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Caderno de resumos
História e Geografia
de Portugal
5.º ano
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Índice
1 – Localização e quadro natural da Península Ibérica ........................................................................ 3
A Península Ibérica na Europa e no mundo..................................................................................... 3
O relevo da Península Ibérica........................................................................................................ 5
Elementos e fatores do clima....................................................................................................... 5
Os principais rios da Península Ibérica .......................................................................................... 7
A vegetação natural da Península Ibérica...................................................................................... 8
A diversidade natural dos arquipélagos ......................................................................................... 9
II – Dos primeiros povos à formação de Portugal ........................................................................... 10
As primeiras comunidades recoletoras........................................................................................ 10
As primeiras comunidades agropastoris ...................................................................................... 11
Contactos dos povos mediterrânicos com a Península Ibérica ...................................................... 12
Formação do império romano...................................................................................................... 13
A romanização da Península Ibérica ............................................................................................ 14
A cristianização da Península Ibérica e a contagem do tempo ...................................................... 15
As invasões dos povos bárbaros ................................................................................................. 16
A expansão muçulmana............................................................................................................... 17
Da Reconquista Cristã ao reino de Portugal................................................................................. 18
III – Portugal nos séculos XIII e XIV ............................................................................................ 20
Os recursos naturais e as atividades económicas nos séculos XIII e XIV..................................... 20
A sociedade portuguesa nos séc. XIII e XIV............................................................................... 22
A cultura portuguesa dos séculos XIII e XIV.............................................................................. 24
O séc. XIV e o problema da sucessão.......................................................................................... 25
Pioneirismo português na expansão europeia................................................................................ 27
A expansão Quatrocentista ........................................................................................................ 28
As grandes viagens transatlânticas............................................................................................. 29
O império português do séc. XVI e a colonização......................................................................... 30
Os efeitos e influências da Expansão marítima............................................................................ 32
Da União Ibérica à restauração da independência........................................................................ 33
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1 – Localização e quadro natural da Península
Ibérica
A Península Ibérica na Europa e no mundo
O planeta Terra tem uma forma esférica e é conhecido por “planeta azul”, devido à
grande dimensão de área coberta por água. O nosso planeta tem cinco oceanos (Pacífico,
Atlântico, Índico, Antártico e Ártico) e por seis continentes (Ásia, América, África, Antártida,
Europa e Oceânia).
Para estudar a superfície terrestre, os geógrafos criaram várias formas de representar a
terra:
• Imagem de satélite;
• Fotografia aérea;
• Globo terrestre – é a forma mais correta de representar a terra devido à sua
forma esférica, apesar de apresentar poucos pormenores;
• planisfério – representa a totalidade da superfície terrestre;
• mapa – permite o estudo de áreas mais reduzidas.
Para localizar um lugar de um modo mais exato, os geógrafos criaram linhas imaginárias:
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Elementos essenciais para a interpretação de um mapa:
• título;
• orientação;
• legenda;
• escala;
• fonte.
Localização de Portugal
Situa-se no extremo ocidental da Península Ibérica e tem como limites:
• Espanha, a norte e a este;
• o oceano Atlântico, a sul e a oeste.
Portugal é também composto pelos arquipélagos dos Açores e da Madeira, localizados
no oceano Atlântico.
Localização da Península Ibérica
Localiza-se no hemisfério norte, no extremo sudoeste da Europa. É constituída por
Portugal e por Espanha e tem como limites:
• o oceano Atlântico, a norte, oeste e sul;
• o mar Mediterrânio, a sul, sudeste e este;
• a cordilheira montanhosa dos Pirenéus, a nordeste.
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O relevo da Península Ibérica
Formas de relevo: montanha, planalto, planície, vale.
A altitude é a distância, em metros, medida na vertical, entre um determinado ponto e
o nível médio das águas do mar. A altitude pode ser positiva (acima do nível médio das águas do
mar) ou negativa (abaixo do nível médio das águas do mar).
Na Península Ibérica, existe(m):
• um extenso planalto – a Meseta Ibérica;
• um conjunto de cordilheiras montanhosas (Cordilheira Cantábrica, Central e
Bética);
• planícies costeiras.
O relevo de Portugal continental varia, principalmente, entre o Norte e o Sul e entre o
litoral e o interior:
• no interior, a norte do rio Tejo, predominam as terras altas com planaltos e
serras;
• no litoral, a norte do rio Tejo, predominam planícies costeiras;
• no litoral, a sul do rio Tejo, predominam as costas altas e escarpadas;
• no interior, a sul do rio Tejo, predominam as terras baixas e planas.
Elementos e fatores do clima
Estado do tempo – condições atmosféricas de um determinado lugar, num dado
momento.
Instrumentos que recolhem informações sobre o estado do tempo:
• Anemómetro – mede a velocidade do vento;
• Termómetro – mede a temperatura;
• Cata-vento – indica a direção do vento;
• Pluviómetro – mede a precipitação.
Clima: caracterização do estado do tempo de uma determinada região, durante um
longo período de tempo. Elementos do clima:
• Precipitação (chuva, neve, granizo);
• Temperatura (frio, calor).
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O planeta Terra apresenta zonas climáticas diferentes:
Fatores que interferem no clima da Península Ibérica:
• Proximidade ao mar: quanto mais próxima uma região está do mar, mais
amenas serão as suas temperaturas.
• O relevo: quanto mais montanhosa for uma região, maior oscilação de
temperatura vai apresentar. Os verões são mais quentes e secos e os invernos
muito frios e chuvosos.
Regiões climáticas da Península Ibérica:
• Região atlântica – apresenta temperaturas amenas e invernos chuvosos, devido
à sua proximidade ao mar;
• Região continental – apresenta verões quentes e secos e invernos muito frios
mas com pouca precipitação;
• Região mediterrânica – verões muito quentes e invernos suaves e poucos
chuvosos.
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Os principais rios da Península Ibérica
Existem mais rios a norte do que a sul de Portugal. A água que cada rio contém – o caudal
- também é maior no Norte, pois chove mais nesta região.
Os maiores rios portugueses nascem em Espanha e desaguam no oceano Atlântico. Os
rios mais pequenos nascem nas montanhas portuguesas.
Os principais rios portugueses são:
Rios Nasce... Desagua... Percurso Corre de...
Minho
Montes Cantábricos
(Espanha)
Oceano Atlântico 340 km Este para Oeste
Douro
Serra de Urbión
(Espanha)
Oceano Atlântico
(Porto e Gaia)
938 km Este para Oeste
Mondego Serra da Estrela
Oceano Atlântico
(Figueira da Foz)
220 km Este para Oeste
Zêzere Serra da Estrela Rio Tejo 214 km Este para Oeste
Tejo
Serra de Albarracin
(Espanha)
Oceano Atlântico
(Oeiras, Lisboa)
1009 km Este para Oeste
Sado Serra da Vigia
Oceano Atlântico
(Setúbal)
175 km Sul para Norte
Guadiana
Lagunas de Ruidera
(Espanha)
Oceano Atlântico
(Vila Real de Santo
António)
810 km Norte para Sul
Rede hidrográfica – conjunto formado por um rio principal e por todos os seus afluentes.
Bacia hidrográfica – conjunto de terrenos que escoam as águas das chuvas para os rios.
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A vegetação natural da Península Ibérica
A vegetação natural é a vegetação que nasce sem a intervenção do Homem.
A vegetação natural depende:
• do relevo;
• do clima;
• das condições do solo da região.
Na Península Ibérica existem três regiões de vegetação:
Região atlântica Região continental Região mediterrânica
Tipo de
vegetação
Predominam árvores de
folha caduca (carvalho,
castanheiro, tília) e
algumas de folha
persistente (pinheiro-
bravo).
Vegetação rasteira e uma
mistura de árvore de folha
caduca e de folha persistente
(faia).
Predominam as árvores de
folha persistente (sobreiro,
azinheira e pinheiro-manso).
Influência do
clima e relevo
Temperaturas amenas e
elevada precipitação.
Planícies costeiras e
montanhas de baixa
altitude.
Verões muito quentes e
invernos frios.
Relevo montanhoso, com
planaltos de média e grande
altitude.
Verões quentes e secos,
invernos suaves e poucos
chuvosos.
Planícies extensas e
montanhas de baixa altitude.
A vegetação em Portugal continental distingue-se em duas zonas:
• norte – predominam as árvores de folha caduca (carvalho, castanheiro, choupo,
freixo) e algumas de folha persistente (pinheiro-bravo), devido às baixas
temperaturas:
• sul – predominam as árvores de folha persistente (sobreiro, loureiro, azinheira
e pinheiro-manso), devido ao clima quente e seco.
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A diversidade natural dos arquipélagos
Origem
vulcânica
Localização
no oceano
Atlântico
Relevo
Cursos de
água
Clima
Vegetação
natural
Arquipélago
dos Açores
A cerca de
1600 km de
Portugal
continental.
- Muito
montanhoso.
- Costas
altas.
- Pouco
extensos.
- Ribeiras.
- Húmido.
- As
temperaturas
não variam
muito ao
longo das
quatro
estações.
-
Predominam
extensos
prados
verdejantes.
Arquipélago
da Madeira
A cerca de
1000 km de
Portugal
continental.
- Muito
montanhoso.
- Costas
altas.
- Vales
estreitos e
profundos.
- Pouco
extensos.
- Ribeiras.
- Ameno.
- As
temperaturas
não variam
muito ao
longo das
quatro
estações.
- Muito
densa.
- Floresta
Laurissilva.
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II – Dos primeiros povos à formação de
Portugal
As primeiras comunidades recoletoras
Os mais antigos antepassados do Homem vieram de África tendo alguns grupos se fixado
na Península Ibérica, por volta de 30 000 anos a.C.
A permanência destes grupos na Península Ibérica deveu-se à existência de recursos
naturais, como alimentos e a abundância de água.
Estes homens viviam da recoleção, ou seja, tinham de recolher todos os seus alimentos
da natureza: caçavam, pescavam e recolhiam frutos. Eram, então, recoletores. Os homens
dedicavam-se à caça e à pesca; as mulheres recolhiam frutos e tratavam dos filhos.
Os povos recoletores eram nómadas – quando os alimentos escasseavam, deslocavam-
se para outras regiões à procura de recursos. Abrigavam-se em grutas e vestiam peles de
animais.
O Homem recoletor criou utensílios em madeira, pedra e osso. Criou, por exemplo, a
biface (machado) e a lâmina (usado na caça), feitos em pedra, e o arpão, feito em osso, utilizado
para pescar.
Com a descoberta do fogo, foi possível:
• aquecer e iluminar as cavernas;
• afugentar os animais ferozes;
• cozinhar os alimentos;
• fabricar instrumentos, moldando-os;
• desenvolver a linguagem.
O Homem recoletor utilizava a arte rupestre – pintura e gravura de formas de animais
nas paredes de grutas – para facilitar a comunicação entre os elementos do grupo. Também era
utilizada como um ritual mágico, dando boa sorte nas caçadas.
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As primeiras comunidades agropastoris
O clima da Terra foi sofrendo alterações e, entre 10 000 e 8000 anos a.C., as
temperaturas tornaram-se mais amenas. Estas transformações climáticas possibilitaram:
• o aparecimento de novos animais – com isto, o Homem começou a domesticar
alguns animais, iniciando a pastorícia;
• o aparecimento de novas plantas e de solo mais fértil – permitiu ao Homem
desenvolver a agricultura.
Com a prática da agricultura e da pastorícia o Homem deixou de ser nómada e passou a
ser sedentário, fixando-se num determinado local e produzindo o seu alimento.
Primeiros habitantes da Península Ibérica
Foram atraídos pelo clima ameno, pelas terras férteis e pela abundância de água.
Os primeiros povos foram:
• os Iberos – dominavam o fabrico de objetos em cobre e bronze;
• os Celtas – dominavam a arte de trabalhar ferro, ouro e prata;
• os Celtiberos – resultaram da união entre Iberos e Celtas. Uma das principais
tribos dos Celtiberos foi a dos Lusitanos. Eram guerreiros que habitavam a
região entre os rios Douro e Tejo. Viviam no cimo dos montes, em castros ou
citânias.
Novas técnicas e utensílios
As comunidades agropastoris desenvolveram novas técnicas: cerâmica, cestaria,
tecelagem e moagem de cereais.
Manifestações religiosas
Como a vida das comunidades agropastoris dependia da Natureza, rezavam,
construindo esculturas femininas, em homenagem à Natureza e à Terra-Mãe. Também
construíam grandes monumentos de pedra, chamados megálitos.
Para prestar culto aos mortos, o Homem construí grandes blocos de pedra – anta ou
dólmen – nos quais enterrava os membros da sua tribo.
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Contactos dos povos mediterrânicos com a
Península Ibérica
Alguns povos foram atraídos pelas riquezas naturais da Península Ibérica (ouro, prata,
cobre e estanho).
Para facilitar o comércio entre povos, foram criadas rotas comerciais, fundadas colónias
e criadas feitorias.
Povos que contactaram
com a Península Ibérica
Origem O que nos ensinaram
Fenícios Fenícia Alfabeto fenício
Gregos Grécia Utilizar a moeda para trocas comerciais
Cartagineses Cartago Técnica de conservação dos alimentos em sal
Os vestígios deixados pelo Homem ao longo do tempo constituem documentos
históricos. Estes documentos podem ser escritos (cartas, livros, registos) e não escritos
(instrumentos de pedra, pinturas, túmulos moedas, etc.).
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Formação do império romano
Os Romanos viviam em Roma, na Península Itálica. Roma foi fundada em 753 a.C., na
margem esquerda do rio Tibre.
Os Romanos tinham uma grande vontade de conquistar e dominar os territórios em
torno do mar Mediterrâneo. Este povo era ambicioso e tinha um grande exército, bem armado
e organizado.
Com o passar do tempo, conseguiram dominar e conquistar todos os territórios à volta
do mar Mediterrâneo, formando um império. Chamavam, ao Mar Mediterrâneo, Mare nostrum,
o nosso mar, pois todos os territórios à sua volta lhes pertenciam. Conseguiram ter territórios
em três continentes: África, Europa e Ásia.
Os Romanos foram também atraídos pelas riquezas naturais da Península Ibérica.
Apenas conseguiram conquistar este território passados 200 anos desde a sua chegada a esta
região.
A Península Ibérica foi defendida, durante muito tempo, pelos Lusitanos, que vivam
numa região entre os rios Douro e Tejo. Este povo guerreiro era chefiado por Viriato. Armavam
emboscadas e armadilhas e escondiam-se em cima dos montes, para melhor lutar contra os
romanos.
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A romanização da Península Ibérica
A romanização foi um processo lento de transferência de religião, língua, cultura e
costumes romanos às diferentes populações do Império, com o objetivo de as integrar e de as
transformar em cidadãos romanos.
Fatores de romanização:
• Fundação de novas cidades, segundo o modelo de Roma;
• Construção de teatros – locais de entretenimento e espetáculos;
• Construção de termas – banhos públicos quentes;
• Construção de templos – para prestar culto;
• Construção de aquedutos – possibilitavam o transporte de água para as cidades;
• Construção de grandes obras públicas, como estradas e pontes – facilitava o
transporte de mercadorias e de pessoas dentro do Império;
• Circulação de moeda – facilitava as trocas comerciais;
• Utilização do latim como língua oficial do Império;
• O Direito ramno – conjunto de leis às quais todos os habitantes do Império
estavam sujeitos.
Agentes de romanização
• Os colonos e os mercadores;
• Os funcionários administrativos;
• O exército, que mantinha a ordem e a segurança dos habitantes do Império.
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A cristianização da Península Ibérica e a
contagem do tempo
Os Romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses.
Na Judeia, nasceu uma nova religião – o Cristianismo. Esta é uma religião monoteísta,
ou seja, acredita-se apenas na existência de um só Deus.
Princípios defendidos pelo Cristianismo:
• Amar a Deus sobre todas as coisas;
• Amar o próximo como a si mesmo;
• Crença na vida depois da morte;
• Crença na salvação para todos, em função das suas ações.
O cristianismo apresentava princípios muito diferentes dos princípios praticados pelos
Romanos. Como o cristianismo foi encontrando cada vez mais seguidores, os Romanos passaram
a considerar os cristãos uma ameaça ao Império. Os cristãos foram perseguidos, lançados às
feras nas arenas, queimados vivos e crucificados.
Apesar de serem perseguidos e mortos, o número de cristãos continuou a aumentar.
Isto fez com que o imperador Constantino, em 313, concedesse liberdade religiosa a todo o
Império. Mas o Cristianismo só foi reconhecido como religião oficial do Império em 380, pelo
imperador Teodósio.
O nascimento de Cristo passou a ser uma referência na contagem do tempo no
Ocidente. A esta contagem do tempo chamamos Era Cristã. Os séculos são contados antes de
Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.).
Se o ano termina em dois zeros, o número de centenas indica o século.
1000 → séc. X
1500 → séc. XV
2000 → séc. XX
Se o século não terminar em zeros, acrescenta-se uma unidade ao número de centenas.
1143 → (11 + 1) → séc. XII
1385 → (13 + 1) → séc. XIV
2006 → (20 + 1) → séc. XXI
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As invasões dos povos bárbaros
Alguns povos Bárbaros – Vândalos, Suevos e Visigodos -, vindos do centro da Europa,
foram atraídos pelas riquezas da Península Ibérica e começaram a atacar as populações. Não
sabiam falar latim e tinham hábitos muito diferentes dos Romanos.
Como o Império Romano era muito grande, era difícil conseguir proteger todos os seus
territórios. Alguns povos Bárbaros conseguiram conquistar todo o Império Romano do Ocidente,
no século V.
Os povos Bárbaros acabaram por se organizar em reinos, dividindo todo o Império
Romano.
Como os povos Bárbaros tinham pouca organização, acabaram por utilizar os costumes
dos Romanos, utilizando a sua cultura mais organizada e evoluída.
Os Visigodos, durante o séc. VI, dominaram os Suevos e passaram a controlar toda a
Península Ibérica. Utilizaram o latim como língua oficial e alguns converteram-se ao
Cristianismo.
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A expansão muçulmana
No séc. VI os Árabes viviam num território pobre. Quando nasceu Maomé, na cidade de
Meca, em 570, os Árabes converteram-se para uma religião monoteísta – o Islamismo.
O Islamismo uniu todos os Árabes na crença de Alá, o Deus único. Com o passar do
tempo, o Islamismo começou a expandir-se. As pessoas que acreditavam em Alá denominavam-
se Muçulmanos. O livro sagrado do Islamismo é o Corão ou Alcorão. Esta religião apresenta
cinco princípios fundamentais:
• Adorar Alá, como Deus único e Maomé como o seu profeta;
• Rezar cinco vezes por dia, de joelhos voltados para Meca;
• Praticar a esmola;
• Fazer jejum durante o mês do Ramadão para realizar a purificação;
• Fazer uma peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida.
Os Muçulmanos começaram a expandir os seus territórios, pois: queriam expandir o
Islamismo a outras regiões e povos; queriam procurar terrenos férteis.
Os Muçulmanos que vivam no Norte de África – Mouros – começaram a invadir a
Península Ibérica, por volta do séc. VIII. Em 711, o exército muçulmano comandado por Tarik
venceu as tropas cristãs visigodas.
Os Muçulmanos conseguiram conquistar quase todos os territórios da Península
Ibérica, à exceção das Astúrias, no Norte, onde se refugiaram os Cristãos.
Durante vários anos Cristãos (Visigodos) e Muçulmanos conviveram na Península
Ibérica, mantendo uma atitude de tolerância e de cooperação entre todos.
Herança muçulmana
• Agricultura: novas culturas (arroz, cana-de-açúcar, alface, cenoura e árvores de
fruto);
• Novas técnicas: técnicas de irrigação, através do uso da picota e da nora;
• Ciências: Matemática (introdução do zero e dos algarismos árabes), Astronomia
(bússola, astrolábio) e Medicina;
• História, Filosofia, Teologia, livros de poesia;
• Palavras de origem árabe: açafrão, alface, açude, almoxarife, alcatifa, alguidar,…
• Arquitetura: mosaico.
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Da Reconquista Cristã ao reino de Portugal
Reconquista Cristã – período de tempo em que os Cristãos lutaram contra os
Muçulmanos para recuperar os territórios da Península Ibérica que já lhes tinham pertencido.
A Reconquista Cristã começou nas Astúrias e prolongou-se durante 800 anos, com
muitos avanços e recuos.
Primeira grande vitória Cristã: 722 – Batalha de Covadonga, comandada por Pelágio.
Durante este período de reconquista, foram construídos muitos
castelos, muralhas e torres, para defender as populações dos
ataques dos inimigos.
O Reino das Astúrias deu origem à formação do reino de Leão, reino
de Castela, reino de Navarra e do reino de Aragão.
D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, pediu ajuda ao Papa. Este enviou cruzados,
cavaleiros cristãos, com o objetivo de ajudarem os cristãos na Reconquista Cristã. Dois desses
cruzados foram D. Raimundo e D. Henrique.
Como agradecimento da sua ajuda, D. Afonso VI concedeu
as suas filhas em casamento. D. Raimundo casou com D. Urraca e
recebeu o Condado da Galiza. D. Henrique casou com D. Teresa e
recebeu o Condado Portucalense. D. Henrique tinha o dever de
prestar obediência e auxílio militar a D. Afonso VI e de governar e
defender o Condado Portucalense. D. Henrique lutou pela defesa e
pelo alargamento do território, confrontando os Muçulmanos.
D. Henrique casou com a filha de D. Afonso VI, D. Teresa, e ficou a governar o Condado
Portucalense. Quando morreu, a sua mulher ficou a governar, uma vez que o único filho do casal
– D. Afonso Henriques – era ainda muito novo. Contudo, D. Teresa aliou-se a nobres galegos,
indo contra a governação dos portucalenses.
Em 1128, D. Afonso Henriques armou-se cavaleiro e, com a ajuda dos nobres
portucalenses, lutou contra D. Teresa pelo governo do condado. Reuniu as tropas e venceu a
sua mãe na batalha de São Mamede. D. Afonso Henriques passou então a governar o Condado
Portucalense.
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Depois de assumir o seu governo, Afonso Henriques tinha os seguintes objetivos:
• alargar os seus territórios para sul;
• obter o reconhecimento de independência de D. Afonso VII, rei de Leão e
Castela;
• conseguir o reconhecimento do Papa.
Em 1143 assinou-se o Tratado de Zamora, no qual D. Afonso VII reconheceu D. Afonso
Henriques como rei e o Condado Portucalense como reino de Portugal.
Em 1179, o Papa Alexandre III reconheceu D. Afonso Henriques como rei de Portugal,
através da Bula Manifestis Probatum.
A partir de então, Portugal passou a ser um reino no qual se iniciou a monarquia.
Em 1249 deu-se a reconquista definitiva do Algarve por D. Afonso III.
Em 1297 foi assinado o Tratado de Alcanises, no qual foram estabelecidas as fronteiras
geográficas do território de Portugal.
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III – Portugal nos séculos XIII e XIV
Os recursos naturais e as atividades
económicas nos séculos XIII e XIV
A população dos séculos XIII e XIV dedicava-se, principalmente: à agricultura, à pecuária,
à pesca, à salicultura, ao artesanato e ao comércio.
Agricultura
A agricultura era a principal atividade económica da população. Para aproveitar os
terrenos baldios (abandonados) e para aumentar a área cultivada, os reis atribuíam benefícios
aos agricultores.
Recursos naturais: cereais (cevada, centeio, trigo, aveia, milho-húmido), vinho, azeite,
legumes, frutos, linho, lenha, madeira, cortiça, mel e cera.
Pecuária
A pecuária (criação de gado) e a pastorícia ajudavam no trabalho agrícola e forneciam
alimento e matérias-primas.
Recursos naturais: criação de cabras, ovelhas, porcos, bois e cavalos dos quais eram
retiradas matérias-primas como: lã, carne, pele, couro.
Pesca
Como Portugal usufrui de uma extensa costa e de vários cursos de água, praticava a
pesca. A pesca podia ser fluvial (nos rios) ou marítima (no mar).
Recursos naturais: do mar – peixe (sardinhas, carapau, pescada), moluscos (polvo, lulas),
marisco (camarão, lagostim); do rio – peixe (salmão, lampreia, pargo), marisco (lagostim).
Salicultura
A salicultura é a extração de sal. O sal é extremamente importante para a conservação
dos alimentos.
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Artesanato
A produção artesanal era uma atividade muito importante, uma vez que assegurava as
necessidades das populações. O ferreiro, o carpinteiro, o tecelão, o tanoeiro e o sapateiro eram
artesãos que fabricavam muitos utensílios e vestuário utilizados pela população.
Comércio
O comércio era a atividade mais lucrativa. Para desenvolver o comércio interno (dentro
do mesmo país), os reis criaram feiras por todo o país. Estas feiras realizavam-se periodicamente
e nelas se reuniam mercadores, camponeses e almocreves.
As feiras precisavam de uma autorização do rei para se realizarem. A esta autorização
chama-se carta de feira. Existiam também as feiras francas, nas quais os vendedores não tinham
que pagar impostos sobre os produtos que vendiam.
No séc. XIII, também se começou a praticar o comércio externo (com outros países). As
cidades do Porto e de Lisboa passaram a ser grandes centros de comércio.
Produtos vendidos ao estrangeiro: sal, azeite, vinho, cortiça, mel, cera.
Produtos comprados ao estrangeiro: tecidos, tintas, açúcar, especiarias, metais, armas.
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A sociedade portuguesa nos séc. XIII e XIV
A sociedade portuguesa encontrava-se dividida em três grupos sociais: o clero, a
nobreza e o povo. No topo desta sociedade encontrava-se o rei.
Durante a Reconquista Cristã, os membros do clero e da nobreza foram recebendo
recompensas: o clero recebeu coutos e a nobreza recebeu honras. Os coutos e as honras eram
terras que tinham de ser cultivadas, povoadas e defendidas.
Grupos sociais
Clero Nobreza Povo
Funções
- Rezar para proteger as
pessoas.
- Ensinar.
- Copiar livros antigos.
- Ajudar os pobres.
- Defender e administrar o
reino.
- Aplicar justiça nas suas
terras.
- Trabalhar como camponeses
ou servos nas terras do clero
ou da nobreza.
- Dedicar-se à agricultura,
pesca, pastorícia, artesanato e
serviços domésticos.
Privilégios
- Possuir grandes
propriedades.
- Não pagar impostos.
- Receber impostos do povo.
- Possuir grandes
propriedades.
- Não pagar impostos.
- Receber impostos do
povo.
---
Obrigações --- ---
- Pagar impostos e rendas ao
rei, ao clero e à nobreza.
Clero
Grupo social privilegiado. Estava dividido em clero secular (bispos e padres que viviam
nas aldeias) clero regular (frades, monges e freiras que viviam em comunidade e seguiam
obrigações).
Os membros do clero regular viviam em mosteiros ou conventos.
Os membros do clero podiam ter várias atividades: defender e povoar o território, rezar,
copiar livros antigos (monges copistas), ajudar pobres, peregrinos e doentes.
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Nobreza
Grupo social privilegiado formado por descendentes de reis, de importantes famílias e
de cavaleiros. Ocupavam o seu tempo a defender o território, em torneios a cavalo e exercícios
militares. Nos seus tempos livres, tinham jogos de salão (xadrez, damas, dados e cartas) e
assistiam a atuações de jograis e saltimbancos, que tocavam, dançavam e tocavam.
As terras possuídas pela nobreza era senhorios. Estas propriedades estavam divididas
em: reserva – onde se situa o castelo, a floresta, o moinho, o celeiro, o forno e o lagar; mansos
– terras cultivadas pelos camponeses que pagavam rendas ao senhor por lá trabalharem.
O povo
Grupo social não privilegiado. Trabalhavam muito e pagavam muitos impostos.
Viviam em casas ou choupanas de madeira, com uma só divisão.
Os concelhos
Para que as pessoas se fixassem nas terras conquistadas, foram criados concelhos. Os
concelhos eram criados a partir de uma carta de foral, imitida pelo rei.
Os moradores de um concelho chamavam-se vizinhos e eram homens livres, não
dependendo da nobreza o do clero. Por vezes, reuniam-se na assembleia de homens-bons, para
aplicar a justiça no concelho (no pelourinho) e cobrar os impostos. A assembleia era vigiada pelo
alcaide, que era um representante do rei.
Existiam dois tipos de concelhos: os concelhos urbanos – mais povoados, dedicados ao
comércio e ao artesanato; os concelhos rurais – dedicados à agricultura e à pastorícia.
Com o passar do tempo, foram surgindo as cidades, nos concelhos urbanos. Estes
concelhos foram ganhando cada vez mais população, atraída pelo desenvolvimento do comércio
marítimo. Nasceu um novo grupo social – a burguesia – que praticava o comércio.
As cortes
A corte do rei era constituída pela sua própria família, alguns nobres, conselheiros e
outros funcionários.
Eram obrigações do rei: comandar o exército; decretar a paz e a guerra; fazer leis;
ordenar a cobrança de impostos; distribuir benefícios; aplicar justiça; cunhar a moeda.
A partir das Cortes de Leiria, em 1254, os administradores dos concelhos passaram
também a estar presentes na assembleia da Corte – Cúria Régia.
palavrasaoquadrado.com 24
A cultura portuguesa dos séculos XIII e XIV
Cultura popular
A cultura do povo era simples e espontânea. O povo não sabia ler, por isso as histórias
e as músicas eram partilhas oralmente. Faziam, por vezes, festas e romarias.
Cultura cortesã
A cultura do rei e dos membros da corte envolvia festas animadas, saraus e banquetes.
Nas festas cantava-se, dançava-se, liam-se poemas e assistia-se às atuações dos trovadores.
Reinado de D. Dinis
Durante o reinado de D. Dinis verificou-se um grande desenvolvimento cultural e
económico:
• O português passou a ser a língua oficial;
• Fundou a primeira universidade – os Estudos Gerais;
• Criou bases para a marinha de guerra portuguesa;
• Promoveu a agricultura, a pesca e o comércio;
• Mandou construir e restaurar castelos;
• Incentivou a poesia e a música.
A arte românica e a arte gótica em Portugal
Arte Período Está relacionada com… Características Vestígios
Românica
Séc. XI e XIII
Reconquista
Cristã
- Construções religiosas
- refúgio para as populações
em tempo de guerra
- o rural
- paredes grossas
- janelas estreitas
- arco de volta perfeita
- abóboda de berço
- Pequenas igrejas entre o
Douro e o Minho, nas regiões
rurais;
- Grandes catedrais nos
centros urbanos.
Gótica Séc. XII e XV
- Construções religiosas de
grandes dimensões
- as grandes cidades
- janelas de grandes
dimensões e vitrais
- decoração de grande
riqueza e esculturas
- arco quebrado
- No Centro e Sul do país,
devido à ocupação
Muçulmana.
palavrasaoquadrado.com 25
O séc. XIV e o problema da sucessão
Durante a segunda metade do séc. XIV, a Europa e Portugal viveram uma época de
fomes, guerras e pestes:
• maus anos agrícolas, devido às chuvas e à baixa temperatura, levando à fome;
• conflitos militares, entre Portugal e Castela, que causaram fome, aumento de
impostos e mortes;
• surgiram epidemias como a peste negra que causou a morte a um terço da
população da Europa.
Revoltas populares
A população revoltou-se devido:
• à diminuição dos seus rendimentos;
• ao aumento de rendas e de impostos;
• às leis que proibiam os camponeses de abandonar as suas propriedades.
Como se desconhecia a origem da peste negra, acusaram os judeus de trazerem a peste
para a Europa, tendo sido perseguidos.
O problema da sucessão
Durante a guerra entre Portugal e Castela, D. Fernando foi derrotado e foi obrigado a
dar a sua filha, D. Beatriz, em casamento ao rei de Castela, D. João I.
Como D. Beatriz era a única filha de D. Fernando, Portugal estava em risco de perder a
sua independência. Para a salvaguardar, foi assinado o Tratado de Salvaterra de Magos. Neste
tratado ficou combinado que, quando D. Fernando morresse, quem ficaria a governar Portugal
seria ou o filho de D. Beatriz ou a rainha D. Leonor Teles, se o filho de D. Beatriz fosse menor.
D. Fernando morreu e, como D. Beatriz não teve nenhum filho, ficou D. Leonor Teles
como regente de Portugal. Porém, D. Leonor Teles declarou, logo de imediato, D. Beatriz como
rainha de Portugal.
Muitos nobres e membros do clero apoiaram a decisão. Mas o povo reprovou a ideia,
não querendo perder a independência de Portugal. Planearam, por isso, a morte do conde
Andeiro. D. João, Mestre de Avis, matou o conde Andeiro, dando início a uma revolução.
palavrasaoquadrado.com 26
A revolução de 1383-1385
D. Beatriz fugiu para Castela e D. João, Mestre de Avis, foi aclamado como Regedor e
Defensor do Reino. Porém, esta decisão dividiu a população:
• o povo, a burguesia e alguns nobres apoiavam D. João, Mestre de Avis, como rei
de Portugal, para garantir a independência do reino;
• a maioria dos nobres e dos membros do clero defendiam D. Beatriz como rainha,
querendo unir os dois reinos, para garantir os seus privilégios.
Em 1384, o rei de Castela invadiu Portugal. Os castelhanos acabaram derrotados, tanto
pela peste negra, como pelas tropas de D. Nuno Álvares Pereira, na Batalha de Atoleiros.
Também teve destaque na Batalha de Aljubarrota, em 1385, na qual utilizou a técnica do
quadrado e afirmou a independência nacional.
D. João, Mestre de Avis, foi aclamado, em 1385, como rei de Portugal, nas Cortes de
Coimbra. Só em 1411 foi assinado o Trato de Segóvia, que definia a paz entre Portugal e Castela.
A governação de D. João I
Durante o seu reinado, D. João:
• retirou privilégios e terras ao clero e à nobreza, que defenderam D. Beatriz;
• atribui títulos de nobreza e terras a alguns membros da burguesia que o tinham
apoiado;
• permitiu a participação de alguns burgueses nas Cortes;
• reforçou a ligação entre Portugal e Inglaterra.
palavrasaoquadrado.com 27
Pioneirismo português na expansão europeia
No séc. XV, os europeus tinham pouco conhecimento sobre o Mundo. O pouco que
sabiam tinha-lhes sido contado por mercadores e viajantes, que contavam lendas sobre
monstros e perigos, e que lhes traziam algumas riquezas de outros territórios.
Motivos para a prioridade portuguesa na Expansão
• D. João I – queria resolver os problemas económicos e sociais do país;
• A nobreza – queria obter novos cargos e novas terras;
• O clero – queria difundir a fé Cristã;
• A burguesia – queria ter acesso a novos mercados e produtos;
• O povo – queria melhorar as suas condições de vida.
Condições favoráveis de Portugal
• Localização geográfica privilegiada;
• Tradição marítima;
• Estabilidade política;
• Domínio técnico e científico – conheciam instrumentos como a bússola, o
astrolábio, o quadrante, a balestilha e as cartas náuticas;
• Progressos na construção naval – caravela.
A vida a bordo das caravelas
As caravelas eram pequenas embarcações fáceis de manobrar. Havia poucos alimentos
e falta de higiene. Estas condições contribuíam para a contração do escorbuto (provocada pela
falta de vitamina C), que levava à morte de muitos marinheiros.
Nos tempos livres, jogavam dados e xadrez, pescavam e faziam pequenas peças teatrais.
palavrasaoquadrado.com 28
A expansão Quatrocentista
Conquista de Ceuta
Norte de África, 1415. Organizada por D. João I. Foi o início da Expansão portuguesa.
Razões: Ceuta era um importante centro de comércio e os seus campos eram ricos em
cereais. Ceuta tinha também uma localização geográfica estratégica, que permitia controlar o
comércio que por ali passava, entre o oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo.
Ceuta não foi, contudo, um sucesso, porque os Muçulmanos desviaram as suas rotas e
destruíram os campos de cultivo. Restavam duas opções a Portugal:
• Prosseguir com novas conquistas no Norte de África;
• Realizar viagens de exploração ao longo da costa africana.
Portugal optou pela segunda opção.
O Infante D. Henrique é o grande responsável pela primeira fase da Expansão
portuguesa.
Arquipélagos da Madeira e dos Açores
O arquipélago da Madeira foi descoberto em 1419, por João Gonçalves Zarco, Tristão
Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo.
O arquipélago dos Açores foi descoberto em 1427, por Diogo de Silves, Gonçalo Cabral
e Diogo de Teive.
As ilhas serviram de apoio à navegação atlântica e de local de abastecimento das
embarcações, tendo assim uma localização estratégica.
Passagem do cabo Bojador
Gil Eanes, em 1434, passou o cabo Bojador, acabando com os mitos e as lendas sobre o
desconhecido.
D. João II, em 1481, teve o objetivo de chegar à Índia. Organizou duas expedições para
tal: uma pelo mar, enviando o navegador Diogo Cão; outra por terra.
Após algumas tentativas, Bartolomeu Dias, em 1488, conseguiu passar o cabo das
Tormentas (agora chamado cabo da Boa Esperança), abrindo definitivamente o oceano Índico.
palavrasaoquadrado.com 29
As grandes viagens transatlânticas
Descoberta da América e o Tratado de Tordesilhas
Em 1480, foi assinado o tratado de Alcáçovas, no qual ficou decidido que as ilhas das
Canárias estariam na posse de Castela e as terras a sul destas seriam de Portugal.
Em 1492, Cristóvão Colombo descobriu as Antilhas, no continente americano que,
segundo o tratado de Alcáçovas, pertencia aos portugueses, pois encontra-se a sul das ilhas das
Canárias. Isto provocou um novo conflito entre Portugal e Castela.
Para resolver este conflito, o Papa decretou o tratado de Tordesilhas, em 1494. O Mundo
ficou dividido em duas partes, por um meridiano. As terras que se encontrassem a oriente desse
meridiano pertenciam a Portugal.
Viagem de Vasco da Gama à Índia
Vasco da Gama, por ordem de D. Manuel I, chegou à Índia em 1498. A partir da
descoberta deste caminho, os portugueses começaram a realizar viagens regulares entre Lisboa
e o Oriente, percorrendo a Carreira da Índia. A facilidade de deslocação fez com que Portugal se
tornasse o principal centro europeu de distribuição de produtos orientais.
Para estas viagens, eram utilizadas naus, que eram embarcações mais desenvolvidas do
que as caravelas. Tinham uma grande capacidade de transporte, estavam armadas e realizavam
longas viagens.
A mortalidade durante estas viagens era muito alta, devido a doenças, naufrágios e de
ataques de piratas.
A viagem de Pedro Álvares Cabral
Para garantir o domínio português no comércio das especiarias, D. Manuel I enviou para
a Índia uma armada comandada por Pedro Álvares Cabral. Porém, em 1500, a sua rota desviou-
se e acabou por encontrar o Brasil (Terra da Vera Cruz).
A primeira viagem de circum-navegação
Em 1519, Fernão de Magalhães, em serviço da coroa espanhola, iniciou a primeira
viagem circum-navegação da Terra. Com esta viagem, conseguiu provar que a Terra tem uma
forma esférica e que os oceanos Pacífico e Atlântico estão em contacto.
palavrasaoquadrado.com 30
O império português do séc. XVI e a
colonização
A vida quotidiana na Lisboa Quinhentista
No séc. XVI, Portugal tinha um grande império e a Lisboa chegavam produtos como o
ouro africano, as especiarias orientais e o açúcar dos arquipélagos e do Brasil.
Devido ao grande aumento do comércio marítimo, foi necessário construir novos
edifícios, ruas, armazéns e cais para os barcos. Construíram-se também duas praças importantes
- a praça do Rossio e o Terreiro do Paço – e a Cada da Índia, que era o centro de comércio com
o Oriente.
A Lisboa chegou um grande número de migrantes, imigrantes de todo o mundo e
escravos de África. Do país também emigravam várias pessoas, para os arquipélagos, para os
continentes africano e asiático e para o Brasil, com o objetivo de os povoar, desenvolver,
defender e praticar comércio.
D. Manuel I vivia no Paço da Ribeira e sempre que saía, levava consigo uma grande
comitiva: nobres, artistas, músicos, criados e escravos. Tal demonstração de poder
impressionava os estrangeiros.
A colonização dos arquipélagos
Arquipélago da Madeira
O arquipélago era despovoado, foi dividido em capitanias e passou a ser governado por
descobridores (capitães-donatários) que povoavam e exploravam os recursos naturais do
arquipélago. Recursos naturais aproveitados: madeira, cereais, vinha e cana-de-açúcar.
Arquipélago dos Açores
O arquipélago era despovoado, foi dividido em capitanias. Recursos explorados: cereais,
plantas tintureiras e laticínios (derivados do desenvolvimento da pecuária).
A colonização de África
O litoral de África era ocupado por muitas pessoas de raça negra, de diferentes etnias
que tinham costumes, línguas e níveis de desenvolvimento social diferentes. Para proteger e
criar locais de comércio nestes territórios, os portugueses criaram fortalezas e feitorias.
Recursos comercializados: ouro, marfim, malagueta e escravos. Para além do comércio, foi
palavrasaoquadrado.com 31
também difundida a fé cristã nestes territórios, tendo sido enviados missionários com essa
função.
Os arquipélagos de Cabo Verde e de S. Tomé e Príncipe eram despovoados e, por isso,
foram divididos em capitanias e governados por capitães-donatários, com o objetivo de os
colonizar. A localização geográfica destes arquipélagos era estratégica para o comércio de
escravos.
Os portugueses no Oriente
O Japão, a China e a Índia tinham um desenvolvimento técnico e científico superior
relativamente à Europa, em muitas áreas.
Para que o comércio português e a presença dos portugueses fosse assegurada nestes
territórios, foram enviados vice-reis ou governadores-gerais que representassem D. Manuel I.
O primeiro vice-rei da Índia foi D. Francisco de Almeida, em 1505. Em 1509 foi
substituído por Afonso de Albuquerque, que tinha como objetivo controlar o Índico. Conquistou
Goa (1510), Malaca (1511) e Ormuz (1515). Em 1557, conseguiu o domínio de Macau.
Do Oriente, os portugueses trazias: especiarias (canela, pimenta e noz-moscada), pedras
preciosas, sedas, perfumes, madeiras exóticas e porcelanas.
Os portugueses levavam para o Oriente: moedas em ouro e prata, cobre e chumbo.
A colonização do Brasil
O Brasil era povoado por Índios, que se dedicavam à agricultura, caça, pesca e recoleção.
Para a colonização do Brasil, em 1534, o território foi dividido em quinze capitanias.
Devido a vários conflitos entre os capitães-donatários, o rei viu-se obrigado a criar o governo-
geral do Brasil, nomeando Tomé de Sousa como governador-geral.
O pau-brasil e os animais exóticos foram os primeiros produtos a serem levados para
Portugal. Mas o produto mais comercializado era a cana-de-açúcar. Os portugueses tentaram
utilizar os Índios brasileiros como mão-de-obra mas estes não resistiam aos trabalhos exigidos.
Foi necessário trazer escravos da costa africana para trabalharem no cultivo e fabrico do açúcar.
Para transmitir a fé cristã, para ensinar e para proteger os indígenas da escravatura, foi
enviado para o Brasil o missionário Padre António Vieira.
palavrasaoquadrado.com 32
Os efeitos e influências da Expansão marítima
Aculturação – apropriação de hábitos, costumes, produtos, de diferentes culturas.
A Expansão marítima permitiu conhecer novos lugares, povos, animais, plantas,
culturas, saberes e produtos, o que influenciou o dia a dia das populações.
Na Ásia, os europeus deparam-se com uma população mais desenvolvida e, por isso, os
contactos desenvolvidos foram essencialmente comerciais.
Na América e em África, como a civilização era menos desenvolvida, foi mais fácil
introduzir os hábitos europeus. Desenvolveu-se um intenso comércio de escravos entre os
continentes. Exemplos da influência portuguesa nestes territórios: fé cristã, escolas, língua
portuguesa (fala no Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe e em
Timor). Pelo nosso contacto com outros povos, os portugueses começaram a incluir na sua
alimentação: especiarias, café, açúcar e batata.
As igrejas e as fortalezas são vestígios arquitetónico portugueses que ainda hoje se
podem encontrar no antigo império português.
No séc. XVI, deu-se um grande desenvolvimento cultural, científico e artístico.
Ao nível das ciências, desenvolveu-se a Matemática (Pedro Nunes), a Astronomia, a
Geografia, a Zoologia, a Botânica (Garcia de Orta), a Medicina e a Cartografia.
Ao nível da literatura, foram escritos vários textos e poemas sobre os Descobrimentos:
• por Pero Vaz Caminha, que descreveu a chegada ao Brasil a D. Manuel I.;
• por Álvaro Velho, que relatou a viagem de Vasco da Gama à Índia;
• por Fernão Mendes Pinto, que descreveu as suas viagens no Oriente;
• por Luís Vaz de Camões, que relatou, em versos, a História de Portugal realçando
a viagem de Vasco da Gama à Índia, na obra Os Lusíadas;
• por Gil Vicente, escrevendo textos teatrais.
O estilo manuelino desenvolveu-se no reinado de D. Manuel I, no qual é evidente a
influência dos Descobrimentos.
• Arquitetura – elementos decorativos relacionados com a Natureza, com os
barcos e o mar. Utilização de símbolos nacionais. Exemplos: Mosteiro de
Jerónimos e a Torre de Belém.
• Pintura – temas religiosos, personagens de negros e de índios.
• Ourivesaria – grande quantidade de ouro e de peras preciosas.
palavrasaoquadrado.com 33
Da União Ibérica à restauração da
independência
No final do séc. XVI, Portugal entrou numa crise económica, devido à quebra de
comércio marítimo. D. Sebastião subiu ao trono, em 1568. Em 1578 levou as suas tropas até
Marrocos, onde acabou derrotado na Batalha de Alcácer Quibir. D. Sebastião desapareceu,
originando um problema de sucessão ao trono português. Como não tinha filhos, sucedeu-lhe
o seu tio, o Cardeal D. Henrique. Este governou apenas dois anos, acabando por morrer sem
deixar filhos.
Sucessão ao trono
Pretendentes Filipe II, rei de Espanha
D. António, Prior do
Crato
D. Catarina,
duquesa de
Bragança
Apoiantes
Nobreza, alto clero e
da burguesia
Povo
Não conseguiu
reunir apoiantes
suficientes.
Razões dos
apoiantes
Esperavam obter novos
cargos com a união
Ibérica (Espanha e
Portugal)
O povo receava que
Portugal perdesse a
sua independência
D. António, Prior do Crato, foi aclamado rei pelo povo, o que desagradou a Filipe II de
Espanha, levando-o a invadir Portugal.
Filipe II derrotou o exército português na Batalha de Alcântara, em 1580, e foi aclamado
rei de Portugal nas Cortes de Tomar, em 1581 passando a ser Filipe I de Portugal. Verificou-se
uma união política entre Portugal e Espanha. Subiram, mais tarde, ao trono Filipe II e Filipe III.
Durante 60 anos, Portugal foi governado por três reis espanhóis, durante a dinastia
Filipina.
Nas Cortes de Tomar, em 1581, Filipe I de Portugal fez várias promessas:
• Respeitar os costumes dos portugueses;
• Manter a língua e a moeda;
• Entregar cargos de governo e administração do reino a portugueses;
• Manter o comércio ultramarino no controlo de portugueses.
Filipe I cumpriu as suas promessas mas durante os reinados de Filipe II e Filipe III, estas
garantias não foram cumpridas, prejudicando a população portuguesa.
palavrasaoquadrado.com 34
Inglaterra, Holanda e França, que estavam em guerra com Espanha, atacaram também
as fortalezas e o comércio português. Portugal viu-se obrigado a cortar relações comerciais com
ingleses e holandeses, devido ao elevado número de ataques piratas e aumento de impostos.
Começaram a surgir motins por parte da nobreza, clero e burguesia, pois o que tinha
sido combinado nas Cortes de Tomar não estava a ser cumprido. Realizaram a Revolta do
Manuelinho, em 1637, acabando por perder e por serem castigados. Esta situação revoltou
ainda mais os portugueses.
A 1 de dezembro de 1640, alguns nobres invadiram o Paço da Ribeira e prenderam a
representante do rei espanhol. D. João, duque de Bragança, foi aclamado rei – D. João V.
Os espanhóis não aceitaram esta decisão e tentaram dominar o território português. D.
João V mandou construir fortalezas junto à fronteira, organizou o exército e mandou fabricar
armas.
A Guerra da Restauração só terminou em 1668, com a assinatura do Tratado de Paz
entre D. Pedro II e o rei de Espanha.
Os portugueses tiveram ainda de travar algumas batalhas com os holandeses, pois estes
tinham-se apoderado dos nossos territórios. Os portugueses obtiveram a vitória na Batalha dos
Guararapes, em 1648, expulsando-os do Brasil.

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Caderno de resumos HGP5 - Palavras ao quadrado - 5 ano

  • 1. palavrasaoquadrado.com 1 Caderno de resumos História e Geografia de Portugal 5.º ano
  • 2. palavrasaoquadrado.com 2 Índice 1 – Localização e quadro natural da Península Ibérica ........................................................................ 3 A Península Ibérica na Europa e no mundo..................................................................................... 3 O relevo da Península Ibérica........................................................................................................ 5 Elementos e fatores do clima....................................................................................................... 5 Os principais rios da Península Ibérica .......................................................................................... 7 A vegetação natural da Península Ibérica...................................................................................... 8 A diversidade natural dos arquipélagos ......................................................................................... 9 II – Dos primeiros povos à formação de Portugal ........................................................................... 10 As primeiras comunidades recoletoras........................................................................................ 10 As primeiras comunidades agropastoris ...................................................................................... 11 Contactos dos povos mediterrânicos com a Península Ibérica ...................................................... 12 Formação do império romano...................................................................................................... 13 A romanização da Península Ibérica ............................................................................................ 14 A cristianização da Península Ibérica e a contagem do tempo ...................................................... 15 As invasões dos povos bárbaros ................................................................................................. 16 A expansão muçulmana............................................................................................................... 17 Da Reconquista Cristã ao reino de Portugal................................................................................. 18 III – Portugal nos séculos XIII e XIV ............................................................................................ 20 Os recursos naturais e as atividades económicas nos séculos XIII e XIV..................................... 20 A sociedade portuguesa nos séc. XIII e XIV............................................................................... 22 A cultura portuguesa dos séculos XIII e XIV.............................................................................. 24 O séc. XIV e o problema da sucessão.......................................................................................... 25 Pioneirismo português na expansão europeia................................................................................ 27 A expansão Quatrocentista ........................................................................................................ 28 As grandes viagens transatlânticas............................................................................................. 29 O império português do séc. XVI e a colonização......................................................................... 30 Os efeitos e influências da Expansão marítima............................................................................ 32 Da União Ibérica à restauração da independência........................................................................ 33
  • 3. palavrasaoquadrado.com 3 1 – Localização e quadro natural da Península Ibérica A Península Ibérica na Europa e no mundo O planeta Terra tem uma forma esférica e é conhecido por “planeta azul”, devido à grande dimensão de área coberta por água. O nosso planeta tem cinco oceanos (Pacífico, Atlântico, Índico, Antártico e Ártico) e por seis continentes (Ásia, América, África, Antártida, Europa e Oceânia). Para estudar a superfície terrestre, os geógrafos criaram várias formas de representar a terra: • Imagem de satélite; • Fotografia aérea; • Globo terrestre – é a forma mais correta de representar a terra devido à sua forma esférica, apesar de apresentar poucos pormenores; • planisfério – representa a totalidade da superfície terrestre; • mapa – permite o estudo de áreas mais reduzidas. Para localizar um lugar de um modo mais exato, os geógrafos criaram linhas imaginárias:
  • 4. palavrasaoquadrado.com 4 Elementos essenciais para a interpretação de um mapa: • título; • orientação; • legenda; • escala; • fonte. Localização de Portugal Situa-se no extremo ocidental da Península Ibérica e tem como limites: • Espanha, a norte e a este; • o oceano Atlântico, a sul e a oeste. Portugal é também composto pelos arquipélagos dos Açores e da Madeira, localizados no oceano Atlântico. Localização da Península Ibérica Localiza-se no hemisfério norte, no extremo sudoeste da Europa. É constituída por Portugal e por Espanha e tem como limites: • o oceano Atlântico, a norte, oeste e sul; • o mar Mediterrânio, a sul, sudeste e este; • a cordilheira montanhosa dos Pirenéus, a nordeste.
  • 5. palavrasaoquadrado.com 5 O relevo da Península Ibérica Formas de relevo: montanha, planalto, planície, vale. A altitude é a distância, em metros, medida na vertical, entre um determinado ponto e o nível médio das águas do mar. A altitude pode ser positiva (acima do nível médio das águas do mar) ou negativa (abaixo do nível médio das águas do mar). Na Península Ibérica, existe(m): • um extenso planalto – a Meseta Ibérica; • um conjunto de cordilheiras montanhosas (Cordilheira Cantábrica, Central e Bética); • planícies costeiras. O relevo de Portugal continental varia, principalmente, entre o Norte e o Sul e entre o litoral e o interior: • no interior, a norte do rio Tejo, predominam as terras altas com planaltos e serras; • no litoral, a norte do rio Tejo, predominam planícies costeiras; • no litoral, a sul do rio Tejo, predominam as costas altas e escarpadas; • no interior, a sul do rio Tejo, predominam as terras baixas e planas. Elementos e fatores do clima Estado do tempo – condições atmosféricas de um determinado lugar, num dado momento. Instrumentos que recolhem informações sobre o estado do tempo: • Anemómetro – mede a velocidade do vento; • Termómetro – mede a temperatura; • Cata-vento – indica a direção do vento; • Pluviómetro – mede a precipitação. Clima: caracterização do estado do tempo de uma determinada região, durante um longo período de tempo. Elementos do clima: • Precipitação (chuva, neve, granizo); • Temperatura (frio, calor).
  • 6. palavrasaoquadrado.com 6 O planeta Terra apresenta zonas climáticas diferentes: Fatores que interferem no clima da Península Ibérica: • Proximidade ao mar: quanto mais próxima uma região está do mar, mais amenas serão as suas temperaturas. • O relevo: quanto mais montanhosa for uma região, maior oscilação de temperatura vai apresentar. Os verões são mais quentes e secos e os invernos muito frios e chuvosos. Regiões climáticas da Península Ibérica: • Região atlântica – apresenta temperaturas amenas e invernos chuvosos, devido à sua proximidade ao mar; • Região continental – apresenta verões quentes e secos e invernos muito frios mas com pouca precipitação; • Região mediterrânica – verões muito quentes e invernos suaves e poucos chuvosos.
  • 7. palavrasaoquadrado.com 7 Os principais rios da Península Ibérica Existem mais rios a norte do que a sul de Portugal. A água que cada rio contém – o caudal - também é maior no Norte, pois chove mais nesta região. Os maiores rios portugueses nascem em Espanha e desaguam no oceano Atlântico. Os rios mais pequenos nascem nas montanhas portuguesas. Os principais rios portugueses são: Rios Nasce... Desagua... Percurso Corre de... Minho Montes Cantábricos (Espanha) Oceano Atlântico 340 km Este para Oeste Douro Serra de Urbión (Espanha) Oceano Atlântico (Porto e Gaia) 938 km Este para Oeste Mondego Serra da Estrela Oceano Atlântico (Figueira da Foz) 220 km Este para Oeste Zêzere Serra da Estrela Rio Tejo 214 km Este para Oeste Tejo Serra de Albarracin (Espanha) Oceano Atlântico (Oeiras, Lisboa) 1009 km Este para Oeste Sado Serra da Vigia Oceano Atlântico (Setúbal) 175 km Sul para Norte Guadiana Lagunas de Ruidera (Espanha) Oceano Atlântico (Vila Real de Santo António) 810 km Norte para Sul Rede hidrográfica – conjunto formado por um rio principal e por todos os seus afluentes. Bacia hidrográfica – conjunto de terrenos que escoam as águas das chuvas para os rios.
  • 8. palavrasaoquadrado.com 8 A vegetação natural da Península Ibérica A vegetação natural é a vegetação que nasce sem a intervenção do Homem. A vegetação natural depende: • do relevo; • do clima; • das condições do solo da região. Na Península Ibérica existem três regiões de vegetação: Região atlântica Região continental Região mediterrânica Tipo de vegetação Predominam árvores de folha caduca (carvalho, castanheiro, tília) e algumas de folha persistente (pinheiro- bravo). Vegetação rasteira e uma mistura de árvore de folha caduca e de folha persistente (faia). Predominam as árvores de folha persistente (sobreiro, azinheira e pinheiro-manso). Influência do clima e relevo Temperaturas amenas e elevada precipitação. Planícies costeiras e montanhas de baixa altitude. Verões muito quentes e invernos frios. Relevo montanhoso, com planaltos de média e grande altitude. Verões quentes e secos, invernos suaves e poucos chuvosos. Planícies extensas e montanhas de baixa altitude. A vegetação em Portugal continental distingue-se em duas zonas: • norte – predominam as árvores de folha caduca (carvalho, castanheiro, choupo, freixo) e algumas de folha persistente (pinheiro-bravo), devido às baixas temperaturas: • sul – predominam as árvores de folha persistente (sobreiro, loureiro, azinheira e pinheiro-manso), devido ao clima quente e seco.
  • 9. palavrasaoquadrado.com 9 A diversidade natural dos arquipélagos Origem vulcânica Localização no oceano Atlântico Relevo Cursos de água Clima Vegetação natural Arquipélago dos Açores A cerca de 1600 km de Portugal continental. - Muito montanhoso. - Costas altas. - Pouco extensos. - Ribeiras. - Húmido. - As temperaturas não variam muito ao longo das quatro estações. - Predominam extensos prados verdejantes. Arquipélago da Madeira A cerca de 1000 km de Portugal continental. - Muito montanhoso. - Costas altas. - Vales estreitos e profundos. - Pouco extensos. - Ribeiras. - Ameno. - As temperaturas não variam muito ao longo das quatro estações. - Muito densa. - Floresta Laurissilva.
  • 10. palavrasaoquadrado.com 10 II – Dos primeiros povos à formação de Portugal As primeiras comunidades recoletoras Os mais antigos antepassados do Homem vieram de África tendo alguns grupos se fixado na Península Ibérica, por volta de 30 000 anos a.C. A permanência destes grupos na Península Ibérica deveu-se à existência de recursos naturais, como alimentos e a abundância de água. Estes homens viviam da recoleção, ou seja, tinham de recolher todos os seus alimentos da natureza: caçavam, pescavam e recolhiam frutos. Eram, então, recoletores. Os homens dedicavam-se à caça e à pesca; as mulheres recolhiam frutos e tratavam dos filhos. Os povos recoletores eram nómadas – quando os alimentos escasseavam, deslocavam- se para outras regiões à procura de recursos. Abrigavam-se em grutas e vestiam peles de animais. O Homem recoletor criou utensílios em madeira, pedra e osso. Criou, por exemplo, a biface (machado) e a lâmina (usado na caça), feitos em pedra, e o arpão, feito em osso, utilizado para pescar. Com a descoberta do fogo, foi possível: • aquecer e iluminar as cavernas; • afugentar os animais ferozes; • cozinhar os alimentos; • fabricar instrumentos, moldando-os; • desenvolver a linguagem. O Homem recoletor utilizava a arte rupestre – pintura e gravura de formas de animais nas paredes de grutas – para facilitar a comunicação entre os elementos do grupo. Também era utilizada como um ritual mágico, dando boa sorte nas caçadas.
  • 11. palavrasaoquadrado.com 11 As primeiras comunidades agropastoris O clima da Terra foi sofrendo alterações e, entre 10 000 e 8000 anos a.C., as temperaturas tornaram-se mais amenas. Estas transformações climáticas possibilitaram: • o aparecimento de novos animais – com isto, o Homem começou a domesticar alguns animais, iniciando a pastorícia; • o aparecimento de novas plantas e de solo mais fértil – permitiu ao Homem desenvolver a agricultura. Com a prática da agricultura e da pastorícia o Homem deixou de ser nómada e passou a ser sedentário, fixando-se num determinado local e produzindo o seu alimento. Primeiros habitantes da Península Ibérica Foram atraídos pelo clima ameno, pelas terras férteis e pela abundância de água. Os primeiros povos foram: • os Iberos – dominavam o fabrico de objetos em cobre e bronze; • os Celtas – dominavam a arte de trabalhar ferro, ouro e prata; • os Celtiberos – resultaram da união entre Iberos e Celtas. Uma das principais tribos dos Celtiberos foi a dos Lusitanos. Eram guerreiros que habitavam a região entre os rios Douro e Tejo. Viviam no cimo dos montes, em castros ou citânias. Novas técnicas e utensílios As comunidades agropastoris desenvolveram novas técnicas: cerâmica, cestaria, tecelagem e moagem de cereais. Manifestações religiosas Como a vida das comunidades agropastoris dependia da Natureza, rezavam, construindo esculturas femininas, em homenagem à Natureza e à Terra-Mãe. Também construíam grandes monumentos de pedra, chamados megálitos. Para prestar culto aos mortos, o Homem construí grandes blocos de pedra – anta ou dólmen – nos quais enterrava os membros da sua tribo.
  • 12. palavrasaoquadrado.com 12 Contactos dos povos mediterrânicos com a Península Ibérica Alguns povos foram atraídos pelas riquezas naturais da Península Ibérica (ouro, prata, cobre e estanho). Para facilitar o comércio entre povos, foram criadas rotas comerciais, fundadas colónias e criadas feitorias. Povos que contactaram com a Península Ibérica Origem O que nos ensinaram Fenícios Fenícia Alfabeto fenício Gregos Grécia Utilizar a moeda para trocas comerciais Cartagineses Cartago Técnica de conservação dos alimentos em sal Os vestígios deixados pelo Homem ao longo do tempo constituem documentos históricos. Estes documentos podem ser escritos (cartas, livros, registos) e não escritos (instrumentos de pedra, pinturas, túmulos moedas, etc.).
  • 13. palavrasaoquadrado.com 13 Formação do império romano Os Romanos viviam em Roma, na Península Itálica. Roma foi fundada em 753 a.C., na margem esquerda do rio Tibre. Os Romanos tinham uma grande vontade de conquistar e dominar os territórios em torno do mar Mediterrâneo. Este povo era ambicioso e tinha um grande exército, bem armado e organizado. Com o passar do tempo, conseguiram dominar e conquistar todos os territórios à volta do mar Mediterrâneo, formando um império. Chamavam, ao Mar Mediterrâneo, Mare nostrum, o nosso mar, pois todos os territórios à sua volta lhes pertenciam. Conseguiram ter territórios em três continentes: África, Europa e Ásia. Os Romanos foram também atraídos pelas riquezas naturais da Península Ibérica. Apenas conseguiram conquistar este território passados 200 anos desde a sua chegada a esta região. A Península Ibérica foi defendida, durante muito tempo, pelos Lusitanos, que vivam numa região entre os rios Douro e Tejo. Este povo guerreiro era chefiado por Viriato. Armavam emboscadas e armadilhas e escondiam-se em cima dos montes, para melhor lutar contra os romanos.
  • 14. palavrasaoquadrado.com 14 A romanização da Península Ibérica A romanização foi um processo lento de transferência de religião, língua, cultura e costumes romanos às diferentes populações do Império, com o objetivo de as integrar e de as transformar em cidadãos romanos. Fatores de romanização: • Fundação de novas cidades, segundo o modelo de Roma; • Construção de teatros – locais de entretenimento e espetáculos; • Construção de termas – banhos públicos quentes; • Construção de templos – para prestar culto; • Construção de aquedutos – possibilitavam o transporte de água para as cidades; • Construção de grandes obras públicas, como estradas e pontes – facilitava o transporte de mercadorias e de pessoas dentro do Império; • Circulação de moeda – facilitava as trocas comerciais; • Utilização do latim como língua oficial do Império; • O Direito ramno – conjunto de leis às quais todos os habitantes do Império estavam sujeitos. Agentes de romanização • Os colonos e os mercadores; • Os funcionários administrativos; • O exército, que mantinha a ordem e a segurança dos habitantes do Império.
  • 15. palavrasaoquadrado.com 15 A cristianização da Península Ibérica e a contagem do tempo Os Romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses. Na Judeia, nasceu uma nova religião – o Cristianismo. Esta é uma religião monoteísta, ou seja, acredita-se apenas na existência de um só Deus. Princípios defendidos pelo Cristianismo: • Amar a Deus sobre todas as coisas; • Amar o próximo como a si mesmo; • Crença na vida depois da morte; • Crença na salvação para todos, em função das suas ações. O cristianismo apresentava princípios muito diferentes dos princípios praticados pelos Romanos. Como o cristianismo foi encontrando cada vez mais seguidores, os Romanos passaram a considerar os cristãos uma ameaça ao Império. Os cristãos foram perseguidos, lançados às feras nas arenas, queimados vivos e crucificados. Apesar de serem perseguidos e mortos, o número de cristãos continuou a aumentar. Isto fez com que o imperador Constantino, em 313, concedesse liberdade religiosa a todo o Império. Mas o Cristianismo só foi reconhecido como religião oficial do Império em 380, pelo imperador Teodósio. O nascimento de Cristo passou a ser uma referência na contagem do tempo no Ocidente. A esta contagem do tempo chamamos Era Cristã. Os séculos são contados antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.). Se o ano termina em dois zeros, o número de centenas indica o século. 1000 → séc. X 1500 → séc. XV 2000 → séc. XX Se o século não terminar em zeros, acrescenta-se uma unidade ao número de centenas. 1143 → (11 + 1) → séc. XII 1385 → (13 + 1) → séc. XIV 2006 → (20 + 1) → séc. XXI
  • 16. palavrasaoquadrado.com 16 As invasões dos povos bárbaros Alguns povos Bárbaros – Vândalos, Suevos e Visigodos -, vindos do centro da Europa, foram atraídos pelas riquezas da Península Ibérica e começaram a atacar as populações. Não sabiam falar latim e tinham hábitos muito diferentes dos Romanos. Como o Império Romano era muito grande, era difícil conseguir proteger todos os seus territórios. Alguns povos Bárbaros conseguiram conquistar todo o Império Romano do Ocidente, no século V. Os povos Bárbaros acabaram por se organizar em reinos, dividindo todo o Império Romano. Como os povos Bárbaros tinham pouca organização, acabaram por utilizar os costumes dos Romanos, utilizando a sua cultura mais organizada e evoluída. Os Visigodos, durante o séc. VI, dominaram os Suevos e passaram a controlar toda a Península Ibérica. Utilizaram o latim como língua oficial e alguns converteram-se ao Cristianismo.
  • 17. palavrasaoquadrado.com 17 A expansão muçulmana No séc. VI os Árabes viviam num território pobre. Quando nasceu Maomé, na cidade de Meca, em 570, os Árabes converteram-se para uma religião monoteísta – o Islamismo. O Islamismo uniu todos os Árabes na crença de Alá, o Deus único. Com o passar do tempo, o Islamismo começou a expandir-se. As pessoas que acreditavam em Alá denominavam- se Muçulmanos. O livro sagrado do Islamismo é o Corão ou Alcorão. Esta religião apresenta cinco princípios fundamentais: • Adorar Alá, como Deus único e Maomé como o seu profeta; • Rezar cinco vezes por dia, de joelhos voltados para Meca; • Praticar a esmola; • Fazer jejum durante o mês do Ramadão para realizar a purificação; • Fazer uma peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida. Os Muçulmanos começaram a expandir os seus territórios, pois: queriam expandir o Islamismo a outras regiões e povos; queriam procurar terrenos férteis. Os Muçulmanos que vivam no Norte de África – Mouros – começaram a invadir a Península Ibérica, por volta do séc. VIII. Em 711, o exército muçulmano comandado por Tarik venceu as tropas cristãs visigodas. Os Muçulmanos conseguiram conquistar quase todos os territórios da Península Ibérica, à exceção das Astúrias, no Norte, onde se refugiaram os Cristãos. Durante vários anos Cristãos (Visigodos) e Muçulmanos conviveram na Península Ibérica, mantendo uma atitude de tolerância e de cooperação entre todos. Herança muçulmana • Agricultura: novas culturas (arroz, cana-de-açúcar, alface, cenoura e árvores de fruto); • Novas técnicas: técnicas de irrigação, através do uso da picota e da nora; • Ciências: Matemática (introdução do zero e dos algarismos árabes), Astronomia (bússola, astrolábio) e Medicina; • História, Filosofia, Teologia, livros de poesia; • Palavras de origem árabe: açafrão, alface, açude, almoxarife, alcatifa, alguidar,… • Arquitetura: mosaico.
  • 18. palavrasaoquadrado.com 18 Da Reconquista Cristã ao reino de Portugal Reconquista Cristã – período de tempo em que os Cristãos lutaram contra os Muçulmanos para recuperar os territórios da Península Ibérica que já lhes tinham pertencido. A Reconquista Cristã começou nas Astúrias e prolongou-se durante 800 anos, com muitos avanços e recuos. Primeira grande vitória Cristã: 722 – Batalha de Covadonga, comandada por Pelágio. Durante este período de reconquista, foram construídos muitos castelos, muralhas e torres, para defender as populações dos ataques dos inimigos. O Reino das Astúrias deu origem à formação do reino de Leão, reino de Castela, reino de Navarra e do reino de Aragão. D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, pediu ajuda ao Papa. Este enviou cruzados, cavaleiros cristãos, com o objetivo de ajudarem os cristãos na Reconquista Cristã. Dois desses cruzados foram D. Raimundo e D. Henrique. Como agradecimento da sua ajuda, D. Afonso VI concedeu as suas filhas em casamento. D. Raimundo casou com D. Urraca e recebeu o Condado da Galiza. D. Henrique casou com D. Teresa e recebeu o Condado Portucalense. D. Henrique tinha o dever de prestar obediência e auxílio militar a D. Afonso VI e de governar e defender o Condado Portucalense. D. Henrique lutou pela defesa e pelo alargamento do território, confrontando os Muçulmanos. D. Henrique casou com a filha de D. Afonso VI, D. Teresa, e ficou a governar o Condado Portucalense. Quando morreu, a sua mulher ficou a governar, uma vez que o único filho do casal – D. Afonso Henriques – era ainda muito novo. Contudo, D. Teresa aliou-se a nobres galegos, indo contra a governação dos portucalenses. Em 1128, D. Afonso Henriques armou-se cavaleiro e, com a ajuda dos nobres portucalenses, lutou contra D. Teresa pelo governo do condado. Reuniu as tropas e venceu a sua mãe na batalha de São Mamede. D. Afonso Henriques passou então a governar o Condado Portucalense.
  • 19. palavrasaoquadrado.com 19 Depois de assumir o seu governo, Afonso Henriques tinha os seguintes objetivos: • alargar os seus territórios para sul; • obter o reconhecimento de independência de D. Afonso VII, rei de Leão e Castela; • conseguir o reconhecimento do Papa. Em 1143 assinou-se o Tratado de Zamora, no qual D. Afonso VII reconheceu D. Afonso Henriques como rei e o Condado Portucalense como reino de Portugal. Em 1179, o Papa Alexandre III reconheceu D. Afonso Henriques como rei de Portugal, através da Bula Manifestis Probatum. A partir de então, Portugal passou a ser um reino no qual se iniciou a monarquia. Em 1249 deu-se a reconquista definitiva do Algarve por D. Afonso III. Em 1297 foi assinado o Tratado de Alcanises, no qual foram estabelecidas as fronteiras geográficas do território de Portugal.
  • 20. palavrasaoquadrado.com 20 III – Portugal nos séculos XIII e XIV Os recursos naturais e as atividades económicas nos séculos XIII e XIV A população dos séculos XIII e XIV dedicava-se, principalmente: à agricultura, à pecuária, à pesca, à salicultura, ao artesanato e ao comércio. Agricultura A agricultura era a principal atividade económica da população. Para aproveitar os terrenos baldios (abandonados) e para aumentar a área cultivada, os reis atribuíam benefícios aos agricultores. Recursos naturais: cereais (cevada, centeio, trigo, aveia, milho-húmido), vinho, azeite, legumes, frutos, linho, lenha, madeira, cortiça, mel e cera. Pecuária A pecuária (criação de gado) e a pastorícia ajudavam no trabalho agrícola e forneciam alimento e matérias-primas. Recursos naturais: criação de cabras, ovelhas, porcos, bois e cavalos dos quais eram retiradas matérias-primas como: lã, carne, pele, couro. Pesca Como Portugal usufrui de uma extensa costa e de vários cursos de água, praticava a pesca. A pesca podia ser fluvial (nos rios) ou marítima (no mar). Recursos naturais: do mar – peixe (sardinhas, carapau, pescada), moluscos (polvo, lulas), marisco (camarão, lagostim); do rio – peixe (salmão, lampreia, pargo), marisco (lagostim). Salicultura A salicultura é a extração de sal. O sal é extremamente importante para a conservação dos alimentos.
  • 21. palavrasaoquadrado.com 21 Artesanato A produção artesanal era uma atividade muito importante, uma vez que assegurava as necessidades das populações. O ferreiro, o carpinteiro, o tecelão, o tanoeiro e o sapateiro eram artesãos que fabricavam muitos utensílios e vestuário utilizados pela população. Comércio O comércio era a atividade mais lucrativa. Para desenvolver o comércio interno (dentro do mesmo país), os reis criaram feiras por todo o país. Estas feiras realizavam-se periodicamente e nelas se reuniam mercadores, camponeses e almocreves. As feiras precisavam de uma autorização do rei para se realizarem. A esta autorização chama-se carta de feira. Existiam também as feiras francas, nas quais os vendedores não tinham que pagar impostos sobre os produtos que vendiam. No séc. XIII, também se começou a praticar o comércio externo (com outros países). As cidades do Porto e de Lisboa passaram a ser grandes centros de comércio. Produtos vendidos ao estrangeiro: sal, azeite, vinho, cortiça, mel, cera. Produtos comprados ao estrangeiro: tecidos, tintas, açúcar, especiarias, metais, armas.
  • 22. palavrasaoquadrado.com 22 A sociedade portuguesa nos séc. XIII e XIV A sociedade portuguesa encontrava-se dividida em três grupos sociais: o clero, a nobreza e o povo. No topo desta sociedade encontrava-se o rei. Durante a Reconquista Cristã, os membros do clero e da nobreza foram recebendo recompensas: o clero recebeu coutos e a nobreza recebeu honras. Os coutos e as honras eram terras que tinham de ser cultivadas, povoadas e defendidas. Grupos sociais Clero Nobreza Povo Funções - Rezar para proteger as pessoas. - Ensinar. - Copiar livros antigos. - Ajudar os pobres. - Defender e administrar o reino. - Aplicar justiça nas suas terras. - Trabalhar como camponeses ou servos nas terras do clero ou da nobreza. - Dedicar-se à agricultura, pesca, pastorícia, artesanato e serviços domésticos. Privilégios - Possuir grandes propriedades. - Não pagar impostos. - Receber impostos do povo. - Possuir grandes propriedades. - Não pagar impostos. - Receber impostos do povo. --- Obrigações --- --- - Pagar impostos e rendas ao rei, ao clero e à nobreza. Clero Grupo social privilegiado. Estava dividido em clero secular (bispos e padres que viviam nas aldeias) clero regular (frades, monges e freiras que viviam em comunidade e seguiam obrigações). Os membros do clero regular viviam em mosteiros ou conventos. Os membros do clero podiam ter várias atividades: defender e povoar o território, rezar, copiar livros antigos (monges copistas), ajudar pobres, peregrinos e doentes.
  • 23. palavrasaoquadrado.com 23 Nobreza Grupo social privilegiado formado por descendentes de reis, de importantes famílias e de cavaleiros. Ocupavam o seu tempo a defender o território, em torneios a cavalo e exercícios militares. Nos seus tempos livres, tinham jogos de salão (xadrez, damas, dados e cartas) e assistiam a atuações de jograis e saltimbancos, que tocavam, dançavam e tocavam. As terras possuídas pela nobreza era senhorios. Estas propriedades estavam divididas em: reserva – onde se situa o castelo, a floresta, o moinho, o celeiro, o forno e o lagar; mansos – terras cultivadas pelos camponeses que pagavam rendas ao senhor por lá trabalharem. O povo Grupo social não privilegiado. Trabalhavam muito e pagavam muitos impostos. Viviam em casas ou choupanas de madeira, com uma só divisão. Os concelhos Para que as pessoas se fixassem nas terras conquistadas, foram criados concelhos. Os concelhos eram criados a partir de uma carta de foral, imitida pelo rei. Os moradores de um concelho chamavam-se vizinhos e eram homens livres, não dependendo da nobreza o do clero. Por vezes, reuniam-se na assembleia de homens-bons, para aplicar a justiça no concelho (no pelourinho) e cobrar os impostos. A assembleia era vigiada pelo alcaide, que era um representante do rei. Existiam dois tipos de concelhos: os concelhos urbanos – mais povoados, dedicados ao comércio e ao artesanato; os concelhos rurais – dedicados à agricultura e à pastorícia. Com o passar do tempo, foram surgindo as cidades, nos concelhos urbanos. Estes concelhos foram ganhando cada vez mais população, atraída pelo desenvolvimento do comércio marítimo. Nasceu um novo grupo social – a burguesia – que praticava o comércio. As cortes A corte do rei era constituída pela sua própria família, alguns nobres, conselheiros e outros funcionários. Eram obrigações do rei: comandar o exército; decretar a paz e a guerra; fazer leis; ordenar a cobrança de impostos; distribuir benefícios; aplicar justiça; cunhar a moeda. A partir das Cortes de Leiria, em 1254, os administradores dos concelhos passaram também a estar presentes na assembleia da Corte – Cúria Régia.
  • 24. palavrasaoquadrado.com 24 A cultura portuguesa dos séculos XIII e XIV Cultura popular A cultura do povo era simples e espontânea. O povo não sabia ler, por isso as histórias e as músicas eram partilhas oralmente. Faziam, por vezes, festas e romarias. Cultura cortesã A cultura do rei e dos membros da corte envolvia festas animadas, saraus e banquetes. Nas festas cantava-se, dançava-se, liam-se poemas e assistia-se às atuações dos trovadores. Reinado de D. Dinis Durante o reinado de D. Dinis verificou-se um grande desenvolvimento cultural e económico: • O português passou a ser a língua oficial; • Fundou a primeira universidade – os Estudos Gerais; • Criou bases para a marinha de guerra portuguesa; • Promoveu a agricultura, a pesca e o comércio; • Mandou construir e restaurar castelos; • Incentivou a poesia e a música. A arte românica e a arte gótica em Portugal Arte Período Está relacionada com… Características Vestígios Românica Séc. XI e XIII Reconquista Cristã - Construções religiosas - refúgio para as populações em tempo de guerra - o rural - paredes grossas - janelas estreitas - arco de volta perfeita - abóboda de berço - Pequenas igrejas entre o Douro e o Minho, nas regiões rurais; - Grandes catedrais nos centros urbanos. Gótica Séc. XII e XV - Construções religiosas de grandes dimensões - as grandes cidades - janelas de grandes dimensões e vitrais - decoração de grande riqueza e esculturas - arco quebrado - No Centro e Sul do país, devido à ocupação Muçulmana.
  • 25. palavrasaoquadrado.com 25 O séc. XIV e o problema da sucessão Durante a segunda metade do séc. XIV, a Europa e Portugal viveram uma época de fomes, guerras e pestes: • maus anos agrícolas, devido às chuvas e à baixa temperatura, levando à fome; • conflitos militares, entre Portugal e Castela, que causaram fome, aumento de impostos e mortes; • surgiram epidemias como a peste negra que causou a morte a um terço da população da Europa. Revoltas populares A população revoltou-se devido: • à diminuição dos seus rendimentos; • ao aumento de rendas e de impostos; • às leis que proibiam os camponeses de abandonar as suas propriedades. Como se desconhecia a origem da peste negra, acusaram os judeus de trazerem a peste para a Europa, tendo sido perseguidos. O problema da sucessão Durante a guerra entre Portugal e Castela, D. Fernando foi derrotado e foi obrigado a dar a sua filha, D. Beatriz, em casamento ao rei de Castela, D. João I. Como D. Beatriz era a única filha de D. Fernando, Portugal estava em risco de perder a sua independência. Para a salvaguardar, foi assinado o Tratado de Salvaterra de Magos. Neste tratado ficou combinado que, quando D. Fernando morresse, quem ficaria a governar Portugal seria ou o filho de D. Beatriz ou a rainha D. Leonor Teles, se o filho de D. Beatriz fosse menor. D. Fernando morreu e, como D. Beatriz não teve nenhum filho, ficou D. Leonor Teles como regente de Portugal. Porém, D. Leonor Teles declarou, logo de imediato, D. Beatriz como rainha de Portugal. Muitos nobres e membros do clero apoiaram a decisão. Mas o povo reprovou a ideia, não querendo perder a independência de Portugal. Planearam, por isso, a morte do conde Andeiro. D. João, Mestre de Avis, matou o conde Andeiro, dando início a uma revolução.
  • 26. palavrasaoquadrado.com 26 A revolução de 1383-1385 D. Beatriz fugiu para Castela e D. João, Mestre de Avis, foi aclamado como Regedor e Defensor do Reino. Porém, esta decisão dividiu a população: • o povo, a burguesia e alguns nobres apoiavam D. João, Mestre de Avis, como rei de Portugal, para garantir a independência do reino; • a maioria dos nobres e dos membros do clero defendiam D. Beatriz como rainha, querendo unir os dois reinos, para garantir os seus privilégios. Em 1384, o rei de Castela invadiu Portugal. Os castelhanos acabaram derrotados, tanto pela peste negra, como pelas tropas de D. Nuno Álvares Pereira, na Batalha de Atoleiros. Também teve destaque na Batalha de Aljubarrota, em 1385, na qual utilizou a técnica do quadrado e afirmou a independência nacional. D. João, Mestre de Avis, foi aclamado, em 1385, como rei de Portugal, nas Cortes de Coimbra. Só em 1411 foi assinado o Trato de Segóvia, que definia a paz entre Portugal e Castela. A governação de D. João I Durante o seu reinado, D. João: • retirou privilégios e terras ao clero e à nobreza, que defenderam D. Beatriz; • atribui títulos de nobreza e terras a alguns membros da burguesia que o tinham apoiado; • permitiu a participação de alguns burgueses nas Cortes; • reforçou a ligação entre Portugal e Inglaterra.
  • 27. palavrasaoquadrado.com 27 Pioneirismo português na expansão europeia No séc. XV, os europeus tinham pouco conhecimento sobre o Mundo. O pouco que sabiam tinha-lhes sido contado por mercadores e viajantes, que contavam lendas sobre monstros e perigos, e que lhes traziam algumas riquezas de outros territórios. Motivos para a prioridade portuguesa na Expansão • D. João I – queria resolver os problemas económicos e sociais do país; • A nobreza – queria obter novos cargos e novas terras; • O clero – queria difundir a fé Cristã; • A burguesia – queria ter acesso a novos mercados e produtos; • O povo – queria melhorar as suas condições de vida. Condições favoráveis de Portugal • Localização geográfica privilegiada; • Tradição marítima; • Estabilidade política; • Domínio técnico e científico – conheciam instrumentos como a bússola, o astrolábio, o quadrante, a balestilha e as cartas náuticas; • Progressos na construção naval – caravela. A vida a bordo das caravelas As caravelas eram pequenas embarcações fáceis de manobrar. Havia poucos alimentos e falta de higiene. Estas condições contribuíam para a contração do escorbuto (provocada pela falta de vitamina C), que levava à morte de muitos marinheiros. Nos tempos livres, jogavam dados e xadrez, pescavam e faziam pequenas peças teatrais.
  • 28. palavrasaoquadrado.com 28 A expansão Quatrocentista Conquista de Ceuta Norte de África, 1415. Organizada por D. João I. Foi o início da Expansão portuguesa. Razões: Ceuta era um importante centro de comércio e os seus campos eram ricos em cereais. Ceuta tinha também uma localização geográfica estratégica, que permitia controlar o comércio que por ali passava, entre o oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo. Ceuta não foi, contudo, um sucesso, porque os Muçulmanos desviaram as suas rotas e destruíram os campos de cultivo. Restavam duas opções a Portugal: • Prosseguir com novas conquistas no Norte de África; • Realizar viagens de exploração ao longo da costa africana. Portugal optou pela segunda opção. O Infante D. Henrique é o grande responsável pela primeira fase da Expansão portuguesa. Arquipélagos da Madeira e dos Açores O arquipélago da Madeira foi descoberto em 1419, por João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo. O arquipélago dos Açores foi descoberto em 1427, por Diogo de Silves, Gonçalo Cabral e Diogo de Teive. As ilhas serviram de apoio à navegação atlântica e de local de abastecimento das embarcações, tendo assim uma localização estratégica. Passagem do cabo Bojador Gil Eanes, em 1434, passou o cabo Bojador, acabando com os mitos e as lendas sobre o desconhecido. D. João II, em 1481, teve o objetivo de chegar à Índia. Organizou duas expedições para tal: uma pelo mar, enviando o navegador Diogo Cão; outra por terra. Após algumas tentativas, Bartolomeu Dias, em 1488, conseguiu passar o cabo das Tormentas (agora chamado cabo da Boa Esperança), abrindo definitivamente o oceano Índico.
  • 29. palavrasaoquadrado.com 29 As grandes viagens transatlânticas Descoberta da América e o Tratado de Tordesilhas Em 1480, foi assinado o tratado de Alcáçovas, no qual ficou decidido que as ilhas das Canárias estariam na posse de Castela e as terras a sul destas seriam de Portugal. Em 1492, Cristóvão Colombo descobriu as Antilhas, no continente americano que, segundo o tratado de Alcáçovas, pertencia aos portugueses, pois encontra-se a sul das ilhas das Canárias. Isto provocou um novo conflito entre Portugal e Castela. Para resolver este conflito, o Papa decretou o tratado de Tordesilhas, em 1494. O Mundo ficou dividido em duas partes, por um meridiano. As terras que se encontrassem a oriente desse meridiano pertenciam a Portugal. Viagem de Vasco da Gama à Índia Vasco da Gama, por ordem de D. Manuel I, chegou à Índia em 1498. A partir da descoberta deste caminho, os portugueses começaram a realizar viagens regulares entre Lisboa e o Oriente, percorrendo a Carreira da Índia. A facilidade de deslocação fez com que Portugal se tornasse o principal centro europeu de distribuição de produtos orientais. Para estas viagens, eram utilizadas naus, que eram embarcações mais desenvolvidas do que as caravelas. Tinham uma grande capacidade de transporte, estavam armadas e realizavam longas viagens. A mortalidade durante estas viagens era muito alta, devido a doenças, naufrágios e de ataques de piratas. A viagem de Pedro Álvares Cabral Para garantir o domínio português no comércio das especiarias, D. Manuel I enviou para a Índia uma armada comandada por Pedro Álvares Cabral. Porém, em 1500, a sua rota desviou- se e acabou por encontrar o Brasil (Terra da Vera Cruz). A primeira viagem de circum-navegação Em 1519, Fernão de Magalhães, em serviço da coroa espanhola, iniciou a primeira viagem circum-navegação da Terra. Com esta viagem, conseguiu provar que a Terra tem uma forma esférica e que os oceanos Pacífico e Atlântico estão em contacto.
  • 30. palavrasaoquadrado.com 30 O império português do séc. XVI e a colonização A vida quotidiana na Lisboa Quinhentista No séc. XVI, Portugal tinha um grande império e a Lisboa chegavam produtos como o ouro africano, as especiarias orientais e o açúcar dos arquipélagos e do Brasil. Devido ao grande aumento do comércio marítimo, foi necessário construir novos edifícios, ruas, armazéns e cais para os barcos. Construíram-se também duas praças importantes - a praça do Rossio e o Terreiro do Paço – e a Cada da Índia, que era o centro de comércio com o Oriente. A Lisboa chegou um grande número de migrantes, imigrantes de todo o mundo e escravos de África. Do país também emigravam várias pessoas, para os arquipélagos, para os continentes africano e asiático e para o Brasil, com o objetivo de os povoar, desenvolver, defender e praticar comércio. D. Manuel I vivia no Paço da Ribeira e sempre que saía, levava consigo uma grande comitiva: nobres, artistas, músicos, criados e escravos. Tal demonstração de poder impressionava os estrangeiros. A colonização dos arquipélagos Arquipélago da Madeira O arquipélago era despovoado, foi dividido em capitanias e passou a ser governado por descobridores (capitães-donatários) que povoavam e exploravam os recursos naturais do arquipélago. Recursos naturais aproveitados: madeira, cereais, vinha e cana-de-açúcar. Arquipélago dos Açores O arquipélago era despovoado, foi dividido em capitanias. Recursos explorados: cereais, plantas tintureiras e laticínios (derivados do desenvolvimento da pecuária). A colonização de África O litoral de África era ocupado por muitas pessoas de raça negra, de diferentes etnias que tinham costumes, línguas e níveis de desenvolvimento social diferentes. Para proteger e criar locais de comércio nestes territórios, os portugueses criaram fortalezas e feitorias. Recursos comercializados: ouro, marfim, malagueta e escravos. Para além do comércio, foi
  • 31. palavrasaoquadrado.com 31 também difundida a fé cristã nestes territórios, tendo sido enviados missionários com essa função. Os arquipélagos de Cabo Verde e de S. Tomé e Príncipe eram despovoados e, por isso, foram divididos em capitanias e governados por capitães-donatários, com o objetivo de os colonizar. A localização geográfica destes arquipélagos era estratégica para o comércio de escravos. Os portugueses no Oriente O Japão, a China e a Índia tinham um desenvolvimento técnico e científico superior relativamente à Europa, em muitas áreas. Para que o comércio português e a presença dos portugueses fosse assegurada nestes territórios, foram enviados vice-reis ou governadores-gerais que representassem D. Manuel I. O primeiro vice-rei da Índia foi D. Francisco de Almeida, em 1505. Em 1509 foi substituído por Afonso de Albuquerque, que tinha como objetivo controlar o Índico. Conquistou Goa (1510), Malaca (1511) e Ormuz (1515). Em 1557, conseguiu o domínio de Macau. Do Oriente, os portugueses trazias: especiarias (canela, pimenta e noz-moscada), pedras preciosas, sedas, perfumes, madeiras exóticas e porcelanas. Os portugueses levavam para o Oriente: moedas em ouro e prata, cobre e chumbo. A colonização do Brasil O Brasil era povoado por Índios, que se dedicavam à agricultura, caça, pesca e recoleção. Para a colonização do Brasil, em 1534, o território foi dividido em quinze capitanias. Devido a vários conflitos entre os capitães-donatários, o rei viu-se obrigado a criar o governo- geral do Brasil, nomeando Tomé de Sousa como governador-geral. O pau-brasil e os animais exóticos foram os primeiros produtos a serem levados para Portugal. Mas o produto mais comercializado era a cana-de-açúcar. Os portugueses tentaram utilizar os Índios brasileiros como mão-de-obra mas estes não resistiam aos trabalhos exigidos. Foi necessário trazer escravos da costa africana para trabalharem no cultivo e fabrico do açúcar. Para transmitir a fé cristã, para ensinar e para proteger os indígenas da escravatura, foi enviado para o Brasil o missionário Padre António Vieira.
  • 32. palavrasaoquadrado.com 32 Os efeitos e influências da Expansão marítima Aculturação – apropriação de hábitos, costumes, produtos, de diferentes culturas. A Expansão marítima permitiu conhecer novos lugares, povos, animais, plantas, culturas, saberes e produtos, o que influenciou o dia a dia das populações. Na Ásia, os europeus deparam-se com uma população mais desenvolvida e, por isso, os contactos desenvolvidos foram essencialmente comerciais. Na América e em África, como a civilização era menos desenvolvida, foi mais fácil introduzir os hábitos europeus. Desenvolveu-se um intenso comércio de escravos entre os continentes. Exemplos da influência portuguesa nestes territórios: fé cristã, escolas, língua portuguesa (fala no Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe e em Timor). Pelo nosso contacto com outros povos, os portugueses começaram a incluir na sua alimentação: especiarias, café, açúcar e batata. As igrejas e as fortalezas são vestígios arquitetónico portugueses que ainda hoje se podem encontrar no antigo império português. No séc. XVI, deu-se um grande desenvolvimento cultural, científico e artístico. Ao nível das ciências, desenvolveu-se a Matemática (Pedro Nunes), a Astronomia, a Geografia, a Zoologia, a Botânica (Garcia de Orta), a Medicina e a Cartografia. Ao nível da literatura, foram escritos vários textos e poemas sobre os Descobrimentos: • por Pero Vaz Caminha, que descreveu a chegada ao Brasil a D. Manuel I.; • por Álvaro Velho, que relatou a viagem de Vasco da Gama à Índia; • por Fernão Mendes Pinto, que descreveu as suas viagens no Oriente; • por Luís Vaz de Camões, que relatou, em versos, a História de Portugal realçando a viagem de Vasco da Gama à Índia, na obra Os Lusíadas; • por Gil Vicente, escrevendo textos teatrais. O estilo manuelino desenvolveu-se no reinado de D. Manuel I, no qual é evidente a influência dos Descobrimentos. • Arquitetura – elementos decorativos relacionados com a Natureza, com os barcos e o mar. Utilização de símbolos nacionais. Exemplos: Mosteiro de Jerónimos e a Torre de Belém. • Pintura – temas religiosos, personagens de negros e de índios. • Ourivesaria – grande quantidade de ouro e de peras preciosas.
  • 33. palavrasaoquadrado.com 33 Da União Ibérica à restauração da independência No final do séc. XVI, Portugal entrou numa crise económica, devido à quebra de comércio marítimo. D. Sebastião subiu ao trono, em 1568. Em 1578 levou as suas tropas até Marrocos, onde acabou derrotado na Batalha de Alcácer Quibir. D. Sebastião desapareceu, originando um problema de sucessão ao trono português. Como não tinha filhos, sucedeu-lhe o seu tio, o Cardeal D. Henrique. Este governou apenas dois anos, acabando por morrer sem deixar filhos. Sucessão ao trono Pretendentes Filipe II, rei de Espanha D. António, Prior do Crato D. Catarina, duquesa de Bragança Apoiantes Nobreza, alto clero e da burguesia Povo Não conseguiu reunir apoiantes suficientes. Razões dos apoiantes Esperavam obter novos cargos com a união Ibérica (Espanha e Portugal) O povo receava que Portugal perdesse a sua independência D. António, Prior do Crato, foi aclamado rei pelo povo, o que desagradou a Filipe II de Espanha, levando-o a invadir Portugal. Filipe II derrotou o exército português na Batalha de Alcântara, em 1580, e foi aclamado rei de Portugal nas Cortes de Tomar, em 1581 passando a ser Filipe I de Portugal. Verificou-se uma união política entre Portugal e Espanha. Subiram, mais tarde, ao trono Filipe II e Filipe III. Durante 60 anos, Portugal foi governado por três reis espanhóis, durante a dinastia Filipina. Nas Cortes de Tomar, em 1581, Filipe I de Portugal fez várias promessas: • Respeitar os costumes dos portugueses; • Manter a língua e a moeda; • Entregar cargos de governo e administração do reino a portugueses; • Manter o comércio ultramarino no controlo de portugueses. Filipe I cumpriu as suas promessas mas durante os reinados de Filipe II e Filipe III, estas garantias não foram cumpridas, prejudicando a população portuguesa.
  • 34. palavrasaoquadrado.com 34 Inglaterra, Holanda e França, que estavam em guerra com Espanha, atacaram também as fortalezas e o comércio português. Portugal viu-se obrigado a cortar relações comerciais com ingleses e holandeses, devido ao elevado número de ataques piratas e aumento de impostos. Começaram a surgir motins por parte da nobreza, clero e burguesia, pois o que tinha sido combinado nas Cortes de Tomar não estava a ser cumprido. Realizaram a Revolta do Manuelinho, em 1637, acabando por perder e por serem castigados. Esta situação revoltou ainda mais os portugueses. A 1 de dezembro de 1640, alguns nobres invadiram o Paço da Ribeira e prenderam a representante do rei espanhol. D. João, duque de Bragança, foi aclamado rei – D. João V. Os espanhóis não aceitaram esta decisão e tentaram dominar o território português. D. João V mandou construir fortalezas junto à fronteira, organizou o exército e mandou fabricar armas. A Guerra da Restauração só terminou em 1668, com a assinatura do Tratado de Paz entre D. Pedro II e o rei de Espanha. Os portugueses tiveram ainda de travar algumas batalhas com os holandeses, pois estes tinham-se apoderado dos nossos territórios. Os portugueses obtiveram a vitória na Batalha dos Guararapes, em 1648, expulsando-os do Brasil.