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TEXTO E DISCURSO
AULA 04 E 05
DISCURSO E TEXTO
Discurso é aquilo que alguém produz ao se
manifestar em alguma instância discursiva. O
discurso se realiza nos textos.
 Texto é uma entidade concreta realizada
materialmente e corporificada em algum gênero
textual.
DOMÍNIO DISCURSIVO
 Esfera ou instância de produção discursiva ou de
atividade humana = práticas discursivas.
 Não são textos nem discursos, mas propiciam o
surgimento de gêneros bastante específicos.
 Ex: discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso
religioso, discurso político, discurso acadêmico, discurso
lúdico, discurso militar, discurso publicitário, discurso
ficcional etc.
MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO
 Referem-se a diferenças estruturais e são válidos,
em princípio, para todas as culturas.
 Tem a ver com o modo de organizar
internamente o texto, independentemente da
finalidade a que se destina.
 Considera-se que são 5 os modos de organização
do discurso:
1) Narração
2) Descrição
3) Exposição
4) Argumentação
5) Injunção
(1) NARRAÇÃO
 A narração é uma sequência de fatos.
 Ela se caracteriza por (a) presença de ações; (b) predomínio de
verbos no pretérito, principalmente o perfeito; (c) ocorrência de
personagens; e (d) presença de ordenação cronológica dos fatos.
 O texto narrativo estrutura-se a partir de uma situação inicial de
equilíbrio, perturbada por um fator qualquer de desequilíbrio, para o
qual surge uma solução, geradora de novo equilíbrio, podendo
ocorrer no mesmo texto um ou mais trinômios desse tipo.
Exemplo:
F. e P. nasceram do mesmo pai e da mesma mãe. A fortuna, porém, não os
assistiu com a mesma equidade. F. foi adotado e criado por uma família
ilustre; P. deixou-se ficar com os pobres pais.
F. Tirou título de doutor; P. morreu aos 18 anos em um tiroteio com a
polícia.
(2) DESCRIÇÃO
 Aponta atributos do objeto da descrição que pode ser uma pessoa,
um animal, um processo, um ser inanimado, uma cena etc.
 Quanto aos sentidos empregados na observação do objeto descrito,
uma descrição pode ser visual, auditiva, táctil, gustativa ou olfativa.
Podemos também descrever entidades abstratas, como sentimentos,
conceitos matemáticos, valores éticos, estéticos etc., cujo
conhecimento não depende diretamente dos sentidos.
Exemplo:
Eis São Paulo às sete da noite. O trânsito caminha lento e nervoso. Nas
ruas, pedestres apressados se atropelam. Nos bares, bocas cansadas
conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Luzes de tom pálido
incidem sobre o cinza dos prédios.
(3) EXPOSIÇÃO
 O que caracteriza o texto expositivo ou dissertação expositiva é a
intenção de sistematizar informações com fins didáticos.
 Não há um tom polêmico como se observa nos textos
argumentativos.
 A exposição é muito comum em livros didáticos e enciclopédias.
Nesse tipo de texto, o autor com autoridade de especialista dirige-se
a um destinatário leigo, ficando excluída a possibilidade de
contestação.
Exemplo:
As condições de bem-estar e comodidade nos grandes centros urbanos
como São Paulo são reconhecidamente precárias por causa, sobretudo,
da densa concentração de habitantes num espaço que não foi projetado
para alojá-los. Com isso, praticamente todos os polos da estrutura
urbana ficam afetados: o trânsito é lento; os transportes coletivos,
insuficientes; os estabelecimentos de prestação de serviço, ineficazes.
(4)
ARGUMENTAÇÃO
 O texto argumentativo visa a persuadir o ouvinte ou leitor de uma
tese, para a qual o argumentador procura direcionar os sujeitos-alvo
da argumentação.
 Visar a persuadir, no entanto, não basta para caracterizar um texto
argumentativo. Uma fábula, por exemplo, embora tenha a finalidade
de persuadir o leitor da tese contida na “moral da história”, não é um
texto argumentativo, uma vez que não tem argumentos explícitos.
 A explicitação dos argumentos é o que caracteriza o texto
argumentativo.
(5) INJUNÇÃO
 O texto injuntivo, também chamado de instrucional, é na verdade um
tipo específico de descrição de processos, caracterizando-se pelo
objetivo de “fazer saber fazer”, isto é, de capacitar o destinatário a
executar uma tarefa específica desdobrável em “minitarefas”,
ordenadas cronologicamente.
 São exemplos de textos injuntivos as receitas, os folhetos
explicativos, os manuais de uso.
 Nesse tipo de texto, o uso do imperativo é marcante: primeiro faça
isso, depois aquilo, e assim por diante.
Exemplo:
Aqueça a panela em fogo médio. Acrescente 1 colher de sopa de
manteiga. Logo após, utilize todo o leite condensado junto à manteiga.
Em seguida, acrescente 4 colheres de sopa de chocolate em pó e mexa
sem parar até desgrudar da panela. Unte um recipiente onde a mistura
será despejada e faça pequenas bolas com a mão, passando a mistura no
chocolate granulado.
MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO: OBJETIVOS E MARCAS TEXTUAIS
MODOS DE
ORGANIZAÇÃO DO
DISCURSO
OBJETIVO E TEMÁTICA MARCAS LINGUÍSTICAS DE DESTAQUE
DESCRIÇÃO Identificar, localizar e qualificar
seres, objetos, lugares,
apresentando características
físicas ou “psicológicas”
Substantivos, adjetivos e advérbios (de
modo e intensidade, principalmente);
verbos no presente ou pretérito
imperfeito do indicativo
NARRAÇÃO Relatar fatos, acontecimentos e
ações, numa sequência temporal
Verbos, advérbios e conjunções (tempo,
lugar...); verbos no presente ou pretérito
perfeito do indicativo
EXPOSIÇÃO Informar ou expor um tema,
numa organização lógica,
mostrando relações de
causa/efeito, contraposição, etc.
Operadores discursivos (conjunções,
preposições e expressões denotativas),
modalizadores (talvez, sem dúvida,
provavelmente etc.), verbos no presente
do indicativo
ARGUMENTAÇÃO Defender um ponto de vista ou
opinião; persuadir ou convencer
o interlocutor por meio de
argumentos, numa organização
lógica, mostrando relações de
causa/efeito, contraposição, etc.
Idem anterior
Presença explícita de argumentos
INJUNÇÃO Dar ordens, apresentar regras e
procedimentos a serem seguidos
Verbos com valor imperativo (mesmo
que não estejam no modo imperativo,
mas no infinitivo, por exemplo),
pronomes (você, vocês)
OS GÊNEROS TEXTUAIS
 Operam prospectivamente, abrindo o caminho da
compreensão.
 Os interlocutores seguem, em geral, três critérios
para designarem seus textos:
 Suporte (telefone, carta, telegrama...)
 Critérios formais (nível de linguagem, público alvo,
objetivos...)
 Natureza do conteúdo (piada, prefácio de livro, receita
culinária, bula de remédio, conto, discussão, poema...)
GÊNEROS TEXTUAIS
Abrangem um conjunto aberto e
praticamente ilimitado de designações
concretas determinadas pelo canal, estilo,
conteúdo, composição e função.
Exemplos de gêneros:
telefonema, sermão, carta
comercial, carta pessoal,
romance, bilhete, aula expositiva,
reunião de condomínio,
horóscopo, receita culinária, lista
de compras, cardápio, instruções
de uso, outdoor, resenha,
inquérito policial, conferência,
bate-papo virtual, etc.
OS GÊNEROS SÃO HISTORICAMENTE CONSTRUÍDOS E
APRESENTAM PADRÕES CARACTERÍSTICOS QUE NOS
PERMITEM RECONHECÊ-LOS
NOVOS GÊNEROS, VELHAS BASES
 As novas tecnologias, ou seja, a intensidade do uso
das tecnologias e suas interferências nas
atividades comunicativas diárias propiciaram o
surgimento de novos gêneros textuais, formas
inovadoras.
 Fato já notado por Bakhtin (1997), quando falava
na transmutação dos gêneros e na assimilação de
um gênero por outro gerando novos.
Exemplos: a) conversa -> telefonema -> chat -> wathsapp
b) bilhete /carta -> e-mail -> twitter
GÊNEROS HÍBRIDOS
 Os gêneros híbridos permitem observar melhor a integração entre
os vários tipos de linguagens: signos verbais, sons, imagens e formas
em movimento.
RELAÇÃO ENTRE SEQUÊNCIAS
TIPOLÓGICAS (MODOS) E GÊNEROS
TEXTUAIS
 Os textos ainda podem apresentar sequências tipológicas variadas
dentro de um mesmo gênero
PRÁTICAS
 Com gêneros
 Uma letra de música em uma notícia
PRÁTICAS
 Uma receita culinária em
uma receita poética
ANÁLISE LINGUÍSTICA
 Sequências tipológicas
 Estruturas frasais
 Tempos verbais
 Vocabulário
 Ortografia
 Morfologia
 Entre outros aspectos...
QUANDO DOMINAMOS UM GÊNERO
TEXTUAL, DOMINAMOS UMA FORMA
DE REALIZAR LINGUISTICAMENTE
OBJETIVOS ESPECÍFICOS EM
SITUAÇÕES SOCIAIS PARTICULARES.
“O objetivo da escola é ensinar o português
padrão, ou, talvez mais exatamente, o de criar
condições para que ele seja aprendido.
Qualquer outra hipótese é um equívoco político
e pedagógico.
A tese de que não se deve ensinar ou exigir o
domínio do dialeto padrão dos alunos que
conhecem e usam dialetos não padrões
baseia-se em parte no preconceito segundo o
qual seria difícil aprender o padrão.”
Sírio Possenti (2000: 17)
INTERTEXTUALIDADE E
INTERDISCURSIVIDADE
Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais! (...)
Casimiro de Abreu (1839-1860)
Meus oito anos
Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais
Oswald de Andrade (1890-1954)
CONCEITO DE TEXTO
 Segundo Costa Val, “um texto é uma ocorrência lingüística, escrita
ou falada de qualquer extensão, dotada de unidade
sociocomunicativa, semântica e formal” (1991). Podemos acrescentar
que o texto é sempre situado historicamente, o que nos leva a
afirmar que o estudo do texto não se limita ao estudo das estruturas
linguísticas nele presentes.
CONCEITO DE TEXTO
 Segundo Beaugrande, “o texto é um evento comunicativo em que
convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas” (1997). O que
nos leva a crer que o texto é uma ‘unidade de sentido’ (MARCUSCHI,
2005) que vai além da estrutura e deve ser considerado num nível
superior ao morfossintático. O texto seria um “artefato sócio-
histórico” (Idem)
INTERTEXTUALIDADE
 “A intertextualidade diz respeito aos modos como a produção e
recepção de um texto dependem do conhecimento que se tenha de
outros textos com os quais ele, de alguma forma, se relaciona” (KOCH,
2000). O texto poderia ser considerado um ‘mosaico de citações’
(KRISTEVA, 1974)
INTERTEXTUALIDADE
 Um texto literário é, pois, “carregado de outros textos, inclusive do
‘texto’ da realidade.” (HERBERTS, 1999)
GONÇALVES DIAS
 Minha terra tem palmeiras,
 Onde canta o Sabiá;
 As aves, que aqui gorjeiam,
 Não gorjeiam como lá.
 Nosso céu tem mais estrelas,
 Nossas várzeas têm mais flores,
 Nossos bosques têm mais vida,
 Nossa vida mais amores.
 Em cismar, sozinho, à noite,
 Mais prazer encontro eu lá;
 Minha terra tem palmeiras,
 Onde canta o Sabiá.
 [...]
OSWALD DE ANDRADE
 Minha terra tem palmares
 Onde gorjeia o mar
 Os passarinhos daqui
 Não cantam como os de lá
 Minha terra tem mais rosas
 E quase que mais amores
 Minha terra tem mais ouro
 Minha terra tem mais terra
 Ouro terra amor e rosas
 Eu quero tudo de lá
 Não permita Deus que eu morra
 Sem que volte para lá
 [...]
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
 Um sabiá
 na palmeira, longe.
 Estas aves cantam
 um outro canto.
 O céu cintila
 sobre flores úmidas.
 Vozes na mata
 e o maio amor.
 Só, na noite,
 seria feliz:
 um sabiá,
 na palmeira, longe.
 [...]
Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
[...]
(Mário Quintana)
Vou Voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar uma sabiá,
Cantar uma sabiá
[...]
(Tom Jobim e Chico Buarque)
PARÁFRASE X PARÓDIA
 PARÁFRASE – retoma o texto ‘original’ preservando sua ideologia.
 PARÓDIA – a retomada se dá através de uma subversão da ideologia
do texto citado.
CONCEITO DE DISCURSO
Discurso é uma dispersão de textos que se relacionam de maneira
histórica e ideológica de modo a preservar a prática de uma determinada
identidade enunciativa.
INTERDISCURSIVIDADE
É a relação que se estabelece entre discursos diferentes, manifestada
através de textos ou da dispersão deles.

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  • 2. DISCURSO E TEXTO Discurso é aquilo que alguém produz ao se manifestar em alguma instância discursiva. O discurso se realiza nos textos.  Texto é uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum gênero textual.
  • 3. DOMÍNIO DISCURSIVO  Esfera ou instância de produção discursiva ou de atividade humana = práticas discursivas.  Não são textos nem discursos, mas propiciam o surgimento de gêneros bastante específicos.  Ex: discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso, discurso político, discurso acadêmico, discurso lúdico, discurso militar, discurso publicitário, discurso ficcional etc.
  • 4. MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO  Referem-se a diferenças estruturais e são válidos, em princípio, para todas as culturas.  Tem a ver com o modo de organizar internamente o texto, independentemente da finalidade a que se destina.  Considera-se que são 5 os modos de organização do discurso: 1) Narração 2) Descrição 3) Exposição 4) Argumentação 5) Injunção
  • 5. (1) NARRAÇÃO  A narração é uma sequência de fatos.  Ela se caracteriza por (a) presença de ações; (b) predomínio de verbos no pretérito, principalmente o perfeito; (c) ocorrência de personagens; e (d) presença de ordenação cronológica dos fatos.  O texto narrativo estrutura-se a partir de uma situação inicial de equilíbrio, perturbada por um fator qualquer de desequilíbrio, para o qual surge uma solução, geradora de novo equilíbrio, podendo ocorrer no mesmo texto um ou mais trinômios desse tipo. Exemplo: F. e P. nasceram do mesmo pai e da mesma mãe. A fortuna, porém, não os assistiu com a mesma equidade. F. foi adotado e criado por uma família ilustre; P. deixou-se ficar com os pobres pais. F. Tirou título de doutor; P. morreu aos 18 anos em um tiroteio com a polícia.
  • 6. (2) DESCRIÇÃO  Aponta atributos do objeto da descrição que pode ser uma pessoa, um animal, um processo, um ser inanimado, uma cena etc.  Quanto aos sentidos empregados na observação do objeto descrito, uma descrição pode ser visual, auditiva, táctil, gustativa ou olfativa. Podemos também descrever entidades abstratas, como sentimentos, conceitos matemáticos, valores éticos, estéticos etc., cujo conhecimento não depende diretamente dos sentidos. Exemplo: Eis São Paulo às sete da noite. O trânsito caminha lento e nervoso. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Luzes de tom pálido incidem sobre o cinza dos prédios.
  • 7. (3) EXPOSIÇÃO  O que caracteriza o texto expositivo ou dissertação expositiva é a intenção de sistematizar informações com fins didáticos.  Não há um tom polêmico como se observa nos textos argumentativos.  A exposição é muito comum em livros didáticos e enciclopédias. Nesse tipo de texto, o autor com autoridade de especialista dirige-se a um destinatário leigo, ficando excluída a possibilidade de contestação. Exemplo: As condições de bem-estar e comodidade nos grandes centros urbanos como São Paulo são reconhecidamente precárias por causa, sobretudo, da densa concentração de habitantes num espaço que não foi projetado para alojá-los. Com isso, praticamente todos os polos da estrutura urbana ficam afetados: o trânsito é lento; os transportes coletivos, insuficientes; os estabelecimentos de prestação de serviço, ineficazes.
  • 8.
  • 9. (4) ARGUMENTAÇÃO  O texto argumentativo visa a persuadir o ouvinte ou leitor de uma tese, para a qual o argumentador procura direcionar os sujeitos-alvo da argumentação.  Visar a persuadir, no entanto, não basta para caracterizar um texto argumentativo. Uma fábula, por exemplo, embora tenha a finalidade de persuadir o leitor da tese contida na “moral da história”, não é um texto argumentativo, uma vez que não tem argumentos explícitos.  A explicitação dos argumentos é o que caracteriza o texto argumentativo.
  • 10.
  • 11. (5) INJUNÇÃO  O texto injuntivo, também chamado de instrucional, é na verdade um tipo específico de descrição de processos, caracterizando-se pelo objetivo de “fazer saber fazer”, isto é, de capacitar o destinatário a executar uma tarefa específica desdobrável em “minitarefas”, ordenadas cronologicamente.  São exemplos de textos injuntivos as receitas, os folhetos explicativos, os manuais de uso.  Nesse tipo de texto, o uso do imperativo é marcante: primeiro faça isso, depois aquilo, e assim por diante. Exemplo: Aqueça a panela em fogo médio. Acrescente 1 colher de sopa de manteiga. Logo após, utilize todo o leite condensado junto à manteiga. Em seguida, acrescente 4 colheres de sopa de chocolate em pó e mexa sem parar até desgrudar da panela. Unte um recipiente onde a mistura será despejada e faça pequenas bolas com a mão, passando a mistura no chocolate granulado.
  • 12. MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO: OBJETIVOS E MARCAS TEXTUAIS MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO OBJETIVO E TEMÁTICA MARCAS LINGUÍSTICAS DE DESTAQUE DESCRIÇÃO Identificar, localizar e qualificar seres, objetos, lugares, apresentando características físicas ou “psicológicas” Substantivos, adjetivos e advérbios (de modo e intensidade, principalmente); verbos no presente ou pretérito imperfeito do indicativo NARRAÇÃO Relatar fatos, acontecimentos e ações, numa sequência temporal Verbos, advérbios e conjunções (tempo, lugar...); verbos no presente ou pretérito perfeito do indicativo EXPOSIÇÃO Informar ou expor um tema, numa organização lógica, mostrando relações de causa/efeito, contraposição, etc. Operadores discursivos (conjunções, preposições e expressões denotativas), modalizadores (talvez, sem dúvida, provavelmente etc.), verbos no presente do indicativo ARGUMENTAÇÃO Defender um ponto de vista ou opinião; persuadir ou convencer o interlocutor por meio de argumentos, numa organização lógica, mostrando relações de causa/efeito, contraposição, etc. Idem anterior Presença explícita de argumentos INJUNÇÃO Dar ordens, apresentar regras e procedimentos a serem seguidos Verbos com valor imperativo (mesmo que não estejam no modo imperativo, mas no infinitivo, por exemplo), pronomes (você, vocês)
  • 13. OS GÊNEROS TEXTUAIS  Operam prospectivamente, abrindo o caminho da compreensão.  Os interlocutores seguem, em geral, três critérios para designarem seus textos:  Suporte (telefone, carta, telegrama...)  Critérios formais (nível de linguagem, público alvo, objetivos...)  Natureza do conteúdo (piada, prefácio de livro, receita culinária, bula de remédio, conto, discussão, poema...)
  • 14. GÊNEROS TEXTUAIS Abrangem um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função. Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, lista de compras, cardápio, instruções de uso, outdoor, resenha, inquérito policial, conferência, bate-papo virtual, etc.
  • 15.
  • 16. OS GÊNEROS SÃO HISTORICAMENTE CONSTRUÍDOS E APRESENTAM PADRÕES CARACTERÍSTICOS QUE NOS PERMITEM RECONHECÊ-LOS
  • 17. NOVOS GÊNEROS, VELHAS BASES  As novas tecnologias, ou seja, a intensidade do uso das tecnologias e suas interferências nas atividades comunicativas diárias propiciaram o surgimento de novos gêneros textuais, formas inovadoras.  Fato já notado por Bakhtin (1997), quando falava na transmutação dos gêneros e na assimilação de um gênero por outro gerando novos. Exemplos: a) conversa -> telefonema -> chat -> wathsapp b) bilhete /carta -> e-mail -> twitter
  • 18. GÊNEROS HÍBRIDOS  Os gêneros híbridos permitem observar melhor a integração entre os vários tipos de linguagens: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento.
  • 19.
  • 20.
  • 21. RELAÇÃO ENTRE SEQUÊNCIAS TIPOLÓGICAS (MODOS) E GÊNEROS TEXTUAIS  Os textos ainda podem apresentar sequências tipológicas variadas dentro de um mesmo gênero
  • 22.
  • 23. PRÁTICAS  Com gêneros  Uma letra de música em uma notícia
  • 24. PRÁTICAS  Uma receita culinária em uma receita poética
  • 25. ANÁLISE LINGUÍSTICA  Sequências tipológicas  Estruturas frasais  Tempos verbais  Vocabulário  Ortografia  Morfologia  Entre outros aspectos...
  • 26. QUANDO DOMINAMOS UM GÊNERO TEXTUAL, DOMINAMOS UMA FORMA DE REALIZAR LINGUISTICAMENTE OBJETIVOS ESPECÍFICOS EM SITUAÇÕES SOCIAIS PARTICULARES.
  • 27. “O objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou, talvez mais exatamente, o de criar condições para que ele seja aprendido. Qualquer outra hipótese é um equívoco político e pedagógico. A tese de que não se deve ensinar ou exigir o domínio do dialeto padrão dos alunos que conhecem e usam dialetos não padrões baseia-se em parte no preconceito segundo o qual seria difícil aprender o padrão.” Sírio Possenti (2000: 17)
  • 29. Meus oito anos Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! (...) Casimiro de Abreu (1839-1860)
  • 30. Meus oito anos Oh que saudades que eu tenho Da aurora de minha vida Das horas De minha infância Que os anos não trazem mais Naquele quintal de terra Da Rua de Santo Antônio Debaixo da bananeira Sem nenhum laranjais Oswald de Andrade (1890-1954)
  • 31. CONCEITO DE TEXTO  Segundo Costa Val, “um texto é uma ocorrência lingüística, escrita ou falada de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal” (1991). Podemos acrescentar que o texto é sempre situado historicamente, o que nos leva a afirmar que o estudo do texto não se limita ao estudo das estruturas linguísticas nele presentes.
  • 32. CONCEITO DE TEXTO  Segundo Beaugrande, “o texto é um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas” (1997). O que nos leva a crer que o texto é uma ‘unidade de sentido’ (MARCUSCHI, 2005) que vai além da estrutura e deve ser considerado num nível superior ao morfossintático. O texto seria um “artefato sócio- histórico” (Idem)
  • 33. INTERTEXTUALIDADE  “A intertextualidade diz respeito aos modos como a produção e recepção de um texto dependem do conhecimento que se tenha de outros textos com os quais ele, de alguma forma, se relaciona” (KOCH, 2000). O texto poderia ser considerado um ‘mosaico de citações’ (KRISTEVA, 1974)
  • 34. INTERTEXTUALIDADE  Um texto literário é, pois, “carregado de outros textos, inclusive do ‘texto’ da realidade.” (HERBERTS, 1999)
  • 35. GONÇALVES DIAS  Minha terra tem palmeiras,  Onde canta o Sabiá;  As aves, que aqui gorjeiam,  Não gorjeiam como lá.  Nosso céu tem mais estrelas,  Nossas várzeas têm mais flores,  Nossos bosques têm mais vida,  Nossa vida mais amores.  Em cismar, sozinho, à noite,  Mais prazer encontro eu lá;  Minha terra tem palmeiras,  Onde canta o Sabiá.  [...]
  • 36. OSWALD DE ANDRADE  Minha terra tem palmares  Onde gorjeia o mar  Os passarinhos daqui  Não cantam como os de lá  Minha terra tem mais rosas  E quase que mais amores  Minha terra tem mais ouro  Minha terra tem mais terra  Ouro terra amor e rosas  Eu quero tudo de lá  Não permita Deus que eu morra  Sem que volte para lá  [...]
  • 37. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE  Um sabiá  na palmeira, longe.  Estas aves cantam  um outro canto.  O céu cintila  sobre flores úmidas.  Vozes na mata  e o maio amor.  Só, na noite,  seria feliz:  um sabiá,  na palmeira, longe.  [...]
  • 38. Minha terra não tem palmeiras... E em vez de um mero sabiá, Cantam aves invisíveis Nas palmeiras que não há. [...] (Mário Quintana) Vou Voltar Sei que ainda vou voltar Para o meu lugar Foi lá e é ainda lá Que eu hei de ouvir cantar uma sabiá, Cantar uma sabiá [...] (Tom Jobim e Chico Buarque)
  • 39. PARÁFRASE X PARÓDIA  PARÁFRASE – retoma o texto ‘original’ preservando sua ideologia.  PARÓDIA – a retomada se dá através de uma subversão da ideologia do texto citado.
  • 40.
  • 41.
  • 42. CONCEITO DE DISCURSO Discurso é uma dispersão de textos que se relacionam de maneira histórica e ideológica de modo a preservar a prática de uma determinada identidade enunciativa.
  • 43. INTERDISCURSIVIDADE É a relação que se estabelece entre discursos diferentes, manifestada através de textos ou da dispersão deles.