O objetivo do artigo é identificar as características do jornalismo online presentes na página da web do Jornal Nacional, da Rede Globo. O programa foi escolhido para dar início a esse estudo por ser o telejornal com maior índice de audiência em TV aberta. O artigo mostra ainda quais as características do jornalismo online já foram identificadas pelos pesquisadores.
1. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
VIII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
(Universidade Federal do Maranhão, São Luís), novembro de 2010
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Características do jornalismo online em sites de telejornais
brasileiros – um estudo preliminar
Liana Vidigal Rocha 1
Resumo: Um dos grandes diferenciais da internet em relação aos demais veículos de
comunicação é a informação em tempo real. Entretanto, isso não significa que os sites
jornalísticos explorem todas as suas características, seja por razões econômicas ou por
conveniência. As características do jornalismo na internet aparecem, majoritariamente, como
potencialização e não como ruptura. Essa ruptura se dá no momento em que a internet não
apresenta limites, nem de tempo e nem de espaço. Portanto, o objetivo do artigo é identificar as
características do jornalismo online presentes na página da web do Jornal Nacional, da Rede
Globo. O programa foi escolhido para dar início a esse estudo por ser o telejornal com maior
índice de audiência em TV aberta. O artigo mostra ainda quais as características do jornalismo
online já foram identificadas pelos pesquisadores.
Palavras-chave: jornalismo online; características; sites; telejornais, Jornal Nacional
Introdução
A internet pode ser definida como uma rede de computadores conectados de
“forma transcontinental e que compartilham o mesmo conjunto de protocolos”2 (2000).
Para Castells (2001, p. 8), a internet é um “meio de comunicação que permite, pela
primeira vez, a comunicação de muitos com muitos, num momento escolhido, em escala
global”. Motivada pela Guerra Fria, a rede nasceu no Pentágono, em Washington, e foi
realizado pela agência norte-americana ARPA (Advanced Research Projects Agency –
Agência de Pesquisas em Projetos Avançados). O objetivo era criar uma malha de
comunicação que não fosse centralizada e vulnerável no caso de um ataque nuclear.
1
Doutora e Mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP, jornalista diplomada, professora-adjunta do curso
de Comunicação Social da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Email: lividigal@uol.com.br.
2
VOLLTATH, Berenice. Recursos Audiovisuais em sala de aula. Rev. PEC, Curitiba, v.1. n.1, p.5-10, jul.2000-
jul.2001. Disponível em http://www.bomjesus.br/publicacoes/pdf/revista_PEC/recursos_audiovisuais_em.pdf
Acessado em 11 jul 2010.
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A Internet tem seus precedentes no contexto da Guerra Fria e do início da
corrida espacial, quando o presidente americano Dwight Eisenhower resolveu
criar a Arpa (Advanced Research Projects Agency), como resposta ao
lançamento do primeiro satélite espacial, o Sputinik, pela União Soviética,
em 1957. [...] A primeira missão da Arpa foi colocada em prática em 1962 ao
encarregar a Rand Corporation de desenvolver mecanismos que
assegurassem as comunicações do governo americano numa situação de
ataque nuclear.3 (FREITAS, 1999).
De acordo com Freitas (1999), no ano de 1967, “quatro universidades norte-
americanas seriam escolhidas para implementar a rede de pacotes”. Tal rede recebeu o
nome de Darpanet, mas, em seguida, foi rebatizada de Arpanet. Em 1972, acontece a
primeira demonstração pública da rede, poucos meses antes de ser anunciada a invenção
do e-mail. No ano seguinte, surge a primeira conexão internacional com a incorporação
da Universidade de Londres ao projeto.
Inicia-se um período de extraordinário avanço técnico e de
internacionalização da Arpanet, com as primeiras conexões com a University
College de Londres, na Inglaterra, e o Royal Radar Establishment, na
Noruega. O primeiro serviço comercial conectado à Arpanet, o Telenet da
BBN, entraria em operação em 1973 (FREITAS, 1999).
No início dos anos de 1980, a Arpanet se tornou “grande demais para atender os
requisitos de eficiência e segurança dos militares”4. A solução encontrada foi criar uma
rede privativa que recebeu o nome de Milnet. Nessa mesma época, a National Science
Foundation fundou a Csnet, uma rede voltada para a comunidade científica, e, em
parceria com a IBM, a Bitnet, direcionada para estudiosos de matérias não-científicas.
A conjunção destas e de outras redes levou o nome de Arpa-Internet, mais
tarde conhecida apenas como internet. Com a queda nos preços dos
equipamentos, a internet acabou se estendendo aos lares, formando a grande
teia de uso comum que conhecemos hoje. Em 1996, esta malha interligava
100 mil redes.5
No Brasil, as iniciativas começaram em 1988 com a reunião de pesquisadores,
representantes do governo e da Embratel para a discussão de uma rede nacional com
3
FREITAS, Hélio. Nem tudo é notícia – o Grupo Folha na Internet. Universidade Metodista de São
Paulo. Dissertação de Mestrado do curso de Pós-graduação em Comunicação Social. São Bernardo do
Campo, 1999. Disponível em http://www2.metodista.br/unesco/helio/capitulo2.htm. Acessado em: 10 de
julho de 2010.
4
Informações obtidas no site da RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa. Disponível em:
http://www.rnp.br/noticias/imprensa/2002/not-imp-marco2002.html Acessado em 20 jul 2010.
5
Idem.
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fins acadêmicos. Nesse mesmo ano, o CNPq e a Fapesp ligaram-se a redes
internacionais (Bitnet e Hepnet) e, em 1989, a Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) se conectaram à
Bitnet.
A RNP surgiu em 1989 para unir essas redes embrionárias e formar um
backbone de alcance nacional. Um ano antes, o Instituto Brasileiro de
Análises Econômicas e Sociais (Ibase) começou a testar o AlterNex, o
primeiro serviço brasileiro de internet não-acadêmica e não-governamental.6
Em 1995, o governo decide que a exploração comercial da Internet seria da
Embratel e da RNP (Rede Nacional de Pesquisas), sendo que os primeiros provedores
apareceram em julho desse mesmo ano. Até o momento a população mal sabia o que era
internet. Foi com a novela Explode Coração, veiculada pela Rede Globo em 1995, que
milhões de brasileiros viram como funcionava a comunicação em rede. O primeiro
boom da Internet no Brasil aconteceu em 1996. Em abril desse ano, foi criado o
Universo Online, do Grupo Folha, que, mais tarde, se transformaria em UOL, um dos
maiores provedores do país.7
Em 1999, o número de internautas ultrapassava a marca dos 2,5 milhões. Nesse
mesmo ano, o Yahoo! Brasil entra em operação, a Telefônica compra o ZAZ e lança o
Terra Networks. A rádio Jovem Pan inicia suas transmissões via web e o Grupo Globo
anuncia a criação do portal Globo.com (o objetivo era disponibilizar todo o conteúdo de
jornalístico e de entretenimento produzidos pelos veículos da empresa).
A um passo do século XXI, o Brasil começa a utilizar a conexão banda larga e o
IG lança o primeiro provedor de acesso grátis à internet. Em 2004, o país já tinha cerca
de 30 milhões de internautas e era líder mundial de inscritos no Orkut, um dos sites de
comunidades virtuais mais procurados do mundo e que rapidamente se tornou
extremamente popular no Brasil.
6
Idem.
7
FREITAS, Hélio. Nem tudo é notícia – o Grupo Folha na Internet. Universidade Metodista de São
Paulo. Dissertação de Mestrado do curso de Pós-graduação em Comunicação Social. São Bernardo do
Campo, 1999. Disponível em http://www2.metodista.br/unesco/helio/capitulo2.htm. Acessado em: 10 jul
2010.
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Características e gerações
Segundo J. B. Pinho (2003, 49-55), a internet é uma “ferramenta de
comunicação bastante distinta dos meios de comunicação tradicionais – televisão, rádio,
cinema, jornal e revista”. E por esse motivo possui peculiaridades que a diferenciam
como instrumento de informação. De acordo com o pesquisador, as características da
internet que podem ser destacadas são:
Não-linearidade: as estruturas de informação disponíveis nos sites não implicam
em uma sequência pré-determinada, ou seja, o internauta não precisa seguir um único
caminho. A internet oferece diferentes trajetórias de leitura e o principal responsável por
essa facilidade é o hipertexto.8
Fisiologia: a leitura de conteúdo na tela do computador é mais cansativa que no
suporte papel, fazendo com que a leitura no meio online seja feita de forma mais
vagarosa. Por este motivo, a recomendação era que o texto para a internet fosse um
pouco mais curto. Com o desenvolvimento da internet e das suas potencialidades, essa
indicação foi colocada em xeque. De acordo com Abreu9 (2009), “o ideal é darmos
condições aos usuários, por meio dos hiperlinks, para decidirem o quão curta ou extensa
será a leitura de acordo com os interesses e repertórios de cada um”.
Dirigibilidade: Os veículos eletrônicos e impressos sofrem com a falta de tempo
e espaço, além de terem editores que decidem o que será ou não notícia. No caso da
internet, a vantagem é que a informação pode ser dirigida para o público-alvo sem a
necessidade de se utilizar determinados filtros.
Qualificação: para Pinho (2003, p. 53), o público da internet era jovem e
qualificado (com alto nível de instrução)10. Porém, na época em que o autor escreveu o
livro, essa característica se aplicava bem à internet. Com o passar dos anos, o que se viu,
foi a presença do computador e da internet no cotidiano da população, independente de
8
Segundo Primo e Recuero (apud Aquino, 2007), o hipertexto passou por três momentos: no primeiro são
processos hipertextuais praticados nos textos impressos; no segundo as páginas web, criadas por
programadores, os usuários comuns da Internet podem, na maioria das vezes, realizar uma navegação
não-linear por entre as trilhas hipertextuais; e no terceiro, finalmente, seria a prática convergente e
também a prática de um hipertexto construído de forma colaborativa, que se concretiza na web 2.0 cuja
principal característica é a cooperação.
9
ABREU, André. O mito do texto curto. Fevereiro de 2009. Texto disponível em
http://imezzo.wordpress.com/2009/02/17/o-mito-do-texto-curto/#comments Acessado em 20 jul 2010.
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sexo, idade e classe social. Além disso, programas de inclusão digital foram criados no
Brasil, permitindo que um maior número de pessoas tivesse acesso às tecnologias.
Instantaneidade: a velocidade da internet faz com que as notícias sejam
publicadas de forma mais rápida, permitindo a transferência de som, cor e movimento
para qualquer parte do mundo em questão de segundos. Além disso, a internet
proporciona ainda, ao jornalismo, a chance das informações serem atualizadas.
- Custos de produção e de veiculação: sem dúvidas, em relação a outros veículos
de comunicação (televisão e jornal, por exemplo), “a internet é pouco dispendiosa”.
Manter uma página na internet com conteúdo atualizado requer um investimento muito
menor se comparado a outras mídias, por exemplo, a televisão. Com o surgimento dos
blogs, então, é possível manter uma página com conteúdo jornalístico na internet a um
custo baixíssimo. O blog é considerado uma ferramenta dinâmica, informativa, com alto
poder de comunicação e democrático (qualquer pessoa com acesso à internet pode criar,
escrever e publicar informações).
Acessibilidade: basta estar conectado à internet para o usuário acessar um site a
qualquer hora do dia, qualquer dia da semana ou do ano.
Interatividade: as formas de interatividade na internet são diversificadas.
Contudo, é importante ressaltar que o internauta pode interferir na informação, auxiliar
na construção do conteúdo e interagir com diferentes pessoas ao mesmo tempo. No caso
do jornalismo, o usuário pode sugerir pautas, criticar e/ou elogiar conteúdos, entrar em
contato com a redação (jornalista), participar de fóruns de discussão e de enquetes, etc.
Pessoalidade: diretamente ligada à interatividade, esta característica prevê uma
comunicação não somente pessoal como também interpessoal. Envio e recebimento de
e-mails, chats e canais de comunicação são exemplos de interação por meio do
computador.
Recepção ativa: ao contrário do rádio e da TV, a audiência na internet precisa
“buscar a informação de maneira mais ativa”, isto é, com o número elevado de dados
disponíveis na rede, o internauta é o principal responsável pela busca da informação,
fazendo com que a internet seja uma mídia pull (que puxa a atenção e o interesse do
usuário).
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No que se refere ao jornalismo, é possível afirmar que, ao longo dos anos, os
pesquisadores elaboraram um conjunto de características que sintetizam as
especificidades da prática jornalística nas redes digitais (PALÁCIOS e RIBAS, 2007, p.
35). As principais propriedades são:
Hipertextualidade: é a possibilidade de interconectar textos, sites, arquivos e etc
por meio de links. Por meio da hipertextualidade o internauta pode acessar informações
contextualizadas e mais aprofundadas, visto que os links podem ser compostos por
conteúdo multimídia ou, até mesmo, dados resgatados de material mais antigo.
Multimidialidade: pode ser entendida como a convergência das mídias
convencionais (texto, imagem e som) na narração do fato jornalístico. Contudo,
Baldessar, Antunes e Rosa (2009) afirmam que:
A multimidialidade no computador deve ser entendida como uma
sobreposição de mídias feita com uso de hipermídia aliada ao controle do
usuário e interatividade do mesmo. No jornalismo, a multimidialidade é vista
em reportagens especiais onde são utilizados vários tipos de mídias: vídeos,
imagens, infográficos, sons, ilustrações, hiperlinks, hipermídias e texto.
Interatividade: o meio online faz com que o usuário possa fazer parte do
processo de produção da notícia por meio dos chats, das enquetes e do e-mail. Além
disso, a própria navegação pelos hipertextos também pode ser considerada uma
circunstância interativa;
A interatividade busca a inclusão do usuário/leitor como participante do
processo jornalístico através de troca de e-mails (leitor/jornalista); da
participação com comentários, enquetes e opinião; discussão em fórum e
chats; e da navegação livre e seletiva de conteúdos (TOLDO E
GONÇALVES, 2008).
Personalização de conteúdo: o internauta, agora, tem a chance de configurar os
produtos jornalísticos de acordo com seus interesses, descartando material maçante. Um
exemplo de personalização de conteúdo é a newsletter, espécie de boletim informativo
cujo conteúdo é enviado por e-mail para usuários cadastrados.
Memória: a internet tem a capacidade de acumular um elevado número de
informações que, geralmente, são colocadas à disposição do usuário para que possa ter
acesso, com maior facilidade, ao material mais antigo. Também chamada de banco de
dados, a memória pode ser considerada coletiva na medida em que está conectada (ou
interconectada) com outras diferentes informações e/ou usuários.
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Atualização contínua (instantaneidade): Essa característica refere-se ao acesso
rápido, a facilidade de produção e a disponibilização do conteúdo jornalístico na
internet. O diferencial do jornalismo na internet é que o material pode ser atualizado
constantemente (até mesmo várias vezes ao dia). Entretanto, por ser atualizado
constantemente, um site de notícias pode oferecer ao usuário muito mais conteúdo do
que ele é capaz de assimilar.
É possível afirmar que o jornalismo online passou por estágios que contribuíram
para o seu desenvolvimento. Na primeira geração, chamada de reprodução, o conteúdo
das publicações impressas era transposto para o meio online sem qualquer alteração. As
redações jornalísticas ainda não dispunham também de recursos dedicados
exclusivamente à edição digital do material.
A segunda geração do jornalismo online refere-se à introdução do hipertexto, a
utilização do e-mail e a incorporação de elementos audiovisuais, como arquivos de
áudio e vídeo, caracterizando-se como uma etapa em que a configuração física de um
jornal eletrônico começa a separar-se do impresso.
A terceira geração pode ser entendida como a de incrementação dos conteúdos
multimídia (imagem, texto, som e vídeo). Foi nesse momento que a oferta de serviços
orientados ao entretenimento, a criação de comunidades e o comércio eletrônico tiveram
um considerável aumento. É a fase do desenvolvimento de conteúdo exclusivo para a
web. As empresas jornalísticas, exclusivas ou não da web, tiveram que incorporar
elementos interativos (chats, fóruns, enquetes, comentários etc) e contratar profissionais
especializados no trabalho da edição digital.
Finalmente, a quarta geração do jornalismo online está ligada à fase do
jornalismo participativo, que pode ser entendido como “o ato de um cidadão ou grupo
participar ativamente no processo de busca, análise, produção e disseminação de
notícias e informações” (GILLMOR, 2004).
Telejornalismo e Internet: tempos de convergência
De acordo com Squirra (2002, online), o telejornalismo é um “gênero
jornalístico que representa uma prática de difusão de informações conhecida, estudada e
já bem familiar para a sociedade”. Em contrapartida, a internet é uma mídia recente,
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atraente e que chama a atenção de pesquisadores, “apesar de configurar-se como recurso
exclusivo de parte da população”.
A migração de conteúdos das redes e emissoras de televisão para a internet com
a criação de portais e sítios próprios marca um momento peculiar do telejornalismo,
pois desperta um novo relacionamento com o telespectador - internauta. A partir da
definição proposta por Silva Júnior (2001) ao analisar o desenvolvimento de sites de
jornais, Amaral (2007) apresenta modelos de classificação para o telejornalismo na web:
MODELOS DE TELEJORNALISMO VIRTUAL
Modelo I - Simples transposição do telejornal para o ciberespaço
Transpositivo em Tempo via transmissão pela Internet em tempo real;
Real Transmissão simultânea na televisão e na Internet,
mantendo o mesmo conteúdo.
Modelo II - Os telejornais são colocados em menus on demand
Transpositivo em que o internauta acessa de acordo com seu
On Demand interesse e no momento que preferir.
Modelo III - Os telejornais são disponibilizados na Internet ao
Transpositivo vivo, em tempo real e também permanecem no menu
On demand e em tempo de arquivos on demand para que o internauta acesse
real quando quiser.
Os telejornais são disponibilizados pela Internet com
sua estrutura modificada, diferente do que foi
Modelo IV - transmitido pela televisão. Geralmente, as
Semi-Transpositivo reportagens são fracionadas por assunto e a
disposição das matérias nas páginas do website segue
o padrão de importância editorial atribuída à notícia.
Algumas emissoras disponibilizam os telejornais na
ìntegra somente para assinantes.
Os telejornais são apresentados exclusivamente pela
Modelo V – Internet, utilizando a linguagem tradicional do
Convencional jornalismo de televisão. Este modelo pode ser
Hipermidiático subdividido em outros dois sub-modelos: o
convencional hipermidiático original, produzido
inteiramente pelo portal ou site, e o modelo
hipermidiático terceirizado que utiliza material de
terceiros, notadamente de agências de notícias.
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Os telejornais são apresentados somente pela
Internet, por empresas de televisão que produzem
Modelo VI -Hipermidiático conteúdos exclusivos para a rede. Esse modelo reúne
Convergente Interativo todos os elementos interativos possibilitados no
ambiente virtual como chats, entrevistas ao vivo,
envio de e-mails, vídeos, áudios e dados
disponibilizados numa convergência de mídias.
Quadro 1- Fonte: AMARAL (2007, p. 8 -9).
A presença dos telejornais na internet interfere também na rotina de produção,
uma vez que cria a necessidade de se produzir conteúdos que respeitem as
características principais de cada mídia, televisão e Internet, e ao mesmo tempo sejam
complementares entre si. Esta constatação esbarra na dificuldade de aliar o que Fachine
(2009) chama de “lógica” de cada meio. Para a autora, a televisão operaria com a
“escala coletiva e a lógica da oferta”, enquanto que a Internet com a “escala individual e
a lógica da demanda”, e que o respeito a essas especificidades evitaria “os equívocos
provocados pela „importação‟ de formatos interativos da Internet pela TV sem que
sejam levadas em consideração as características próprias a cada dispositivo.”
Como conciliar os desejos de „assistir‟, que remete a uma situação
espectatorial de caráter mais contemplativo e coletivo e de „interagir‟, que
apela à ação e à individualidade? A busca por respostas a tais questões deve
começar pela compreensão da interatividade como forma de comunicação
ancorada, essencialmente, na participação. Pode ser pensada tanto como
procedimento (tecnológico), quanto como processo (comunicacional) de
troca de conhecimento, ideias, sentimentos movidos pelo desejo de intervir.
(FACHINE, 2009, p. 153).
Na avaliação de Médola (2006, p. 189), na transposição de produtos
audiovisuais dos suportes analógicos para o digital ainda são mantidos muitos aspectos
relacionados às formas de recepção anteriores, muito embora sejam criadas estratégias
para que o telespectador - internauta tenha uma programação adaptável:
Locar um vídeo ou DVD para assistir em casa é substituído pelo banco de
dados de vídeos e programas colocados à disposição na rede pelo site Globo
Media Center. Delegar ao enunciatário a ação de organizar uma programação
própria, com o recurso de play list, remete certamente ao tipo de autonomia
conferido pelo efeito zapping, possibilitado pela introdução do controle
remoto. Condutas semelhantes a atos anteriores, mas que diferem
basicamente na facilidade de acesso e velocidade temporal.
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Elementos identificados no site do telejornal
O site do Jornal Nacional pode ser acessado através do portal Globo.com.
Editada por Alfredo Bokel, a página do telejornal oferece ao internauta o conteúdo das
edições do programa, além de um blog com os bastidores das reportagens (JN Especial)
cujos posts são escritos pelo próprio editor e invariavelmente pelos profissionais que
produziram as matérias.
A página é dividida, basicamente, em três colunas: duas exclusivas para
conteúdo jornalístico veiculado pelo telejornal (localizadas à esquerda e no centro da
página) e uma terceira, à direita da página, que mescla material jornalístico (notícias do
G1) com publicitário (Globo Shopping, Bradesco e Natura).
No alto da página, há duas barras de navegação: a primeira com botões do portal
Globo.com (notícias, esportes, entretenimento e vídeos) e a segunda com botões para
navegação no próprio site (JN Especial; Redação; História; Fale Conosco; Vídeos;
Telejornais e G1.com.br). No final da página, é possível acessar, por meio de pequenas
fotografias e ícones, as aberturas que marcaram o JN, os detalhes do telejornal, a equipe
que faz o programa e o contato com a redação11.
O site trás sempre uma reportagem em destaque no centro da página e logo
abaixo as demais matérias com uma imagem e uma pequena chamada sobre o assunto.
O internauta pode assistir ao vídeo já na homepage ou então clicar na tela e ter acesso
ao vídeo e ao texto ao mesmo tempo. Um detalhe importante é que o texto
disponibilizado para o usuário refere-se à descrição do texto da reportagem, ou seja, não
há qualquer modificação ou adaptação da informação para a web, confirmando a idéia
da transposição de conteúdo específica da primeira geração do jornalismo online. A
seguir, uma descrição das características do jornalismo online encontradas no site do
Jornal Nacional.
Hipertextualidade – Essa é uma das características mais exploradas no site do
JN. Na homepage, o internauta pode acessar as principais notícias do dia veiculadas
pelo telejornal com apenas um click. As manchetes, os vídeos e, inclusive, o material
publicitário estão disponíveis no formato de hiperlink. Apenas as chamadas do vídeo em
11
Na verdade, ao clicar neste ícone para entrar em contato com a equipe do jornal, o usuário é remetido à
Central de Atendimento ao Telespectador.
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destaque não oferecem essa possibilidade, visto que tratam-se de resumos para a
reportagem a ser exibida ao lado. Os textos que acompanham os vídeos não possuem
hipertextos, fato que poderia ser revisto pelo editor do site, na medida em que as
Organizações Globo produzem material mais do que suficiente para oferecer ao usuário
como complementação e, até mesmo, contextualização. O site também não oferece, ao
final dos textos das reportagens, links relacionados com o tema acessado. Esse recurso,
caso existisse, auxiliaria o internauta a encontrar mais de uma informação (ou
reportagem) referente ao assunto.
Multimidialidade – Representada nos formatos de texto, vídeo e fotografia a
página do JN não oferece arquivos de áudio, ilustrações ou infográficos. É possível
perceber que a preocupação do site resume-se à transposição dos vídeos apresentados
nas edições do telejornal. O mesmo acontece com os textos que são apenas uma
reprodução do material veiculado na reportagem. Em contrapartida, no blog do
telejornal é possível encontrar posts com acervo de fotografias de reportagens e seus
bastidores.
Interatividade – O canal de interatividade mais visível na página do JN está
localizado na barra de navegação. O Fale Conosco, por meio do CAT (Central de
Atendimento ao Telespectador), oferece ao internauta a possibilidade de enviar
“elogios, críticas e sugestões, assim como tirar as dúvidas sobre a programação”.
Entretanto, para entrar em contato é necessário cadastrar-se no site. Se quiser uma
forma mais rápida, pode seguir a @rede_globo no Twitter e ficar por dentro das
novidades da emissora. Por outro lado, se o internauta estiver disposto „a gastar um
pouco‟ poderá conversar com a central por meio de um número de telefone. Para que
não pairem dúvidas em relação ao serviço, a empresa disponibiliza na página as regras
da “Política de Relacionamento com o telespectador”, cujo conteúdo é assinado pela
Central Globo de Comunicação.
Ao final de cada vídeo, há também outras formas de interatividade: o
compartilhamento de informações e o contato com a redação. Para enviar o conteúdo da
reportagem, o internauta pode clicar no ícone de enviar para um amigo ou então, clicar
nos ícones das mídias sociais disponíveis no site (Twitter, Facebook e Orkut). No caso
de querer e/ou precisar falar com a redação, o usuário pode clicar no ícone Entre em
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contato. É necessário preencher algumas informações, como nome, e-mail, cidade onde
reside, Estado, sexo, assunto e, finalmente, a mensagem. Não se trata de um longo
questionário, mas essa formalidade pode afugentar internautas menos pacientes. O site
não disponibiliza um endereço de e-mail direto, nem da redação e muito menos dos
profissionais do programa.
Outra forma de interatividade encontrada no site foi a atribuição de notas. Cada
vídeo postado no site está sujeito a ser avaliado pelo internauta. Ao marcar a figura de
uma estrela, o internauta vota no conteúdo do material. Esse serviço, caso seja
contabilizado e avaliado por parte da equipe técnica do site, pode vir a ser uma fonte de
pesquisa no que diz respeito à qualidade e à importância das notícias apresentadas pelo
telejornal. Em relação às enquetes, não foram detectados qualquer exemplo.
Já o blog do telejornal oferece um espaço para comentários dos internautas.
Todos os posts possuem, ao menos, um comentário sobre as informações. Porém, um
detalhe chama a atenção: os comentários analisados para esta pesquisa apresentaram
apenas elogios ao material postado. Não foram detectadas críticas ou palavras de baixo
calão tão comuns em outros blogs e sites que oferecem este canal de
comunicação/interatividade.
Personalização de conteúdo – A página do JN não oferece conteúdo
personalizado ao internauta. No pé da página, está disponibilizada a newsletter do G1,
mas este estudo não aborda o portal de notícias, apenas a página específica do telejornal.
Memória – Na página inicial do telejornal, há o botão Buscar. Ao inserir uma
palavra-chave, como “Nardoni”, são disponibilizados os vídeos sobre o caso Isabella
Nardoni, que podem ser acessados de três formas diferentes: relevantes, recentes ou
antigos. Ao clicar em Vídeos, na barra de navegação, o internauta pode procurar a
reportagem desejada em seções diferenciadas: „Edições‟, „Arquivo JN‟ e „Caso Bruno‟.
Na seção Edições, é possível acessar o material procurado pelo dia, mês ou ano
em que foi ao ar. Inclusive, há um calendário interativo para facilitar o acesso. Na seção
Arquivo JN, o usuário pode clicar nos vídeos disponibilizados na página. O que chama a
atenção é que as reportagens são colocadas de forma aleatória. Não há uma organização
específica das datas em que foram veiculadas. Por exemplo, matérias apresentadas pelo
13. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
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telejornal no ano de 1989 (Morte do ator Lauro Corona) estão ao lado de material mais
recente, como A tragédia do avião da TAM, em 2007.
A terceira seção disponibilizada pelo telejornal trata de um fato atual intitulado
Caso Bruno. Nela, é possível encontrar todos os vídeos que foram veiculados pelo
telejornal sobre o acontecimento, que estão organizados de forma cronológica, do mais
recente para o mais antigo. Por fim, o JN oferece ao internauta a possibilidade de buscar
vídeos de forma específica, inserindo palavras-chave que servirão como filtros. Ao
inserir “Copa do Mundo da África”, foram disponibilizados todos os vídeos referentes
ao evento, desde os fatos que antecederam a competição até a grande final. No total,
foram 132 vídeos divididos em nove páginas.
Atualização contínua – O site do Jornal Nacional é atualizado de segunda a
sábado, dias em que vai ao ar na Rede Globo. Assim que o programa é apresentado na
televisão, seu conteúdo é inserido na internet. Na edição do dia 23 de julho, a primeira
reportagem foi publicada às 21h03 e a última às 21h46. Não há atualização de conteúdo
até o horário da edição seguinte do telejornal.
Considerações Finais
É possível afirmar que o site do Jornal Nacional é basicamente transpositivo, ou
seja, praticamente não há conteúdo feito para a Internet. O que na verdade existe é uma
organização do conteúdo (entenda-se vídeos) na página do telejornal e informações
sobre os bastidores de determinadas reportagens. O site oferece mais de uma
possibilidade de busca de conteúdo jornalístico, no entanto, o material refere-se apenas
às reportagens veiculadas na televisão.
Dentre os modelos de classificação para o telejornalismo na web propostos por
(Amaral, 2007), é possível dizer que o Jornal Nacional se encaixa no modelo
Transpositivo On Demand, ou seja, o telejornal é colocado em menus on demand e o
internauta acessa o conteúdo de acordo com seu interesse e no momento que preferir.
O fato do telejornal ser disponibilizado na rede somente após sua veiculação na
TV significa que não existe a possibilidade do internauta assistir ao telejornal pelo site
em tempo real. Caso o telespectador não tenha acesso a um aparelho de TV no momento
da exibição do programa, o site não supre essa necessidade.
14. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
VIII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
(Universidade Federal do Maranhão, São Luís), novembro de 2010
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Outra questão detectada nessa pesquisa foi a falta de conteúdo personalizado. É
sabido que o portal Globo.com oferece todos os vídeos da emissora de televisão,
contudo, o acesso ao telejornal na íntegra é fornecido somente para assinantes. No caso
da personalização de conteúdo, é possível dizer que essa característica poderia ser
facilmente oferecida. Caso uma lista de reprodução de vídeos (playlist) fosse criado, por
exemplo, o internauta teria a chance não somente de armazenar material de seu interesse
como organizar um conteúdo que atendesse as suas necessidades.
Há ainda a questão da memória (banco de dados) não ser permanente. Os
telejornais antigos não podem ser acessados na íntegra, apenas os vídeos de reportagens,
cuja pesquisa precisa ser feita de maneira criteriosa a fim de obter o resultado desejado.
O site do Jornal Nacional também não oferece “pesquisa avançada”, isto é, não há como
refinar a pesquisa com o intuito de conseguir um resultado mais preciso.
A multimidialidade também é pouco explorada no site. Não há infográficos,
ilustrações ou arquivos de áudio. O elemento de destaque realmente são os vídeos,
principal produto do telejornal. As fotografias aparecem somente no blog do programa e
referem-se mais aos bastidores da reportagem que ao fato noticiado. Foi possível
observar ainda que apenas as notícias do G1 têm destaque na página do Jornal Nacional.
Portanto, as características do jornalismo na internet aparecem,
majoritariamente, como potencialização e não como ruptura. No entanto, a ruptura se dá
no momento em que a internet não apresenta limites, nem de tempo e nem de espaço.
Contudo, isso não significa que os sites jornalísticos explorem todas essas
características seja por razões econômicas ou por conveniência.
Referências
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