1. O documento discute a importância do Concílio Vaticano II 40 anos após sua abertura. 2. A convocação surpreendente do concílio pelo Papa João XXIII foi inspirada pelos desafios dos novos tempos e pela necessidade de colocar o Evangelho em contato com o mundo moderno. 3. O concílio marcou a transição da Igreja para uma época missionária e ecumênica, olhando para a humanidade à luz do mandato de Cristo.
1) O documento descreve os antecedentes históricos do Concílio Vaticano II, incluindo os desafios econômicos, políticos, sociais e culturais da época.
2) Havia divisões internas na Igreja entre os mais conservadores e os que defendiam o diálogo com a modernidade.
3) O Concílio traçou novas diretrizes para a Igreja, colocando Cristo no centro e enfatizando a Palavra de Deus, a natureza missionária da Igreja e a participação dos leigos
Concílio Vaticano II: Sinais dos Tempos e o Agir CristãoBernadetecebs .
1) O documento discute o Concílio Vaticano II, realizado entre 1962-1965, que promoveu a renovação da Igreja Católica.
2) O Papa Bento XVI considera o Concílio como um evento extraordinário inspirado por Deus para tornar a salvação divina acessível aos homens modernos.
3) O Concílio trouxe um novo espírito de abertura, diálogo ecumênico e compreensão dos valores do mundo, mais do que novas doutrinas.
1) O documento apresenta as intervenções de Dom Lefebvre nas sessões do Concílio Vaticano II, nas quais ele critica os textos propostos por considerá-los liberais e modernistas.
2) A nota da edição espanhola argumenta que o Concílio deu origem a uma "Nova Igreja" que deseja substituir a Igreja Católica tradicional.
3) O prefácio defende que as orientações liberais do Concílio causaram o "imenso desastre" sofrido pela Igreja
O documento discute a perspectiva do historiador Roberto de Mattei sobre o Concílio Vaticano II. Ele aponta que o Concílio trouxe uma revolução na linguagem e mentalidade da Igreja, mas não em seu conteúdo doutrinal. Além disso, destaca o silêncio do Concílio sobre o comunismo e analisa o clima pré-Conciliar e suas consequências para a Igreja nos últimos 50 anos.
1) O Papa João Paulo II está escrevendo uma encíclica para comemorar o centenário da Rerum Novarum de Leão XIII.
2) A Rerum Novarum abordou a "questão operária" em um contexto de conflito entre capital e trabalho no final do século XIX.
3) João Paulo II irá reexaminar os princípios fundamentais da Rerum Novarum à luz dos desafios atuais e do futuro.
Tratado de História Eclesiástica (Padre Rivaux) - Volume 2epinus
O documento é um tratado de história eclesiástica dividido em seis épocas, abrangendo desde o século XIII até o século XVI. Resume os principais acontecimentos políticos e religiosos de cada século, como as cruzadas, o Grande Cisma do Ocidente, a Reforma Protestante e o Concílio de Trento. Destaca também muitos santos e doutores da Igreja que viveram nesses períodos.
Este documento descreve a vida de infância e educação inicial de Santo Afonso Maria de Ligório. Ele nasceu em Nápoles no final do século XVII em uma família nobre e muito devota. Sua mãe deu-lhe uma educação cristã exemplar que o ajudou a desenvolver virtudes como a piedade, a oração e o amor a Deus desde cedo. Ele mostrou sinais precoces de santidade e foi um modelo de perfeição para os outros.
O documento apresenta um livro intitulado "O Diabo, Lutero e o Protestantismo" que discute:
1) A introdução resume que o livro irá explorar as conexões entre o diabo, Lutero e o Protestantismo, assim como o autor anteriormente explorou as conexões entre Cristo, o Papa e a Igreja.
2) O livro contém 16 capítulos que discutem a vida e obra de Lutero, o desenvolvimento do Protestantismo, e a Contra-Reforma Católica.
3) O autor afirma
1) O documento descreve os antecedentes históricos do Concílio Vaticano II, incluindo os desafios econômicos, políticos, sociais e culturais da época.
2) Havia divisões internas na Igreja entre os mais conservadores e os que defendiam o diálogo com a modernidade.
3) O Concílio traçou novas diretrizes para a Igreja, colocando Cristo no centro e enfatizando a Palavra de Deus, a natureza missionária da Igreja e a participação dos leigos
Concílio Vaticano II: Sinais dos Tempos e o Agir CristãoBernadetecebs .
1) O documento discute o Concílio Vaticano II, realizado entre 1962-1965, que promoveu a renovação da Igreja Católica.
2) O Papa Bento XVI considera o Concílio como um evento extraordinário inspirado por Deus para tornar a salvação divina acessível aos homens modernos.
3) O Concílio trouxe um novo espírito de abertura, diálogo ecumênico e compreensão dos valores do mundo, mais do que novas doutrinas.
1) O documento apresenta as intervenções de Dom Lefebvre nas sessões do Concílio Vaticano II, nas quais ele critica os textos propostos por considerá-los liberais e modernistas.
2) A nota da edição espanhola argumenta que o Concílio deu origem a uma "Nova Igreja" que deseja substituir a Igreja Católica tradicional.
3) O prefácio defende que as orientações liberais do Concílio causaram o "imenso desastre" sofrido pela Igreja
O documento discute a perspectiva do historiador Roberto de Mattei sobre o Concílio Vaticano II. Ele aponta que o Concílio trouxe uma revolução na linguagem e mentalidade da Igreja, mas não em seu conteúdo doutrinal. Além disso, destaca o silêncio do Concílio sobre o comunismo e analisa o clima pré-Conciliar e suas consequências para a Igreja nos últimos 50 anos.
1) O Papa João Paulo II está escrevendo uma encíclica para comemorar o centenário da Rerum Novarum de Leão XIII.
2) A Rerum Novarum abordou a "questão operária" em um contexto de conflito entre capital e trabalho no final do século XIX.
3) João Paulo II irá reexaminar os princípios fundamentais da Rerum Novarum à luz dos desafios atuais e do futuro.
Tratado de História Eclesiástica (Padre Rivaux) - Volume 2epinus
O documento é um tratado de história eclesiástica dividido em seis épocas, abrangendo desde o século XIII até o século XVI. Resume os principais acontecimentos políticos e religiosos de cada século, como as cruzadas, o Grande Cisma do Ocidente, a Reforma Protestante e o Concílio de Trento. Destaca também muitos santos e doutores da Igreja que viveram nesses períodos.
Este documento descreve a vida de infância e educação inicial de Santo Afonso Maria de Ligório. Ele nasceu em Nápoles no final do século XVII em uma família nobre e muito devota. Sua mãe deu-lhe uma educação cristã exemplar que o ajudou a desenvolver virtudes como a piedade, a oração e o amor a Deus desde cedo. Ele mostrou sinais precoces de santidade e foi um modelo de perfeição para os outros.
O documento apresenta um livro intitulado "O Diabo, Lutero e o Protestantismo" que discute:
1) A introdução resume que o livro irá explorar as conexões entre o diabo, Lutero e o Protestantismo, assim como o autor anteriormente explorou as conexões entre Cristo, o Papa e a Igreja.
2) O livro contém 16 capítulos que discutem a vida e obra de Lutero, o desenvolvimento do Protestantismo, e a Contra-Reforma Católica.
3) O autor afirma
Este documento é um tratado de história eclesiástica dividido em quatro épocas, cobrindo os primeiros séculos da Igreja Católica. Apresenta os principais acontecimentos, figuras, heresias e concílios desde a fundação da Igreja até o século IV, incluindo a vida e obras dos apóstolos, dos padres da Igreja, mártires, hereges e santos.
O Papa Bento XVI renunciou ao pontificado em 28 de fevereiro devido à idade avançada e falta de forças para exercer o cargo. Sua renúncia surpreendeu a todos e levantou questionamentos sobre os últimos anos de seu pontificado, marcados por escândalos e corrupção dentro da Igreja Católica.
1) O documento resume a Encíclica Populorum Progressio do Papa Paulo VI, publicada em 1967 para marcar o 20o aniversário.
2) A Encíclica trata do desenvolvimento dos povos e está alinhada com os ensinamentos do Concílio Vaticano II, particularmente a constituição Gaudium et Spes.
3) A Encíclica apresenta a doutrina social da Igreja de forma renovada e aplicada aos desafios contemporâneos como a pobreza e o subdesenvolvimento.
1. O documento descreve a história da Igreja Cristã desde suas origens, passando pelas primeiras comunidades cristãs até a Reforma Protestante.
2. Ele contextualiza o surgimento da Igreja em um mundo dominado politicamente pelo Império Romano e culturalmente pelo Helenismo, e discute as primeiras resistências dos judeus a essas influências, como no período dos Macabeus.
3. O documento também analisa a visão de Jesus sobre a libertação de Israel do jugo romano, concluindo que embora tenha tido um pap
- HISTÓRIA DA IGREJA-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA/PRODUÇÃO/AG...Antonio Inácio Ferraz
1. O documento descreve a história da Igreja Cristã desde suas origens, passando pelas perseguições, estruturação, concílios e reformas.
2. Ele contextualiza o surgimento da Igreja em um mundo dominado politicamente pelo Império Romano e culturalmente pelo Helenismo.
3. Também aborda a história dos judeus, marcada por sucessivas dominações de impérios como Assíria e Babilônia, e a resistência liderada pelos Macabeus contra a tentativa do rei Antíoco IV de elim
This thesis examines Pope Benedict XVI's proposal for reforming the liturgical reform that followed the Second Vatican Council. It discusses Benedict's view that the correct form of the Mass is a combination of sacrifice and banquet. While the post-Council reform emphasized the banquet dimension, Benedict calls for a new liturgical movement to stimulate spiritual development and liturgical study, and to restore practices like placing the crucifix at the center of the altar.
O documento discute diferentes interpretações do livro do Apocalipse e do capítulo 24 de Mateus entre teólogos pós-milenistas preteristas. Discute-se que (1) há duas escolas de interpretação preterista do Apocalipse, focando em Israel ou Israel e Roma, (2) a visão do autor é que o foco é em Israel, e (3) Mateus 24 pode distinguir dois eventos - a destruição de Jerusalém e o segundo advento.
A institucionalização da dogmática jurídico-canônica medieval_ppt.Eduardo Severo
A Igreja Católica se consolidou como a única instituição sólida da Idade Média, despontando como um grande senhor feudal dono de terras e do poder espiritual e temporal na Europa. O direito canônico representou a legitimação da autoridade da Igreja ao determinar a interpretação correta dos litígios e a resolução de conflitos, monopolizando a produção jurídica e controlando o que era considerado verdade. O papa personificou o carisma de Cristo e da Igreja, representando a figura paterna pro
1) O documento introduz a Exortação Apostólica "Vita Consecrata" do Papa João Paulo II sobre a vida consagrada na Igreja e sua missão. 2) Ele descreve a riqueza e diversidade das formas de vida consagrada ao longo da história, incluindo a vida monástica no Oriente e Ocidente. 3) O documento também destaca institutos dedicados à contemplação e formas como a ordem das virgens, eremitas e viúvas.
Com o retorno dos Papas a Roma no século 15, eles começaram a patrocinar as artes da Renascença Italiana e se envolver mais na política italiana. Os papas da Renascença, como Júlio II, focavam em questões políticas e artísticas, patrocinando grandes projetos como a reconstrução da Basílica de São Pedro para glorificar a Igreja e seu próprio legado.
Início do Congregacionalismo no brasil apresentaçãoFredson André
Pesquisa realizada nas seguintes fontes:
*Congregacionalismo Brasileiro – M. Porto Filho
*Edição Bíblia Comemorativa – Aliança Congregacional
*Centro de Memória Viva – IEF Igreja Evangélica Fluminense
Este documento resume o conteúdo de um livro sobre as Epístolas Cristãs dividido em duas unidades. A primeira trata das epístolas escritas por Paulo na prisão, incluindo Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. A segunda trata das Epístolas Gerais como Tiago, Pedro, João e Judas. O documento fornece detalhes sobre o tema, data, conteúdo e estrutura de cada epístola.
1) A abertura dos portos brasileiros após a fuga da família real portuguesa para o Brasil em 1808 permitiu a entrada do protestantismo no país. 2) Os ingleses construíram a primeira igreja protestante no Brasil em 1819 para atender suas necessidades religiosas. 3) A divulgação de informações sobre o atraso espiritual do Brasil e a distribuição de Bíblias por marinheiros estrangeiros ajudaram a preparar o terreno para o evangelho protestante.
O documento discute a epístola de Paulo aos Filipenses, onde ele exorta os cristãos a permanecerem firmes na fé e a imitarem seu exemplo e de outros obreiros fiéis. Paulo alerta sobre falsos cristãos que se infiltram na igreja e vivem apenas para satisfazer desejos carnais. No final, ele fala sobre a esperança da transformação dos corpos na ressurreição e da cidade celestial como patria dos que amam a cruz de Cristo.
1) O documento discute a história da teologia do Novo Testamento desde a Idade Média até os dias atuais, incluindo diferentes perspectivas como a Reforma, o Iluminismo e a filosofia de Hegel.
2) É analisado o conceito de Reino de Deus no judaísmo e nos ensinamentos de Jesus, sendo entendido como o domínio de Deus na terra e no céu.
3) São descritos vários aspectos do ministério de Jesus relacionados ao Reino de Deus, como parábolas, demôn
Este documento presenta una introducción al tema del liderazgo. Discuta la crisis de la cultura patriarcal y la necesidad de cambiar a estilos de liderazgo más participativos. También destaca la importancia de desarrollar nuevas competencias de liderazgo a través de un aprendizaje integral para poder administrar mejor el cambio en las organizaciones.
Este documento describe los conceptos y métodos fundamentales para realizar encuestas, incluyendo la clasificación de variables, escalas de medición, instrumentos de medición como observaciones, encuestas y entrevistas, y cómo diseñar cuestionarios para encuestas de manera efectiva. El objetivo principal es proporcionar una introducción básica a la metodología cuantitativa para estudios sociales.
Este documento presenta una sinopsis de una historia de amor sobrenatural entre Erika, una vampiresa que será la futura reina de los vampiros, e Izan, un ángel vengador de 400 años. A pesar de ser enemigos naturales debido a su raza, se darán cuenta de que están hechos el uno para el otro después de soñar el uno con el otro. Un maleficio los unirá en el amor a pesar de las fuerzas que tratarán de separarlos. El documento continúa con un prefacio que presenta las perspectivas de
Este documento presenta un resumen de la primera parte de la historia "El pequeño vampiro". Introduce a los personajes principales: Antón, un niño que le gusta leer historias de vampiros, y Rüdiger, un vampiro pequeño de 150 años que se hizo vampiro cuando era niño. Rüdiger visita a Antón mientras está solo en casa y se hacen amigos. Antón conoce a otros vampiros de la familia de Rüdiger como Anna y Lumpi.
Este documento resume las principales escuelas de pensamiento en administración. Incluye la Escuela Clásica de Taylor y Fayol, la Escuela de las Relaciones Humanas, la Escuela Sistémica, la Escuela del Proceso Administrativo, la Escuela Empírica, la Escuela Ecléctica, la Escuela del Sistema Social, la Escuela de Administración de Sistemas y la Escuela Burocrática. Cada escuela aportó nuevos enfoques y conocimientos sobre cómo administrar de manera más efectiva las organizaciones.
Este documento presenta una introducción a la metodología de la investigación científica. Explica que la ciencia se construye a través de un proceso de comunicación formal e informal. Describe las etapas de planeamiento de una investigación, los métodos científicos y las características de un buen tema de investigación.
Este documento é um tratado de história eclesiástica dividido em quatro épocas, cobrindo os primeiros séculos da Igreja Católica. Apresenta os principais acontecimentos, figuras, heresias e concílios desde a fundação da Igreja até o século IV, incluindo a vida e obras dos apóstolos, dos padres da Igreja, mártires, hereges e santos.
O Papa Bento XVI renunciou ao pontificado em 28 de fevereiro devido à idade avançada e falta de forças para exercer o cargo. Sua renúncia surpreendeu a todos e levantou questionamentos sobre os últimos anos de seu pontificado, marcados por escândalos e corrupção dentro da Igreja Católica.
1) O documento resume a Encíclica Populorum Progressio do Papa Paulo VI, publicada em 1967 para marcar o 20o aniversário.
2) A Encíclica trata do desenvolvimento dos povos e está alinhada com os ensinamentos do Concílio Vaticano II, particularmente a constituição Gaudium et Spes.
3) A Encíclica apresenta a doutrina social da Igreja de forma renovada e aplicada aos desafios contemporâneos como a pobreza e o subdesenvolvimento.
1. O documento descreve a história da Igreja Cristã desde suas origens, passando pelas primeiras comunidades cristãs até a Reforma Protestante.
2. Ele contextualiza o surgimento da Igreja em um mundo dominado politicamente pelo Império Romano e culturalmente pelo Helenismo, e discute as primeiras resistências dos judeus a essas influências, como no período dos Macabeus.
3. O documento também analisa a visão de Jesus sobre a libertação de Israel do jugo romano, concluindo que embora tenha tido um pap
- HISTÓRIA DA IGREJA-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA/PRODUÇÃO/AG...Antonio Inácio Ferraz
1. O documento descreve a história da Igreja Cristã desde suas origens, passando pelas perseguições, estruturação, concílios e reformas.
2. Ele contextualiza o surgimento da Igreja em um mundo dominado politicamente pelo Império Romano e culturalmente pelo Helenismo.
3. Também aborda a história dos judeus, marcada por sucessivas dominações de impérios como Assíria e Babilônia, e a resistência liderada pelos Macabeus contra a tentativa do rei Antíoco IV de elim
This thesis examines Pope Benedict XVI's proposal for reforming the liturgical reform that followed the Second Vatican Council. It discusses Benedict's view that the correct form of the Mass is a combination of sacrifice and banquet. While the post-Council reform emphasized the banquet dimension, Benedict calls for a new liturgical movement to stimulate spiritual development and liturgical study, and to restore practices like placing the crucifix at the center of the altar.
O documento discute diferentes interpretações do livro do Apocalipse e do capítulo 24 de Mateus entre teólogos pós-milenistas preteristas. Discute-se que (1) há duas escolas de interpretação preterista do Apocalipse, focando em Israel ou Israel e Roma, (2) a visão do autor é que o foco é em Israel, e (3) Mateus 24 pode distinguir dois eventos - a destruição de Jerusalém e o segundo advento.
A institucionalização da dogmática jurídico-canônica medieval_ppt.Eduardo Severo
A Igreja Católica se consolidou como a única instituição sólida da Idade Média, despontando como um grande senhor feudal dono de terras e do poder espiritual e temporal na Europa. O direito canônico representou a legitimação da autoridade da Igreja ao determinar a interpretação correta dos litígios e a resolução de conflitos, monopolizando a produção jurídica e controlando o que era considerado verdade. O papa personificou o carisma de Cristo e da Igreja, representando a figura paterna pro
1) O documento introduz a Exortação Apostólica "Vita Consecrata" do Papa João Paulo II sobre a vida consagrada na Igreja e sua missão. 2) Ele descreve a riqueza e diversidade das formas de vida consagrada ao longo da história, incluindo a vida monástica no Oriente e Ocidente. 3) O documento também destaca institutos dedicados à contemplação e formas como a ordem das virgens, eremitas e viúvas.
Com o retorno dos Papas a Roma no século 15, eles começaram a patrocinar as artes da Renascença Italiana e se envolver mais na política italiana. Os papas da Renascença, como Júlio II, focavam em questões políticas e artísticas, patrocinando grandes projetos como a reconstrução da Basílica de São Pedro para glorificar a Igreja e seu próprio legado.
Início do Congregacionalismo no brasil apresentaçãoFredson André
Pesquisa realizada nas seguintes fontes:
*Congregacionalismo Brasileiro – M. Porto Filho
*Edição Bíblia Comemorativa – Aliança Congregacional
*Centro de Memória Viva – IEF Igreja Evangélica Fluminense
Este documento resume o conteúdo de um livro sobre as Epístolas Cristãs dividido em duas unidades. A primeira trata das epístolas escritas por Paulo na prisão, incluindo Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. A segunda trata das Epístolas Gerais como Tiago, Pedro, João e Judas. O documento fornece detalhes sobre o tema, data, conteúdo e estrutura de cada epístola.
1) A abertura dos portos brasileiros após a fuga da família real portuguesa para o Brasil em 1808 permitiu a entrada do protestantismo no país. 2) Os ingleses construíram a primeira igreja protestante no Brasil em 1819 para atender suas necessidades religiosas. 3) A divulgação de informações sobre o atraso espiritual do Brasil e a distribuição de Bíblias por marinheiros estrangeiros ajudaram a preparar o terreno para o evangelho protestante.
O documento discute a epístola de Paulo aos Filipenses, onde ele exorta os cristãos a permanecerem firmes na fé e a imitarem seu exemplo e de outros obreiros fiéis. Paulo alerta sobre falsos cristãos que se infiltram na igreja e vivem apenas para satisfazer desejos carnais. No final, ele fala sobre a esperança da transformação dos corpos na ressurreição e da cidade celestial como patria dos que amam a cruz de Cristo.
1) O documento discute a história da teologia do Novo Testamento desde a Idade Média até os dias atuais, incluindo diferentes perspectivas como a Reforma, o Iluminismo e a filosofia de Hegel.
2) É analisado o conceito de Reino de Deus no judaísmo e nos ensinamentos de Jesus, sendo entendido como o domínio de Deus na terra e no céu.
3) São descritos vários aspectos do ministério de Jesus relacionados ao Reino de Deus, como parábolas, demôn
Este documento presenta una introducción al tema del liderazgo. Discuta la crisis de la cultura patriarcal y la necesidad de cambiar a estilos de liderazgo más participativos. También destaca la importancia de desarrollar nuevas competencias de liderazgo a través de un aprendizaje integral para poder administrar mejor el cambio en las organizaciones.
Este documento describe los conceptos y métodos fundamentales para realizar encuestas, incluyendo la clasificación de variables, escalas de medición, instrumentos de medición como observaciones, encuestas y entrevistas, y cómo diseñar cuestionarios para encuestas de manera efectiva. El objetivo principal es proporcionar una introducción básica a la metodología cuantitativa para estudios sociales.
Este documento presenta una sinopsis de una historia de amor sobrenatural entre Erika, una vampiresa que será la futura reina de los vampiros, e Izan, un ángel vengador de 400 años. A pesar de ser enemigos naturales debido a su raza, se darán cuenta de que están hechos el uno para el otro después de soñar el uno con el otro. Un maleficio los unirá en el amor a pesar de las fuerzas que tratarán de separarlos. El documento continúa con un prefacio que presenta las perspectivas de
Este documento presenta un resumen de la primera parte de la historia "El pequeño vampiro". Introduce a los personajes principales: Antón, un niño que le gusta leer historias de vampiros, y Rüdiger, un vampiro pequeño de 150 años que se hizo vampiro cuando era niño. Rüdiger visita a Antón mientras está solo en casa y se hacen amigos. Antón conoce a otros vampiros de la familia de Rüdiger como Anna y Lumpi.
Este documento resume las principales escuelas de pensamiento en administración. Incluye la Escuela Clásica de Taylor y Fayol, la Escuela de las Relaciones Humanas, la Escuela Sistémica, la Escuela del Proceso Administrativo, la Escuela Empírica, la Escuela Ecléctica, la Escuela del Sistema Social, la Escuela de Administración de Sistemas y la Escuela Burocrática. Cada escuela aportó nuevos enfoques y conocimientos sobre cómo administrar de manera más efectiva las organizaciones.
Este documento presenta una introducción a la metodología de la investigación científica. Explica que la ciencia se construye a través de un proceso de comunicación formal e informal. Describe las etapas de planeamiento de una investigación, los métodos científicos y las características de un buen tema de investigación.
Este documento propone una nueva visión de la profesión docente en el Perú para lograr cambios en la identidad, el saber y la práctica docente que permitan alcanzar aprendizajes fundamentales en los estudiantes. Señala que la sociedad actual demanda una educación basada en valores democráticos y respeto intercultural, con docentes capaces de preparar a los estudiantes para los desafíos del futuro. Para ello, la docencia debe enfocarse en el desarrollo de capacidades de los estudiantes más que en la mera transmis
Este documento propone la creación de un nuevo Código Fiscal para el Estado de Zacatecas y sus municipios, debido a que el Código Fiscal actual data de 1984 y requiere actualizarse. El nuevo Código Fiscal unificaría la normatividad fiscal estatal y municipal, fortalecería la seguridad jurídica de los contribuyentes y ampliaría las facultades de las autoridades fiscales. El documento describe la estructura y contenido propuesto para el nuevo Código Fiscal.
Este documento presenta un texto universitario sobre la asignatura "Actividad Artística: Dibujo y Pintura". El documento define el arte, traza su evolución histórica y explica que las primeras manifestaciones artísticas estaban ligadas a la magia y el animismo. Además, presenta los objetivos y contenidos de la asignatura, la cual se divide en dos unidades que cubren temas como la historia del arte, el dibujo, la pintura, y los movimientos artísticos del siglo XX.
The document provides tips for writing effective error messages that do not blame the user but take responsibility, speak in plain language the user understands, specifically identify the problem, try to fix it if possible, give clear instructions, and communicate that the problem is being taken seriously. It also includes further reading on designing helpful error messages.
Gfpi f-019 guia de aprendizaje 01 tda orientar fpilisbet bravo
Este documento presenta una guía de aprendizaje para un proyecto de formación profesional integral en el Servicio Nacional de Aprendizaje (SENA) de Colombia. La guía describe las actividades de aprendizaje, los materiales requeridos, y los criterios de evaluación. El objetivo del proyecto es analizar variables contextuales que influyen en la formación profesional para desarrollar competencias acordes a las necesidades sociales y productivas.
Portafolio de Evidencias de mi Práctica DocenteNorma Vega
Este portafolio documenta la práctica docente de la autora en la asignatura de Español en segundo grado de secundaria durante el ciclo escolar 2014-2015. Incluye secciones sobre sus responsabilidades docentes como maestra de Español, su filosofía de enseñanza centrada en el desarrollo de competencias para la vida de los estudiantes, su metodología basada en proyectos didácticos, reflexiones sobre su práctica, evidencias de su trabajo incluyendo una biografía escrita por los estudiantes,
El emprendedor y el empresario profesional certMaestros Online
Este documento proporciona información sobre un servicio de asesoría y resolución de ejercicios para estudiantes. Incluye instrucciones para actividades individuales y colaborativas relacionadas con temas de emprendimiento, como definir ventajas y desventajas de pequeñas empresas, comparar características de empresarios tradicionales y profesionales, y desarrollar ideas de negocio. También incluye preguntas sobre pasiones personales y admiración por figuras públicas.
The poem is about hiding tears and sadness from a parting lover by pretending the tears are just rain. The speaker is saying goodbye but will appear unaffected because "you can't see tears in the rain." They will cry in vain and the other person will never know their pain or see that it matters to them. The rain provides cover for the speaker's true emotions as they turn the page and let go of the relationship.
Liturgia na Idade Contemporânea, Movimento Litúrgico
Nos últimos séculos, principalmente nos séculos XIX e XX, os estudos, pesquisas, reflexões sobre a liturgia foram particularmente numerosos, ampliando o conhecimento do passado e abrindo perspectivas de novos horizontes para o futuro.
A história da Igreja e da sociedade civil, o influxo das culturas dos povos nas quais nossa liturgia se formou e foi celebrada, as situações psicológicas e espirituais de tantas épocas deixaram seus traços que estão semidestinados a germinar no cominho de Mudança e de enculturação traçado pelo Vaticano II.
É a base para constituir o futuro que, como sempre na história da liturgia, exige uma sã leitura das situações do presente inspirada e sustentada por um bom conhecimento da experiência dos Padres. Conhecimento da história e sensibilidade ao presente se entrelaçam profundamente na vida da sociedade e da Igreja.” (Pe. Burkhard Neunheuser, OSB)
Concílio Ecumênico Vaticano II - Um debate a ser feito - Mons. Brunero Gherar...epinus
Este documento é um livro escrito por Mons. Brunero Gherardini intitulado "Concílio Ecumênico Vaticano II: um debate a ser feito" que analisa criticamente os documentos do Concílio Vaticano II. O autor defende uma "hermenêutica da continuidade" para interpretar o Concílio à luz da tradição da Igreja e argumenta que algumas passagens podem ensinar coisas "novas" em vez de apenas "novas". O bispo Mario Oliveri elogia o livro e apoia o pedido final
O Concílio Vaticano II foi convocado pelo Papa João XXIII em 1962 para atender às mudanças dos tempos modernos e renovar a Igreja Católica. O concílio, que reuniu bispos de todo o mundo, refletiu sobre como promover a unidade entre as igrejas cristãs e reconhecer a identidade e especificidade de cada uma. Ele produziu documentos que promoveram o ecumenismo e a renovação da Igreja.
O texto resume a biografia de Hubert Jedin, um historiador católico alemão nascido em 1900. Ele estudou teologia e história da Igreja e foi professor em várias universidades na Alemanha. Seu trabalho mais importante foi uma história do Concílio de Trento em quatro volumes. Desde 1949 ele foi professor na Universidade de Bonn.
1) O documento discute a Encíclica Populorum Progressio do Papa Paulo VI, publicada em 1967, que trata do desenvolvimento dos povos.
2) A Encíclica é vista como uma aplicação dos ensinamentos do Concílio Vaticano II e aborda temas como a miséria, o subdesenvolvimento e a desigual distribuição de recursos.
3) A Encíclica trouxe novidades ao afirmar que a "questão social" tinha adquirido dimensão mundial e que os países em desenvolvimento enfrentam maiores problemas do que
O documento descreve o logotipo do Ano da Fé, que representa um barco (a Igreja) sobre ondas, com uma cruz como mastro onde estão as velas formando o símbolo de Cristo (IHS). O fundo das velas é um sol, referindo-se também à Eucaristia.
O documento discute a relação entre o Concílio Vaticano II e as transformações culturais na América Latina e no Caribe. Apresenta como o Concílio abriu caminho para questões culturais, especialmente na liturgia, reconhecendo a diversidade de ritos e permitindo maior uso das línguas locais. Também discute como as conferências episcopais na região, como a do Brasil, promoveram adaptações culturais, por vezes enfrentando resistências.
O documento descreve os principais documentos e contextos históricos da Doutrina Social da Igreja, incluindo encíclicas de vários Papas desde Leão XIII até João Paulo II que abordam questões sociais e econômicas. Ele também menciona conferências episcopais na América Latina e as fontes da Doutrina Social da Igreja.
Este documento é um livro escrito por Monsenhor Marcel Lefebvre que descreve o liberalismo, suas origens e aplicações, e como ele levou à apostasia da Igreja após o Concílio Vaticano II. O livro critica o catolicismo liberal e sua influência no Concílio, argumentando que o liberalismo introduziu a revolução na Igreja e levou a uma crise de fé e frutos negativos.
1. No século XIII, conflitos entre o Papa Bonifácio VIII e o rei da França Filipe, o Belo, abriram uma crise que dividiu a Itália entre guelfos e gibelinos.
2. No século XIV, o Papado se mudou para Avinhão sob domínio francês e depois retornou a Roma, mas um cisma no Ocidente dividiu a igreja entre obediências em Roma e Avinhão.
3. No século XV, concílios em Pisa, Constança e Basile
O Concílio Vaticano II foi um concílio ecumênico convocado pelo Papa João XXIII em 1962 para atualizar a Igreja. O concílio produziu documentos que promoveram o diálogo ecumênico e inter-religioso, enfatizaram a natureza missionária da Igreja e promoveram reformas litúrgicas e na formação do clero.
Capitulo 3 A Igreja no Século XX e Início do Novo Milênio (passando pelos 1...Klaus Newman
O documento descreve a história da Igreja Católica no século XX e início do século XXI, incluindo os papados de Leão XIII a Francisco, o Concílio Vaticano II e seus documentos, a Igreja na América Latina e a experiência da RCC.
Este documento descreve a história das Jornadas Mundiais de Oração pela Paz em Assis convocadas pelo Papa João Paulo II em 1986, 1993 e 2002. O autor argumenta que a escolha de Assis não foi acidental, já que a cidade é um símbolo de paz e reconciliação inspirado pela figura de São Francisco. O "Espírito de Assis" continua sendo um chamado profético para o diálogo entre religiões e povos vinte anos após o primeiro encontro.
O documento apresenta uma introdução sobre o Concílio Vaticano II, fornecendo informações sobre o contexto que antecedeu o Concílio e sua importância para a Igreja Católica. O artigo destaca os principais movimentos teológicos pré-conciliares como o Movimento Patrístico, Litúrgico e Bíblico, que prepararam o terreno para a abertura da Igreja ao mundo moderno durante o Concílio.
1) O Papa João Paulo II está escrevendo uma encíclica para comemorar o centenário da Rerum Novarum de Leão XIII.
2) A Rerum Novarum abordou a "questão operária" em um contexto de conflito entre capital e trabalho no final do século XIX.
3) João Paulo II irá reexaminar os princípios fundamentais da Rerum Novarum à luz dos desafios atuais e do futuro.
O documento descreve a história da Igreja Católica nos séculos XIX e XX, período de grandes transformações. A Igreja viu-se obrigada a uma permanente adaptação diante da sociedade industrial em transformação e das novas ideologias como o liberalismo e o socialismo. Importantes eventos como a perda dos Estados Pontifícios e o Concílio Vaticano II representaram esforços da Igreja para se abrir ao mundo moderno.
Os Grandes Concílios Ecumênicos são encontros entre todos os bispos do mundo convocados pela Igreja Católica para discutir e promulgar textos fundamentais para o desenvolvimento da doutrina católica. O documento descreve os principais concílios como o de Jerusalém, Nicéia, Constantinopla, Trento, Vaticano I e Vaticano II.
[1] A beatificação de Gabriele Allegra, OFM, missionário que traduziu a Bíblia para o chinês, ocorreu na Catedral de Acireale na presença do Cardeal Amato. [2] A XXII Assembleia da UCLAF ocorreu em Vila Velha e discutiu temas como a cultura pós-moderna e a formação missionária. [3] Os Definidores das Províncias do Norte da Itália se reuniram para planejar a união das economias provinciais e qualificar a vida francis
Exercício 3ªº série a igreja e acultura medievalÓcio do Ofício
1) A Igreja Católica foi a principal instituição após a queda do Império Romano e interpretou o cristianismo de forma a evitar heresias.
2) A Igreja tinha uma organização hierárquica com clero dividido em ordens e dois poderes: espiritual e temporal.
3) O Ditado do Papa declarou que só o Papa pode depor imperadores e que a Igreja nunca erra, aumentando o poder papal sobre clérigos e monarcas.
O documento descreve a história da liturgia cristã desde os primeiros séculos até o pós-Concílio Vaticano II. Começa com a liturgia dos primeiros cristãos, passa pelas catacumbas e basílicas, Idade Média, Trento, Vaticano II e suas mudanças, encerrando com elementos fundamentais da liturgia.
O documento discute o papel dos leigos na Igreja e na sociedade contemporânea. Aborda a história do reconhecimento do papel dos leigos após o Concílio Vaticano II, as características do mundo globalizado e suas consequências sociais e eclesiais, enfatizando a necessidade dos leigos atuarem como sujeitos na Igreja e no mundo.
O artigo discute a mensagem central do Evangelho de Marcos, apresentando Jesus como aquele que trouxe a Boa-Nova do Reino de Deus, curando os doentes e marginalizados, porém sendo perseguido e morto por não ser compreendido pelos poderosos de seu tempo. O texto também reflete sobre como seguir o caminho de Jesus hoje.
As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) são grupos de pessoas que se reúnem para refletir sobre a realidade à luz da fé católica e buscar soluções inspiradas na Bíblia. Surgiram no Brasil nos anos 1970 e contribuíram para a luta social e democratização do país. As CEBs promovem o método "ver-julgar-agir" e deram origem a movimentos sociais.
O documento descreve o que são as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) na Igreja Católica brasileira. Em suma: (1) as CEBs são pequenos grupos organizados em torno de paróquias ou capelas por leigos, padres ou bispos; (2) elas reúnem pessoas de classes populares para viver a fé em comunidade e lidar com problemas comuns; (3) as CEBs são animadas por agentes pastorais leigos ou religiosos que assessoram o povo para que ele seja sujeito de sua própria
Este documento resume a história da organização dos leigos no Brasil desde a década de 1950, destacando momentos como a criação do Conselho Nacional do Laicato em 1975 e sua evolução até se tornar o atual Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB). O texto também aborda eventos importantes como as assembleias da CNBB, o Concílio Vaticano II, exortações papais e conferências do CELAM que impulsionaram o crescimento e fortalecimento do laicato organizado no país.
Este documento discute a necessidade de transformar as paróquias católicas no Brasil em "comunidades de comunidades" para enfrentar os desafios atuais. Primeiramente, analisa a perspectiva bíblica e teológica da comunidade cristã e como as paróquias evoluíram ao longo do tempo. Em seguida, destaca os desafios atuais como o crescente individualismo e mudanças na sociedade. Por fim, propõe perspectivas pastorais como revitalizar as comunidades locais, prom
As CEBs têm suas raízes na herança de Jesus e das primeiras comunidades cristãs, que se reuniam nas casas para orar, partilhar a Palavra de Deus e os bens. Elas também herdam os ensinamentos do Concílio Vaticano II e dos documentos da Igreja brasileira e latino-americana, que promoveram as CEBs. Seu desafio atual é viver esses valores comunitários no contexto das transformações sociais e eclesiais contemporâneas.
CEBs: Comunidades de Comunidade a luz do Vaticano IIMARLI COSTA
O documento descreve o que é um concílio, o Concílio Vaticano II, seus objetivos de renovação da Igreja e como influenciou temas como a liturgia, participação dos leigos e relação com o mundo moderno.
O documento anuncia a 2a Ampliada das Comunidades Eclesiais de Base do Regional NE3 em Salvador-BA nos dias 31 de agosto e 1 de setembro, com o objetivo de preparar as CEBs para o 13o Intereclesial em Crato-CE em 2014.
1. RELAMI
Rede Ecumênica
Latino-Americana de Missiolog@s
O CONCÍLIO VATICANO II COMO EVENTO
UNIVERSAL E MISSIONÁRIO
Memória histórica e considerações
teológicas
a 40 anos de sua abertura
de Estevão Raschietti
e.rasquio@terra.com.br
O aniversário passou quase despercebido. No último dia 11 de outubro,
celebraram-se os 40 anos da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, mas as
comemorações foram um tanto sóbrias, no Brasil como no exterior. Aqui, apesar de
alguma louvável iniciativa1, a data foi praticamente ignorada pelas instâncias principais
da Igreja no Brasil. Lá fora, um Angelus do Papa no dia 13 de outubro, algumas analises
de destaque e pouco mais.
Qual o motivo de tanto descaso com um dos eventos mais importantes da história
da igreja e da humanidade do século XX? Esquecimento, falta de memória histórica, a
rotina cotidiana que nos impede de lembrar de certos acontecimentos? Ou omissão
proposital, apagão induzido na consciência eclesial, véu de piedoso silêncio sobre um
possível “erro” histórico que tanto estrago causou na cristandade às vésperas do terceiro
milênio?
Tenha a certeza o leitor, que setores influentes na igreja estão trabalhando afinco
nesta segunda perspectiva. No entanto, quem mais deveria zelar pelo patrimônio do
concílio, as CEBs, as pastorais, os movimentos leigos, etc. – todos filhos e filhas do
Vaticano II –, não parecem mostrar o mesmo ânimo no resgate, na reflexão e na
celebração de sua caminhada e de sua identidade. Isso gera uma certa preocupação e
um pouco de compadecimento.
Lembrar hoje da importância do Concílio Ecumênico Vaticano II não representa
um saudosismo facultativo, nem uma pretensão triunfalista. Ao contrário, diz respeito a
um compromisso essencial e profético dos cristãos diante do mundo de hoje. Afinal, foi
com o Vaticano II que a igreja católica inaugurou uma época de transição de uma
cristandade fechada e autocomplacente para uma igreja mundial e missionária.2
Ao menos que não queiramos voltar atrás, sair da inércia e da omissão em relação
à herança conciliar significa sobretudo redescobrir uma disposição fundamental de
espírito e atitudes para encarar os desafios que estão à nossa frente.
Para alcançarmos este objetivo, é necessário olhar para o Vaticano II através de
uma perspectiva hermenêutica que convida a compreende-lo como evento e não apenas
1 Alguns institutos teológicos realizaram seminários e conferências sobre o assunto. Destacaram-se
a semana de estudos organizada pelo Instituto Teológico Pastoral, o Conselho Missionário
Diocesano e a UFC de Fortaleza/CE (de 14 a 18 de outubro), e o Encontro de Formação do
Conselho Missionário Regional de São Paulo (de 24 a 26 de maio).
2 Segundo a interpretação de Karl Rahner: cf. RAHNER, K. Interpretazione teologica fondamentale
del Concilio Vaticano II. In: RAHNER, K. Sollecitudine per la Chiesa, p. 343.
2. 2
como uma soma de decisões e de textos produzidos: sua gestação, seus bastidores, o
profundo anseio de busca e de diálogo de seus protagonistas, a carga de renovação, as
temáticas de sua agenda, etc.3
O nosso percurso, portanto, será voltado a evidenciar algumas chaves de leitura a
partir do entendimento do concílio como evento no seu conjunto, enfatizando sua
abertura missionária e universal, particularmente em sua inspiração inicial, em sua
identidade, nas instâncias principais que animaram os debates de suas sessões.
1. O SURGIMENTO DA IDÉIA DE CONVOCAR UM CONCÍLIO.
“Pronuncio perante vós, certamente tremendo um pouco de emoção, mas também
com humilde firmeza de intenção, o nome das duas celebrações: um Sínodo
diocesano para a cidade de Roma e um Concílio geral para a Igreja Universal”.4
Com estas palavras, em 25 de janeiro de 1959, Papa João XXIII anunciava a
decisão de convocar um concílio para a Igreja, a menos de noventa dias após sua eleição
como sucessor de Pio XII.
O que foi logo definido como “um gesto de tranqüila audácia”5 aconteceu no
decorrer de uma breve alocução dirigida a um pequeno grupo de cardeais, reunidos por
ocasião da conclusão da semana de orações pela unidade dos cristãos, na basílica de São
Paulo fora dos muros, em Roma.
A surpresa e a desorientação curial diante desse anúncio emocionado, mas ao
mesmo tempo determinado, feito por um papa de transição, eram fatores destinados,
desde o começo, a compor o quadro de impacto extraordinário e universal para a Igreja
e para o mundo.
A hermenêutica jurídica presta atenção à “vontade do legislador” para a
interpretação correta das normas. Em relação ao concílio, tal referência é dada pela
vontade “soberana” do papa que o concebeu, o convocou e conduziu os trabalhos da
primeira fase. A “vontade do legislador” constitui, portanto, um primeiro critério para
entender o significado global do Vaticano II.
Ao abrir os trabalhos conciliares, João XXIII afirmaria que a idéia do concílio fora
“um lampejo de luz suprema”, e o “florir elementar e imprevisto em nosso coração e de
nossos lábios da palavra singela «concílio ecumênico»”.6 Numa anotação no seu Diário
da alma de 20 de janeiro de 1959 afirma “sem termos pensado antes”.7
3 Esta perspectiva levou recentemente o Instituto de Ciências Religiosas de Bolonha (Itália) a
coordenar um grupo internacional de historiadores para a ambiciosa publicação de cinco volumes
sobre a História do Concílio Vaticano II. Uma obra de excepcional qualidade e documentação que
está sendo editada em português pela Vozes.
4 ALBERIGO, G. O anúncio do concílio. In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O. (Coords.) História do
Concílio Vaticano II. v. I, p. 21, apud MELLONI A. “Questa festiva ricorrenza”. Prodromi e
preparazione del discorso di annuncio del Vaticano II. RSLR 28 (1992). p. 607.
5 Era esse o título de um comentário do pe. Glorieux sobre o anúncio do concílio em La Croix de
30.01.1959. Cf. ibid., p. 21.
6 Alocução solene de abertura do Concílio Vaticano II Gaudium Mater Ecclesia, EV 34*. Para as
citações dos documentos preparatórios e das mensagens entre as várias sessões do concílio,
utilizaremos a seguinte fonte com a sigla EV: ENCHIRIDION VATICANUM. 1. Documenti ufficiali del
Concilio Vaticano II 1962-1965. Bologna: EDB, 1981. O asterisco depois da número do parágrafo é
indicado por essa mesma fonte, para distinguir os discursos pontifícios dos documentos conciliares.
7 Cf. ALBERIGO, G. O anúncio do concílio. In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O. (Coords.) História ... v.
I, p. 26. Em outra anotação do mesmo Diário de 11 de setembro de 1962 ele retoma: “sem nunca
ter pensado, e contra qualquer suposição minha ou imaginação sobre isso. O primeiro a ficar
surpreso com essa minha proposta fui eu mesmo”. Cf. ALBERIGO, G. Ângelo ... p. 211.
3. 3
Contudo, essa iluminação pessoal e imprevista, “uma decisão livre e independente
como talvez jamais se tenha verificado na história dos concílios ecumênicos”8, foi, de
fato, fruto de uma convicção lentamente sedimentada no espírito do “papa bom”9 e no
espírito da época.10
1.1 Os desafios dos novos tempos
Os desafios dos novos tempos, perspicazmente percebidos por papa Roncalli,
foram determinantes em sua inspiração. Na mesma alocução de janeiro de 1959, João
XXIII já se referia a “épocas de renovação”. Segundo ele, a Igreja estava “no limiar de
uma nova época”11, “numa época que se poderia chamar de missão universal”12, na
qual “é preciso acolher a recomendação de Jesus para saber distinguir os «sinais dos
tempos» (...) e descobrir, no meio de tantas trevas, indícios que levam a esperar”, como
afirmaria na Constituição Apostólica de convocação do próprio concílio.13
O papa não desgrudava seu olhar da situação mundial da humanidade que já
traçava os distintos perfis do que hoje chamamos de globalização. A experiência de trinta
anos de diplomacia na Bulgária, na Turquia, na Grécia e na França, além de um
significativo período como presidente das Pontifícias Obras Missionárias na Itália, antes
de ser nomeado bispo em 1925, fez de Roncalli um espírito missionário sensível e atento
aos sinais de evolução da situação mundial.
Junto ao trauma universal induzido pelo segundo conflito mundial, ao milagre
econômico alemão e italiano, à incipiente revolução tecnológica, à consolidação dos
blocos geopolíticos dos EUA e da URSS, com as conseqüentes “guerra fria” e ameaça
atômica, o elemento mais importante que marcava a conjuntura do planeta na época do
concílio era o fim do colonialismo e a ascensão do Terceiro Mundo.14
Diferentemente de seu predecessor, João XXIII deixa-se envolver muito mais
pelas questões internacionais que por circunstâncias políticas internas italianas. A luta
contra o comunismo não predomina mais no magistério papal, enquanto a preocupação
com a paz mundial torna-se um tema dominante de seu pontificado. O horizonte
roncalliano é um horizonte profeticamente universal, repleto daquele otimismo –
considerado às vezes ingênuo – típico dos anos sessenta. Depois de tantas tempestades
na vida da humanidade, como foram as duas guerras mundiais, um sentimento universal
de “alegria e esperança” tinha surgido como um clarão diante das distensões entre a
América de Kennedy e o comunismo de Khrushchev, do avanço tecnológico e econômico
de muitos países e da emancipação das nações africanas.
8 ALBERIGO, G. O anúncio do concílio. In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O. (Coords.) História ... v. I,
p. 32.
9 Assim era chamado pelo povo de Roma João XXIII. O seu caráter de homem pacífico, alheio ao
conflito e carinhoso atraiu simpatias e teve um impacto determinante para o clima interno e
externo ao concílio.
10 Projetos de retomada do Concílio Vaticano I, interrompido em 1870, por causa da guerra
franco-prussiana e da entrada dos italianos em Roma, tinham sido cogitados nos dois pontificados
precedentes. Movimentos de renovação pastoral e de reflexão teológica, particularmente no âmbito
litúrgico, exegético e ecumênico, tinham dado vida, a partir dos anos trinta, a uma temporada de
extraordinária fecundidade que estimulou setores da Igreja a pensar em profundas mudanças.
11 Cf. ALBERIGO, G. O anúncio do concílio. In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O. (Coords.) História ...
v. I, p. 50. Também na constituição apostólica Humanae Salutis, EV 3*.
12 Ibid., p. 23 apud DISCORSI MESSAGGI COLLOQUI DEL S.PADRE GIOVANNI XXIII, v. 2, p. 654.
13 EV 4*.
14 Desde a Indonésia, que se torna independente em 1945, até o Zaire em 1960, uma série de
países da África e da Ásia ia construindo sua identidade nacional na esperança e alegria da
liberdade.
4. 4
“Sem dúvida, a convocação do concílio se beneficia do otimismo econômico,
político e cultural geral. Procurar-se-iam em vão laços mais estreitos: é preciso se
contentar com afirmar, e não é pouco, que a decisão pontifícia parece
convergente, em sua vontade de união e abertura, com uma das tendências
maiores de sua época, tendência que ela vai contribuir vigorosamente para
reforçar”.15
1.2 Os pontos nodais
Tendo em vista todas essas considerações e todo o conjunto do pontificado
roncalliano, os pontos nodais da inspiração de João XXIII, ao convocar um concílio,
podem ser esquematicamente deduzidos de seus pronunciamentos diretamente atinentes
à preparação do evento: particularmente, a constituição Humanae Salutis, a mensagem
radiofônica de 11 de setembro de 1962 e a alocução Gaudet Mater Ecclesia da solene
abertura de 11 de outubro do mesmo ano.
Desses textos aparecem como centrais os seguintes pontos:
- o concílio como “novo Pentecostes”, ou seja, como transição da Igreja para uma
época nova mediante “um salto adiante”16;
- a distinção entre a substância do depositum fidei e suas mutações históricas, e a
conseqüente necessidade de colocar em contato o Evangelho com o mundo
moderno17;
- o olhar para a humanidade à luz do grande mandato de Mt 28,16-2018 e o
compromisso da Igreja de perscrutar os sinais dos tempos19, de trabalhar pela
paz20, pela unidade dos cristãos21 e da família humana.22
O Vaticano II passou pela presidência de dois papas. Paulo VI deu continuidade à
iniciativa de João XXIII, através de três períodos celebrados entre 1963 e 1965. É
inegável o peso de seus aportes e de suas orientações sobre os trabalhos conciliares. No
entanto, a intenção e a inspiração de João XXIII deixaram um marco único na fisionomia
do concílio, ao passo que a contribuição de Paulo VI incidiu mais na redação de suas
decisões.
15 FOUILLOUX E. A fase antepreparatória (1959-1960). In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O. (Coords.)
História ... v. I, p. 73. Muito claramente, o concílio na intenção de João XXIII, coloca-se como mais
um evento para promover a paz entre as nações, como ele mesmo afirma na mensagem
radiofônica de 11 de setembro de 1962: “O Concílio Ecumênico está para reunir-se há 17 anos,
desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Pela primeira vez na história, os Padres do Concílio
pertencerão, na realidade, a todos os povos e nações, e cada um levará a contribuição de
inteligência e de experiência, para curar e sanar as cicatrizes dos dois conflitos, que mudaram
profundamente o rosto de todos os países”. Cf. EV 25*p
16 Cf. EV 23*; 55*. Veja-se também no Discurso de conclusão da primeira sessão. Cf. EV 124*.
Para J. Ratzinger não há rupturas, não há saltos na história: portanto, faz-se necessária uma
releitura do concílio e uma busca de um novo equilíbrio. Cf. RATZINGER, J.; MESSORI, V. A fé em
crise?, p. 15-28.42-45.
17 Cf. EV 3*; 55*.
18 Cf. EV 1*; 25f*.
19 Cf. EV 4*; 25c*.
20 Cf. EV 9*; 25*s; 25*q.
21 Cf. EV 8*; 22*; 60*
22 Cf. EV 61*.
5. 5
2. OS EIXOS PRINCIPAIS DO VATICANO II
“A sua razão de ser [do Concílio Vaticano II] é a continuação, ou melhor a
retomada mais enérgica da resposta do mundo inteiro, do mundo moderno ao
testamento do Senhor, formulado naquelas palavras pronunciadas com divina
solenidade, as mãos estendidas rumo aos confins do mundo: «Euntes ergo docete
omnes gentes»”.23
Estas palavras da mensagem radiofônica de João XXIII, um mês antes da solene
abertura do Vaticano II, deram, depois de um longo e conturbado período de
preparação24, uma clara orientação aos trabalhos conciliares. O grande mandato de
Mateus torna-se um dos lemas do evento, o trecho bíblico mais citado em suas variadas
formas nos documentos finais.
O cardeal belga Leo Jozef Suenens, umas das figuras-chaves do concílio, dirá que
“essas palavras constituem os próprios temas do plano”.25 Meses antes, Suenens
apresentara ao papa uma nota, revelando preocupações em relação aos trabalhos
preparatórios, obtendo dele a permissão de aprontar um plano mais coerente para a
realização do concílio. Esta proposta foi exposta a um grupo seleto de cardeais que a
apoiaram calorosamente.
O esquema de Suenens acabou inspirando a mensagem radiofônica, dando
expressão à mais genuína visão do papa sobre o concílio. Esta mensagem, obra
originalíssima de Roncalli26, representa um imediato contraponto à rigidez teológica e
dogmática dos textos que surgiram das comissões preparatórias. Praticamente, delineia a
identidade, o objetivo, a razão do Vaticano II. Dando continuidade às palavras de Mateus
28,16-20, ele traça dois grandes eixos sobre os quais devem tomar forma os trabalhos
conciliares. O primeiro, o eixo ad intra, de caráter dogmático, sobre a realidade e a
natureza da Igreja “qual ela é”.27 O segundo, o eixo ad extra, de caráter pastoral, sobre
a missão da Igreja diante “as exigências e as necessidades dos povos”.28
2.1 O aggiornamento
Em relação ao primeiro, papa João lança a expressão aggiornamento29, destinada
a tornar-se um dos principais relevos hermenêuticos de todo evento conciliar, apesar da
dificuldade de sua rigorosa determinação conceitual.
23 EV 25*f.
24 As comissões preparatórias elaboraram textos nos quais transpareciam uma disposição
apologética bastante contrastante com a visão inicial do papa. Duras críticas ao trabalho
preparatório foram levantadas por figuras importantes como König e Suenens. O mesmo João
XXIII tomou decisões que suscitaram certas perplexidades ao confiar, por exemplo, aos chefes
curiais a presidência das comissões, ao aprovar conjuntos de quaestiones que pouco refletiam sua
visão e ao exaltar o latim como língua oficial do concílio. Certas ações de Roncalli ainda
permanecem um mistério. Parece que ele optou por uma abrangência e uma liberdade na fase
preparatória que levaria os próprios padres conciliares a decidirem a linha do concílio. Os bispos do
Vaticano II, logo na primeira sessão, sentiram necessário repudiar bastante coisa do trabalho feito
para prepará-lo. Cf. KOMONCHAK, W. A luta pelo concílio durante a preparação. In: ALBERIGO, G.;
BEOZZO, J.O. (Coords.) História ... v. I, p. 171-349.
25 WITTSTADT, K. Às vésperas do Concílio Vaticano II. In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O. (Coords.)
História ... v. I, p. 433, apud SUENENS, L.J. Aux origines du Concile Vatican II, p. 4.
26 O fato de que foi inspirada por Suenens não quer dizer que foi copiada. Cf. WITTSTADT, K. Às
vésperas do Concílio Vaticano II. In: ibid., p. 433.
27 EV 25*g.
28 EV 25*h.
29 Em português, “atualização”. É bom precisar que João XXIII não inventa um neologismo, nem
aplica por primeiro este termo italiano à renovação eclesiástica. Em novembro de 1950, foi
6. 6
A palavra aparece tanto nos textos oficiais de João XXIII como nas decisões
conciliares sucessivas, sob formas latinas equivalentes como “accomodatio”, “renovatio
accomodata”, etc.30 Em particular, a encíclica Ad Petri Cathedram define a tríplice
finalidade do Concílio como “o incremento da fé católica e a saudável renovação dos
costumes no povo cristão e para a disciplina eclesiástica se aggiornar melhor às
necessidades dos nossos tempos”.31 Na alocução Gaudet Mater Ecclesia o papa afirma
que “com oportunos aggiornamenti e com sábia organização de mútua colaboração, a
Igreja fará com que os homens, as famílias, os povos realmente se voltem para as coisas
celestes”.32
João XXIII percebia o desnível e o mal-estar no qual se encontrava a Igreja diante
do mundo contemporâneo, e decretava, de forma sutil mas decidida, o fim de uma
“cristandade” segregada do mundo e fechada em si.33 O concílio entraria aos poucos em
sintonia com a visão do papa no final da primeira sessão.34
A Gaudet Mater Ecclesia não poupava também duras críticas aos “profetas de
desgraças”, que “nos tempos modernos não vêem senão prevaricações e ruínas (...)
como se nos tempos dos Concílios Ecumênicos anteriores tudo procedesse em plenitude
do triunfo da idéia e da vida cristã”.35 Não existe uma idade de ouro da Igreja que deve
ser restaurada, mas “a Providência está-nos conduzindo a uma nova ordem de relações
humanas, que (...) se dirigem ao cumprimento de desígnios superiores e não
esperados”.36
Com essa visão otimista, o aggiornamento ad intra não propõe propriamente uma
reforma da Igreja, mas uma nova postura de busca e de abertura em continuidade-
transformação entre a tradição e a novidade, diante dos desafios mundiais dos novos
tempos. Alberigo sublinha:
“Não uma reforma institucional, nem uma modificação doutrinal, mas uma
imersão total na tradição finalizada a um rejuvenescimento da vida cristã e da
Igreja. Uma fórmula em que a fidelidade à Tradição e a renovação profética
convocado em Roma o primeiro congresso internacional dos religiosos, que tinha como finalidade
“a «accommodata renovatio», ou seja, em vulgar, o «aggiornamento»” das ordens e congregações,
segundo o cardeal Piazza, La documentation catholique, 31 de dezembro de 1950, coluna 1699. Cf.
FOUILLOUX E. A fase antepreparatória (1959-1960). In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O. (Coords.)
História ... v. I, p. 84, nota 23.
30 Torna-se difícil, portanto, um levantamento sistemático do uso desta palavra nos documentos
do Vaticano II. Contudo, aparece bastante delineado o conceito de aggiornamento a respeito da
liturgia (SC 21; 43), da vida religiosa e de sua missão (PC 2; 7; 16; 20), da pastoral (OT 22), dos
seminários (OT 3), etc.
31 APC 33.
32 EV 37*.
33 Veja-se o significativo título da obra sobre o Vaticano II do jesuíta ROUQUETTE, R. La fin d’une
chrétienté. Chronique I et II. Paris: Cerf, 1968.
34 Segundo Rouquette, com a votação de 20 de novembro de 1962, que rechaçou o esquema De
fontibus revelationis, “termina a época da contra-reforma” (ibid., p. 259). A assembléia se afina
definitivamente com a inspiração do papa. De fato, o esquema rejeitado espelhava as posições
clássicas da controvérsia católica sobre a Escritura e a Tradição e carecia de índole pastoral. A
votação para interromper, e portanto refazer, a discussão sobre o esquema proposto pela comissão
preparatória, não alcançou, por pouco, os dois terços requeridos. Precisou da “mãozinha” de João
XXIII para que a votação se tornasse, de alguma forma, efetiva. Cf. RAGUER, Hilari. O primeiro
conflito doutrinal. In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O. (Coords.) História ... v. II, p. 221-250.
35 EV 40*.
36 EV 42*.
7. 7
estavam destinadas a conjugar-se; a leitura dos «sinais dos tempos» devia entrar
em sinergia recíproca com o testemunho evangélico”.37
Nesse sentido, o aggiornamento leva a caracterizar o Vaticano II como um concílio
eclesiológico, um “concílio da Igreja sobre a Igreja” – segundo uma célebre expressão de
Rahner –, um marco profundamente identitário, retomado com maior força por Paulo VI
no Discurso de Abertura da II Sessão, que se desenvolve quase paradoxalmente não
numa atitude introspectiva e autocomplacente, mas numa linha de abertura ao mundo e
de reconhecimento dos outros.
2.2 A pastoralidade
Estritamente ligado ao motivo ad intra, está, portanto, o eixo ad extra que
caracteriza o evento-concílio por outra dimensão fundamental: a pastoralidade. Tal
característica atravessa todo o percurso biográfico de Roncalli como um marco
constante.38 Durante sua coroação como papa, acentuou seu compromisso de ser um
bom pastor, segundo a imagem do décimo capítulo do evangelho de João, acrescentando
que:
“as outras qualidades humanas, a ciência, a percepção, o tato diplomático e as
qualidades organizativas podem se transformar num fato que complementaria um
governo pontifical, mas de alguma forma podem substituir a função de pastor”.39
Com o anúncio de um concílio para a Igreja universal, ele convoca “um Sínodo
diocesano para a Igreja de Roma”40 porque sentia-se, não só simbolicamente mas
autenticamente, bispo de Roma. Ele fez várias visitas pastorais às paróquias da cidade,
rompendo a habitual separação e clausura do papa no Vaticano, recolhendo um amplo,
convergente e decisivo consenso na opinião pública. Assim, João XXIII deu expressão à
tensão universalidade-contextualidade própria de seu ministério, fazendo dele um
espírito mundialmente aberto aos desafios da humanidade, mas ao mesmo tempo atento
e atuante, com o pé no chão, na sua realidade contextual.
Pastoral é a palavra-chave da eclesiologia de Roncalli. Junto ao aggiornamento
ocupa um lugar na alocução que anuncia o concílio, quando ele o põe na “única
perspectiva do bonum animorum e de uma correspondência bem clara e precisa do novo
pontificado com as exigências espirituais da hora presente”.41
De maneira definitiva e inequívoca, na Gaudet Mater Ecclesia, João XXIII fala da
necessidade de apresentar a doutrina “de modo que responda às exigências do nosso
tempo. Uma coisa é de fato o depósito da fé (...) outra é a forma com a qual [as
verdades] são proclamadas”. A preocupação do concílio não deve ser, portanto, “a
discussão deste ou daquele tema da doutrina fundamental da Igreja”, mas a linguagem
(“a forma”) de como esta doutrina deve ser apresentada:
“Precisará atribuir muita importância a esta forma e, se for necessário, precisará
insistir com paciência em sua elaboração: e se deverá recorrer a uma maneira de
37 ALBERIGO, G. Critérios hermenêuticos. In: BEOZZO, J.O. (Org.) A Igreja Latino-americana às
vésperas do Concílio, p. 20.
38 Nos textos de Roncalli o termo pastoral aparece cerca de 2000 vezes. Cf. ALBERIGO, G. O
anúncio do concílio. In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O. (Coords.) História ... v. I, p. 52, nota 83.
39 ALBERIGO, G. Ângelo José Roncalli: João XXIII,. p. 164.
40 Cf. nota 4.
41 Cf. ALBERIGO, G. O anúncio do concílio. In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O. (Coords.) História ...
v. I, p. 21, apud MELLONI A. “Questa festiva ricorrenza”. Prodromi e preparazione del discorso di
annuncio del Vaticano II. RSLR 28 (1992). p. 607.
8. 8
apresentar as coisas, que mais corresponda ao magistério, o caráter do qual é
preeminentemente pastoral”.42
Segundo o papa, “agora a esposa de Cristo prefere usar o remédio da misericórdia
àquele da severidade”. E ainda: “ela julga atender às necessidades de hoje, mostrando a
validade de sua doutrina mais que renovando condenações”.43 Um espírito abertamente
em contraste com o Syllabus de Pio IX, onde aparece como grave erro o fato de achar
que “o Pontífice Romano pode e deve reconciliar-se e transigir com o progresso, com o
liberalismo e com a recente civilização”.44
Pode-se perguntar em que medida essa postura pastoral de João XXIII tenha sido
um aspecto da necessidade de superar a exasperada tensão que veio se criando ao redor
do significado e do valor da “doutrina”, e conseqüentemente da disciplina, por ocasião da
polêmica modernista. Todavia, com certeza, para o papa, a consideração da história, em
sua relação com o Evangelho e com a doutrina cristã, é de relevância prioritária.
Segundo Ruggieri,
“a formulação da roupagem não aparece mais como algo caduco, mas como
imperativo histórico sempre novo, como algo a levar em conta pelo magistério,
que é de natureza predominantemente pastoral. Inseria-se assim a conotação
pastoral no próprio âmago da dimensão doutrinal do cristianismo, como exigência
inerente à doutrina para que se leve em conta a sua substância no tempo:
pastoral como hermenêutica histórica da verdade cristã”.45
Nesse sentido o Vaticano II, em sua pastoralidade, foi logo entendido como um
concílio totalmente novo, como afirma dom Boaventura Kloppenburg:
“O Vaticano II é sobretudo um concílio que se distingue muito mais pelo espírito,
que pelas novas explicitações da doutrina cristã (...) o especificamente novo e
importante do XXI Concílio ecumênico está na sua atitude pastoral, ecumênica e
missionária perante o mundo de hoje. (...) O Vaticano II é sobretudo um Concílio
com novos acentos e novas palavras sublinhadas. Sublinhar uma palavra ou uma
frase é sem dúvida um ato subjetivo, condicionado por situações e circunstâncias
(...) Mudança de acento não significa nem implica alteração na doutrina. O acento
é acidental, mas – convém insistir – é precisamente o acidente que dá o colorido e
o estilo”.46
Contudo, não faltam nos textos finais do Vaticano II, como não deixa de relevar o
mesmo Kloppenburg, importantes explicitações doutrinais. Permanece o fato de que o
concílio está mais preocupado com a transmissão da doutrina cristã do que com o seu
estrito conteúdo.
3. AS INSTÂNCIAS CRUCIAIS DA AGENDA CONCILIAR
42 EV 55*.
43 EV 57*
44 Cf. CASTRO, L. (Org.) Documentos de Gregório XVI e Pio IX, p. 332.
45 RUGGIERI, G. Proposta de uma hermenêutica para o Vaticano II. Concilium, p. 16-17.
46 KLOPPENBURG, B. A eclesiologia do Vaticano II, p. 16-17.
9. 9
Ao jornalista que lhe perguntou sobre o que esperava do Vaticano II, João XXIII
respondeu que não sabia muito bem. Porém, abrindo a janela, acrescentou: “pelo menos
ar fresco”.47
Há tempo, muitas instâncias esperavam ser acolhidas como “ar fresco” pela Igreja
de Roma. Particularmente, os fermentos surgidos na teologia da Europa central, depois
do vendaval antimodernista, com as novas experiências apostólicas em sociedades mais
industrializadas (Chenu, Thils, Philips), o confronto com a teologia protestante, a
migração russa e as instâncias ecumênicas (Beauduin, Congar), os estímulos recebidos
por algumas correntes filosóficas (Rahner, Schillebeeckx), a evolução da exegese bíblica
e a redescoberta das fontes cristãs (Cerfaux, De Lubac), foram abrindo caminhos
criativos para a reflexão cristã-católica no seio de sociedades sempre mais secularizadas.
José Comblin, numa nota autobiográfica, faz estas considerações:
“Estudei em Lovaina. Quer dizer que o Vaticano II não foi novidade para mim. Era
o que tínhamos aprendido quinze anos antes. A novidade foi que a hierarquia
começou a dizer o que pensávamos quinze anos antes. Isso nunca tínhamos
imaginado. De minha parte, tinha colaborado várias vezes com o cardeal Suenens,
que foi o articulador principal do Vaticano II”.48
Começam a convergir, depois do anúncio de janeiro de 1959, grandes
expectativas a respeito do concílio, que encontrarão uma certa expressão nos textos e
nas decisões finais.
Quatro podem ser considerados como pontos cruciais das instâncias que
chegaram e que ganharam destaque no foro conciliar: a centralidade da palavra de Deus
e do mistério trinitário, uma nova concepção da Igreja, a questão ecumênica e os sinais
dos tempos.
3. 1 A dimensão mistérica
A primeira instância retoma com força a dimensão mistérica da mensagem cristã
na forte acepção bíblica de uma revelação meta-racional, conhecível somente em partes
por meio de aproximações parciais, entre elas complementares e não exclusivas. Essa
postura, que perpassa toda a celebração do Vaticano II e os textos de suas decisões,
implica conseqüências de certo porte para uma concepção da “verdade” como complexo
orgânico de proposições dogmáticas.
De fato, a hegemonia da impostação metafísica, que se afirmou com o influxo da
cultura helenista, conferiu uma importância sempre maior à “verdade”, entendida como
conjunto abstrato e atemporal de conceitos, medida definitiva para a comunhão eclesial.
A perspectiva bíblica, ao contrário, mostra a verdade cristã como mistério trinitário
revelado na pessoa de Jesus e narrado pela tradição, um mistério vivo, inexaurível e
recapitulador de toda a economia salvífica, que convoca para uma adesão e um
seguimento incondicional. “O caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6) é, portanto, a
pessoa de Jesus em toda a espessura de seu mistério e não mais certa coerência
conceitual de formulações doutrinais.
3.2 A natureza da Igreja
A opção metodológica pelo mystêrion, no resgate paulino de uma realidade
concreta de salvação, aplica-se também à natureza da Igreja, concebida agora como
“sacramento” e não mais, primariamente, como instituição. A nova perspectiva vai além
47 Cf. ANTON, A. El misterio de la Iglesia, 1986. p. 836.
48 COMBLIN, J. Trinta anos de teologia latino-americana. In: SUSIN, L.C. (Org.) O mar se abriu.
Trinta anos de teologia na América Latina, p. 190.
10. 10
de um superamento de uma visão “essencialista” da Igreja como sociedade perfeita, para
apelar, antes de mais nada, para as dimensões profundas de fé que a constituem. O
ponto de partida da Lumen Gentium não podia ser mais explícito nesse sentido, com um
primeiro capítulo inteiramente dedicado ao “mistério da Igreja” em sua fundamentação
bíblica e trinitária, marcando o passo para uma virada eclesiológica.
“A prevalência de uma temática de tipo bem mais horizontal na eclesiologia
remonta quase sempre ao ponto de partida adotado por ela de fora para dentro,
quer dizer, de sua realidade institucional ao mistério de vida sobrenatural que
manifesta e comunica, entretanto, quando se parte de dentro para fora se insiste
mais na realidade mistérica da Igreja”.49
De dentro para fora: um enfoque missionário de abertura contra uma tensão
introspectiva de fechamento; uma verticalização entre alturas últimas e últimas
profundezas contra o achatamento horizontal das instituições históricas. A instância de
ultrapassar o eclesiocentrismo ganha uma expressão decisiva em prol da redescoberta de
outras dimensões fundamentais da vida cristã. A fé, a comunhão e o serviço tornam-se
agora os critérios-guia de pertença eclesial, no lugar da lógica interna das instituições
eclesiásticas. A aplicação da realidade bíblica do “povo de Deus” à Igreja supera a
cristalização de uma concepção monolítica apresentando uma dinâmica de um povo a
caminho e em contínuo aggiornamento diante do mistério de sua vocação. Ganham
espaço temas como o sacerdócio comum, o sensus fidelium e a comunhão entre igrejas,
todos aspectos que levam a uma profunda contemplação do mistério da Igreja para uma
expressão histórica radicalmente renovada.
3.3 O ecumenismo
Uma terceira instância que caracteriza o evento conciliar desde seus alvores e em
suas íntimas entranhas, é a ecumenicidade. Na redação oficial do primeiro anúncio de
janeiro de 1959, pronunciado não por acaso na conclusão da semana de orações pela
unidade dos cristãos, já se fala de “concílio ecumênico” que quer ser “um convite às
comunidades separadas para a busca da unidade, pela qual tantas almas hoje anelam de
todas as partes da terra”.50
No primeiro comentário oficioso, L’Osservatore Romano escreve que o concílio não
seria o “concílio do medo” mas o “concílio da unidade”.51
Na Ad Petri Cathedram, João XXIII afirma que o concílio
“sem dúvida, constituirá maravilhoso espetáculo de verdade, unidade, e caridade;
espetáculo que, ao ser contemplado pelos que vivem separados desta Sé
Apostólica, os convidará, como esperamos, a buscar e conseguir a unidade pela
qual Cristo dirigiu ao Pai do Céu a sua fervorosa oração”.52
E fazendo referência praticamente explícita ao Conselho Mundial de Igrejas,
continua:
“Sabemos, além disso, que a maior parte dos cristãos, ainda que separados de
nós e entre si, têm realizado congressos e organizado conselhos para se unirem:
49 ANTON, A. op cit., p. 880.
50 L’Osservatore Romano, 26/27 de janeiro de 1959.
51 L’Osservatore Romano, 1 de fevereiro de 1959.
52 APC 33.
11. 11
tudo isto mostra o veemente desejo que os impele a chegarem ao menos a certa
unidade”.53
Percebendo a forte instância dos tempos, Roncalli cria, por sua vez, em março de
1960, o Secretariado para a União dos cristãos, confiando-o ao cardeal Bea e tirando-o
das competências do Santo Ofício.
Enfim, representantes de outras igrejas são convidados a participar do Vaticano II
como observadores. Suas intervenções através do Secretariado para a União foram
significativas e incisivas.
A dimensão ecumênica foi aquela que, desde o começo, causou as maiores
reações e resistência por parte da cúria romana. Mas para João XXIII, esta questão
conjugava-se substancialmente com sua postura pastoral e com seu apelo incessante
para a unidade da família humana. Paulo VI, por sua vez, dará ao ecumenismo o caráter
de universalidade, pelo menos em duas ocasiões em seus discursos oficiais.54
3.4 O diálogo com o mundo moderno
O último aspecto representa, sem dúvida, a quarta e mais significativa instância
que ganha destaque com a celebração do Vaticano II. A urgência e a profunda disposição
a querer dialogar com o mundo moderno, é o grande pano de fundo e a principal
motivação interior do concílio.
Desde sua convocação oficial, em dezembro de 1961 com a Humanae salutis, João
XXIII chama à atenção para uma humanidade no limiar de uma nova era. As conquistas
no campo técnico e científico prometem “um grande progresso material ao qual não
corresponde um igual avanço em campo moral”.55 Mas isso leva as pessoas a
“tornarem-se pensativas, mais cientes de seus limites, desejosas de paz, atentas à
importância dos valores espirituais”, e acelera “aquele processo de estrita colaboração e
recíproca interação entre indivíduos, classes e nações (...) Tudo isso facilita sem dúvidas
o apostolado da Igreja”.56.
Para o papa, esse é um “sinal dos tempos”.57
Esse conceito, que faz sua entrada oficial na teologia católica com a Humanae
Salutis, ganha expressão decisiva com a Pacem in Terris e torna-se uma das palavras-
chaves do magistério de João XXIII. O concílio, por sua vez, retoma-o quatro vezes em
seus documentos finais58, embora como tal reapareça mais vezes.
A expressão “sinais dos tempos” tem um sentido positivo de esperança e quer
explicitamente corrigir uma visão pessimista diante do mundo moderno, a dos “profetas
de desgraças”59, dominante na tradição católica, pelo menos desde a encíclica Mirari vos
(1832), de Gregório XVI.
Não é uma categoria meramente sociológica mas, principalmente, histórico-
teológica. Ela ocorre na Escritura uma só vez, em Mt 16,3, para indicar os sinais da era
messiânica, ou seja, as palavras e os atos de Jesus de Nazaré. Na passagem paralela de
Lc 12,56 aparece o termo kairós, o tempo qualificado em que é oferecida ao gênero
humano a graça de Deus. O seu significado é, portanto, cristológico e escatológico:
53 APC 34.
54 Cf. EV 170*; 468*.
55 EV 3*.
56 EV 4*.
57 Ibid.
58 Cf. UR 4; AA 14; PO 9; GS 4. A expressão “sinais dos tempos” aparece quando se fala
respectivamente de ecumenismo, da solidariedade universal, da competência dos leigos e da
necessidade de conhecer e compreender o mundo.
59 Cf. EV 40*.
12. 12
“De certo modo, o único sinal dos tempos é o próprio Cristo. A partir daí e da
presença da Igreja mediante o seu Espírito, mas também em toda a criação,
pode-se documentar como no Novo Testamento este kairós, este momento
oportuno da graça, percorre a história de ponta a ponta até a última vinda e a
reconciliação final de todas as coisas”.60
A história torna-se assim um locus theologicus privilegiado, uma epifania de Deus,
não só no passado narrado, mas sobretudo no tempo presente, graças à tomada de
consciência coletiva de “sinais dos tempos” que nos indicam para onde “a Providência
está nos conduzindo”.61
Na Pacem in terris, Roncalli fala de três “sinais dos tempos” que caracterizam a
época moderna62: a ascensão econômico-social das classes trabalhadoras, a entrada da
mulher na vida pública e a igualdade entre todos os povos. Mas é a este último aspecto
que dedica praticamente toda a encíclica, assim como, ao convocar o concílio, insiste
particularmente sobre a paz, a justiça e a fraternidade na humanidade mundial. A
mensagem dos padres ao mundo, na abertura do concílio, retomaria com vigor pontual
esses aspectos.63 E Paulo VI, de volta da viagem à ONU, em Nova Iorque, dirá que o
concílio é a contribuição da Igreja para a paz universal.64
Para o idealizador do Vaticano II, a questão social65, refletida no desejo de paz e
de justiça para todos, e sua dimensão universal representam, respectivamente, o grande
tema da agenda conciliar e o eixo central ao redor do qual confluem as outras instâncias
ad intra e ad extra, e tomam forma o aggiornamento e o compromisso apostólico da
Igreja. Uma nova ordem mundial66 constitui, em síntese, o principal dos “sinais dos
tempos”: um sinal providencial de esperança “quae Ecclesiae humanoque generi melioris
aevi videntur auspicia portendere”.67
CONCLUSÃO
Num discurso pronunciado em 1979, Karl Rahner abordou a questão de uma
“interpretação teológica fundamental do Vaticano II”, entendendo por “fundalmental”
“não induzida por fora, mas sugerida pelo próprio concílio”.68
Para o teólogo alemão, a realização desse evento representa a primeira auto-
afirmação oficial de uma Igreja mundial (world church) que se prepara a migrar de um
âmbito culturalmente ocidental-europeu para um âmbito planetário.69 Rahner fala dessa
passagem em termos de “nova cesura, ao par daquela que houve na passagem do
cristianismo judaico ao cristianismo dos gentios”.70
60 RUGGIERI, G. op. cit., p. 23.
61 EV 42*.
62 Cf. PT 19.
63 Cf. EV 80*- 82*.
64 Cf, EV 407*.
65 Muito bem delineada na mensagem radiofônica de 11 de setembro: família, pão, paz, educação,
obrigações sociais das pessoas (cf. EV 25*i); igualdade dos povos na família humana e defesa do
matrimônio, sobretudo na sua responsabilidade de ordem social (cf. EV 25*j); rechaço ao ateísmo
que leva ao individualismo (cf. EV 25*k); a Igreja dos pobres (cf. EV 25*l); a distribuição dos bens
(cf. EV 25*m); a liberdade religiosa (cf. EV 25*n-o); a paz não só como ausência de guerra (cf. EV
25*p-q-r-s).
66 Cf. EV 42*.
67 “Que fazem esperar melhor sobre o destino da Igreja e do gênero humano”. EV 4*.
68 RAHNER, K., op. cit., p. 343.
69 Cf. ibid., p. 344.
70 Ibid., p. 355.
13. 13
Neste sentido, outros estudiosos propõem de estender ao Vaticano II a
caracterização de transição, aplicada originariamente ao pontificado de João XXIII. Desta
vez, porém, num sentido forte: ou seja, no que diz respeito à saída da Igreja da época
tridentina para o começo de uma nova estação. O concílio seria neste caso um ponto de
não retorno, uma chegada e um novo ponto de partida, um “evento” mais que um foro
de elaboração e produção de normas.71
Sem dúvida o Concílio Vaticano II foi um evento profeticamente universal e
profundamente missionário diante dos desafios mundiais da humanidade, às vésperas do
novos milênio.
Em primeiro lugar, o concílio foi um evento universal. Foi o mais ecumênico da
história da Igreja, com um total 3054 padres conciliares. O primeiro concílio ecumênico,
o de Nicéia, em 325, foi tradicionalmente chamado de “o grande e santo sínodo dos 318
padres”. O Vaticano I, o último e o mais numeroso até então, contara somente com 642
prelados.
O “espetáculo de universalidade”72 dos bispos vindos de todas as partes do
mundo, na aula conciliar, já falava por si, ainda se repleto de um certo triufalismo. Não
tardará, porém, a mostrar seu rosto profético num concílio que não foi só a maior
assembléia deliberante talvez jamais vista na história, mas também um foro universal
particularmente atento aos problemas da humanidade e pelo qual a humanidade
demonstrou tão interesse.
Sem dúvida, uma das críticas mais procedentes revela que o Vaticano II foi um
concílio ainda demasiadamente ocidental, marcado por um otimismo ingênuo e
paternalista. De fato, exalta e prioriza o confronto entre grandes sujeitos universais como
Igreja e mundo, na onda desenvolvimentista dos anos 60, esquecendo um pouco os
sujeitos intermédios (povos, culturas, grupos humanos). Contudo, estes agora existem,
de alguma forma aparecem, reclamam e começam a fazer ouvir a própria voz. Medellín
constituirá a primeira consistente configuração de uma Igreja não-européia. Dali em
diante terá uma efervescência extraordinária de afirmações identitárias, flores e frutos
do grande impulso e do genuíno espírito conciliar.
Em sua universalidade, o Concílio Vaticano II foi um evento missionário. Todos os
aspectos mostrados até aqui apontam para uma decidida e inequívoca tensão
missionária.
Será Paulo VI que dará à caracterização pastoral de João XXIII a conotação de
missionária.73 Em seu programático discurso de abertura do segundo período conciliar,
em 29 de setembro de 1963, ele afirma:
“Enquanto a Igreja procura animar a sua vitalidade interior no Espírito do Senhor,
distingue-se e separa-se da sociedade profana, na qual está imersa, qualificando-
se, ao mesmo tempo, como fermento vivificante e instrumento de salvação do
mundo, e descobrindo e fortalecendo a sua vocação missionária, que é a sua
essencial destinação: fazer da humanidade, em qualquer condição ela se
encontre, o objeto de sua apaixonada missão evangelizadora”.74
71 Esta é a postura de Giuseppe Alberigo e dos outros estudiosos que deram origem à redação de
uma história do Vaticano II. Estes autores defendem o fato de que essa era a vontade de João
XXIII: criar um evento. Cf. ALBERIGO, G. O anúncio do concílio. In: ALBERIGO, G.; BEOZZO, J.O.
(Coords.) História ... v. I, p. 57.
72 Assim o chamará Paulo VI, em seu discurso de abertura do segundo período. EV 134*.
73 “A todos os homens foi dirigido o convite pastoral e missionário à luz evangélica” dirá Paulo VI
na homilia conclusiva da IX Sessão. EV 458*.
74 EV 183*.
14. 14
Se, de um lado, o Vaticano II caracteriza-se fundamentalmente, graças ainda a
Paulo VI, como um concílio eclesiológico75, no qual a Igreja “declara o que ela pensa de
si própria”76, por outro, será este mesmo papa que lembrará que não se trata de uma
“introspecção voltada para si mesma”77, que “a Igreja é para o mundo”78, que “a
religião católica é para a humanidade”79 e que “o Concílio é um ato solene de amor para
a humanidade”.80
Na Ecclesiam Suam, sua primeira encíclica, papa Montini faz uma incisiva
declaração:
“Se a Igreja, como dizíamos, tem consciência do que o Senhor quer que ela seja,
surge nela uma plenitude única e a necessidade de efusão, adverte claramente
uma missão que a transcende e um anúncio que deve espalhar. É o dever da
evangelização, é o mandato missionário, é o dever de apostolado (...) Dever seu,
inerente ao patrimônio recebido de Cristo, é também a difusão, a oferta, o
anúncio: «Ide, pois, ensinar todos os povos» (Mt 28,19). Foi a última ordem de
Cristo aos seus Apóstolos. Estes, já com o simples nome de Apóstolos, definem a
própria missão indeclinável. A este interior impulso da caridade, que tende a
fazer-se dom exterior, daremos o nome, hoje comum, de diálogo”.81
A Igreja encontra a sua verdadeira identidade na missão. A identidade não é
apenas “firme condição para uma abertura”82 mas é também conseqüência de uma
abertura missionária, como afirmam os bispos do Brasil no memorável documento
Igreja: comunhão e missão.83
Dimensão ad intra e dimensão ad extra estão, portanto, intimamente
interconexas. Mas é claramente a tensão ad extra, de dentro para fora, a dar o impulso
decisivo ao concílio. De fato, o Vaticano II não foi um concílio missionário no sentido que
se debruçou sobre questões missiológicas específicas e teve conseqüências práticas,
imediatas e precisas na atividade missionária ad gentes. O concílio foi um evento
missionário, totalmente embebido de uma tensão ad extra, no sentido que deslocou a
Igreja para um profundo estado de missão universal.
Não será mais uma missão permeada pelo espírito de conquista, mas no esforço
de “colocar em contato com as energias vivificadoras e perenes do Evangelho o mundo
moderno” (João XXIII)84, “a Igreja olha para ele [o mundo] com profunda compreensão,
com sincera admiração e com franco propósito de não o conquistar, mas de valorizá-lo;
não de condená-lo, mas de confortá-lo e de salvá-lo” (Paulo VI).85
75 Para uma leitura crítica do caráter eclesiológico do Vaticano II veja-se: LIBANIO, J.B. A trinta
anos do encerramento do Concílio Vaticano II. Chaves teológicas de leitura. Perspectiva teológica,
Belo Horizonte, v. 27, n. 73, p. 297-332, nov./dez. 1995.
76 EV 152*. São palavras de Paulo VI no discurso de abertura do segundo período conciliar. Veja-
se também: “É coisa fora de dúvida que é um desejo, uma necessidade, um dever, para a Igreja, o
dar finalmente de si mesma uma definição mais profunda (...) Por isso é que o tema principal desta
Segunda Sessão do Concílio será a Igreja” (EV 149*; 155*).
77 EV 453*.
78 EV 295*.
79 EV 461*.
80 EV 346*
81 ES 37.
82 Cf. RATZINGER, J.; MESSORI, V. op. cit., p. 22.
83 Cf. ICM 119.
84 EV 3*.
85 EV 190*.
15. 15
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