esperar até que o relatório programado esteja disponível.


   Relatórios em pilha. As informações são empilhadas na estação de trabalho em

   rede do gerente.


3. Sistema de Suporte a Decisão (SSD). De acordo com Zwass (1992), os SSD

   são desenvolvidos para suportar diretamente o processo de decisão e estão

   aptos a solucionar problemas tanto estruturados como não estruturados, que

   podem ser facilmente programados.


Para Stair (1998, p. 38), um SSD é “um grupo organizado de pessoas,

procedimentos, bancos de dados e dispositivos usados para dar apoio à tomada de

decisão referente a problemas específicos”. Geralmente, estes SIs são utilizados

quando o problema a ser solucionado é complexo ou quando a informação

necessária para a tomada de decisão é de difícil obtenção.


Entre as principais características dos SSD citadas por Stair (1998, p. 233) estão:

possibilitam a manipulação de grandes volumes de dados; permitem a obtenção e o

processamento de dados de fontes diferentes, sendo capazes de acessar dados

externos à organização e de integrá-los aos dados internos; proporcionam

flexibilidade de relatórios e de apresentação; possuem orientação tanto textual

quanto gráfica, produzindo textos, tabelas, gráficos e desenhos; executam análises e

comparações complexas e sofisticadas utilizando pacotes de software avançados;

possuem condições de dar suporte às abordagens de otimização e satisfação,
35




possibilitando, no caso de problemas menores, encontrar a solução ótima; e

executam análises por meio de simulações e metas, sendo possível com isso

realizar modificações hipotéticas nos dados e observar o impacto destas

modificações nos resultados.


Os SSD, segundo O´Brien (2002, p. 253), fornecem informações e técnicas de apoio

à decisão para a análise de problemas ou de oportunidades específicas; permitem

consultas e respostas interativas; e disponibilizam informações flexíveis e

adaptáveis. Além disso, utilizam uma metodologia de processamento de informações

baseada na modelagem analítica de dados dos negócios.


4. Sistemas de Informações Executivas (SIE). De acordo com O´Brien (2002, p.

   257), esses sistemas têm como finalidade “fornecer aos altos executivos acesso

   fácil e imediato a informações sobre os fatores críticos ao sucesso de uma

   empresa, ou seja, os fatores-chave decisivos para a consecução dos objetivos

   estratégicos de uma organização”.


Os SIE foram desenvolvidos para atender às necessidades de informação da alta

administração que não estavam sendo atendidas pelas outras categorias de SI.

Como mostra Zwass (1992), os SIE fornecem suporte direto para os executivos, e

estes


                    (...) precisam de uma grande diversidade de informações externas
                    para comparar a performance de sua companhia com aqueles com
                    que competem e para investigar as tendências gerais das economias
                    de muitos países onde a companhia pode estar fazendo negócio.



De acordo com Stair (1998, p. 245), um SIE é um Sistema de Suporte à Decisão

especializado que “inclui todo o hardware, software, dados, procedimentos e
36




pessoas utilizadas para auxiliar os executivos de nível sênior da organização”. Esse

sistema tem relação com a tomada de decisões executivas sobre processos

comerciais de valor agregado.


Segundo Zwass (1992), as principais características dos SIE são:


   fornecem acesso imediato e fácil à informação, refletindo os fatores-chave de

   sucesso da companhia e de suas unidades;


   interfaces interessantes, como gráficos coloridos e vídeos, permitem aos

   usuários do SIE compreender as tendências de relance;


   provêm acesso a uma variedade de bancos de dados, internos e externos, por

   meio de uma interface uniforme − ou seja, mesmo consultando diversos bancos

   de dados o sistema deve ser transparente para os usuários;


   permitem fácil adaptação às preferências do usuário particular ou do grupo de

   usuários; e


   oferecem a capacidade de alterações nos dados.


Além das características apontadas por Zwass (1992), é importante ressaltar

aquelas enfatizadas por Stair (1998, p. 246):


   executam sofisticadas análises de dados, realizando testes de simulação e de

   alcance de metas relacionadas a decisões executivas; e


   oferecem suporte a todos os aspectos da tomada de decisões, reconhecendo

   aqueles que exigem fontes externas de informações, aqueles que podem ter alto
37




   grau de incerteza e risco e aqueles que exigem entradas de múltiplas fontes de

   dados.


Os SIE são, portanto, uma ferramenta essencial para que os executivos possam

exercer melhor suas funções de controle e gerenciamento da organização.


5. Sistemas de Informações de Escritório (SIES). De acordo com Zwass (1992),

   os SIES auxiliam o trabalho de conhecimento geral no contexto de um escritório

   comercial. Neste sentido, como a tecnologia de escritórios tradicionais e as

   tecnologias   de   comunicação    convergiram,      os   SIES   se   desenvolveram

   velozmente, tornando-se o “escritório do futuro”.


Zwass (1992) cita como exemplos de atividades suportadas pelos SIES: o

processamento de documentos; a escala de tempo individual e a coordenação do

fluxo de trabalho; o gerenciamento de projetos; as conferências via computador; e a

troca de mensagens em vários formatos, como documentos, imagens, mensagens

de voz e jogos de dados.


Além dos sistemas apresentados acima, outros sistemas merecem destaque, como

a Inteligência Artificial, os Sistemas Especialistas e os Sistemas Integrados de

Gestão. Segundo O´Brien (2002, p. 259), a Inteligência Artificial (IA) tem como

principal objetivo “desenvolver computadores que consigam pensar, bem como ver,

ouvir, andar, falar e sentir”. Procura desenvolver funções computacionais

normalmente associadas à inteligência humana, como raciocinar, aprender e

solucionar problemas.


De acordo com Stair (1998, p. 256), os Sistemas de Inteligência Artificial “incluem as

pessoas, procedimentos, hardware, software, dados e conhecimento necessários
38




para   desenvolver    sistemas      computacionais   e   máquinas   que        demonstram

características de inteligência”.


Como salienta O´Brien (2002, p. 268), os Sistemas Especialistas são uma aplicação

da IA nas empresas, sendo que um Sistema Especialista “é um Sistema de

Informação baseado no conhecimento que utiliza seu conhecimento sobre uma área

de aplicação específica e complexa para atuar como consultor especializado para os

usuários finais”. O Sistema Especialista “faz perguntas ao usuário, consulta sua base

de conhecimento em busca de fatos, regras ou outro conhecimento, explica seu

processo de raciocínio quando é perguntado e dá conselho especialista ao usuário

na área que está sendo explorada”.


Os principais benefícios dos Sistemas Especialistas, segundo O´Brien (2002, p.

273), são: capturam o know-how de um especialista ou grupo de especialistas em

um Sistema de Informações computadorizado; ajudam a preservar e reproduzir o

conhecimento dos especialistas; e podem ajudar a organização a aumentar

significativamente a eficiência de seus processos empresariais ou gerar novos

produtos e serviços baseados no conhecimento. No entanto, os Sistemas

Especialistas apresentam também algumas limitações, tais como: foco limitado;

incapacidade    de   aprender;      problemas   de   manutenção;    e   alto    custo   de

desenvolvimento.


De acordo com Zwass (1992), os Sistemas Especialistas são utilizados para

selecionar a maneira mais conveniente e econômica de enviar uma encomenda;

definir a decisão de crédito de um consumidor; diagnosticar defeitos de

equipamentos; planejar um portfólio de investimentos; e configurar um complicado

pedido de equipamento. Neste sentido, os Sistemas Especialistas “são programas
39




baseados em conhecimento que imitam um processo lógico para sugerir a solução

de um problema dentro de seus domínios de aplicação”.


Segundo Mendes (1997), “os Sistemas Especialistas são sistemas baseados em

conhecimento, construídos, principalmente, com regras que reproduzem o

conhecimento de um perito e utilizados para solucionar determinados problemas em

domínios específicos”. Entre as vantagens da utilização de um Sistema Especialista,

podemos citar: permite estender as facilidades da tomada de decisão para muitas

pessoas; provê um vasto conhecimento aos seus usuários, o que permite seu

desenvolvimento; e reduz o grau de dependência da empresa em relação a um

único especialista.


Os Sistemas Integrados de Gestão são conhecidos pela sigla ERP (Enterprise

Resource Planning). De acordo com Souza e Zwicker (2003, p. 64),


                      (...) os sistemas ERP são sistemas de informações integrados,
                      adquiridos na forma de pacotes comerciais de software, com a
                      finalidade de dar suporte à maioria das operações de uma empresa
                      industrial (suprimentos, manufatura, manutenção, administração
                      financeira, contabilidade, recursos humanos, etc.).



Entre as características de um sistema ERP, podem-se citar: são pacotes comerciais

de software; incorporam modelos de processos de negócios; são sistemas

integrados e utilizam um banco de dados corporativo; apresentam grande

abrangência funcional; e requerem ajustes para que possam ser utilizados em uma

determinada empresa.


De acordo com Saccol (2003, p. 325), o ERP


                      (...) é um sistema que se propõe dar suporte a todos os processos e
                      áreas funcionais de uma empresa, valendo-se de uma base de
                      dados única, na qual todas as transações estejam interligadas. É
40



                      composto por módulos integrados que atendem a cada área
                      funcional ou processo, como Finanças, Produção, Custos, Vendas,
                      RH etc. O objetivo maior de um sistema ERP é a integração dos
                      dados organizacionais e sua disponibilização em tempo real. Com
                      isso, ele promete interligar setores, unidades e filiais em diferentes
                      locais, possibilitando a adoção de um único padrão de metadados e
                      indicadores para a organização.



Para Davenport (2002, p. 20), os sistemas ERP “oferecem a primeira grande

oportunidade para a concretização de uma verdadeira interconectividade, um estado

no qual cada um sabe o que todos estão fazendo em matéria de negócios no mundo

inteiro ao mesmo tempo”. Entre os benefícios proporcionados pela implementação

de um sistema ERP estão: redução de custos e de prazos em processos

fundamentais de negócios; informações mais rápidas sobre transações; e melhoria

na administração financeira da empresa; além da integração.


De acordo com Souza e Zwicker (2003, p. 66), “os sistemas ERP realmente

integrados são construídos como um único Sistema de Informações que atende

simultaneamente aos diversos departamentos da empresa, em oposição a um

conjunto de sistemas que atendem isoladamente cada um deles”. Geralmente estes

sistemas são divididos em módulos que, de acordo com Souza e Zwicker (2003, p.

66), “representam conjuntos de funções que normalmente atendem a um ou mais

departamentos da empresa”.


No entanto, os sistemas ERP não apresentam apenas benefícios. De acordo com

Zanoteli (2001, p. 79), alguns dos problemas encontrados na implementação de

sistemas ERP são: “custos elevadíssimos, pouco ou nenhum treinamento das

pessoas     envolvidas,     dimensionamento          inadequado     das     necessidades

informacionais,   desconhecimento         da   cultura   das   organizações,    falhas   de

planejamento e falta de flexibilidade”.
41




Segundo Zanoteli (2001, p. 79), no Brasil há ainda outro problema: a adaptação do

sistema à cultura e às leis e normas brasileiras. Estes sistemas tendem a impor seu

próprio modelo de gestão que traz consigo a cultura e as normas e leis do país onde

foram desenvolvidos.


Esta pesquisa teve como foco os Sistemas de Informações Gerenciais (O’Brien,

2002; Stair, 1998) ou Sistemas de Relatórios Gerenciais (Zwass, 1992), mais

especificamente os Sistemas de Informações Financeiras. Neste sentido, é

fundamental detalhar os SIFs, apresentando suas características e sua relevância

para a organização e seus administradores.




2.7 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS


Os Sistemas de Informações Gerenciais, como mostrado anteriormente, estão

presentes em todas as áreas funcionais de uma organização. Nas áreas de

Finanças e Contabilidade, como salienta Stair (1998, p. 17),


                        (...) os sistemas de informação são usados para prever receitas e a
                       atividade empresarial, determinar as melhores fontes e usos de
                       fundos, administrar o dinheiro e outros recursos financeiros, analisar
                       investimentos e executar auditorias para assegurar a saúde
                       financeira da empresa e precisão de todos os relatórios e
                       documentos financeiros.



Para O’Brien (2002, p. 188), os SIFs auxiliam os administradores nas decisões

referentes “ao financiamento de uma empresa e à alocação e controle de recursos

financeiros na empresa”. As principais categorias de SIFs incluem os sistemas de

administração de caixa – auxilia na previsão e gerencia a posição de caixa; de

administração de investimentos – gerencia títulos de curto prazo e outros; de
42




orçamentos de capital – avalia risco/retorno de dispêndios de capital; e de

planejamento financeiro – prevê o desempenho financeiro e as necessidades de

financiamento.


A Figura 2 apresenta os principais SIFs.




                                     Sistemas de
                                    Informação em
                                       Finanças




                          Administração
     Administração                            Orçamentos          Planejamento
                               de
       de Caixa                                de Capital          Financeiro
                          Investimentos



Figura 2: Categorias de SIFs
Fonte: adaptado de O’Brien (2002, p. 188)




Segundo Stair (1998, p. 214), os SIFs fornecem informações financeiras relevantes a

todos os administradores financeiros dentro de uma empresa; e seus principais

recursos são: analisa as atividades financeiras históricas e atuais; projeta as

necessidades financeiras futuras; e monitora e controla o uso de recursos através do

tempo.


As entradas para um Sistema de Informações Financeiras (SIF), segundo Stair

(1998, p. 214), podem ser tanto internas quanto externas, e são, basicamente:
43




   plano estratégico ou políticas corporativas: as informações que geralmente estão

   atreladas ao plano estratégico da empresa são o retorno sobre investimentos de

   vários     projetos,   razões   débito-equidade   desejadas   e   expectativas   das

   necessidades de caixa;


   sistema      de   processamento    de   transações:   as   informações   financeiras

   importantes são geralmente tiradas dos sistemas de processamento de

   transações, como, por exemplo, folhas de pagamento, controle de estoques,

   processamento de pedido, contas a pagar, contas a receber e contabilidade

   geral; e


   fontes externas: constituem-se principalmente de informações da e sobre a

   concorrência, como relatórios anuais e balanços financeiros dos concorrentes,

   novos itens e relatórios gerais dos concorrentes.


Um SIF pode apresentar alguns subsistemas que auxiliam o administrador financeiro

a tomar melhores decisões com base nas saídas proporcionadas por estes sistemas.

Esses subsistemas e suas saídas podem ser resumidos da seguinte maneira (Stair,

1998, p.215):


   previsão financeira: processo de se fazer previsões sobre o crescimento futuro de

   produtos ou de uma organização como um todo e que pode, entre outras coisas,

   ajudar os executivos financeiros a evitar problemas de fluxo de caixa por meio da

   previsão das necessidades de fluxo de caixa;


   sistemas de lucro e perdas e de custo: organizam os dados de faturamento e

   custos para a empresa, de modo que os dados de faturamento e despesas de

   vários departamentos são coletados pelo sistema de processamento de
44




   transações e se tornam uma fonte interna básica de informação financeira para o

   SIG;


   auditoria: envolve a análise das condições financeiras de uma organização e

   determina se os balanços e relatórios financeiros produzidos pelo SIG financeiro

   são exatos; e


   uso e gerenciamento de verbas: o SIG financeiro auxilia no gerenciamento e uso

   de verbas de maneira a auxiliar a administração na aplicação eficaz de verbas

   para que a empresa não apresente baixos lucros ou se depare com a falência.


A Figura 3 mostra uma visão geral do SIF, enfatizando suas entradas, subsistemas e

saídas.




          Entradas                    Subsistemas                   Saídas

                                                              Auditorias internas e
                                                                    externas
     Missão Estratégica            Previsão Financeira
                                                              Previsão Financeira

         Sistema de               Dados Financeiros dos       Extratos Financeiros
      Procesamento de             Departamentos (lucros/
         Transações                 perdas e custos)        Uso e Gerenciamento de
                                                                    Verbas

                                         Auditoria           Estatísticas Financeiras
      Fontes Externas
                                                                  para Controle


Figura 3: Visão Geral de um SIF
Fonte: Stair (1998, p. 215)




Como salientam Laudon e Laudon (1999, p. 33), a área financeira de uma

organização refere-se ao gerenciamento adequado de ativos financeiros, como
45




dinheiro em caixa, papéis negociáveis, ações, debêntures e similares. Os SIFs

apóiam esse gerenciamento e auxiliam a organização a maximizar os retornos dos

ativos financeiros e a administrar seus passivos.




2.8 INFORMAÇÕES FINANCEIRAS PARA A TOMADA DE DECISÃO


A tomada de decisão é fator crucial nas empresas, uma vez que esta influencia

diretamente o desempenho da empresa, seja no curto, no médio ou no longo prazo.

De acordo com Simon (1965, p. 54), as decisões

                     (...) são descrições de um futuro estado de coisas, podendo essa
                     descrição ser verdadeira ou falsa, num sentido estritamente empírico.
                     Por outro lado, elas possuem também, uma qualidade imperativa,
                     pois selecionam um estado de coisas futuro em detrimento de outro e
                     orientam o comportamento rumo à alternativa escolhida.



A questão é que nem sempre o processo de escolha na tomada de decisão é

simples. De acordo com Shimizu (2001, p. 15), “com exceção dos problemas de

rotina, bem conhecidos e com estrutura de opções bem definida, o processo de

formular alternativas de decisão e escolher a melhor delas é quase sempre caótico e

complexo”.


Uma maneira de simplificar o processo de tomada de decisão é admitir a existência

da racionalidade limitada, proposta por Simon (1965). Ao admitir a racionalidade

limitada admite-se que “somente aqueles fatores que estão estreitamente ligados,

casual e temporalmente, com a decisão, podem ser levados em consideração”.

(SIMON, 1965, p. 97)


Segundo Shimizu (2001, p. 15), o modelo de decisão baseado na racionalidade

limitada
46



                     (...) trabalha com um modelo simplificado da realidade, considerando
                     que muitos aspectos da realidade são substancialmente irrelevantes
                     em dado instante. Ele efetua sua escolha de alternativa baseado no
                     padrão satisfatório da situação real considerando apenas alguns dos
                     fatores mais relevantes e cruciais.



Mesmo considerando esse modelo de decisão baseado na racionalidade limitada, é

preciso levar em consideração que a tomada de decisão implica em escolhas para

resolver determinados problemas e estes podem ser classificados, segundo Shimizu

(2001, p. 16) em três categorias: estruturados, semi-estruturados e não estruturados.

Além disso, a decisão pode ser tomada no nível estratégico (decisão para dois a

cinco anos); tático (decisão para alguns meses até dois anos); e operacional (alguns

dias a alguns meses).


De acordo com Shimizu (2001, p. 29), “um problema é considerado estruturado ou

bem definido se sua definição e fases de operação para chegar aos resultados

desejados estão bem claros e sua execução repetida é sempre possível”. Um

exemplo de problema estruturado é a folha de pagamento.


Os problemas semi-estruturados são considerados por Shimizu (2001, p. 29) como

“problemas com operações bem conhecidas, mas que contêm algum fator ou critério

variável que pode influir no resultado”. Exemplos de problemas semi-estruturados

incluem a previsão de vendas e a previsão de compras.


Para Shimizu (2001, p. 29), “nos problemas não estruturados, tanto os cenários,

como o critério de decisão, não estão fixados ou conhecidos a priori”. Um exemplo

de problema não estruturado é o investimento em P&D.


As decisões podem ser programadas e não programadas. De acordo com Bateman

e Snell (apud Porto, 2000, p. 23), as decisões programadas apresentam “respostas
47




objetivamente corretas e podem ser resolvidas pela utilização de regras, políticas ou

resultados de computações numéricas simples. Diante de uma decisão programada,

existe um procedimento ou uma estrutura clara para se chegar ao resultado correto”.

Stoner e Freeman (1995) definem decisões programadas como sendo decisões

envolvendo assuntos rotineiros e que podem ser tratados através de procedimentos,

políticas ou regras, escritas ou não, tornando o processo decisório mais simples.

São decisões que se explicam mediante um conjunto de procedimentos pré-

estabelecidos e são tomadas em ambiente de certeza ou baixa incerteza, em razão

de quase todos os resultados já serem conhecidos.


As decisões não programadas caracterizam-se, segundo Porto (2000, p. 23), “por

resultarem de situações e/ou problemas inéditos ou não esperados, os quais

geralmente representam decisões únicas e complexas, cujo resultado não se

encontra previamente descrito”. Para Stoner e Freeman (1995) as decisões não

programadas destinam-se a problemas incomuns ou excepcionais que requeiram

soluções específicas. Por sua vez, não tem regras para seguir e nem possuem um

esquema específico para ser utilizado. Podem ser conhecidas ou inéditas. Nas

decisões não-programadas conhecidas, o tomador de decisão já esteve envolvido

com problema igual ou parecido. Embora todas as variáveis não sejam conhecidas,

já existe uma certa experiência em situações semelhantes. Nas decisões não-

programadas inéditas, o tomador de decisão se vê diante de uma situação

completamente nova e não pode contar com nenhuma regra pré-estabelecida para

auxiliá-lo.


O Quadro 3 apresenta os dois tipos de decisões e os respectivos tipos de problemas

e procedimentos.
48




Quadro 3: Tipos de decisões

                Decisões                           Decisões não programadas/não
                programadas/rotineiras             rotineiras
Tipo de         Freqüentes,         repetitivos,   Singulares, desestruturados, muita
problema        rotineiros, pouca incerteza        incerteza envolvendo as relações
                envolvendo as relações de          de causa e efeito.
                causa e efeito.
Procedimento    Dependência de políticas,          Necessidade        de    criatividade,
                regras     e    procedimentos      intuição, tolerância à ambigüidade e
                definidos.                         soluções criativas para problemas.
Fonte: adaptado de Gibson et al. (apud Porto, 2000, p. 23)




As decisões em finanças podem ser classificadas em decisões de longo prazo e

decisões de curto prazo. As decisões de curto prazo referem-se basicamente à

gestão de caixa da empresa e geralmente são decisões do tipo programadas. As

decisões de longo prazo estão relacionadas com as decisões de investimento e

financiamento e são, essencialmente, decisões não-programadas.


As informações financeiras são de fundamental importância para a tomada de

decisão nas empresas. Sem um gerenciamento financeiro adequado, as empresas

podem perder recursos e ter sua sobrevivência abalada. Como exposto

anteriormente, O’Brien (2002, p. 188) apresenta quatro categorias fundamentais de

SIFs: administração de caixa; administração de investimentos; orçamentos de

capital; e planejamento financeiro. É possível trabalhar as informações financeiras

considerando essas quatro categorias.
49




2.8.1 Administração de caixa


A administração de caixa envolve a gestão das entradas e saídas de caixa de uma

organização. De acordo com Leets (1997, p. 662), uma correta administração de

caixa auxilia no alcance da lucratividade de uma organização, “ao reduzir o período

de cobrança e os custos de transação relacionados ao processo de cobranças e

pagamentos”.


Os administradores financeiros, quando estão envolvidos com a administração de

caixa, procuram acelerar os recebimentos de valores e retardar os pagamentos,

tentando minimizar a necessidade de financiamento. Os SIFs de administração de

caixa, segundo O’Brien (2002, p. 188), auxiliam nessa tarefa e “coletam informações,

em tempo real ou em determinado período, sobre todos os recebimentos e

desembolsos de caixa da empresa”.


As previsões de fluxo de caixa (diária, semanal ou mensal) também são fornecidas

pelos SIFs de administração de caixa e são de fundamental importância para a

organização, pois auxiliam na identificação de futuros déficits ou excessos de caixa.

A administração eficiente desses déficits ou excessos de caixa possibilita a

sobrevivência da organização a longo prazo.




2.8.2 Administração de investimentos


Antes de investir o excesso de caixa de um determinado período em matéria-prima

ou em equipamentos, por exemplo, as empresas podem investir esse montante em

títulos negociáveis de curto ou de longo prazo. De acordo com O’Brien (2002, p.
50




188), os SIFs de administração de investimento podem auxiliar na administração do

portfólio desses títulos para que ofereçam o menor risco e o maior rendimento.


Estes SIFs de administração de investimento geralmente estão on-line, com diversas

fontes na Internet. Segundo O’Brien (2002, p. 188), “ajudam o gerente financeiro a

tomar decisões de compra, venda ou retenção para cada tipo de título, de forma a

desenvolver uma composição ótima de títulos que minimize riscos e maximize

receitas de investimento para a empresa”.




2.8.3 Orçamento de capital


De acordo com Gitman (1997, p. 288), “o processo de orçamento de capital envolve

a geração de propostas de investimento a longo prazo; a avaliação, análise e

seleção delas; e a implementação e acompanhamento das que foram selecionadas”.

O uso dos SIFs pode auxiliar o administrador financeiro a determinar a combinação

ótima de projetos de capitalização para a organização.


O orçamento de capital é fundamental para as empresas, pois estas desembolsam

grandes montantes em investimentos a longo prazo, e estes precisam ser bem

selecionados. Gitman (1997, p. 288) salienta que “orçamento de capital é o processo

que consiste em avaliar e selecionar investimentos a longo prazo que sejam

coerentes com o objetivo da empresa de maximizar a riqueza de seus proprietários”.


Welsh (1996, p. 230) enfatiza que “os projetos de investimento normalmente

envolvem aplicações de recursos substanciais, e seu impacto na empresa estende-

se por períodos relativamente longos”. Por isso, precisam ser bem selecionados,
51




sempre levando em consideração a rentabilidade e o impacto financeiro de

determinadas propostas de dispêndio de capital.




2.8.4 Planejamento financeiro


O planejamento financeiro é importante para as empresas, na medida em que,

segundo Gitman (1997, p. 588), “fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar

suas ações na consecução de seus objetivos”. Os SIFs auxiliam os administradores

financeiros a atingir os objetivos da organização, pois ajudam a avaliar o

desempenho financeiro presente e projetado, e a determinar a necessidade e as

possibilidades de financiamento para a organização.


No curto prazo, um aspecto importante do planejamento financeiro refere-se ao

orçamento de caixa. De acordo com Gitman (1997, p. 590), “o orçamento de caixa

permite à empresa prever suas necessidades de caixa a curto prazo, geralmente no

período de um ano, subdivido em intervalos mensais”. Esse tipo de planejamento é

muito relevante para a organização, pois permite que esta planeje investimentos a

curto prazo se a previsão for de excesso de recursos e se prepare com antecedência

para obter financiamento caso haja previsão de falta de caixa.




2.9 CONCLUSÃO


Este capítulo teve como objetivo promover uma discussão teórica sobre os Sistemas

de Informações Financeiras e sua relevância para o dia-a-dia das empresas. Para

tanto, procurou-se percorrer uma trajetória de evolução, enfatizando, primeiramente,
52




os sistemas de maneira geral para, posteriormente, enfocar os Sistemas de

Informações.


Com relação aos SIs, apresentaram-se algumas possíveis classificações desses SIs,

detalhando melhor a apresentada por Zwass (1992). Depois de classificados os SIs,

enfatizaram-se os Sistemas de Informações Financeiras e as informações

financeiras fundamentais para a tomada de decisão.
53




3 AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES




3.1 INTRODUÇÃO


Este capítulo tem como objetivo esclarecer alguns aspectos importantes da

avaliação de SI. Um SI não deve ser implantado em uma organização e esquecido.

É necessário considerar uma constante avaliação para saber se o SI está cumprindo

com seus objetivos e auxiliando a organização a atingir suas metas.


Inicialmente, apresentam-se algumas definições de avaliação de SI. Posteriormente,

relacionam-se alguns modelos de avaliação de SI, enfatizando suas características e

relevância.




3.2 DEFINIÇÃO DE AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES


De acordo com Stair (1998, p. 312), o objetivo da avaliação de SI “é determinar se

os objetivos alcançados pelo sistema atual estão satisfazendo ou não as metas da

organização”. Por meio dessa avaliação, podem ser identificados possíveis

problemas ou oportunidades ainda não relevados.


Para Laudon e Laudon (1999, p. 244), a implementação de SI passa por fases. O

conjunto dessas fases é denominado ciclo de vida do SI. Esse ciclo de vida é

formado por seis estágios: definição do projeto; estudo do sistema; projeto;

programação; instalação; e pós-implementação. Nesta última fase, avalia-se o

sistema depois de sua instalação para verificar se há necessidade de mudanças
54




para satisfazer as novas necessidades de informações ou para aumentar a eficiência

do processamento.




3.3 MODELOS DE AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES


Quando se avalia um SI, podem-se utilizar diversos modelos para atingir tal objetivo.

Uma das maneiras de realizar essa avaliação consiste em considerar a qualidade

das informações geradas pelo SI. De acordo com Zwass (1992), é fundamental

determinar qual informação é necessária bem como a qualidade dessa informação

quando o SI está sendo avaliado, pois quando se implementa um SI espera-se que

este forneça informações com a qualidade esperada.


Quando se buscam informações de qualidade, espera-se que esta tenha alguns

atributos. Zwass (1992) considera que os atributos fundamentais da informação de

qualidade são: conveniência, exatidão, precisão, ser completa, relevância e forma

apropriada. O Quadro 4 resume esses atributos e estabelece as definições básicas

de cada um.
55




Quadro 4: Atributos da informação de qualidade

         Atributo                                    Definição
Conveniência                  Informação disponível quando necessária e não
                              desatualizada quando estiver disponível.
Exatidão                      Corresponde à realidade que a informação
                              representa; livre de erros.
Precisão                      Oferece informação com um grau de precisão
                              apropriado aos dados em questão para a tomada de
                              decisão.
Ser Completa                  Incluir tudo o que o usuário precisa saber sobre a
                              situação em questão.
Concisão                      Não incluir elementos desnecessários ao usuário.
Relevância                    Tem influência direta na situação de tomada de
                              decisão
Forma apropriada              O nível de detalhes e o formato são selecionados e
                              adequados para cada situação.
Fonte: adaptado de Zwass (1992).




Zanoteli (2001) realizou um estudo de caso múltiplo em que avaliou os SIs por meio

da percepção de valor dos usuários, enfatizando os atributos das informações

geradas pelo SI e os atributos do sistema. No entanto, o autor não utilizou apenas o

método da percepção de valor dos usuários (avaliando os atributos das informações

e dos sistemas) para avaliar os SIs estudados. Fez uso também de outros métodos,

como a estrutura WCA de Alter (1996), apresentada a seguir. Esse modelo de

avaliação de SI foi também utilizado por Cardoso (2001) na avaliação de um sistema

SAP R/3.


Alter (1996) propõe um método para avaliar os SIs que pode ser utilizado também

para analisar qualquer processo de negócio. Esse método, denominado Análise

Centrada no Trabalho (WCA – Work-Centered Analysis), é baseado no princípio de

que o administrador pode e deve analisar os SIs focalizando o trabalho que está

sendo realizado. O trabalho, neste contexto, é considerado como a aplicação de
56




recursos, como pessoas, equipamentos, tempo e dinheiro para gerar saídas que

possam ser utilizadas por clientes internos e externos. Dessa forma, o trabalho só

ocorre de fato se as saídas decorrentes do SI puderem ser utilizadas por clientes

internos e externos.


Alter (1996) identifica seis elementos necessários à compreensão do papel de um SI

em um processo de negócio:


   Clientes: podem ser internos e externos. São considerados como as pessoas que

   utilizam as saídas. Para fins de SI, são os usuários das informações

   disponibilizadas pelo sistema.


   Produtos: são as saídas do sistema. No caso dos SIs, são as informações

   fornecidas pelo sistema aos clientes internos ou externos.


   Processo de negócio: é um grupo relacionado de passos ou atividades que utiliza

   pessoas, informação e outros recursos para criar valor para os clientes internos

   ou externos. Consiste em passos relacionados a tempo e espaço, com começo e

   fim e com entradas e saídas.


   Participantes: são as pessoas que inserem os dados no SI, processam esses

   dados e utilizam a informação disponibilizada pelo SI.


   Informação: são as informações recebidas, criadas ou modificadas pelo SI.

   Podem apresentar-se de diversas formas, como textos, sons, figuras e vídeo.


   Tecnologia: representa a tecnologia que o sistema utiliza. É a ferramenta que

   executa o trabalho diretamente ou que é utilizada para ajudar as pessoas a

   realizarem o trabalho.
57




Salienta o autor que quando se utiliza o modelo WCA para avaliar os SIs é preciso

analisar primeiro o processo de negócios desejado antes de pensar no SI que apóia

esse processo. Quando as empresas falham nessa avaliação, o SI pode ser utilizado

para automatizar um processo que está desorganizado e obter como resultado um

processo desorganizado automatizado e nada mais.


No modelo WCA, considerado por Alter (1996) como uma estrutura (conjunto de

idéias utilizado para organizar um pensamento sobre um tipo particular de coisa ou

situação), o SI inclui a informação, a Tecnologia da Informação, alguma parte dos

esforços dos participantes e alguma parte do processo de negócios. Dessa forma, é

possível analisar os SIs não apenas como sistemas puramente técnicos, mas sim

levando-se em consideração também o porquê de este sistema existir.


Alter (1996) apresenta cinco perspectivas por meio das quais um SI pode ser

analisado,   baseando-se     na   estrutura   WCA:   arquitetura;   desempenho   ou

performance; infra-estrutura; contexto; e riscos.


   Arquitetura: especifica como o SI atual ou proposto opera mecanicamente,

   apresentando seus componentes, a maneira como estes componentes estão

   unidos e como estes componentes operam de maneira sistêmica. O aspecto

   básico da arquitetura é a decomposição sucessiva, ou seja, dividir os

   componentes nas suas unidades mais básicas até que a pessoa que está

   realizando a análise entenda suficientemente a arquitetura.


   Desempenho ou performance: procura verificar como o sistema opera e se opera

   corretamente. Como o desempenho de um sistema depende de um equilíbrio

   entre os componentes do sistema, melhorar o desempenho de apenas uma parte
58




   do sistema pode não afetar os resultados caso as outras partes mantenham-se

   inalteradas.


   Infra-estrutura: compreende os recursos dos quais o sistema depende e com os

   quais compartilha com outros sistemas. No caso de SI, a infra-estrutura técnica

   inclui redes de computador, sistemas de telefone e software necessários para

   operar os SIs. A infra-estrutura humana é representada pelo pessoal de apoio

   que mantém o SI funcionando. Quando se analisa a infra-estrutura, podem-se

   descobrir oportunidades inexploradas para utilizar determinados recursos

   disponíveis, como também podem-se descobrir obstáculos capazes de impedir

   ou prejudicar determinada mudança que seja necessária.


   Contexto: é o ambiente técnico e organizacional no qual o sistema opera,

   incluindo acionistas, assuntos competitivos e reguladores externos à empresa,

   além de políticas, práticas e a cultura da organização. O contexto pode tanto

   incentivar a mudança como criar obstáculos para que ela aconteça.


   Riscos: consistem em eventos previsíveis cuja ocorrência poderia resultar em

   degradação ou falha do sistema. Os riscos podem estar relacionados a três

   aspectos principais: acidentes e mau funcionamento (bugs, falhas humanas e

   etc.); crime de computador (hackers, vírus, falsificações, transferências bancárias

   sem autorização e etc.); e falhas de projeto.


Cardoso (2001) utilizou a perspectiva de desempenho, ou performance da estrutura

WCA, anteriormente apresentada, para realizar a avaliação de um sistema SAP R/3,

já que esta permite a análise das características e atributos das informações

disponibilizadas pelo sistema. Realizou a avaliação do desempenho ou performance

do sistema levando em consideração os seis elementos compreendidos pela
59




estrutura WCA como necessários para completar tal análise; ou seja: clientes,

produtos, processo de negócios, participantes, informação e tecnologia. Além da

perspectiva do desempenho ou performance do sistema, avaliou o SI também sob a

perspectiva de riscos do sistema, levando em conta também os seis elementos

necessários a tal avaliação.


Um SI pode também ser avaliado levando em consideração a relação

custo/benefício. De acordo com Zwass (1992), a análise custo/benefício procura

estabelecer se os benefícios gerados por um SI superam os custos necessários para

sua implementação. Além disso, utiliza-se esta análise para comparar se as

alternativas que o SI oferece satisfazem as necessidades informacionais dos

usuários.


Segundo Stair (1998, p. 326), “a análise custo/benefício é uma técnica que lista

todos os custos e benefícios” da implantação de um SI. Quando se implementa um

SI, incorre-se em custos (muitas vezes, altíssimos) que podem ou não ser

compensados pelos benefícios proporcionados à organização. O Quadro 5 ilustra

alguns custos e benefícios decorrentes da implantação de um SI na organização.
60




Quadro 5: Custos/benefícios da implantação de um SI

                 Custos                                  Benefícios
Custos de desenvolvimento                 Custos reduzidos
  Pessoal de desenvolvimento                 Menor número de pessoas
  Recursos de computador utilizados          Custos de fabricação reduzidos
Custos Fixos                                 Custos de estoque reduzidos
  Equipamento         de      computador     Uso mais eficiente do equipamento
  comprado
  Aquisição de software                      Tempo mais rápido de resposta
  Pagamentos de licenças de uma só           Tempo reduzido de baixa produção
  vez por software ou manutenção             ou de desastres
Custos Operacionais                       Faturamento aumentado
  Leasing de equipamentos e/ou               Novos produtos e serviços
  pagamentos de aluguéis
  Pessoal de computação (incluindo           Novos clientes
  salários, benefícios, etc.)
  Eletricidade e outros serviços públicos    Mais negócios com os clientes
                                             existentes
  Papel, fitas e discos de computador        Preço mais alto em conseqüência de
                                             melhores produtos e serviços
  Outros suprimentos de computador        Benefícios intangíveis
  Custos de manutenção                       Melhor imagem pública para a
                                             organização
  Seguros                                    Moral dos funcionários mais elevado
                                             Melhor atendimento para clientes
                                             novos e antigos
                                             Capacidade para recrutar melhores
                                             funcionários
                                             Ser um líder do negócio
                                             A utilização do sistema é mais fácil
                                             para programadores e usuários
Fonte: adaptado de Stair (1998, p. 327).




Pode-se perceber pela análise do Quadro 5 que a avaliação de SI em relação ao

custo/benefício leva em consideração alguns aspectos intangíveis, o que pode

prejudicar a análise. Esse tipo de análise é bastante utilizado pelo fato de ser de

simples aplicação. Porém, quando se avaliam os benefícios intangíveis, pode-se

incorrer em erros que inviabilizem ou distorçam a análise.
61




Freitas; Ballaz e Moscarola (1994) desenvolveram um modelo para avaliação de SI

baseado em dois pilares: facilidade de uso (ligada ao sistema e à interação usuário-

sistema); e utilidade (ligada ao usuário ou decisor, suas funções, atividades e

processos nos quais está envolvido). Com base nesse modelo e nos atributos da

informação apresentados por Zwass (1992), Cohen e Souza (2001) avaliaram um SI

utilizando 15 atributos (ou variáveis), divididos em três grupos: a) quanto ao sistema

– aspecto funcional, interface, disponibilidade e acesso; b) quanto às informações –

conteúdo, apresentação, quantidade, digitação, oportunidade, exatidão, precisão,

completude, concisão e relevância; e c) quanto à opinião geral sobre o sistema –

avaliação geral do sistema.


Avrichir (2001) fez uma análise de diversos métodos para avaliar a satisfação do

usuário da informação, considerando que avaliar a satisfação desses usuários é uma

maneira de avaliar os SIs. Os métodos analisados são resumidos no Quadro 6.
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  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CRISTIANI PASSOLONGO AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS: ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS Maringá 2004
  • 2. CRISTIANI PASSOLONGO AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS: ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Administração da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina, na área de Gestão de Negócios, como requisito final para obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Antônio Artur de Souza, Ph.D. Maringá 2004
  • 3. CRISTIANI PASSOLONGO AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS: ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS Dissertação aprovada como requisito para obtenção do grau de Mestre no Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina, pela seguinte banca examinadora Aprovada em 01 de novembro de 2004. Prof. Antônio Artur de Souza, Ph.D. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Profª. Dra. Márcia Regina Gabardo Câmara Universidade Estadual de Londrina (UEL) Prof. Márcio Augusto Gonçalves, Ph.D. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
  • 4. À minha mãe (in memoriam) e ao meu pai, que, apesar de não perceberem a importância de tal esforço, sempre me apoiaram e me incentivaram para que eu chegasse ao final de mais uma etapa da minha vida.
  • 5. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, a Deus, que me proporcionou a vida e a oportunidade de alcançar mais este objetivo, conduzindo-me e amparando-me nos momentos mais difíceis. À minha mãe, que hoje já não está mais entre nós, por seu amor, dedicação e atenção durante toda a sua vida; e ao meu pai, que sempre me apoiou e me incentivou, apesar de não perceber o porquê de tanto esforço. Muito obrigada. À minha família, principalmente às minhas irmãs, Claudete e Cleunice, que tanto que me ajudaram e incentivaram a alcançar este objetivo. Ao Márcio, que me ajudou a enfrentar a perda da minha mãe e todos os momentos delicados pelos quais passei durante o mestrado. Muito obrigada pelo apoio e atenção. Aos meus amigos, pela tolerância e apoio; por ouvirem meus desabafos quando tudo estava difícil. Ao professor Antônio Artur de Souza, exemplo de educador, de profissional e de amigo, pelos momentos de atenção dedicados à condução desta pesquisa e ao meu aprendizado como estudante, profissional e também como pessoa. Aos professores da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Estadual de Londrina, pelos ensinamentos, incentivos, críticas e contribuições para que a conclusão do mestrado fosse possível. Às empresas M. A. Falleiros, Noma e Indel, que permitiram que a realização desta pesquisa fosse possível. E a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este objetivo fosse alcançado.
  • 6. “O futuro não nos traz nada, não nos dá nada; nós é que, para construí-lo, devemos dar-lhe tudo, dar-lhe a nossa própria vida, outra seiva a não ser os tesouros herdados do passado e digeridos, assimilados, recriados por nós”. Simone Weil
  • 7. RESUMO Os Sistemas de Informações Financeiras (SIFs) podem auxiliar os administradores a tomarem decisões mais acertadas. No entanto, nem sempre um Sistema de Informações Financeiras (SIF) fornece as informações necessárias para a tomada de decisão, e isto pode estar relacionado com alguma deficiência/limitação do sistema. As deficiências/limitações do sistema precisam ser descobertas, o que é possível mediante a avaliação do sistema. Esta pesquisa pautou-se na seguinte pergunta de pesquisa: Os SIFs fornecem informações financeiras adequadas e suficientes para administradores tomarem decisões? O objetivo geral desta pesquisa consistiu em avaliar se as informações financeiras geradas pelos SIFs atendem às necessidades de informações dos administradores. Para atingir tal objetivo, foram realizados três estudos de casos, nos quais se utilizaram diversas metodologias de levantamento de dados, como entrevistas, pesquisa documental, observação e questionários. Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo, triangulação e modelagem, além da análise quantitativa dos dados. Chegou-se a conclusão de que os SIFs analisados não atendem às necessidades de informações dos administradores para a tomada de decisão. Os usuários utilizam sistemas alternativos/complementares, como o Excel, para gerarem relatórios mais específicos e gráficos. Outra deficiência relaciona-se com a pouca flexibilidade dos SIFs, fator que dificulta a adoção de mudanças em conformidade com as necessidades dos administradores. Palavras-chave: Sistemas de Informações; Sistemas de Informações Financeiras; avaliação; necessidade de informações.
  • 8. ABSTRACT The Financial Information Systems (FIS) may help the managers making better decisions. However, a FIS may not supplies useful informations to decision-making and this may be related with some deficiency/limitation of the system. The deficiencies/limitations of the system need to be discovered and this is possible by evaluating the system. Thus, this research was lined on the following research question: Do the FIS supply suitable and sufficient financial information to the managers making decisions? The main objective of this research was to evaluate if the financial information produced by the FIS meet the information needs of the managers. This objective was reached through three cases studies, using different methodologies for data gathering, like interviews, documents’ research, observation and questionnaire. The data were analyzed by using content analysis, triangulation and data modeling, besides that quantitative analyze of the data was used complementarily. The conclusion was that the FIS analyzed do not meet the information needs of the managers for the decision making. The users use alternative/complementary systems, like Excel, to get more specific reports and graphs. Another deficiency is the low flexibility of the FIS, that make difficult changing the systems in a way that meets the information needs of the managers. Key-words: Information Systems; Financial Information Systems; evaluation; information needs.
  • 9. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Componentes dos Sistemas de Informações __________________ 28 Figura 2 – Categorias de SIFs ______________________________________ 42 Figura 3 – Visão geral de um SIF ____________________________________ 44 Figura 4 – Quatro possíveis orientações para avaliação de SI _____________ 65 Figura 5 – Módulos do SI implantados na M. A. Falleiros _________________ 90 Figura 6 – Opções do módulo financeiro do SI implantado na M. A. Falleiros __ 91 Figura 7 – Opções de relatórios do módulo financeiro – contas a receber ____ 92 Figura 8 – Tela inicial do sistema SAP ________________________________ 94 Figura 9 – Módulo contábil/financeiro do sistema SAP ___________________ 95 Figura 10 – Módulo de Controladoria do sistema SAP ____________________ 96 Figura 11 – Alguns relatórios que podem ser emitidos pelo sistema SAP _____ 97 Figura 12 – Exemplo de relatório emitido pelo SAP (1) ___________________ 98 Figura 13 – Exemplo de relatório emitido pelo SAP (2) ___________________ 99 Figura 14 – Exemplo de relatório emitido pelo SAP (3) ___________________ 100 Figura 15 – Módulo financeiro – Sistema de Informações Protheus _________ 103 Figura 16 – Atualizações do item contas a receber – módulo financeiro ______ 104 Figura 17 – Atualizações do item contas a pagar – módulo financeiro _______ 105 Figura 18 – Consultas – módulo financeiro ____________________________ 106 Figura 19 – Opções de relatórios – módulo financeiro ____________________ 107 Figura 20 – Exemplo de relatório – módulo financeiro ___________________ 108
  • 10. LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Perguntas de pesquisa __________________________________ 20 Quadro 2 – Organização da dissertação ______________________________ 21 Quadro 3 – Tipos de decisões ______________________________________ 48 Quadro 4 – Atributos da informação de qualidade _______________________ 55 Quadro 5 – Custos/benefícios da implantação de um SI __________________ 60 Quadro 6 – Métodos para avaliação da satisfação do usuário da informação __ 62 Quadro 7 – Método de Torkzadeh e Doll para avaliar o impacto da TI no trabalho do usuário final____________________________________________ 63 Quadro 8 – Relação dos entrevistados________________________________ 73 Quadro 9 – Protocolo para a realização dos estudos de casos_____________ 83 Quadro 10 – Perguntas que orientaram as entrevistas e objetivos específicos______________________________________________________ 84 Quadro 11 – Questionário__________________________________________ 86 Quadro 12 – Problemas/deficiências encontradas _______________________ 138
  • 11. LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS Gráfico 1 – Avaliação do item exatidão/confiabilidade das informações fornecidas pelo sistema (M. A. Falleiros) ______________________________ 111 Gráfico 2 – Avaliação do item concisão/prolixidade das informações fornecidas pelo sistema (M. A. Falleiros) _______________________________________ 112 Gráfico 3 – Avaliação do item interface entre o usuário e o sistema (M. A. Falleiros) _______________________________________________________ 113 Gráfico 4 – Avaliação do item utilidade das informações fornecidas pelo sistema (M. A. Falleiros) ___________________________________________ 114 Gráfico 5 – Avaliação do item relevância/importância das informações fornecidas pelo sistema (M. A. Falleiros) ______________________________ 114 Gráfico 6 – Avaliação do item necessidade de redigitação das informações fornecidas pelo sistema (M. A. Falleiros) ______________________________ 115 Gráfico 7 – Avaliação do item flexibilidade do sistema (M. A. Falleiros) ______ 116 Gráfico 8 – Avaliação do item facilidade de acesso às informações fornecidas pelo sistema (M. A. Falleiros) _______________________________________ 117 Gráfico 9 – Avaliação do item disponibilidade de informações fornecidas pelo sistema (M. A. Falleiros) ___________________________________________ 118 Gráfico 10 – Análise das categorias (M. A. Falleiros) _____________________ 119 Gráfico 11 – Avaliação do item exatidão/confiabilidade das informações fornecidas pelo sistema (Noma) _____________________________________ 120 Gráfico 12 – Avaliação do item relevância/importância das informações fornecidas pelo sistema (Noma) _____________________________________ 122 Gráfico 13 – Avaliação do item flexibilidade do sistema (Noma) ____________ 123 Gráfico 14 – Avaliação do item facilidade de acesso às informações fornecidas pelo sistema (Noma) ______________________________________________ 124 Gráfico 15 – Avaliação do item disponibilidade de informações fornecidas pelo sistema (Noma) __________________________________________________ 125 Gráfico 16 – Avaliação do item necessidade de redigitação das informações fornecidas pelo sistema (Noma) _____________________________________ 125 Gráfico 17 – Análise das categorias (Noma) ___________________________ 126
  • 12. Gráfico 18 – Avaliação do item exatidão/confiabilidade das informações fornecidas pelo sistema (Indel) _____________________________________ 127 Gráfico 19 – Avaliação do item concisão/prolixidade das informações fornecidas pelo sistema (Indel) _____________________________________ 128 Gráfico 20 – Avaliação do item utilidade das informações fornecidas pelo sistema (Indel) __________________________________________________ 129 Gráfico 21 – Avaliação do item relevância/importância das informações fornecidas pelo sistema (Indel) ______________________________________ 129 Gráfico 22 – Avaliação do item facilidade de acesso às informações fornecidas pelo sistema (Indel) _______________________________________________ 130 Gráfico 23 – Avaliação do item flexibilidade do sistema (Indel) _____________ 131 Gráfico 24 – Análise das categorias (Indel) ____________________________ 132 Tabela 1 – Freqüência das categorias ________________________________ 135 Tabela 2 – Síntese dos dados quantitativos ____________________________ 137
  • 13. SUMÁRIO RESUMO _________________________________________________________ 06 ABSTRACT _______________________________________________________ 07 LISTA DE FIGURAS ________________________________________________ 08 LISTA DE QUADROS _______________________________________________ 09 LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS ____________________________________ 10 1 INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 16 1.1 TEMA E PROBLEMA DA PESQUISA ______________________________ 16 1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA _________________________________ 17 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA _____________________________________ 18 1.3.1 Objetivo geral _____________________________________________ 19 1.3.2 Objetivos específicos _______________________________________ 19 1.4 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ______________________________ 21 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS (SIFs) ___________________ 22 2.1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ 22 2.2 O ENFOQUE SISTÊMICO _______________________________________ 22 2.3 FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS ______________________________ 24 2.4 DADOS, INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO ______________________ 25 2.5 CONCEITO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES _____________________ 27 2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES _______________ 29 2.7 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS______________________ 41 2.8 INFORMAÇÕES FINANCEIRAS PARA A TOMADA DE DECISÃO _______ 45 2.8.1 Administração de caixa _____________________________________ 49 2.8.2 Administração de investimentos _____________________________ 49 2.8.3 Orçamento de capital _______________________________________ 50 2.8.4 Planejamento financeiro ____________________________________ 51
  • 14. 2.9 CONCLUSÃO _________________________________________________ 51 3 AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES _______________________ 53 3.1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ 53 3.2 DEFINIÇÃO DE AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES _______ 53 3.3 MODELOS DE AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES ________ 54 3.4 CONCLUSÃO _________________________________________________ 66 4 METODOLOGIA__________________________________________________ 68 4.1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ 68 4.2 DELINEAMENTO E PERSPECTIVA DA PESQUISA __________________ 68 4.3 UNIDADE DE ANÁLISE _________________________________________ 70 4.4 DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE CASOS _____________________________ 71 4.5 SELEÇÃO DAS EMPRESAS ESTUDADAS _________________________ 72 4.6 COLETA DE DADOS ___________________________________________ 74 4.7 ANÁLISE DOS DADOS _________________________________________ 77 4.8 PROTOCOLO PARA A REALIZAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASOS ______ 82 4.9 CONCLUSÃO _________________________________________________ 87 5 ESTUDOS DE CASOS_____________________________________________ 88 5.1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ 88 5.2 CASO M. A. FALLEIROS ________________________________________ 88 5.2.1 Características ____________________________________________ 88 5.2.2 Sistema de Informações utilizado_____________________________ 89 5.3 CASO NOMA DO BRASIL S.A. ___________________________________ 92 5.3.1 Características ____________________________________________ 92 5.3.2 Sistema de Informações utilizado_____________________________ 93 5.4 CASO INDEL ________________________________________________ 100 5.4.1 Características ___________________________________________ 100 5.4.2 Sistema de Informações utilizado____________________________ 101
  • 15. 5.5 CONCLUSÃO ________________________________________________ 108 6 AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS ESTUDADOS ________________________________________________________________ 109 6.1 INTRODUÇÃO _______________________________________________ 109 6.2 O CASO M. A. FALLEIROS _____________________________________ 110 6.2.1 Aspectos positivos do sistema ______________________________ 110 6.2.2 Aspectos negativos do sistema _____________________________ 114 6.3 O CASO NOMA ______________________________________________ 119 6.3.1 Aspectos positivos do sistema ______________________________ 119 6.3.2 Aspectos negativos do sistema _____________________________ 122 6.4 O CASO INDEL ______________________________________________ 126 6.4.1 Aspectos positivos do sistema ______________________________ 126 6.4.2 Aspectos negativos do sistema _____________________________ 129 6.5 SÍNTESE E DISCUSSÃO DA ANÁLISE DOS DADOS ________________ 132 6.6 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES _____________________________ 138 6.7 CONCLUSÃO ________________________________________________ 141 7 CONCLUSÃO___________________________________________________ 142 7.1 INTRODUÇÃO _______________________________________________ 142 7.2 QUANTO À METODOLOGIA ____________________________________ 142 7.3 QUANTO À REVISÃO DA LITERATURA___________________________ 143 7.4 QUANTO AOS ESTUDOS DE CASOS ____________________________ 144 7.5 QUANTO AOS OBJETIVOS PROPOSTOS_________________________ 145 7.5.1 Objetivo 1: Descrever os processos de gestão com relação aos fluxos de informações financeiras. _____________________________________ 145 7.5.2 Objetivo 2: Identificar as informações financeiras necessárias para os administradores. ______________________________________________ 146 7.5.3 Objetivo 3: Identificar as informações financeiras atualmente disponibilizadas pelos SIFs. _____________________________________ 147
  • 16. 7.5.4 Objetivo 4: Analisar se as informações financeiras disponibilizadas pelos SIFs correspondem às informações financeiras necessárias para os administradores. ______________________________________________ 148 7.5.5 Objetivo 5: Identificar possíveis deficiências e limitações quanto à operação, utilização e avaliação dos SIFs. _________________________ 149 7.5.6 Objetivo 6: Propor estratégias para que os administradores possam ter a sua disposição as informações necessárias. __________________ 150 7.6 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA _______________________________ 150 7.7 PERSPECTIVAS PARA PESQUISAS FUTURAS ____________________ 153 7.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________ 154 8 REFERÊNCIAS _________________________________________________ 157 ANEXO A ________________________________________________________161 ANEXO B ________________________________________________________163
  • 17. 16 1 INTRODUÇÃO 1.1 TEMA E PR OBLEMA DA PESQUISA A evolução tecnológica tem possibilitado diversas mudanças no dia-a-dia das empresas. Destaca-se, nesse sentido, o grande benefício proporcionado pela Tecnologia da Informação (TI). Segundo Serafeimidis e Smithson (1999, p. 94), muitas empresas estão investindo em Tecnologia da Informação como uma maneira não apenas de reduzir custos e aumentar lucros, mas de melhorar o fornecimento de serviços e produtos ao consumidor, aumentando a flexibilidade e facilitando a inovação. Uma das conseqüências mais significativas dessa evolução está na crescente implementação dos Sistemas de Informações (SIs), instrumentos capazes de auxiliar os administradores na tomada de decisão e no gerenciamento da empresa como um todo. De acordo com Zwass (1992, p. 6), “um Sistema de Informações é um portfólio organizado de sistemas formais para obter, processar e distribuir informações para suporte às operações comerciais e para o gerenciamento de uma empresa”. As empresas que utilizam SIs podem, por meio do gerenciamento correto da informação, obter vantagens competitivas e estratégicas em tempo real para que a tomada de decisão ocorra da maneira mais eficiente. Como salienta O’Donnell (2003, p. 117), os SIs são fundamentais para as empresas, pois processam os dados referentes aos seus negócios e permitem que as empresas utilizem estes dados/informações para acompanhar o desempenho dos seus objetivos.
  • 18. 17 Os Sistemas de Informações Financeiras (SIFs) são um componente dos SIs. Contribuem para a geração de relatórios com informações financeiras relevantes, para a utilização mais eficiente de recursos e para a manutenção da saúde financeira da empresa. Permitem aos administradores tomar decisões financeiras mais convenientes, possibilitando o crescimento e a prosperidade da empresa. No entanto, é necessário verificar se o Sistema de Informações (SI) disponibiliza todas essas informações para a tomada de decisão na empresa. Caso isso não ocorra, pode haver alguma deficiência/limitação no sistema. De acordo com Kumar (apud Abu-Musa, 2002, p. 141), a avaliação de um SI tem como principais finalidades: verificar se o sistema está de acordo com o que foi solicitado; proporcionar feedback para o desenvolvimento de usuários; justificar a aquisição, continuidade ou término de um projeto de SI e identificar mudanças necessárias. Assim, na fase de avaliação do sistema, é possível identificar problemas ou oportunidades em potencial e verificar se o SI está atingido ou não os objetivos e as metas da empresa. Neste contexto, o problema desta pesquisa está relacionado à seguinte questão: Os Sistemas de Informações Financeiras fornecem informações financeiras adequadas e suficientes para os administradores tomarem decisões? 1.2 JUSTIFICAT IVA E RELEVÂNCIA Um grande número de empresas implementa SIs para auxiliar na tomada de decisão e no gerenciamento de informações. Geralmente, essa implementação acarreta um
  • 19. 18 alto custo para a organização e um certo desgaste para seus membros, devido a dificuldades na adaptação ao novo sistema. Os SIs implantados podem não atingir os objetivos iniciais, como, por exemplo, auxiliar os administradores a tomarem decisões mais precisas e rápidas. Isso geralmente ocorre porque, na maioria das vezes, esses sistemas não são avaliados correta e freqüentemente. O resultado é uma inadequada utilização do sistema implantado. Com a avaliação dos SIs, é possível verificar os eventuais problemas apresentados e as potencialidades ainda inexploradas do sistema. A avaliação dos SIs permite, portanto, utilizar de forma mais efetiva e eficaz os recursos disponibilizados pelo sistema. De acordo com Stair (1998, p. 312), a avaliação de SI tem como finalidade “determinar se os objetivos alcançados pelo sistema atual estão satisfazendo ou não as metas da organização”. Neste contexto é que esta pesquisa se justifica, pois é de fundamental importância avaliar os SIFs e verificar se eles atendem às necessidades de informações financeiras dos administradores para a tomada de decisão. 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA Os objetivos apresentados a seguir têm como finalidade orientar o processo de pesquisa. Para facilitar esse processo, elaboraram-se algumas perguntas de pesquisa, conforme consta no Quadro 1.
  • 20. 19 1.3.1 Objetivo geral Avaliar se as informações financeiras geradas pelos SIFs atendem às necessidades de informações dos administradores para a tomada de decisão. 1.3.2 Objetivos específicos Descrever os processos de gestão com relação aos fluxos de informações financeiras; Identificar as informações financeiras necessárias aos administradores; Identificar as informações financeiras atualmente disponibilizadas pelos SIFs; Analisar se as informações financeiras disponibilizadas pelos SIFs correspondem às informações financeiras necessárias aos administradores; Identificar possíveis deficiências e limitações quanto à operação, utilização e avaliação dos SIFs; e Propor estratégias para que os administradores possam ter a sua disposição as informações necessárias. Para cada objetivo específico foram elaboradas as perguntas de pesquisa apresentadas no Quadro 1.
  • 21. 20 Quadro 1: Perguntas de pesquisa OBJETIVOS ESPECÍFICOS PERGUNTAS DE PESQUISA Descrever os processos de gestão com Quais são os processos envolvidos na relação aos fluxos de informações tomada de decisão? financeiras. Quais são as informações financeiras necessárias? Qual é a origem da informação financeira? Identificar as informações financeiras Quais são as informações financeiras necessárias para os administradores que os administradores necessitam tomarem decisões. para a tomada de decisão? Identificar as informações financeiras Quais informações financeiras são atualmente disponibilizadas pelos SIFs. disponibilizadas pelo SIF utilizado pela organização? Analisar se as informações financeiras As informações financeiras disponibilizadas pelos SIFs disponibilizadas pelo sistema correspondem às informações financeiras correspondem às necessidades de necessárias aos administradores. informações dos administradores? Os procedimentos de coleta de dados e de distribuição das informações financeiras são adequados? Identificar possíveis deficiências e Quais são as principais dificuldades limitações quanto à operação, à presentes na utilização do sistema? utilização e à avaliação dos SIFs. Quais são as principais dificuldades encontradas na avaliação do sistema? Propor estratégias para que os Quais são os aspectos positivos e administradores possam ter a sua negativos do sistema? disposição as informações necessárias. Como as informações financeiras necessárias podem ser disponibilizadas de maneira mais eficiente?
  • 22. 21 1.4 ORGANIZA ÇÃO DA DISSERTAÇÃO O Quadro 2 apresenta a organização da dissertação, por capítulo e respectivos título e conteúdo. Quadro 2: Organização da dissertação CAPÍTULO TÍTULO CONTEÚDO 1 Introdução Tema e problema da pesquisa; justificativa e relevância; objetivos da pesquisa e organização da dissertação. 2 Sistemas de Enfoque sistêmico; funcionamento dos Informações Financeiras sistemas; dados, informações e conhecimento; conceito de Sistemas de Informações; classificação dos Sistemas de Informações; Sistemas de Informações Financeiras; informações financeiras para a tomada de decisão. 3 Avaliação de Sistemas Definição de avaliação de Sistemas de de Informações Informações; modelos de avaliação de Sistemas de Informações. 4 Metodologia Delineamento e perspectiva da pesquisa; unidade de análise; definição do número de casos; seleção das empresas estudadas; instrumentos de coleta de dados; técnicas de análise de dados utilizadas; protocolo para a realização dos estudos de casos. 5 Estudos de Casos Caracterização das empresas estudadas e dos Sistemas de Informações utilizados. 6 Avaliação dos Sistemas Avaliação dos pontos fortes e deficiências de Informações dos Sistemas de Informações estudados. Financeiras estudados 7 Conclusão Conclusões da pesquisa quanto à metodologia, à revisão da literatura, aos estudos de casos e aos objetivos propostos; contribuições da pesquisa; perspectivas para pesquisas futuras.
  • 23. 22 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS (SIFs) 2.1 INTRODUÇÃO Este capítulo apresenta os aspectos mais relevantes dos SIFs. Inicialmente, apresentam-se as características da abordagem sistêmica e explica-se como funciona um sistema. Depois de analisar os sistemas e suas características, enfatizam-se os SIs, destacando, entre outros aspectos, a classificação. Finalizando o capítulo, apresentam-se os Sistemas de Informações Financeiras e as características das informações financeiras relevantes para a tomada de decisão. Com essa estrutura, o capítulo, que é parte integrante do referencial teórico desta pesquisa, esclarece a importância dos SIFs para as empresas. 2.2 O ENFOQUE SISTÊMICO De acordo com Oliveira (2000, p. 149), “um sistema é uma rede de componentes interdependentes que trabalham em conjunto para tentar realizar o objetivo do sistema”. Isto significa que as partes que compõem um sistema não são isoladas, mas ligadas entre si de forma a complementarem-se. Considerando sua relação com o ambiente, um sistema pode ser aberto ou fechado. Um sistema fechado, segundo Daft (1999, p. 8), não depende do seu ambiente, sendo por isso autônomo e isolado do ambiente externo. Na realidade, um sistema totalmente fechado é difícil de ser encontrado, pois geralmente há uma interação com o ambiente externo.
  • 24. 23 Um sistema aberto, ao contrário, interage com o ambiente para sobreviver, consumindo e exportando recursos. As empresas, geralmente, são sistemas abertos e interagem com o ambiente, tanto influenciando-o como sendo influenciadas por ele. Neste contexto, Daft (1999, p. 8) define sistema como um “conjunto de elementos interativos que recebe entradas do ambiente, transforma-as e emite saídas para o ambiente externo”. Para Stair (1998, p. 6), “um sistema é um conjunto de elementos ou componentes que interagem para se atingir objetivos”. Pode-se medir a performance de um sistema analisando sua eficiência e sua eficácia. A eficiência caracteriza-se como “a medida do que é produzido dividido pelo que é consumido” e a eficácia “é a medida da proporção em que o sistema atinge seus objetivos” (Stair, 1998, p. 9). De acordo com O’Brien (2002, p. 17), “um sistema é um grupo de componentes inter-relacionados que trabalham juntos rumo a uma meta comum recebendo insumos e produzindo resultados em um processo organizado de transformação”. Os sistemas, neste contexto, possuem três componentes básicos: entradas, processamento e saída. Os SIs, como sistemas abertos, dependem do ambiente e da interação com este para sobreviver e podem ter sua performance analisada segundo critérios de eficiência e eficácia. Possuem os três componentes básicos de um sistema, recebendo dados como entrada, processando-os e fornecendo informações como saída. Dessa forma, é importante analisar o funcionamento dos sistemas para, posteriormente, estudar os SIs, mais especificamente os SIFs.
  • 25. 24 2.3 FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS De acordo com Oliveira (1993, p. 23), um sistema apresenta em seu funcionamento os seguintes componentes: Objetivos: são a própria razão de existência do sistema, ou seja, a finalidade para a qual o sistema foi criado. Entradas: caracterizam-se como tudo o que o sistema necessita para realizar suas operações, sendo obtidas no meio ambiente com o qual o sistema interage. Segundo Oliveira (2000, p. 150), são exemplos de entradas para o sistema: a mão-de-obra ou pessoal, a matéria-prima ou materiais, as informações ou leis, normas e padrões estabelecidos, tecnologias e máquinas. Processo de transformação: esse processo possibilita a transformação da entrada em um produto, serviço ou resultado, caracterizado como a saída do sistema. Saídas: são os resultados do processo de transformação. Para Oliveira (1993, p. 24), devem ser coerentes com os objetivos do sistema e devem ser quantificáveis de acordo com os critérios e os parâmetros previamente estabelecidos. Controle e avaliação do sistema: permitem verificar se as saídas estão de acordo com os objetivos estabelecidos. Retroalimentação ou realimentação: considerada como a reintrodução, no sistema, de uma saída sob a forma de informação. De acordo com Oliveira (1993, p. 24), “essa realimentação é um instrumento de regulação retroativa ou de controle, em que as informações realimentadas são resultados das
  • 26. 25 divergências verificadas entre as respostas de um sistema e os parâmetros previamente estabelecidos”. 2.4 DADOS, INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO Antes de apresentar os conceitos de SI presentes na literatura, é fundamental discutir os conceitos de dados, informações e conhecimento, procurando mostrar as diferenças entre cada um. Para Laudon e Laudon (1999, p. 10), os dados podem ser considerados como fatos brutos, ao passo que as informações são os dados aos quais seres humanos deram forma para torná-los significativos e úteis. Já o conhecimento pode ser visto como um conjunto de ferramentas conceituais e categorias usadas pelos seres humanos para criar, colecionar, armazenar e compartilhar a informação. É importante destacar que os dados não têm significado inerente e registram apenas aquilo que aconteceu; não fornecem julgamento nem interpretação para auxiliar na tomada de decisão. Além disso, dados em excesso podem dificultar a identificação e a extração de significado de dados que realmente têm importância. Segundo Davenport e Prusak (1998, p. 3), os dados são importantes para as empresas, geralmente, porque são matéria-prima essencial para a criação da informação. A informação é o dado organizado para alguma finalidade, e a tecnologia ajuda a agregar valor aos dados. Mas, assim como para o conhecimento, a tecnologia utilizada para obtenção da informação depende dos seres humanos, pois a tecnologia por si só não possibilita a completa transformação dos dados em informação, e desta em conhecimento. Da mesma forma que a informação deriva
  • 27. 26 dos dados, o conhecimento deriva da informação. Para que esse processo ocorra, os seres humanos precisam fazer, virtualmente, todo o trabalho. Para Davenport e Prusak (1998, p. 6), o conhecimento é uma mistura de vários elementos; é intuitivo e, portanto, difícil de colocar em palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. O conhecimento existe dentro das pessoas; faz parte da complexidade e da imprevisibilidade humana. De acordo com Stair (1998, p. 4), “dados são os fatos em sua forma primária, como, por exemplo: o nome de um empregado, o número de horas trabalhadas em uma semana, o número de peças no estoque ou de pedidos de venda”. A informação caracteriza-se como “um conjunto de fatos organizados de tal forma que adquirem valor adicional além do valor do fato em si”. E o conhecimento “é o corpo ou as regras, diretrizes e procedimentos usados para selecionar, organizar e manipular os dados, para torná-los úteis para uma tarefa específica”. Os SIs são alimentados com dados, que, depois de processados, fornecem a informação necessária para a tomada de decisão ou para alguma outra atividade do dia-a-dia da organização. Quando os usuários dos SIs utilizam as informações disponibilizadas para a tomada de decisão ou quando agregam valor a essas informações, de alguma maneira, estas tornam-se um conhecimento útil para a organização e para seus membros.
  • 28. 27 2.5 CONCEITO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES Segundo Stair (1998, p. 11), “um Sistema de Informações é um tipo especializado de sistema”, podendo ser definido como “uma série de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam (entrada), manipulam e armazenam (processo), disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um mecanismo de feedback”. A entrada, para os SIs, caracteriza-se como a atividade de captar e reunir os dados primários. O processamento envolve a conversão dos dados em saídas úteis, sendo que a saída caracteriza-se como a produção de informações úteis, geralmente na forma de documentos, relatórios e dados de transações. O feedback é caracterizado como uma saída utilizada para realizar ajustes ou modificações nas atividades de entrada ou processamento. Para Laudon e Laudon (1999, p. 4), um Sistema de Informações é um (...) conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e organizações. Esses sistemas são compostos de pessoas, organizações e tecnologia, sendo um erro descrevê-los apenas em termos de computadores. As pessoas introduzem os dados no sistema e utilizam as informações vindas do sistema para a tomada de decisão. A tecnologia inclui o hardware – equipamento físico usado para entrada, processamento e saída em um Sistema de Informações −; o software – instruções pré-programadas que coordenam o trabalho dos
  • 29. 28 componentes do hardware −; a tecnologia de armazenamento – organiza e armazena os dados utilizados por uma empresa −; e a tecnologia de comunicações – usada para conectar partes diferentes do hardware e para transferir dados de um ponto a outro, via redes. As organizações moldam os Sistemas de Informações de acordo com suas necessidades. A Figura 1 mostra os componentes dos SIs, incluindo as pessoas, a organização, a tecnologia e o ambiente externo. Ambiente Externo Pessoas Organizações Sistemas de Informação Tecnologia Figura 1: Componentes dos Sistemas de Informações Fonte: Laudon; Laudon (1999, p.5) De acordo com O’Brien (2002, p. 20), um SI depende de vários recursos para funcionar. Ou seja, (...) depende dos recursos humanos (os usuários finais e os especialistas em SI), de hardware (máquinas e mídia), software (programas e procedimento), dados (banco de dados e bases de conhecimento) e redes (mídia de comunicação e apoio de rede) para executar atividades de entrada, processamento, produção, armazenamento e controle que convertem recursos de dados em produtos de informação.
  • 30. 29 Pode-se perceber pelas duas abordagens que os SIs não podem ser analisados apenas em termos de tecnologia, sendo necessário considerar também, e principalmente, os recursos humanos envolvidos e a organização como um todo. 2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES Dependendo da abordagem utilizada, um SI pode ter classificações diversas. De acordo com Stair (1998, p. 14), os Sistemas de Informações podem ser classificados em: Sistemas de Processamento de Transações; Sistemas de Informações Gerenciais; Sistemas de Apoio à Decisão e Inteligência Artificial; e Sistemas Especialistas. Segundo O´Brien (2002, p. 28), os SIs podem ser classificados tendo por base o tipo de atividade organizacional que apóiam: operações; ou tomada de decisão gerencial. Os Sistemas de Apoio às Operações dividem-se em: Sistemas de Processamento de Transações (processamento de transações); Sistemas de Controle de Processos (controle de processos industriais); e Sistemas Colaborativos (colaboração entre equipes e grupos de trabalho). Os Sistemas de Apoio Gerencial dividem-se em: Sistemas de Informação Gerencial (relatórios padronizados para os gerentes); Sistemas de Apoio à Decisão (apoio interativo à decisão); e Sistemas de Informação Executiva (informações elaboradas especialmente para os executivos). O´Brien (2002, p. 30) considera mais algumas categorias de SI que podem apoiar as operações, a administração ou as aplicações estratégicas. Esses sistemas dividem- se em: Sistemas Especializados (fornecem informações especializadas em determinada área funcional); Sistemas de Administração do Conhecimento (apóiam
  • 31. 30 a criação, organização e disseminação do conhecimento na organização); Sistemas de Informação Estratégica (fornecem produtos e serviços estratégicos para a vantagem competitiva); e Sistemas de Informação para as Operações (apóiam as aplicações operacionais e gerenciais das funções organizacionais básicas de uma organização). Para Zwass (1992), os SIs podem ser classificados em: Sistemas de Processamento de Transações; Sistemas de Relatórios Gerenciais; Sistemas de Suporte à Decisão; Sistemas de Informações Executivas; e Sistemas de Informações de Escritório. Esta classificação é brevemente detalhada a seguir. 1. Sistemas de Processamento de Transações (SPT). De acordo com Stair (1998, p. 38), um SPT “é um conjunto organizado de pessoas, procedimentos, bancos de dados e dispositivos usados para registrar transações de negócios completadas, como folhas de pagamento”. Estes sistemas armazenam os dados inseridos para posterior utilização pelos demais SIs, como o SRG. Têm por finalidade tratar e processar as trocas diárias de negócios ou as transações. Representam a aplicação da Tecnologia da Informação em transações rotineiras, repetitivas e, geralmente, comuns de negócios. Os principais objetivos dos SPT são, segundo Stair (1998, p. 187): Processar dados gerados por e sobre transações; ou seja, capturar, processar e armazenar transações e produzir uma variedade de documentos relacionados às atividades comerciais rotineiras, tais como: venda de produtos e serviços a clientes.
  • 32. 31 Manter um alto grau de precisão, permitindo que os dados entrem e sejam processados sem erros. Assegurar a integridade dos dados e da informação; ou seja, certificar-se de que todos os dados e informações armazenados nos bancos de dados computadorizados sejam exatos, atuais e apropriados. Produzir documentos e relatórios em tempo. Com a introdução de tecnologias apropriadas, é possível reduzir substancialmente o tempo de resposta do SPT. Aumentar a eficiência do trabalho, procurando justificar o custo do investimento em um SPT pela economia de trabalho que ele possibilita, inclusive de retrabalho. Ajudar no fornecimento aos clientes de mais serviços em quantidade e qualidade, facilitando a sua rotina e resolvendo seus problemas mais rapidamente. 2. Sistemas de Relatórios Gerenciais (SRG). Podem ser chamados de Sistemas de Informações Gerenciais (SIG). Têm como principal objetivo, segundo Zwass (1992), fornecer à gerência relatórios impressos com a finalidade de auxiliar no controle operacional e gerencial da organização. Para Stair (1998, p. 208), esses relatórios podem ser obtidos por meio da filtragem e análise de dados altamente detalhados em bancos de dados de processamento de transações e da apresentação aos administradores dos resultados para a tomada de decisão. De acordo com Stair (1998, p. 208), as fontes de informações para um SIG podem ser tanto internas quanto externas. A fonte de dados interna mais importante para o SIG é o SPT, ao passo que as fontes externas podem incluir clientes, fornecedores,
  • 33. 32 concorrentes e acionistas cujos dados ainda não foram coletados pelo SPT da empresa. Segundo Laudon e Laudon (1999, p. 351), os SIG têm como função disponibilizar aos gerentes relatórios sobre o desempenho da empresa, tanto passado quanto presente. Eles ajudam os gerentes a “monitorar o desempenho atual da empresa e a prever o desempenho futuro, possibilitando assim que os gerentes intervenham quando as coisas não estiverem indo bem”. De acordo com Stair (1998, p. 208), a principal finalidade de um SIG é “ajudar a organização a atingir suas metas, fornecendo aos administradores uma visão das operações regulares da empresa, de modo que possam controlar, organizar e planejar mais eficaz e eficientemente”. Estes sistemas ajudam na solução de problemas estruturados e nas decisões programadas. Como mostra Zwass (1992), os SRG têm capacidade analítica limitada e contam com resumos e extrações do banco de dados de acordo com um critério estabelecido. Não fornecem diretamente a decisão, mas, sim, informações fundamentais para facilitar o processo de tomada de decisão na organização. De acordo com Stair (1998, p. 212), para a maioria das empresas um SIG é “uma coleção integrada de Sistemas de Informações funcionais, cada um dando suporte a áreas funcionais específicas”. Por exemplo, um SIG financeiro gera relatórios financeiros para a empresa, ao passo que um SIG de marketing gera relatórios de marketing, e assim cada área funcional da empresa tem um Sistema de Informações que gera informações adequadas para aquela área. Neste sentido, de acordo com cada área funcional da organização, os Sistemas de Informações Gerenciais podem ser assim classificados:
  • 34. 33 Sistemas de Informações Gerenciais Financeiro. Fornecem informações financeiras a todos os administradores financeiros em uma organização. Têm como principais finalidades: analisar as atividades financeiras históricas e atuais; projetar as necessidades financeiras futuras; e monitorar e controlar o uso de recursos através do tempo. Sistemas de Informações Gerenciais de Marketing. Fornecem apoio à atividade administrativa nas áreas de desenvolvimento de produtos, de distribuição, de decisões de preço e de promoção e de previsão de vendas. Sistemas de Informações Gerenciais de Recursos Humanos. Trabalham com as atividades relacionadas aos trabalhadores, funcionários, gerentes e outros indivíduos empregados pela organização. Entre as atividades executadas por este SIG, podemos citar a análise e o planejamento da força de trabalho, a contratação, o treinamento e a designação de cargos e tarefas. Sistemas de Informações Gerenciais Industriais. Apóiam a área de produção da organização, facilitando o controle de estoque, controlando o processo de produção e testando a qualidade dos produtos e serviços produzidos. Como mostra O´Brien (2002, p. 250), os SIG fornecem quatro tipos principais de relatórios gerenciais: Relatórios periódicos programados. São produzidos de maneira programada e periódica, seja diária, semanal ou mensal. Citam-se como exemplos os relatórios de vendas diários ou semanais e os demonstrativos financeiros mensais. Relatórios de exceção. De acordo com Stair (1998, p. 210), “são relatórios produzidos automaticamente quando uma situação é incomum ou requer alguma
  • 35. 34 atitude da administração”. Exemplos: relatório sobre os clientes que excederam o limite de crédito, mas não sobre todos os clientes. Informes e respostas por solicitação. Fornecem informações a pedido do usuário, que não precisa esperar até que o relatório programado esteja disponível. Relatórios em pilha. As informações são empilhadas na estação de trabalho em rede do gerente. 3. Sistema de Suporte a Decisão (SSD). De acordo com Zwass (1992), os SSD são desenvolvidos para suportar diretamente o processo de decisão e estão aptos a solucionar problemas tanto estruturados como não estruturados, que podem ser facilmente programados. Para Stair (1998, p. 38), um SSD é “um grupo organizado de pessoas, procedimentos, bancos de dados e dispositivos usados para dar apoio à tomada de decisão referente a problemas específicos”. Geralmente, estes SIs são utilizados quando o problema a ser solucionado é complexo ou quando a informação necessária para a tomada de decisão é de difícil obtenção. Entre as principais características dos SSD citadas por Stair (1998, p. 233) estão: possibilitam a manipulação de grandes volumes de dados; permitem a obtenção e o processamento de dados de fontes diferentes, sendo capazes de acessar dados externos à organização e de integrá-los aos dados internos; proporcionam flexibilidade de relatórios e de apresentação; possuem orientação tanto textual quanto gráfica, produzindo textos, tabelas, gráficos e desenhos; executam análises e comparações complexas e sofisticadas utilizando pacotes de software avançados; possuem condições de dar suporte às abordagens de otimização e satisfação,
  • 36. 35 possibilitando, no caso de problemas menores, encontrar a solução ótima; e executam análises por meio de simulações e metas, sendo possível com isso realizar modificações hipotéticas nos dados e observar o impacto destas modificações nos resultados. Os SSD, segundo O´Brien (2002, p. 253), fornecem informações e técnicas de apoio à decisão para a análise de problemas ou de oportunidades específicas; permitem consultas e respostas interativas; e disponibilizam informações flexíveis e adaptáveis. Além disso, utilizam uma metodologia de processamento de informações baseada na modelagem analítica de dados dos negócios. 4. Sistemas de Informações Executivas (SIE). De acordo com O´Brien (2002, p. 257), esses sistemas têm como finalidade “fornecer aos altos executivos acesso fácil e imediato a informações sobre os fatores críticos ao sucesso de uma empresa, ou seja, os fatores-chave decisivos para a consecução dos objetivos estratégicos de uma organização”. Os SIE foram desenvolvidos para atender às necessidades de informação da alta administração que não estavam sendo atendidas pelas outras categorias de SI. Como mostra Zwass (1992), os SIE fornecem suporte direto para os executivos, e estes (...) precisam de uma grande diversidade de informações externas para comparar a performance de sua companhia com aqueles com que competem e para investigar as tendências gerais das economias de muitos países onde a companhia pode estar fazendo negócio. De acordo com Stair (1998, p. 245), um SIE é um Sistema de Suporte à Decisão especializado que “inclui todo o hardware, software, dados, procedimentos e
  • 37. 36 pessoas utilizadas para auxiliar os executivos de nível sênior da organização”. Esse sistema tem relação com a tomada de decisões executivas sobre processos comerciais de valor agregado. Segundo Zwass (1992), as principais características dos SIE são: fornecem acesso imediato e fácil à informação, refletindo os fatores-chave de sucesso da companhia e de suas unidades; interfaces interessantes, como gráficos coloridos e vídeos, permitem aos usuários do SIE compreender as tendências de relance; provêm acesso a uma variedade de bancos de dados, internos e externos, por meio de uma interface uniforme − ou seja, mesmo consultando diversos bancos de dados o sistema deve ser transparente para os usuários; permitem fácil adaptação às preferências do usuário particular ou do grupo de usuários; e oferecem a capacidade de alterações nos dados. Além das características apontadas por Zwass (1992), é importante ressaltar aquelas enfatizadas por Stair (1998, p. 246): executam sofisticadas análises de dados, realizando testes de simulação e de alcance de metas relacionadas a decisões executivas; e oferecem suporte a todos os aspectos da tomada de decisões, reconhecendo aqueles que exigem fontes externas de informações, aqueles que podem ter alto
  • 38. 37 grau de incerteza e risco e aqueles que exigem entradas de múltiplas fontes de dados. Os SIE são, portanto, uma ferramenta essencial para que os executivos possam exercer melhor suas funções de controle e gerenciamento da organização. 5. Sistemas de Informações de Escritório (SIES). De acordo com Zwass (1992), os SIES auxiliam o trabalho de conhecimento geral no contexto de um escritório comercial. Neste sentido, como a tecnologia de escritórios tradicionais e as tecnologias de comunicação convergiram, os SIES se desenvolveram velozmente, tornando-se o “escritório do futuro”. Zwass (1992) cita como exemplos de atividades suportadas pelos SIES: o processamento de documentos; a escala de tempo individual e a coordenação do fluxo de trabalho; o gerenciamento de projetos; as conferências via computador; e a troca de mensagens em vários formatos, como documentos, imagens, mensagens de voz e jogos de dados. Além dos sistemas apresentados acima, outros sistemas merecem destaque, como a Inteligência Artificial, os Sistemas Especialistas e os Sistemas Integrados de Gestão. Segundo O´Brien (2002, p. 259), a Inteligência Artificial (IA) tem como principal objetivo “desenvolver computadores que consigam pensar, bem como ver, ouvir, andar, falar e sentir”. Procura desenvolver funções computacionais normalmente associadas à inteligência humana, como raciocinar, aprender e solucionar problemas. De acordo com Stair (1998, p. 256), os Sistemas de Inteligência Artificial “incluem as pessoas, procedimentos, hardware, software, dados e conhecimento necessários
  • 39. 38 para desenvolver sistemas computacionais e máquinas que demonstram características de inteligência”. Como salienta O´Brien (2002, p. 268), os Sistemas Especialistas são uma aplicação da IA nas empresas, sendo que um Sistema Especialista “é um Sistema de Informação baseado no conhecimento que utiliza seu conhecimento sobre uma área de aplicação específica e complexa para atuar como consultor especializado para os usuários finais”. O Sistema Especialista “faz perguntas ao usuário, consulta sua base de conhecimento em busca de fatos, regras ou outro conhecimento, explica seu processo de raciocínio quando é perguntado e dá conselho especialista ao usuário na área que está sendo explorada”. Os principais benefícios dos Sistemas Especialistas, segundo O´Brien (2002, p. 273), são: capturam o know-how de um especialista ou grupo de especialistas em um Sistema de Informações computadorizado; ajudam a preservar e reproduzir o conhecimento dos especialistas; e podem ajudar a organização a aumentar significativamente a eficiência de seus processos empresariais ou gerar novos produtos e serviços baseados no conhecimento. No entanto, os Sistemas Especialistas apresentam também algumas limitações, tais como: foco limitado; incapacidade de aprender; problemas de manutenção; e alto custo de desenvolvimento. De acordo com Zwass (1992), os Sistemas Especialistas são utilizados para selecionar a maneira mais conveniente e econômica de enviar uma encomenda; definir a decisão de crédito de um consumidor; diagnosticar defeitos de equipamentos; planejar um portfólio de investimentos; e configurar um complicado pedido de equipamento. Neste sentido, os Sistemas Especialistas “são programas
  • 40. 39 baseados em conhecimento que imitam um processo lógico para sugerir a solução de um problema dentro de seus domínios de aplicação”. Segundo Mendes (1997), “os Sistemas Especialistas são sistemas baseados em conhecimento, construídos, principalmente, com regras que reproduzem o conhecimento de um perito e utilizados para solucionar determinados problemas em domínios específicos”. Entre as vantagens da utilização de um Sistema Especialista, podemos citar: permite estender as facilidades da tomada de decisão para muitas pessoas; provê um vasto conhecimento aos seus usuários, o que permite seu desenvolvimento; e reduz o grau de dependência da empresa em relação a um único especialista. Os Sistemas Integrados de Gestão são conhecidos pela sigla ERP (Enterprise Resource Planning). De acordo com Souza e Zwicker (2003, p. 64), (...) os sistemas ERP são sistemas de informações integrados, adquiridos na forma de pacotes comerciais de software, com a finalidade de dar suporte à maioria das operações de uma empresa industrial (suprimentos, manufatura, manutenção, administração financeira, contabilidade, recursos humanos, etc.). Entre as características de um sistema ERP, podem-se citar: são pacotes comerciais de software; incorporam modelos de processos de negócios; são sistemas integrados e utilizam um banco de dados corporativo; apresentam grande abrangência funcional; e requerem ajustes para que possam ser utilizados em uma determinada empresa. De acordo com Saccol (2003, p. 325), o ERP (...) é um sistema que se propõe dar suporte a todos os processos e áreas funcionais de uma empresa, valendo-se de uma base de dados única, na qual todas as transações estejam interligadas. É
  • 41. 40 composto por módulos integrados que atendem a cada área funcional ou processo, como Finanças, Produção, Custos, Vendas, RH etc. O objetivo maior de um sistema ERP é a integração dos dados organizacionais e sua disponibilização em tempo real. Com isso, ele promete interligar setores, unidades e filiais em diferentes locais, possibilitando a adoção de um único padrão de metadados e indicadores para a organização. Para Davenport (2002, p. 20), os sistemas ERP “oferecem a primeira grande oportunidade para a concretização de uma verdadeira interconectividade, um estado no qual cada um sabe o que todos estão fazendo em matéria de negócios no mundo inteiro ao mesmo tempo”. Entre os benefícios proporcionados pela implementação de um sistema ERP estão: redução de custos e de prazos em processos fundamentais de negócios; informações mais rápidas sobre transações; e melhoria na administração financeira da empresa; além da integração. De acordo com Souza e Zwicker (2003, p. 66), “os sistemas ERP realmente integrados são construídos como um único Sistema de Informações que atende simultaneamente aos diversos departamentos da empresa, em oposição a um conjunto de sistemas que atendem isoladamente cada um deles”. Geralmente estes sistemas são divididos em módulos que, de acordo com Souza e Zwicker (2003, p. 66), “representam conjuntos de funções que normalmente atendem a um ou mais departamentos da empresa”. No entanto, os sistemas ERP não apresentam apenas benefícios. De acordo com Zanoteli (2001, p. 79), alguns dos problemas encontrados na implementação de sistemas ERP são: “custos elevadíssimos, pouco ou nenhum treinamento das pessoas envolvidas, dimensionamento inadequado das necessidades informacionais, desconhecimento da cultura das organizações, falhas de planejamento e falta de flexibilidade”.
  • 42. 41 Segundo Zanoteli (2001, p. 79), no Brasil há ainda outro problema: a adaptação do sistema à cultura e às leis e normas brasileiras. Estes sistemas tendem a impor seu próprio modelo de gestão que traz consigo a cultura e as normas e leis do país onde foram desenvolvidos. Esta pesquisa teve como foco os Sistemas de Informações Gerenciais (O’Brien, 2002; Stair, 1998) ou Sistemas de Relatórios Gerenciais (Zwass, 1992), mais especificamente os Sistemas de Informações Financeiras. Neste sentido, é fundamental detalhar os SIFs, apresentando suas características e sua relevância para a organização e seus administradores. 2.7 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS Os Sistemas de Informações Gerenciais, como mostrado anteriormente, estão presentes em todas as áreas funcionais de uma organização. Nas áreas de Finanças e Contabilidade, como salienta Stair (1998, p. 17), (...) os sistemas de informação são usados para prever receitas e a atividade empresarial, determinar as melhores fontes e usos de fundos, administrar o dinheiro e outros recursos financeiros, analisar investimentos e executar auditorias para assegurar a saúde financeira da empresa e precisão de todos os relatórios e documentos financeiros. Para O’Brien (2002, p. 188), os SIFs auxiliam os administradores nas decisões referentes “ao financiamento de uma empresa e à alocação e controle de recursos financeiros na empresa”. As principais categorias de SIFs incluem os sistemas de administração de caixa – auxilia na previsão e gerencia a posição de caixa; de administração de investimentos – gerencia títulos de curto prazo e outros; de
  • 43. 42 orçamentos de capital – avalia risco/retorno de dispêndios de capital; e de planejamento financeiro – prevê o desempenho financeiro e as necessidades de financiamento. A Figura 2 apresenta os principais SIFs. Sistemas de Informação em Finanças Administração Administração Orçamentos Planejamento de de Caixa de Capital Financeiro Investimentos Figura 2: Categorias de SIFs Fonte: adaptado de O’Brien (2002, p. 188) Segundo Stair (1998, p. 214), os SIFs fornecem informações financeiras relevantes a todos os administradores financeiros dentro de uma empresa; e seus principais recursos são: analisa as atividades financeiras históricas e atuais; projeta as necessidades financeiras futuras; e monitora e controla o uso de recursos através do tempo. As entradas para um Sistema de Informações Financeiras (SIF), segundo Stair (1998, p. 214), podem ser tanto internas quanto externas, e são, basicamente:
  • 44. 43 plano estratégico ou políticas corporativas: as informações que geralmente estão atreladas ao plano estratégico da empresa são o retorno sobre investimentos de vários projetos, razões débito-equidade desejadas e expectativas das necessidades de caixa; sistema de processamento de transações: as informações financeiras importantes são geralmente tiradas dos sistemas de processamento de transações, como, por exemplo, folhas de pagamento, controle de estoques, processamento de pedido, contas a pagar, contas a receber e contabilidade geral; e fontes externas: constituem-se principalmente de informações da e sobre a concorrência, como relatórios anuais e balanços financeiros dos concorrentes, novos itens e relatórios gerais dos concorrentes. Um SIF pode apresentar alguns subsistemas que auxiliam o administrador financeiro a tomar melhores decisões com base nas saídas proporcionadas por estes sistemas. Esses subsistemas e suas saídas podem ser resumidos da seguinte maneira (Stair, 1998, p.215): previsão financeira: processo de se fazer previsões sobre o crescimento futuro de produtos ou de uma organização como um todo e que pode, entre outras coisas, ajudar os executivos financeiros a evitar problemas de fluxo de caixa por meio da previsão das necessidades de fluxo de caixa; sistemas de lucro e perdas e de custo: organizam os dados de faturamento e custos para a empresa, de modo que os dados de faturamento e despesas de vários departamentos são coletados pelo sistema de processamento de
  • 45. 44 transações e se tornam uma fonte interna básica de informação financeira para o SIG; auditoria: envolve a análise das condições financeiras de uma organização e determina se os balanços e relatórios financeiros produzidos pelo SIG financeiro são exatos; e uso e gerenciamento de verbas: o SIG financeiro auxilia no gerenciamento e uso de verbas de maneira a auxiliar a administração na aplicação eficaz de verbas para que a empresa não apresente baixos lucros ou se depare com a falência. A Figura 3 mostra uma visão geral do SIF, enfatizando suas entradas, subsistemas e saídas. Entradas Subsistemas Saídas Auditorias internas e externas Missão Estratégica Previsão Financeira Previsão Financeira Sistema de Dados Financeiros dos Extratos Financeiros Procesamento de Departamentos (lucros/ Transações perdas e custos) Uso e Gerenciamento de Verbas Auditoria Estatísticas Financeiras Fontes Externas para Controle Figura 3: Visão Geral de um SIF Fonte: Stair (1998, p. 215) Como salientam Laudon e Laudon (1999, p. 33), a área financeira de uma organização refere-se ao gerenciamento adequado de ativos financeiros, como
  • 46. 45 dinheiro em caixa, papéis negociáveis, ações, debêntures e similares. Os SIFs apóiam esse gerenciamento e auxiliam a organização a maximizar os retornos dos ativos financeiros e a administrar seus passivos. 2.8 INFORMAÇÕES FINANCEIRAS PARA A TOMADA DE DECISÃO A tomada de decisão é fator crucial nas empresas, uma vez que esta influencia diretamente o desempenho da empresa, seja no curto, no médio ou no longo prazo. De acordo com Simon (1965, p. 54), as decisões (...) são descrições de um futuro estado de coisas, podendo essa descrição ser verdadeira ou falsa, num sentido estritamente empírico. Por outro lado, elas possuem também, uma qualidade imperativa, pois selecionam um estado de coisas futuro em detrimento de outro e orientam o comportamento rumo à alternativa escolhida. A questão é que nem sempre o processo de escolha na tomada de decisão é simples. De acordo com Shimizu (2001, p. 15), “com exceção dos problemas de rotina, bem conhecidos e com estrutura de opções bem definida, o processo de formular alternativas de decisão e escolher a melhor delas é quase sempre caótico e complexo”. Uma maneira de simplificar o processo de tomada de decisão é admitir a existência da racionalidade limitada, proposta por Simon (1965). Ao admitir a racionalidade limitada admite-se que “somente aqueles fatores que estão estreitamente ligados, casual e temporalmente, com a decisão, podem ser levados em consideração”. (SIMON, 1965, p. 97) Segundo Shimizu (2001, p. 15), o modelo de decisão baseado na racionalidade limitada
  • 47. 46 (...) trabalha com um modelo simplificado da realidade, considerando que muitos aspectos da realidade são substancialmente irrelevantes em dado instante. Ele efetua sua escolha de alternativa baseado no padrão satisfatório da situação real considerando apenas alguns dos fatores mais relevantes e cruciais. Mesmo considerando esse modelo de decisão baseado na racionalidade limitada, é preciso levar em consideração que a tomada de decisão implica em escolhas para resolver determinados problemas e estes podem ser classificados, segundo Shimizu (2001, p. 16) em três categorias: estruturados, semi-estruturados e não estruturados. Além disso, a decisão pode ser tomada no nível estratégico (decisão para dois a cinco anos); tático (decisão para alguns meses até dois anos); e operacional (alguns dias a alguns meses). De acordo com Shimizu (2001, p. 29), “um problema é considerado estruturado ou bem definido se sua definição e fases de operação para chegar aos resultados desejados estão bem claros e sua execução repetida é sempre possível”. Um exemplo de problema estruturado é a folha de pagamento. Os problemas semi-estruturados são considerados por Shimizu (2001, p. 29) como “problemas com operações bem conhecidas, mas que contêm algum fator ou critério variável que pode influir no resultado”. Exemplos de problemas semi-estruturados incluem a previsão de vendas e a previsão de compras. Para Shimizu (2001, p. 29), “nos problemas não estruturados, tanto os cenários, como o critério de decisão, não estão fixados ou conhecidos a priori”. Um exemplo de problema não estruturado é o investimento em P&D. As decisões podem ser programadas e não programadas. De acordo com Bateman e Snell (apud Porto, 2000, p. 23), as decisões programadas apresentam “respostas
  • 48. 47 objetivamente corretas e podem ser resolvidas pela utilização de regras, políticas ou resultados de computações numéricas simples. Diante de uma decisão programada, existe um procedimento ou uma estrutura clara para se chegar ao resultado correto”. Stoner e Freeman (1995) definem decisões programadas como sendo decisões envolvendo assuntos rotineiros e que podem ser tratados através de procedimentos, políticas ou regras, escritas ou não, tornando o processo decisório mais simples. São decisões que se explicam mediante um conjunto de procedimentos pré- estabelecidos e são tomadas em ambiente de certeza ou baixa incerteza, em razão de quase todos os resultados já serem conhecidos. As decisões não programadas caracterizam-se, segundo Porto (2000, p. 23), “por resultarem de situações e/ou problemas inéditos ou não esperados, os quais geralmente representam decisões únicas e complexas, cujo resultado não se encontra previamente descrito”. Para Stoner e Freeman (1995) as decisões não programadas destinam-se a problemas incomuns ou excepcionais que requeiram soluções específicas. Por sua vez, não tem regras para seguir e nem possuem um esquema específico para ser utilizado. Podem ser conhecidas ou inéditas. Nas decisões não-programadas conhecidas, o tomador de decisão já esteve envolvido com problema igual ou parecido. Embora todas as variáveis não sejam conhecidas, já existe uma certa experiência em situações semelhantes. Nas decisões não- programadas inéditas, o tomador de decisão se vê diante de uma situação completamente nova e não pode contar com nenhuma regra pré-estabelecida para auxiliá-lo. O Quadro 3 apresenta os dois tipos de decisões e os respectivos tipos de problemas e procedimentos.
  • 49. 48 Quadro 3: Tipos de decisões Decisões Decisões não programadas/não programadas/rotineiras rotineiras Tipo de Freqüentes, repetitivos, Singulares, desestruturados, muita problema rotineiros, pouca incerteza incerteza envolvendo as relações envolvendo as relações de de causa e efeito. causa e efeito. Procedimento Dependência de políticas, Necessidade de criatividade, regras e procedimentos intuição, tolerância à ambigüidade e definidos. soluções criativas para problemas. Fonte: adaptado de Gibson et al. (apud Porto, 2000, p. 23) As decisões em finanças podem ser classificadas em decisões de longo prazo e decisões de curto prazo. As decisões de curto prazo referem-se basicamente à gestão de caixa da empresa e geralmente são decisões do tipo programadas. As decisões de longo prazo estão relacionadas com as decisões de investimento e financiamento e são, essencialmente, decisões não-programadas. As informações financeiras são de fundamental importância para a tomada de decisão nas empresas. Sem um gerenciamento financeiro adequado, as empresas podem perder recursos e ter sua sobrevivência abalada. Como exposto anteriormente, O’Brien (2002, p. 188) apresenta quatro categorias fundamentais de SIFs: administração de caixa; administração de investimentos; orçamentos de capital; e planejamento financeiro. É possível trabalhar as informações financeiras considerando essas quatro categorias.
  • 50. 49 2.8.1 Administração de caixa A administração de caixa envolve a gestão das entradas e saídas de caixa de uma organização. De acordo com Leets (1997, p. 662), uma correta administração de caixa auxilia no alcance da lucratividade de uma organização, “ao reduzir o período de cobrança e os custos de transação relacionados ao processo de cobranças e pagamentos”. Os administradores financeiros, quando estão envolvidos com a administração de caixa, procuram acelerar os recebimentos de valores e retardar os pagamentos, tentando minimizar a necessidade de financiamento. Os SIFs de administração de caixa, segundo O’Brien (2002, p. 188), auxiliam nessa tarefa e “coletam informações, em tempo real ou em determinado período, sobre todos os recebimentos e desembolsos de caixa da empresa”. As previsões de fluxo de caixa (diária, semanal ou mensal) também são fornecidas pelos SIFs de administração de caixa e são de fundamental importância para a organização, pois auxiliam na identificação de futuros déficits ou excessos de caixa. A administração eficiente desses déficits ou excessos de caixa possibilita a sobrevivência da organização a longo prazo. 2.8.2 Administração de investimentos Antes de investir o excesso de caixa de um determinado período em matéria-prima ou em equipamentos, por exemplo, as empresas podem investir esse montante em títulos negociáveis de curto ou de longo prazo. De acordo com O’Brien (2002, p.
  • 51. 50 188), os SIFs de administração de investimento podem auxiliar na administração do portfólio desses títulos para que ofereçam o menor risco e o maior rendimento. Estes SIFs de administração de investimento geralmente estão on-line, com diversas fontes na Internet. Segundo O’Brien (2002, p. 188), “ajudam o gerente financeiro a tomar decisões de compra, venda ou retenção para cada tipo de título, de forma a desenvolver uma composição ótima de títulos que minimize riscos e maximize receitas de investimento para a empresa”. 2.8.3 Orçamento de capital De acordo com Gitman (1997, p. 288), “o processo de orçamento de capital envolve a geração de propostas de investimento a longo prazo; a avaliação, análise e seleção delas; e a implementação e acompanhamento das que foram selecionadas”. O uso dos SIFs pode auxiliar o administrador financeiro a determinar a combinação ótima de projetos de capitalização para a organização. O orçamento de capital é fundamental para as empresas, pois estas desembolsam grandes montantes em investimentos a longo prazo, e estes precisam ser bem selecionados. Gitman (1997, p. 288) salienta que “orçamento de capital é o processo que consiste em avaliar e selecionar investimentos a longo prazo que sejam coerentes com o objetivo da empresa de maximizar a riqueza de seus proprietários”. Welsh (1996, p. 230) enfatiza que “os projetos de investimento normalmente envolvem aplicações de recursos substanciais, e seu impacto na empresa estende- se por períodos relativamente longos”. Por isso, precisam ser bem selecionados,
  • 52. 51 sempre levando em consideração a rentabilidade e o impacto financeiro de determinadas propostas de dispêndio de capital. 2.8.4 Planejamento financeiro O planejamento financeiro é importante para as empresas, na medida em que, segundo Gitman (1997, p. 588), “fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações na consecução de seus objetivos”. Os SIFs auxiliam os administradores financeiros a atingir os objetivos da organização, pois ajudam a avaliar o desempenho financeiro presente e projetado, e a determinar a necessidade e as possibilidades de financiamento para a organização. No curto prazo, um aspecto importante do planejamento financeiro refere-se ao orçamento de caixa. De acordo com Gitman (1997, p. 590), “o orçamento de caixa permite à empresa prever suas necessidades de caixa a curto prazo, geralmente no período de um ano, subdivido em intervalos mensais”. Esse tipo de planejamento é muito relevante para a organização, pois permite que esta planeje investimentos a curto prazo se a previsão for de excesso de recursos e se prepare com antecedência para obter financiamento caso haja previsão de falta de caixa. 2.9 CONCLUSÃO Este capítulo teve como objetivo promover uma discussão teórica sobre os Sistemas de Informações Financeiras e sua relevância para o dia-a-dia das empresas. Para tanto, procurou-se percorrer uma trajetória de evolução, enfatizando, primeiramente,
  • 53. 52 os sistemas de maneira geral para, posteriormente, enfocar os Sistemas de Informações. Com relação aos SIs, apresentaram-se algumas possíveis classificações desses SIs, detalhando melhor a apresentada por Zwass (1992). Depois de classificados os SIs, enfatizaram-se os Sistemas de Informações Financeiras e as informações financeiras fundamentais para a tomada de decisão.
  • 54. 53 3 AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES 3.1 INTRODUÇÃO Este capítulo tem como objetivo esclarecer alguns aspectos importantes da avaliação de SI. Um SI não deve ser implantado em uma organização e esquecido. É necessário considerar uma constante avaliação para saber se o SI está cumprindo com seus objetivos e auxiliando a organização a atingir suas metas. Inicialmente, apresentam-se algumas definições de avaliação de SI. Posteriormente, relacionam-se alguns modelos de avaliação de SI, enfatizando suas características e relevância. 3.2 DEFINIÇÃO DE AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES De acordo com Stair (1998, p. 312), o objetivo da avaliação de SI “é determinar se os objetivos alcançados pelo sistema atual estão satisfazendo ou não as metas da organização”. Por meio dessa avaliação, podem ser identificados possíveis problemas ou oportunidades ainda não relevados. Para Laudon e Laudon (1999, p. 244), a implementação de SI passa por fases. O conjunto dessas fases é denominado ciclo de vida do SI. Esse ciclo de vida é formado por seis estágios: definição do projeto; estudo do sistema; projeto; programação; instalação; e pós-implementação. Nesta última fase, avalia-se o sistema depois de sua instalação para verificar se há necessidade de mudanças
  • 55. 54 para satisfazer as novas necessidades de informações ou para aumentar a eficiência do processamento. 3.3 MODELOS DE AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES Quando se avalia um SI, podem-se utilizar diversos modelos para atingir tal objetivo. Uma das maneiras de realizar essa avaliação consiste em considerar a qualidade das informações geradas pelo SI. De acordo com Zwass (1992), é fundamental determinar qual informação é necessária bem como a qualidade dessa informação quando o SI está sendo avaliado, pois quando se implementa um SI espera-se que este forneça informações com a qualidade esperada. Quando se buscam informações de qualidade, espera-se que esta tenha alguns atributos. Zwass (1992) considera que os atributos fundamentais da informação de qualidade são: conveniência, exatidão, precisão, ser completa, relevância e forma apropriada. O Quadro 4 resume esses atributos e estabelece as definições básicas de cada um.
  • 56. 55 Quadro 4: Atributos da informação de qualidade Atributo Definição Conveniência Informação disponível quando necessária e não desatualizada quando estiver disponível. Exatidão Corresponde à realidade que a informação representa; livre de erros. Precisão Oferece informação com um grau de precisão apropriado aos dados em questão para a tomada de decisão. Ser Completa Incluir tudo o que o usuário precisa saber sobre a situação em questão. Concisão Não incluir elementos desnecessários ao usuário. Relevância Tem influência direta na situação de tomada de decisão Forma apropriada O nível de detalhes e o formato são selecionados e adequados para cada situação. Fonte: adaptado de Zwass (1992). Zanoteli (2001) realizou um estudo de caso múltiplo em que avaliou os SIs por meio da percepção de valor dos usuários, enfatizando os atributos das informações geradas pelo SI e os atributos do sistema. No entanto, o autor não utilizou apenas o método da percepção de valor dos usuários (avaliando os atributos das informações e dos sistemas) para avaliar os SIs estudados. Fez uso também de outros métodos, como a estrutura WCA de Alter (1996), apresentada a seguir. Esse modelo de avaliação de SI foi também utilizado por Cardoso (2001) na avaliação de um sistema SAP R/3. Alter (1996) propõe um método para avaliar os SIs que pode ser utilizado também para analisar qualquer processo de negócio. Esse método, denominado Análise Centrada no Trabalho (WCA – Work-Centered Analysis), é baseado no princípio de que o administrador pode e deve analisar os SIs focalizando o trabalho que está sendo realizado. O trabalho, neste contexto, é considerado como a aplicação de
  • 57. 56 recursos, como pessoas, equipamentos, tempo e dinheiro para gerar saídas que possam ser utilizadas por clientes internos e externos. Dessa forma, o trabalho só ocorre de fato se as saídas decorrentes do SI puderem ser utilizadas por clientes internos e externos. Alter (1996) identifica seis elementos necessários à compreensão do papel de um SI em um processo de negócio: Clientes: podem ser internos e externos. São considerados como as pessoas que utilizam as saídas. Para fins de SI, são os usuários das informações disponibilizadas pelo sistema. Produtos: são as saídas do sistema. No caso dos SIs, são as informações fornecidas pelo sistema aos clientes internos ou externos. Processo de negócio: é um grupo relacionado de passos ou atividades que utiliza pessoas, informação e outros recursos para criar valor para os clientes internos ou externos. Consiste em passos relacionados a tempo e espaço, com começo e fim e com entradas e saídas. Participantes: são as pessoas que inserem os dados no SI, processam esses dados e utilizam a informação disponibilizada pelo SI. Informação: são as informações recebidas, criadas ou modificadas pelo SI. Podem apresentar-se de diversas formas, como textos, sons, figuras e vídeo. Tecnologia: representa a tecnologia que o sistema utiliza. É a ferramenta que executa o trabalho diretamente ou que é utilizada para ajudar as pessoas a realizarem o trabalho.
  • 58. 57 Salienta o autor que quando se utiliza o modelo WCA para avaliar os SIs é preciso analisar primeiro o processo de negócios desejado antes de pensar no SI que apóia esse processo. Quando as empresas falham nessa avaliação, o SI pode ser utilizado para automatizar um processo que está desorganizado e obter como resultado um processo desorganizado automatizado e nada mais. No modelo WCA, considerado por Alter (1996) como uma estrutura (conjunto de idéias utilizado para organizar um pensamento sobre um tipo particular de coisa ou situação), o SI inclui a informação, a Tecnologia da Informação, alguma parte dos esforços dos participantes e alguma parte do processo de negócios. Dessa forma, é possível analisar os SIs não apenas como sistemas puramente técnicos, mas sim levando-se em consideração também o porquê de este sistema existir. Alter (1996) apresenta cinco perspectivas por meio das quais um SI pode ser analisado, baseando-se na estrutura WCA: arquitetura; desempenho ou performance; infra-estrutura; contexto; e riscos. Arquitetura: especifica como o SI atual ou proposto opera mecanicamente, apresentando seus componentes, a maneira como estes componentes estão unidos e como estes componentes operam de maneira sistêmica. O aspecto básico da arquitetura é a decomposição sucessiva, ou seja, dividir os componentes nas suas unidades mais básicas até que a pessoa que está realizando a análise entenda suficientemente a arquitetura. Desempenho ou performance: procura verificar como o sistema opera e se opera corretamente. Como o desempenho de um sistema depende de um equilíbrio entre os componentes do sistema, melhorar o desempenho de apenas uma parte
  • 59. 58 do sistema pode não afetar os resultados caso as outras partes mantenham-se inalteradas. Infra-estrutura: compreende os recursos dos quais o sistema depende e com os quais compartilha com outros sistemas. No caso de SI, a infra-estrutura técnica inclui redes de computador, sistemas de telefone e software necessários para operar os SIs. A infra-estrutura humana é representada pelo pessoal de apoio que mantém o SI funcionando. Quando se analisa a infra-estrutura, podem-se descobrir oportunidades inexploradas para utilizar determinados recursos disponíveis, como também podem-se descobrir obstáculos capazes de impedir ou prejudicar determinada mudança que seja necessária. Contexto: é o ambiente técnico e organizacional no qual o sistema opera, incluindo acionistas, assuntos competitivos e reguladores externos à empresa, além de políticas, práticas e a cultura da organização. O contexto pode tanto incentivar a mudança como criar obstáculos para que ela aconteça. Riscos: consistem em eventos previsíveis cuja ocorrência poderia resultar em degradação ou falha do sistema. Os riscos podem estar relacionados a três aspectos principais: acidentes e mau funcionamento (bugs, falhas humanas e etc.); crime de computador (hackers, vírus, falsificações, transferências bancárias sem autorização e etc.); e falhas de projeto. Cardoso (2001) utilizou a perspectiva de desempenho, ou performance da estrutura WCA, anteriormente apresentada, para realizar a avaliação de um sistema SAP R/3, já que esta permite a análise das características e atributos das informações disponibilizadas pelo sistema. Realizou a avaliação do desempenho ou performance do sistema levando em consideração os seis elementos compreendidos pela
  • 60. 59 estrutura WCA como necessários para completar tal análise; ou seja: clientes, produtos, processo de negócios, participantes, informação e tecnologia. Além da perspectiva do desempenho ou performance do sistema, avaliou o SI também sob a perspectiva de riscos do sistema, levando em conta também os seis elementos necessários a tal avaliação. Um SI pode também ser avaliado levando em consideração a relação custo/benefício. De acordo com Zwass (1992), a análise custo/benefício procura estabelecer se os benefícios gerados por um SI superam os custos necessários para sua implementação. Além disso, utiliza-se esta análise para comparar se as alternativas que o SI oferece satisfazem as necessidades informacionais dos usuários. Segundo Stair (1998, p. 326), “a análise custo/benefício é uma técnica que lista todos os custos e benefícios” da implantação de um SI. Quando se implementa um SI, incorre-se em custos (muitas vezes, altíssimos) que podem ou não ser compensados pelos benefícios proporcionados à organização. O Quadro 5 ilustra alguns custos e benefícios decorrentes da implantação de um SI na organização.
  • 61. 60 Quadro 5: Custos/benefícios da implantação de um SI Custos Benefícios Custos de desenvolvimento Custos reduzidos Pessoal de desenvolvimento Menor número de pessoas Recursos de computador utilizados Custos de fabricação reduzidos Custos Fixos Custos de estoque reduzidos Equipamento de computador Uso mais eficiente do equipamento comprado Aquisição de software Tempo mais rápido de resposta Pagamentos de licenças de uma só Tempo reduzido de baixa produção vez por software ou manutenção ou de desastres Custos Operacionais Faturamento aumentado Leasing de equipamentos e/ou Novos produtos e serviços pagamentos de aluguéis Pessoal de computação (incluindo Novos clientes salários, benefícios, etc.) Eletricidade e outros serviços públicos Mais negócios com os clientes existentes Papel, fitas e discos de computador Preço mais alto em conseqüência de melhores produtos e serviços Outros suprimentos de computador Benefícios intangíveis Custos de manutenção Melhor imagem pública para a organização Seguros Moral dos funcionários mais elevado Melhor atendimento para clientes novos e antigos Capacidade para recrutar melhores funcionários Ser um líder do negócio A utilização do sistema é mais fácil para programadores e usuários Fonte: adaptado de Stair (1998, p. 327). Pode-se perceber pela análise do Quadro 5 que a avaliação de SI em relação ao custo/benefício leva em consideração alguns aspectos intangíveis, o que pode prejudicar a análise. Esse tipo de análise é bastante utilizado pelo fato de ser de simples aplicação. Porém, quando se avaliam os benefícios intangíveis, pode-se incorrer em erros que inviabilizem ou distorçam a análise.
  • 62. 61 Freitas; Ballaz e Moscarola (1994) desenvolveram um modelo para avaliação de SI baseado em dois pilares: facilidade de uso (ligada ao sistema e à interação usuário- sistema); e utilidade (ligada ao usuário ou decisor, suas funções, atividades e processos nos quais está envolvido). Com base nesse modelo e nos atributos da informação apresentados por Zwass (1992), Cohen e Souza (2001) avaliaram um SI utilizando 15 atributos (ou variáveis), divididos em três grupos: a) quanto ao sistema – aspecto funcional, interface, disponibilidade e acesso; b) quanto às informações – conteúdo, apresentação, quantidade, digitação, oportunidade, exatidão, precisão, completude, concisão e relevância; e c) quanto à opinião geral sobre o sistema – avaliação geral do sistema. Avrichir (2001) fez uma análise de diversos métodos para avaliar a satisfação do usuário da informação, considerando que avaliar a satisfação desses usuários é uma maneira de avaliar os SIs. Os métodos analisados são resumidos no Quadro 6.