Este conto descreve a vida dos irmãos Irene e o narrador, que vivem sozinhos em uma grande casa herdada da família. Eles gostam da casa por guardar memórias da família, mas começam a sentir que a casa está tomando conta de suas vidas ao impedir relacionamentos e planejarem o futuro. Irene passa os dias tricotando em seu quarto. Um dia, o narrador atravessa a porta de carvalho que separa as duas partes da casa e tem uma revelação.
Uma menina de 13 anos chamada Tatiane conversa online e compartilha muitas informações pessoais com alguém chamado "Meteoro123", que na verdade é um policial investigando casos de predadores online. Ele usa as informações para encontrar Tatiane e alertá-la sobre os perigos de compartilhar detalhes pessoais na internet.
Uma menina de 13 anos chamada Tatiane conversa online e compartilha muitas informações pessoais com alguém chamado "Meteoro123", que na verdade é um policial investigando casos de predadores online. Ele usa as informações para encontrar Tatiane e alertá-la sobre os perigos de compartilhar detalhes pessoais na internet.
O documento conta a história de Tatiane, uma menina de 13 anos que conversa online com alguém chamado "Meteoro123". Ela compartilha muitas informações pessoais durante as conversas. Na verdade, "Meteoro123" é um policial que finge ser um menino para alertar as crianças sobre os perigos de compartilhar informações online. Ele encontra Tatiane e explica a lição para que ela aprenda a ser mais cuidadosa no futuro.
Este poema descreve uma casa sem paredes, telhado ou chão, mas que foi construída com muito esmero. Conta também sobre uma menina que sonha em ser bailarina apesar de ainda ser pequena. Por fim, celebra o café com pão como um alimento energizante. Em três frases ou menos, resume as principais ideias do poema.
O documento contém vários poemas e textos sobre poesia, matemática, religião e sons da natureza. Aborda temas como a importância da poesia e da matemática, a fé religiosa e a beleza dos sons do mundo natural.
O documento apresenta informações biográficas do escritor Sérgio Capparelli e resumos de alguns de seus poemas, incluindo "Minha Sombra", "Ponto" e "A casa da Dona Rata". Também fornece sugestões para trabalhar os poemas em sala de aula.
O documento apresenta uma série de rimas e jogos de palavras sem um tema claro. Ele explora a sonoridade e significados múltiplos de palavras através de frases curtas.
Uma menina de 13 anos chamada Tatiane conversa online e compartilha muitas informações pessoais com alguém chamado "Meteoro123", que na verdade é um policial investigando casos de predadores online. Ele usa as informações para encontrar Tatiane e alertá-la sobre os perigos de compartilhar detalhes pessoais na internet.
Uma menina de 13 anos chamada Tatiane conversa online e compartilha muitas informações pessoais com alguém chamado "Meteoro123", que na verdade é um policial investigando casos de predadores online. Ele usa as informações para encontrar Tatiane e alertá-la sobre os perigos de compartilhar detalhes pessoais na internet.
O documento conta a história de Tatiane, uma menina de 13 anos que conversa online com alguém chamado "Meteoro123". Ela compartilha muitas informações pessoais durante as conversas. Na verdade, "Meteoro123" é um policial que finge ser um menino para alertar as crianças sobre os perigos de compartilhar informações online. Ele encontra Tatiane e explica a lição para que ela aprenda a ser mais cuidadosa no futuro.
Este poema descreve uma casa sem paredes, telhado ou chão, mas que foi construída com muito esmero. Conta também sobre uma menina que sonha em ser bailarina apesar de ainda ser pequena. Por fim, celebra o café com pão como um alimento energizante. Em três frases ou menos, resume as principais ideias do poema.
O documento contém vários poemas e textos sobre poesia, matemática, religião e sons da natureza. Aborda temas como a importância da poesia e da matemática, a fé religiosa e a beleza dos sons do mundo natural.
O documento apresenta informações biográficas do escritor Sérgio Capparelli e resumos de alguns de seus poemas, incluindo "Minha Sombra", "Ponto" e "A casa da Dona Rata". Também fornece sugestões para trabalhar os poemas em sala de aula.
O documento apresenta uma série de rimas e jogos de palavras sem um tema claro. Ele explora a sonoridade e significados múltiplos de palavras através de frases curtas.
O documento contém vários poemas e rimas em português que exploram a repetição de sons e palavras de forma lúdica. As rimas abordam temas como tempo, animais, objetos do dia a dia e aspectos da língua portuguesa de forma descontraída.
O documento relata dois causos mineiros:
1) O causo do terno emprestado, onde a avó da narradora viu o fantasma do avô devolvendo o terno que havia sido emprestado para seu enterro.
2) O causo da menina d'água, sobre um caipira chamado Timóteo que foi procurado por uma menina fantasma pedindo água e só conseguiu ajudá-la depois de receber água benta.
Este poema descreve uma menina pequena que sonha em ser bailarina, apesar de não conhecer os termos da dança. Ela dança graciosamente com os braços levantados e se diverte, usando uma estrela e véu em seu cabelo. No final, a menina esquece as danças e quer dormir como as outras crianças.
1) O documento descreve a obra do artista plástico Moacir, que vive na Vila de São Jorge e desenvolveu uma linguagem visual repleta de simbolismos inspirados no cerrado.
2) Apesar de sua profícua produção artística, Moacir nunca teve sua obra exposta em grande escala por viver longe dos grandes centros urbanos.
3) Desde criança, Moacir demonstrou interesse pela pintura e desenvolveu seu estilo único, pintando as paredes com pedaços de carvão.
O conto conta a história de uma menina, Beatriz, que faz perguntas insistentes para a mãe sobre o crescimento do cabelo. A mãe parece impaciente e dá respostas vagas. No final, Beatriz consolou sua boneca, dizendo que cabelo de boneca cresce devagar, mostrando que aprendeu algo com as respostas da mãe, mesmo que vagas.
Este documento apresenta várias histórias infantis brasileiras em português. As histórias variam em tema e enredo, mas geralmente ensinam lições de vida ou valores como amizade e aceitação pessoal. Algumas das histórias incluídas são "Menina Bonita do Laço de Fita", "A Zebrinha Preocupada" e "Bom Dia, Todas as Cores".
O documento discute como a poesia pode desenvolver leitores críticos e cidadãos mais sensíveis através da descoberta da expressão de sentimentos e desejos por meio das palavras. Não objetiva tornar os alunos em escritores, mas despertar o gosto pela leitura.
1) O documento contém várias lengalengas curtas em português que exploram rimas e ritmos. 2) As lengalengas descrevem cenas do cotidiano e da natureza envolvendo animais, objetos e atividades como chover, voar e comer. 3) Muitas lengalengas terminam com uma pergunta e resposta curta que continua a rima estabelecida.
Este documento contém várias músicas infantis populares em português, incluindo "Papagaio Louro", "Joana Come a Papa", e "Eu Vi um Sapo". As letras exploram temas como animais, comida, brincadeiras e atividades diárias de crianças.
recopilação de contos populares catalães em leitura fácilVera Moreira
Este documento apresenta três contos populares catalães adaptados para Leitura Fácil em português: 1) A história do Patufet, um menino minúsculo que ajuda a mãe a comprar açafrão; 2) A história do Gigante do Pinheiro, um agricultor que luta contra um gigante mouro para salvar Barcelona; 3) A história da Noite de São João, quando o sol envia um elfo para verificar se as pessoas estão preparadas para a festa.
Este documento apresenta uma sequência didática sobre a produção de poemas na sala de aula. Inclui objetivos, atividades de ativação de conhecimento prévio sobre poesia, exemplos de poemas clássicos e produzidos pelos alunos, instruções para atividades como recitação, produção inicial de rimas e poemas, e tarefas de conclusão.
Este documento contém várias canções infantis portuguesas curtas. As letras abordam temas como animais, comida, brincadeiras e atividades do dia a dia de crianças.
1) O poema fala sobre o desejo de estar sempre com a pessoa amada, como se fossem o sol e a lua e tivessem eclipse todos os dias.
2) A pessoa descreve deitar na cama e pensar, o que dispersa o descanso, mas acaba adormecendo.
3) A pessoa sente saudade da infância no campo com a família e sonha em voltar e abraçar os pais e irmãos.
1) O documento descreve memórias da década de 1970 na vila onde o autor morava quando era criança e adolescente, incluindo brincadeiras com outros meninos e aventuras na juventude com amigos.
2) Quando adulto, o autor tem lembranças nostálgicas dos anos 1970, relembrando brincadeiras inocentes da infância e as aventuras ousadas da adolescência com três amigos.
3) Um incidente mostra o amigo Wilson ameaçando atirar nos outros depois de muitas provocações, fazendo todos correrem
O documento contém várias rimas e canções infantis em português de Portugal. As letras descrevem animais como coelhos, peixes e vacas, objetos como chapéus e lápis de cor, e atividades como ir ao zoológico ou comer castanhas.
A lenda conta a história de um sapo e uma cobra que se tornam amigos ao brincarem juntos, mas suas famílias os proíbem de continuar a amizade por preconceitos entre suas espécies. Apesar disso, eles continuam se lembrando com saudade do único dia em que puderam ser amigos.
Esta peça de teatro de Artur Azevedo descreve um grupo de homens que se reúnem à porta de uma botica para fofocar sobre os assuntos e vidas dos moradores do bairro. Eles especulam sobre as vidas amorosas, problemas financeiros e outras fofocas dos vizinhos, embora um deles afirme que não está falando da vida alheia, apenas fazendo conjecturas.
O conto descreve a curiosidade inocente de uma menina, Beatriz, sobre o crescimento do cabelo. Ela faz várias perguntas à mãe, que está ocupada com as tarefas domésticas e não consegue responder adequadamente. Apesar disso, Beatriz aprende que o cabelo cresce lentamente e de forma quase imperceptível.
Este documento contém várias histórias, poesias e jogos educativos para crianças, incluindo uma fábula sobre um coelhinho e seu pai coelho que competem para ver quem ama o outro mais, uma poesia sobre um menino que quer um burro falante, e lengalengas e adivinhas infantis.
O documento descreve a vida de uma criança que cresceu em uma comunidade de pescadores em Guarujá nas décadas de 1950-1960, incluindo brincadeiras na praia, tarefas domésticas e a chegada da mãe do trabalho. Também resume o depoimento de um morador mais antigo falando sobre as dificuldades de migrar para a região e construir uma nova vida.
Um estranho foi convidado a viver com a família do narrador após o pai deste se fascinar por ele. Ao longo dos anos, o estranho exerceu grande influência sobre a família, introduzindo-os a hábitos como beber e fumar, contrariando os valores dos pais. Embora criticado, o estranho permaneceu vivendo com a família por décadas.
O homem do campo pede para entrar na Lei, mas o guarda da porta não permite. Ao longo dos anos, o homem faz várias tentativas frustradas de convencer o guarda, gastando todos os seus recursos. Quando está prestes a morrer, o homem pergunta porque ninguém mais tentou entrar, ao que o guarda revela que a porta foi feita apenas para ele.
O documento contém vários poemas e rimas em português que exploram a repetição de sons e palavras de forma lúdica. As rimas abordam temas como tempo, animais, objetos do dia a dia e aspectos da língua portuguesa de forma descontraída.
O documento relata dois causos mineiros:
1) O causo do terno emprestado, onde a avó da narradora viu o fantasma do avô devolvendo o terno que havia sido emprestado para seu enterro.
2) O causo da menina d'água, sobre um caipira chamado Timóteo que foi procurado por uma menina fantasma pedindo água e só conseguiu ajudá-la depois de receber água benta.
Este poema descreve uma menina pequena que sonha em ser bailarina, apesar de não conhecer os termos da dança. Ela dança graciosamente com os braços levantados e se diverte, usando uma estrela e véu em seu cabelo. No final, a menina esquece as danças e quer dormir como as outras crianças.
1) O documento descreve a obra do artista plástico Moacir, que vive na Vila de São Jorge e desenvolveu uma linguagem visual repleta de simbolismos inspirados no cerrado.
2) Apesar de sua profícua produção artística, Moacir nunca teve sua obra exposta em grande escala por viver longe dos grandes centros urbanos.
3) Desde criança, Moacir demonstrou interesse pela pintura e desenvolveu seu estilo único, pintando as paredes com pedaços de carvão.
O conto conta a história de uma menina, Beatriz, que faz perguntas insistentes para a mãe sobre o crescimento do cabelo. A mãe parece impaciente e dá respostas vagas. No final, Beatriz consolou sua boneca, dizendo que cabelo de boneca cresce devagar, mostrando que aprendeu algo com as respostas da mãe, mesmo que vagas.
Este documento apresenta várias histórias infantis brasileiras em português. As histórias variam em tema e enredo, mas geralmente ensinam lições de vida ou valores como amizade e aceitação pessoal. Algumas das histórias incluídas são "Menina Bonita do Laço de Fita", "A Zebrinha Preocupada" e "Bom Dia, Todas as Cores".
O documento discute como a poesia pode desenvolver leitores críticos e cidadãos mais sensíveis através da descoberta da expressão de sentimentos e desejos por meio das palavras. Não objetiva tornar os alunos em escritores, mas despertar o gosto pela leitura.
1) O documento contém várias lengalengas curtas em português que exploram rimas e ritmos. 2) As lengalengas descrevem cenas do cotidiano e da natureza envolvendo animais, objetos e atividades como chover, voar e comer. 3) Muitas lengalengas terminam com uma pergunta e resposta curta que continua a rima estabelecida.
Este documento contém várias músicas infantis populares em português, incluindo "Papagaio Louro", "Joana Come a Papa", e "Eu Vi um Sapo". As letras exploram temas como animais, comida, brincadeiras e atividades diárias de crianças.
recopilação de contos populares catalães em leitura fácilVera Moreira
Este documento apresenta três contos populares catalães adaptados para Leitura Fácil em português: 1) A história do Patufet, um menino minúsculo que ajuda a mãe a comprar açafrão; 2) A história do Gigante do Pinheiro, um agricultor que luta contra um gigante mouro para salvar Barcelona; 3) A história da Noite de São João, quando o sol envia um elfo para verificar se as pessoas estão preparadas para a festa.
Este documento apresenta uma sequência didática sobre a produção de poemas na sala de aula. Inclui objetivos, atividades de ativação de conhecimento prévio sobre poesia, exemplos de poemas clássicos e produzidos pelos alunos, instruções para atividades como recitação, produção inicial de rimas e poemas, e tarefas de conclusão.
Este documento contém várias canções infantis portuguesas curtas. As letras abordam temas como animais, comida, brincadeiras e atividades do dia a dia de crianças.
1) O poema fala sobre o desejo de estar sempre com a pessoa amada, como se fossem o sol e a lua e tivessem eclipse todos os dias.
2) A pessoa descreve deitar na cama e pensar, o que dispersa o descanso, mas acaba adormecendo.
3) A pessoa sente saudade da infância no campo com a família e sonha em voltar e abraçar os pais e irmãos.
1) O documento descreve memórias da década de 1970 na vila onde o autor morava quando era criança e adolescente, incluindo brincadeiras com outros meninos e aventuras na juventude com amigos.
2) Quando adulto, o autor tem lembranças nostálgicas dos anos 1970, relembrando brincadeiras inocentes da infância e as aventuras ousadas da adolescência com três amigos.
3) Um incidente mostra o amigo Wilson ameaçando atirar nos outros depois de muitas provocações, fazendo todos correrem
O documento contém várias rimas e canções infantis em português de Portugal. As letras descrevem animais como coelhos, peixes e vacas, objetos como chapéus e lápis de cor, e atividades como ir ao zoológico ou comer castanhas.
A lenda conta a história de um sapo e uma cobra que se tornam amigos ao brincarem juntos, mas suas famílias os proíbem de continuar a amizade por preconceitos entre suas espécies. Apesar disso, eles continuam se lembrando com saudade do único dia em que puderam ser amigos.
Esta peça de teatro de Artur Azevedo descreve um grupo de homens que se reúnem à porta de uma botica para fofocar sobre os assuntos e vidas dos moradores do bairro. Eles especulam sobre as vidas amorosas, problemas financeiros e outras fofocas dos vizinhos, embora um deles afirme que não está falando da vida alheia, apenas fazendo conjecturas.
O conto descreve a curiosidade inocente de uma menina, Beatriz, sobre o crescimento do cabelo. Ela faz várias perguntas à mãe, que está ocupada com as tarefas domésticas e não consegue responder adequadamente. Apesar disso, Beatriz aprende que o cabelo cresce lentamente e de forma quase imperceptível.
Este documento contém várias histórias, poesias e jogos educativos para crianças, incluindo uma fábula sobre um coelhinho e seu pai coelho que competem para ver quem ama o outro mais, uma poesia sobre um menino que quer um burro falante, e lengalengas e adivinhas infantis.
O documento descreve a vida de uma criança que cresceu em uma comunidade de pescadores em Guarujá nas décadas de 1950-1960, incluindo brincadeiras na praia, tarefas domésticas e a chegada da mãe do trabalho. Também resume o depoimento de um morador mais antigo falando sobre as dificuldades de migrar para a região e construir uma nova vida.
Um estranho foi convidado a viver com a família do narrador após o pai deste se fascinar por ele. Ao longo dos anos, o estranho exerceu grande influência sobre a família, introduzindo-os a hábitos como beber e fumar, contrariando os valores dos pais. Embora criticado, o estranho permaneceu vivendo com a família por décadas.
O homem do campo pede para entrar na Lei, mas o guarda da porta não permite. Ao longo dos anos, o homem faz várias tentativas frustradas de convencer o guarda, gastando todos os seus recursos. Quando está prestes a morrer, o homem pergunta porque ninguém mais tentou entrar, ao que o guarda revela que a porta foi feita apenas para ele.
O documento apresenta 45 canções infantis brasileiras tradicionais. As canções abordam temas como brincadeiras, animais, contos e rimas para entreter e educar crianças.
O texto descreve as mulheres da geração do autor como belas, maduras e sedutoras. Elas são independentes, herdeiras da revolução sexual e feminista, mas ainda sabem combinar liberdade com sedução. O autor as vê como deusas com sangue humano que souberam ser rainhas bem-educadas apesar de sua beleza.
O poema descreve uma casa onde todos viviam dormindo, com uma avó, um menino, um cachorro, um gato e um rato empilhados uns sobre os outros na cama, todos dormindo profundamente, exceto por uma pulga acordada que perturbou a ordem adormecida e acordou a todos.
Este documento descreve momentos da infância do autor em Bom Jesus, Minas Gerais nos anos 1960. Ele fala sobre sua família, as diferentes casas em que moraram, brincadeiras com sua irmã Lúcia no quintal, crenças em almas e histórias assustadoras ouvidas à noite. O autor também conta sobre a morte prematura de seu irmão recém-nascido e um acidente em que cortou o pé em um caco de vidro.
A história descreve uma casa onde todos viviam dormindo em camas empilhadas. Uma avó roncava no topo da pilha, com um menino sonhando embaixo dela, e assim sucessivamente com um cachorro, gato, rato e pulga também dormindo uns sobre os outros.
O pai conheceu um estranho que foi morar com a família. Ao longo dos anos, o estranho influenciou negativamente a família, introduzindo comportamentos como o uso de álcool, cigarros e linguagem imprópria, contrariando os valores dos pais. Mesmo criticado, o estranho permaneceu na casa por mais de 50 anos.
Os documentos contam histórias curtas sobre irmãos, cachorros, um menino e seu cão Bidu, unicórnios, uma lebre e uma tartaruga, garotas em um sonho, um guaxim e seu amigo, um menino dinossauro, uma menina que não gostava de estudar, e uma menina e seus animais.
A maioria das pessoas acha que os gatos não fazem nada, são preguiçosos e tudo que fazem é comer e dormir. Não é bem assim!
http://www.empowernetwork.com/zendomus/blog/a-magia-dos-gatos/
Este documento apresenta um resumo detalhado da obra "Ecos no Porão – Volume 2" de Silveira de Souza. O texto descreve as partes da obra, os temas e estilos narrativos das histórias, além de analisar aspectos como tempo, espaço e linguagem utilizada.
Crônicas selecionadas nu, de botas - av2Josi Motta
1) O documento descreve cenas da infância do autor, incluindo brincadeiras no quintal de casa e observações sobre os vizinhos.
2) A família incluía a mãe, empregada doméstica chamada Vanda, e outras 15 crianças da vila.
3) À noite, os sons da máquina de escrever do pai garantiam ao autor que não estava sozinho.
Este documento conta a história de Tobias, um menino pobre que viveu várias aventuras fantásticas num único dia - o dia das bruxas. Tobias sonhou que se transformou num fantasma e praticou más ações, aprendendo uma lição. Durante o dia, Tobias vendeu perucas em Neptuno e descobriu que era um lobisomem como seu pai. Suas aventuras incluíram encontros com James Bond e Pinóquio.
O documento descreve como a sociedade mudou drasticamente nas últimas décadas, quebrando muitas certezas e convenções do passado. A geração mais velha expressa nostalgia por um tempo em que as coisas eram mais simples e duradouras, em contraste com a complexidade e incerteza do mundo moderno.
A história conta a jornada de um coelho que queria saber o segredo para ser tão preto quanto uma menina negra que ele admirava. Após várias tentativas fracassadas de seguir os conselhos inventados pela menina, ele acaba encontrando uma coelha preta para se casar e ter filhotes de diferentes cores, incluindo uma coelhinha negra.
Este documento descreve uma oficina pedagógica sobre a casa imaginada pelo poeta Vinicius de Moraes e a aplicação da geometria plana. Os alunos imaginam uma casa de 6m x 5m com paredes de 3m de altura, piso de 30m2 e banheiro de 2m x 3m.
Este documento descreve uma oficina pedagógica sobre a casa imaginada pelo poeta Vinicius de Moraes e a aplicação da geometria plana. Os alunos imaginam uma casa de 6m x 5m com paredes de 3m de altura, piso de 30m2 e banheiro de 2m x 3m.
O documento contém uma coleção diversos trava-línguas em português, com o objetivo de provocar gargalhadas através da dificuldade de pronuncia. São apresentados vários exemplos curtos de trava-línguas que brincam com a repetição e rima de palavras de forma a dificultar a fala. A página também fornece algumas variações e versões alongadas destes desafios linguísticos.
O documento contém uma coleção diversos trava-línguas em português, incluindo exemplos curtos como "A babá boba bebeu o leite do bebê" e trava-línguas mais longos envolvendo palavras repetidas como "Se o bispo de Constantinopla a quisesse desconstantinoplatanilizar". Ao todo, são apresentados mais de 50 trava-línguas em duas páginas.
5. Gostávamos da casa porque, além de es-Gostávamos da casa porque, além de es-
paçosa e antiga (hoje que as casas antigaspaçosa e antiga (hoje que as casas antigas
sucumbem à mais vantajosa liquidação desucumbem à mais vantajosa liquidação de
seus materiais), guardava as recordações deseus materiais), guardava as recordações de
nossos bisavós, o avô paterno, nossos pais enossos bisavós, o avô paterno, nossos pais e
toda a infância.toda a infância.
Habituamo-nos, Irene e eu, a permanecerHabituamo-nos, Irene e eu, a permanecer
nela sozinhos, o que era uma loucura, poisnela sozinhos, o que era uma loucura, pois
nessa casa podiam viver oito pessoas sem senessa casa podiam viver oito pessoas sem se
molestarem. Fazíamos a limpeza pela manhã,molestarem. Fazíamos a limpeza pela manhã,
levantando-nos às sete, e pelas onze eulevantando-nos às sete, e pelas onze eu
deixava a Irene as últimas peças por repas-deixava a Irene as últimas peças por repas-
sar e ia à cozinha. Almoçávamos ao meio-dia,sar e ia à cozinha. Almoçávamos ao meio-dia,
sempre pontuais; então não ficava nada porsempre pontuais; então não ficava nada por
fazer além de uns poucos pratos sujos. Erafazer além de uns poucos pratos sujos. Era
para nós agradável almoçar pensando na casapara nós agradável almoçar pensando na casa
ampla e silenciosa e em como nos bastáva-ampla e silenciosa e em como nos bastáva-
mos para mantê-la limpa. Às vezes chegamosmos para mantê-la limpa. Às vezes chegamos
5
6. a pensar que foi ela que não nos deixou casar.a pensar que foi ela que não nos deixou casar.
Irene recusou dois pretendentes sem motivoIrene recusou dois pretendentes sem motivo
achegássemos a nos comprometer. Entramosachegássemos a nos comprometer. Entramos
nos quarenta anos com a inexprimível idéia denos quarenta anos com a inexprimível idéia de
que o nosso, simples e silencioso matrimônioque o nosso, simples e silencioso matrimônio
de irmãos, era o fim necessário da genealogiade irmãos, era o fim necessário da genealogia
fundada por nossos bisavós em nossa casa.fundada por nossos bisavós em nossa casa.
Morreríamos ali em algum dia, vagos e dis-Morreríamos ali em algum dia, vagos e dis-
tantes primos ficariam com a casa, e atantes primos ficariam com a casa, e a
demoliriam para enriquecerem com o terrenodemoliriam para enriquecerem com o terreno
e os tijolos; ou melhor, nós mesmos a der-e os tijolos; ou melhor, nós mesmos a der-
rubaríamos, inflexivelmente, antes que fosserubaríamos, inflexivelmente, antes que fosse
demasiado tarde.demasiado tarde.
Irene era uma moça nascida para nãoIrene era uma moça nascida para não
fazer mal a ninguém. Fora sua atividade ma-fazer mal a ninguém. Fora sua atividade ma-
tinal, passava o resto do dia tricotando notinal, passava o resto do dia tricotando no
sofá de seu quarto. Não sei por que tricotavasofá de seu quarto. Não sei por que tricotava
tanto. Acho que as mulheres tricotam quandotanto. Acho que as mulheres tricotam quando
encontram nesse trabalho o grande pretextoencontram nesse trabalho o grande pretexto
para não fazer nada. Irene não era assim, tri-para não fazer nada. Irene não era assim, tri-
cotava coisas sempre necessárias, camisolascotava coisas sempre necessárias, camisolas
para o inverno, meias para mim, cachenês epara o inverno, meias para mim, cachenês e
coletes para ela. Às vezes tricotava um coletecoletes para ela. Às vezes tricotava um colete
e depois o desfazia rapidamente, porque al-e depois o desfazia rapidamente, porque al-
guma coisa não lhe agradava; era engraçadoguma coisa não lhe agradava; era engraçado
ver, na cestinha, o montão de lã encrespada,ver, na cestinha, o montão de lã encrespada,
6
7. recusando-se a perder a forma de algumasrecusando-se a perder a forma de algumas
horas antes. Aos sábados, eu ia ao centrohoras antes. Aos sábados, eu ia ao centro
lhe comprar lã; Irene tinha confiança no meulhe comprar lã; Irene tinha confiança no meu
gosto, aprovava as cores e nunca preciseigosto, aprovava as cores e nunca precisei
devolver uma só meada. Aproveitava essasdevolver uma só meada. Aproveitava essas
saídas para dar uma volta pelas livrarias esaídas para dar uma volta pelas livrarias e
perguntar inutilmente se havia novidades emperguntar inutilmente se havia novidades em
literatura francesa. Desde 1939 nada de im-literatura francesa. Desde 1939 nada de im-
portante chegava à Argentina.portante chegava à Argentina.
É da casa, porém, que me interessa falar,É da casa, porém, que me interessa falar,
da casa e de Irene, porque eu não tenhoda casa e de Irene, porque eu não tenho
importância. Pergunto-me o que teria feitoimportância. Pergunto-me o que teria feito
Irene sem tricotar. Uma pessoa pode reler umIrene sem tricotar. Uma pessoa pode reler um
livro, mas quando um pulôver está prontolivro, mas quando um pulôver está pronto
não é possível repeti-lo sem provocar admi-não é possível repeti-lo sem provocar admi-
ração. Um dia encontrei a última gaveta daração. Um dia encontrei a última gaveta da
cômoda de cânfora cheia de echarpes bran-cômoda de cânfora cheia de echarpes bran-
cas, vermelhas, lilases. Estavam com naftali-cas, vermelhas, lilases. Estavam com naftali-
na, empilhadas como em uma loja; não tivena, empilhadas como em uma loja; não tive
coragem de perguntar a Irene o que pensavacoragem de perguntar a Irene o que pensava
fazer com elas. Não precisávamos ganhar afazer com elas. Não precisávamos ganhar a
vida, todos os meses chegava a renda dosvida, todos os meses chegava a renda dos
campos, e o dinheiro aumentava. Mas Irenecampos, e o dinheiro aumentava. Mas Irene
só se entretinha tricotando, mostrava umasó se entretinha tricotando, mostrava uma
destreza maravilhosa, e eu passava as ho-destreza maravilhosa, e eu passava as ho-
ras vendo suas mãos como ouriços pratea-ras vendo suas mãos como ouriços pratea-
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8. dos, agulhas indo e vindo, e uma ou duasdos, agulhas indo e vindo, e uma ou duas
cestinhas no chão, onde constantemente secestinhas no chão, onde constantemente se
agitavam os novelos. Era uma beleza.agitavam os novelos. Era uma beleza.
Lembro-me bem da divisão da casa. A salaLembro-me bem da divisão da casa. A sala
de jantar, uma peça com gobelinos, a biblio-de jantar, uma peça com gobelinos, a biblio-
teca e três quartos grandes ficavam na parteteca e três quartos grandes ficavam na parte
mais afastada, a que dá frente para a Rodríguezmais afastada, a que dá frente para a Rodríguez
Peña. Um único corredor, com sua maciçaPeña. Um único corredor, com sua maciça
porta de carvalho, separava essa parte da alaporta de carvalho, separava essa parte da ala
dianteira, onde havia um banheiro, a cozinha,dianteira, onde havia um banheiro, a cozinha,
nossos quartos de dormir e o living central,nossos quartos de dormir e o living central,
com o qual se comunicavam os quartos e ocom o qual se comunicavam os quartos e o
corredor. Entrava-se na casa por um saguãocorredor. Entrava-se na casa por um saguão
de azulejos, e a porta principal dava para ode azulejos, e a porta principal dava para o
living. De maneira que a gente entrava porliving. De maneira que a gente entrava por
esse saguão, abria a porta e já estava no liv-esse saguão, abria a porta e já estava no liv-
ing; tinha, dos lados, as portas dos nossosing; tinha, dos lados, as portas dos nossos
quartos e, à frente, o corredor que levava àquartos e, à frente, o corredor que levava à
parte mais afastada; seguindo pelo corredor,parte mais afastada; seguindo pelo corredor,
ultrapassava-se a porta de carvalho e, maisultrapassava-se a porta de carvalho e, mais
adiante, começava o outro lado da casa, ouadiante, começava o outro lado da casa, ou
então se podia virar à esquerda, justamenteentão se podia virar à esquerda, justamente
antes da porta, e seguir por um corredor maisantes da porta, e seguir por um corredor mais
estreito, que levava à cozinha e ao banheiro.estreito, que levava à cozinha e ao banheiro.
Quando a porta estava aberta, dava para verQuando a porta estava aberta, dava para ver
que a casa era muito grande; caso contrário,que a casa era muito grande; caso contrário,
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9.
10. tinha-se a impressão de um desses apar-tinha-se a impressão de um desses apar-
tamentos que se constroem agora, ondetamentos que se constroem agora, onde
uma pessoa mal pode se mexer. Irene e euuma pessoa mal pode se mexer. Irene e eu
vivíamos sempre nesta parte da casa, quasevivíamos sempre nesta parte da casa, quase
nunca íamos além da porta de carvalho, sal-nunca íamos além da porta de carvalho, sal-
vo para fazer a limpeza, pois é incrível comovo para fazer a limpeza, pois é incrível como
junta poeira nos móveis. Buenos Aires podejunta poeira nos móveis. Buenos Aires pode
ser uma cidade limpa, mas isso ela deve aser uma cidade limpa, mas isso ela deve a
seus habitantes e não a outra coisa. Há de-seus habitantes e não a outra coisa. Há de-
masiada poeira nos mármores dos consolosmasiada poeira nos mármores dos consolos
e entre os buracos das toalhas de macramé;e entre os buracos das toalhas de macramé;
dá trabalho tirá-lo completamente só comdá trabalho tirá-lo completamente só com
o espanador, voa e se suspende no ar, umo espanador, voa e se suspende no ar, um
momento depois se deposita de novo nosmomento depois se deposita de novo nos
móveis e no piano.móveis e no piano.
Recordarei sempre nitidamente porqueRecordarei sempre nitidamente porque
foi simples e sem circunstâncias inúteis.foi simples e sem circunstâncias inúteis.
Irene estava tricotando em seu quarto,Irene estava tricotando em seu quarto,
eram oito da noite e, de repente, eu meeram oito da noite e, de repente, eu me
lembrei de levar a chaleira do mate aolembrei de levar a chaleira do mate ao
fogo. Fui pelo corredor até chegar à portafogo. Fui pelo corredor até chegar à porta
de carvalho, que estava entreaberta, e davade carvalho, que estava entreaberta, e dava
a volta ao cotovelo que levava à cozinhaa volta ao cotovelo que levava à cozinha
quando ouvi alguma coisa na sala de jantarquando ouvi alguma coisa na sala de jantar
ou na biblioteca. O som vinha impreciso eou na biblioteca. O som vinha impreciso e
surdo, como o tombar de uma cadeira so-surdo, como o tombar de uma cadeira so-
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11. bre o tapete ou um abafado murmúrio debre o tapete ou um abafado murmúrio de
conversação. E o ouvi, também, ao mesmoconversação. E o ouvi, também, ao mesmo
tempo ou um segundo depois, no fundo dotempo ou um segundo depois, no fundo do
corredor que vinha daquelas peças até acorredor que vinha daquelas peças até a
porta. Atirei-me contra a porta antes queporta. Atirei-me contra a porta antes que
fosse demasiado tarde, fechei-a violenta-fosse demasiado tarde, fechei-a violenta-
mente, apoiando meu corpo; felizmente amente, apoiando meu corpo; felizmente a
chave estava do nosso lado e, além disso,chave estava do nosso lado e, além disso,
passei nessa porta o grande ferrolho parapassei nessa porta o grande ferrolho para
maior segurança.maior segurança.
Fui então à cozinha, fervi a água daFui então à cozinha, fervi a água da
chaleira e, quando voltei com a bandeja dochaleira e, quando voltei com a bandeja do
mate, disse a Irene:mate, disse a Irene:
— Tive que fechar a porta do corredor.— Tive que fechar a porta do corredor.
Tomaram a parte dos fundos.Tomaram a parte dos fundos.
Deixou cair o tricô e me olhou com osDeixou cair o tricô e me olhou com os
seus graves olhos cansados.seus graves olhos cansados.
— Você tem certeza?— Você tem certeza?
Disse que sim.Disse que sim.
— Então – disse, recolhendo as agulhas— Então – disse, recolhendo as agulhas
– teremos que viver neste lado.– teremos que viver neste lado.
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14. Eu cevava o mate com muito cuidado, masEu cevava o mate com muito cuidado, mas
ela demorou um instante em recomeçar o tra-ela demorou um instante em recomeçar o tra-
balho. Lembro-me de que tricotava um coletebalho. Lembro-me de que tricotava um colete
cinzento; achava bonito esse colete.cinzento; achava bonito esse colete.
Os primeiros dias nos pareceram penososOs primeiros dias nos pareceram penosos
porque ambos tínhamos deixado muitas coisasporque ambos tínhamos deixado muitas coisas
que amávamos na parte tomada. Meus livrosque amávamos na parte tomada. Meus livros
de leitura francesa, por exemplo, estavam to-de leitura francesa, por exemplo, estavam to-
dos na biblioteca. Irene sentia falta de umasdos na biblioteca. Irene sentia falta de umas
toalhas, um par de chinelas que a abrigavamtoalhas, um par de chinelas que a abrigavam
muito no inverno. Eu lamentava o meu ca-muito no inverno. Eu lamentava o meu ca-
chimbo de zimbro e acho que Irene pensouchimbo de zimbro e acho que Irene pensou
em uma garrafa de Hesperidina de muitosem uma garrafa de Hesperidina de muitos
anos. Com freqüência (mas isto só aconteceuanos. Com freqüência (mas isto só aconteceu
nos primeiros dias) fechávamos alguma gave-nos primeiros dias) fechávamos alguma gave-
ta das cômodas e nos olhávamos com tristeza.ta das cômodas e nos olhávamos com tristeza.
— Não está aqui.— Não está aqui.
E era mais uma das coisas de tudo o queE era mais uma das coisas de tudo o que
tínhamos perdido no outro lado da casa.tínhamos perdido no outro lado da casa.
Mas também tivemos vantagens. AMas também tivemos vantagens. A
limpeza ficou tão simplificada que mesmolimpeza ficou tão simplificada que mesmo
nos levantando muito tarde, às nove e meia,nos levantando muito tarde, às nove e meia,
por exemplo, não eram onze e já estávamospor exemplo, não eram onze e já estávamos
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15. de braços cruzados. Irene se acostumou a irde braços cruzados. Irene se acostumou a ir
comigo à cozinha e me ajudava a prepararcomigo à cozinha e me ajudava a preparar
o almoço. Pensamos bem, e decidimos istoo almoço. Pensamos bem, e decidimos isto
enquanto eu fazia o almoço, Irene prepara-enquanto eu fazia o almoço, Irene prepara-
ria pratos frios para a noite. Alegramo-nosria pratos frios para a noite. Alegramo-nos
porque sempre se torna incômodo ter queporque sempre se torna incômodo ter que
abandonar os quartos ao entardecer e se pôrabandonar os quartos ao entardecer e se pôr
a cozinhar. Agora nos bastavam a mesa noa cozinhar. Agora nos bastavam a mesa no
quarto de Irene e as travessas de comida fria.quarto de Irene e as travessas de comida fria.
Irene estava contente porque lhe sobravaIrene estava contente porque lhe sobrava
mais tempo para tricotar. Eu andava um poucomais tempo para tricotar. Eu andava um pouco
desorientado por causa dos livros, mas, paradesorientado por causa dos livros, mas, para
não afligir minha irmã, comecei a examinar anão afligir minha irmã, comecei a examinar a
coleção de selos de papai, e isso me serviucoleção de selos de papai, e isso me serviu
para matar o tempo. Nós nos divertíamospara matar o tempo. Nós nos divertíamos
muito, cada qual em suas coisas, que era maismuito, cada qual em suas coisas, que era mais
confortável. Às vezes Irene dizia:confortável. Às vezes Irene dizia:
— Olhe só este ponto que inventei. Não se— Olhe só este ponto que inventei. Não se
parece com um trevo?parece com um trevo?
Um instante depois era eu que lhe punha di-Um instante depois era eu que lhe punha di-
ante dos olhos um quadradinho de papel para queante dos olhos um quadradinho de papel para que
visse o valor de algum selo de Eupen e Malmédy.visse o valor de algum selo de Eupen e Malmédy.
Passávamos bem, e pouco a pouco começávamosPassávamos bem, e pouco a pouco começávamos
a não pensar. Pode-se viver sem pensar.a não pensar. Pode-se viver sem pensar.
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18. (Quando Irene sonhava em voz alta, eu(Quando Irene sonhava em voz alta, eu
acordava imediatamente. Nunca pude meacordava imediatamente. Nunca pude me
habituar a essa voz de estátua ou papagaio,habituar a essa voz de estátua ou papagaio,
voz que vem dos sonhos e não da garganta.voz que vem dos sonhos e não da garganta.
Irene dizia que meus sonhos eram grandesIrene dizia que meus sonhos eram grandes
sacudidelas que, às vezes, faziam cair o co-sacudidelas que, às vezes, faziam cair o co-
bertor. Nossos quartos tinham um livingbertor. Nossos quartos tinham um living
separando-os, mas, de noite, se escutavaseparando-os, mas, de noite, se escutava
qualquer coisa na casa. Nós nos ouvíamosqualquer coisa na casa. Nós nos ouvíamos
respirar, tossir, pressentíamos o gesto querespirar, tossir, pressentíamos o gesto que
conduz ao interruptor do abajur, as mútuas econduz ao interruptor do abajur, as mútuas e
freqüentes insônias.freqüentes insônias.
Fora disso, tudo estava silencioso na casa.Fora disso, tudo estava silencioso na casa.
De dia, eram os rumores domésticos, o roçarDe dia, eram os rumores domésticos, o roçar
metálico das agulhas de tricô, um crepitarmetálico das agulhas de tricô, um crepitar
de folhas viradas de álbum filatélico. A por-de folhas viradas de álbum filatélico. A por-
ta de carvalho, creio tê-lo dito, era maciça.ta de carvalho, creio tê-lo dito, era maciça.
Na cozinha e no banheiro, próximos à parteNa cozinha e no banheiro, próximos à parte
tomada, ficávamos falando em voz mais alta,tomada, ficávamos falando em voz mais alta,
ou Irene cantava canções de ninar. Em umaou Irene cantava canções de ninar. Em uma
cozinha há demasiado ruído de louça e vi-cozinha há demasiado ruído de louça e vi-
dros para que outros sons a invadam. Muitodros para que outros sons a invadam. Muito
poucas vezes permitíamos ali o silêncio, mas,poucas vezes permitíamos ali o silêncio, mas,
quando voltávamos aos quartos e ao living,quando voltávamos aos quartos e ao living,
então a casa ficava silenciosa e, à meia-luz,então a casa ficava silenciosa e, à meia-luz,
até pisávamos mais vagarosamente para nãoaté pisávamos mais vagarosamente para não
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19. nos incomodar. Acho que era por isso que, denos incomodar. Acho que era por isso que, de
noite, quando Irene começava a sonhar emnoite, quando Irene começava a sonhar em
voz alta, eu a acordava imediatamente.)voz alta, eu a acordava imediatamente.)
É quase repetir a mesma coisa, exceto nasÉ quase repetir a mesma coisa, exceto nas
conseqüências. De noite sinto sede, e antesconseqüências. De noite sinto sede, e antes
de nos deitar disse a Irene que ia à cozinhade nos deitar disse a Irene que ia à cozinha
buscar um copo com água. Da porta do quartobuscar um copo com água. Da porta do quarto
(ela tricotava) ouvi ruído na cozinha, talvez no(ela tricotava) ouvi ruído na cozinha, talvez no
banheiro, porque o cotovelo do corredor di-banheiro, porque o cotovelo do corredor di-
minuía o som. Minha maneira brusca de pararminuía o som. Minha maneira brusca de parar
chamou a atenção de Irene, que veio para ochamou a atenção de Irene, que veio para o
meu lado sem dizer palavra. Ficamos ouvin-meu lado sem dizer palavra. Ficamos ouvin-
do os ruídos, notando claramente que eramdo os ruídos, notando claramente que eram
deste lado da porta de carvalho, na cozinhadeste lado da porta de carvalho, na cozinha
e no banheiro, ou mesmo no corredor, ondee no banheiro, ou mesmo no corredor, onde
começava o cotovelo quase ao nosso lado.começava o cotovelo quase ao nosso lado.
Nem sequer nos olhamos. Apertei o braçoNem sequer nos olhamos. Apertei o braço
de Irene e a fiz correr comigo até a porta, semde Irene e a fiz correr comigo até a porta, sem
olhar para trás. Os ruídos ficavam mais fortes,olhar para trás. Os ruídos ficavam mais fortes,
mas sempre abafados, às nossas costas. Fecheimas sempre abafados, às nossas costas. Fechei
de um golpe a porta e ficamos no saguão. Nãode um golpe a porta e ficamos no saguão. Não
se ouvia nada agora.se ouvia nada agora.
— Tomaram esta parte – disse Irene. O tricô— Tomaram esta parte – disse Irene. O tricô
descia de suas mãos e os fios iam até a portadescia de suas mãos e os fios iam até a porta
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20.
21. e se perdiam por debaixo dela. Quando viue se perdiam por debaixo dela. Quando viu
que os novelos tinham ficado do outro lado,que os novelos tinham ficado do outro lado,
ela largou o tricô sem ao menos olhá-lo.ela largou o tricô sem ao menos olhá-lo.
— Você teve tempo de trazer alguma coisa? –— Você teve tempo de trazer alguma coisa? –
perguntei-lhe inutilmente.perguntei-lhe inutilmente.
— Não, nada.— Não, nada.
Estávamos com o que tínhamos no corpo.Estávamos com o que tínhamos no corpo.
Lembrei-me dos quinze mil pesos no guar-Lembrei-me dos quinze mil pesos no guar-
da-roupa do meu quarto. Agora era tarde.da-roupa do meu quarto. Agora era tarde.
Como me sobrava o relógio de pulso, viComo me sobrava o relógio de pulso, vi
que eram onze horas da noite. Cingi com meuque eram onze horas da noite. Cingi com meu
braço a cintura de Irene (eu acho que ela es-braço a cintura de Irene (eu acho que ela es-
tava chorando) e saímos assim à rua. Antestava chorando) e saímos assim à rua. Antes
de nos afastarmos senti tristeza, fechei bem ade nos afastarmos senti tristeza, fechei bem a
porta de entrada e joguei a chave no bueiro.porta de entrada e joguei a chave no bueiro.
Não fosse algum pobre-diabo resolver roubarNão fosse algum pobre-diabo resolver roubar
e entrasse na casa, a essa hora e com a casae entrasse na casa, a essa hora e com a casa
tomada.tomada.
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