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Idalberto Chiavenato
INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL
DA ADMINISTRAÇÃO
DA ADMINISTRAÇÃO
Elsevier/Campus
www.elsevier.com.br
www.chiavenato.com
PARTE NOVE
ABORDAGEM CONTINGENCIAL
ABORDAGEM CONTINGENCIAL
DA
ADMINISTRAÇÃO
Capítulo 18
Teoria da Contingência
(Em Busca da Flexibilidade e da Agilidade)
• As Origens da Teoria da Contingência.
• O Ambiente.
• A Tecnologia.
• A Organização e seus Níveis.
• O Homem Complexo.
• O Modelo Contingencial da Motivação.
• A Teoria Contigencial da Liderança.
• A Estratégia Organizacional.
• Apreciação Crítica da Teoria da Contingência.
Origens da Teoria da Contingência
Pesquisa de Chandler
sobre estratégia e estrutura:
• Acumulação de recursos.
• Racionalização do uso de recursos.
• Continuação do crescimento.
• Racionalização do uso de
recursos em expansão.
Origens da Teoria da Contingência
Pesquisa de Burns & Stalker:
a) Organizações mecanísticas:
• Estrutura burocrática baseada na divisão
do trabalho.
2. Cargos ocupados por especialistas.
3. Decisões centralizadas na cúpula.
Pesquisa de Burns & Stalker:
b) Organizações orgânicas:
• Estrutura organizacional flexível com
pouca divisão do trabalho.
2. Cargos modificados e redefinidos.
3. Decisões descentralizadas e delegadas.
4. Hierarquia rígida e comando único.
5. Sistema rígido de controle.
6. Predomínio da interação vertical.
7. Amplitude de controle mais estreita.
8. Ênfase nas regras e procedimentos formais.
9. Ênfase nos princípios universais da Teoria
Clássica.
4. Hierarquia flexível.
5. Tarefas executadas pelo conhecimento.
6. Predomínio da interação lateral.
7. Amplitude de controle mais ampla.
8. Confiabilidade nas comunicações informais.
9. Ênfase nos princípios da Teoria das
Relações Humanas.
Figura 18.2. Propriedades da
estrutura mecanística e orgânica.
Desenho Mecanístico Desenho Orgânico
• Coordenação centralizada.
• Padrões rígidos de interação em
cargos bem definidos
• Limitada capacidade de
processamento da informação.
• Adequado para tarefas simples
e repetitivas.
• Adequado para
eficiência da produção.
• Elevada interdependência.
• Intensa interação em cargos
auto-definidos, flexíveis e mutáveis.
• Capacidade expandida de
processamento da informação.
• Adequado para tarefas únicas e
complexas.
•Adequado para criatividade e
inovação.
Origens da Teoria da Contingência
Pesquisa de Lawrence & Lorsch:
1. Conceito de diferenciação e de integração.
1. Diferenciação.
2. Integração.
2. Conceito de integração requerida e
de diferenciação requerida.
3. Teoria da Contingência.
3. Teoria da Contingência.
Pesquisa de Joan Woordward
sobre a tecnologia:
• Produção unitária ou oficina.
• Produção em massa ou mecanizada.
• Produção em processo ou automatizada.
Quadro 18.2. Os três tipos de tecnologia de produção
• Habilidade manual ou operação de ferramentas.
• Artesanato.
• Pouca padronização e pouca automatização.
• Mão-de-obra intensiva e não especializada.
• Máquinas agrupadas em baterias do mesmo
• Produção em unidades.
• Pouca previsibilidade dos
resultados.
• Incerteza quanto à seqüência
das operações.
• Produção em lotes e em
Produção
Unitária ou
Oficina
Tecnologia Tecnologia Utilizada Resultado da Produção
• Máquinas agrupadas em baterias do mesmo
tipo (seções ou departamentos)
• Mão-de-obra intensiva.
• Mão-de-obra barata e utilizada com
regularidade.
• Processamento contínuo por meio de máquinas
• Padronização e automação.
• Tecnologia intensiva.
• Pessoal especializado.
• Produção em lotes e em
quantidade regular.
• Razoável previsibilidade dos
resultados.
• Certeza quanto à seqüência
das operações.
• Produção contínua e em
grande quantidade.
• Previsibilidade dos resultados.
• Certeza absoluta quanto à
seqüência das operações.
Produção
em
Massa
Produção
Contínua
Quadro 18.3. Tecnologia e suas conseqüências
Baixa
Engenharia (Pesquisa
e Desenvolvimento – P&D)
Produção
Unitária ou
Oficina
Tecnologia Previsibilidade Níveis Padronização Áreas
dos Resultados Hierárquicos e Automação Predominantes
Poucos Pouca
Média
Elevada
Produção e Operações
Marketing e Vendas
Produção
em
Massa
Produção
Contínua
Médio
Muitos
Média
Muita
Ambiente
• Mapeamento ambiental.
• Percepção ambiental.
• Consonância e Dissonância.
• Desdobramento do ambiente.
Ambiente Geral:
• Condições tecnológicas.
• Condições legais.
• Condições políticas.
• Condições econômicas.
• Condições demográficas.
• Condições ecológicas.
• Condições culturais.
Ambiente de Tarefa:
• Fornecedores de entradas.
• Clientes ou usuários.
• Concorrentes.
• Entidades reguladoras.
Figura 18.5. Ambiente geral e ambiente de tarefa.
Ambiente de Tarefa
Concorrentes
Ambiente Geral
Condições Tecnológicas
Condições Legais Condições Culturais
Fornecedores Empresa Clientes
Entidades Reguladoras
Condições Políticas Condições Ecológicas
Condições Econômicas Condições Demográficas
Figura 18.6. Homogeneidade e heterogeneidade ambiental
Concorrentes Homogêneos
Fornecedores
Homogêneos
Clientes
Homogêneos
Organização
Concorrentes Heterogêneos
Fornecedores
Heterogêneos
Clientes
Heterogêneos
Organização
Quadro 18.4. Continuum homogeneidade-heterogeneidade ambiental
Ambiente Homogêneo:
• Pouca segmentação de mercado.
• Fornecedores, clientes e concorrentes
homogêneos.
Ambiente Heterogêneo:
• Muita segmentação de mercado.
• Fornecedores, clientes e concorrentes
heterogêneos.
x
homogêneos.
• Simplicidade ambiental.
• Problemas ambientais homogêneos.
• Reações uniformes da organização.
• Estrutura organizacional simples.
heterogêneos.
• Complexidade ambiental.
• Problemas ambientais heterooêneos.
• Reações diferenciadas da organização.
• Estrutura organizacional diferenciada.
x
Quadro 18.5. Continuum estabilidade-instabilidade ambiental
Ambiente Estável:
• Estabilidade e permanência.
• Pouca mudança.
• Problemas ambientais rotineiros.
• Previsibilidade e certeza.
• Rotina e conservação.
Ambiente Instável:
• Instabilidade e variação.
• Muita mudança e turbulência.
• Problemas ambientais novos.
• Imprevisibilidade e incerteza.
• Ruptura e transformação.
x
• Rotina e conservação.
• Manutenção do status quo.
• Reações padronizadas e rotineiras.
• Tendência à burocracia.
• Lógica do sistema fechado.
• Preocupação interna com a organização.
• Intra-orientação para a produção.
• Ênfase na eficiência.
• Ruptura e transformação.
• Inovação e criatividade.
• Reações variadas e inovadoras.
• Tendência à adhocracia.
• Lógica do sistema aberto.
• Preocupação externa com o ambiente.
• Extra-orientação para o mercado.
• Ênfase na eficácia.
x
Figura 18.2. Influência do ambiente
Ambiente Estável Ambiente Mutável
Reações empresariais Reações empresariais
padronizadas e uniformes diferenciadas e variadas
no tempo no tempo
Ambiente Estrutura
Ambiente Estrutura
Homogêneo organizacional
simples e
centralizada
no espaço
Ambiente Estrutura
Heterogêneo organizacional
complexa,
diferenciada e
descentralizada
no espaço
Coações uniformes Contingências uniformes
do ambiente do ambiente
Coações diferenciadas Contingências diferenciadas
do ambiente do ambiente
1 2
3 4
Tecnologia
• Tecnologia como variável ambiental.
• Tecnologia como variável organizacional.
Tipologia de Thompson
1. Tecnologia de elos em seqüência.
Tipologia de Thompson e Bates
1. Tecnologia flexível.
2. Tecnologia mediadora.
3. Tecnologia intensiva.
2. Tecnologia fixa.
1. Produto concreto.
2. Produto abstrato.
3. Tecnologia fixa e produto concreto.
4. Tecnologia fixa e produto abstrato.
5. Tecnologia flexível e produto concreto.
6. Tecnologia flexível e produto abstrato.
Quadro 18.6. Matriz de tecnologia/produto
Produto Concreto Produto Abstrato
Tecnologia Fixa
• Poucas possibilidades de mudança.
• Falta de flexibilidade da tecnologia.
• Estratégia focada na colocação do
produto no mercado.
• Ênfase na área mercadológica.
• Flexibilidade da tecnologia para
mudanças nos limites da tecnologia
• Estratégia para busca de aceitação
de novos produtos pelo mercado.
• Ênfase na área mercadológica
(promoção e propaganda).
• Receio de não obter o apoio
Tecnologia Flexível
• Receio de ter o produto rejeitado
pelo mercado.
• Mudanças nos produtos pela
adaptação ou mudança tecnológica
• Estratégia focada na inovação e
na criação de novos produtos ou
serviços
• Ênfase na área de pesquisa e
desenvolvimento (P&D).
• Receio de não obter o apoio
ambiental necessário.
• Adaptabilidade ao meio ambiente
e flexibilidade tecnológica.
• Estratégia para obtenção de consenso
externo (quanto aos novos produtos
e consenso interno (quanto aos
novos processos de produção).
• Ênfase nas áreas de P&D (novos
produtos e processos), mercadológica
(consenso dos clientes) e recursos
humanos (consenso dos empregados).
Figura18.12. As Organizações e seus Níveis
Nível Institucional
Nível Intermediário
Nível
Ambiente do Sistema
Entradas do Saídas para
Penetração de
forças ambientais
Fronteiras dos
níveis do sistema
Nível
Operacional
ambiente o ambiente
Figura 18.13. Níveis Organizacionais
Ambiente Externo
Nível Institucional
É o componente estratégico.
Formulação de políticas gerais.
Nível Intermediário
Lógica de
Sistema Aberto Incerteza
É o componente tático.
Elaboração de planos e
programas específicos.
Nível Operacional
É o componente técnico.
Execução de rotinas
e procedimentos.
Núcleo Técnico
Lógica de
Sistema Fechado
Certeza
Mediação
(limitação da
incerteza)
Novas Abordagens ao Desenho Organizacional
1. Adhocracia
2. Estrutura Matricial
1. Vantagens
2. Desvantagens
3. Aplicações
3. Organização por equipes
1. Vantagens
2. Desvantagens
4. Abordagens em redes
1. Vantagens
Modularidade
Sistema celular
2. Desvantagens
Figura 18.16. Estrutura matricial
Produção Vendas Finanças RH Técnica
A A A A A
Áreas Funcionais
Gerente de Gerente de Gerente de Gerente de Gerente
Produção Vendas Finanças RH Técnico
Produtos:
Gerente de
Produto A
Produção Vendas Finanças RH Técnica
B B B B B
Produção Vendas Finanças RH Técnica
C C C C C
Gerente de
Produto B
Gerente de
Produto C
Figura 18.20. Organização em redes
Companhia
de Produção
(Coréia)
Companhia
de Design
(Itália)
Companhia
Companhia de
distribuição
(Estados Unidos)
Companhia
de Produção
(Brasil)
Companhia de
propaganda
(Inglaterra)
Companhia
Central
Apreciação Crítica da Teoria da Contingência
1. Relativismo em Administração.
2. Bipolaridade contínua.
3. Ênfase no ambiente.
4. Ênfase na tecnologia.
5. Compatibilidade entre abordagens de sistema fechado e aberto.
6. Caráter eclético e integrativo.
Caso - O fenômeno Xerox Pág: 554
Pág: 554
Na década de 1960, a Xerox decolou estupendamente como
vendedora de um dos mais bem-sucedidos produtos da história
dos negócios: a fotocopiadora – A uma genial invenção – antes
rejeitada por algumas empresas que não viam nela nenhuma
utilidade prática – juntou-se uma extraordinária força de vendas
utilidade prática – juntou-se uma extraordinária força de vendas
que foi rapidamente copiada por empresas de todo o mundo.
Principalmente do Japão. A Xerox foi a primeira companhia da
história a alcançar um faturamento de US$1 bilhão em menos de
uma década de sua fundação. Ela dominou a indústria de
copiadoras e foi a estrela de primeira grandeza. Mas começou a
perder espaço para concorrentes japoneses que entraram com
Caso - O fenômeno Xerox Pág: 554
Pág: 554
copiadoras pequenas, de menor velocidade e mais baratas. Sua
participação no mercado mundial caiu de 95% para 13% em um
período de 10 anos. Seus sonhos grandiosos de tornar-se
também uma empresa de informática, criando produtos para
escritórios do futuro, tiveram conseqüências humilhantes. O
escritórios do futuro, tiveram conseqüências humilhantes. O
problema é que muitas outras empresas agiram exatamente da
mesma forma: a IBM, a GE e a AT&T foram as principais. Apesar
de desenvolver tecnologias de excelente qualidade, a Xerox foi
incapaz de tirar proveito delas e os beneficiários foram a Apple
Computer e outras indústrias de computadores pessoais.
Caso - O fenômeno Xerox Pág: 554
Pág: 554
A recuperação da Xerox se assenta em duas medidas estratégicas
básicas. A primeira - refocalizar a empresa na produção de
copiadoras – já produziu excelentes resultados. A segunda - para
onde levar a companhia daqui para frente? Trata-se de redesenhar a
empresa para um mundo no qual a cada dia aumentam os produtos
digitais interligados em rede. Essa segunda estratégia pretende
digitais interligados em rede. Essa segunda estratégia pretende
utilizar os pontos fortes da Xerox nos processos de copiar e imprimir
para desenvolver produtos compatíveis com a nova Era da
Informação. O desafio principal reside no fato de que o mundo está
tornando-se mais digital a cada dia. Contudo, 80% do faturamento da
empresa ainda provêm de equipamentos analógicos e não de
produtos de tecnologia digital.
Caso - O fenômeno Xerox Pág: 554
Pág: 554
Para poder caminhar na direção do futuro, foram feitas duas
grandes mudanças. Em primeiro lugar, a Xerox teve de mudar,
deixando a sua tradicional forma de trabalhar isoladamente para
fazer parcerias estratégicas - com a Sun, Novell, Microsoft, Lotus,
etc. – com o objetivo de dar saltos tecnológicos mais
rapidamente. A segunda grande mudança ocorreu na
reestruturação administrativa. A antiga Xerox – antes
departamentalizada por funções, como manufatura, engenharia,
vendas, finanças etc. – cedeu lugar à nova Xerox, dividida em
unidades de negócios, cada qual centrando o foco no
consumidor final. E com enorme ênfase no trabalho em equipe e
na participação e comprometimento das pessoas.
Caso - O fenômeno Xerox Pág: 554
Pág: 554
Questões
1. Explique as razões do sucesso, da queda e da volta por cima
(turnaround) da Xerox.
2. Como os fatores ambientais externos conduziram a uma
nova estratégia da Xerox?
nova estratégia da Xerox?
3. Explique o complicado ambiente de tarefa da Xerox.
4. Como você vê a utilização de alianças estratégicas pela
Xerox?
5. Explique a mudança da estrutura organizacional da Xerox.
6. Se você dirigisse a Xerox, como deslancharia o processo de
mudança na forma de fazer o negócio da empresa?

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  • 1. Idalberto Chiavenato INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO Elsevier/Campus www.elsevier.com.br www.chiavenato.com
  • 2. PARTE NOVE ABORDAGEM CONTINGENCIAL ABORDAGEM CONTINGENCIAL DA ADMINISTRAÇÃO
  • 3. Capítulo 18 Teoria da Contingência (Em Busca da Flexibilidade e da Agilidade) • As Origens da Teoria da Contingência. • O Ambiente. • A Tecnologia. • A Organização e seus Níveis. • O Homem Complexo. • O Modelo Contingencial da Motivação. • A Teoria Contigencial da Liderança. • A Estratégia Organizacional. • Apreciação Crítica da Teoria da Contingência.
  • 4. Origens da Teoria da Contingência Pesquisa de Chandler sobre estratégia e estrutura: • Acumulação de recursos. • Racionalização do uso de recursos. • Continuação do crescimento. • Racionalização do uso de recursos em expansão.
  • 5. Origens da Teoria da Contingência Pesquisa de Burns & Stalker: a) Organizações mecanísticas: • Estrutura burocrática baseada na divisão do trabalho. 2. Cargos ocupados por especialistas. 3. Decisões centralizadas na cúpula. Pesquisa de Burns & Stalker: b) Organizações orgânicas: • Estrutura organizacional flexível com pouca divisão do trabalho. 2. Cargos modificados e redefinidos. 3. Decisões descentralizadas e delegadas. 4. Hierarquia rígida e comando único. 5. Sistema rígido de controle. 6. Predomínio da interação vertical. 7. Amplitude de controle mais estreita. 8. Ênfase nas regras e procedimentos formais. 9. Ênfase nos princípios universais da Teoria Clássica. 4. Hierarquia flexível. 5. Tarefas executadas pelo conhecimento. 6. Predomínio da interação lateral. 7. Amplitude de controle mais ampla. 8. Confiabilidade nas comunicações informais. 9. Ênfase nos princípios da Teoria das Relações Humanas.
  • 6. Figura 18.2. Propriedades da estrutura mecanística e orgânica. Desenho Mecanístico Desenho Orgânico • Coordenação centralizada. • Padrões rígidos de interação em cargos bem definidos • Limitada capacidade de processamento da informação. • Adequado para tarefas simples e repetitivas. • Adequado para eficiência da produção. • Elevada interdependência. • Intensa interação em cargos auto-definidos, flexíveis e mutáveis. • Capacidade expandida de processamento da informação. • Adequado para tarefas únicas e complexas. •Adequado para criatividade e inovação.
  • 7. Origens da Teoria da Contingência Pesquisa de Lawrence & Lorsch: 1. Conceito de diferenciação e de integração. 1. Diferenciação. 2. Integração. 2. Conceito de integração requerida e de diferenciação requerida. 3. Teoria da Contingência. 3. Teoria da Contingência. Pesquisa de Joan Woordward sobre a tecnologia: • Produção unitária ou oficina. • Produção em massa ou mecanizada. • Produção em processo ou automatizada.
  • 8. Quadro 18.2. Os três tipos de tecnologia de produção • Habilidade manual ou operação de ferramentas. • Artesanato. • Pouca padronização e pouca automatização. • Mão-de-obra intensiva e não especializada. • Máquinas agrupadas em baterias do mesmo • Produção em unidades. • Pouca previsibilidade dos resultados. • Incerteza quanto à seqüência das operações. • Produção em lotes e em Produção Unitária ou Oficina Tecnologia Tecnologia Utilizada Resultado da Produção • Máquinas agrupadas em baterias do mesmo tipo (seções ou departamentos) • Mão-de-obra intensiva. • Mão-de-obra barata e utilizada com regularidade. • Processamento contínuo por meio de máquinas • Padronização e automação. • Tecnologia intensiva. • Pessoal especializado. • Produção em lotes e em quantidade regular. • Razoável previsibilidade dos resultados. • Certeza quanto à seqüência das operações. • Produção contínua e em grande quantidade. • Previsibilidade dos resultados. • Certeza absoluta quanto à seqüência das operações. Produção em Massa Produção Contínua
  • 9. Quadro 18.3. Tecnologia e suas conseqüências Baixa Engenharia (Pesquisa e Desenvolvimento – P&D) Produção Unitária ou Oficina Tecnologia Previsibilidade Níveis Padronização Áreas dos Resultados Hierárquicos e Automação Predominantes Poucos Pouca Média Elevada Produção e Operações Marketing e Vendas Produção em Massa Produção Contínua Médio Muitos Média Muita
  • 10. Ambiente • Mapeamento ambiental. • Percepção ambiental. • Consonância e Dissonância. • Desdobramento do ambiente. Ambiente Geral: • Condições tecnológicas. • Condições legais. • Condições políticas. • Condições econômicas. • Condições demográficas. • Condições ecológicas. • Condições culturais. Ambiente de Tarefa: • Fornecedores de entradas. • Clientes ou usuários. • Concorrentes. • Entidades reguladoras.
  • 11. Figura 18.5. Ambiente geral e ambiente de tarefa. Ambiente de Tarefa Concorrentes Ambiente Geral Condições Tecnológicas Condições Legais Condições Culturais Fornecedores Empresa Clientes Entidades Reguladoras Condições Políticas Condições Ecológicas Condições Econômicas Condições Demográficas
  • 12. Figura 18.6. Homogeneidade e heterogeneidade ambiental Concorrentes Homogêneos Fornecedores Homogêneos Clientes Homogêneos Organização Concorrentes Heterogêneos Fornecedores Heterogêneos Clientes Heterogêneos Organização
  • 13. Quadro 18.4. Continuum homogeneidade-heterogeneidade ambiental Ambiente Homogêneo: • Pouca segmentação de mercado. • Fornecedores, clientes e concorrentes homogêneos. Ambiente Heterogêneo: • Muita segmentação de mercado. • Fornecedores, clientes e concorrentes heterogêneos. x homogêneos. • Simplicidade ambiental. • Problemas ambientais homogêneos. • Reações uniformes da organização. • Estrutura organizacional simples. heterogêneos. • Complexidade ambiental. • Problemas ambientais heterooêneos. • Reações diferenciadas da organização. • Estrutura organizacional diferenciada. x
  • 14. Quadro 18.5. Continuum estabilidade-instabilidade ambiental Ambiente Estável: • Estabilidade e permanência. • Pouca mudança. • Problemas ambientais rotineiros. • Previsibilidade e certeza. • Rotina e conservação. Ambiente Instável: • Instabilidade e variação. • Muita mudança e turbulência. • Problemas ambientais novos. • Imprevisibilidade e incerteza. • Ruptura e transformação. x • Rotina e conservação. • Manutenção do status quo. • Reações padronizadas e rotineiras. • Tendência à burocracia. • Lógica do sistema fechado. • Preocupação interna com a organização. • Intra-orientação para a produção. • Ênfase na eficiência. • Ruptura e transformação. • Inovação e criatividade. • Reações variadas e inovadoras. • Tendência à adhocracia. • Lógica do sistema aberto. • Preocupação externa com o ambiente. • Extra-orientação para o mercado. • Ênfase na eficácia. x
  • 15. Figura 18.2. Influência do ambiente Ambiente Estável Ambiente Mutável Reações empresariais Reações empresariais padronizadas e uniformes diferenciadas e variadas no tempo no tempo Ambiente Estrutura Ambiente Estrutura Homogêneo organizacional simples e centralizada no espaço Ambiente Estrutura Heterogêneo organizacional complexa, diferenciada e descentralizada no espaço Coações uniformes Contingências uniformes do ambiente do ambiente Coações diferenciadas Contingências diferenciadas do ambiente do ambiente 1 2 3 4
  • 16. Tecnologia • Tecnologia como variável ambiental. • Tecnologia como variável organizacional. Tipologia de Thompson 1. Tecnologia de elos em seqüência. Tipologia de Thompson e Bates 1. Tecnologia flexível. 2. Tecnologia mediadora. 3. Tecnologia intensiva. 2. Tecnologia fixa. 1. Produto concreto. 2. Produto abstrato. 3. Tecnologia fixa e produto concreto. 4. Tecnologia fixa e produto abstrato. 5. Tecnologia flexível e produto concreto. 6. Tecnologia flexível e produto abstrato.
  • 17. Quadro 18.6. Matriz de tecnologia/produto Produto Concreto Produto Abstrato Tecnologia Fixa • Poucas possibilidades de mudança. • Falta de flexibilidade da tecnologia. • Estratégia focada na colocação do produto no mercado. • Ênfase na área mercadológica. • Flexibilidade da tecnologia para mudanças nos limites da tecnologia • Estratégia para busca de aceitação de novos produtos pelo mercado. • Ênfase na área mercadológica (promoção e propaganda). • Receio de não obter o apoio Tecnologia Flexível • Receio de ter o produto rejeitado pelo mercado. • Mudanças nos produtos pela adaptação ou mudança tecnológica • Estratégia focada na inovação e na criação de novos produtos ou serviços • Ênfase na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D). • Receio de não obter o apoio ambiental necessário. • Adaptabilidade ao meio ambiente e flexibilidade tecnológica. • Estratégia para obtenção de consenso externo (quanto aos novos produtos e consenso interno (quanto aos novos processos de produção). • Ênfase nas áreas de P&D (novos produtos e processos), mercadológica (consenso dos clientes) e recursos humanos (consenso dos empregados).
  • 18. Figura18.12. As Organizações e seus Níveis Nível Institucional Nível Intermediário Nível Ambiente do Sistema Entradas do Saídas para Penetração de forças ambientais Fronteiras dos níveis do sistema Nível Operacional ambiente o ambiente
  • 19. Figura 18.13. Níveis Organizacionais Ambiente Externo Nível Institucional É o componente estratégico. Formulação de políticas gerais. Nível Intermediário Lógica de Sistema Aberto Incerteza É o componente tático. Elaboração de planos e programas específicos. Nível Operacional É o componente técnico. Execução de rotinas e procedimentos. Núcleo Técnico Lógica de Sistema Fechado Certeza Mediação (limitação da incerteza)
  • 20. Novas Abordagens ao Desenho Organizacional 1. Adhocracia 2. Estrutura Matricial 1. Vantagens 2. Desvantagens 3. Aplicações 3. Organização por equipes 1. Vantagens 2. Desvantagens 4. Abordagens em redes 1. Vantagens Modularidade Sistema celular 2. Desvantagens
  • 21. Figura 18.16. Estrutura matricial Produção Vendas Finanças RH Técnica A A A A A Áreas Funcionais Gerente de Gerente de Gerente de Gerente de Gerente Produção Vendas Finanças RH Técnico Produtos: Gerente de Produto A Produção Vendas Finanças RH Técnica B B B B B Produção Vendas Finanças RH Técnica C C C C C Gerente de Produto B Gerente de Produto C
  • 22. Figura 18.20. Organização em redes Companhia de Produção (Coréia) Companhia de Design (Itália) Companhia Companhia de distribuição (Estados Unidos) Companhia de Produção (Brasil) Companhia de propaganda (Inglaterra) Companhia Central
  • 23. Apreciação Crítica da Teoria da Contingência 1. Relativismo em Administração. 2. Bipolaridade contínua. 3. Ênfase no ambiente. 4. Ênfase na tecnologia. 5. Compatibilidade entre abordagens de sistema fechado e aberto. 6. Caráter eclético e integrativo.
  • 24. Caso - O fenômeno Xerox Pág: 554 Pág: 554 Na década de 1960, a Xerox decolou estupendamente como vendedora de um dos mais bem-sucedidos produtos da história dos negócios: a fotocopiadora – A uma genial invenção – antes rejeitada por algumas empresas que não viam nela nenhuma utilidade prática – juntou-se uma extraordinária força de vendas utilidade prática – juntou-se uma extraordinária força de vendas que foi rapidamente copiada por empresas de todo o mundo. Principalmente do Japão. A Xerox foi a primeira companhia da história a alcançar um faturamento de US$1 bilhão em menos de uma década de sua fundação. Ela dominou a indústria de copiadoras e foi a estrela de primeira grandeza. Mas começou a perder espaço para concorrentes japoneses que entraram com
  • 25. Caso - O fenômeno Xerox Pág: 554 Pág: 554 copiadoras pequenas, de menor velocidade e mais baratas. Sua participação no mercado mundial caiu de 95% para 13% em um período de 10 anos. Seus sonhos grandiosos de tornar-se também uma empresa de informática, criando produtos para escritórios do futuro, tiveram conseqüências humilhantes. O escritórios do futuro, tiveram conseqüências humilhantes. O problema é que muitas outras empresas agiram exatamente da mesma forma: a IBM, a GE e a AT&T foram as principais. Apesar de desenvolver tecnologias de excelente qualidade, a Xerox foi incapaz de tirar proveito delas e os beneficiários foram a Apple Computer e outras indústrias de computadores pessoais.
  • 26. Caso - O fenômeno Xerox Pág: 554 Pág: 554 A recuperação da Xerox se assenta em duas medidas estratégicas básicas. A primeira - refocalizar a empresa na produção de copiadoras – já produziu excelentes resultados. A segunda - para onde levar a companhia daqui para frente? Trata-se de redesenhar a empresa para um mundo no qual a cada dia aumentam os produtos digitais interligados em rede. Essa segunda estratégia pretende digitais interligados em rede. Essa segunda estratégia pretende utilizar os pontos fortes da Xerox nos processos de copiar e imprimir para desenvolver produtos compatíveis com a nova Era da Informação. O desafio principal reside no fato de que o mundo está tornando-se mais digital a cada dia. Contudo, 80% do faturamento da empresa ainda provêm de equipamentos analógicos e não de produtos de tecnologia digital.
  • 27. Caso - O fenômeno Xerox Pág: 554 Pág: 554 Para poder caminhar na direção do futuro, foram feitas duas grandes mudanças. Em primeiro lugar, a Xerox teve de mudar, deixando a sua tradicional forma de trabalhar isoladamente para fazer parcerias estratégicas - com a Sun, Novell, Microsoft, Lotus, etc. – com o objetivo de dar saltos tecnológicos mais rapidamente. A segunda grande mudança ocorreu na reestruturação administrativa. A antiga Xerox – antes departamentalizada por funções, como manufatura, engenharia, vendas, finanças etc. – cedeu lugar à nova Xerox, dividida em unidades de negócios, cada qual centrando o foco no consumidor final. E com enorme ênfase no trabalho em equipe e na participação e comprometimento das pessoas.
  • 28. Caso - O fenômeno Xerox Pág: 554 Pág: 554 Questões 1. Explique as razões do sucesso, da queda e da volta por cima (turnaround) da Xerox. 2. Como os fatores ambientais externos conduziram a uma nova estratégia da Xerox? nova estratégia da Xerox? 3. Explique o complicado ambiente de tarefa da Xerox. 4. Como você vê a utilização de alianças estratégicas pela Xerox? 5. Explique a mudança da estrutura organizacional da Xerox. 6. Se você dirigisse a Xerox, como deslancharia o processo de mudança na forma de fazer o negócio da empresa?