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C. Peter Wagner 
Derrubando as Fortalezas em Sua Cidade 
Como usar o mapeamento espiritual para tornar suas orações 
mais estratégicas, eficazes e com um alvo bem definido. 
Série Guerreiros da Oração 
Editora Bompastor 
Digitalizado por BlacKnight 
Revisado por SusanaCap 
PDL & Semeadores da Palavra
Sumár io 
AS FORTALEZAS... 
INTRODUÇÃO 
Parte I: OS PRINCÍPIOS 
1. VISÃO PANORÂMICA DO MAPEAMENTO ESPIRITUAL 
2. O VISÍVEL E O INVISÍVEL 
3. TRATANDO COM AS FORTALEZAS 
4. MAPEAMENTO ESPIRITUAL PARA ORAÇÃO DE AÇÃO PROFÉTICA 
Parte II: A PRÁTICA 
5. DERROTANDO O INIMIGO COM A AJUDA DO MAPEAMENTO 
ESPIRITUAL 
6. PASSOS PRÁTICOS PARA LIBERTAR UMA COMUNIDADE 
7. EVANGELIZANDO UMA CIDADE DEDICADA ÀS TREVAS 
Parte III: APLICAÇÃO 
8. MAPEANDO E DISCERNINDO SEATTLE, WASHINGTON 
9. MAPEANDO A SUA COMUNIDADE
AS FORTALEZAS... 
Dizem que, durante a Guerra do Golfo Pérsico, Saddam 
Hussein lançava os seus foguetes Scud, e então, ficava ouvindo o 
programa da Televisão CNN para descobrir se eles haviam acertado 
o alvo. Os aliados, por sua vez, atacavam com bombas dotadas de 
pontaria infalível, que apontavam exatamente para as chaminés ou 
janelas que deveriam atingir. Acredito que é tempo dos crentes 
começarem a orar com uma pontaria infalível. 
Este livro desvenda as astúcias do diabo, e desvenda os alvos 
de oração que forçarão o inimigo a liberar milhões de almas 
perdidas, atualmente mantidas em cativeiro. Sinto-me vibrante 
porque Deus nos deu uma maravilhosa arma nova para entrarmos 
em uma guerra espiritual eficaz! 
C. Peter Wagner 
INTRODUÇÃO 
Por C. Peter Wagner 
Esta é uma daquelas Introduções que você faria bem em ler, 
antes de continuar lendo o resto deste volume! O mapeamento 
espiritual é uma questão tão recente, que poucos que tomarem 
este livro para lê-lo terão muito pano-de-fundo em sua mente que 
lhes prepare o caminho. Mas para aqueles que já estiverem bem 
informados sobre a guerra espiritual em nível estratégico, isso não 
será tão difícil, visto que já terá sido estabelecido um paradigma 
mental. Para outras pessoas, no entanto, este livro servirá de 
ponto de sintonia, quanto àquilo que considero uma das coisas 
mais importantes que o Espírito Santo está dizendo às igrejas, 
nesta década de 1990; e esta introdução será extremamente útil 
quanto a esse processo.
APARECIMENTO DO MAPEAMENTO ESPIRITUAL 
Pessoalmente, eu nunca tinha ouvido a expressão 
"mapeamento espiritual" nas décadas de 1970 ou 1980. Mas tão 
recentemente quanto o ano de 1990, em uma reunião de uma 
pequena organização chamada de Spiritual Warfare Network, ouvi 
o pastor Dick Bernal, do Jubilee Christian Center, dizer como os 
líderes e intercessores de sua igreja tinham tentado identificar os 
principados espirituais das diferentes cidades e da região em torno 
da área da baía de São Francisco. Outros participantes da reunião 
questionaram a sabedoria de fazer-se tal coisa, resultando daí uma 
vívida discussão. Suponho que alguém já estivesse usando o termo, 
antes daquela ocasião, mas, pelo menos para mim, aquela foi a 
primeira vez que ouvi falar em tal conceito. 
Seguiu-se uma rápida sucessão de eventos, e o desfecho foi 
que a Spiritual Warfare Network tornou-se parte integrante da 
United Prayer Track, um ramo do A.D. 2000 Movement. O A.D. 
2000 Movement foi levantado por Deus, como a principal força 
catalisadora das múltiplas igrejas, agências, ministérios e 
denominações ao redor do mundo, tendo em vista um esforço 
conjunto que visa completar a tarefa da evangelização do mundo, 
pelo menos, tanto quanto possível, aí pelo ano 2000. Essa é uma 
organização formada por pessoas comuns, e suas atividades foram 
delegadas a dez teias de recursos separadas. Minha atual 
responsabilidade é dirigir a A.D. 2000 United Prayer Track, que 
está edificando uma base global de oração, que dê respaldo aos 
esforços de todos os demais ramos do movimento de evangelismo 
como um todo. 
A unidade mais proeminente, dentro da United Prayer Track é 
a Divisão de Mapeamento Espiritual, liderada por George Otis, Jr., 
co-coordenador da Prayer Track. O estabelecimento dessa divisão 
tem elevado o perfil desse novo campo de ministério, a fim de 
atingir dimensões mundiais. Nós, do A.D. 2000 Movement, não 
estamos mais discutindo se deveríamos fazer mapeamento 
espiritual. Agora estamos concentrando as nossas energias sobre 
como fazer bem esse mapeamento.
Filtrando as Divisões 
Não é nenhum segredo que a intercessão, a guerra espiritual, 
o manuseio das forças demoníacas e, ultimamente, o mapeamento 
espiritual tendem por atrair uma quantidade além do normal do 
espírito de divisão. Os autores deste livro, a Spiritual Warfare 
Network, a United Prayer Track, a Spiritual Mapping Division e o 
A.D. 2000 Movement levam a sério a sua responsabilidade de 
filtrarem o espírito de divisão tanto quanto possível, fazendo isso 
mediante a organização de um sistema de prestação de contas, o 
que nos ajuda a nos resguardarmos de apelas para o espírito de 
divisão. Estamos nos esforçando por lançar alicerces para um 
ministério bíblico, teológico e pastoralmente sensível, para que seja 
feito um mapeamento espiritual dotado das qualidades da 
excelência e da integridade. É provável que nós mesmos 
cheguemos a cair em equívocos; mas esperamos que, quando 
assim venha a acontecer, logo possamos notá-los, a fim de 
podermos corrigi-los prontamente. 
QUAL A RAZÃO DESTE LIVRO? 
Dentro de cinco anos, ou mesmo dentro de dois anos, após 
este livro haver sido escrito, certamente saberemos mais sobre o 
mapeamento espiritual do que sabemos atualmente. Não obstante, 
na providência divina, ele tem levantado um grupo de pessoas, por 
enquanto bastante pequeno ainda, provenientes de muitos lugares 
do mundo, que na verdade vem fazendo mapeamento espiritual faz 
mais de vinte anos, o que significa que têm podido acumular 
considerável experiência nesse campo. 
Acredito que, mais do que qualquer outro livro que já escrevi, 
este tem emergido da orientação imediata de Deus. Eu tinha 
planejado escrever uma série de três volumes sobre a oração, a 
começar por dois deles, com os títulos Oração de Guerra e Escudo 
de Oração, ambos os quais seriam publicados pela editora Regal 
Books. O terceiro volume deveria ser um livro acerca da oração no 
que tange à igreja local. Todos os três volumes visam ao propósito 
de ver que uma oração estratégica, dotada de alvos definidos, 
contribua para a aceleração da evangelização do mundo. Deus,
entretanto, me fez interromper a seqüência, e senti fortemente que 
eu devia preparar em seguida este volume que versa sobre o 
mapeamento espiritual, porquanto Deus queria que os líderes das 
igrejas locais contassem com um guia prático para implementar o 
que o Espírito está dizendo, no presente, acerca do mapeamento 
espiritual. 
Quando comecei a apresentar a objeção de que eu não sabia 
o suficiente sobre o mapeamento espiritual para escrever o livro 
inteiro, Deus pareceu tornar-se mais específico. Lembro-me 
claramente de que, em um período de oração, em um hotel em que 
eu estava hospedado, em Portland, estado do Oregon, senti 
poderosa unção da parte do Senhor, e, em menos de quarenta e 
cinco minutos, eu já havia anotado, em meu bloco de papéis 
amarelos, o esboço básico do livro que o leitor tem agora nas mãos. 
Sem dúvida alguma, outros líderes evangélicos do mundo 
poderiam igualar os discernimentos e a sabedoria desses autores; 
mas duvido que muitos conseguiriam ultrapassá-los. Aqueles que 
contribuíram para este volume procedem dos Estados Unidos da 
América, da Suécia, da Guatemala e da Argentina. Cada um deles 
iniciou-se no mapeamento espiritual sem qualquer treinamento 
prévio e sem ter entrado em contato com outros que estavam 
fazendo a mesma coisa. Mas atualmente comunicam-se uns com 
os outros através da Spiritual Warfare Network, e estão todos 
admirados e agradecidos de que, durante anos, eles tenham 
recebido, individualmente, instruções similares da parte do Senhor. 
CONHEÇA OS AUTORES CONTRIBUINTES 
Em que consiste o mapeamento espiritual? Vários de nossos 
pensadores têm oferecido as suas respectivas definições, todas as 
quais se reforçam e complementam umas às outras. A definição 
condensada e não-técnica é a seguinte: Uma tentativa para ver 
nossa (preencher neste espaço a região a ser mapeada) como ela 
realmente é, e não como parece ser. Essa definição foi dada por 
George Otis Jr., o qual, por meio de suas obras como The Last of 
the Giants (Chosen Books) e seu ministério mundial com o The 
Sentinel Group e o A.D. 2000 United Prayer Track, é considerado 
por muitos, inclusive por mim mesmo, como o principal líder 
evangélico neste campo. Fiquei deleitado quando George
concordou em contribuir com o primeiro capítulo deste livro, 
provendo uma visão panorâmica do mapeamento espiritual em 
geral. 
Na qualidade de fundadora e presidente da Generals of 
Intercession, Cindy Jacobs sobressai-se tanto no ensino quanto na 
guerra espiritual em nível estratégico, liderando pastores e 
intercessores para que ponham em prática, na realidade, essa 
atividade no campo. O capítulo escrito por ela sobre as fortalezas 
haverá de esclarecer muitas perguntas que, com freqüência, são 
apresentadas. O livro de Cindy, Possuindo as Portas do Inimigo 
(Editora Atos), é um iluminador manual de treinamento que visa a 
uma intercessão militante, e tem sido altamente aclamado. 
Kjell (pronuncia-se "Xel") Sjöberg é conhecido por causa de 
seu ministério de intercessão espiritual em nível estratégico, 
orações de ação profética e mapeamento espiritual. Ele vem 
trabalhando nesse campo por mais tempo do que quaisquer outros 
autores. Seu livro, intitulado Winning the Prayer War (Sovereign 
World), tem arado o terreno à nossa frente, nesse campo. Até onde 
sei das coisas, ninguém havia relacionado o mapeamento 
espiritual com a oração de ação profética, com o discernimento e a 
experiência prática que Kjell nos apresenta em seu capítulo. 
Juntamente com o meu capítulo sobre "O Visível e o Invisível", 
que considero um dos mais importantes ensaios que tenho escrito 
em anos recentes, esse grupo provê a seção de "Princípios" deste 
volume. Para a seção "Prática" escolhi três praticantes de três 
nações diferentes, cada um dos quais está profundamente 
engajado no mapeamento espiritual, e cada um começou as suas 
atividades virtualmente sem qualquer ajuda, instrução ou modelo 
que pudesse seguir. 
A Seção Prática 
Haroldo Caballeros, o pastor da Igreja El Shaddai, da 
Guatemala, que atualmente tem como membros ativos o 
presidente da Guatemala e seus familiares, é o primeiro pastor em 
cujos estudos pessoais descobri mais compêndios sobre 
arqueologia do que comentários sobre a epístola aos Romanos. Não 
que Haroldo negligencie uma exposição bíblica suficientemente
informada, em seu ministério pastoral, mas é que ele leva muito a 
sério a necessidade de compreender as forças espirituais que têm 
moldado a sua comunidade, desde os dias do império maia. O 
capítulo por ele escrito levará o leitor diretamente ao cerne da 
questão. 
Bob Beckett talvez tenha sido capaz de monitorar mais de 
perto do que qualquer dos outros autores os resultados reais do 
mapeamento espiritual e da guerra espiritual em nível estratégico, 
em sua igreja local, chamada The Dwelling Place Family Church, e 
em sua comunidade de Hemet, estado da Califórnia. Ao ensinar 
meu curso sobre esse assunto, no Seminário Teológico Fuller, 
sempre peço que Bob apresente uma preleção sobre mapeamento 
espiritual e, então, levo toda a classe a Hemet para fazer um 
mapeamento espiritual ao vivo, para que Bob dirija esse 
mapeamento. Quando você estiver lendo o capítulo escrito por ele, 
obterá um bom vislumbre daquilo que os alunos do Seminário 
Teológico Fuller estão aprendendo com a ajuda de Bob Beckett. 
Não consideramos que o mapeamento espiritual seja uma 
finalidade em si mesma. Mas vemos uma relação de causa e 
efeito entre a fidelidade do povo de Deus à oração e a vinda 
do seu Reino. 
Menciono Víctor Lorenzo com freqüência, em meu livro, Ora-ção 
de Guerra (Editora Bompastor), porque a Argentina tem emer-gido 
como o nosso principal laboratório de campo para submeter a 
teste a guerra espiritual em nível estratégico e porque Víctor tem 
sido um dos principais personagens nesse processo. Conforme ele 
explicou, ele tem trabalhado muito lado a lado com Cindy Jacobs. 
Dentre todos os autores, Víctor é o que tem descoberto maior 
número de informações sobre as forças do inimigo em dada cidade, 
incluindo a descoberta dos nomes próprios de alguns dos espíritos 
territoriais. Os resultados, no campo do evangelismo, têm sido 
gratificantes.
A Aplicação 
Adicionamos a seção final, intitulada "Aplicação", para ajudar 
a responder uma das mais freqüentes indagações que me são 
dirigidas: Como é que um pastor de Pumphandle, estado de 
Nebraska, que não é um Kjel Sjöberg ou uma Cindy Jacobs, pode 
ficar preparando mapeamento espiritual? Mark McGregor ajusta-se 
a essa descrição. Ele é um crente dedicado, embora nunca tenha 
sido consagrado ao ministério, um programador de computador 
que trabalha por tempo integral, e que deseja servir ao Senhor ao 
máximo de suas potencialidades. Ele é o único contribuinte para 
este volume que não está afiliado à Spiritual Warfare Network. A 
fim de mapear a sua cidade de Seattle, ele simplesmente tomou a 
lista de perguntas que aparece no livro de John Dawson, 
Reconquiste Sua Cidade Para Deus (Editora Betânia), e escavou os 
informes necessários consultando livros e outros recursos 
disponíveis para o público, como bibliotecas, prefeituras ou 
sociedades históricas. Não estamos dizendo isto para diminuir 
Mark, mas se ele pôde fazer isso, você também poderá fazê-lo. Leia 
o capítulo escrito por ele para obter a idéia geral do tipo de 
informações que se fazem necessárias. 
O simples recolhimento de informes é um passo essencial, 
embora ainda não seja suficiente. É nessa altura que pessoas 
dotadas de dons espirituais específicos, experiência e maturidade, 
precisam entrar. Uma dessas pessoas é Bev Klopp, que há anos é 
reconhecida como uma intercessora e membro da equipe de 
intercessores da Spiritual Warfare Network. Usando o dom de 
discernimento de espíritos que ela recebeu, juntamente com anos 
de experiência no campo da oração em favor de Seattle, Bev provê 
um modelo de interpretação de informes e de identificação de alvos. 
Quando você estiver pronto para passar do recolhimento de 
informes para o campo de batalha, certifique-se de que conta com 
alguns crentes como Bev Klopp em sua equipe. 
No capítulo anterior, respiguei informes daquilo que outros 
têm dito neste livro, reunindo um instrumento de mapeamento 
espiritual que pudemos sugerir, e que alguns leitores poderão 
sentir ser útil, ao entrarem nessa produtiva área do ministério.
QUÃO ÚTIL É O MAPEAMENTO ESPIRITUAL? 
Conforme têm salientado diversos dos nossos contribuintes, 
não consideramos o mapeamento espiritual como uma finalidade 
em si mesma No entanto, cremos que é desejo de Deus que oremos: 
"Venha o teu reino; seja feita a tua vontade" (Mt 6.10). Também 
podemos ver uma relação de causa e efeito entre a fidelidade do 
povo de Deus à oração e a vinda do seu Reino. Quando a vontade 
de Deus está sendo feita na terra, vemos pessoas perdidas serem 
salvas; pessoas enfermas serem curadas; pessoas empobrecidas 
receberem o essencial para a vida secular; o fim de guerras, 
contendas e derramamento de sangue; pessoas oprimidas que são 
libertadas; governos justos serem levantados; práticas justas e 
equitativas no mundo dos negócios; harmonia entre as raças — 
para mencionarmos apenas alguns desses benefícios. 
Muitos líderes evangélicos sentem que, até agora, o ministério 
de oração em nossas igrejas não tem sido da variedade mais 
poderosa. Aprecio a maneira como George Otis, Jr. exprimiu essa 
idéia: 
Embora a oração seja reconhecida rotineiramente como um 
importante componente dos esforços globais de 
evangelização, tais expressões, no mais das vezes, são mais 
um produto de hábitos religiosos adquiridos do que 
reflexões com base em convicções genuínas. Tal como 
outros povos religiosos ao redor do globo, oramos porque 
hesitamos em embarcar em empreendimentos significativos 
sem primeiro prestar honras à nossa divindade familiar. Se 
Deus responderá ou não às nossas petições específicas é 
algo de menor importância para nós do que garantir que 
não o temos ofendido ao deixarmos de informá-lo sobre as 
nossas intenções. Nesse sentido, a oração é mais 
supersticiosa e profilática do que sobrenatural e 
procriadora.1 
Conforme disse Bob Beckett em seu capítulo, grande parte de 
nossas orações tem-se parecido com o lançamento dos foguetes 
Scud, por parte de Saddam Hussein. Ele fazia bem pouca idéia de 
quais seriam os seus alvos, pelo que os efeitos de seus foguetes
deixaram muito a desejar. Aqueles que oram a fim de livrar as 
pessoas da opressão demoníaca têm aprendido, desde muito tempo 
atrás, falando em sentido bem geral, que os resultados são bem 
melhores quando os espíritos malignos são identificados e 
especificamente ordenados para deixarem as suas vítimas no nome 
de Jesus, em vez de ministrarem com uma vaga oração como: 
"Senhor, se há quaisquer espíritos, ordenamos que todos eles 
saiam em teu nome". Suspeitamos que outro tanto sucede quando 
oramos pelo livramento de bairros, cidades ou nações. O 
mapeamento espiritual é apenas uma ferramenta que nos permite 
sermos mais específicos e, esperançosamente, mais poderosos em 
nossas orações pelas nossas comunidades. 
Escreveu George Otis, Jr.: "Aqueles que dedicam tempo tanto 
para falarem com Deus quanto para lhe darem ouvidos, antes de 
se aventurarem em seus respectivos ministérios, não somente 
achar-se-ão no lugar certo e no tempo certo, mas também saberão 
o que fazer quando chegarem ali".2 Aqueles dentre nós que estão 
desenvolvendo o tema do mapeamento espiritual estão procurando 
aumentar a nossa capacidade de dar ouvidos a Deus e de nos 
comunicarmos uns com os outros sobre o que estamos ouvindo, 
com toda a exatidão possível. 
O MAPEAMENTO ESPIRITUAL É BÍBLICO? 
Vários dos autores que contribuíram para este volume 
reportaram-se à questão da base bíblica do mapeamento espiritual. 
Não é meu propósito reiterar aqui os argumentos deles, mas 
apenas dizer que todos nós, que temos contribuído para este livro, 
vemo-nos como crentes bíblicos, e nenhum de nós ao menos 
consideraria recomendar alguma área do ministério ao Corpo de 
Cristo, se não estivesse plenamente convencido de que está 
ensinando de acordo com a vontade de Deus, de um modo que não 
viole qualquer verdade bíblica. Estamos pessoalmente convencidos 
de que o mapeamento espiritual é um procedimento bíblico, pelo 
que estamos ensinando com base nessa premissa. Ao mesmo 
tempo, não ignoramos o fato de que há outros irmãos e irmãs em 
Cristo, da mais alta integridade, que discordam de nós. Vários 
deles têm publicado recentemente essas noções contrárias em 
livros e artigos. Agradecemos a Deus por nossos bem informados
críticos e os abençoamos. Em primeiro lugar, eles têm conseguido 
perceber alguns erros nossos, sob a forma de declarações 
equivocadas ou exageros, e agora estamos no processo de corrigi-los. 
Ademais, sentimos que até mesmo os nossos críticos menos 
informados nos forçam a permanecer de olhos bem abertos e nos 
ajudam a aguçar aquilo que temos a dizer e o que temos a fazer. 
Mas em caso nenhum temos o desejo de entrar em uma polêmica e 
nem tentamos refutar os nossos críticos. Não nos inclinamos a dar 
a impressão de que nós somos bons, fazendo os nossos irmãos e 
irmãs em Cristo parecerem maus, razão pela qual o leitor não 
encontrará tal atitude neste livro. 
Estamos plenamente cônscios do fato de que o mapeamento 
espiritual, juntamente com a guerra espiritual em nível estratégico, 
são inovações relativamente recentes que estão sendo introduzidas 
no Corpo de Cristo. Mas sucede que sentimos que estamos sendo 
impelidos pelo Espírito Santo. Mesmo assim, contudo, leis 
científicas sociais do conhecimento de todos, que cercam as 
questões da difusão e da inovação, inexoravelmente estão entrando 
em efeito. Qualquer inovação, mui tipicamente, atrai alguns 
primeiros seguidores, depois seguidores secundários e, finalmente, 
seguidores tardios. Em muitos casos, alguns recusam-se a adotar 
a inovação, conforme fica demonstrado pela existência da 
Sociedade Internacional da Terra Chata. O mapeamento espiritual, 
no momento, acha-se no estágio dos primeiros seguidores, sendo 
esse o estágio, conforme já seria de esperar, que estimula a 
controvérsia mais acesa. A reação nervosa dos crentes, quando se 
opõem a qualquer inovação, consiste em dizer: "Isso não é bíblico", 
conforme sucedeu quando surgiu a Escola Dominical, e conforme 
fizeram alguns, quando se começou a falar sobre a abolição da 
escravatura. 
Exemplos Bíblicos e Arqueológicos 
Um exemplo de mapeamento espiritual pode ser visto em 
Ezequiel 4.1-3, onde Deus instruiu Ezequiel a preparar um mapa 
tosco da cidade de Jerusalém, em uma tabuleta de argila, e, então, 
lhe disse: "a cercarás". Como é óbvio, isso refere-se à guerra 
espiritual, e não à guerra convencional.
Menciono isso porque algumas pesquisas têm trazido à tona o 
que é considerado pelos arqueólogos como o primeiro mapa conhe-cido 
de uma cidade, a cidade de Nipur, o antigo centro cultural da 
Suméria. Acha-se em uma tabuleta de argila admiravelmente con-servada, 
sem dúvida similar àquela que foi usada por Ezequiel. Os 
traços do mapa, desenhados por volta de 1500 A.C., constituem o 
que hoje chamaríamos de mapeamento espiritual. No centro da ci-dade 
está escrito "o lugar de Enlil. E também está escrito que na 
cidade "reside o deus do ar, Enlil, a principal divindade de panteão 
da Suméria".3 Poderíamos identificá-lo como o espírito territorial 
que dominava a Suméria. 
Outros edifícios que aparecem nesse antigo mapa incluem 
Ekur, o mais renomado templo sumeriano; o Kagal Nanna, ou seja, 
o portão de Nanna, o deus-lua da Suméria; o Kagal Nergal, ou 
portão de Nergal, que era considerado rei do submundo e marido 
da deusa Ereshkigal; o Eshmah, ou "Santuário Sublime", que ficava 
nas periferias da cidade, além de muitos outros.4 
Mais um fato interessante. No capítulo escrito por Víctor 
Lorenzo, o leitor verá que parte do desígnio maligno e oculto da 
cidade argentina de La Plata envolvia quebrar, intencionalmente, o 
usual padrão latino-americano, em que as ruas apontam nas 
direções dos pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. A mesma 
coisa acontecia em Nipur! O assiriologista Samuel Kramer 
observou: "O mapa não estava orientado nas direções norte e sul, 
porém, mais ou menos em ângulos de quarenta e cinco graus".5 
Ao que tudo indica, há alguns precedentes históricos quanto 
ao mapeamento espiritual. 
Isso Glorifica a Satanás? 
Desmascarar as astúcias de Satanás pode tornar-se algo tão 
fascinante que podemos começar a enfocar a nossa atenção sobre 
o inimigo, e não sobre Deus. Isso deve ser evitado a todo custo. Se 
não evitarmos essa armadilha, cairemos nas mãos do inimigo. O 
principal propósito da existência de Satanás é impedir que Deus 
seja glorificado, e o motivo do diabo para tanto é que ele quer que a 
glória reverta para ele. Se ele puder, haverá de querer enganar os
servos de Deus, fazendo-os desviarem-se para atividades que 
terminam por exaltar a criatura, e não o Criador. 
Cada um dos escritores que contribuíram para este livro é um 
crente espiritual e suficientemente maduro no terreno da guerra 
espiritual prática, ao ponto de reconhecer plenamente os desejos 
de Satanás, não lhe satisfazendo os desejos. Eles concordam que a 
reação diante de tal perigo não deve ser retroceder e deixar o 
campo de batalha nas mãos de Satanás. A reação deve ser avançar 
tão agressivamente quanto for possível, a fim de descobrir os 
desejos, as estratégias, as técnicas e as armas de Satanás. As 
pesquisas que nos estão ajudando a fazer isso não visam glorificar 
a Satanás, tal como as pesquisas acerca do câncer não visam 
glorificar o câncer. Mas quanto mais ficamos sabendo sobre a 
natureza, as causas, as características e os efeitos do câncer, mais 
preparados estaremos para erradicá-lo. Anos atrás, para 
exemplificar, as pesquisas sobre a varíola desmascararam muito 
de nossa ignorância acerca dessa doença, e, como resultado disso, 
milhões e milhões de vidas humanas foram salvas. E a varíola não 
foi glorificada; antes, foi derrotada. 
Ainda há o perigo maior do que o de glorificar o inimigo, que é 
o perigo de ser ignorante sobre o inimigo. Gosto da maneira como 
William Kumuyi, o coordenador africano do A.D. 2000 Movement, e 
um dos líderes da Spiritual Warfare Network coloca a questão: "Por 
muitas vezes o Adversário tira vantagem de nossa ignorância. Se 
estivermos combatendo contra um inimigo invisível que está re-solvido 
a destruir-nos e não nos mostrarmos vigilantes, ou nem ao 
menos nos dermos conta de que está havendo um conflito, então o 
Adversário tirará proveito dessa nossa ignorância e nos derrotará 
ainda no meio da batalha".6 
C. S. Lewis não escreveu Cartas do Coisa-Ruim a fim de glori-ficar 
a Satanás ou aos demônios, como aquele de nome Absinto, 
mas antes, para fornecer-nos instrumentos que nos capacitem a 
combater melhor os demônios, em nome de Jesus. Livros como 
este, que versa sobre o mapeamento espiritual, têm por desígnio o 
mesmo propósito.
NEM TODOS SÃO CHAMADOS À LINHA DE FRENTE 
É apenas natural que alguém, ao ler um livro como este, 
venha a observar: "Quero ser como Haroldo Caballeros", ou então: 
"Quero ser como Bob Beckett". Nada há de errado em desejar fazer 
as coisas que esses crentes fazem, contanto que Deus nos chame 
para isso. A verdade, porém, é que Deus não chama todos os 
crentes para a linha de frente da guerra espiritual, tal como ele 
não chama todos os crentes para serem evangelistas públicos ou 
missionários transculturais. Para exemplificar, somente uma 
minúscula porcentagem daqueles que se alistam na Força Aérea 
realmente voam nos aviões de combate ou mesmo fazem parte de 
sua tripulação. Outro tanto aplica-se no caso da guerra espiritual. 
A Igreja inteira é um exército, e está em meio a uma guerra 
espiritual. Todos os crentes deveriam entoar o hino "Avante, Solda-dos 
Cristãos". Mas nem todos os que estão no exército são 
enviados à linha de combate. Aqueles que estão na linha de frente 
precisam daqueles que ficam na retaguarda, e aqueles que ficam 
na retaguarda precisam daqueles que avançam para a linha de 
frente. 
A LEI DA GUERRA 
Quando os filhos de Israel estavam se preparando para 
conquistar a Terra Prometia, Deus baixou a lei da guerra. Essa lei 
é muito importante para nós, hoje em dia, quando percebemos que 
Deus estava preparando os israelitas para a guerra espiritual, e 
não apenas para uma guerra convencional. Qual exército 
convencional já conseguiu conquistar e invadir uma cidade 
marchando ao redor dela por um determinado número de vezes e 
tocando trombetas feitas de chifres? Acredito que essas leis da 
guerra, registradas no capítulo vinte de Deuteronômio, são válidas 
para os nossos próprios dias. 
Várias categorias inteiras de homens adultos e vigorosos, que 
em tudo o mais poderiam ter sido considerados guerreiros do 
exército de Josué, foram excluídos da linha de frente. Aqueles que 
tivessem acabado de construir uma casa podiam voltar para casa. 
Aqueles que tivessem plantado uma nova vinha também deveriam
retornar. E aqueles que tivessem ficado noivos, embora não se 
tivessem ainda casado, também estavam dispensados. Algum 
raciocínio acha-se por detrás de cada uma dessas exclusões, no 
texto sagrado. Mas também ficou escrito que estaria dispensado 
todo homem "medroso e de coração tímido" (Dt 20.8). 
É deveras significativo, em minha opinião, que não ficou 
registrada qualquer nota de repreensão ou de desapontamento 
quanto a esses homens. Ao que parece, o lugar que cabia a eles era 
em casa, e não nos campos de batalha. 
Essa mesma lei da guerra foi aplicada posteriormente no caso 
de Gideão. Gideão começou com trinta e dois mil guerreiros em 
potencial. Desses, vinte e dois mil mostraram ser medrosos, e 
foram encorajados a voltar para casa. Então, dentre dez mil que de 
outro modo teriam sido elegíveis, Deus escolheu trezentos. Esses 
trezentos não eram os maiores, os mais fortes, os mais jovens, os 
corredores mais velozes, os mais experientes, os melhores 
espadachins e, nem mesmo, os mais corajosos. A maneira toda sua, 
soberanamente, Deus chamou trezentos para que fossem, e 
chamou nove mil e setecentos para que não fossem. 
É dessa maneira que o Corpo de Cristo deve funcionar. Deus 
dá dons e chama somente a alguns para serem evangelistas 
públicos e para pregarem o evangelho às multidões, postados em 
plataformas. Deus chama somente alguns poucos para deixarem 
seus lares e famílias, para irem como missionários a algum país 
estrangeiro e para alguma cultura diferente. Mas esses precisam 
dos outros crentes que não sobem em plataformas e nem vão a 
outros países, para que lhes dêem apoio em todos os sentidos. E 
nós precisamos deles. O olho não pode dizer à mão: "Não tenho 
necessidade de ti" (1 Co 12.21). 
O coração de cada autor que contribuiu para este livro pulsa 
para que o mundo venha a crer; para que multidões de 
homens e de mulheres perdidos sejam libertados da negra 
opressão do inimigo e sejam atraídos pelo Espírito Santo 
para a gloriosa luz do evangelho de Cristo. Juntamo-nos a 
Jesus para orar para que o Corpo de Cristo seja um só no 
Espírito.
ORANDO PELA UNIDADE ESPIRITUAL 
Estamos acostumados a ver a atuação dos evangelistas 
públicos e dos missionários transculturais. Mas também podemos 
aplicar os mesmos princípios e modos de proceder quando nos 
empenhamos na guerra espiritual? Deus chama alguns crentes 
para irem até à linha de frente, ao passo que outros crentes ficam 
fazendo outras coisas. Aqueles que vão não deveriam pensar que 
são mais espirituais ou mais favorecidos por Deus do que aqueles 
que não vão. Aqueles que permanecem em casa não devem criticar 
aqueles que Deus chama para irem à frente de guerra. Antes, deve 
haver afirmação mútua e apoio de todos os tipos. Disse o rei Davi: 
"Porque, qual é a parte dos que desceram à peleja, tal será a parte 
dos que ficaram com a bagagem; receberão partes iguais" (1 Sm 
30.24). Quando a batalha é ganha, todos se beneficiam com a 
vitória — tanto os que foram até à linha de combate quanto 
aqueles que ficaram em casa, tomando conta das bases. 
Estou salientando esse particular porque penso que Satanás 
gostaria muitíssimo de usar este livro para produzir divisões no 
seio do Corpo de Jesus. Jesus orou ao Pai nestes termos: "...para 
que todos sejam um... para que o mundo creia que tu me enviaste" 
(Jo 17.21). 
O coração de cada autor que contribuiu para este livro pulsa 
para que o mundo venha a crer; para que multidões de homens e 
de mulheres perdidos sejam libertados da negra opressão do 
inimigo e sejam atraídos pelo Espírito Santo para a gloriosa luz do 
evangelho de Cristo. Para que possamos ver isso suceder, temos de 
aliar-nos a Jesus, orando para que o Corpo de Cristo seja um só 
no Espírito. 
MANTENDO O ENFOQUE 
Sei por experiência própria que o assunto do mapeamento 
espiritual pode ser tão fascinante que alguns podem cair no ardil 
de pensar que essa atividade é um fim em si mesmo. Ou então, 
pior ainda, alguns poderão pensar que não se pode mais 
evangelizar, prestar socorro e desenvolvimento, ou realizar
qualquer outra forma de ministério, se não houver mapeamento 
espiritual prévio. 
O mapeamento espiritual não é uma finalidade em si mesmo 
e nem é um requisito indispensável para o ministério do evangelho. 
Mas deve ser visto apenas como outra ferramenta que nos ajuda 
em nossa tarefa da evangelização mundial. Exemplos de 
irrompimentos dramáticos abundam em lugares de trevas, como o 
Nepal, a Algéria ou a Mongólia, sem a ajuda do mapeamento 
espiritual. Entretanto, naquelas circunstâncias em que o 
mapeamento espiritual é possível, e quando ele é feito sob a unção 
do Espírito Santo, o potencial está presente para que haja avanços 
sem precedentes do Reino de Deus. 
Meu apelo é que quando você estiver lendo este livro, não 
desvie a atenção do enfoque central. O nosso propósito final é a 
glória de Deus por intermédio de Jesus Cristo, que é o Rei dos reis 
e o Senhor dos senhores. A nossa tarefa consiste em contribuir 
para que a glória do Senhor espalhe-se por toda nação, tribo, 
língua e povo na face da terra. 
Notas 
1. OTIS, JR., George, em um documento descritivo que introduziu o 
artigo "Operation Second Chance", 1992, s. p. 
2. Idem, ibidem. 
3. KRAMER, Samuel Noah. From the Tablets of Sumer. Indian Hills, 
CO, The Falcon's Wing Press, 1956. p. 271. 
4. Idem, ibidem, p. 272-3. 
5. Idem, ibidem, p. 272. 
6. KUMUYI, W. F. The Key to Revival and Church Growth. Laos, 
Nigéria, Zoe Publishing Company, 1988. p. 25. 
Parte I:
OS PRINCÍPIOS 
1. VISÃO PANORÂMICA DO MAPEAMENTO 
ESPIRITUAL 
Por George Otis, Jr. 
George Otis, Jr. é o fundador e presidente do Sentinel Group, 
que organiza colheitas de oração globais e mapeamentos espirituais 
de alto nível. Ex-missionário da JOCUM - Jovens com Uma Missão, 
ele também serviu por muitos anos como um dos associados da 
Lausanne Committee for World Evangelization. Atualmente, George 
atua como coordenador, juntamente com Peter Wagner, do A.D. 
2000 Movement United Prayer Track, onde encabeça a divisão do 
Mapeamento Espiritual. Seu livro, The Last of the Giants (Chosen), 
tem sido largamente aclamado como um ousado esforço pioneiro no 
campo do mapeamento espiritual. 
Em dezembro de 1992, encontrei um marco pessoal 
significativo — o vigésimo aniversário de meu envolvimento com 
missões nas fronteiras. Tal como se dá com todos os eventos 
delineadores, a ocasião foi motivo de celebração e reflexão. Foi um 
tempo de regozijo devido à fidelidade de Deus, embora também um 
ensejo para contemplarmos o quão radicalmente o mundo e os 
campos missionários mudaram durante as duas últimas incríveis 
décadas. 
A Igreja está enfrentando, no momento, dois desafios 
externos substanciais, que tentam embargar a sua contínua 
expansão: "o entrincheiramento demoníaco" e "o adiantado 
da hora".
O progresso do evangelismo, desde os começos da década de 
1970 até hoje, tem sido simplesmente espantoso. Em adição aos 
grande movimentos de Deus na Argentina, na Rússia, na 
Indonésia, na Guatemala, no Brasil, na Nigéria, na Índia, na China, 
na Coréia do Sul e nas ilhas Filipinas, também têm ocorrido 
desenvolvimentos notáveis em lugares tão inesperados como o 
Afeganistão, o Nepal, o Irã, a Mongólia e a Arábia Saudita. A 
implantação bem-sucedida de igrejas nas ilhas do oceano Pacífico, 
na África e na América Latina tem reduzido o território-alvo do 
esforço evangelístico mais concentrado a uma tira de território que 
vai dos 10 aos 40 graus de latitude norte, e que percorre o Norte 
da África e a Ásia, conhecido como "a Janela 10/40". 
UMA VIAGEM POR CEM NAÇÕES 
Nestes últimos vinte anos, tive o privilégio de contemplar 
grande parte desse processo evangelístico sobre uma base pessoal 
e in loco. Papéis de liderança em várias missões e movimentos têm-me 
proporcionado a oportunidade de viajar e ministrar em quase 
cem nações do mundo — uma jornada que me tem levado a 
centros de detenção da KGB russa, às inseguras e sangrentas ruas 
de Beirute e aos mosteiros infestados de demônios do Himalaia. 
Essa íntima e tão ampla jornada também me tem levado a 
concluir que o progresso da evangelização, nas últimas décadas, 
dificilmente prosseguirá em ritmo igual nas próximas décadas a 
menos que os crentes familiarizem-se melhor com os princípios da 
guerra espiritual. Pois se a tarefa restante de evangelização 
mundial haverá de diminuir quanto à área (pelo menos no que 
tange a territórios e estatísticas sobre grupos étnicos), também 
tornar-se-á um desafio cada vez mais intenso. Nos últimos poucos 
anos, os intercessores e os evangelistas que procuram trabalhar 
dentro da janela da região de 10/40 graus de latitude norte têm-se 
encontrado face a face com algumas das mais formidáveis 
fortalezas espirituais da terra. 
A Igreja está enfrentando, no momento, dois desafios externos 
substanciais, que tentam embargar a sua contínua expansão: "o 
entrincheiramento demoníaco" e "o adiantado da hora".
Embora dificilmente seja sem igual o entrincheiramento dos 
demônios — pois os hebreus encontraram o fenômeno tanto no 
Egito quanto na Babilônia, ao passo que o apóstolo Paulo 
encontrou-o em Éfeso — precisamos considerar que agora estamos 
vários séculos mais avançados na história do que eles. Em alguns 
lugares do mundo atual, notavelmente na Ásia, os pactos 
demoníacos têm sido servidos continuamente desde os dias pós-diluvianos, 
e a luz espiritual é ali quase imperceptível em nossa 
própria época. 
Em adição a isso, também devemos considerar a hora em que 
estamos vivendo. No livro de Apocalipse, Deus advertiu como segue 
os habitantes da terra e do mar: "Ai dos que habitam na terra e no 
mar; porque o Diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que 
já tem pouco tempo" (Ap 12.12). Relatos reiterados e crescentes de 
incursões do evangelho em suas fortalezas, erodidas pela oração, 
têm feito o inimigo perceber que a hora que ele vinha temendo há 
muito está chegando sobre ele. Evidências a esse respeito são 
providas na crescente incidência de sinais e prodígios demoníacos, 
além de contra-ataques cada vez mais constantes contra aqueles 
que estão tentando sondar ou escapar de seu covil. 
Em suma, os guerreiros evangélicos, no fim do século XX, 
podem esperar enfrentar desafios, no campo de batalha espiritual, 
que não têm igual quanto ao tipo e à magnitude. Os métodos 
comuns de discernimento e de resposta a esses desafios não 
conseguirão mais resolver o problema. Conforme escrevi no meu 
livro recente, The Last of the Giants (Chosen Books), se tivermos de 
vencer com sucesso as obras do inimigo, "Temos de aprender a ver 
o mundo conforme ele realmente é, e não como parece ser". 
DEFINIÇÕES E PRESSUPOSTOS 
Em 1990, cunhei uma nova expressão para essa nova 
maneira de ver as coisas — "mapeamento espiritual" — que agora é 
o tema central deste volume. Conforme sugeri, isso envolve 
"superpor a nossa compreensão acerca das forças e eventos, no 
domínio espiritual, sobre lugares e circunstâncias deste mundo 
material".1
O pressuposto-chave quanto a isso é que aqueles que põem 
em prática o mapeamento espiritual já possuem uma fina 
compreensão sobre o domínio espiritual. Dada a quantidade de 
tempo que muitos crentes passam falando, cantando e lendo sobre 
essa dimensão sobre a qual a realidade estaria arraigada, parece 
que esse deveria ser um pressuposto razoável. Infelizmente, não é 
isso que acontece. E isso constitui para nós uma profunda 
surpresa. 
Poder-se-ia pensar que os caminhos da dimensão espiritual 
são tão familiares para o crente médio como o mar é familiar para 
os marinheiros; que a maioria dos crentes deveria conhecer, na 
teoria e na prática, aquilo de que Paulo estava falando no sexto 
capítulo da epístola aos Efésios, quando ele escreveu sobre uma 
batalha que está sendo desfechada contra as hostes espirituais da 
iniqüidade, nos lugares celestiais. 
O problema parece ser que muitos crentes — sobretudo em 
nosso atarefado hemisfério Ocidental — não têm dedicado o tempo 
necessário para aprenderem a linguagem, os princípios e os 
protocolos da dimensão espiritual. Alguns crentes preferem ignorar 
tudo, exceto as suas características macrocósmicas (o céu, o 
inferno, Deus e o diabo), ao passo que outros tendem por projetar 
características extraídas de sua própria imaginação. Ambas essas 
tendências constituem erros sérios. Enquanto que a primeira delas 
ignora o que está ali, a segunda fica ofuscada por aquilo que não 
está ali. Em ambos os casos, as obras do diabo permanecem 
disfarçadas, e o reino das trevas vai florescendo. 
O mapeamento espiritual é um meio através do qual podemos 
ver o que está abaixo da superfície do mundo material; mas não é 
um meio mágico. Trata-se de um meio subjetivo, porquanto é uma 
habilidade nascida de uma correta relação com Deus e do amor ao 
mundo que ele criou. E trata-se também de um meio objetivo, pois 
pode ser confirmado (ou desacreditado) por meio da história, da 
observação sociológica e da Palavra de Deus. 
Por igual modo, o mapeamento espiritual não se confina 
exclusivamente às obras das trevas. Alguns crentes que praticam a 
guerra espiritual têm dado a essa disciplina uma definição mais 
estrita — que a limita ao descobrimento das fortalezas 
demoníacas — embora isso envolva algum perigo. Mais 
especificamente, ela pode encorajar uma preocupação com a
localização e as atividades do inimigo, ao mesmo tempo que se 
ignora que Deus também opera na dimensão espiritual. Quando 
superpomos a nossa compreensão acerca das forças e eventos que 
ocorrem no domínio espiritual, para lugares e circunstâncias deste 
mundo material, devemos lembrar que essas forças e esses eventos 
não são todos negros. O mapeamento espiritual simplesmente 
situa as obras do inimigo dentro do contexto maior da dimensão 
espiritual. 
O CAMPO DE BATALHA ESPIRITUAL DE HOJE 
A Igreja de Jesus Cristo não deve retroceder diante da 
necessidade de dar uma longa e atenta olhada para os obstáculos 
espirituais que estão entre ela mesma e o cumprimento da Grande 
Comissão. O campo de batalha espiritual da década de 1990 está-se 
tornando cada vez mais um lugar sobrenatural. Existem crentes 
cuja teologia pessoal mostra-se resistente a essa noção, mas esses 
crentes, com freqüência, são teóricos ocidentais que não são 
pessoas viajadas, que ainda precisam submeter os seus 
pressupostos ao teste da realidade. Em contraste com isso, a vasta 
maioria dos pastores, missionários, evangelistas e intercessores 
internacionais de hoje não têm qualquer necessidade de serem 
convencidos de que existe algo em algum lugar, e que esse "algo" 
se está manifestando em nosso mundo material. 
Mas o que, exatamente, essas pessoas estão podendo 
observar? Com base nas respostas obtidas de volta, da parte de 
crentes interessados ao redor do mundo, eis três observações 
primárias: 
1. As trevas espirituais estão aumentando e tornando-se mais 
sofisticadas. 
2. Há certo padrão geográfico do mal e da opressão espiritual. 
3. Os crentes não entendem a dimensão espiritual tão bem 
quanto imaginavam. 
As igrejas locais estão descobrindo que a demografia do 
crescimento eclesiástico não nos diz tudo sobre as nossas
comunidades. As agências missionárias estão percebendo que uma 
bem informada familiaridade com costumes transculturais não 
consegue efetuar irrompimentos evangelísticos. E as instituições 
de oração intercessória estão reconhecendo a necessidade de 
buscarmos coordenadas mais precisas para os nossos alvos. Em 
suma, as pessoas querem respostas para o dilema do mundo 
invisível, a fim de que possam ministrar o evangelho de maneira 
mais eficiente. 
FORTALEZAS TERRITORIAIS 
Aninhado perto do âmago da filosofia do mapeamento 
espiritual está o conceito das fortalezas territoriais. Não se trata de 
alguma idéia nova; muitos escritores já tinham explorado esse 
tema. A novidade está na crescente porcentagem do Corpo místico 
de Cristo que reconhece a necessidade de atacar essas fortalezas. 
O problema é que a expressão "fortalezas territoriais" tem 
sido explorada ultimamente de maneira tão frouxa que precisamos 
defini-la. Seu uso tem-se tornado tão elástico que aqueles que se 
estão aproximando do assunto dificilmente podem decidir no que 
devem crer. 
Em meio à confusão, alguns autores evangélicos têm sugerido 
que qualquer noção de guerra espiritual que envolva a idéia de 
territorialidade espiritual é extrabíblica. Outros têm lançado um 
véu de dúvidas sobre a validade da própria guerra espiritual. 
Embora essas vozes estejam claramente na minoria, é evidente que 
precisamos definir esses conceitos com maior exatidão. 
Aqueles que não estão aceitando a idéia de territorialidade 
espiritual através do argumento que se trata de uma noção 
extrabíblica deveriam lembrar que há um oceano de diferença 
entre aquilo que é "extrabíblico" e aquilo que é "antibíblico". 
Extrabíblico é uma luz amarelada que encoraja a passagem de um 
veículo com uma certa cautela; antibíblico é uma luz vermelha que 
requer que o motorista faça alto, em nome da lei e do bom senso. 
Até o momento, não ouvi ainda alguém afirmar que a 
territorialidade espiritual é antibíblica. E a simples razão para isso 
é que isso não é verdade.
Peter Wagner e outros têm salientado, em escritos anteriores, 
que a Bíblia toca no assunto da territorialidade espiritual em 
ambos os Testamentos. 2 A instância mais constantemente citada é 
a do príncipe da Pérsia, no décimo capítulo do livro de Daniel. 
Temos ali um caso bem-definido de um ser espiritual maligno que 
governava uma área com fronteiras explicitamente determinadas. 
Até mesmo aqueles que não são eruditos devem considerar como 
significativo que essa criatura não foi referida como príncipe da 
China ou príncipe do Egito. Quando essa passagem é estudada 
conjuntamente com versículos como os de Ezequiel 28.12-19 e 
Deuteronômio 32.8 (na Septuaginta, "de acordo com o número dos 
anjos de Deus"); e Efésios 6.12 (por exemplo, kosmokrátoras, 
"governantes mundiais"), então o caso em favor da territorialidade 
espiritual torna-se ainda mais compelidor. 
Conforme atestam aqueles que fizeram uma visita mais do 
que casual a lugares como a Índia, as reservas dos ameríndios 
navajos, os Camarões, o Haiti, o Japão, o Marrocos, o Peru, o 
Nepal, a Nova Guiné e a China, são consideradas coisas 
corriqueiras as hierarquias elaboradas de divindades e espíritos. 
Esses seres incorpóreos são concebidos como espíritos que 
controlam lares, aldeias, cidades, vales, províncias e nações, 
exercendo um poder extraordinário sobre o comportamento das 
populações locais. O fato de que o próprio Deus reconheceu o 
poder vicário de divindades regionais manifestou-se em sua 
urgente chamada de Abraão, e, mais tarde, na chamada da nação 
hebréia, dentre os panteões animados dos babilônios e dos 
cananeus. 
POR QUE AS COISAS SÃO COMO SÃO? 
Quase todas as pessoas têm tido a experiência de entrar em 
alguma cidade, bairro ou país somente para sentir um 
desassossego intangível ou opressão descer sobre os seus espíritos. 
Em muitos desses casos, o que encontramos em tais 
circunstâncias é a atmosfera sufocante de outro reino espiritual. 
De maneira imperceptível para nós acabamos de cruzar uma 
fronteira espiritual, que faz parte do império de que falou o 
apóstolo Paulo no sexto capítulo de Efésios.
Outras situações mostram-se ainda mais óbvias. Sem 
importar a teologia das pessoas, qualquer crente honesto e 
moderadamente viajado reconhecerá que existem certas áreas do 
mundo de hoje onde as trevas espirituais mostram-se mais 
pronunciadas. Sem importar se se trata de cidades coalhadas de 
índios, como Varanasi e Catmandu, ou a decadência ostentosa de 
Pataia ou Amsterdão, ou as regiões espiritualmente estéreis de 
Omã ou da parte ocidental do deserto do Saara, em tais lugares a 
realidade triunfa sobre a teoria a cada instante. 
A questão é: por quê? Por que existem algumas áreas 
espiritualmente mais opressivas, mais entregues à idolatria, mais 
espiritualmente estéreis do que outras? Por que as trevas parecem 
medrar onde elas realmente estão? 
Uma vez que alguém comece a formular essas questões 
fundamentais, é fácil vinculá-las a centenas ou mesmo milhares de 
situações específicas. Por que, por exemplo, a Mesopotâmia tolerou 
uma tão longa lista de governantes tirânicos? Por que a nação do 
Haiti é o exemplo mais deplorável de desastre social e econômico 
do hemisfério ocidental? Por que as nações andinas da América do 
Sul sempre parecem encabeçar as estatísticas da taxa de 
homicídios anuais per capita? Por que há tanta atividade 
claramente demoníaca nas montanhas do Himalaia e em redor 
delas? Por que o Japão sempre se mostrou uma noz difícil de 
quebrar por meio do evangelho? Por que o continente da Ásia 
domina de tal maneira a Janela 10/40? 
Todas as igrejas locais podem apresentar dúzias de outras 
perguntas, acerca de suas próprias comunidades. Não será difícil 
formulá-las, uma vez que consideremos que pode ser relevante 
fazer tais perguntas. 
No decorrer dos poucos anos passados, minhas pesquisas em 
busca por respostas a essas perguntas têm-me levado literalmente 
ao redor do mundo. Isso me tem levado a uma fascinante e 
instrutiva jornada, serpeando por quase cinqüenta países e 
produzindo mais de trinta e cinco mil páginas de material 
documentado — incluindo fotografias, livros, mapas, entrevistas e 
estudos de casos. 
Ao longo do caminho, tenho visitado santuários, templos, 
mosteiros, bibliotecas e universidades. Tenho subido por montes 
sagrados, examinado cemitérios de ancestrais e tenho remado pelo
sagrado rio Ganges, correnteza abaixo. Tenho ouvido as narrativas 
de lamas tibetanos budistas, médicos-feiticeiros dos ameríndios, 
bem como os principais teóricos do movimento da Nova Era. Tenho 
comparado notas com missionários e pastores nacionais de proa; 
entrevistado antropólogos e estudiosos da pré-história. E tenho 
sondado as mentes de muitos especialistas que têm profundos 
conhecimentos desde o xamanismo até à adoração dos 
antepassados japoneses, passando pelo folclore do islamismo, a 
geomancia e as peregrinações religiosas. 
A súmula desse processo, um livro e uma série de fitas 
gravadas, intitulados The Twilight Labyrinth, 3 é a seqüência 
natural do livro The Last of the Giants, bem como do livro que você 
está manuseando agora. Quanto àqueles que são sérios quanto à 
identificação e o desgaste do poder das fortalezas territoriais, este 
volume oferece o mais abrangente discernimento que se tem 
publicado até esta data. 
O DESAFIO DAS PESQUISAS 
Aqueles que têm lido os nossos livros sabem que Peter 
Wagner e eu concordamos inteiramente que a territorialidade 
espiritual tem muito a ver com as coisas como elas são, em certas 
cidades, nações e regiões do mundo atual. E muitos outros — 
incluindo pastores, missionários praticantes e professores de 
teologia — têm chegado a uma conclusão similar. Porém, ainda 
que esse crescente consenso seja encorajador, muitas outras 
questões e tarefas ainda precisam ser examinadas. 
É útil pensar nesse processo em termos das pesquisas 
médicas que têm acabado de identificar certo vírus como o agente 
causador por detrás de alguma enfermidade particular. Esta ou 
aquela pessoa se tem recuperado de forma extraordinária, mas 
muito trabalho árduo ainda jaz à frente, se esse conhecimento tiver 
de ser traduzido sob a forma de ajuda prática em favor daqueles 
que estão sofrendo, ou que estão procurando tratar a enfermidade 
em foco. 
O primeiro passo usualmente consiste em tentar e em 
conceber algum tipo de instrumento diagnosticador que possa 
ajudar médicos e pacientes a saberem que estão combatendo uma
enfermidade no seu estágio mais primário possível. Isso ajuda a 
evitar caças ao acaso, em busca de algum tratamento eficaz. Os 
diagnósticos errados e as mazelas fantasmas são, ao mesmo tempo, 
muito caros e perigosos. 
O passo seguinte, para os pesquisadores, consiste em dirigir 
o conhecimento deles para as operações internas de uma 
enfermidade qualquer, com vistas à sua cura eventual. Conhecer 
quais as causas de algum problema, e como detectá-lo pode, em 
última análise, tornar-se uma carga pesada, se esse conhecimento 
não for o precursor da solução. 
Reconhecer o papel da territorialidade espiritual, pois, serve 
somente de ponto de partida quanto a qualquer pesquisa que se 
proponha a compreender as razões e as conseqüências dos 
modernos campos de batalha espirituais. Mas restam ainda certas 
perguntas perscrutadoras. Como, por exemplo, são estabelecidas 
as fortalezas espirituais? Como elas se mantêm diante da 
passagem do tempo? E como são reproduzidas essas fortalezas em 
outras áreas? 
Embora não seja possível, neste breve capítulo, responder 
com detalhes a cada uma dessas perguntas, pelo menos podemos 
cobrir os pontos básicos. Ao assim fazermos, nosso ponto de 
partida será uma simples mas crucial definição. Em que consiste, 
exatamente, uma fortaleza espiritual? Sem mergulharmos na 
aplicação do termo à mente e à imaginação, uma observação 
atenta à variedade de fortalezas territoriais revela duas 
características universais: elas "repelem a luz" e "exportam as 
trevas". (Cindy Jacobs descreveu vários tipos de fortaleza, no 
terceiro capítulo, mas aqui estou tratando acerca do tipo de 
fortalezas territoriais.) 
As fortalezas territoriais são de natureza inerentemente 
defensiva e ofensiva. Seus terraplenos escusos desviam os dardos 
divinos da verdade, pois os arqueiros demoníacos mostram-se 
sempre muito ocupados a lançar dardos inflamados na direção de 
alvos desprotegidos, lá fora. Se seus acampamentos de prisioneiros 
retêm milhares de cativos encantados, os comandos do mal e os 
centros de controle vivem liberando múltiplas formas de ludibrio, 
através das hostes espirituais da maldade que eles empregam.
ESTABELECENDO FORTALEZAS TERRITORIAIS 
Se tivermos de entender por que as coisas são da maneira 
como são hoje em dia, teremos primeiramente de examinar o que 
aconteceu ontem, e também teremos de resolver o dilema da 
origem delas. De onde elas vieram? Como essas coisas foram 
estabelecidas? 
O ponto de partida óbvio desse tipo de estudo é a torre de 
Babel. Pois, conforme somos informados no capítulo onze do livro 
de Gênesis, foi da planície de Sinear, na antiga Mesopotâmia, que 
um povo geograficamente coerente foi disperso por Deus para os 
quatro cantos da terra. Mas o que aconteceu àquelas populações 
antigas, ao migrarem de Babel? Artefatos antigos e tradições orais 
podem oferecer-nos qualquer indício? E, nesse caso, esses indícios 
têm alguma relevância para a nossa inquirição quanto a 
entendermos as origens das fortalezas territoriais? 
Antes de passarmos adiante, sinto que devo frisar um fato 
adicional, que pesa sobre a nossa discussão. Colocando a questão 
nos termos mais simples, os demônios podem ser achados onde 
quer que estejam as pessoas. Não há motivo algum para eles 
estarem em outro lugar qualquer. Não encontramos provas, nem 
nas Escrituras nem na história, que os demônios estejam 
interessados na criação inanimada ou amoral, como os montes, os 
rios, as árvores, as cavernas, as estrelas e os animais, a menos que 
e enquanto as pessoas não se fizerem presentes. A amarga ordem 
que receberam foi roubar, matar e destruir aquilo que é precioso 
para Deus; e, como é claro, os seres humanos, criados segundo a 
imagem de Deus, estão no alto da lista de seres valiosos para Deus. 
Essa seria a explicação subjacente das trevas que parecem 
engolfar tantas cidades do mundo. Sempre e onde quer que as 
pessoas se concentrem, para ali os demônios serão atraídos pelo 
odor delas. Não teria sido por esse motivo que a torre de Babel 
atraiu tão imediata intervenção divina? É difícil imaginar que 
aquela ímpar concentração de seres humanos, na planície de 
Sinear, não tenha precipitado um dos mais profundos 
ajuntamentos de poderes demoníacos da história? 
Embora pouco se conheça sobre os movimentos originais dos 
primeiros grupos de pessoas que saíram da Mesopotâmia, aquilo 
que sabemos sugere, pelo menos, um denominador comum da
experiência humana — os traumas. Para alguns, era a 
incapacidade de transpor barragens montanhosas intransponíveis, 
que bloqueavam o caminho deles. Para outros, teria havido uma 
súbita falta de alimentos, produzida por severas condições 
climáticas. Ainda outros acharam-se envolvidos em algum combate 
mortal. 
Quaisquer que tenham sido esses antigos traumas, eles 
sempre tiveram por efeito fazer as pessoas se verem face a face 
com os seus desesperos. Como é que eles resolveriam tal desafio? 
Cada caso estava carregado de implicações morais. Cada 
circunstância serviu de oportunidade para um povo específico, em 
um lugar específico, para voltar-se para Deus com arrependimento, 
declarando-o, assim, como seu legítimo governante e único 
libertador. 
Infelizmente, o arrependimento em cilício, que houve em 
Nínive, tem mostrado ser uma daquelas raras exceções à regra. A 
esmagadora maioria dos povos, através da história, tem preferido 
trocar as revelações divinas pela mentira. Dando ouvidos aos 
apelos dos demônios, em seu desespero, têm preferido entrar em 
pactos quid pro quo com o mundo dos espíritos. E como 
compensação pelo consentimento particular de alguma divindade 
resolver seus traumas imediatos, os homens têm oferecido a sua 
lealdade singular e contínua. E assim têm vendido, coletivamente, 
suas almas proverbiais. 
É mediante a colocação desses antigos colchões receptivos, 
pois, que são estabelecidas as fortalezas territoriais. A base da 
transação é inteiramente moral. As pessoas fazem uma escolha 
consciente de suprimir a verdade e de acreditar na falsidade. No 
fim, os homens são enganados por terem preferido ser enganados. 
Peter Wagner elaborou com eloqüência esse aspecto da questão, no 
próximo capítulo, ao fazer a exegese de Romanos 1.18-25. 
Visto que muitos dos mais antigos pactos entre os povos e os 
poderes demoníacos foram transacionados na Ásia, e a Ásia agora 
abriga os maiores centros populacionais do mundo, não nos 
deveria surpreender que esse continente atualmente domine as 
grandes fronteiras de povos não alcançados pelo evangelho, dentro 
da conhecida Janela 10/40. População densa e longevidade têm, 
ambas as coisas, muito a ver com o entrincheiramento das trevas 
espirituais.
CONSERVANDO AS FORTALEZAS TERRITORIAIS 
Que existem dinastias das trevas é um triste fato da história. 
A indagação que persegue muita gente é o que sustenta essas 
dinastias. Se as escolhas mal feitas de gerações anteriores 
permitiram que as forças demoníacas penetrassem em certas 
regiões, como é que esses poderes malignos conservam os seus 
direitos de explorar os territórios durante séculos ou mesmo 
milênios? Exprimindo a mesma coisa de outra maneira, como é 
que esses poderes conseguem extensões de arrendamento, depois 
de terem morrido aqueles que assinaram o contrato original de 
arrendamento? 
Uma das principais respostas a essa pergunta acha-se na 
questão da transferência de autoridade que ocorre durante 
festividades religiosas, cerimônias e peregrinações. Escrevi 
extensamente sobre esse assunto no livro The Twilight Labyrinth, e 
um guia cronológico desses acontecimentos, publicado por nosso 
ministério, The Sentinel Group, serve como manual de contra-ofensiva 
para intercessores. 
Que o poder espiritual realmente é liberado durante essas ati-vidades 
tem sido confirmado por inúmeros crentes nacionais e por 
missionários que eles têm entrevistado. 4 Quase todos eles referem-se 
a um exaltado senso de opressão de crescentes incidentes de 
perseguição, e, ocasionalmente, de manifestações em larga escala 
de sinais e maravilhas demoníacos. Estamos vivendo em tempos 
difíceis, e os crentes com os quais tenho conversado sempre 
alegram-se quando esses incidentes terminam. Somente a oração e 
o louvor parecem ajudar, e, mesmo assim, algumas vezes eles 
indagam se as suas orações não são interrompidas pelo mesmo 
tipo de valente espiritual que adiou a resposta divina a Daniel (ver 
Dn 10.12, 13). 
Deveríamos notar que as festividades, as cerimônias e as 
peregrinações religiosas estão sempre ocorrendo em algum lugar 
do mundo, a cada semana do ano. Literalmente, milhares desses 
eventos têm lugar, desde celebrações localizadas até grandes 
eventos regionais e internacionais. O dia das bruxas e o hajj dos 
islamitas são bem conhecidos exemplos internacionais;
festividades regionais menos conhecidas são a Kumbha Mela, na 
Índia, o Inti Raymi, no Peru, e as celebrações Bon, de verão, no 
Japão, que também atraem imensas multidões de participantes. 
Tirando a Poeira de Antigos Colchões de Boas-Vindas 
Essas celebrações decisivamente não são os espetáculos 
culturais benignos, esquisitos e coloridos que as pessoas dizem 
com freqüência que elas são. Antes, são transações conscientes 
com o mundo dos espíritos. São oportunidades de as gerações 
contemporâneas reafirmarem as escolhas e os pactos firmados 
pelos seus antepassados e por seus pais. São ocasiões em que se 
tira a poeira de antigos colchões de boas-vindas, ampliando o 
direito do diabo de governar sobre povos e lugares específicos nos 
dias de hoje. A significação desses acontecimentos não deveria ser 
subestimada. 
Uma vez que uma população entregue-se a vãs imaginações, 
os poderes demoníacos logo tiram proveito para animar as 
mitologias daí resultantes. De uma maneira que nos faz lembrar o 
Mágico de Oz, agentes espirituais manipuladores põem em prática 
a arte de governar por detrás dos bastidores, mediante sombrinhas. 
A autoridade e a lealdade prestadas a chamadas divindades 
protetoras são rapidamente absorvidas — e, daquele instante em 
diante, a mentira vê-se entrincheirada. 
Desafortunadamente, centenas de milhares de crianças por 
dia nascem nesses sistemas de feitiço ao redor do mundo. Quase 
todas elas crescem ouvindo falar na mentira; mas é durante o 
curso dos ritos de puberdade e das iniciações que muitos deles 
sentem a sua intensa sucção gravitacional pela primeira vez. O 
poder da mentira, atiçada pela mágica demoníaca, é chamado de 
tradição; e são as tradições, por sua vez, que sustentam as 
dinastias territoriais.
Ludíbrios Adaptados 
Por mais importantes que sejam as tradições na manutenção 
das dinastias territoriais, entretanto, esse não é o único meio 
usado pelo inimigo para chegar a essa finalidade. Outra estratégia 
igualmente importante é aquilo que chamo de "ludíbrios 
adaptados". Essa estratégia é empregada quando as tradições, por 
qualquer razão, começam a perder o seu domínio sobre uma dada 
sociedade. 
Os ludíbrios adaptados, dependendo de como o indivíduo 
preferir encará-los, ou são correções de curso que se fazem 
necessários, ou são aprimoramentos da "linha de produção" do 
diabo. Esses ludíbrios funcionam por causa da propensão da 
humanidade para experimentar coisas novas. Dizendo a mesma 
coisa de forma mais crua, e com pedidos de desculpas aos 
aficionados felinos, o diabo tem aprendido que há mais de uma 
maneira para esfolar um gato. 
Dois exemplos de ludíbrios adaptados dos dias modernos 
encontram-se nas novas religiões folclóricas dos japoneses e dos 
povos islâmicos. O islamismo folclórico é uma combinação de 
crenças islâmicas e animistas, e muitas das novas religiões dos 
japoneses apresentam uma curiosa mescla de conceitos budistas e 
materialistas. Em termos de números de aderentes ou praticantes, 
ambos os movimentos são bem-sucedidos de uma maneira colossal. 
Os ludíbrios adaptados não substituem as escravidões 
ideológicas pré-existentes, mas antes intensificam-nas. Nesse 
sentido, são análogos a um nível coletivo da narrativa bíblica do 
demônio que volta ao vaso humano desocupado, trazendo agora 
consigo sete outros espíritos, piores do que ele mesmo (ver Mt 
12.43-45; Lc 11.24-26). 
SERVIDÕES PREVALENTES E SERVIDÕES ARRAIGADAS 
Agora que já estamos armados com a compreensão sobre os 
papéis desempenhados pelo ludibrio adaptado, pelas tradições e 
pelas festividades religiosas, na manutenção das dinastias 
territoriais, precisamos ainda aprender uma lição final. Essa lição
tem a ver com o discernimento da diferença entre as "servidões 
prevalentes" e as "servidões arraigadas". Devido à ausência de 
ensino sobre o assunto, os guerreiros evangélicos com freqüência 
deixam-se enganar pelas aparências superficiais, quando se 
esforçam por identificar as fortalezas territoriais. 
Um bom exemplo desse fato foi levantado pelo grande número 
de pessoas que, poucos anos atrás, insistiam que a fortaleza 
espiritual sobre a Albânia era o comunismo do tipo stalinista. Mas, 
embora não haja como duvidar que esse tipo de comunismo fosse 
a servidão prevalente na ocasião, também muitos aceitavam que 
essa também era a fortaleza arraigada. A falha nesse raciocínio 
torna-se óbvia quando consideramos que o comunismo só veio a 
tornar-se a ideologia predominante no país em 1944. A significação 
desse fato é que, por mais vil e destruidor que tenha sido esse 
sistema de ateísmo, só está instalado ali faz cerca de cinqüenta 
anos. A história da Albânia, antes disso, retrocede até à região 
bíblica do Ilírico, e remonta a muitos milhares de anos. 
Sistemas similares de última hora também podem ser 
encontrados na Mesopotâmia, no Japão e em outras áreas do 
mundo. Esses sistemas representam ideologias superficiais que 
chegam e se vão juntamente com o vento. Embora não possam ser 
ignorados, por outra parte não devem ser confundidos com o 
subsolo espiritual que precisa ser quebrado se tivermos de entreter 
esperanças legítimas de que veremos as fortalezas espirituais 
serem invadidas com sucesso por meio do evangelho. 
A EXPANSÃO DAS TREVAS 
Tendo examinado a pergunta de como as fortalezas espiritu-ais 
são estabelecidas e mantidas, voltamo-nos agora para a ques-tão 
da expansão territorial. Nesse ponto ficamos interessados em 
saber se o reino das trevas é geograficamente dinâmico; e, se 
realmente assim acontece, como tais fortalezas são reproduzidas 
em outras áreas. 
No meu livro, The Twilight Labyrinth, devotei um capítulo 
inteiro à dinâmica territorial, intitulado de "Caminho da figueira-de- 
bengala". Conforme o próprio título sugere, baseei a ilustração 
sobre essa árvore tropical, com seus ramos que se estendem e com
suas raízes aéreas descendentes, que servem de excelente analogia 
da maneira como se expande o império das trevas. 
Começando com um único tronco maciço, os ramos sinuosos 
da figueira-de-bengala estendem-se lateralmente em todas as 
direções. Dali, naquilo que sem dúvida é a característica mas 
notável dessa espécie vegetal, as raízes aéreas que descem até o 
chão vão formando novos troncos. Dessa forma, a figueira-de-bengala 
pode mover-se lateralmente por grandes distâncias — ao 
mesmo tempo em que vai criando uma moita trançada quase 
impenetrável, com seus muitos troncos e ramos parecidos com a 
da parreira. 
Esses ramos que se estendem e essas raízes descendentes re-presentam 
as duas maneiras como a expansão territorial tem lugar: 
"exportação ideológica" e "fortalezas produzidas por traumas". A 
exportação teológica, que é uma extensão territorial das fortalezas 
territoriais, é efetuada mediante a propaganda de ideologias ou de 
influências espirituais, a partir dos locais de transmissão, ou 
centros de exportação, que existem em várias áreas do mundo. 
Exemplos de centros assim incluem o Cairo, Trípoli, Karbala, Qom 
e Meca, no mundo islâmico; Allahabade e Varanasi, no mundo do 
hinduísmo; Dharamsala e Tóquio, no mundo budista; e Amsterdão, 
Nova Iorque, Paris e Hollywood no mundo materialista. Se antes os 
escudos defletores dos valores judaico-cristãos impediam que 
esses venenos penetrassem profundamente demais na América do 
Norte, a erosão da lealdade cristã, em anos recentes, infelizmente 
tem chegado a significar que, em um número crescente de 
instâncias, agora o inimigo somos nós mesmos. 
Outra maneira pela qual o inimigo expande o seu reino no 
mundo é mediante a indução de novos traumas. Tendo aprendido, 
com base nas experiências passadas, o quão eficazmente as cir-cunstâncias 
desesperadas podem atrair para a sua teia homens e 
mulheres, o inimigo por muitas vezes usa a ganância, a 
concupiscência e a desonestidade de indivíduos depravados a fim 
de deflagrar novas crises. 
Um exemplo gráfico de uma fortaleza induzida por um 
trauma, no mundo ocidental, é o Haiti. Tirando proveito da 
ganância dos africanos efiques e dos negociantes franceses de 
escravos, grandes números de africanos da África Ocidental foram 
trazidos para a área do Caribe e maltratados até ao ponto do
desespero. Preferindo resolver os seus conflitos entrando em novos 
pactos com o mundo dos espíritos, aqueles escravos estabeleceram 
um sistema de adoração e de governo secreto alicerçado sobre o 
animismo, conhecido como vodu. Atualmente, as negras 
recompensas desse sistema são largamente conhecidas, conforme 
Peter Wagner passará a demonstrar, no próximo capítulo. 
Será possível que o plano de Deus para a sua Igreja é 
completar a Grande Comissão no mesmíssimo solo onde o 
mandamento original foi entregue à primeira família da 
terra? 
A GERAÇÃO DO LIMIAR 
Conforme os exércitos do Senhor Jesus Cristo vão começando 
a completar a tarefa da evangelização do mundo, na chamada 
Janela 10/40, é curioso que o centro geográfico dessa região seja o 
local do antigo jardim do Éden, isto é na região do moderno Iraque 
(ver Gn 2.8-14). Será possível que o plano de Deus para a sua 
Igreja é completar a Grande Comissão no mesmíssimo solo onde o 
mandamento original foi entregue à primeira família da terra? (Ver 
Gn 1.27, 28.) 
Qualquer que seja a resposta a essa indagação, é claro que os 
guerreiros evangélicos, que ousarem marchar para essa linha final 
de combate, terão de enfrentar uma formidável oposição, da parte 
de um adversário implacável e invisível. Se a missão para liberar 
prisioneiros fascinados tiver de obter sucesso, será mister obter 
um acurado conhecimento a respeito das questões internas do 
inimigo e de seus centros de controle, bem como o equivalente 
espiritual dos óculos de visão noturna, usados pelas forças 
armadas. 
É impossível desdobrar três anos de dados colhidos e 
injetados em um mapeamento espiritual em um único capítulo. 
Não obstante, é minha esperança de que essa informação pelo 
menos deixará os leitores em estado de alerta, a saber, os leitores 
que estão contemplando iminentes missões de salvamento, 
alicerçados sobre o fato de que novos instrumentos se estão
tornando disponíveis para guiá-los através do emaranhado e dos 
volteios desse labirinto das horas do crepúsculo. 
Perguntas para refletir 
1. Discuta sobre o conceito da "territorialidade espiritual". Você 
concorda que os principados espirituais da maldade poderiam ser 
alocados por Satanás a certas regiões geográficas? 
2. Este capítulo sugere que as festividades religiosas podem 
reforçar a autoridade dos poderes malignos sobre uma área. 
Nomeie e discuta tantas dessas festas quantas você puder lembrar. 
3. Você já experimentou uma sensação quase física de trevas e de 
opressão, em certas áreas de sua cidade ou nação? Compartilhe de 
suas sensações com outros crentes. 
4. As fortalezas demoníacas que dominam uma cidade ou uma 
nação podem ser induzidas por traumas. Pode você pensar em tais 
traumas dentro da história de sua cidade ou nação que poderiam 
ter produzido fortalezas espirituais da maldade? 
5. Faça uma revisão da distinção feita por George Otis, Jr., entre 
os conceitos "extrabíblicos" e "antibíblicos". Você concorda com 
essa distinção? 
Notas 
1. OTIS, JR., George. The Last of the Giants. Tarrytown, Nova Iorque, 
Chosen Books, 1991. p. 85. 
2. Ver, por exemplo, o livro de C. Peter Wagner, Warfare Prayer. 
Ventura, CA, Regal Books, 1992. p. 87-103. 
3. Informações adicionais a estas, e outros produtos intercessórios 
de apoio, podem ser adquiridos através do Sentinel Group, P O. 
Box 6334, Lynwood, WA 98036. 
4. Testemunhos específicos têm sido recolhidos no Japão, em 
Marrocos, na Indonésia, no Haiti, na Índia, no Butão, no Egito, na
Turquia, no Nepal, no Afeganistão, no Irã, nas ilhas Fiji, nas 
reservas dos índios norte-americanos e em outros lugares. 
2. O VISÍVEL E O INVISÍVEL 
Por C. Peter Wagner 
Uma tentativa para ver o mundo à nossa volta como ele 
realmente é, e não como parece ser. Essa é a descrição clássica do 
mapeamento espiritual. Um importante pressuposto por detrás do 
mapeamento espiritual é que a realidade é mais do que nos parece 
à superfície. As coisas visíveis de nossa vida diária — árvores, 
pessoas, cidades, estrelas, governos, animais, profissões, artes, 
padrões de comportamento — são coisas comuns, e podemos 
aceitá-las como são. Entretanto, por detrás de muitos dos aspectos 
visíveis do mundo ao nosso redor pode haver forças espirituais, 
áreas invisíveis da realidade que podem ter maior significação final 
do que as realidades visíveis. 
O apóstolo Paulo deixou isso fortemente entendido quando 
escreveu: "...não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas 
que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que 
se não vêem são eternas" (2 Co 4.18). 
Paulo ensinou que, ao reconhecermos a diferença entre o que 
é visível e o que é invisível, somos resguardados e "não 
desfalecemos" (ver 2 Co 4.16). Mas desanimar quanto a quê? Ele 
mencionou novamente o desânimo — "não desfalecemos" — no 
primeiro versículo do quarto capítulo, para então lamentar-se de 
que os seus esforços evangelísticos não surtiam tanto efeito quanto 
ele desejava que surtissem. "Mas, se ainda o nosso evangelho está 
encoberto, para os que se perdem está encoberto", escreveu ele. 
Por quê? Porque "o deus deste século" cegou as mentes dos 
incrédulos (ver 2 Co 4.3, 4). 
Entendo que a mensagem paulina significa que devemos 
reconhecer que a batalha essencial pela evangelização do mundo é 
uma batalha espiritual, e que as armas dessa guerra não são 
carnais, e, sim, espirituais. E também cumpre-nos reconhecer que 
Deus nos deu um mandato para podermos desfechar uma guerra
espiritual que seja inteligente e agressiva. Se pudermos entender 
isso, o processo de evangelização do mundo será acelerado. 
Compreender as diferenças que há entre o visível e o invisível é um 
dos mais importantes componentes do plano geral de batalha, 
capaz de quebrar o domínio exercido pelo inimigo sobre as almas 
perdidas, que estão perecendo. 
INFLAMANDO A IRA DE DEUS 
A principal passagem bíblica que nos mostra a distinção 
entre o que é visível e o que é invisível, o primeiro capítulo da 
epístola aos Romanos, também é o grande trecho sobre a ira de 
Deus. É compreensível que a ira de Deus não seja um de nossos 
temas favoritos, pelo que não há muitos livros escritos sobre ela, e 
nem se ouve muitos sermões a esse respeito. Todavia, a ira é um 
atributo de Deus. Isso significa que não é apenas algum humor 
passageiro, que vem e que vai, e, sim, uma parte da própria 
natureza divina. Deus é Deus de ira. Ele também é Deus de justiça, 
Deus de amor, Deus de misericórdia e Deus de santidade. Essa 
lista poderia prosseguir, mas Romanos 1.18-31 é trecho que trata 
do Deus da ira. 
Escreveu Paulo: "Porque do céu se manifesta a ira de Deus 
sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a 
verdade em injustiça" (Rm 1.18). Essa enlouquecida injustiça tem 
tudo diretamente a ver com o visível e com o invisível. Permita-me 
o leitor que eu explique. 
Deus criou o mundo a fim de manifestar a sua glória. Todo 
ser humano foi criado para glória de Deus. Os seres 
humanos ocupam uma posição superior à de outros objetos 
da criação, porque somos os únicos que foram criados à 
imagem de Deus. 
Por que Deus criou o mundo? Ele criou o mundo a fim de 
manifestar a sua glória. Paulo esclareceu que, através das "coisas 
que estão criadas", ou seja, dos aspectos visíveis da criação, "as 
suas coisas invisíveis... se entendem, e claramente se vêem". Tudo 
quanto vemos na criação de Deus, sem qualquer exceção, foi
originalmente criado para revelar "o seu eterno poder" e "a sua 
divindade" (ver Rm 1.19,20). 
Que significa isso para nós? Para começo de conversa, 
significa que todo ser humano foi criado para glorificar a Deus. Os 
seres humanos ocupam um nível superior ao de outros objetos da 
criação, porquanto somos os únicos seres que foram criados à 
imagem de Deus. Todo ser angelical também foi criado para que 
glorificasse a Deus. E outro tanto deve ser dito acerca de todo 
animal, planta, corpo celeste, montanha, iceberg, vulcão, urânio, 
para mencionarmos apenas algumas coisas. A cultura humana 
também faz parte da criação divina, tendo por desígnio glorificar a 
Deus. Abordarei a questão da cultura humana, com algum detalhe, 
conforme for avançando neste capítulo. 
CORROMPENDO A CRIAÇÃO DE DEUS 
A verdade da questão é que no nosso mundo nem todos os 
aspectos da criação glorificam a Deus. Certos seres humanos têm 
tomado coisas criadas e as têm corrompido, de tal maneira que 
tais coisas não mais revelam a glória de Deus. Pois eles 
modificaram a glória de Deus, reduzindo-a à "semelhança da 
imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de 
répteis" (Rm 1.23). Deus fica literalmente furioso quando vê que 
aquilo que foi criado para redundar em sua glória foi transferido, 
especificamente, para seres humanos, aves, mamíferos e répteis. 
Quando esses objetos visíveis da criação são manipulados para 
representarem os poderes sobrenaturais, isso libera a ira de Deus. 
Se acompanharmos na Bíblia as referências à ira de Deus, 
fica claro que coisa alguma desperta tanto a ira de Deus como 
adorar e servir "mais à criatura do que ao Criador" (Rm 1.25). E 
Deus abomina tal coisa, sobretudo quando os seres humanos 
usam o que é visível para glorificar a Satanás e a outros seres 
demoníacos. A mera leitura dos capítulos primeiro a décimo nono 
do livro de Jeremias infunde temor no coração de qualquer um que 
ouse fazer tão horrenda coisa, conforme o povo de Judá inclinava-se 
por fazer, a despeito das advertências de Jeremias. Eles 
estavam dizendo à mera madeira "Tu és meu pai"; e à pedra: "Tu 
me geraste" (Jr 2.27). Isso magoa tanto a Deus que ele considera
tal atitude como se fosse adultério: "Ora, tu te maculaste com 
muitos amantes" (Jr 3.1). E disse também o Senhor: "(Israel) 
adulterou com a pedra e com o pau" (Jr 3.9). 
Não penso que a ordem de apresentação dos Dez 
Mandamentos tenha surgido por mero acaso. Deus abomina o 
homicídio, o furto, a imoralidade, a violação do descanso e a cobiça. 
Mas todos esses mandamentos aparecem depois do primeiro e do 
segundo mandamentos: "Não terás outros deuses diante de mim". 
E também: "Não farás para ti imagem de escultura..." (Êx 20.3 e 4). 
O primeiro mandamento tem a ver com o que é invisível; e o 
segundo, com o que é visível. 
Penso que é seguro afirmar que nenhum pecado é pior do que 
usar o visível para dar honra e glória aos principados demoníacos. 
Nenhuma outra coisa provoca tanto a Deus ao ciúme e à ira. 
O Japão e o Sol Nascente 
O Japão, que serve de exemplo, é conhecido como "país do sol 
nascente". O sol, naturalmente, é uma característica da criação de 
Deus, cujo propósito é glorificá-lo. A bandeira japonesa exibe 
somente o sol. Esse é o símbolo dessa nação. Mas o sol da 
bandeira japonesa glorifica a Deus? Não. O sol é ali usado com o 
propósito intencional de glorificar Amaterasu Omikami, a deusa-sol 
que é reconhecida em um santuário como o espírito territorial que 
governa o Japão. 
As pessoas deveriam olhar para a bandeira japonesa e, então, 
dizer: "Louvado seja Deus!" Em vez disso, porém, elas glorificam a 
criatura, em lugar do Criador. 
A Lava do Havaí 
Quando, recentemente, dirigi uma conferência sobre guerra 
espiritual, nas ilhas Havaí, descobri que muita gente só vivia 
pensando em rochas formadas pelo vulcão Kiluea. As pessoas 
deveriam contemplar essas belas rochas feitas de lava solidificada
e então exclamar: "Glória a Deus! Nosso Deus é fogo consumidor". 
Ele é o Criador dessas rochas de lava. 
Mas não. Muitos habitantes do Havaí olham para essas 
rochas e dizem: "Glória à deusa Pele! Se não a honrarmos, ela nos 
consumirá a fogo". E qual será a atitude de Deus? De acordo com o 
primeiro capítulo de Romanos, isso somente o provoca à ira. 
O Grande Canhão 
A maioria dos crentes norte-americanos concorda que, no que 
tange a características naturais, o Grand Cânion * não tem rival 
como manifestação visível da majestade de Deus. Poucos cidadãos 
norte-americanos, sem embargo, reconhecem, conforme fizeram 
David e Jane Rumph, que há aqueles que têm corrompido 
sistematicamente esse fenômeno geográfico, tornando-o um 
monumento da idolatria geográfica. Em um artigo recente, eles 
disseram que uma "ira justa" borbotou de dentro deles, ao 
contemplarem as perversas forças invisíveis, agora glorificadas 
pelas características visíveis da natureza. É lamentável que a vasta 
maioria dos pontos marcantes do Grand Cânion foram chamados 
por nomes de principados e potestades das trevas. Alguns 
glorificam os espíritos egípcios: a torre de Rá (ou Ré), a pirâmide de 
Quéops, o templo de Osíris. Outros glorificam principados hindus: 
o ribeiro de Vishnu, o santuário de Rama, o santuário de Krishna. 
Ou então glorificam divindades gregas e romanas: o templo de 
Júpiter, o templo de Juno, o templo de Vênus, só para fazer uma 
seleção ao acaso. Adicionemos a isso o ribeiro do Panteão, o 
canhão Assombrado e o ribeiro do Dragão de Cristal, e você terá aí 
uma fórmula segura para provocar a ira de Deus. 
Gosto da reação do casal Rumph. Eles sugerem que 
deveríamos "arrepender-nos humildemente em favor de nosso povo, 
por causa de seu pecado coletivo, declarando que o lugar pertence, 
com todos os direitos, a Deus, intercedendo diante do Senhor para 
que o Senhor seja honrado ali, através de novos nomes".1 
* Na tradução para o português foi nomeado como Grande Canhão.
AFIRMANDO A CULTURA 
Estamos vivendo em uma época, ao redor do mundo, mas so-bretudo 
nos Estados Unidos da América, quando se está desenvol-vendo 
um novo respeito pela cultura. Está-se tornando moda 
reafirmar a cultura e advogar uma sociedade multicultural. Mas 
não devemos permitir que isso ponha uma venda nos crentes. 
Precisamos entender isso à luz do que é visível e do que é invisível. 
Por detrás de formas culturais, tal como por detrás das rochas de 
lava do Havaí, pode jazer tanto o poder invisível do Criador quanto 
o poder invisível dos demônios. Se ignorarmos isso, podemos 
tornar-nos desnecessariamente vulneráveis diante de ondas 
devastadoras de uma demonização em alto nível. 
A cultura humana, conforme tenho mencionado, faz parte da 
criação de Deus. Portanto, a cultura é boa em si mesma. Trata-se 
de um dos elementos visíveis designados a glorificar o Criador. 
Esse é um ponto tão crucial que quero reforçá-lo, fazendo 
referência à questão tanto no Antigo Testamento quanto no Novo 
Testamento. 
A Torre de Babel 
O livro de Gênesis revela-nos as origens culturais. De acordo 
com o capítulo onze do Gênesis, houve um tempo em que a raça 
humana tinha uma única cultura. Mas o propósito original de 
Deus era que a raça humana se espalhasse por toda a face do 
planeta, formando culturas diversas. Os homens, porém, seguindo 
a sua natureza decaída, pensaram que tinham um plano melhor 
que o de Deus, e assim resolveram reverter o processo de dispersão 
consolidando-se em torno de uma torre, a torre de Babel. E 
começaram a construir deliberadamente a torre: "...para que não 
sejamos espalhados sobre a face de toda a terra" (Gn 11.4). 
A torre de Babel era uma estrutura visível. Qual seria o fator 
invisível? Os arqueólogos dizem-nos que a torre tinha a forma de 
um típico zigurate, uma bem conhecida estrutura antiga, que 
visava aos propósitos do ocultismo. Eles desejavam contar com 
uma torre "cujo cume toque nos céus", a fim de atrair o poder 
satânico que possibilitasse o seu movimento ecumênico. E, assim,
estavam usando o visível para glorificar a criatura, em vez do 
Criador. 
A reação de Deus já era previsível. Deus ficou irado. Com um 
único golpe, o Senhor arruinou os planos deles, confundindo-lhes 
as línguas, e eles começaram a espalhar-se, conforme Deus tinha 
determinado que fosse feito. E assim a raça humana terminou "nas 
suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas 
famílias, entre as suas nações" (Gn 10.5). 
Os eruditos da Bíblia estão divididos em suas opiniões se as 
culturas humanas hoje existentes são um castigo de Deus (plano B 
de Deus) ou são um propósito de Deus (plano A de Deus). Acredito 
que as culturas fazem parte do propósito criador de Deus, plano A. 
Por ocasião da torre de Babel, Deus não modificou os seus planos a 
longo prazo, mas tão-somente os acelerou. De acordo com o meu 
ponto-de-vista, o que poderia ter ocorrido através de séculos ou 
milênios, aconteceu em um único instante. 
Antes de tudo, é muito próprio de Deus produzir a 
diversidade. Consideremos as diferentes variedades de borboletas 
que Deus criou. Ou de peixes. Ou de flores. O mundo é muito 
melhor com a sua diversidade do que sem ela. Culturas diversas, 
pois, ajustam-se ao padrão divino seguido na criação. 
O Dom Remidor 
Cada cultura ou cada grupo étnico, ou mesmo cada nação, 
entra com a sua contribuição particular, como nenhum outro 
ajuntamento humano poderia fazer. Muitos, seguindo a obra 
pioneira de John Dawson, Reconquiste Sua Cidade Para Deus, 
referem-se a essa característica ímpar da cultura humana como 
um "dom remidor".2 Um dos aspectos cruciais do mapeamento 
espiritual consiste em identificar o dom remidor, ou então, 
conforme outros crentes dizem, o propósito redentor de uma 
cidade, ou nação ou qualquer outro formigueiro humano. De fato, 
essa é a sua parte mais crucial. Em última análise, nosso alvo não 
é desmascarar as fortalezas satânicas, nem expor o ludibrio do 
ocultismo, e nem continuar efetuando o mapeamento espiritual, e 
nem amarrando os principados e as potestades do diabo. Nosso 
alvo é restaurar a glória de Deus quanto a cada detalhe de sua
criação. Conhecer o dom remidor de Deus que provê uma direção 
específica e positiva para as nossas orações e para outras 
atividades da guerra espiritual. 
Nosso alvo consiste em restaurar a glória de Deus em todos 
os detalhes de sua criação. Conhecer o dom remidor de 
Deus provê uma orientação específica e positiva para as 
nossas orações e para outras atividades da guerra 
espiritual. 
Se porventura restar qualquer dúvida se as culturas 
humanas fariam parte do propósito intencional de Deus, isso deve 
ser resolvido pela declaração do apóstolo Paulo, ao falar no 
Areópago de Atenas. Ali, asseverou ele: "...de um só fez toda a 
geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, 
determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua 
habitação" (At 17.26). E qual foi o propósito de Deus ao produzir 
tantos grupos étnicos ou culturas diferentes? "...para que 
buscassem ao Senhor..." (At 17.27). Isso exprime, com toda a 
clareza, um propósito remidor. 
As Más Novas: A Cultura Corrompeu-se 
As boas novas anunciam que as culturas humanas tinham 
por desígnio glorificar a Deus. E as más novas afirmam que, em 
sua maior parte, essas culturas não glorificam a Deus, pois 
Satanás conseguiu corrompê-las. O alvo primário de Satanás é 
impedir que Deus seja glorificado. Ele fez isso desde o princípio, ao 
provocar a queda de Adão e Eva, corrompendo assim a própria 
natureza humana, que fora criada segundo a imagem de Deus. E, 
então, usando multidões de seres humanos depravados, ele tem 
levado avante essa perversa atividade no nível da sociedade como 
um todo. 
Paulo acompanha esse tema em seu sermão no Areópago, 
uma mensagem inteira sobre o que é visível e o que é invisível. Ele 
pregou esse sermão porque "o seu espírito se comovia, em si 
mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria" (At 17.16). Nesse
sermão, Paulo salientou duas formas culturais comuns, com 
grande freqüência usadas para glorificar as forças demoníacas 
tenebrosas: os templos e a arte. Atenas estava cheia de templos e, 
no entanto, "O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo 
Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos 
de homens" (At 17.24). Atenas era famosa por suas obras de arte. 
Não obstante, "...não havemos de cuidar que a divindade seja 
semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra, esculpida por artifício 
e imaginação dos homens" (At 17.29). 
Não há que duvidar que tanto a arquitetura quanto todas as 
demais artes podem glorificar a Deus; e, assim, realmente acontece 
em grande parte desses engenhos da inteligência humana. Mas 
também podem servir de instrumentos prediletos para glorificação 
da criatura, Satanás e suas cortes, e não do Criador. 
Os antropólogos costumam analisar coisas como a 
arquitetura e a arte, bem como o comportamento humano em 
várias culturas. Eles são capazes de distinguir, e com notável 
exatidão, as formas, as funções e os significados dos componentes 
culturais. Mas até mesmo os melhores cientistas sociais só podem 
examinar aquilo que é visível. Para que possam ir mais fundo do 
que isso já se tem de apelar para uma dimensão que é estranha 
para a antropologia cultural — o discernimento de espíritos. A 
antropologia vê a cultura como ela parece ser, ao passo que o 
mapeamento espiritual tenta enxergar a cultura como ela 
realmente é. 
Os primeiros missionários evangélicos, destreinados como 
eram na antropologia cultural, conforme o são os missionários 
contemporâneos, caíam em um equívoco crasso. Quando 
penetravam em outra cultura, sabiam que havia um inimigo 
qualquer, mas concluíam erroneamente que esse inimigo era a 
cultura diferente. Faziam o melhor que estava ao alcance deles, 
mas deixavam para trás muitas coisas de que agora nos 
lamentamos. Hoje compreendemos que nosso inimigo não é 
alguma cultura diferente da nossa, e, sim, Satanás. Nossa tarefa 
central é distinguir onde o invisível corrompeu o visível, e, então, 
cuidar do problema mediante um encontro de poder (2 Co 10.4, 5). 
Nosso alvo é bloquear a obra de Satanás e trazer à tona o 
dom remidor de Deus, e não destruir a cultura de algum povo ou 
nação.
REAFIRMANDO AS CULTURAS NAS AMÉRICAS 
Não é mister algum extraordinário discernimento de espíritos 
para saber que uma das mais poderosas fortalezas do inimigo, na 
sociedade norte-americana, remonta à escravidão, e que, em 
nossos dias, manifesta-se de forma igualmente virulenta por meio 
do racismo. Temos procurado e continuaremos buscando meios e 
modos políticos para vencer essa corrupção da nossa sociedade, 
embora pareça que cada passo para a frente produz um idêntico 
passo para trás. 
A Proclamação da Emancipação, feita por Lincoln, que 
libertou os escravos norte-americanos, em 1863, foi um passo para 
a frente. Mas houve em seguida um passo claro para trás, devido à 
resultante supremacia branca, que desenvolveu padrões 
culturalmente perversos como a "assimilação" (isto é, os negros 
precisavam tornar-se como os brancos, a fim de serem aceitos), ou 
como o slogan enganador, como "a América é um cadinho que 
dissolve tudo" (isto é, todos os cidadãos americanos são iguais). 
Pois misturam uma coisa boa — "todos deveríamos ser cegos para 
a cor da pele" — com uma coisa ruim — "somos cegos para o nosso 
racismo". 
Foram necessários cem anos, até que o Movimento dos 
Direitos Civis da década de 1960 começou a propalar essas idéias. 
Foi então que começamos a descobrir que o negro é bonito, e que 
os negros podem continuar sendo negros e serem bons cidadãos 
norte-americanos. Começamos a valorizar a cultura afro-americana, 
bem como as culturas de nossas outras minorias 
norte-americanas. Esse foi o passo para a frente. Mas o passo para 
trás, que é tão novo que muitos nem ainda se deram conta do que 
está sucedendo, é uma abertura perigosa e um tanto ingênua para 
o paganismo. Aqui é onde ficam diretamente ligados o visível e o 
invisível.
Exagerando a Tolerância 
A tolerância é o contrário da discriminação. No esforço por 
reafirmar o pluralismo cultural, a tolerância torna-se um conceito 
altamente valorizado. Grupos intolerantes, como a Ku Klux Klan, 
são considerados desvios sociais infelizes em nossos dias. Esse é 
um passo para a frente. 
Meu temor é que, quando a tolerância torna-se exagerada, 
pode haver dois passos para trás, e no fim tudo pode acabar pior 
do que no começo. Isso é assim porque, embora as formas visíveis 
da cultura possam ser neutras e mereçam ser toleradas, isso não 
ocorre no caso de todos os poderes espirituais que se postam por 
detrás de certas formas culturais. Salomão descobriu isso quando 
trouxe mulheres de diferentes culturas para o seu harém. As 
mulheres e as artes e artefatos que elas trouxeram de suas 
culturas pagãs eram uma coisa. Os principados e potestades 
demoníacos que vieram com aquelas mulheres eram algo bem 
diferente, o que acabou provocando a queda de Salomão (ver 1 Rs 
11.4-10). O que era invisível veio na esteira do que era visível. 
Em nossos dias, dos bons cidadãos norte-americanos espera-se 
que eles tolerem qualquer coisa, desde estilos de vida próprios 
do homossexualismo até às religiões orientais. Multiculturalismo é 
uma espécie de senha nas universidades. Jornalistas, artistas, 
mestres e juízes precisam ser "politicamente corretos". Mas 
notemos aonde isso nos conduz. Quando a tolerância torna-se 
suprema, a única coisa que não pode ser tolerada é a intolerância. 
O cristianismo, por sua própria natureza, é visto como uma 
religião intolerante, porque reivindica que Deus é absoluto, que a 
sua Palavra é a verdade, que a sua moralidade é normativa, e que 
somente por meio de Jesus Cristo os seres humanos perdidos 
podem recuperar o seu relacionamento pessoal com ele. O 
cristianismo bíblico, pois, está longe de ser considerado politica-mente 
correto. 
Eis a razão pela qual não podemos orar ou ler nossas Bíblias 
ou apor os Dez Mandamentos nas paredes de nossas escolas 
públicas. Esse também é o motivo pelo qual a universidade de 
Washington está requerendo dos líderes da Campus Crusade que 
assinem formulários requerendo que abram seus postos de 
liderança a todos os estudantes, sem importar o credo religioso ou
a orientação sexual destes últimos. Tim Stafford noticiou: "Em 
Stanford, as pessoas podem dizer praticamente qualquer coisa a 
respeito dos homens brancos ou dos fundamentalistas religiosos; 
mas ai daquele indivíduo que disser ou fizer qualquer coisa 
considerada ofensiva para os oprimidos: as mulheres, os 
homossexuais, os incapacitados ou as pessoas de cor".3 
Isso já é ruim por si mesmo, mas o mais alarmante é que tais 
atitudes estão começando a penetrar na corrente principal do 
cristianismo bíblico. Pesquisas recentes, feitas por George Barna, 
têm revelado que somente 23% dos crentes evangélicos e 
regenerados acreditam que existe tal coisa como a verdade 
absoluta!4 Não admira que alguns deles estejam questionando a 
necessidade de um evangelismo agressivo. Para esses, talvez a fé 
em Jesus Cristo, como Salvador e Senhor, na verdade não seja 
assim tão crucial, afinal de contas! 
Quando contemplamos esse fenômeno à luz do que é visível e 
do que é invisível, não estamos jogando nenhum jogo cultural. 
Antes estamos convidando novamente o paganismo para a nossa 
sociedade, à guisa de tolerância. E isso fornece fortalezas para os 
espíritos territoriais invadirem e assumirem o controle da vida de 
nossa sociedade. Isso atrai a demonização da sociedade, bem como 
o desastre final para um grande número de pessoas. 
Que Fazem os Poderes das Trevas? 
Quão perigoso é esse desenvolvimento? Quando as forças 
demoníacas passam a controlar a sociedade, muitas coisas podem 
acontecer. Na América do Norte estamos vendo algumas delas 
começarem a acontecer diante de nossos olhos. Exemplificando: 
1. Podem provocar o ressurgimento do racismo sob formas 
novas e mais violentas. Minorias podem voltar-se contra outras 
minorias, como os conflitos entre os afro-americanos e os coreo-americanos, 
ou entre os hispano-americanos e os afro-americanos. 
2. Podem forçar os sistemas legislativo e judiciário para que 
legalizem supostos direitos de grupos que exercem pressão, sem 
importar quão danificadoras sejam essas causas para a sociedade 
como um todo, a longo prazo. Direitos exagerados dos animais,
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Mapeando Espiritualmente Sua Cidade

  • 1. C. Peter Wagner Derrubando as Fortalezas em Sua Cidade Como usar o mapeamento espiritual para tornar suas orações mais estratégicas, eficazes e com um alvo bem definido. Série Guerreiros da Oração Editora Bompastor Digitalizado por BlacKnight Revisado por SusanaCap PDL & Semeadores da Palavra
  • 2. Sumár io AS FORTALEZAS... INTRODUÇÃO Parte I: OS PRINCÍPIOS 1. VISÃO PANORÂMICA DO MAPEAMENTO ESPIRITUAL 2. O VISÍVEL E O INVISÍVEL 3. TRATANDO COM AS FORTALEZAS 4. MAPEAMENTO ESPIRITUAL PARA ORAÇÃO DE AÇÃO PROFÉTICA Parte II: A PRÁTICA 5. DERROTANDO O INIMIGO COM A AJUDA DO MAPEAMENTO ESPIRITUAL 6. PASSOS PRÁTICOS PARA LIBERTAR UMA COMUNIDADE 7. EVANGELIZANDO UMA CIDADE DEDICADA ÀS TREVAS Parte III: APLICAÇÃO 8. MAPEANDO E DISCERNINDO SEATTLE, WASHINGTON 9. MAPEANDO A SUA COMUNIDADE
  • 3. AS FORTALEZAS... Dizem que, durante a Guerra do Golfo Pérsico, Saddam Hussein lançava os seus foguetes Scud, e então, ficava ouvindo o programa da Televisão CNN para descobrir se eles haviam acertado o alvo. Os aliados, por sua vez, atacavam com bombas dotadas de pontaria infalível, que apontavam exatamente para as chaminés ou janelas que deveriam atingir. Acredito que é tempo dos crentes começarem a orar com uma pontaria infalível. Este livro desvenda as astúcias do diabo, e desvenda os alvos de oração que forçarão o inimigo a liberar milhões de almas perdidas, atualmente mantidas em cativeiro. Sinto-me vibrante porque Deus nos deu uma maravilhosa arma nova para entrarmos em uma guerra espiritual eficaz! C. Peter Wagner INTRODUÇÃO Por C. Peter Wagner Esta é uma daquelas Introduções que você faria bem em ler, antes de continuar lendo o resto deste volume! O mapeamento espiritual é uma questão tão recente, que poucos que tomarem este livro para lê-lo terão muito pano-de-fundo em sua mente que lhes prepare o caminho. Mas para aqueles que já estiverem bem informados sobre a guerra espiritual em nível estratégico, isso não será tão difícil, visto que já terá sido estabelecido um paradigma mental. Para outras pessoas, no entanto, este livro servirá de ponto de sintonia, quanto àquilo que considero uma das coisas mais importantes que o Espírito Santo está dizendo às igrejas, nesta década de 1990; e esta introdução será extremamente útil quanto a esse processo.
  • 4. APARECIMENTO DO MAPEAMENTO ESPIRITUAL Pessoalmente, eu nunca tinha ouvido a expressão "mapeamento espiritual" nas décadas de 1970 ou 1980. Mas tão recentemente quanto o ano de 1990, em uma reunião de uma pequena organização chamada de Spiritual Warfare Network, ouvi o pastor Dick Bernal, do Jubilee Christian Center, dizer como os líderes e intercessores de sua igreja tinham tentado identificar os principados espirituais das diferentes cidades e da região em torno da área da baía de São Francisco. Outros participantes da reunião questionaram a sabedoria de fazer-se tal coisa, resultando daí uma vívida discussão. Suponho que alguém já estivesse usando o termo, antes daquela ocasião, mas, pelo menos para mim, aquela foi a primeira vez que ouvi falar em tal conceito. Seguiu-se uma rápida sucessão de eventos, e o desfecho foi que a Spiritual Warfare Network tornou-se parte integrante da United Prayer Track, um ramo do A.D. 2000 Movement. O A.D. 2000 Movement foi levantado por Deus, como a principal força catalisadora das múltiplas igrejas, agências, ministérios e denominações ao redor do mundo, tendo em vista um esforço conjunto que visa completar a tarefa da evangelização do mundo, pelo menos, tanto quanto possível, aí pelo ano 2000. Essa é uma organização formada por pessoas comuns, e suas atividades foram delegadas a dez teias de recursos separadas. Minha atual responsabilidade é dirigir a A.D. 2000 United Prayer Track, que está edificando uma base global de oração, que dê respaldo aos esforços de todos os demais ramos do movimento de evangelismo como um todo. A unidade mais proeminente, dentro da United Prayer Track é a Divisão de Mapeamento Espiritual, liderada por George Otis, Jr., co-coordenador da Prayer Track. O estabelecimento dessa divisão tem elevado o perfil desse novo campo de ministério, a fim de atingir dimensões mundiais. Nós, do A.D. 2000 Movement, não estamos mais discutindo se deveríamos fazer mapeamento espiritual. Agora estamos concentrando as nossas energias sobre como fazer bem esse mapeamento.
  • 5. Filtrando as Divisões Não é nenhum segredo que a intercessão, a guerra espiritual, o manuseio das forças demoníacas e, ultimamente, o mapeamento espiritual tendem por atrair uma quantidade além do normal do espírito de divisão. Os autores deste livro, a Spiritual Warfare Network, a United Prayer Track, a Spiritual Mapping Division e o A.D. 2000 Movement levam a sério a sua responsabilidade de filtrarem o espírito de divisão tanto quanto possível, fazendo isso mediante a organização de um sistema de prestação de contas, o que nos ajuda a nos resguardarmos de apelas para o espírito de divisão. Estamos nos esforçando por lançar alicerces para um ministério bíblico, teológico e pastoralmente sensível, para que seja feito um mapeamento espiritual dotado das qualidades da excelência e da integridade. É provável que nós mesmos cheguemos a cair em equívocos; mas esperamos que, quando assim venha a acontecer, logo possamos notá-los, a fim de podermos corrigi-los prontamente. QUAL A RAZÃO DESTE LIVRO? Dentro de cinco anos, ou mesmo dentro de dois anos, após este livro haver sido escrito, certamente saberemos mais sobre o mapeamento espiritual do que sabemos atualmente. Não obstante, na providência divina, ele tem levantado um grupo de pessoas, por enquanto bastante pequeno ainda, provenientes de muitos lugares do mundo, que na verdade vem fazendo mapeamento espiritual faz mais de vinte anos, o que significa que têm podido acumular considerável experiência nesse campo. Acredito que, mais do que qualquer outro livro que já escrevi, este tem emergido da orientação imediata de Deus. Eu tinha planejado escrever uma série de três volumes sobre a oração, a começar por dois deles, com os títulos Oração de Guerra e Escudo de Oração, ambos os quais seriam publicados pela editora Regal Books. O terceiro volume deveria ser um livro acerca da oração no que tange à igreja local. Todos os três volumes visam ao propósito de ver que uma oração estratégica, dotada de alvos definidos, contribua para a aceleração da evangelização do mundo. Deus,
  • 6. entretanto, me fez interromper a seqüência, e senti fortemente que eu devia preparar em seguida este volume que versa sobre o mapeamento espiritual, porquanto Deus queria que os líderes das igrejas locais contassem com um guia prático para implementar o que o Espírito está dizendo, no presente, acerca do mapeamento espiritual. Quando comecei a apresentar a objeção de que eu não sabia o suficiente sobre o mapeamento espiritual para escrever o livro inteiro, Deus pareceu tornar-se mais específico. Lembro-me claramente de que, em um período de oração, em um hotel em que eu estava hospedado, em Portland, estado do Oregon, senti poderosa unção da parte do Senhor, e, em menos de quarenta e cinco minutos, eu já havia anotado, em meu bloco de papéis amarelos, o esboço básico do livro que o leitor tem agora nas mãos. Sem dúvida alguma, outros líderes evangélicos do mundo poderiam igualar os discernimentos e a sabedoria desses autores; mas duvido que muitos conseguiriam ultrapassá-los. Aqueles que contribuíram para este volume procedem dos Estados Unidos da América, da Suécia, da Guatemala e da Argentina. Cada um deles iniciou-se no mapeamento espiritual sem qualquer treinamento prévio e sem ter entrado em contato com outros que estavam fazendo a mesma coisa. Mas atualmente comunicam-se uns com os outros através da Spiritual Warfare Network, e estão todos admirados e agradecidos de que, durante anos, eles tenham recebido, individualmente, instruções similares da parte do Senhor. CONHEÇA OS AUTORES CONTRIBUINTES Em que consiste o mapeamento espiritual? Vários de nossos pensadores têm oferecido as suas respectivas definições, todas as quais se reforçam e complementam umas às outras. A definição condensada e não-técnica é a seguinte: Uma tentativa para ver nossa (preencher neste espaço a região a ser mapeada) como ela realmente é, e não como parece ser. Essa definição foi dada por George Otis Jr., o qual, por meio de suas obras como The Last of the Giants (Chosen Books) e seu ministério mundial com o The Sentinel Group e o A.D. 2000 United Prayer Track, é considerado por muitos, inclusive por mim mesmo, como o principal líder evangélico neste campo. Fiquei deleitado quando George
  • 7. concordou em contribuir com o primeiro capítulo deste livro, provendo uma visão panorâmica do mapeamento espiritual em geral. Na qualidade de fundadora e presidente da Generals of Intercession, Cindy Jacobs sobressai-se tanto no ensino quanto na guerra espiritual em nível estratégico, liderando pastores e intercessores para que ponham em prática, na realidade, essa atividade no campo. O capítulo escrito por ela sobre as fortalezas haverá de esclarecer muitas perguntas que, com freqüência, são apresentadas. O livro de Cindy, Possuindo as Portas do Inimigo (Editora Atos), é um iluminador manual de treinamento que visa a uma intercessão militante, e tem sido altamente aclamado. Kjell (pronuncia-se "Xel") Sjöberg é conhecido por causa de seu ministério de intercessão espiritual em nível estratégico, orações de ação profética e mapeamento espiritual. Ele vem trabalhando nesse campo por mais tempo do que quaisquer outros autores. Seu livro, intitulado Winning the Prayer War (Sovereign World), tem arado o terreno à nossa frente, nesse campo. Até onde sei das coisas, ninguém havia relacionado o mapeamento espiritual com a oração de ação profética, com o discernimento e a experiência prática que Kjell nos apresenta em seu capítulo. Juntamente com o meu capítulo sobre "O Visível e o Invisível", que considero um dos mais importantes ensaios que tenho escrito em anos recentes, esse grupo provê a seção de "Princípios" deste volume. Para a seção "Prática" escolhi três praticantes de três nações diferentes, cada um dos quais está profundamente engajado no mapeamento espiritual, e cada um começou as suas atividades virtualmente sem qualquer ajuda, instrução ou modelo que pudesse seguir. A Seção Prática Haroldo Caballeros, o pastor da Igreja El Shaddai, da Guatemala, que atualmente tem como membros ativos o presidente da Guatemala e seus familiares, é o primeiro pastor em cujos estudos pessoais descobri mais compêndios sobre arqueologia do que comentários sobre a epístola aos Romanos. Não que Haroldo negligencie uma exposição bíblica suficientemente
  • 8. informada, em seu ministério pastoral, mas é que ele leva muito a sério a necessidade de compreender as forças espirituais que têm moldado a sua comunidade, desde os dias do império maia. O capítulo por ele escrito levará o leitor diretamente ao cerne da questão. Bob Beckett talvez tenha sido capaz de monitorar mais de perto do que qualquer dos outros autores os resultados reais do mapeamento espiritual e da guerra espiritual em nível estratégico, em sua igreja local, chamada The Dwelling Place Family Church, e em sua comunidade de Hemet, estado da Califórnia. Ao ensinar meu curso sobre esse assunto, no Seminário Teológico Fuller, sempre peço que Bob apresente uma preleção sobre mapeamento espiritual e, então, levo toda a classe a Hemet para fazer um mapeamento espiritual ao vivo, para que Bob dirija esse mapeamento. Quando você estiver lendo o capítulo escrito por ele, obterá um bom vislumbre daquilo que os alunos do Seminário Teológico Fuller estão aprendendo com a ajuda de Bob Beckett. Não consideramos que o mapeamento espiritual seja uma finalidade em si mesma. Mas vemos uma relação de causa e efeito entre a fidelidade do povo de Deus à oração e a vinda do seu Reino. Menciono Víctor Lorenzo com freqüência, em meu livro, Ora-ção de Guerra (Editora Bompastor), porque a Argentina tem emer-gido como o nosso principal laboratório de campo para submeter a teste a guerra espiritual em nível estratégico e porque Víctor tem sido um dos principais personagens nesse processo. Conforme ele explicou, ele tem trabalhado muito lado a lado com Cindy Jacobs. Dentre todos os autores, Víctor é o que tem descoberto maior número de informações sobre as forças do inimigo em dada cidade, incluindo a descoberta dos nomes próprios de alguns dos espíritos territoriais. Os resultados, no campo do evangelismo, têm sido gratificantes.
  • 9. A Aplicação Adicionamos a seção final, intitulada "Aplicação", para ajudar a responder uma das mais freqüentes indagações que me são dirigidas: Como é que um pastor de Pumphandle, estado de Nebraska, que não é um Kjel Sjöberg ou uma Cindy Jacobs, pode ficar preparando mapeamento espiritual? Mark McGregor ajusta-se a essa descrição. Ele é um crente dedicado, embora nunca tenha sido consagrado ao ministério, um programador de computador que trabalha por tempo integral, e que deseja servir ao Senhor ao máximo de suas potencialidades. Ele é o único contribuinte para este volume que não está afiliado à Spiritual Warfare Network. A fim de mapear a sua cidade de Seattle, ele simplesmente tomou a lista de perguntas que aparece no livro de John Dawson, Reconquiste Sua Cidade Para Deus (Editora Betânia), e escavou os informes necessários consultando livros e outros recursos disponíveis para o público, como bibliotecas, prefeituras ou sociedades históricas. Não estamos dizendo isto para diminuir Mark, mas se ele pôde fazer isso, você também poderá fazê-lo. Leia o capítulo escrito por ele para obter a idéia geral do tipo de informações que se fazem necessárias. O simples recolhimento de informes é um passo essencial, embora ainda não seja suficiente. É nessa altura que pessoas dotadas de dons espirituais específicos, experiência e maturidade, precisam entrar. Uma dessas pessoas é Bev Klopp, que há anos é reconhecida como uma intercessora e membro da equipe de intercessores da Spiritual Warfare Network. Usando o dom de discernimento de espíritos que ela recebeu, juntamente com anos de experiência no campo da oração em favor de Seattle, Bev provê um modelo de interpretação de informes e de identificação de alvos. Quando você estiver pronto para passar do recolhimento de informes para o campo de batalha, certifique-se de que conta com alguns crentes como Bev Klopp em sua equipe. No capítulo anterior, respiguei informes daquilo que outros têm dito neste livro, reunindo um instrumento de mapeamento espiritual que pudemos sugerir, e que alguns leitores poderão sentir ser útil, ao entrarem nessa produtiva área do ministério.
  • 10. QUÃO ÚTIL É O MAPEAMENTO ESPIRITUAL? Conforme têm salientado diversos dos nossos contribuintes, não consideramos o mapeamento espiritual como uma finalidade em si mesma No entanto, cremos que é desejo de Deus que oremos: "Venha o teu reino; seja feita a tua vontade" (Mt 6.10). Também podemos ver uma relação de causa e efeito entre a fidelidade do povo de Deus à oração e a vinda do seu Reino. Quando a vontade de Deus está sendo feita na terra, vemos pessoas perdidas serem salvas; pessoas enfermas serem curadas; pessoas empobrecidas receberem o essencial para a vida secular; o fim de guerras, contendas e derramamento de sangue; pessoas oprimidas que são libertadas; governos justos serem levantados; práticas justas e equitativas no mundo dos negócios; harmonia entre as raças — para mencionarmos apenas alguns desses benefícios. Muitos líderes evangélicos sentem que, até agora, o ministério de oração em nossas igrejas não tem sido da variedade mais poderosa. Aprecio a maneira como George Otis, Jr. exprimiu essa idéia: Embora a oração seja reconhecida rotineiramente como um importante componente dos esforços globais de evangelização, tais expressões, no mais das vezes, são mais um produto de hábitos religiosos adquiridos do que reflexões com base em convicções genuínas. Tal como outros povos religiosos ao redor do globo, oramos porque hesitamos em embarcar em empreendimentos significativos sem primeiro prestar honras à nossa divindade familiar. Se Deus responderá ou não às nossas petições específicas é algo de menor importância para nós do que garantir que não o temos ofendido ao deixarmos de informá-lo sobre as nossas intenções. Nesse sentido, a oração é mais supersticiosa e profilática do que sobrenatural e procriadora.1 Conforme disse Bob Beckett em seu capítulo, grande parte de nossas orações tem-se parecido com o lançamento dos foguetes Scud, por parte de Saddam Hussein. Ele fazia bem pouca idéia de quais seriam os seus alvos, pelo que os efeitos de seus foguetes
  • 11. deixaram muito a desejar. Aqueles que oram a fim de livrar as pessoas da opressão demoníaca têm aprendido, desde muito tempo atrás, falando em sentido bem geral, que os resultados são bem melhores quando os espíritos malignos são identificados e especificamente ordenados para deixarem as suas vítimas no nome de Jesus, em vez de ministrarem com uma vaga oração como: "Senhor, se há quaisquer espíritos, ordenamos que todos eles saiam em teu nome". Suspeitamos que outro tanto sucede quando oramos pelo livramento de bairros, cidades ou nações. O mapeamento espiritual é apenas uma ferramenta que nos permite sermos mais específicos e, esperançosamente, mais poderosos em nossas orações pelas nossas comunidades. Escreveu George Otis, Jr.: "Aqueles que dedicam tempo tanto para falarem com Deus quanto para lhe darem ouvidos, antes de se aventurarem em seus respectivos ministérios, não somente achar-se-ão no lugar certo e no tempo certo, mas também saberão o que fazer quando chegarem ali".2 Aqueles dentre nós que estão desenvolvendo o tema do mapeamento espiritual estão procurando aumentar a nossa capacidade de dar ouvidos a Deus e de nos comunicarmos uns com os outros sobre o que estamos ouvindo, com toda a exatidão possível. O MAPEAMENTO ESPIRITUAL É BÍBLICO? Vários dos autores que contribuíram para este volume reportaram-se à questão da base bíblica do mapeamento espiritual. Não é meu propósito reiterar aqui os argumentos deles, mas apenas dizer que todos nós, que temos contribuído para este livro, vemo-nos como crentes bíblicos, e nenhum de nós ao menos consideraria recomendar alguma área do ministério ao Corpo de Cristo, se não estivesse plenamente convencido de que está ensinando de acordo com a vontade de Deus, de um modo que não viole qualquer verdade bíblica. Estamos pessoalmente convencidos de que o mapeamento espiritual é um procedimento bíblico, pelo que estamos ensinando com base nessa premissa. Ao mesmo tempo, não ignoramos o fato de que há outros irmãos e irmãs em Cristo, da mais alta integridade, que discordam de nós. Vários deles têm publicado recentemente essas noções contrárias em livros e artigos. Agradecemos a Deus por nossos bem informados
  • 12. críticos e os abençoamos. Em primeiro lugar, eles têm conseguido perceber alguns erros nossos, sob a forma de declarações equivocadas ou exageros, e agora estamos no processo de corrigi-los. Ademais, sentimos que até mesmo os nossos críticos menos informados nos forçam a permanecer de olhos bem abertos e nos ajudam a aguçar aquilo que temos a dizer e o que temos a fazer. Mas em caso nenhum temos o desejo de entrar em uma polêmica e nem tentamos refutar os nossos críticos. Não nos inclinamos a dar a impressão de que nós somos bons, fazendo os nossos irmãos e irmãs em Cristo parecerem maus, razão pela qual o leitor não encontrará tal atitude neste livro. Estamos plenamente cônscios do fato de que o mapeamento espiritual, juntamente com a guerra espiritual em nível estratégico, são inovações relativamente recentes que estão sendo introduzidas no Corpo de Cristo. Mas sucede que sentimos que estamos sendo impelidos pelo Espírito Santo. Mesmo assim, contudo, leis científicas sociais do conhecimento de todos, que cercam as questões da difusão e da inovação, inexoravelmente estão entrando em efeito. Qualquer inovação, mui tipicamente, atrai alguns primeiros seguidores, depois seguidores secundários e, finalmente, seguidores tardios. Em muitos casos, alguns recusam-se a adotar a inovação, conforme fica demonstrado pela existência da Sociedade Internacional da Terra Chata. O mapeamento espiritual, no momento, acha-se no estágio dos primeiros seguidores, sendo esse o estágio, conforme já seria de esperar, que estimula a controvérsia mais acesa. A reação nervosa dos crentes, quando se opõem a qualquer inovação, consiste em dizer: "Isso não é bíblico", conforme sucedeu quando surgiu a Escola Dominical, e conforme fizeram alguns, quando se começou a falar sobre a abolição da escravatura. Exemplos Bíblicos e Arqueológicos Um exemplo de mapeamento espiritual pode ser visto em Ezequiel 4.1-3, onde Deus instruiu Ezequiel a preparar um mapa tosco da cidade de Jerusalém, em uma tabuleta de argila, e, então, lhe disse: "a cercarás". Como é óbvio, isso refere-se à guerra espiritual, e não à guerra convencional.
  • 13. Menciono isso porque algumas pesquisas têm trazido à tona o que é considerado pelos arqueólogos como o primeiro mapa conhe-cido de uma cidade, a cidade de Nipur, o antigo centro cultural da Suméria. Acha-se em uma tabuleta de argila admiravelmente con-servada, sem dúvida similar àquela que foi usada por Ezequiel. Os traços do mapa, desenhados por volta de 1500 A.C., constituem o que hoje chamaríamos de mapeamento espiritual. No centro da ci-dade está escrito "o lugar de Enlil. E também está escrito que na cidade "reside o deus do ar, Enlil, a principal divindade de panteão da Suméria".3 Poderíamos identificá-lo como o espírito territorial que dominava a Suméria. Outros edifícios que aparecem nesse antigo mapa incluem Ekur, o mais renomado templo sumeriano; o Kagal Nanna, ou seja, o portão de Nanna, o deus-lua da Suméria; o Kagal Nergal, ou portão de Nergal, que era considerado rei do submundo e marido da deusa Ereshkigal; o Eshmah, ou "Santuário Sublime", que ficava nas periferias da cidade, além de muitos outros.4 Mais um fato interessante. No capítulo escrito por Víctor Lorenzo, o leitor verá que parte do desígnio maligno e oculto da cidade argentina de La Plata envolvia quebrar, intencionalmente, o usual padrão latino-americano, em que as ruas apontam nas direções dos pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. A mesma coisa acontecia em Nipur! O assiriologista Samuel Kramer observou: "O mapa não estava orientado nas direções norte e sul, porém, mais ou menos em ângulos de quarenta e cinco graus".5 Ao que tudo indica, há alguns precedentes históricos quanto ao mapeamento espiritual. Isso Glorifica a Satanás? Desmascarar as astúcias de Satanás pode tornar-se algo tão fascinante que podemos começar a enfocar a nossa atenção sobre o inimigo, e não sobre Deus. Isso deve ser evitado a todo custo. Se não evitarmos essa armadilha, cairemos nas mãos do inimigo. O principal propósito da existência de Satanás é impedir que Deus seja glorificado, e o motivo do diabo para tanto é que ele quer que a glória reverta para ele. Se ele puder, haverá de querer enganar os
  • 14. servos de Deus, fazendo-os desviarem-se para atividades que terminam por exaltar a criatura, e não o Criador. Cada um dos escritores que contribuíram para este livro é um crente espiritual e suficientemente maduro no terreno da guerra espiritual prática, ao ponto de reconhecer plenamente os desejos de Satanás, não lhe satisfazendo os desejos. Eles concordam que a reação diante de tal perigo não deve ser retroceder e deixar o campo de batalha nas mãos de Satanás. A reação deve ser avançar tão agressivamente quanto for possível, a fim de descobrir os desejos, as estratégias, as técnicas e as armas de Satanás. As pesquisas que nos estão ajudando a fazer isso não visam glorificar a Satanás, tal como as pesquisas acerca do câncer não visam glorificar o câncer. Mas quanto mais ficamos sabendo sobre a natureza, as causas, as características e os efeitos do câncer, mais preparados estaremos para erradicá-lo. Anos atrás, para exemplificar, as pesquisas sobre a varíola desmascararam muito de nossa ignorância acerca dessa doença, e, como resultado disso, milhões e milhões de vidas humanas foram salvas. E a varíola não foi glorificada; antes, foi derrotada. Ainda há o perigo maior do que o de glorificar o inimigo, que é o perigo de ser ignorante sobre o inimigo. Gosto da maneira como William Kumuyi, o coordenador africano do A.D. 2000 Movement, e um dos líderes da Spiritual Warfare Network coloca a questão: "Por muitas vezes o Adversário tira vantagem de nossa ignorância. Se estivermos combatendo contra um inimigo invisível que está re-solvido a destruir-nos e não nos mostrarmos vigilantes, ou nem ao menos nos dermos conta de que está havendo um conflito, então o Adversário tirará proveito dessa nossa ignorância e nos derrotará ainda no meio da batalha".6 C. S. Lewis não escreveu Cartas do Coisa-Ruim a fim de glori-ficar a Satanás ou aos demônios, como aquele de nome Absinto, mas antes, para fornecer-nos instrumentos que nos capacitem a combater melhor os demônios, em nome de Jesus. Livros como este, que versa sobre o mapeamento espiritual, têm por desígnio o mesmo propósito.
  • 15. NEM TODOS SÃO CHAMADOS À LINHA DE FRENTE É apenas natural que alguém, ao ler um livro como este, venha a observar: "Quero ser como Haroldo Caballeros", ou então: "Quero ser como Bob Beckett". Nada há de errado em desejar fazer as coisas que esses crentes fazem, contanto que Deus nos chame para isso. A verdade, porém, é que Deus não chama todos os crentes para a linha de frente da guerra espiritual, tal como ele não chama todos os crentes para serem evangelistas públicos ou missionários transculturais. Para exemplificar, somente uma minúscula porcentagem daqueles que se alistam na Força Aérea realmente voam nos aviões de combate ou mesmo fazem parte de sua tripulação. Outro tanto aplica-se no caso da guerra espiritual. A Igreja inteira é um exército, e está em meio a uma guerra espiritual. Todos os crentes deveriam entoar o hino "Avante, Solda-dos Cristãos". Mas nem todos os que estão no exército são enviados à linha de combate. Aqueles que estão na linha de frente precisam daqueles que ficam na retaguarda, e aqueles que ficam na retaguarda precisam daqueles que avançam para a linha de frente. A LEI DA GUERRA Quando os filhos de Israel estavam se preparando para conquistar a Terra Prometia, Deus baixou a lei da guerra. Essa lei é muito importante para nós, hoje em dia, quando percebemos que Deus estava preparando os israelitas para a guerra espiritual, e não apenas para uma guerra convencional. Qual exército convencional já conseguiu conquistar e invadir uma cidade marchando ao redor dela por um determinado número de vezes e tocando trombetas feitas de chifres? Acredito que essas leis da guerra, registradas no capítulo vinte de Deuteronômio, são válidas para os nossos próprios dias. Várias categorias inteiras de homens adultos e vigorosos, que em tudo o mais poderiam ter sido considerados guerreiros do exército de Josué, foram excluídos da linha de frente. Aqueles que tivessem acabado de construir uma casa podiam voltar para casa. Aqueles que tivessem plantado uma nova vinha também deveriam
  • 16. retornar. E aqueles que tivessem ficado noivos, embora não se tivessem ainda casado, também estavam dispensados. Algum raciocínio acha-se por detrás de cada uma dessas exclusões, no texto sagrado. Mas também ficou escrito que estaria dispensado todo homem "medroso e de coração tímido" (Dt 20.8). É deveras significativo, em minha opinião, que não ficou registrada qualquer nota de repreensão ou de desapontamento quanto a esses homens. Ao que parece, o lugar que cabia a eles era em casa, e não nos campos de batalha. Essa mesma lei da guerra foi aplicada posteriormente no caso de Gideão. Gideão começou com trinta e dois mil guerreiros em potencial. Desses, vinte e dois mil mostraram ser medrosos, e foram encorajados a voltar para casa. Então, dentre dez mil que de outro modo teriam sido elegíveis, Deus escolheu trezentos. Esses trezentos não eram os maiores, os mais fortes, os mais jovens, os corredores mais velozes, os mais experientes, os melhores espadachins e, nem mesmo, os mais corajosos. A maneira toda sua, soberanamente, Deus chamou trezentos para que fossem, e chamou nove mil e setecentos para que não fossem. É dessa maneira que o Corpo de Cristo deve funcionar. Deus dá dons e chama somente a alguns para serem evangelistas públicos e para pregarem o evangelho às multidões, postados em plataformas. Deus chama somente alguns poucos para deixarem seus lares e famílias, para irem como missionários a algum país estrangeiro e para alguma cultura diferente. Mas esses precisam dos outros crentes que não sobem em plataformas e nem vão a outros países, para que lhes dêem apoio em todos os sentidos. E nós precisamos deles. O olho não pode dizer à mão: "Não tenho necessidade de ti" (1 Co 12.21). O coração de cada autor que contribuiu para este livro pulsa para que o mundo venha a crer; para que multidões de homens e de mulheres perdidos sejam libertados da negra opressão do inimigo e sejam atraídos pelo Espírito Santo para a gloriosa luz do evangelho de Cristo. Juntamo-nos a Jesus para orar para que o Corpo de Cristo seja um só no Espírito.
  • 17. ORANDO PELA UNIDADE ESPIRITUAL Estamos acostumados a ver a atuação dos evangelistas públicos e dos missionários transculturais. Mas também podemos aplicar os mesmos princípios e modos de proceder quando nos empenhamos na guerra espiritual? Deus chama alguns crentes para irem até à linha de frente, ao passo que outros crentes ficam fazendo outras coisas. Aqueles que vão não deveriam pensar que são mais espirituais ou mais favorecidos por Deus do que aqueles que não vão. Aqueles que permanecem em casa não devem criticar aqueles que Deus chama para irem à frente de guerra. Antes, deve haver afirmação mútua e apoio de todos os tipos. Disse o rei Davi: "Porque, qual é a parte dos que desceram à peleja, tal será a parte dos que ficaram com a bagagem; receberão partes iguais" (1 Sm 30.24). Quando a batalha é ganha, todos se beneficiam com a vitória — tanto os que foram até à linha de combate quanto aqueles que ficaram em casa, tomando conta das bases. Estou salientando esse particular porque penso que Satanás gostaria muitíssimo de usar este livro para produzir divisões no seio do Corpo de Jesus. Jesus orou ao Pai nestes termos: "...para que todos sejam um... para que o mundo creia que tu me enviaste" (Jo 17.21). O coração de cada autor que contribuiu para este livro pulsa para que o mundo venha a crer; para que multidões de homens e de mulheres perdidos sejam libertados da negra opressão do inimigo e sejam atraídos pelo Espírito Santo para a gloriosa luz do evangelho de Cristo. Para que possamos ver isso suceder, temos de aliar-nos a Jesus, orando para que o Corpo de Cristo seja um só no Espírito. MANTENDO O ENFOQUE Sei por experiência própria que o assunto do mapeamento espiritual pode ser tão fascinante que alguns podem cair no ardil de pensar que essa atividade é um fim em si mesmo. Ou então, pior ainda, alguns poderão pensar que não se pode mais evangelizar, prestar socorro e desenvolvimento, ou realizar
  • 18. qualquer outra forma de ministério, se não houver mapeamento espiritual prévio. O mapeamento espiritual não é uma finalidade em si mesmo e nem é um requisito indispensável para o ministério do evangelho. Mas deve ser visto apenas como outra ferramenta que nos ajuda em nossa tarefa da evangelização mundial. Exemplos de irrompimentos dramáticos abundam em lugares de trevas, como o Nepal, a Algéria ou a Mongólia, sem a ajuda do mapeamento espiritual. Entretanto, naquelas circunstâncias em que o mapeamento espiritual é possível, e quando ele é feito sob a unção do Espírito Santo, o potencial está presente para que haja avanços sem precedentes do Reino de Deus. Meu apelo é que quando você estiver lendo este livro, não desvie a atenção do enfoque central. O nosso propósito final é a glória de Deus por intermédio de Jesus Cristo, que é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. A nossa tarefa consiste em contribuir para que a glória do Senhor espalhe-se por toda nação, tribo, língua e povo na face da terra. Notas 1. OTIS, JR., George, em um documento descritivo que introduziu o artigo "Operation Second Chance", 1992, s. p. 2. Idem, ibidem. 3. KRAMER, Samuel Noah. From the Tablets of Sumer. Indian Hills, CO, The Falcon's Wing Press, 1956. p. 271. 4. Idem, ibidem, p. 272-3. 5. Idem, ibidem, p. 272. 6. KUMUYI, W. F. The Key to Revival and Church Growth. Laos, Nigéria, Zoe Publishing Company, 1988. p. 25. Parte I:
  • 19. OS PRINCÍPIOS 1. VISÃO PANORÂMICA DO MAPEAMENTO ESPIRITUAL Por George Otis, Jr. George Otis, Jr. é o fundador e presidente do Sentinel Group, que organiza colheitas de oração globais e mapeamentos espirituais de alto nível. Ex-missionário da JOCUM - Jovens com Uma Missão, ele também serviu por muitos anos como um dos associados da Lausanne Committee for World Evangelization. Atualmente, George atua como coordenador, juntamente com Peter Wagner, do A.D. 2000 Movement United Prayer Track, onde encabeça a divisão do Mapeamento Espiritual. Seu livro, The Last of the Giants (Chosen), tem sido largamente aclamado como um ousado esforço pioneiro no campo do mapeamento espiritual. Em dezembro de 1992, encontrei um marco pessoal significativo — o vigésimo aniversário de meu envolvimento com missões nas fronteiras. Tal como se dá com todos os eventos delineadores, a ocasião foi motivo de celebração e reflexão. Foi um tempo de regozijo devido à fidelidade de Deus, embora também um ensejo para contemplarmos o quão radicalmente o mundo e os campos missionários mudaram durante as duas últimas incríveis décadas. A Igreja está enfrentando, no momento, dois desafios externos substanciais, que tentam embargar a sua contínua expansão: "o entrincheiramento demoníaco" e "o adiantado da hora".
  • 20. O progresso do evangelismo, desde os começos da década de 1970 até hoje, tem sido simplesmente espantoso. Em adição aos grande movimentos de Deus na Argentina, na Rússia, na Indonésia, na Guatemala, no Brasil, na Nigéria, na Índia, na China, na Coréia do Sul e nas ilhas Filipinas, também têm ocorrido desenvolvimentos notáveis em lugares tão inesperados como o Afeganistão, o Nepal, o Irã, a Mongólia e a Arábia Saudita. A implantação bem-sucedida de igrejas nas ilhas do oceano Pacífico, na África e na América Latina tem reduzido o território-alvo do esforço evangelístico mais concentrado a uma tira de território que vai dos 10 aos 40 graus de latitude norte, e que percorre o Norte da África e a Ásia, conhecido como "a Janela 10/40". UMA VIAGEM POR CEM NAÇÕES Nestes últimos vinte anos, tive o privilégio de contemplar grande parte desse processo evangelístico sobre uma base pessoal e in loco. Papéis de liderança em várias missões e movimentos têm-me proporcionado a oportunidade de viajar e ministrar em quase cem nações do mundo — uma jornada que me tem levado a centros de detenção da KGB russa, às inseguras e sangrentas ruas de Beirute e aos mosteiros infestados de demônios do Himalaia. Essa íntima e tão ampla jornada também me tem levado a concluir que o progresso da evangelização, nas últimas décadas, dificilmente prosseguirá em ritmo igual nas próximas décadas a menos que os crentes familiarizem-se melhor com os princípios da guerra espiritual. Pois se a tarefa restante de evangelização mundial haverá de diminuir quanto à área (pelo menos no que tange a territórios e estatísticas sobre grupos étnicos), também tornar-se-á um desafio cada vez mais intenso. Nos últimos poucos anos, os intercessores e os evangelistas que procuram trabalhar dentro da janela da região de 10/40 graus de latitude norte têm-se encontrado face a face com algumas das mais formidáveis fortalezas espirituais da terra. A Igreja está enfrentando, no momento, dois desafios externos substanciais, que tentam embargar a sua contínua expansão: "o entrincheiramento demoníaco" e "o adiantado da hora".
  • 21. Embora dificilmente seja sem igual o entrincheiramento dos demônios — pois os hebreus encontraram o fenômeno tanto no Egito quanto na Babilônia, ao passo que o apóstolo Paulo encontrou-o em Éfeso — precisamos considerar que agora estamos vários séculos mais avançados na história do que eles. Em alguns lugares do mundo atual, notavelmente na Ásia, os pactos demoníacos têm sido servidos continuamente desde os dias pós-diluvianos, e a luz espiritual é ali quase imperceptível em nossa própria época. Em adição a isso, também devemos considerar a hora em que estamos vivendo. No livro de Apocalipse, Deus advertiu como segue os habitantes da terra e do mar: "Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o Diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo" (Ap 12.12). Relatos reiterados e crescentes de incursões do evangelho em suas fortalezas, erodidas pela oração, têm feito o inimigo perceber que a hora que ele vinha temendo há muito está chegando sobre ele. Evidências a esse respeito são providas na crescente incidência de sinais e prodígios demoníacos, além de contra-ataques cada vez mais constantes contra aqueles que estão tentando sondar ou escapar de seu covil. Em suma, os guerreiros evangélicos, no fim do século XX, podem esperar enfrentar desafios, no campo de batalha espiritual, que não têm igual quanto ao tipo e à magnitude. Os métodos comuns de discernimento e de resposta a esses desafios não conseguirão mais resolver o problema. Conforme escrevi no meu livro recente, The Last of the Giants (Chosen Books), se tivermos de vencer com sucesso as obras do inimigo, "Temos de aprender a ver o mundo conforme ele realmente é, e não como parece ser". DEFINIÇÕES E PRESSUPOSTOS Em 1990, cunhei uma nova expressão para essa nova maneira de ver as coisas — "mapeamento espiritual" — que agora é o tema central deste volume. Conforme sugeri, isso envolve "superpor a nossa compreensão acerca das forças e eventos, no domínio espiritual, sobre lugares e circunstâncias deste mundo material".1
  • 22. O pressuposto-chave quanto a isso é que aqueles que põem em prática o mapeamento espiritual já possuem uma fina compreensão sobre o domínio espiritual. Dada a quantidade de tempo que muitos crentes passam falando, cantando e lendo sobre essa dimensão sobre a qual a realidade estaria arraigada, parece que esse deveria ser um pressuposto razoável. Infelizmente, não é isso que acontece. E isso constitui para nós uma profunda surpresa. Poder-se-ia pensar que os caminhos da dimensão espiritual são tão familiares para o crente médio como o mar é familiar para os marinheiros; que a maioria dos crentes deveria conhecer, na teoria e na prática, aquilo de que Paulo estava falando no sexto capítulo da epístola aos Efésios, quando ele escreveu sobre uma batalha que está sendo desfechada contra as hostes espirituais da iniqüidade, nos lugares celestiais. O problema parece ser que muitos crentes — sobretudo em nosso atarefado hemisfério Ocidental — não têm dedicado o tempo necessário para aprenderem a linguagem, os princípios e os protocolos da dimensão espiritual. Alguns crentes preferem ignorar tudo, exceto as suas características macrocósmicas (o céu, o inferno, Deus e o diabo), ao passo que outros tendem por projetar características extraídas de sua própria imaginação. Ambas essas tendências constituem erros sérios. Enquanto que a primeira delas ignora o que está ali, a segunda fica ofuscada por aquilo que não está ali. Em ambos os casos, as obras do diabo permanecem disfarçadas, e o reino das trevas vai florescendo. O mapeamento espiritual é um meio através do qual podemos ver o que está abaixo da superfície do mundo material; mas não é um meio mágico. Trata-se de um meio subjetivo, porquanto é uma habilidade nascida de uma correta relação com Deus e do amor ao mundo que ele criou. E trata-se também de um meio objetivo, pois pode ser confirmado (ou desacreditado) por meio da história, da observação sociológica e da Palavra de Deus. Por igual modo, o mapeamento espiritual não se confina exclusivamente às obras das trevas. Alguns crentes que praticam a guerra espiritual têm dado a essa disciplina uma definição mais estrita — que a limita ao descobrimento das fortalezas demoníacas — embora isso envolva algum perigo. Mais especificamente, ela pode encorajar uma preocupação com a
  • 23. localização e as atividades do inimigo, ao mesmo tempo que se ignora que Deus também opera na dimensão espiritual. Quando superpomos a nossa compreensão acerca das forças e eventos que ocorrem no domínio espiritual, para lugares e circunstâncias deste mundo material, devemos lembrar que essas forças e esses eventos não são todos negros. O mapeamento espiritual simplesmente situa as obras do inimigo dentro do contexto maior da dimensão espiritual. O CAMPO DE BATALHA ESPIRITUAL DE HOJE A Igreja de Jesus Cristo não deve retroceder diante da necessidade de dar uma longa e atenta olhada para os obstáculos espirituais que estão entre ela mesma e o cumprimento da Grande Comissão. O campo de batalha espiritual da década de 1990 está-se tornando cada vez mais um lugar sobrenatural. Existem crentes cuja teologia pessoal mostra-se resistente a essa noção, mas esses crentes, com freqüência, são teóricos ocidentais que não são pessoas viajadas, que ainda precisam submeter os seus pressupostos ao teste da realidade. Em contraste com isso, a vasta maioria dos pastores, missionários, evangelistas e intercessores internacionais de hoje não têm qualquer necessidade de serem convencidos de que existe algo em algum lugar, e que esse "algo" se está manifestando em nosso mundo material. Mas o que, exatamente, essas pessoas estão podendo observar? Com base nas respostas obtidas de volta, da parte de crentes interessados ao redor do mundo, eis três observações primárias: 1. As trevas espirituais estão aumentando e tornando-se mais sofisticadas. 2. Há certo padrão geográfico do mal e da opressão espiritual. 3. Os crentes não entendem a dimensão espiritual tão bem quanto imaginavam. As igrejas locais estão descobrindo que a demografia do crescimento eclesiástico não nos diz tudo sobre as nossas
  • 24. comunidades. As agências missionárias estão percebendo que uma bem informada familiaridade com costumes transculturais não consegue efetuar irrompimentos evangelísticos. E as instituições de oração intercessória estão reconhecendo a necessidade de buscarmos coordenadas mais precisas para os nossos alvos. Em suma, as pessoas querem respostas para o dilema do mundo invisível, a fim de que possam ministrar o evangelho de maneira mais eficiente. FORTALEZAS TERRITORIAIS Aninhado perto do âmago da filosofia do mapeamento espiritual está o conceito das fortalezas territoriais. Não se trata de alguma idéia nova; muitos escritores já tinham explorado esse tema. A novidade está na crescente porcentagem do Corpo místico de Cristo que reconhece a necessidade de atacar essas fortalezas. O problema é que a expressão "fortalezas territoriais" tem sido explorada ultimamente de maneira tão frouxa que precisamos defini-la. Seu uso tem-se tornado tão elástico que aqueles que se estão aproximando do assunto dificilmente podem decidir no que devem crer. Em meio à confusão, alguns autores evangélicos têm sugerido que qualquer noção de guerra espiritual que envolva a idéia de territorialidade espiritual é extrabíblica. Outros têm lançado um véu de dúvidas sobre a validade da própria guerra espiritual. Embora essas vozes estejam claramente na minoria, é evidente que precisamos definir esses conceitos com maior exatidão. Aqueles que não estão aceitando a idéia de territorialidade espiritual através do argumento que se trata de uma noção extrabíblica deveriam lembrar que há um oceano de diferença entre aquilo que é "extrabíblico" e aquilo que é "antibíblico". Extrabíblico é uma luz amarelada que encoraja a passagem de um veículo com uma certa cautela; antibíblico é uma luz vermelha que requer que o motorista faça alto, em nome da lei e do bom senso. Até o momento, não ouvi ainda alguém afirmar que a territorialidade espiritual é antibíblica. E a simples razão para isso é que isso não é verdade.
  • 25. Peter Wagner e outros têm salientado, em escritos anteriores, que a Bíblia toca no assunto da territorialidade espiritual em ambos os Testamentos. 2 A instância mais constantemente citada é a do príncipe da Pérsia, no décimo capítulo do livro de Daniel. Temos ali um caso bem-definido de um ser espiritual maligno que governava uma área com fronteiras explicitamente determinadas. Até mesmo aqueles que não são eruditos devem considerar como significativo que essa criatura não foi referida como príncipe da China ou príncipe do Egito. Quando essa passagem é estudada conjuntamente com versículos como os de Ezequiel 28.12-19 e Deuteronômio 32.8 (na Septuaginta, "de acordo com o número dos anjos de Deus"); e Efésios 6.12 (por exemplo, kosmokrátoras, "governantes mundiais"), então o caso em favor da territorialidade espiritual torna-se ainda mais compelidor. Conforme atestam aqueles que fizeram uma visita mais do que casual a lugares como a Índia, as reservas dos ameríndios navajos, os Camarões, o Haiti, o Japão, o Marrocos, o Peru, o Nepal, a Nova Guiné e a China, são consideradas coisas corriqueiras as hierarquias elaboradas de divindades e espíritos. Esses seres incorpóreos são concebidos como espíritos que controlam lares, aldeias, cidades, vales, províncias e nações, exercendo um poder extraordinário sobre o comportamento das populações locais. O fato de que o próprio Deus reconheceu o poder vicário de divindades regionais manifestou-se em sua urgente chamada de Abraão, e, mais tarde, na chamada da nação hebréia, dentre os panteões animados dos babilônios e dos cananeus. POR QUE AS COISAS SÃO COMO SÃO? Quase todas as pessoas têm tido a experiência de entrar em alguma cidade, bairro ou país somente para sentir um desassossego intangível ou opressão descer sobre os seus espíritos. Em muitos desses casos, o que encontramos em tais circunstâncias é a atmosfera sufocante de outro reino espiritual. De maneira imperceptível para nós acabamos de cruzar uma fronteira espiritual, que faz parte do império de que falou o apóstolo Paulo no sexto capítulo de Efésios.
  • 26. Outras situações mostram-se ainda mais óbvias. Sem importar a teologia das pessoas, qualquer crente honesto e moderadamente viajado reconhecerá que existem certas áreas do mundo de hoje onde as trevas espirituais mostram-se mais pronunciadas. Sem importar se se trata de cidades coalhadas de índios, como Varanasi e Catmandu, ou a decadência ostentosa de Pataia ou Amsterdão, ou as regiões espiritualmente estéreis de Omã ou da parte ocidental do deserto do Saara, em tais lugares a realidade triunfa sobre a teoria a cada instante. A questão é: por quê? Por que existem algumas áreas espiritualmente mais opressivas, mais entregues à idolatria, mais espiritualmente estéreis do que outras? Por que as trevas parecem medrar onde elas realmente estão? Uma vez que alguém comece a formular essas questões fundamentais, é fácil vinculá-las a centenas ou mesmo milhares de situações específicas. Por que, por exemplo, a Mesopotâmia tolerou uma tão longa lista de governantes tirânicos? Por que a nação do Haiti é o exemplo mais deplorável de desastre social e econômico do hemisfério ocidental? Por que as nações andinas da América do Sul sempre parecem encabeçar as estatísticas da taxa de homicídios anuais per capita? Por que há tanta atividade claramente demoníaca nas montanhas do Himalaia e em redor delas? Por que o Japão sempre se mostrou uma noz difícil de quebrar por meio do evangelho? Por que o continente da Ásia domina de tal maneira a Janela 10/40? Todas as igrejas locais podem apresentar dúzias de outras perguntas, acerca de suas próprias comunidades. Não será difícil formulá-las, uma vez que consideremos que pode ser relevante fazer tais perguntas. No decorrer dos poucos anos passados, minhas pesquisas em busca por respostas a essas perguntas têm-me levado literalmente ao redor do mundo. Isso me tem levado a uma fascinante e instrutiva jornada, serpeando por quase cinqüenta países e produzindo mais de trinta e cinco mil páginas de material documentado — incluindo fotografias, livros, mapas, entrevistas e estudos de casos. Ao longo do caminho, tenho visitado santuários, templos, mosteiros, bibliotecas e universidades. Tenho subido por montes sagrados, examinado cemitérios de ancestrais e tenho remado pelo
  • 27. sagrado rio Ganges, correnteza abaixo. Tenho ouvido as narrativas de lamas tibetanos budistas, médicos-feiticeiros dos ameríndios, bem como os principais teóricos do movimento da Nova Era. Tenho comparado notas com missionários e pastores nacionais de proa; entrevistado antropólogos e estudiosos da pré-história. E tenho sondado as mentes de muitos especialistas que têm profundos conhecimentos desde o xamanismo até à adoração dos antepassados japoneses, passando pelo folclore do islamismo, a geomancia e as peregrinações religiosas. A súmula desse processo, um livro e uma série de fitas gravadas, intitulados The Twilight Labyrinth, 3 é a seqüência natural do livro The Last of the Giants, bem como do livro que você está manuseando agora. Quanto àqueles que são sérios quanto à identificação e o desgaste do poder das fortalezas territoriais, este volume oferece o mais abrangente discernimento que se tem publicado até esta data. O DESAFIO DAS PESQUISAS Aqueles que têm lido os nossos livros sabem que Peter Wagner e eu concordamos inteiramente que a territorialidade espiritual tem muito a ver com as coisas como elas são, em certas cidades, nações e regiões do mundo atual. E muitos outros — incluindo pastores, missionários praticantes e professores de teologia — têm chegado a uma conclusão similar. Porém, ainda que esse crescente consenso seja encorajador, muitas outras questões e tarefas ainda precisam ser examinadas. É útil pensar nesse processo em termos das pesquisas médicas que têm acabado de identificar certo vírus como o agente causador por detrás de alguma enfermidade particular. Esta ou aquela pessoa se tem recuperado de forma extraordinária, mas muito trabalho árduo ainda jaz à frente, se esse conhecimento tiver de ser traduzido sob a forma de ajuda prática em favor daqueles que estão sofrendo, ou que estão procurando tratar a enfermidade em foco. O primeiro passo usualmente consiste em tentar e em conceber algum tipo de instrumento diagnosticador que possa ajudar médicos e pacientes a saberem que estão combatendo uma
  • 28. enfermidade no seu estágio mais primário possível. Isso ajuda a evitar caças ao acaso, em busca de algum tratamento eficaz. Os diagnósticos errados e as mazelas fantasmas são, ao mesmo tempo, muito caros e perigosos. O passo seguinte, para os pesquisadores, consiste em dirigir o conhecimento deles para as operações internas de uma enfermidade qualquer, com vistas à sua cura eventual. Conhecer quais as causas de algum problema, e como detectá-lo pode, em última análise, tornar-se uma carga pesada, se esse conhecimento não for o precursor da solução. Reconhecer o papel da territorialidade espiritual, pois, serve somente de ponto de partida quanto a qualquer pesquisa que se proponha a compreender as razões e as conseqüências dos modernos campos de batalha espirituais. Mas restam ainda certas perguntas perscrutadoras. Como, por exemplo, são estabelecidas as fortalezas espirituais? Como elas se mantêm diante da passagem do tempo? E como são reproduzidas essas fortalezas em outras áreas? Embora não seja possível, neste breve capítulo, responder com detalhes a cada uma dessas perguntas, pelo menos podemos cobrir os pontos básicos. Ao assim fazermos, nosso ponto de partida será uma simples mas crucial definição. Em que consiste, exatamente, uma fortaleza espiritual? Sem mergulharmos na aplicação do termo à mente e à imaginação, uma observação atenta à variedade de fortalezas territoriais revela duas características universais: elas "repelem a luz" e "exportam as trevas". (Cindy Jacobs descreveu vários tipos de fortaleza, no terceiro capítulo, mas aqui estou tratando acerca do tipo de fortalezas territoriais.) As fortalezas territoriais são de natureza inerentemente defensiva e ofensiva. Seus terraplenos escusos desviam os dardos divinos da verdade, pois os arqueiros demoníacos mostram-se sempre muito ocupados a lançar dardos inflamados na direção de alvos desprotegidos, lá fora. Se seus acampamentos de prisioneiros retêm milhares de cativos encantados, os comandos do mal e os centros de controle vivem liberando múltiplas formas de ludibrio, através das hostes espirituais da maldade que eles empregam.
  • 29. ESTABELECENDO FORTALEZAS TERRITORIAIS Se tivermos de entender por que as coisas são da maneira como são hoje em dia, teremos primeiramente de examinar o que aconteceu ontem, e também teremos de resolver o dilema da origem delas. De onde elas vieram? Como essas coisas foram estabelecidas? O ponto de partida óbvio desse tipo de estudo é a torre de Babel. Pois, conforme somos informados no capítulo onze do livro de Gênesis, foi da planície de Sinear, na antiga Mesopotâmia, que um povo geograficamente coerente foi disperso por Deus para os quatro cantos da terra. Mas o que aconteceu àquelas populações antigas, ao migrarem de Babel? Artefatos antigos e tradições orais podem oferecer-nos qualquer indício? E, nesse caso, esses indícios têm alguma relevância para a nossa inquirição quanto a entendermos as origens das fortalezas territoriais? Antes de passarmos adiante, sinto que devo frisar um fato adicional, que pesa sobre a nossa discussão. Colocando a questão nos termos mais simples, os demônios podem ser achados onde quer que estejam as pessoas. Não há motivo algum para eles estarem em outro lugar qualquer. Não encontramos provas, nem nas Escrituras nem na história, que os demônios estejam interessados na criação inanimada ou amoral, como os montes, os rios, as árvores, as cavernas, as estrelas e os animais, a menos que e enquanto as pessoas não se fizerem presentes. A amarga ordem que receberam foi roubar, matar e destruir aquilo que é precioso para Deus; e, como é claro, os seres humanos, criados segundo a imagem de Deus, estão no alto da lista de seres valiosos para Deus. Essa seria a explicação subjacente das trevas que parecem engolfar tantas cidades do mundo. Sempre e onde quer que as pessoas se concentrem, para ali os demônios serão atraídos pelo odor delas. Não teria sido por esse motivo que a torre de Babel atraiu tão imediata intervenção divina? É difícil imaginar que aquela ímpar concentração de seres humanos, na planície de Sinear, não tenha precipitado um dos mais profundos ajuntamentos de poderes demoníacos da história? Embora pouco se conheça sobre os movimentos originais dos primeiros grupos de pessoas que saíram da Mesopotâmia, aquilo que sabemos sugere, pelo menos, um denominador comum da
  • 30. experiência humana — os traumas. Para alguns, era a incapacidade de transpor barragens montanhosas intransponíveis, que bloqueavam o caminho deles. Para outros, teria havido uma súbita falta de alimentos, produzida por severas condições climáticas. Ainda outros acharam-se envolvidos em algum combate mortal. Quaisquer que tenham sido esses antigos traumas, eles sempre tiveram por efeito fazer as pessoas se verem face a face com os seus desesperos. Como é que eles resolveriam tal desafio? Cada caso estava carregado de implicações morais. Cada circunstância serviu de oportunidade para um povo específico, em um lugar específico, para voltar-se para Deus com arrependimento, declarando-o, assim, como seu legítimo governante e único libertador. Infelizmente, o arrependimento em cilício, que houve em Nínive, tem mostrado ser uma daquelas raras exceções à regra. A esmagadora maioria dos povos, através da história, tem preferido trocar as revelações divinas pela mentira. Dando ouvidos aos apelos dos demônios, em seu desespero, têm preferido entrar em pactos quid pro quo com o mundo dos espíritos. E como compensação pelo consentimento particular de alguma divindade resolver seus traumas imediatos, os homens têm oferecido a sua lealdade singular e contínua. E assim têm vendido, coletivamente, suas almas proverbiais. É mediante a colocação desses antigos colchões receptivos, pois, que são estabelecidas as fortalezas territoriais. A base da transação é inteiramente moral. As pessoas fazem uma escolha consciente de suprimir a verdade e de acreditar na falsidade. No fim, os homens são enganados por terem preferido ser enganados. Peter Wagner elaborou com eloqüência esse aspecto da questão, no próximo capítulo, ao fazer a exegese de Romanos 1.18-25. Visto que muitos dos mais antigos pactos entre os povos e os poderes demoníacos foram transacionados na Ásia, e a Ásia agora abriga os maiores centros populacionais do mundo, não nos deveria surpreender que esse continente atualmente domine as grandes fronteiras de povos não alcançados pelo evangelho, dentro da conhecida Janela 10/40. População densa e longevidade têm, ambas as coisas, muito a ver com o entrincheiramento das trevas espirituais.
  • 31. CONSERVANDO AS FORTALEZAS TERRITORIAIS Que existem dinastias das trevas é um triste fato da história. A indagação que persegue muita gente é o que sustenta essas dinastias. Se as escolhas mal feitas de gerações anteriores permitiram que as forças demoníacas penetrassem em certas regiões, como é que esses poderes malignos conservam os seus direitos de explorar os territórios durante séculos ou mesmo milênios? Exprimindo a mesma coisa de outra maneira, como é que esses poderes conseguem extensões de arrendamento, depois de terem morrido aqueles que assinaram o contrato original de arrendamento? Uma das principais respostas a essa pergunta acha-se na questão da transferência de autoridade que ocorre durante festividades religiosas, cerimônias e peregrinações. Escrevi extensamente sobre esse assunto no livro The Twilight Labyrinth, e um guia cronológico desses acontecimentos, publicado por nosso ministério, The Sentinel Group, serve como manual de contra-ofensiva para intercessores. Que o poder espiritual realmente é liberado durante essas ati-vidades tem sido confirmado por inúmeros crentes nacionais e por missionários que eles têm entrevistado. 4 Quase todos eles referem-se a um exaltado senso de opressão de crescentes incidentes de perseguição, e, ocasionalmente, de manifestações em larga escala de sinais e maravilhas demoníacos. Estamos vivendo em tempos difíceis, e os crentes com os quais tenho conversado sempre alegram-se quando esses incidentes terminam. Somente a oração e o louvor parecem ajudar, e, mesmo assim, algumas vezes eles indagam se as suas orações não são interrompidas pelo mesmo tipo de valente espiritual que adiou a resposta divina a Daniel (ver Dn 10.12, 13). Deveríamos notar que as festividades, as cerimônias e as peregrinações religiosas estão sempre ocorrendo em algum lugar do mundo, a cada semana do ano. Literalmente, milhares desses eventos têm lugar, desde celebrações localizadas até grandes eventos regionais e internacionais. O dia das bruxas e o hajj dos islamitas são bem conhecidos exemplos internacionais;
  • 32. festividades regionais menos conhecidas são a Kumbha Mela, na Índia, o Inti Raymi, no Peru, e as celebrações Bon, de verão, no Japão, que também atraem imensas multidões de participantes. Tirando a Poeira de Antigos Colchões de Boas-Vindas Essas celebrações decisivamente não são os espetáculos culturais benignos, esquisitos e coloridos que as pessoas dizem com freqüência que elas são. Antes, são transações conscientes com o mundo dos espíritos. São oportunidades de as gerações contemporâneas reafirmarem as escolhas e os pactos firmados pelos seus antepassados e por seus pais. São ocasiões em que se tira a poeira de antigos colchões de boas-vindas, ampliando o direito do diabo de governar sobre povos e lugares específicos nos dias de hoje. A significação desses acontecimentos não deveria ser subestimada. Uma vez que uma população entregue-se a vãs imaginações, os poderes demoníacos logo tiram proveito para animar as mitologias daí resultantes. De uma maneira que nos faz lembrar o Mágico de Oz, agentes espirituais manipuladores põem em prática a arte de governar por detrás dos bastidores, mediante sombrinhas. A autoridade e a lealdade prestadas a chamadas divindades protetoras são rapidamente absorvidas — e, daquele instante em diante, a mentira vê-se entrincheirada. Desafortunadamente, centenas de milhares de crianças por dia nascem nesses sistemas de feitiço ao redor do mundo. Quase todas elas crescem ouvindo falar na mentira; mas é durante o curso dos ritos de puberdade e das iniciações que muitos deles sentem a sua intensa sucção gravitacional pela primeira vez. O poder da mentira, atiçada pela mágica demoníaca, é chamado de tradição; e são as tradições, por sua vez, que sustentam as dinastias territoriais.
  • 33. Ludíbrios Adaptados Por mais importantes que sejam as tradições na manutenção das dinastias territoriais, entretanto, esse não é o único meio usado pelo inimigo para chegar a essa finalidade. Outra estratégia igualmente importante é aquilo que chamo de "ludíbrios adaptados". Essa estratégia é empregada quando as tradições, por qualquer razão, começam a perder o seu domínio sobre uma dada sociedade. Os ludíbrios adaptados, dependendo de como o indivíduo preferir encará-los, ou são correções de curso que se fazem necessários, ou são aprimoramentos da "linha de produção" do diabo. Esses ludíbrios funcionam por causa da propensão da humanidade para experimentar coisas novas. Dizendo a mesma coisa de forma mais crua, e com pedidos de desculpas aos aficionados felinos, o diabo tem aprendido que há mais de uma maneira para esfolar um gato. Dois exemplos de ludíbrios adaptados dos dias modernos encontram-se nas novas religiões folclóricas dos japoneses e dos povos islâmicos. O islamismo folclórico é uma combinação de crenças islâmicas e animistas, e muitas das novas religiões dos japoneses apresentam uma curiosa mescla de conceitos budistas e materialistas. Em termos de números de aderentes ou praticantes, ambos os movimentos são bem-sucedidos de uma maneira colossal. Os ludíbrios adaptados não substituem as escravidões ideológicas pré-existentes, mas antes intensificam-nas. Nesse sentido, são análogos a um nível coletivo da narrativa bíblica do demônio que volta ao vaso humano desocupado, trazendo agora consigo sete outros espíritos, piores do que ele mesmo (ver Mt 12.43-45; Lc 11.24-26). SERVIDÕES PREVALENTES E SERVIDÕES ARRAIGADAS Agora que já estamos armados com a compreensão sobre os papéis desempenhados pelo ludibrio adaptado, pelas tradições e pelas festividades religiosas, na manutenção das dinastias territoriais, precisamos ainda aprender uma lição final. Essa lição
  • 34. tem a ver com o discernimento da diferença entre as "servidões prevalentes" e as "servidões arraigadas". Devido à ausência de ensino sobre o assunto, os guerreiros evangélicos com freqüência deixam-se enganar pelas aparências superficiais, quando se esforçam por identificar as fortalezas territoriais. Um bom exemplo desse fato foi levantado pelo grande número de pessoas que, poucos anos atrás, insistiam que a fortaleza espiritual sobre a Albânia era o comunismo do tipo stalinista. Mas, embora não haja como duvidar que esse tipo de comunismo fosse a servidão prevalente na ocasião, também muitos aceitavam que essa também era a fortaleza arraigada. A falha nesse raciocínio torna-se óbvia quando consideramos que o comunismo só veio a tornar-se a ideologia predominante no país em 1944. A significação desse fato é que, por mais vil e destruidor que tenha sido esse sistema de ateísmo, só está instalado ali faz cerca de cinqüenta anos. A história da Albânia, antes disso, retrocede até à região bíblica do Ilírico, e remonta a muitos milhares de anos. Sistemas similares de última hora também podem ser encontrados na Mesopotâmia, no Japão e em outras áreas do mundo. Esses sistemas representam ideologias superficiais que chegam e se vão juntamente com o vento. Embora não possam ser ignorados, por outra parte não devem ser confundidos com o subsolo espiritual que precisa ser quebrado se tivermos de entreter esperanças legítimas de que veremos as fortalezas espirituais serem invadidas com sucesso por meio do evangelho. A EXPANSÃO DAS TREVAS Tendo examinado a pergunta de como as fortalezas espiritu-ais são estabelecidas e mantidas, voltamo-nos agora para a ques-tão da expansão territorial. Nesse ponto ficamos interessados em saber se o reino das trevas é geograficamente dinâmico; e, se realmente assim acontece, como tais fortalezas são reproduzidas em outras áreas. No meu livro, The Twilight Labyrinth, devotei um capítulo inteiro à dinâmica territorial, intitulado de "Caminho da figueira-de- bengala". Conforme o próprio título sugere, baseei a ilustração sobre essa árvore tropical, com seus ramos que se estendem e com
  • 35. suas raízes aéreas descendentes, que servem de excelente analogia da maneira como se expande o império das trevas. Começando com um único tronco maciço, os ramos sinuosos da figueira-de-bengala estendem-se lateralmente em todas as direções. Dali, naquilo que sem dúvida é a característica mas notável dessa espécie vegetal, as raízes aéreas que descem até o chão vão formando novos troncos. Dessa forma, a figueira-de-bengala pode mover-se lateralmente por grandes distâncias — ao mesmo tempo em que vai criando uma moita trançada quase impenetrável, com seus muitos troncos e ramos parecidos com a da parreira. Esses ramos que se estendem e essas raízes descendentes re-presentam as duas maneiras como a expansão territorial tem lugar: "exportação ideológica" e "fortalezas produzidas por traumas". A exportação teológica, que é uma extensão territorial das fortalezas territoriais, é efetuada mediante a propaganda de ideologias ou de influências espirituais, a partir dos locais de transmissão, ou centros de exportação, que existem em várias áreas do mundo. Exemplos de centros assim incluem o Cairo, Trípoli, Karbala, Qom e Meca, no mundo islâmico; Allahabade e Varanasi, no mundo do hinduísmo; Dharamsala e Tóquio, no mundo budista; e Amsterdão, Nova Iorque, Paris e Hollywood no mundo materialista. Se antes os escudos defletores dos valores judaico-cristãos impediam que esses venenos penetrassem profundamente demais na América do Norte, a erosão da lealdade cristã, em anos recentes, infelizmente tem chegado a significar que, em um número crescente de instâncias, agora o inimigo somos nós mesmos. Outra maneira pela qual o inimigo expande o seu reino no mundo é mediante a indução de novos traumas. Tendo aprendido, com base nas experiências passadas, o quão eficazmente as cir-cunstâncias desesperadas podem atrair para a sua teia homens e mulheres, o inimigo por muitas vezes usa a ganância, a concupiscência e a desonestidade de indivíduos depravados a fim de deflagrar novas crises. Um exemplo gráfico de uma fortaleza induzida por um trauma, no mundo ocidental, é o Haiti. Tirando proveito da ganância dos africanos efiques e dos negociantes franceses de escravos, grandes números de africanos da África Ocidental foram trazidos para a área do Caribe e maltratados até ao ponto do
  • 36. desespero. Preferindo resolver os seus conflitos entrando em novos pactos com o mundo dos espíritos, aqueles escravos estabeleceram um sistema de adoração e de governo secreto alicerçado sobre o animismo, conhecido como vodu. Atualmente, as negras recompensas desse sistema são largamente conhecidas, conforme Peter Wagner passará a demonstrar, no próximo capítulo. Será possível que o plano de Deus para a sua Igreja é completar a Grande Comissão no mesmíssimo solo onde o mandamento original foi entregue à primeira família da terra? A GERAÇÃO DO LIMIAR Conforme os exércitos do Senhor Jesus Cristo vão começando a completar a tarefa da evangelização do mundo, na chamada Janela 10/40, é curioso que o centro geográfico dessa região seja o local do antigo jardim do Éden, isto é na região do moderno Iraque (ver Gn 2.8-14). Será possível que o plano de Deus para a sua Igreja é completar a Grande Comissão no mesmíssimo solo onde o mandamento original foi entregue à primeira família da terra? (Ver Gn 1.27, 28.) Qualquer que seja a resposta a essa indagação, é claro que os guerreiros evangélicos, que ousarem marchar para essa linha final de combate, terão de enfrentar uma formidável oposição, da parte de um adversário implacável e invisível. Se a missão para liberar prisioneiros fascinados tiver de obter sucesso, será mister obter um acurado conhecimento a respeito das questões internas do inimigo e de seus centros de controle, bem como o equivalente espiritual dos óculos de visão noturna, usados pelas forças armadas. É impossível desdobrar três anos de dados colhidos e injetados em um mapeamento espiritual em um único capítulo. Não obstante, é minha esperança de que essa informação pelo menos deixará os leitores em estado de alerta, a saber, os leitores que estão contemplando iminentes missões de salvamento, alicerçados sobre o fato de que novos instrumentos se estão
  • 37. tornando disponíveis para guiá-los através do emaranhado e dos volteios desse labirinto das horas do crepúsculo. Perguntas para refletir 1. Discuta sobre o conceito da "territorialidade espiritual". Você concorda que os principados espirituais da maldade poderiam ser alocados por Satanás a certas regiões geográficas? 2. Este capítulo sugere que as festividades religiosas podem reforçar a autoridade dos poderes malignos sobre uma área. Nomeie e discuta tantas dessas festas quantas você puder lembrar. 3. Você já experimentou uma sensação quase física de trevas e de opressão, em certas áreas de sua cidade ou nação? Compartilhe de suas sensações com outros crentes. 4. As fortalezas demoníacas que dominam uma cidade ou uma nação podem ser induzidas por traumas. Pode você pensar em tais traumas dentro da história de sua cidade ou nação que poderiam ter produzido fortalezas espirituais da maldade? 5. Faça uma revisão da distinção feita por George Otis, Jr., entre os conceitos "extrabíblicos" e "antibíblicos". Você concorda com essa distinção? Notas 1. OTIS, JR., George. The Last of the Giants. Tarrytown, Nova Iorque, Chosen Books, 1991. p. 85. 2. Ver, por exemplo, o livro de C. Peter Wagner, Warfare Prayer. Ventura, CA, Regal Books, 1992. p. 87-103. 3. Informações adicionais a estas, e outros produtos intercessórios de apoio, podem ser adquiridos através do Sentinel Group, P O. Box 6334, Lynwood, WA 98036. 4. Testemunhos específicos têm sido recolhidos no Japão, em Marrocos, na Indonésia, no Haiti, na Índia, no Butão, no Egito, na
  • 38. Turquia, no Nepal, no Afeganistão, no Irã, nas ilhas Fiji, nas reservas dos índios norte-americanos e em outros lugares. 2. O VISÍVEL E O INVISÍVEL Por C. Peter Wagner Uma tentativa para ver o mundo à nossa volta como ele realmente é, e não como parece ser. Essa é a descrição clássica do mapeamento espiritual. Um importante pressuposto por detrás do mapeamento espiritual é que a realidade é mais do que nos parece à superfície. As coisas visíveis de nossa vida diária — árvores, pessoas, cidades, estrelas, governos, animais, profissões, artes, padrões de comportamento — são coisas comuns, e podemos aceitá-las como são. Entretanto, por detrás de muitos dos aspectos visíveis do mundo ao nosso redor pode haver forças espirituais, áreas invisíveis da realidade que podem ter maior significação final do que as realidades visíveis. O apóstolo Paulo deixou isso fortemente entendido quando escreveu: "...não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas" (2 Co 4.18). Paulo ensinou que, ao reconhecermos a diferença entre o que é visível e o que é invisível, somos resguardados e "não desfalecemos" (ver 2 Co 4.16). Mas desanimar quanto a quê? Ele mencionou novamente o desânimo — "não desfalecemos" — no primeiro versículo do quarto capítulo, para então lamentar-se de que os seus esforços evangelísticos não surtiam tanto efeito quanto ele desejava que surtissem. "Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto", escreveu ele. Por quê? Porque "o deus deste século" cegou as mentes dos incrédulos (ver 2 Co 4.3, 4). Entendo que a mensagem paulina significa que devemos reconhecer que a batalha essencial pela evangelização do mundo é uma batalha espiritual, e que as armas dessa guerra não são carnais, e, sim, espirituais. E também cumpre-nos reconhecer que Deus nos deu um mandato para podermos desfechar uma guerra
  • 39. espiritual que seja inteligente e agressiva. Se pudermos entender isso, o processo de evangelização do mundo será acelerado. Compreender as diferenças que há entre o visível e o invisível é um dos mais importantes componentes do plano geral de batalha, capaz de quebrar o domínio exercido pelo inimigo sobre as almas perdidas, que estão perecendo. INFLAMANDO A IRA DE DEUS A principal passagem bíblica que nos mostra a distinção entre o que é visível e o que é invisível, o primeiro capítulo da epístola aos Romanos, também é o grande trecho sobre a ira de Deus. É compreensível que a ira de Deus não seja um de nossos temas favoritos, pelo que não há muitos livros escritos sobre ela, e nem se ouve muitos sermões a esse respeito. Todavia, a ira é um atributo de Deus. Isso significa que não é apenas algum humor passageiro, que vem e que vai, e, sim, uma parte da própria natureza divina. Deus é Deus de ira. Ele também é Deus de justiça, Deus de amor, Deus de misericórdia e Deus de santidade. Essa lista poderia prosseguir, mas Romanos 1.18-31 é trecho que trata do Deus da ira. Escreveu Paulo: "Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça" (Rm 1.18). Essa enlouquecida injustiça tem tudo diretamente a ver com o visível e com o invisível. Permita-me o leitor que eu explique. Deus criou o mundo a fim de manifestar a sua glória. Todo ser humano foi criado para glória de Deus. Os seres humanos ocupam uma posição superior à de outros objetos da criação, porque somos os únicos que foram criados à imagem de Deus. Por que Deus criou o mundo? Ele criou o mundo a fim de manifestar a sua glória. Paulo esclareceu que, através das "coisas que estão criadas", ou seja, dos aspectos visíveis da criação, "as suas coisas invisíveis... se entendem, e claramente se vêem". Tudo quanto vemos na criação de Deus, sem qualquer exceção, foi
  • 40. originalmente criado para revelar "o seu eterno poder" e "a sua divindade" (ver Rm 1.19,20). Que significa isso para nós? Para começo de conversa, significa que todo ser humano foi criado para glorificar a Deus. Os seres humanos ocupam um nível superior ao de outros objetos da criação, porquanto somos os únicos seres que foram criados à imagem de Deus. Todo ser angelical também foi criado para que glorificasse a Deus. E outro tanto deve ser dito acerca de todo animal, planta, corpo celeste, montanha, iceberg, vulcão, urânio, para mencionarmos apenas algumas coisas. A cultura humana também faz parte da criação divina, tendo por desígnio glorificar a Deus. Abordarei a questão da cultura humana, com algum detalhe, conforme for avançando neste capítulo. CORROMPENDO A CRIAÇÃO DE DEUS A verdade da questão é que no nosso mundo nem todos os aspectos da criação glorificam a Deus. Certos seres humanos têm tomado coisas criadas e as têm corrompido, de tal maneira que tais coisas não mais revelam a glória de Deus. Pois eles modificaram a glória de Deus, reduzindo-a à "semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis" (Rm 1.23). Deus fica literalmente furioso quando vê que aquilo que foi criado para redundar em sua glória foi transferido, especificamente, para seres humanos, aves, mamíferos e répteis. Quando esses objetos visíveis da criação são manipulados para representarem os poderes sobrenaturais, isso libera a ira de Deus. Se acompanharmos na Bíblia as referências à ira de Deus, fica claro que coisa alguma desperta tanto a ira de Deus como adorar e servir "mais à criatura do que ao Criador" (Rm 1.25). E Deus abomina tal coisa, sobretudo quando os seres humanos usam o que é visível para glorificar a Satanás e a outros seres demoníacos. A mera leitura dos capítulos primeiro a décimo nono do livro de Jeremias infunde temor no coração de qualquer um que ouse fazer tão horrenda coisa, conforme o povo de Judá inclinava-se por fazer, a despeito das advertências de Jeremias. Eles estavam dizendo à mera madeira "Tu és meu pai"; e à pedra: "Tu me geraste" (Jr 2.27). Isso magoa tanto a Deus que ele considera
  • 41. tal atitude como se fosse adultério: "Ora, tu te maculaste com muitos amantes" (Jr 3.1). E disse também o Senhor: "(Israel) adulterou com a pedra e com o pau" (Jr 3.9). Não penso que a ordem de apresentação dos Dez Mandamentos tenha surgido por mero acaso. Deus abomina o homicídio, o furto, a imoralidade, a violação do descanso e a cobiça. Mas todos esses mandamentos aparecem depois do primeiro e do segundo mandamentos: "Não terás outros deuses diante de mim". E também: "Não farás para ti imagem de escultura..." (Êx 20.3 e 4). O primeiro mandamento tem a ver com o que é invisível; e o segundo, com o que é visível. Penso que é seguro afirmar que nenhum pecado é pior do que usar o visível para dar honra e glória aos principados demoníacos. Nenhuma outra coisa provoca tanto a Deus ao ciúme e à ira. O Japão e o Sol Nascente O Japão, que serve de exemplo, é conhecido como "país do sol nascente". O sol, naturalmente, é uma característica da criação de Deus, cujo propósito é glorificá-lo. A bandeira japonesa exibe somente o sol. Esse é o símbolo dessa nação. Mas o sol da bandeira japonesa glorifica a Deus? Não. O sol é ali usado com o propósito intencional de glorificar Amaterasu Omikami, a deusa-sol que é reconhecida em um santuário como o espírito territorial que governa o Japão. As pessoas deveriam olhar para a bandeira japonesa e, então, dizer: "Louvado seja Deus!" Em vez disso, porém, elas glorificam a criatura, em lugar do Criador. A Lava do Havaí Quando, recentemente, dirigi uma conferência sobre guerra espiritual, nas ilhas Havaí, descobri que muita gente só vivia pensando em rochas formadas pelo vulcão Kiluea. As pessoas deveriam contemplar essas belas rochas feitas de lava solidificada
  • 42. e então exclamar: "Glória a Deus! Nosso Deus é fogo consumidor". Ele é o Criador dessas rochas de lava. Mas não. Muitos habitantes do Havaí olham para essas rochas e dizem: "Glória à deusa Pele! Se não a honrarmos, ela nos consumirá a fogo". E qual será a atitude de Deus? De acordo com o primeiro capítulo de Romanos, isso somente o provoca à ira. O Grande Canhão A maioria dos crentes norte-americanos concorda que, no que tange a características naturais, o Grand Cânion * não tem rival como manifestação visível da majestade de Deus. Poucos cidadãos norte-americanos, sem embargo, reconhecem, conforme fizeram David e Jane Rumph, que há aqueles que têm corrompido sistematicamente esse fenômeno geográfico, tornando-o um monumento da idolatria geográfica. Em um artigo recente, eles disseram que uma "ira justa" borbotou de dentro deles, ao contemplarem as perversas forças invisíveis, agora glorificadas pelas características visíveis da natureza. É lamentável que a vasta maioria dos pontos marcantes do Grand Cânion foram chamados por nomes de principados e potestades das trevas. Alguns glorificam os espíritos egípcios: a torre de Rá (ou Ré), a pirâmide de Quéops, o templo de Osíris. Outros glorificam principados hindus: o ribeiro de Vishnu, o santuário de Rama, o santuário de Krishna. Ou então glorificam divindades gregas e romanas: o templo de Júpiter, o templo de Juno, o templo de Vênus, só para fazer uma seleção ao acaso. Adicionemos a isso o ribeiro do Panteão, o canhão Assombrado e o ribeiro do Dragão de Cristal, e você terá aí uma fórmula segura para provocar a ira de Deus. Gosto da reação do casal Rumph. Eles sugerem que deveríamos "arrepender-nos humildemente em favor de nosso povo, por causa de seu pecado coletivo, declarando que o lugar pertence, com todos os direitos, a Deus, intercedendo diante do Senhor para que o Senhor seja honrado ali, através de novos nomes".1 * Na tradução para o português foi nomeado como Grande Canhão.
  • 43. AFIRMANDO A CULTURA Estamos vivendo em uma época, ao redor do mundo, mas so-bretudo nos Estados Unidos da América, quando se está desenvol-vendo um novo respeito pela cultura. Está-se tornando moda reafirmar a cultura e advogar uma sociedade multicultural. Mas não devemos permitir que isso ponha uma venda nos crentes. Precisamos entender isso à luz do que é visível e do que é invisível. Por detrás de formas culturais, tal como por detrás das rochas de lava do Havaí, pode jazer tanto o poder invisível do Criador quanto o poder invisível dos demônios. Se ignorarmos isso, podemos tornar-nos desnecessariamente vulneráveis diante de ondas devastadoras de uma demonização em alto nível. A cultura humana, conforme tenho mencionado, faz parte da criação de Deus. Portanto, a cultura é boa em si mesma. Trata-se de um dos elementos visíveis designados a glorificar o Criador. Esse é um ponto tão crucial que quero reforçá-lo, fazendo referência à questão tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. A Torre de Babel O livro de Gênesis revela-nos as origens culturais. De acordo com o capítulo onze do Gênesis, houve um tempo em que a raça humana tinha uma única cultura. Mas o propósito original de Deus era que a raça humana se espalhasse por toda a face do planeta, formando culturas diversas. Os homens, porém, seguindo a sua natureza decaída, pensaram que tinham um plano melhor que o de Deus, e assim resolveram reverter o processo de dispersão consolidando-se em torno de uma torre, a torre de Babel. E começaram a construir deliberadamente a torre: "...para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra" (Gn 11.4). A torre de Babel era uma estrutura visível. Qual seria o fator invisível? Os arqueólogos dizem-nos que a torre tinha a forma de um típico zigurate, uma bem conhecida estrutura antiga, que visava aos propósitos do ocultismo. Eles desejavam contar com uma torre "cujo cume toque nos céus", a fim de atrair o poder satânico que possibilitasse o seu movimento ecumênico. E, assim,
  • 44. estavam usando o visível para glorificar a criatura, em vez do Criador. A reação de Deus já era previsível. Deus ficou irado. Com um único golpe, o Senhor arruinou os planos deles, confundindo-lhes as línguas, e eles começaram a espalhar-se, conforme Deus tinha determinado que fosse feito. E assim a raça humana terminou "nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações" (Gn 10.5). Os eruditos da Bíblia estão divididos em suas opiniões se as culturas humanas hoje existentes são um castigo de Deus (plano B de Deus) ou são um propósito de Deus (plano A de Deus). Acredito que as culturas fazem parte do propósito criador de Deus, plano A. Por ocasião da torre de Babel, Deus não modificou os seus planos a longo prazo, mas tão-somente os acelerou. De acordo com o meu ponto-de-vista, o que poderia ter ocorrido através de séculos ou milênios, aconteceu em um único instante. Antes de tudo, é muito próprio de Deus produzir a diversidade. Consideremos as diferentes variedades de borboletas que Deus criou. Ou de peixes. Ou de flores. O mundo é muito melhor com a sua diversidade do que sem ela. Culturas diversas, pois, ajustam-se ao padrão divino seguido na criação. O Dom Remidor Cada cultura ou cada grupo étnico, ou mesmo cada nação, entra com a sua contribuição particular, como nenhum outro ajuntamento humano poderia fazer. Muitos, seguindo a obra pioneira de John Dawson, Reconquiste Sua Cidade Para Deus, referem-se a essa característica ímpar da cultura humana como um "dom remidor".2 Um dos aspectos cruciais do mapeamento espiritual consiste em identificar o dom remidor, ou então, conforme outros crentes dizem, o propósito redentor de uma cidade, ou nação ou qualquer outro formigueiro humano. De fato, essa é a sua parte mais crucial. Em última análise, nosso alvo não é desmascarar as fortalezas satânicas, nem expor o ludibrio do ocultismo, e nem continuar efetuando o mapeamento espiritual, e nem amarrando os principados e as potestades do diabo. Nosso alvo é restaurar a glória de Deus quanto a cada detalhe de sua
  • 45. criação. Conhecer o dom remidor de Deus que provê uma direção específica e positiva para as nossas orações e para outras atividades da guerra espiritual. Nosso alvo consiste em restaurar a glória de Deus em todos os detalhes de sua criação. Conhecer o dom remidor de Deus provê uma orientação específica e positiva para as nossas orações e para outras atividades da guerra espiritual. Se porventura restar qualquer dúvida se as culturas humanas fariam parte do propósito intencional de Deus, isso deve ser resolvido pela declaração do apóstolo Paulo, ao falar no Areópago de Atenas. Ali, asseverou ele: "...de um só fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação" (At 17.26). E qual foi o propósito de Deus ao produzir tantos grupos étnicos ou culturas diferentes? "...para que buscassem ao Senhor..." (At 17.27). Isso exprime, com toda a clareza, um propósito remidor. As Más Novas: A Cultura Corrompeu-se As boas novas anunciam que as culturas humanas tinham por desígnio glorificar a Deus. E as más novas afirmam que, em sua maior parte, essas culturas não glorificam a Deus, pois Satanás conseguiu corrompê-las. O alvo primário de Satanás é impedir que Deus seja glorificado. Ele fez isso desde o princípio, ao provocar a queda de Adão e Eva, corrompendo assim a própria natureza humana, que fora criada segundo a imagem de Deus. E, então, usando multidões de seres humanos depravados, ele tem levado avante essa perversa atividade no nível da sociedade como um todo. Paulo acompanha esse tema em seu sermão no Areópago, uma mensagem inteira sobre o que é visível e o que é invisível. Ele pregou esse sermão porque "o seu espírito se comovia, em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria" (At 17.16). Nesse
  • 46. sermão, Paulo salientou duas formas culturais comuns, com grande freqüência usadas para glorificar as forças demoníacas tenebrosas: os templos e a arte. Atenas estava cheia de templos e, no entanto, "O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens" (At 17.24). Atenas era famosa por suas obras de arte. Não obstante, "...não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra, esculpida por artifício e imaginação dos homens" (At 17.29). Não há que duvidar que tanto a arquitetura quanto todas as demais artes podem glorificar a Deus; e, assim, realmente acontece em grande parte desses engenhos da inteligência humana. Mas também podem servir de instrumentos prediletos para glorificação da criatura, Satanás e suas cortes, e não do Criador. Os antropólogos costumam analisar coisas como a arquitetura e a arte, bem como o comportamento humano em várias culturas. Eles são capazes de distinguir, e com notável exatidão, as formas, as funções e os significados dos componentes culturais. Mas até mesmo os melhores cientistas sociais só podem examinar aquilo que é visível. Para que possam ir mais fundo do que isso já se tem de apelar para uma dimensão que é estranha para a antropologia cultural — o discernimento de espíritos. A antropologia vê a cultura como ela parece ser, ao passo que o mapeamento espiritual tenta enxergar a cultura como ela realmente é. Os primeiros missionários evangélicos, destreinados como eram na antropologia cultural, conforme o são os missionários contemporâneos, caíam em um equívoco crasso. Quando penetravam em outra cultura, sabiam que havia um inimigo qualquer, mas concluíam erroneamente que esse inimigo era a cultura diferente. Faziam o melhor que estava ao alcance deles, mas deixavam para trás muitas coisas de que agora nos lamentamos. Hoje compreendemos que nosso inimigo não é alguma cultura diferente da nossa, e, sim, Satanás. Nossa tarefa central é distinguir onde o invisível corrompeu o visível, e, então, cuidar do problema mediante um encontro de poder (2 Co 10.4, 5). Nosso alvo é bloquear a obra de Satanás e trazer à tona o dom remidor de Deus, e não destruir a cultura de algum povo ou nação.
  • 47. REAFIRMANDO AS CULTURAS NAS AMÉRICAS Não é mister algum extraordinário discernimento de espíritos para saber que uma das mais poderosas fortalezas do inimigo, na sociedade norte-americana, remonta à escravidão, e que, em nossos dias, manifesta-se de forma igualmente virulenta por meio do racismo. Temos procurado e continuaremos buscando meios e modos políticos para vencer essa corrupção da nossa sociedade, embora pareça que cada passo para a frente produz um idêntico passo para trás. A Proclamação da Emancipação, feita por Lincoln, que libertou os escravos norte-americanos, em 1863, foi um passo para a frente. Mas houve em seguida um passo claro para trás, devido à resultante supremacia branca, que desenvolveu padrões culturalmente perversos como a "assimilação" (isto é, os negros precisavam tornar-se como os brancos, a fim de serem aceitos), ou como o slogan enganador, como "a América é um cadinho que dissolve tudo" (isto é, todos os cidadãos americanos são iguais). Pois misturam uma coisa boa — "todos deveríamos ser cegos para a cor da pele" — com uma coisa ruim — "somos cegos para o nosso racismo". Foram necessários cem anos, até que o Movimento dos Direitos Civis da década de 1960 começou a propalar essas idéias. Foi então que começamos a descobrir que o negro é bonito, e que os negros podem continuar sendo negros e serem bons cidadãos norte-americanos. Começamos a valorizar a cultura afro-americana, bem como as culturas de nossas outras minorias norte-americanas. Esse foi o passo para a frente. Mas o passo para trás, que é tão novo que muitos nem ainda se deram conta do que está sucedendo, é uma abertura perigosa e um tanto ingênua para o paganismo. Aqui é onde ficam diretamente ligados o visível e o invisível.
  • 48. Exagerando a Tolerância A tolerância é o contrário da discriminação. No esforço por reafirmar o pluralismo cultural, a tolerância torna-se um conceito altamente valorizado. Grupos intolerantes, como a Ku Klux Klan, são considerados desvios sociais infelizes em nossos dias. Esse é um passo para a frente. Meu temor é que, quando a tolerância torna-se exagerada, pode haver dois passos para trás, e no fim tudo pode acabar pior do que no começo. Isso é assim porque, embora as formas visíveis da cultura possam ser neutras e mereçam ser toleradas, isso não ocorre no caso de todos os poderes espirituais que se postam por detrás de certas formas culturais. Salomão descobriu isso quando trouxe mulheres de diferentes culturas para o seu harém. As mulheres e as artes e artefatos que elas trouxeram de suas culturas pagãs eram uma coisa. Os principados e potestades demoníacos que vieram com aquelas mulheres eram algo bem diferente, o que acabou provocando a queda de Salomão (ver 1 Rs 11.4-10). O que era invisível veio na esteira do que era visível. Em nossos dias, dos bons cidadãos norte-americanos espera-se que eles tolerem qualquer coisa, desde estilos de vida próprios do homossexualismo até às religiões orientais. Multiculturalismo é uma espécie de senha nas universidades. Jornalistas, artistas, mestres e juízes precisam ser "politicamente corretos". Mas notemos aonde isso nos conduz. Quando a tolerância torna-se suprema, a única coisa que não pode ser tolerada é a intolerância. O cristianismo, por sua própria natureza, é visto como uma religião intolerante, porque reivindica que Deus é absoluto, que a sua Palavra é a verdade, que a sua moralidade é normativa, e que somente por meio de Jesus Cristo os seres humanos perdidos podem recuperar o seu relacionamento pessoal com ele. O cristianismo bíblico, pois, está longe de ser considerado politica-mente correto. Eis a razão pela qual não podemos orar ou ler nossas Bíblias ou apor os Dez Mandamentos nas paredes de nossas escolas públicas. Esse também é o motivo pelo qual a universidade de Washington está requerendo dos líderes da Campus Crusade que assinem formulários requerendo que abram seus postos de liderança a todos os estudantes, sem importar o credo religioso ou
  • 49. a orientação sexual destes últimos. Tim Stafford noticiou: "Em Stanford, as pessoas podem dizer praticamente qualquer coisa a respeito dos homens brancos ou dos fundamentalistas religiosos; mas ai daquele indivíduo que disser ou fizer qualquer coisa considerada ofensiva para os oprimidos: as mulheres, os homossexuais, os incapacitados ou as pessoas de cor".3 Isso já é ruim por si mesmo, mas o mais alarmante é que tais atitudes estão começando a penetrar na corrente principal do cristianismo bíblico. Pesquisas recentes, feitas por George Barna, têm revelado que somente 23% dos crentes evangélicos e regenerados acreditam que existe tal coisa como a verdade absoluta!4 Não admira que alguns deles estejam questionando a necessidade de um evangelismo agressivo. Para esses, talvez a fé em Jesus Cristo, como Salvador e Senhor, na verdade não seja assim tão crucial, afinal de contas! Quando contemplamos esse fenômeno à luz do que é visível e do que é invisível, não estamos jogando nenhum jogo cultural. Antes estamos convidando novamente o paganismo para a nossa sociedade, à guisa de tolerância. E isso fornece fortalezas para os espíritos territoriais invadirem e assumirem o controle da vida de nossa sociedade. Isso atrai a demonização da sociedade, bem como o desastre final para um grande número de pessoas. Que Fazem os Poderes das Trevas? Quão perigoso é esse desenvolvimento? Quando as forças demoníacas passam a controlar a sociedade, muitas coisas podem acontecer. Na América do Norte estamos vendo algumas delas começarem a acontecer diante de nossos olhos. Exemplificando: 1. Podem provocar o ressurgimento do racismo sob formas novas e mais violentas. Minorias podem voltar-se contra outras minorias, como os conflitos entre os afro-americanos e os coreo-americanos, ou entre os hispano-americanos e os afro-americanos. 2. Podem forçar os sistemas legislativo e judiciário para que legalizem supostos direitos de grupos que exercem pressão, sem importar quão danificadoras sejam essas causas para a sociedade como um todo, a longo prazo. Direitos exagerados dos animais,