O documento descreve a Guerra de Canudos ocorrida no interior da Bahia entre 1896-1897, quando tropas do governo atacaram o povoado de Canudos liderado por Antônio Conselheiro. A guerra resultou da recusa dos habitantes de Canudos em pagar impostos e seguir as leis, assim como das críticas de Conselheiro ao sistema republicano. Após três ataques fracassados, tropas federais massacraram os habitantes, matando cerca de 25 mil pessoas.
1. A GUERRA DE CANUDOS
Profª Louise C. C. Colombo
7ª ANO HISTÓRIA
2. Situação do Nordeste no final do
século XIX (contexto histórico):
- Fome – desemprego e baixíssimo rendimento das famílias deixavam
muitos sem ter o que comer;
- Seca – a região do agreste ficava muitos meses e até anos sem
receber chuvas. Este fator dificultava a agricultura e matava o gado.
- Falta de apoio político – os governantes e políticos da região não
davam a mínima atenção para as populações carentes;
- Violência – era comum a existência de grupos armados que
trabalhavam para latifundiários. Estes espalhavam a violência pela
região.
- Desemprego – grande parte da população pobre estava sem
emprego em função da seca e da falta de oportunidades em outras
áreas da economia.
- Fanatismo religioso – era comum a existência de beatos que
arrebanhavam seguidores prometendo uma vida melhor.
3. Dados da Guerra de Canudos:
- Período: de novembro de 1896 a outubro de
1897.
- Local: interior do sertão da Bahia
- Envolvidos: de um lado os habitantes do Arraial
de Canudos (jagunços, sertanejos pobres e
miseráveis, fanáticos religiosos) liderados pelo
beato Antônio Conselheiro. Do outro lado as
tropas do governo da Bahia com apoio de
militares enviados pelo governo federal.
7. Causas da Guerra:
O governo da Bahia, com apoio dos
latifundiários, não concordavam com o fato dos
habitantes de Canudos não pagarem impostos e
viverem sem seguir as leis estabelecidas.
Afirmavam também que Antônio Conselheiro
defendia a volta da Monarquia.
Por outro lado, Antônio Conselheiro defendia o
fim da cobrança dos impostos e era contrário ao
casamento civil. Ele afirma ser um enviado de
Deus que deveria liderar o movimento contra as
diferenças e injustiças sociais. Era também um
crítico do sistema republicano, como ele
funcionava no período.
8. Guerra de Canudos
- Em 1893, revolveu fundar nas margens do rio Vaza Barris, no
município baiano de Canudos, uma comunidade. Pessoas carentes
foram morar no Arraial de Canudos, pois lá tinham trabalho e
acesso a terra, sem serem exploradas pelos fazendeiros.
- Antônio Conselheiro liderou e organizou o Arraial de Canudos de
forma que o local cresceu e começou a causar preocupações nas
autoridades políticas e nos fazendeiros da região. Foi chamado de
monarquista e inimigo da República.
-O governo federal, com auxílio de tropas locais, organizou uma
grande ofensiva militar contra o arraial liderado por Conselheiro. O
conflito armado, conhecido como Guerra de Canudos, ocorreu entre
1896 e 1897.
-Antônio Conselheiro foi morto durante as batalhas em 22 de
setembro de 1897, provavelmente, por ferimentos causados por
uma granada.
9. Os Generais e Soldados;
Sepultamento do Capitão Antônio Manuel de
Aguiar e Silva e as ruínas da Igreja.
10. Os conflitos militares:
Nas três primeiras tentativas das tropas
governistas em combater o arraial de Canudos
nenhuma foi bem sucedida. Os sertanejos e
jagunços se armaram e resistiram com força
contra os militares. Na quarta tentativa, o
governo da Bahia solicitou apoio das tropas
federais. Militares de várias regiões do Brasil,
usando armas pesadas, foram enviados para o
sertão baiano. Massacraram os habitantes do
arraial de Canudos de forma brutal e até
injusta. Crianças, mulheres e idosos foram
mortos sem piedade.
11. Significado do conflito:
A Guerra de canudos significou a luta e
resistência das populações
marginalizadas do sertão nordestino no
final do século XIX. Embora derrotados,
mostraram que não aceitavam a situação
de injustiça social que reinava na região.
12. Biografia
Conselheiro, foi um beato, líder religioso e
social brasileiro. Nasceu em Quixeramobim
(Ceará) em 13 de março de 1830
e faleceu em Canudos (Bahia) em
22 de setembro de 1897.
Considerado um fora da lei pelas autoridades
nordestina, Antônio Conselheiro peregrinava pelo
sertão do Nordeste (marcado pela seca,
fome miséria), levando mensagens religiosas
e conselhos sociais para as populações carentes.
Conseguiu uma grande quantidade de
seguidores, sendo que muitos
o consideravam santo.
Há relatos de seguidores de Conselheiro que
afirmaram que o beato tinha a capacidade de
fazer milagres e que o mesmo fazia previsões sobre o fim do mundo.
13. O corpo de Antônio Conselheiro ( Antonio Vicente
Mendes Maciel)
14. Mais Fotos:
Gaúchos na guerra de canudos.
Tropa do Exército Brasileiro acantonada no
interior de Canudos.
15. Curiosidades:
• A Guerra de Canudos durou um ano e mobilizou mais de 10 mil soldados oriundos
de 17 estados brasileiros e distribuídos em 4 expedições militares. Estima-se que
morreram mais de 25 mil pessoas, culminando com a destruição total da cidade.
• Em 07 de Agosto de 1897, Euclides da Cunha desembarca do vapor Espírito Santo
em Salvador (BA), como correspondente de guerra do jornal O Estado de São Paulo,
periódico no qual já havia escrito dois artigos intitulados "A Nossa Vendéia",
publicados em 14 de Março e 17 de Julho de 1897.
• Em 05 de Outubro de 1897, termina a resistência sertaneja, Canudos estava
destruída. Num cenário de fim de mundo, por entre becos e ruelas, uma legião de
corpos carbonizados se misturam com as ruínas e as cinzas das 5.200 casas.
• 06 de Outubro de 1897, O corpo de Antônio Conselheiro é localizado no santuário da
Igreja Nova. Depois de exumado, o corpo de Antônio Conselheiro foi fotografado
por Flávio de Barros e sua cabeça foi cortada e levada para Salvador (BA) para
exame do Dr. Nina Rodrigues.