O documento discute os conceitos de ética e moral de acordo com Aristóteles e Platão. Aristóteles divide a alma em duas partes, racional e irracional, e discute as virtudes de entendimento e exercidas pela razão. Platão afirmava que a alma tinha três partes - racional, irascível e apetitiva - e que decisões corretas ocorrem quando a parte racional domina. O texto também apresenta exemplos de ética em diferentes áreas.
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2. Como convém
viver?
Quais os
verdadeiros
bens da vida?
Como classificá-los
hierarquicamente?
A Ética de Aristóteles se debruça
sobre essas grandes indagações.
Aristóteles divide a alma em duas partes.
A primeira é a irracional é caracteriza-se por não respeitar as regras, subdividindo-se numa
parte puramente vegetativa (incapaz de ser sede de qualquer virtude) e noutra parte apetitiva
(que participa de certa forma da parte racional).
A segunda parte da alma é a racional é caracteriza-se por obedecer as regras. A virtude
participa desta parte da alma, subdividindo-se em duas espécies:
virtudes do entendimento (exercidas pela parte racional propriamente dita) e
virtudes exercidas pela razão em acordo com a parte apetitiva.
3. Ética para Platão
• Platão afirmava que a alma humana era divisível em três partes. Uma delas
é racional, a qual nos faz buscar o conhecimento. Outra delas é irascível,
sendo a responsável pela produção de emoções. A terceira parte
é apetitiva e está relacionada a busca do prazer.
• Platão entendia que uma pessoa só pode tomar decisões corretas
quando a parte racional da sua alma fala mais alto. No fundo, todos nós
sabemos disso não é? Normalmente quando nós somos guiados pelas
nossas emoções ou pelo nosso desejo de sentir prazer, nós acabamos
sendo precipitados e inconsequentes.
• Essa escolha implica em nós abandonarmos cada vez mais os prazeres
das sensações. Além disso, ela também significa deixarmos de agir
motivado pelas nossas emoções.
nós só podemos agir de maneira ética quando nós damos ouvido ao
nosso lado racional, o qual nos ajuda a tomar decisões mais justas.
4. ÉTICA
• O conjunto das regras de convivência ou costumes de uma sociedade, em grego, se diz ethos,
origem da palavra portuguesa ética.
o conjunto de regras de convivência ou de costumes, os
comportamentos socialmente esperados, o que as pessoas
devem fazer e o que as pessoas não podem fazer são
chamadas tanto de ética como moral.
Por um lado, ethos (grafado com a letra grega eta) significa os
bons costumes, os hábitos, ou o lugar em que se habita. De
outro, o ethos (com epsilon) representa o caráter, o
temperamento e a índole dos indivíduos.
Em latim, o conjunto de costumes se chama mores,
origem da palavra portuguesa moral.
5. Ético significa tudo aquilo que está relacionado com o comportamento moral
do ser humano e sua postura no meio social.
A forma de agir em sociedade determina o comportamento do indivíduo
como ético ou antiético.
Ser ético ou ter um comportamento ético refere-se a um modo exemplar de
viver baseado em valores morais.
Toda cultura e toda sociedade estabelece-se baseada em valores definidos a
partir de uma interpretação do que é o bem e o mal, o certo e o errado.
SER ÉTICO
6. • A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais.
• Do ponto de vista da filosofia, ela é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de
uma sociedade e seus grupos.
• Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética.
• Em um país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético; em
outro, essa atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos.
SER ÉTICO
Aproveitando o exemplo, a ética na área de pesquisas
biológicas é denominada bioética.
7. • Todo o comportamento humano é orientado por um conjunto de
julgamentos (juízos) que determinam sua interpretação da realidade e o
valor das ações.
• Assim, os seres humanos são capazes de agir e, principalmente, avaliar essas
ações de acordo com um conjunto de valores construídos culturalmente, que
determinam, em suma, o que é certo e o que é errado.
Desse modo, a ética é responsável pela construção de uma ferramenta de
conhecimento para compreender esses conjuntos de valores.
De que maneira a ética influencia na vida dos seres humanos?
8. • A ética pode parecer ser semelhante a lei, mas nem tanto. Certamente, todas
as leis deveriam ser regidas por princípios éticos.
• Mas a ética em si tem a ver com a conduta de um cidadão frente a seus
semelhantes, é uma questão de respeito pela vida, patrimônio e bem estar
próprio e alheio.
• Ética é questão de honestidade e de retidão de caráter. A lei não cobre todos
os princípios éticos e nem toda atitude antiética é criminosa.
• Por exemplo, a mentira é algo antiético, mas mentir em si não é
considerado crime.
De que maneira a ética influencia na vida dos seres humanos?
9. De que maneira a ética influencia na vida dos seres humanos?
• A ética tem sua importância inquestionável, pois trabalha com responsabilidade do ato moral,
ou seja, a decisão de agir numa situação concreta é um problema prático-moral, mas investigar
se a pessoa pôde escolher entre duas ou mais alternativas de ação e agir de acordo com sua
decisão é um problema teórico-ético.
10. • É um estudo sobre a moral, compondo um dos ramos da filosofia estando presente
também em diversos ramos do saber humano, é um estudo teórico, analítico,
crítico, cientifico.
• A ética é a área da filosofia que estuda as condutas do ser humano em sociedade.
• Comportamentos éticos são aqueles comportamentos considerados corretos, que
não ferem a lei, o direito de outra(s) pessoa(s) ou qualquer espécie de juramento
feito anteriormente. Por esses motivos é comum ouvir expressões como ética
médica, ética jurídica, ética empresarial, ética governamental, ética pública etc.
• A ética pode parecer ser semelhante a lei, mas nem tanto. Certamente, todas as leis
deveriam ser regidas por princípios éticos
ÉTICA
11. • Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética.
• Num país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro
país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos.
• A ética em ambientes específicos
• Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética
de determinados grupos ou locais específicos.
• Neste sentido, podemos citar: ética médica, ética profissional (trabalho), ética empresarial,
ética educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc.
• Antiética
• Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de antiético,
assim como o ato praticado.
• A ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética.
Exemplos
13. Em antropologia, cultura é entendida em sentido
amplo significando as transformações e criações
humanas que se originam no processo histórico
de produzir as condições para satisfazer as
necessidades de sobrevivência.
A principal diferença entre homens e animais
está na capacidade humana de transformar a
natureza e adequá-la às suas necessidades.
Esse processo de transformação da natureza é
orientado pela racionalidade, na medida em que
o homem projeta (antecipa na sua mente) o que
irá realizar.
14. Nesse processo, no entanto, o homem modifica a
si próprio, pois ao mesmo tempo em que
transforma a natureza, adaptando-a às suas
necessidades, transforma a si próprio,
desenvolvendo suas capacidades mentais. Assim,
enquanto o animal permanece igual, o homem,
ao modificar a maneira como age sobre a
natureza, modifica também sua maneira de
perceber, de pensar, de sentir.
Cultura, no sentido antropológico do termo, abrange os instrumentos e invenções tecnológicas, os
conhecimentos, as instituições sociais, as práticas, as teorias, os valores sociais, as religiões, as
linguagens simbólicas ou escritas, etc.
Enfim, cultura é tudo aquilo resultante da ação humana, tudo o que não é natural.
15. • A cultura surge da libertação progressiva do homem em relação ao domínio da natureza.
• Essa liberdade se concretiza quando o homem supera o que está naturalmente determinado e
impõe modificações que lhe sejam favoráveis.
• Por exemplo, enquanto os primeiros hominídeos viviam num estado natural, sua alimentação
era restrita ao que a natureza oferecia, podiam vir a morrer de fome no caso de secas ou
enchentes.
• O desenvolvimento de técnicas e instrumentos de plantio e a criação de animais possibilitaram
uma diversificação da alimentação e, consequentemente, diminuíram a dependência em relação
à natureza.
16. O que possibilitou a evolução do ser humano,
portanto, foi a invenção e a fabricação de
instrumentos e técnicas para a produção dos
bens necessários à sobrevivência bem como a
utilização de símbolos e linguagens, para dar
significado aos instrumentos e possibilitar a
comunicação dos grupos sociais.
Os grupos, por sua vez, necessitavam estabelecer
as normas e os padrões de comportamento,
impondo limites aos indivíduos, o que fez surgir
os costumes, a moral e as leis, necessários para a
harmonia social.
Como as condições de vida e experiências são
múltiplas, pode-se afirmar também que existem
múltiplas culturas e, portanto, múltiplas visões
de mundo, cada uma resultado de uma
experiência histórica.
17. Do ponto de vista da ética ou filosofia moral, essa
compreensão é extremamente importante, pois
os valores socialmente estabelecidos que
determinam a moral vigente na sociedade são
resultado de um processo histórico. Assim, é
importante que a moral ou ética, socialmente
vigente, passe pelo crivo da reflexão crítica da
Ética ou Filosofia Moral, a fim de que as normas
sejam avaliadas racionalmente e confirmadas ou
substituídas por outras melhores.
O homem é um ser cultural porque no
processo de adaptação pelo qual passou
nos últimos oito milhões de anos,
desenvolveu o cérebro e,
concomitantemente, desenvolveu a
capacidade de transformar a natureza,
adaptando-a às suas necessidades, e
produzir seu mundo.
18. O Mito de Édipo
Édipo é um personagem da mitologia grega, famoso por
matar o pai e casar-se com a própria mãe. Laio, o rei de
Tebas, consultou o Oráculo de Delfos para saber o destino de
seu filho Édipo, que estava por nascer. O Oráculo profetizou
que maldição iria se concretizar: Édipo o mataria e se
casaria com a própria mãe. Para que pudesse fugir do triste
destino, quando Édipo nasceu, Laio o abandonou no monte
Citerão, para que morresse.
O menino, no entanto, foi encontrado e recolhido por um
pastor e adotado depois pelo rei de Corinto. Ao ficar adulto
Édipo consulta o Oráculo de Delfos para conhecer seu
destino, que faz a mesma profecia dada a Laio: ele mataria o
próprio pai e desposaria sua mãe. Achando que se tratava de
seus pais adotivos, Édipo foge de Corinto. No caminho para
Tebas, sua cidade natal, Édipo encontrou um homem que, de
maneira arrogante, o mandou sair de sua frente e tentou
agredi-lo. Édipo lutou contra esse homem e, para se
defender, o matou.
Chegando a Tebas, Édipo decifrou o enigma da Esfinge
(monstro com cabeça de mulher e corpo de leão), libertando
a cidade de uma maldição. Creonte, irmão de Jocasta, havia
prometido a mão desta a quem libertasse a cidade da
Esfinge, uma vez que a rainha agora estava viúva.
Ao libertar Tebas da maldição, Édipo ganhou o direito de
casar com Jocasta, sua mãe. Casaram, Édipo foi proclamado
Rei e tiveram dois filhos e duas filhas, Etéocles, Ismênia,
Antígona e de Polinice, reinando sem grandes dificuldades,
até o dia em que se instala, novamente uma maldição sobre
a cidade.
Édipo decide então consultar o Oráculo, que lhe afirma que
a maldição acabaria no dia em que fosse expulso da cidade o
assassino de Laio, rei de Tebas. Édipo, disposto a encontrar
o assassino, manda investigar o caso e descobre que ele
próprio matara Laio, seu pai, e que casara com a sua própria
mãe. Vendo que, apesar de fugir contra a profecia, esta
acabou por se realizar, furou os próprios olhos e se exilou de
sua cidade, como forma de autopunição pelos crimes que
cometera.
Consciência, vontade e responsabilidade são condições
indispensáveis da vida ética. Considerando a afirmação
acima, analise a lenda grega do Mito de Édipo, a seguir
descrita, e elabore um pequeno texto, contendo entre dez e
vinte linhas, respondendo à seguinte questão: Édipo pode
ser considerado um criminoso (imoral, antiético) por ter
matado o pai e casado com a própria mãe? – Utilize
elementos já estudados para argumentar a favor ou contra a
ideia que você irá defender.
20. Para que uma pessoa possa ser considerada um
sujeito moral ou sujeito ético é necessário que
algumas condições sejam observadas:
1ª está relacionada à consciência tanto de si
própria como dos outros, como pessoas iguais e
detentoras dos mesmos direitos;
2ª estaria relacionada à capacidade de controlar
desejos e impulsos, ou seja, de escolher
livremente as ações que irá realizar através da
vontade e de acordo com sua consciência;
3º elemento estaria relacionado à capacidade de
avaliar as consequências de suas ações e
realizá-las responsavelmente;
4º fator, a liberdade, isto é, a pessoa precisa ser a
autora efetivo de suas ações, sem influência de
outras pessoas, pois “a liberdade não é tanto o
poder para escolher entre vários possíveis, mas o
poder para autodeterminar-se, dando a si mesmo
as regras de conduta”
21. História de Pinóquio
Para ele se tornar um “menino de verdade” e deixar de ser
um boneco de madeira, ou seja, para deixar de ser um
“objeto” e se tornar um “ser humano ou sujeito ético”,
precisa preencher alguns requisitos:
1º - entender a diferença entre o certo e o errado. Ele
pergunta como saber isso e o Grilo Falante responde que é
através da consciência, “a voz calma e baixinha” que está
dentro de nós.
A recomendação da Fada indica a segunda condição para
que Pinóquio se torne um sujeito ético: “siga sempre a sua
consciência”
Porque não basta ter a consciência sobre a diferença entre o
bem e o mal, o certo e o errado, não basta ter consciência
moral, é necessário segui-la, e para segui-la, há um elemento
fundamental, a vontade de fazer o que é certo e efetivamente
fazer.
Usar a racionalidade para orientar a vontade em direção
ao que é certo fazer.
Não é possível obrigar alguém a ser ético. A ética
pressupõe vontade, desejo, querer, enfim, liberdade.
É o ser humano que precisa fazer, livremente,
através de sua vontade, a opção pela ética.
22. Moral
Para que exista a responsabilidade moral é
necessário que exista o sujeito ético ou sujeito
moral.
O sujeito ético pressupõe quatro condições:
consciência de si próprio e dos outros como
sujeitos morais; capacidade de controlar desejos
e impulsos, e tomar decisões livremente de
acordo com a consciência; capacidade de avaliar
as consequências de suas ações e realizá-las
responsavelmente; liberdade para ser o autor
efetivo de suas ações, sem influência de outras
pessoas. O sujeito ético é alguém capaz de se
autodeterminar, de avaliar as regras de convívio
social e tomar as decisões mais acertadas,
considerando as razões que orientam suas ações,
ou seja, sua consciência moral. A conduta ética
pressupõe liberdade e autonomia de
personalidade.
23. Toda sociedade possui um conjunto de normas
morais que são expressas em juízos.
Os juízos morais enunciam as normas que
determinam como as pessoas devem agir.
O juízo moral, no entanto, é um juízo de valor,
pois diz respeito a sentimentos, julgamentos ou
valorações culturais.
Ou seja, estabelecem os valores positivos e
negativos que a sociedade instituiu e que os
indivíduos “devem respeitar”.
Os valores sociais e a moral são históricos e
modificam-se de acordo com as necessidades
de cada cultura.
Numa sociedade pluralista, em que as pessoas
pensam e têm valores diferentes, a grande
questão que se propõe do ponto de vista da ética,
enquanto reflexão filosófica, está em se é
possível estabelecer algum padrão de “certo”
ou “errado”.
26. MORAL
• Moral é uma palavra que tem sua raiz no latim mores, termo que pode ser traduzido
como “relacionado aos costumes”.
• Atualmente moral pode ser entendida como o conjunto de comportamentos que são
aceitos, esperados e incentivados pelos indivíduos de uma sociedade,
compreendendo toda uma série de crenças, normas e valores que determinam esses
comportamentos e definem o que está certo e errado, o que é bem e mal no âmbito
do convívio social.
• Os valores morais são passados e se consolidam de geração em geração, sendo
transmitidos pelo convívio em sociedade, pela cultura e tradições vigentes, e
também pela educação formal.
• Contudo, no atual nível de desenvolvimento da civilização podemos dizer que a
moral também é transmitida e consolidada pelos meios de comunicação de uma
forma geral.
27. • DANO MORAL
• Dano moral é um termo oriundo do Direito e refere-se a qualquer ação
que prejudique o ânimo social de uma pessoa, afetando-a de forma a
fazer se sentir inferior, menosprezada, desonrada, humilhada e etc. O
dano moral não se refere a prejuízos econômicos ou materiais, mas sim
àqueles que atacam a dignidade do indivíduo, ofendem seus sentimentos,
agridem seu intelecto.
• ASSÉDIO MORAL
• O assédio moral é um termo usado especificamente para se referir a
determinados comportamentos dentro do ambiente de trabalho. Quando
um funcionário é humilhado, xingado, criticado de forma negativa
durante um período significativo, maltratado, enfim, dizemos que essa
pessoa sofre assédio moral.
• MORAL, AMORAL E IMORAL
• Imoral é todo aquele comportamento que contraria a moral vigente, ficar
nu numa praça pública é imoral de acordo com os valores em voga em
nossa sociedade, por exemplo. Já amoral é aquele que não tem moral, que
está fora do campo de ação moral, que não a leva em consideração.
Notas do Editor
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