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PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS                                                                                            member of
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                                 Sociedade de Revisores Oficiais de Contas



                                                                                                   
                                                                                                   
                                                                                                   
                                                                                                   

                                       Grupo  Sporting  Clube  de  Portugal  
                                                                                                   




                                                                                                                            
                                                                                                   
                      ANÁLISE  DA  EVOLUÇÃO  DA  SITUAÇÃO  PATRIMONIAL    
                                                                   01.08.1998  A  26.03.2011  
      
      
      




         Sede:
         Av. do Brasil, 15 1º                                                                               Rua da Saudade, 132 3º
         1749-­112 LISBOA                                                                                   4150-­682 PORTO
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         Email: geral.lisboa@rsmi.pt                                                                        Email: geral.porto@rsmi.pt

         Inscrição na Lista dos Revisores Oficiais de Contas (em 11.05.1981) sob o nº 21   NIPC                501.612.181     Inscrição na Lista de Auditores da CMVM (em 21.02.1992) sob o nº 196

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                                                                                  ÍNDICE  


    SUMÁRIO  EXECUTIVO  
    I.      INTRODUÇÃO  ..........................................................................................................................................  1  
            1.   OBJECTIVOS  ........................................................................................................................................  2  
            2.   ÂMBITO  ...............................................................................................................................................  2  
                  2.1.   Nível  da  análise   ..........................................................................................................................  2  
                                             .
                  2.2.   Empresas  que  compõem  o  Grupo  Sporting  ...............................................................................  3  
                  2.3.   Período  analisado  .......................................................................................................................  3  
            3.   METODOLOGIA  ...................................................................................................................................  4  
            4.   MATERIALIDADE  .................................................................................................................................  5  
            5.   LIMITAÇÕES  ........................................................................................................................................  5  
    II.     VISÃO  GERAL  DAS  CONTAS  CONSOLIDADAS             ...........................................................................................  8  
            1.   EVOLUÇÃO  DO  BALANÇO  ...................................................................................................................  8  
            2.   EVOLUÇÃO  DA  DEMONSTRAÇÃO  DE  RESULTADOS  ..........................................................................  10  
            3.   EVOLUÇÃO  DOS  CASH  FLOWS  ANUAIS  .............................................................................................  14  
    III.   ANÁLISE  PARCELAR  DAS  CONTAS  CONSOLIDADAS  ...............................................................................  18  
           1.   EVOLUÇÃO  DO  BALANÇO  .................................................................................................................  18  
                1.1.   Imobilizado  corpóreo  ...............................................................................................................  18  
                1.2.   Imobilizado  incorpóreo  ............................................................................................................  28  
                1.3.   Dívidas  de  financiamento  .........................................................................................................  42  
                1.4.   Diferimentos  e  provisões..........................................................................................................  45  
                1.5.   Outras  contas  do  Balanço   ........................................................................................................  47  
                                                        .
           2.   CONTAS  DE  RESULTADOS  .................................................................................................................  49  
                2.1.   Vendas  e  Prestações  de  serviços  ..............................................................................................  49  
                2.2.   Resultados  extraordinários.......................................................................................................  51  
                2.3.   Custos  com  o  pessoal  ...............................................................................................................  56  
                2.4.   Fornecimentos  e  serviços  externos  ..........................................................................................  60  
                2.5.   Amortizações  ............................................................................................................................  63  
                2.6.   Juros  e  outros  custos  de  financiamento   ..................................................................................  64  
                                                                              .
                2.7.   Outras  rubricas  de  Resultados..................................................................................................  65  
    IV.   RESUMO  DOS  ASPECTOS  MAIS  RELEVANTES  COM  IMPACTO  ECONÓMICO-­‐FINANCEIRO  QUE  
          OCORRERAM  EM  CADA  MANDATO  ......................................................................................................  68  
    V.   HIPOTECAS,  GARANTIAS,  PENHORES,  OUTROS  ÓNUS  E  LITÍGIOS  ........................................................  72  
         1.   HIPOTECAS,  GARANTIAS,  PENHORES  E  OUTROS  ÓNUS                                ....................................................................  72  
         2.   LITÍGIOS  
                      .............................................................................................................................................  74  
    VI.   PRINCIPAIS  CONTRATOS  EM  VIGOR  ......................................................................................................  76  
    VII.   CONCLUSÕES   ........................................................................................................................................  77  
                     .
    LISTA  DOS  QUADROS.....................................................................................................................................  80  
    LISTA  DOS  GRÁFICOS  .....................................................................................................................................  81  
    BALANÇO  CONSOLIDADO  DE  1999  E  DE  2010  ..............................................................................................  82  
    DEMONSTRAÇÃO  DE  RESULTADOS  CONSOLIDADOS  DE  1999  A  2010  .........................................................  83  



                                  ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal


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                                  ANÁLISE  DA  EVOLUÇÃO  DA  SITUAÇÃO  PATRIMONIAL  
                                       GRUPO  SPORTING  CLUBE  DE  PORTUGAL  
                                                    01.08.1998  A    26.03.2011  
    SUMÁRIO  EXECUTIVO  
      
       O  Relatório  de  que  este  documento  é  o  Sumário  Executivo  foi  elaborado  nos  termos  da  proposta  
       apresentada   com   data   de   3/6/2011,   tendo   como   objectivo   apresentar   a   evolução   da   situação  
       patrimonial  do  Grupo  Sporting,  numa  perspectiva  financeira  consolidada,  no  período  decorrente  
       entre   1   de   Agosto   de   1998   e   26   de   Março   de   2011,   evidenciando   as   variações   anuais  
       materialmente   relevantes   das   várias   rubricas   do   Balanço   e   da   Demonstração   de   Resultados  
       consolidados  e  suas  implicações  ao  nível  da  origem/aplicação  de  fundos.  
         
       Este  período  foi  estendido  a  1995  no  caso  do  Imobilizado  Corpóreo  e  Incorpóreo,  às  rubricas  mais  
       relevantes   do   Activo.   Na   análise   temporal   efectuada,   teve-­‐se   em   consideração   os   períodos   de  
       reporte  inerentes  a  cada  mandato  directivo.  
         
       Os  trabalhos  efectuados  apoiaram-­‐se  nas  contas  individuais  das  várias  empresas  que  compõem  o  
       Grupo   Sporting,   com   base   nas   quais   foram   elaboradas   Contas   Consolidadas   anuais,   preparadas  
       por   empresa   de   consultadoria   externa.   Essas   demonstrações   financeiras   consolidadas,   que   só  
       foram  elaboradas  a  partir  da  época  1998-­‐1999,  não  incluíram  a  preparação  da  Demonstração  de  
       Fluxos  de  Caixa  consolidada.  Face  a  essa  limitação,  elaborámos  uma  Demonstração  de  Fluxos  de  
       Caixa   consolidada   pelo   método   indirecto,   apoiada   nos   Balanços   de   cada   ano   e   nas   respectivas  
       Demonstrações  de  Resultados,  que  abrange  as  épocas  1999-­‐2000  a  2009-­‐2010.  
         
       A   análise   efectuada   reparte-­‐se   em   3   grandes   áreas:   rubricas   do   Balanço,   da   Demonstração   de  
       Resultados  e  dos  Fluxos  de  Tesouraria.    
         
       1. Evolução  das  principais  contas  do  Balanço  de  1999  a  2010  
              
               O  Imobilizado  Corpóreo  aumentou  em  86  milhões  de  euros,  de  50  para  134  milhões  de  euros  
               em  valores  líquidos.  Entre  1998  e  2010  foram  investidos  183  milhões  de  euros  na  Academia  e  
               no   novo   Estádio   (incluindo   todo   o   complexo   desportivo   e   de   lazer   Alvalade   XXI,   tendo-­‐se  
               recebido  35  milhões  de  euros  de  subsídios  e  135  milhões  de  euros  de  vendas  de  terrenos  e  
               direitos   de   superfície   referentes   à   parte   alienada   do   Alvalade   XXI   -­‐   Health   Club,   Edifício  
                                                                                                                              Grupo  
               Sporting   integra   o   Estádio,   Museu,   Multidesportivo,   Academia   além   de   outras   parcelas   de  
               terreno   onde,   de   entre   as   quais,   está   previsto   ser   edificado   o   futuro   pavilhão  
               multidesportivo.    
                   
               O   Imobilizado   Incorpóreo,   que   se   compõe   essencialmente   dos   passes   dos   jogadores   de  
               futebol  profissional,  diminuiu  no  período  em  11  milhões  de  euros  (valores  líquidos  em  2010).  
               O   saldo   resultante   de   todas   as   operações   de   investimento   em   imobilizado   incorpóreo,  
               relacionadas   com   aquisições   (197   milhões   de   euros)   e   vendas   (157   milhões   de   euros)   dos  




                           ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal


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          passes  de  jogadores  entre  01.08.1998  e  26.03.2011  foi  negativo  em  cerca  de  41   milhões  de  
          euros.  
            
          Dívidas   de   financiamento   -­‐   nesta   rubrica   observa-­‐se   o   maior   acréscimo:   217   milhões   de  
          euros.  Tal  representa  um  aumento  médio  de  cerca  de  20  milhões  de  euros  por  ano,  tendo  o  
          endividamento  do  Grupo  Sporting  mais  do  que  quintuplicado  em  12  anos.  O  endividamento  
          bancário   surge   com   valores   mais   expressivos   sobretudo   a   partir   de   2001,   ano   em   que   se  
          iniciaram   as   obras   de   construção   do   novo   Estádio   e   do   complexo   Alvalade   XXI.   Em   2006   o  
          endividamento   atingiu   o   valor   máximo,   com   cerca   de   277   milhões   de   euros,   que   foi  
          praticamente   retomado   em   2011,   se   adicionarmos   a   emissão   de   55   milhões   de   euros   de  
          obrigações  convertíveis  em  acções  emitidas  na  época  2010/2011                           ,  que  se  vencem  
          em  2016.  Nesta  data,  o  Grupo  Sporting  terá  que  equacionar  a  sua  posição  de  controlo  sobre  
          a   SAD.   O   património   imobiliário   encontra-­‐se   hipotecado,   servindo   de   garantia   aos  
          empréstimos  contratados.  
            
          Os  Resultados  Acumulados  negativos  agravaram-­‐se  em  175  milhões  de  euros  nos  últimos  12  
          anos,  o  que  representa  uma  média  anual  de  16  milhões  de  euros  de  prejuízos  por  ano  desde  
          1999.   Como   consequência   desta   acumulação   de   prejuízos   ao   longo   dos   anos,   o   Capital  
          Próprio   do   Grupo   Sporting,   que   era   positivo   em  11  milhões   de   euros   em   1999,   atingiu   em  
          2010  o  valor  negativo  de  183  milhões  de  euros,  o  mais  baixo  de  sempre,  evidenciando  uma  
          situação  de  falência  técnica  em  termos  consolidados.  
            
    2. Evolução  das  principais  contas  da  Demonstração  de  Resultados  de  1999  a  2010  e  suas  causas  
       subjacentes  
         
          Vendas   e   prestações   de   serviços      apresentando   em  1999   o   valor   de   20  milhões   de   euros,  
          estes   proveitos   aumentaram   especialmente   em   2004   (44   milhões   de   euros),   com   um  
          aumento   considerável   das   receitas   de   bilheteira,   que   triplicaram   nesse   ano,   com   a  
          inauguração  do  novo  Estádio.  Após  2004  as  Vendas  e  Prestações  de  Serviços  apresentaram  
          estabilidade  ou  pequenos  crescimentos  anuais,  até  ao  valor  máximo  de  51  milhões  de  euros  
          em   2008.   Nos   dois   últimos   anos   verificaram-­‐se   decréscimos   anuais   de   2   milhões   de   euros,  
          tendo-­‐se  atingido  os  47  milhões  de  euros  em  2010,  com  uma  redução  média  de  2  milhões  de  
          euros  /ano.  
            
          Proveitos  extraordinários  e  outros     estas  duas  rubricas  confundem-­‐se  em  conceito,  pois  no  
          decorrer   dos   vários   anos   do   período,   registaram-­‐se   algumas   mais-­‐valias   com   os   passes   de  
                                                                                     isando   estas   duas   rubricas   em  
          conjunto,  que  se  compõem  em  grande  parte  pelas  mais-­‐valias  obtidas  nas  vendas  dos  passes  
          dos  jogadores,  concluímos  que   o   ano  de   2007  foi  o  mais  elevado,  logo  seguido  por  2004  e  
          2003.   Globalmente,   os   resultados   extraordinários   contribuíram   de   forma   positiva   para   os  
          resultados   líquidos   do   Grupo   Sporting,   cifrando-­‐se   em   cerca   de   150   milhões   de   euros   nos  
          últimos   12   anos   (1999-­‐2010).   Para   aquele   valor   contribuíram   principalmente   as   mais-­‐valias  
          obtidas   com   a   venda   dos   passes   dos   jogadores,   que   representaram   cerca   de   70%   (106  
          milhões  de  euros  )  dos  resultados  extraordinários.  
            
          Proveitos   suplementares      trata-­‐se   essencialmente   dos   proveitos   provenientes   das  
          comparticipações  da  UEFA  pela  presença  nas  competições  europeias.  São  rendimentos  com  



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    certa  irregularidade,  com  valores  máximos  em  2001  e  2009,  que  advêm  maioritariamente  da  
    presença   do   Clube   nestas   competições.   Em   acumulado,   os   prémios   totais   auferidos   pelo  
    Sporting   pela   participação   em   competições   europeias   durante   os   últimos   12   anos   (1999-­‐
    2010)  atingiram  o  montante  de   39  milhões   de   euros,  valor  que   representa  cerca  de   9%   do  
    total  dos  proveitos  normais  (bilheteira,  quotização,  publicidade,   televisão  e  outros)  obtidos  
    pelo  Grupo  Sporting  no  mesmo  período.    
      
    Custos  com  o  pessoal     nestes  gastos  estão  incluídas  as  remunerações  de  todo  o  pessoal  das  
    diversas   empresas   do   grupo   e   respectivos   encargos   sociais,   incluindo   os   jogadores  
    profissionais.  Houve   uma  tendência  de   crescimento  até  2003-­‐2004,  tendo-­‐se   a  partir  dessa  
    data  mantido   perto  dos   30  milhões   de  euros  anuais.  Cerca  de  75%   dos  gastos  com  pessoal  
    são   encargos   com   jogadores   e   treinadores.   Os   custos   com   directores   e   administradores  
    representaram  anualmente   desde  2003  cerca  de  2  milhões   de   euros,  da  ordem  de  metade  
    dos  gastos  com  o  restante  pessoal  administrativo.    
      
    Fornecimentos   e   serviços   externos      estes   custos   têm   demonstrado   tendência   crescente,  
    com  excepção  de  ligeiras  reduções  em  2003  e  2005.  Estabilizaram  nos  21  milhões  de  euros  
    em  2009  e  2010.  Foi,  no  decorrer  dos  anos,  a  2ª  ou  3ª  maior  rubrica  da  estrutura  de  custos  
    do  Grupo  Sporting.  A  sua  evolução  tem  sido  em  crescimento,  tendo  os  seus  valores  dobrado  
    em   12   anos.   Dentro   dos   FSEs   a   rubrica   mais   importante   são   os   honorários,   que   têm  
    acompanhado,   proporcionalmente,   com   excepção   de   2003,   a   progressão   dos   gastos   gerais  
    em  FSEs.    
      
    Amortizações      estes   custos   subdividem-­‐se   em   amortizações   do   Imobilizado   Corpóreo  
    (edifícios)  e  do  Imobilizado  Incorpóreo  (passes  dos  jogadores).  A  sua  irregularidade  ao  longo  
    dos   anos   é   motivada   pelas   amortizações   dos   passes   dos   jogadores.   Relativamente   ao  
    imobilizado  corpóreo,  foram  normalmente  utilizadas  as  taxas  máximas  fiscais  permitidas.  As  
    amortizações   dos   passes   dos   jogadores   são   efectuadas   proporcionalmente   aos   anos   dos  
    contratos  efectuados  com  cada  jogador.    
      
    Juros   e   encargos   financeiros      esta   rubrica   comporta   todos   os   juros   de   empréstimos   de  
    financiamento,  incluindo  também  os  juros  de  leasings.  Estes  custos  têm  sido  cada  vez  mais  
    importantes  nos  resultados,  atingido  o  seu  valor  máximo  em  2007,  com  17  milhões  de  euros,  
    ano   em   que   as   taxas   de   juro   estiveram   especialmente   altas   no   mercado,   baixando   depois  
    significativamente.  Em  2010,  esta  rubrica  apresentava  um  total  de  encargos  no  valor  de  11  
    milhões  de  euros.    
      
    Resultados   líquidos   anuais      Todos   os   anos   foram   apurados   prejuízos,   com   excepção   de  
    2007,  que  apresentou  um  lucro  de  6,5  milhões  de  euros  graças  aos  proveitos  extraordinários  
    apurados  (incluindo  outros  proveitos  operacionais)  de  37  milhões  de  euros  (inclui  a  alienação  
    do  passe  do  jogador  Nani  com  uma  mais-­‐valia  de  24,2  milhões  de  euros).  O  ano  em  que  os  
    resultados  líquidos  foram  mais  negativos  foi  o  último  (2010),  que  apresentou  um  prejuízo  de  
    38  milhões  de  euros.  Uma  análise  global  à  evolução  dos  Resultados  -­‐  quase  sempre  negativos  
    -­‐  do  Grupo  Sporting  evidencia  que,  com  a  estrutura  de  custos  existente,  os  prejuízos  se  têm  
    vindo  a  revelar  inevitáveis  em  anos  em  que  os  proveitos  extraordinários  da  venda  de  passes  
    de   jogadores   são   baixos   (2009   e   2010)   ou   as   receitas   gerais   se   revelem   menos   dinâmicas  
    (2001  a  2003).    



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        3. Evolução  dos  fluxos  de  tesouraria  
             
              Os  últimos  11  anos  foram,  em  termos  de  tesouraria,  desequilibrados,  gerando  necessidades  
              globais   neste   domínio   de   214   milhões   de   euros.   Parte   foi   gerada   nos   primeiros   anos   pelo  
              investimento  corpóreo  mas,  em  acumulado,  elas  são  principalmente  da  responsabilidade  do  
              investimento   incorpóreo   (passes   de   jogadores).   A   persistência   do   recurso   a   empréstimos  
              levou   a   que   o   montante   dos   juros   degradasse   a   situação   de   tesouraria,   alcançando,   só   os  
              juros   no   inteiro   período,   mais   de   metade   das   necessidades   de   tesouraria   acumuladas.   Tal  
              condicionalismo   determinou   o   recurso   a   novos   empréstimos   para   fazer   face,  parcialmente,  
              ao  pagamento  dos  juros  dos  próprios  empréstimos.        
                
        4. Situação  económico-­‐financeira  das  contas  consolidadas     causas  mais  relevantes  
             
              O  Grupo  Sporting  apresenta  uma  Situação  Líquida  negativa  (-­‐183  milhões  de  euros),  que  se  
              agravou  nos  12  anos  analisados  em  -­‐171  milhões  de  euros,  e  que  já  praticamente  atingiu  em  
              2010,   em   valor   absoluto,   o   valor   do   Activo   líquido.   As   dívidas   de   financiamento   atingem  
              agora   276   milhões   de   euros   (incluindo   as   VMOCs      Valores   Mobiliários   Obrigatoriamente  
              Convertíveis),   valor   que   representa   o   dobro   do   Activo   Fixo,   assumidamente   uma   estrutura  
              económico-­‐financeira  desajustada.  
                
              As  causas  mais  relevantes  que  levaram  a  esta  situação,  evidenciada  nas  contas  consolidadas  
              do  Grupo  Sporting,  foram  as  seguintes:  
                
              Resultados   líquidos   negativos   consolidados   em   quase   todas   as   épocas,   motivados   por   uma  
              Margem  Bruta  do  Futebol  Profissional  (Proveitos  da  actividade  desportiva  +/-­‐  valias  na  venda  
              de   passes   -­‐   custos   com   pessoal   relativos   a   jogadores   e   treinadores      amortizações   de  
              jogadores   e   treinadores)   em   média   35   milhões   de   euros   abaixo   do   ponto   crítico,   pelo  
              aumento   gradual   dos   Fornecimentos   e   Serviços   Externos   e   por   Encargos   financeiros  
              elevados.  
                
              Fluxos   de   tesouraria   negativos   em   quase   todas   as   épocas,   consubstanciado   num   deficit  
              crónico  de  tesouraria  acumulado  que  se  cifrou  em  cerca  de  214  milhões  de  euros  em  11  anos  
              (2000  a  2010),  ou  seja,  quase  20  milhões  de  euros  por  ano,  justificado  por  3  razões  básicas:  o  
              Investimento   líquido   em   passes   de   jogadores,   o   Investimento   líquido   em   imobilizado  
              corpóreo,  e  o  Cash  flow  operacional  negativo  na  maioria  das  épocas.  
                
              Elevado   nível   de   financiamento,   devido   ao   deficit   crónico   de   tesouraria,   que   gerou   um  
              empréstimo   total   de   cerca   de   276   milhões   de   euros,   representando   um   agravamento   no  
              passivo   de   230   milhões   de   euros   em   12   anos.   Esta   situação   produziu   custos   adicionais   em  
              juros   de   financiamento   que   ultrapassam   largamente   a   margem   bruta   gerada   pelo   futebol  
              profissional.  O  acordo  bancário  firmado  com  os  bancos  neste  contexto  condicionou  a  gestão  
              de   tesouraria   por   meio   de   dações   em   pagamento   de   receitas   de   patrocínio,   publicidade,  
              televisão  e  outras  cobranças  a  clientes.    
             
    A  fundamentação  das  considerações  globais  atrás  apresentadas  neste  Sumário  Executivo  encontra-­‐se  
    vertida  no  Relatório  detalhado  elaborado.  




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         I.    INTRODUÇÃO  
      
         O   presente   Relatório   foi   elaborado   nos   termos   da   proposta   apresentada   ao   Sporting   Clube   de  
         Portugal   com   data   de   3/6/2011,   tendo   em   vista   dar   cumprimento   ao   trabalho   de   análise  
         descritiva  e  factual  da  evolução  da  situação  patrimonial  do  Grupo  Sporting  ao  longo  do  período  
         decorri                                                  ivro   B         emitido   em   31/7/2000,   reportando   a  
         31/5/95)  e  até  à  data  da  tomada  de  posse  do  novo  Conselho  Directivo  (27/03/2011).  A  análise  foi  
         estendida   ao   exercício   de   1995,   nos   casos   em   que   tenham   ocorrido   variações   patrimoniais  
         materialmente  relevantes.  
           
         Este   documento   compõe-­‐se   de   duas   partes:   o   Relatório   Principal,   apresentado   em   papel   e   em  
         formato   digital      do   qual   é   parte   integrante  o  presente  texto   -­‐   e   os  Anexos,  que   são  entregues  
         apenas  em  formato  digital.  Todos  os  valores  incluídos  em  ambas  as  partes  deste  documento  estão  
         expressos  em   preços  correntes.   Admitindo   a   eventual   divulgação   pública   do   texto   do   Relatório,  
         neste  não  são  explicitados  nominalmente  quaisquer  pessoas  singulares  sobre  cujos  rendimentos  
         tenha  recaído  a  nossa  análise,  nomeadamente  na  rubrica  Remunerações  de  Pessoal.  
           
         Visto  que  o  período  contabilístico  nas  contas  das  empresas  do  Grupo  está  definido  de  acordo  com  
         o  conceito  de  época  desportiva,  o  ano  contabilístico  decorre  de  1  de  Julho  a  30  de  Junho  do  ano  
         seguinte.  Sendo  assim,  quando  no  texto  deste  Relatório  se  refere  as  contas  de  um  determinado  
         ano,  deve  ler-­‐se  as  contas  cuja  data  do  respectivo  período  de  reporte  termina  nesse  ano.  Quando  
         nos  referirmos,  por  exemplo,  às  contas  da  época  2009-­‐2010,  dizemos  que  se  trata  das  contas  de  
         2010.  
           
         Quando  os  gráficos  apresentados  incluem  séries  anuais  de  valores,  incluímos  informação  acerca  
         dos  Conselhos  Directivos  vigentes  em  cada  época,  através  duma  linha  do  tempo  suplementar  no  
         fundo  do  gráfico.  Como  o  início  e  término  dos  mandatos  não  coincide  com  o  início  e  término  dos  
         períodos  a  que   se   refere   a  informação  financeira,  que   coincide   (com  as  excepções   indicadas  no  
         ponto  5  g)  deste  Capítulo),  com  a  época  desportiva  decorrente  entre  1  de  Julho  e  30  de  Junho,  
         incluímos   o   nome   do   Presidente   do   Conselho   Directivo   até   ao   final   da   última   época   a   que  
         presidiu.  
           
         A   grande   maioria   dos   elementos   contabilísticos   que   utilizámos   está   mencionada   na   anterior  
         nomenclatura   do   Plano   Oficial   de   Contabilidade   (POC),   utilizada   nas   contas   das   empresas   do  
         Grupo  Sporting  até  Junho  de  2010  inclusive.  Em  consequência,  e  porque  este  Relatório  se  destina  
         a   uma   panóplia   de   utilizadores   muito   variada,   alguns   dos   quais   estarão   eventualmente   mais  
         familiarizados   com   os   termos   contabilísticos   há   muito   conhecidos   dos   utilizadores   das  
         informações  financeiras  elaboradas  com  base  no  POC,  do  que  com  a  nomenclatura  contabilística  
         agora   utilizada   em   conexão   com   o   Sistema   de   Normalização   Contabilística   (SNC)   e   Normas  
         Internacionais   de   Relato   Financeiro   (IFRS),   optámos   por   empregar   neste   relatório  
         preferencialmente  os  termos  contabilísticos  utilizados  em  POC.  




                                                                   -­‐  1  -­‐  

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         1. OBJECTIVOS  
           
         A   finalidade   deste   documento   é   apresentar   informação   que   permita   fácil   leitura   para   qualquer  
         destinatário,   privilegiando   a   elaboração   de   gráficos   e   quadros,   numa   perspectiva   financeira   e  
         numa   base   anual,   com   ênfase   na   origem   e   na   aplicação   dos   fundos,   tendo   em   apreço   o  
         incremento/redução   do   activo   face   ao   incremento/redução   do   passivo   e,   quando   relevante,   os  
         ganhos  ou  perdas  do  exercício.  
           
         A   análise   levada   a   cabo   tem   como   objectivo   apresentar   a   evolução   da   situação   patrimonial   do  
         Grupo   Sporting   numa   perspectiva   financeira   consolidada,   evidenciando   as   variações   anuais  
         materialmente   relevantes   das   várias   rubricas   do   Balanço   e   da   Demonstração   de   Resultados  
         consolidados.   As   operações   que   se   anulam,   por   consolidação,   entre   as   empresas   do   Grupo  
         Sporting,   apenas   serão   consideradas   quando   a   sua   existência   for   importante   para   explicar  
         situações  concretas  e  significativas  detectadas  nas  contas  consolidadas.  
           
         Não   é   objectivo   deste   trabalho   tecer   considerações   de   ordem   avaliativa   à   gestão   do   Grupo  
         Sporting   no   decorrer   das   várias   épocas   desportivas   e   dos   respectivos   Conselhos   Directivos  
         durante   os   anos   em   análise.   Nas   páginas   que   se   seguem,   e   nos   respectivos   Anexos,   serão  
         encontrados  apenas  factos,  associados  a  valores  financeiros,  que  tenham  sido  relevantes  para  a  
         explicação  do  que  foi  a  evolução  da  situação  económica  e  financeira  do  Grupo  Sporting.  
           
         Também  não  foi  é  propósito  deste  trabalho  efectuar  uma  auditoria  à  documentação  que  serviu  de  
         base  aos  registos  contabilísticos  das  contas  do  Grupo  Sporting.  As  contas  das  empresas  do  Grupo  
         foram  auditadas  em  todos  os  anos  por  Revisores  Oficiais  de  Contas  e,  no  caso  da  SAD,  também  
         por   um   Auditor   Externo,   além   das   normais   e   periódicas   análises   efectuadas   pela   Administração  
         Fiscal.  No  entanto,  quando  necessário  e  apropriado,  requeremos  a  documentação  comprovativa  
         dos  factos  detectados,  justificando  um  melhor  aprofundamento.  
           

         2.   ÂMBITO  
           

         2.1. Nível  da  análise  
           
         O   exame   efectuado   assentou   objectivamente   nas   principais   rubricas   do   activo   e   passivo  
         consolidados,   designadamente,   imobilizado   corpóreo,   activo   incorpóreo   (plantel      aquisição   e  
         venda  de  direitos  desportivos  dos  jogadores  profissionais  de  futebol),  passivo  perante  instituições  
         de  crédito  e  demais  credores,  além  de  outras  rubricas  que,  pela  sua  materialidade,  o  justificaram.  
         Efectuou-­‐se  ainda  uma  análise  do  resultado  líquido  consolidado  e  da  evolução  das  suas  principais  
         componentes  nos  respectivos  exercícios,  incluindo  subsídios.  
      
      
      


                                                                 -­‐  2  -­‐  

                           ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal



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PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS                                                                                                                 member of
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                       Sociedade de Revisores Oficiais de Contas



    2.2. Empresas  que  compõem  o  Grupo  Sporting  
      
    No   quadro   abaixo   explicitam-­‐se   as   empresas   que   consolidaram   no   Grupo   Sporting   no   decorrer  
    dos  vários  anos  da  análise,  com  indicação  da  natureza  da  sua  actividade,  data  de  constituição  e  de  
    encerramento,  quando  aplicável.  

                                                     QUADRO      1     Perímetro  do  grupo  Sporting  

         Nº                Siglas                                                      EMPRESAS                                                  ACTIVIDADE                   Motivo         Notas
                                                                                                                                              Início            Fim
     Empresas  que  consolidam  pelo  método  integral
          1                 SCP          Sporting  Clube  de  Portugal                                                                    01-­‐Jul-­‐1906
          2                 SCS          Sporting  -­‐  Comércio  e  Serviços,  SA.                                                       17-­‐Mar-­‐1997 28-­‐Jun-­‐2011    Por  Fusão       (d)
          3        SCPlaneamento         S.C.P.  -­‐  Soc.  de  Construção  e  Planeamento,  SA.                                          17-­‐Mar-­‐1997                                     (a)
          4            Construz          Construz  -­‐  Promoção  Imobiliária,  SA.                                                       17-­‐Mar-­‐1997
          5          Q.ta  Alvalade      Soc.  de  Promoção  Imobiliária  Quinta  de  Alvalade,  SA.                                      17-­‐Mar-­‐1997
          6           ta                 Soc.  de  Promoção  Imobiliária  Quinta  das  Raposeiras,  SA.                                   17-­‐Mar-­‐1997
                   Q.   Raposeiras
          7         Lote  Dourado        Soc.  de  Promoção  Imobiliária  Lote  Dourado,  SA.                                             17-­‐Mar-­‐1997

                                                                                                                                                            09-­‐Abr-­‐1998 Venda  de  49%
          8          Q.ta  Loureiro      Soc.  de  Promoção  Imobiliária  Quinta  do  Loureiro,  SA.                                      17-­‐Mar-­‐1997
                                                                                                                                                            15-­‐Jan-­‐1999 Venda  de  51%

          9                 EJA          Estádio  José  de  Alvalade,  SA.                                                                30-­‐Jun-­‐1997 20-­‐Abr-­‐2011    Dissolução
         10                SGPS          Sporting  -­‐  SGPS,  SA.                                                                        30-­‐Jun-­‐1997
         11                 SAD          Sporting  Clube  de  Portugal-­‐Futebol,  SAD.                                                   28-­‐Out-­‐1997
         12       Sporting  Seguros      Sporting  Seguros,  Mediadora  de  Seguros,  Lda.                                                30-­‐Mai-­‐2001
         13                SCom          Sporting.Com  -­‐  Empresa  de  Comunicação,  SA                                                 29-­‐Jun-­‐2001 20-­‐Abr-­‐2011    Dissolução
         14                SCGE          Sporting  -­‐  Consultadoria  e  Gestão  Empresarial,    SA.                                     10-­‐Out-­‐2001 20-­‐Abr-­‐2011    Dissolução
         15          Multimédia          Sporting  Multimédia,  SA.                                                                       19-­‐Dez-­‐2001
                         SPM
         16                              Sporting  Património  e  Marketing,  SA.                                                         20-­‐Dez-­‐2001
                      (Ex-­‐NEJA)
         17          Verdiblanc  I       Soc.  Imobiliária  VERDIBLANC  I,  SA.                                                           09-­‐Mar-­‐2004
         18         Verdiblanc  II       Soc.  Imobiliária  VERDIBLANC  II,  SA.                                                          09-­‐Mar-­‐2004
         19         Verdiblanc  III      Soc.  Imobiliária    VERDIBLANC  III,  SA.                                                       09-­‐Mar-­‐2004
         20         Verdiblanc  IV       Soc.  Imobiliária    VERDIBLANC  IV,  SA.                                                        09-­‐Mar-­‐2004
         21                 DE           Desporto  e  Espectáculo,  SA.                                                                   30-­‐Jun-­‐2004 30-­‐Jun-­‐2005    Por  Fusão       (b)
         22           Reciklado          Reciklado-­‐Exploração  de  Empreendimentos  Turísticos,  SA.                                    23-­‐Ago-­‐2007
     Empresa  que  não  consolida  pelo  método  integral
         23                SPGis         SPGis-­‐Planeamento  e  Gestão  de  Estacionamento,  SA.                                         11-­‐Nov-­‐1996 20-­‐Jul-­‐2005 Venda  de  49,5%    (c  )

     Notas:
      (a)   Sociedade  criada  em  29-­‐Ago-­‐1977  esteve  inactiva  até  17-­‐Mar-­‐1997.
         (b)     Fusão  por  incorporação  na  Sporting  Comércio  e  Serviços.
         (c  )   O  Sporting  Club  Portugal  detem  actualmente  0,5%  da  SPGis.
         (d)     Fusão  por  incorporação  na  Sporting  SAD.
      

    2.3. Período  analisado  
      
    A  nossa  análise  cobriu  o  período  decorrente  entre  1  de  Agosto  de  1998  e  26  de  Março  de  2011.  
    Este  período  foi  estendido  a  1995  no  caso  do  Imobilizado  Corpóreo  e  Incorpóreo,  as  rubricas  mais  
    relevantes  do  Activo.  O  Capítulo  IV  e  os  pontos  1.1  e  1.2  do  Capítulo  III  abrangerão  este  período  
    suplementar  de  anos.  
                                                                                                              -­‐  3  -­‐  

                                   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal



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    3. METODOLOGIA  
           
         Os   dados   de   base   do   trabalho   efectuado   são   as   contas   individuais   das   várias   empresas   que  
         compõem   o   Grupo   Sporting,   nos   seus   respectivos   Balanços,   Demonstrações   de   Resultados,  
         Anexos,  Balancetes  e  Extractos  de  contas  anuais.  Estes  elementos  serviram  de  base  à  elaboração  
         anual   das   Contas   Consolidadas,   compostas   por   Balanços,   Demonstrações   de   Resultados   e  
         respectivos  Anexos.  Estas  demonstrações  financeiras  consolidadas  foram  preparadas  por  empresa  
         de  consultadoria  externa  ao  Grupo  Sporting.    
           
         Tivemos  também  acesso  aos  mapas  de  consolidação  elaborados  por  aquela  consultora,  conforme  
         foram  entregues  ao  Sporting  no  decorrer  dos  vários  anos  de  análise.  Estes  mapas  apenas  incluem  
         as  anulações  gerais  de  operações  dentro  do  Grupo,  não  sendo  normalmente  discriminativos  para  
         contas  abaixo  de  2  dígitos.    
           
         A   metodologia   seguida,   tendo   em   conta   os   elementos   acima   referidos   que   nos   foram  
         disponibilizados,  seguiu  as  seguintes  fases:        
           
         a) Com   base   nos   Balanços   e   Demonstrações   de   Resultados   consolidados   anuais,   elaborámos  
             mapas   anuais   evolutivos   para   os   Balanços   e   as   Demonstrações   de   Resultados   consolidados,  
             nos  quais  se  evidenciam  as  diferenças  anuais  detectadas  entre  as  várias  rubricas  do  Balanço  e  
             da   Demonstração   de   Resultados.   Foi   também   elaborado   o   mesmo   tipo   de   mapas   para   as  
             contas  individuais  de  todas  as  sociedades  que  compõem  o  Grupo  Sporting.  
           
         b) A   partir   da   análise   desses   mapas,   detectaram-­‐se   as   rubricas   materialmente   mais   relevantes,  
             bem  como  aquelas  em  que  se  verificaram  maiores  variações  anuais,  distinguindo-­‐se  entre  as  
             que  se  anulam  entre  as  empresas  do  Grupo  Sporting  e  as  que  têm  influência  significativa  nos  
             valores  consolidados.  
           
         c) Tendo   em   conta   o   levantamento   efectuado   em   b),   analisaram-­‐se   as   principais   variações  
             ocorridas  e  suas  implicações  ao  nível  da  origem/aplicação  de  fundos,  do  incremento/redução  
             de  activos  ou  passivos  e  dos  rendimentos  ou  gastos  do  exercício.  
                 
         d) Quando   necessário   e   apropriado,   recorreu-­‐se   à   consulta   da   documentação   de   base   dos  
             registos   contabilísticos   efectuados,   tais   como   facturas,   contratos   e   outra   documentação  
             comprovativa  dos  factos  detectados  de  maior  significado.      
                 
         e) Na  análise  temporal  efectuada,  foi-­‐se  tendo  em  consideração  os  períodos  de  reporte  inerentes  
             a  cada  mandato  directivo.  
                 
         f) Foram  efectuadas  periodicamente  reuniões  com  o  Grupo  de  Trabalho,  para  acompanhamento  
             do  desenvolvimento  das  acções  em  curso,  tendo  em  vista  o  seu  enquadramento  nos  objectivos  
             previamente   estabelecidos.   Realizaram-­‐se   diversas   reuniões   com   aquele   Grupo,   antes   da  
             apresentação  deste  Relatório  final.  
                 

                                                                -­‐  4  -­‐  

                           ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal



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                      Sociedade de Revisores Oficiais de Contas



         g) Por  último,  retiraram-­‐se  as  principais  conclusões  do  levantamento  efectuado  e  da  análise  das  
            diversas  situações  detectadas,  que  se  encontram  resumidas  no  Capítulo  VII  deste  relatório.  
      

    4. MATERIALIDADE  
      
         Na  primeira  reunião  havida  com  o  Grupo  de  Trabalho,  foram  definidos  os  limites  de  materialidade  
         para   a   análise   preconizada.   Os   valores   que   estiveram   na   base   dos   limites   de   materialidade  
         estabelecidos  foram  os  seguintes:  
           
              Total   do   Activo   Líquido   do   Balanço   Consolidado   do   Grupo   Sporting   a   30/06/2010      -­‐      192,9  
              m            .  
              Limites  de  materialidade  normalmente  praticados  em  auditoria  -­‐  entre  0,5%  e  2,5%  do  Activo.  
           
         A  partir  dos  elementos  acima,  estabeleceram-­‐se  os  seguintes  limites  de  materialidade  nas  acções  
         a  desenvolver  no  decorrer  das  análises  a  efectuar:  
             
              Limite  mínimo,  abaixo  do  qual  não  se  fez  análise    -­‐    1  milhão  de                    .  
              Limite  máximo,  acima  do  qual  sempre  se  fez  análise    -­‐    5  milhões  de                       .  
              Entre  1  e  5  milhões  de  euros,  as  análises  a  efectuar  foram  decididas  pontualmente,  de  acordo  
              com  a  natureza  dos  elementos  envolvidos.  
           
         Ficou  também  definido  que,  sempre  que  necessário  e  relevante,  devido  à  natureza  da  informação  
         financeira  requerida,  se  efectuariam  análises  abaixo  de  1  milhão  de  euros  em  casos  devidamente  
         justificados,   à   medida   que   a   informação   financeira   fosse   examinada.   De   facto,   no   decorrer   dos  
         exames  efectuados,  este  limite  foi  muitas  vez                                       e,  nalguns  casos,  mesmo  a  
                                   abaixo.  
           

    5. LIMITAÇÕES  
         
       Foram   várias   as   limitações   com   que   deparámos,   tanto   no   início   como   no   decorrer   do   nosso  
       trabalho.   No   entanto,   embora   algumas   delas   dificultassem   a   obtenção   dos   elementos  
       indispensáveis  à  efectiva  execução  dos  exames  em  vista,  nenhumas  delas  inviabilizaram  de  forma  
       significativa  as  acções  necessárias  à  prossecução  geral  dos  objectivos  definidos.  Sintetizamos  em  
       seguida  as  principais  limitações  encontradas,  inerentes  aos  elementos  apresentados:  
         
       a) No   decorrer   dos   cerca   de   15   anos   do   período   em   análise,   foram   utilizados   3   softwares   de  
          contabilidade  diferentes  pelas  várias  empresas  do  Grupo  Sporting.  De  1992  a  2003,  foi  usado  o  
          SWAP   (AS400),   sendo   que,   entre   1997   e   2003,   foi   também   empregue  
                                         apuramento  das  contas  a  Junho.  Após  2003  passou-­‐se  a  utilizar  o  GIAF.  
          Este   facto   dificultou   as   análises   temporais,   cujas   séries,   por   nós   elaboradas,   tiveram   que   ser  
          reformatadas   para   o   tipo   de   informações   disponibilizado   pelo   software   mais   moderno  
          utilizado,  implicando  verificações  adicionais  quanto  à  integridade  dos  dados  envolvidos.  Nessa  
          transformação,  ter-­‐se-­‐ão  perdido  algumas  informações  cujas  especificações  não  puderam  ser  
          utilizadas   no   que   diz   respeito   às   informações   financeiras   correspondentes   ao   software   mais  
          antigo.    
                                                                   -­‐  5  -­‐  

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    b) Também   no   que   diz   respeito   ao   Software   de   gestão   de   pessoal,   no   decorrer   dos   15   anos  
          analisados,   foram   utilizados   2   diferentes   programas   de   salários,   e   nem   sempre  
          simultaneamente  para  todas  as  empresas.  Até  2000  para  a  EJA  e  SAD  utilizou-­‐se  o  Primavera  e  
          nos   anos   seguintes   o   SWAP   (AS400)   até   2003.   Depois,   passou   a   ser   empregue   o   GIAF.   Nas  
          restantes   empresas   utilizou-­‐se   o   SWAP   (AS400)   até   2003   e   depois,   o   GIAF.   Também   a  
          inexistência   de   um   código   identificador   de   cada   funcionário   único   e   comum   a   todas   as  
          empresas  e  softwares,  dificultou  a  análise  de  informação  cruzada  para  os  diferentes  exercícios,  
          para   as   diversas   empresas,   de   forma   a   detectar   o   total   de   rendimentos   auferidos   por   cada  
          interveniente,  independentemente  da(s)  empresa(s)  em  que  foi  processado.    
      
    c) No  caso  das  sociedades  que   eram  propriedade   do  Grupo  Sporting,   e   que   foram  vendidas  no  
          decorrer   do   período   de   análise,   não   pudemos   consultar   a   documentação   de   origem   dos  
          movimentos   contabilísticos   dos   vários   anos,   pois   os   respectivos   dossiers   contabilísticos,   com  
          toda  a  inerente  documentação,  foram  entregues  aos  novos  proprietários.  Estão  neste  caso  as  
          sociedades  Quinta  do  Loureiro,  SA  e  S.  P.  GIS,  SA.  
      
    d) Só  existem  demonstrações  financeiras  consolidadas  elaboradas  a  partir  da  época  1998-­‐99.  Este  
          facto   limitou,   nessa   medida,   a   nossa   análise   dos   períodos   anteriores   àquela   época.   Desta  
          forma,   nesse   período,   procedemos   à   análise   das   rubricas   do   Balanço   e   Demonstração   de  
          Resultados   em   que   as   duplicações   provenientes   das   operações   entre   empresas   do   Grupo   se  
          apresentaram  de   fácil   de   detecção.   Damos  informação  acerca  do  âmbito  desta  limitação  em  
          cada  um  dos  pontos  deste  relatório  a  que  a  mesma  se  refere.  
      
    e) Outra   limitação   relacionada   com   as   contas   consolidadas,   é   o   facto   de   que   os   mapas   de  
          consolidação  que   nos  foram  facultados,  elaborados  por  uma  consultora  externa,  apenas  dão  
          informação  acerca  das  anulações  gerais  de  operações  entre  as  empresas  do  Grupo,  não  sendo  
          normalmente   discriminativos   para   contas   abaixo   de   2   dígitos.   Este   facto   limitou   a   que   se  
          procedesse  a  uma  abordagem  mais  profunda  às  rubricas  de  custos  e  proveitos  das  épocas  mais  
          recuadas.  
      
    f) Relativamente  à  data  em  que  emitimos  este  Relatório,  as  contas  consolidadas  respeitantes  à  
          época  de  2010-­‐11  não  estavam  ainda  elaboradas.  Este  facto,  acrescido  da  dificuldade  do  corte  
          de   operações   a   27   de   Março   de   2011,   limitou-­‐nos   a   análise   relativa   a   2011,   na   qual  
          procedemos  ao  exame  do  Activo  Incorpóreo  (jogadores),  Imobilizado  Corpóreo,  Empréstimos  
          de   Instituições   Financeiras   e   outras   rubricas,   sobretudo   do   Balanço,   em   que   as   duplicações  
          provenientes   das   operações   entre   empresas   do   Grupo   sejam   inexistentes,   ou   de   detecção  
          implícita.  A  análise  da  conta  de  Remunerações  do  Pessoal  foi  também  estendida  a  essa  data.    
      
    g) No   decorrer   do   período   em   análise,   o   conceito   de   época   desportiva,   na   base   da   qual   estão  
          elaboradas  as  contas  com  respeito  às  datas  de  fecho  do  balanço,  mudou  na  época  de  2003-­‐04.  
          Até  2002-­‐03  inclusive,  o  ano  contabilístico  estava  definido  entre  1  de  Agosto  e  31  de  Julho.  A  
          época   2003-­‐04   foi   a   primeira   em   que   o   ano   contabilístico   passou   a   ser   definido   entre   1   de  
          Julho   e   30   de   Junho.   Os   elementos   financeiros   incluídos   nas   séries   temporais   que  
          apresentamos   incluem   apenas   11   meses   na   época   de   2003-­‐04.   Por   outro   lado,   nas   épocas  
          anteriores  a  1996-­‐97,  as  contas  fechavam  a  31  de  Dezembro  de  cada  ano.  O  ano  de  1996  foi  o  
          último   em   que   se   fecharam   contas   a   31   de   Dezembro.   As   contas   do   período   seguinte  
                                                                 -­‐  6  -­‐  

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       abrangeram  apenas  7  meses,  de  1  de  Janeiro  a  31  de  Julho  de  1997.  Estas  épocas  não  fazem  
       porém  parte  das  contas  consolidadas,  e  só  serão  analisadas  pontualmente.  
      
    h) Antes  de  2003  inclusive,  todos  os  elementos  (extractos,  balancetes)  foram  fornecidos   apenas  
       em  papel,  pois  o  software  da  época  não  converte  os  elementos  para  ficheiros  digitais  de  forma  
       fiável.  Em  consequência,  todos  os  elementos  utilizados  para  esse  período  obrigaram-­‐nos  à  sua  
       digitalização,   implicando   conferências   suplementares   e   perda   de   alguma   informação   que,  
       doutra  forma,  poderia  ter  sido  utilizada  nas  pesquisas  efectuadas.    
      
    i) A   par   das   limitações   acima   encontradas,   houve   que   converter   Escudos   para   Euros   para   os  
       valores   referentes   aos   anos   anteriores   a   2002,   sendo   que   a   conversão   não   foi   efectuada   no  
       mesmo  ano  para  todas  as  empresas  do  Grupo.  




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    II.     VISÃO  GERAL  DAS  CONTAS  CONSOLIDADAS  
        
      Neste  Capítulo,  apresentamos  uma  visão  geral  das  contas  consolidadas,  que  abrangem  o  período  
      que   tem   início   na   época   de   1998-­‐1999,   e   termina   na   época   de   2009-­‐2010,   que   são  
      respectivamente  a  primeira  época  contabilística  com  contas  consolidadas  preparadas  e  a  última  
      com  contas  consolidadas  elaboradas  até  à  data  da  elaboração  deste  Relatório.  
        
      O   objectivo   é   efectuarmos   um   levantamento   geral,   por   comparação   entre   as   demonstrações  
      financeiras   dos   exercícios   dos   vários   períodos   envolvidos,   das   questões   mais   relevantes   nas  
      contas  consolidadas  do  Grupo  Sporting,  tanto  ao  nível  dos  principais  itens  do  Balanço,  como  nas  
      componentes  mais  relevantes  da  Demonstração  de  Resultados.    
        
      Pela  análise  das  variações  ao  nível  da  evolução  dos  Fluxos  Consolidados  de  Caixa,  que  elaborámos  
      a   partir   das   demonstrações   financeiras   consolidas   anuais,   obteremos   informações  
      complementares   que   nos   ajudarão   a   confirmar   as   conclusões   extraídas   a   partir   da   análise  
      comparativa  dos  Balanços  e  das  Demonstrações  de  Resultados.    
        
      Após  a  elaboração  desta  análise  genérica  levada  a  cabo  neste  Capítulo,  estaremos  em  condições  
      de   passar   ao   exame   detalhado   das  componentes   do   Balanço   e   da  Demonstração   de   Resultados  
      com  maior  influência  nas  contas  e  nos  resultados  do  Grupo.  Essa  análise  detalhada  é  efectuada  no  
      Capítulo  III.    
        

     1. EVOLUÇÃO  DO  BALANÇO  
       
     O  gráfico  seguinte  foi  construído  comparando  os  Balanços  Consolidados  de  1999  e  2010  (página  
     82),   que   são,   como   atrás   dissemos,   o   primeiro   ano   e   o   último   ano   com   contas   consolidadas  
     preparados   até   ao   momento.   Foram   colocadas   lado   a   lado   as   respectivas   rubricas   do   Activo,  
     Passivo  e  Situação  Líquida.  
       




                                                             -­‐  8  -­‐  

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                                               GRÁFICO      1     Balanços  consolidados  comparados    
                                                                     Grupo  Sporting  

                                                        ACTIVO                                           CAPITAL PRÓPRIO   E  PASSIVO
                           500
        Milhões   de  




                           400
                                                                                                                                            57  

                                                                                                                                            55  
                           300


                           200
                                                                            22  
                                                                                                                                           263  
                                                                                                            18  
                                               12                          134                              26  
                           100
                                               50                                                           46  

                                               47                                                           44                              25  
                                                                            36                                        8                               8  
                              -­‐
                                                                                                           (41)
                               0
                       (100)                                                                                                              (216)


                       (200)


                       (300)
                                             1999                        2010                             1999                            2010

                                    Imob.  Incorpóreas  Líq.               Imob.  Corpóreas  Líq.                       Dívidas  de  terceiros  e  Outros
                                    Capital  Social                        Reservas                                     Resultados  acumulados
                                    Dívidas  de  Financiamento             Fornecedores  e  Outros  Credores            Diferimentos  e  Provisões


                                                                                                                                                                      
                Nota:  
                No   Anexo   são   apresentados   os   Balanços   Consolidados   de   todos   os   anos   do   período,   bem   como   todos   os   respectivos  
                Balanços  individuais  de  todas  as  empresas  do  Grupo.      
      
    Uma  análise  detalhada  à  evolução  das  diferentes  rubricas  acima  leva-­‐nos  às  seguintes  conclusões:  
      
       O  Imobilizado  Corpóreo  aumentou  em  84  milhões  de  euros,  de  50  para  134  milhões  de  euros  
       em   valores   líquidos.   Analisaremos   a   evolução   desta   rubrica   no   Capítulo   III,   ponto   1.1   deste  
       relatório,  incluindo,  entre  outros  factores,  a  construção  do  novo  Estádio  José  de  Alvalade.    
      
       O  Imobilizado  Incorpóreo,  que  se  compõe  essencialmente  dos  passes  dos  jogadores  de  futebol  
       profissional,  diminuiu  em  11  milhões  de  euros                                                      significando  
       que   a   30   de   Junho   de   2010   a  equipa   de   futebol   profissional   estava   contabilizada   por   menos  
       24%   que   em   1999.   A   evolução   desta   rubrica   ao   longo   dos   anos   é   explicada   no   Capítulo   III,  
       ponto  1.2  deste  Relatório.  
           

                                                                                   -­‐  9  -­‐  

                                     ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal



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PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS                                                        member of
                                                                                                                                 -
                 Sociedade de Revisores Oficiais de Contas



         Dívidas  de  financiamento  (conta  23  POC  +  leasings)  é  a  rubrica  em  que  se  observa  um  maior  
         acréscimo:   217   milhões   de   euros   (passando   de   46                       .   Tal   representa   um  
         aumento  médio  de  cerca  de   24  milhões  de  euros  por  ano,  tendo  o  endividamento  do  Grupo  
         Sporting  mais  do  que  quintuplicado  em  12  anos.  A  evolução  desta  rubrica  ao  longo  dos  anos  e  
         a  relação  dos  credores  envolvidos  são  analisadas  em  detalhe  no  Capítulo  III,  ponto  1.3  deste  
         Relatório.  
             
         A   rubrica   Diferimentos   (Proveitos   Diferidos   e   Acréscimos   de   Custos)   e   Provisões   revela  
         também  um  acréscimo  expressivo:  39  milhões  de  euros,  o  que  representa  mais  do  triplo  em  12  
         anos.   Porque   neste   campo   se   incluem   os   recebimentos   antecipados   de   contratos   de  
         prestações  de  serviços  a  terceiros,  como  receitas  de  publicidade,  televisão  e  outros,  dedicámos  
         o  ponto  1.4  do  Capítulo  III  deste  Relatório  à  análise  deste  montante.  
      
         Os  Resultados  Acumulados   negativos   agravaram-­‐se  em  175  milhões  de  euros   no  período  em  
         análise,  o  que  representa  uma  média  anual  de  16  milhões  de  euros  de  prejuízos  por  ano  desde  
         1999.   Para   entendermos   melhor   as   causas   subjacentes   a   esta   evolução,   apresentamos   no  
         ponto  2  deste  Capítulo  a  evolução  das  principais  rubricas  das  contas  de  resultados  de  1999  a  
         2010.  
             
         Como   consequência   desta   acumulação   de   prejuízos   ao   longo   dos   anos,   o   Capital   Próprio   do  
         Grupo   Sporting,  que   era  positivo  em  12  milhões   de  euros  em  1999,   atingiu  em  2010  o  valor  
         negativo  de  183  milhões  de  euros,  o  mais  baixo  de  sempre.   Esta  situação  de  falência  técnica  
         em  termos  consolidados  é  agravada  pelo  facto  do  valor  negativo  do  Capital  Próprio  do  Grupo  
         ultrapassar   em   13   milhões   de   euros,   em   valor   absoluto,   o   montante   do   Imobilizado   Líquido  
         total  (imóveis  +  passes  dos  jogadores).  
      

    2. EVOLUÇÃO  DA  DEMONSTRAÇÃO  DE  RESULTADOS  
      
    No  gráfico  seguinte  podemos  observar  qual  foi  a  evolução  das  principais  rubricas  das   contas  de  
    resultados   consolidados,   de   1999   a   2010   (página   83).   Este   gráfico   evidencia   o   detalhe   do   que  
    ocorreu   no   período   de   tempo   considerado,   de   forma   a   que   possamos   determinar   as   causas  
    principais   que   provocaram   os   resultados   negativos   acumulados   de   216   milhões   de   euros  
    evidenciados  no  Balanço  de  2010.  
      
      




                                                            -­‐  10  -­‐  

                       ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal



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PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS                                                                                                                                   member of
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                                   Sociedade de Revisores Oficiais de Contas



                                            GRÁFICO      2     Evolução  da  Demonstração  de  Resultados  consolidados    
                                                                             Grupo  Sporting  
                Milhões  de  
               120  

               100                                                                                                                                                        7  
                                                                                                                                                                         10       
                80  
                                                                                                                                                                         27      
                                                                                                                         22                                                                              5       
                60                                                                                                                    13       
                                                                                                                                                        7                 7            8                10       
                                                                                    19                                    9      
                40                                                    7                             21       
                                                   18       
                                20                                   10       
                                                                                                                                      46               45                49           51                49                47       
                20                                                                                                       44       
                                                                                    32              27       
                                20                 24                26       

                  -­‐
                 0          (10)                  (12)              (14)            (16)            (13)                (19)         (16)              (17)              (19)        (20)               (21)              (21)
               (20)         (15)
                                                  (24)
                                                                    (29)                            (30)                             (26)              (23)
                            (16)                                                    (34)                                (27)                                             (27)        (25)               (28)              (28)
               (40)
                                                  (17)
                                (8)                                                                                                                    (18)                          (14)
                                                                    (22)                            (21)                             (23)                                (17)
               (60)                                                                 (22)                                (26)                                                                            (18)              (22)
                                                  (14)                                                                                                 (13)                          (11)
                                                                     (5)                            (8)
                                                                                    (7)                                              (14)                                (17)
                                                                                                                                                                                     (10)               (15)
               (80)                                                                                                     (11)
                                                                                                                                                       (16)                                                               (11)
                                                                    (25)
                                                                                                    (30)
                                                                                    (26)                                (15)         (23)
              (100)                                                                                                                                                                                     (26)
                                                                                                                                                                                                                          (38)

              (120)

              (140)
                           1999                  2000               2001           2002            2003               2004           2005             2006              2007         2008              2009              2010

                           Jos é                                                                                                                                                                                         J.  E.
                                                                                 Di a s   da   Cunha                                                              Soa re s   Fra nco
                         Roque tte                                                                                                                                                                                  Be tte ncourt


                                  Vendas  e  Prestações  de  Serviços                  Proveitos  Suplementares                           Outros  Proveitos                                 Proveitos  Extraordinários
                                  FSE                                                  Custos  com  pessoal                               Amortizações                                      Ajustamentos+Provisões
                                  Juros  e   Enc.  Fin.  Líquidos                      Custos  Extraordinários                            Resultado  Líquido  do  Exercício                 Outros  Custos
                                                                                                                                                                                                                                        
           Notas:    
           1-­‐ O  Resultado  Líquido  do  Exercício  não  inclui  os  Interesses  Minoritários.  
           2-­‐ No   Anexo   são   apresentadas   as   Demonstrações   de   Resultados   Consolidados   de   todos   os   anos   do   período,   bem   como   todas   as  
                respectivas  Demonstrações  de  Resultados  individuais  de  todas  as  empresas  do  Grupo.  
        
      
           A  análise  ao  gráfico  acima,  leva-­‐nos  às  seguintes  conclusões:  
             
               Vendas   e   prestações   de   serviços      apresentando   em   1999   o   valor   de   20   milhões   de   euros,  
               estes   proveitos   aumentaram   especialmente   em   2004   (44  
               estabilidade  ou  pequenos  crescimentos,  até  ao  valor  máximo  de  51  milhões  de  euros  em  2008.  
               Nos   dois   últimos   anos   verificaram-­‐se   decréscimos   anuais   de   2   milhões   de   euros,   tendo-­‐se  
               atingido  os  47  milhões  de  euros  em  2010.  A  evolução  desta  rubrica  é  examinada  em  detalhe  
               no  ponto  2.1  do  Capítulo  III  deste  Relatório.  
             
               Proveitos   extraordinários  e   outros      estas   duas   rubricas   confundem-­‐se   em  conceito,   pois   no  
               decorrer   dos   vários   anos   da   série,   os   critérios   de   classificação   contabilístic

                                                                                                      -­‐valias   com   os   passes   de  
                                                                                                                                 
                Analisando   estas   duas   rubricas   em   conjunto,   que   se   compõem   em   grande   parte   pelas   mais-­‐
                valias  obtidas  nas  vendas  dos  passes  dos  jogadores,  concluímos  que  o  ano  de  2007  foi  o  mais  
                frutuoso,   logo   seguido   por   2004   e   2003.   Note-­‐se   que   nos   três   últimos   anos,   os   proveitos  
                extraordinários   obtidos   foram   muito   diminutos,   sendo   especialmente   reduzidos   em   2010   (2  
                milhões  de  euros).  
                                                                                                                 -­‐  11  -­‐  

                                               ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal



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                  Sociedade de Revisores Oficiais de Contas



         É  feita  uma  análise  detalhada  a  estas  rubricas  no  ponto  2.2  do  Capítulo  III  deste  Relatório.  As  
         mais-­‐valias   específicas   provenientes   da   venda   dos   passes   de   jogadores,   são   detalhadas   no  
         ponto  1.2  do  mesmo  Capítulo  III.  Por  outro  lado,  as  que  são  derivadas  da  venda  de  imobilizado  
         corpóreo,  são  analisadas  em  pormenor  no  ponto  1.1  desse  mesmo  Capítulo.  
           
         Proveitos   suplementares      trata-­‐se   essencialmente   dos   proveitos   provenientes   das  
         comparticipações   da   UEFA   pela   presença   nas   competições   europeias.   São   rendimentos   com  
         certa  irregularidade,  com  valores  máximos  em  2001  e  2009,  que  advêm  maioritariamente  da  
         presença  do  Clube  nestas  competições.    
      
         Custos  com  o  pessoal     nestes  gastos  estão  incluídas  as  remunerações  de  todo  o  pessoal  das  
         diversas   empresas   do   grupo   e   respectivos   encargos   sociais,   incluindo   os   jogadores  
         profissionais.  De  realçar  que  2002  foi  o  ano  em  que  estes  custos  tiveram  o  seu  valor  máximo,  
         com  34  milhões  de  euros.  O  ano  mais  baixo  após  1999  foi  o  de  2006  (23              Estes  custos  têm-­‐
         se  mantido,  após  essa  data,  perto  dos  30  milhões  de  euros  anuais.  No  ponto  2.3  do  Capítulo  III  
         analisam-­‐se  em  detalhe  estes  custos,  bem  como  no  ponto  1.2  desse  mesmo  Capítulo  quando  
         se  trate  dos  jogadores  de  futebol  profissional.  
             
         Fornecimentos  e  serviços  externos     estes  custos  têm  demonstrado  tendência  crescente,  com  
         excepção  de  ligeiras  reduções  em  2003  e  2005.  Estabilizaram  nos  21  milhões  de  euros  em  2009  
         e  2010.  São  analisados  em  pormenor  no  ponto  2.4  do  Capítulo  III  deste  Relatório.  
             
         Amortizações      estes   custos   subdividem-­‐se   em   amortizações   do   Imobilizado   Corpóreo  
         (edifícios)  e   do  Imobilizado  Incorpóreo  (passes  dos  jogadores).   A  sua  irregularidade   ao  longo  
         dos   anos   é   motivada   pelas   amortizações   dos   passes   dos   jogadores.   Relativamente   ao  
         imobilizado   corpóreo,   foram   normalmente   utilizadas   as   taxas   máximas   fiscais   permitidas.   As  
         amortizações   dos   passes   dos   jogadores   são   efectuadas   proporcionalmente   aos   anos   dos  
         contratos   efectuados   com   cada   jogador.   Podem   ser   encontrados   detalhes   acerca   dos   gastos  
         com   os   passes   dos   jogadores   e   respectivas   amortizações   no   ponto   1.2   do   Capítulo   III   deste  
         Relatório,  e  acerca  das  restantes  amortizações,  no  ponto  2.5  do  mesmo  Capítulo.  
             
         Juros   e   encargos   financeiros      esta   rubrica   comporta   todos   os   juros   de   empréstimos   de  
         financiamento,   incluindo   também   os   juros   de   leasings.   Como   se   verifica   no   gráfico,   estes  
         custos   têm   sido   cada   vez   mais   importantes   nos   resultados,   atingido   o   seu   valor   máximo   em  
         2007,   com   17   milhões   de   euros.   Este   foi   o   único   ano   em   que      e   apesar   deste   valor   dos  
         encargos   financeiros      as   contas   consolidadas   apresentaram   lucro.   Este   foi   também   um   ano  
         em  que  as  taxas  de  juro  estiveram  especialmente  altas  no  mercado,  imediatamente  antes  da  
         crise   financeira   mundial,   que   despoletou   em   2008,   ano   em   que   as   taxas   de   juro   baixaram  
         significativamente  no  mercado  nacional  e  internacional.  Em  2010,  esta  rubrica  apresentava  um  
         total  de  encargos  no  valor  de  11  milhões  de  euros.  Nos  pontos  1.3  e  2.6  do  Capítulo  III  deste  
         Relatório  é  examinada  especificamente  esta  rubrica.  
             
         Resultados   líquidos   anuais      a   parte   vermelha   do   gráfico  está   sempre   presente   em   todos  os  
         anos,   na   última   linha,   com   excepção   de   2007.   Isto   significa   que,   como   resultado   da   gestão  
         anual  do  Grupo  Sporting,  todos  os  anos  foram  apurados  prejuízos,  com  excepção  de  2007,  que  
         apresentou  um  lucro  de   6,5  milhões   de   euros  graças  aos  proveitos  extraordinários  apurados  
         (incluindo   outros   proveitos   operacionais)   de   37  milhões   de   euros   (ponto   2.2   do   Capítulo   III).  
                                                               -­‐  12  -­‐  

                        ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal



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         2010  foi  o  ano  em  que  os  resultados  líquidos  negativos  atingiram  o  seu  valor  mais  elevado,  da  
         ordem  de  38  milhões  de  euros.  Os  2  últimos  anos,  cuja  soma  de  prejuízos  atinge  64  milhões  de  
         euros,  são  responsáveis  por  mais  de  1/3  dos  resultados  negativos  acumulados  nos  últimos  12  
         anos.  Também  o  período  de  2001  a  2003  apresentou  prejuízos  anuais  na  ordem  dos  25  a  30  
         milhões  de  euros.  Esses  3  anos  apresentaram  um  prejuízo  conjunto  de  81  milhões  de  euros,  o  
         que   representa   cerca   de   metade   do   total   dos   prejuízos   acumulados   durante   o   período  
         analisado.  
            
    Em  resumo,  e  fazendo  uma  análise  geral  à  evolução  dos  Resultados  -­‐  quase  sempre  negativos  -­‐  do  
    Grupo  Sporting  concluímos  que,  com  a  estrutura  de  custos  apresentada,  os  prejuízos  se  têm  vindo  
    a   revelar   inevitáveis   em   anos   em   que   os   proveitos   extraordinários   da   venda   de   passes   de  
    jogadores  sejam  baixos  (2009  e  2010),  ou  as  receitas  gerais  se  revelem  menos  dinâmicas  (2001  a  
    2003).    
      
    O  gráfico  abaixo  mostra  qual  foi  a  evolução  da  estrutura  de  custos  nos  últimos   12  anos  (preços  
    correntes).  Nota-­‐se  que  os  custos  com  o  pessoal  mantêm  a  mesma  posição  na  estrutura,  tendo  os  
    Fornecimentos  e  Serviços  Externos  aumentado  um  pouco  (+2%)  o  seu  peso  financeiro.  A  principal  
    diferença   está   nas   Amortizações,   que   diminuíram   em   importância   (-­‐8%),   em   contrapartida   dos  
    Juros  de  financiamento,  que  passaram  a  pesar  13%  nos  custos  (+6%).  
      

                                  GRÁFICO      3     Evolução  da  estrutura  de  custos  




                                                                                                                                       
      
    Com   a   actual   estrutura   de   custos,   e   face   à   natureza   dos   vários   gastos   aí   incluídos,   deve   ser  
    explicitado  que,  a  variável  que  acaba  por  ser  mais  susceptível  de  ser  controlada  pela  gestão  são  as  
    amortizações  do  imobilizado  incorpóreo  (passes  dos  jogadores)  e  respectivos  salários.    
      
    A   evolução   desta   componente   patrimonial   (imobilizado   incorpóreo      jogadores),   pelas  
    implicações   financeiras   directas   que   determina,   teve   influência   marcante   na   evolução   dos  
    resultados  e  na  estrutura  financeira  do  Grupo  Sporting  nos  anos  em  análise,  entre  1999  e  2010.  
      
                                                              -­‐  13  -­‐  

                       ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal



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Análise da evolução patrimonial do Grupo Sporting 1998-2011
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  • 1. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas         Grupo  Sporting  Clube  de  Portugal         ANÁLISE  DA  EVOLUÇÃO  DA  SITUAÇÃO  PATRIMONIAL     01.08.1998  A  26.03.2011         Sede: Av. do Brasil, 15 1º Rua da Saudade, 132 3º 1749-­112 LISBOA 4150-­682 PORTO Telefone: 21.355.35.50 Fax: 21.356.19.52 Telefone: 22.207.43.50 Fax: 22.208.14.77 Email: geral.lisboa@rsmi.pt Email: geral.porto@rsmi.pt Inscrição na Lista dos Revisores Oficiais de Contas (em 11.05.1981) sob o nº 21 NIPC 501.612.181 Inscrição na Lista de Auditores da CMVM (em 21.02.1992) sob o nº 196 - Capital Social 160.000 euros
  • 2. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas   ÍNDICE   SUMÁRIO  EXECUTIVO   I.   INTRODUÇÃO  ..........................................................................................................................................  1   1.   OBJECTIVOS  ........................................................................................................................................  2   2.   ÂMBITO  ...............................................................................................................................................  2   2.1.   Nível  da  análise   ..........................................................................................................................  2   . 2.2.   Empresas  que  compõem  o  Grupo  Sporting  ...............................................................................  3   2.3.   Período  analisado  .......................................................................................................................  3   3.   METODOLOGIA  ...................................................................................................................................  4   4.   MATERIALIDADE  .................................................................................................................................  5   5.   LIMITAÇÕES  ........................................................................................................................................  5   II.   VISÃO  GERAL  DAS  CONTAS  CONSOLIDADAS   ...........................................................................................  8   1.   EVOLUÇÃO  DO  BALANÇO  ...................................................................................................................  8   2.   EVOLUÇÃO  DA  DEMONSTRAÇÃO  DE  RESULTADOS  ..........................................................................  10   3.   EVOLUÇÃO  DOS  CASH  FLOWS  ANUAIS  .............................................................................................  14   III.   ANÁLISE  PARCELAR  DAS  CONTAS  CONSOLIDADAS  ...............................................................................  18   1.   EVOLUÇÃO  DO  BALANÇO  .................................................................................................................  18   1.1.   Imobilizado  corpóreo  ...............................................................................................................  18   1.2.   Imobilizado  incorpóreo  ............................................................................................................  28   1.3.   Dívidas  de  financiamento  .........................................................................................................  42   1.4.   Diferimentos  e  provisões..........................................................................................................  45   1.5.   Outras  contas  do  Balanço   ........................................................................................................  47   . 2.   CONTAS  DE  RESULTADOS  .................................................................................................................  49   2.1.   Vendas  e  Prestações  de  serviços  ..............................................................................................  49   2.2.   Resultados  extraordinários.......................................................................................................  51   2.3.   Custos  com  o  pessoal  ...............................................................................................................  56   2.4.   Fornecimentos  e  serviços  externos  ..........................................................................................  60   2.5.   Amortizações  ............................................................................................................................  63   2.6.   Juros  e  outros  custos  de  financiamento   ..................................................................................  64   . 2.7.   Outras  rubricas  de  Resultados..................................................................................................  65   IV.   RESUMO  DOS  ASPECTOS  MAIS  RELEVANTES  COM  IMPACTO  ECONÓMICO-­‐FINANCEIRO  QUE   OCORRERAM  EM  CADA  MANDATO  ......................................................................................................  68   V.   HIPOTECAS,  GARANTIAS,  PENHORES,  OUTROS  ÓNUS  E  LITÍGIOS  ........................................................  72   1.   HIPOTECAS,  GARANTIAS,  PENHORES  E  OUTROS  ÓNUS   ....................................................................  72   2.   LITÍGIOS   .............................................................................................................................................  74   VI.   PRINCIPAIS  CONTRATOS  EM  VIGOR  ......................................................................................................  76   VII.   CONCLUSÕES   ........................................................................................................................................  77   . LISTA  DOS  QUADROS.....................................................................................................................................  80   LISTA  DOS  GRÁFICOS  .....................................................................................................................................  81   BALANÇO  CONSOLIDADO  DE  1999  E  DE  2010  ..............................................................................................  82   DEMONSTRAÇÃO  DE  RESULTADOS  CONSOLIDADOS  DE  1999  A  2010  .........................................................  83   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 3. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas   ANÁLISE  DA  EVOLUÇÃO  DA  SITUAÇÃO  PATRIMONIAL   GRUPO  SPORTING  CLUBE  DE  PORTUGAL   01.08.1998  A    26.03.2011   SUMÁRIO  EXECUTIVO     O  Relatório  de  que  este  documento  é  o  Sumário  Executivo  foi  elaborado  nos  termos  da  proposta   apresentada   com   data   de   3/6/2011,   tendo   como   objectivo   apresentar   a   evolução   da   situação   patrimonial  do  Grupo  Sporting,  numa  perspectiva  financeira  consolidada,  no  período  decorrente   entre   1   de   Agosto   de   1998   e   26   de   Março   de   2011,   evidenciando   as   variações   anuais   materialmente   relevantes   das   várias   rubricas   do   Balanço   e   da   Demonstração   de   Resultados   consolidados  e  suas  implicações  ao  nível  da  origem/aplicação  de  fundos.     Este  período  foi  estendido  a  1995  no  caso  do  Imobilizado  Corpóreo  e  Incorpóreo,  às  rubricas  mais   relevantes   do   Activo.   Na   análise   temporal   efectuada,   teve-­‐se   em   consideração   os   períodos   de   reporte  inerentes  a  cada  mandato  directivo.     Os  trabalhos  efectuados  apoiaram-­‐se  nas  contas  individuais  das  várias  empresas  que  compõem  o   Grupo   Sporting,   com   base   nas   quais   foram   elaboradas   Contas   Consolidadas   anuais,   preparadas   por   empresa   de   consultadoria   externa.   Essas   demonstrações   financeiras   consolidadas,   que   só   foram  elaboradas  a  partir  da  época  1998-­‐1999,  não  incluíram  a  preparação  da  Demonstração  de   Fluxos  de  Caixa  consolidada.  Face  a  essa  limitação,  elaborámos  uma  Demonstração  de  Fluxos  de   Caixa   consolidada   pelo   método   indirecto,   apoiada   nos   Balanços   de   cada   ano   e   nas   respectivas   Demonstrações  de  Resultados,  que  abrange  as  épocas  1999-­‐2000  a  2009-­‐2010.     A   análise   efectuada   reparte-­‐se   em   3   grandes   áreas:   rubricas   do   Balanço,   da   Demonstração   de   Resultados  e  dos  Fluxos  de  Tesouraria.       1. Evolução  das  principais  contas  do  Balanço  de  1999  a  2010     O  Imobilizado  Corpóreo  aumentou  em  86  milhões  de  euros,  de  50  para  134  milhões  de  euros   em  valores  líquidos.  Entre  1998  e  2010  foram  investidos  183  milhões  de  euros  na  Academia  e   no   novo   Estádio   (incluindo   todo   o   complexo   desportivo   e   de   lazer   Alvalade   XXI,   tendo-­‐se   recebido  35  milhões  de  euros  de  subsídios  e  135  milhões  de  euros  de  vendas  de  terrenos  e   direitos   de   superfície   referentes   à   parte   alienada   do   Alvalade   XXI   -­‐   Health   Club,   Edifício   Grupo   Sporting   integra   o   Estádio,   Museu,   Multidesportivo,   Academia   além   de   outras   parcelas   de   terreno   onde,   de   entre   as   quais,   está   previsto   ser   edificado   o   futuro   pavilhão   multidesportivo.         O   Imobilizado   Incorpóreo,   que   se   compõe   essencialmente   dos   passes   dos   jogadores   de   futebol  profissional,  diminuiu  no  período  em  11  milhões  de  euros  (valores  líquidos  em  2010).   O   saldo   resultante   de   todas   as   operações   de   investimento   em   imobilizado   incorpóreo,   relacionadas   com   aquisições   (197   milhões   de   euros)   e   vendas   (157   milhões   de   euros)   dos   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 4. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas passes  de  jogadores  entre  01.08.1998  e  26.03.2011  foi  negativo  em  cerca  de  41   milhões  de   euros.     Dívidas   de   financiamento   -­‐   nesta   rubrica   observa-­‐se   o   maior   acréscimo:   217   milhões   de   euros.  Tal  representa  um  aumento  médio  de  cerca  de  20  milhões  de  euros  por  ano,  tendo  o   endividamento  do  Grupo  Sporting  mais  do  que  quintuplicado  em  12  anos.  O  endividamento   bancário   surge   com   valores   mais   expressivos   sobretudo   a   partir   de   2001,   ano   em   que   se   iniciaram   as   obras   de   construção   do   novo   Estádio   e   do   complexo   Alvalade   XXI.   Em   2006   o   endividamento   atingiu   o   valor   máximo,   com   cerca   de   277   milhões   de   euros,   que   foi   praticamente   retomado   em   2011,   se   adicionarmos   a   emissão   de   55   milhões   de   euros   de   obrigações  convertíveis  em  acções  emitidas  na  época  2010/2011   ,  que  se  vencem   em  2016.  Nesta  data,  o  Grupo  Sporting  terá  que  equacionar  a  sua  posição  de  controlo  sobre   a   SAD.   O   património   imobiliário   encontra-­‐se   hipotecado,   servindo   de   garantia   aos   empréstimos  contratados.     Os  Resultados  Acumulados  negativos  agravaram-­‐se  em  175  milhões  de  euros  nos  últimos  12   anos,  o  que  representa  uma  média  anual  de  16  milhões  de  euros  de  prejuízos  por  ano  desde   1999.   Como   consequência   desta   acumulação   de   prejuízos   ao   longo   dos   anos,   o   Capital   Próprio   do   Grupo   Sporting,   que   era   positivo   em  11  milhões   de   euros   em   1999,   atingiu   em   2010  o  valor  negativo  de  183  milhões  de  euros,  o  mais  baixo  de  sempre,  evidenciando  uma   situação  de  falência  técnica  em  termos  consolidados.     2. Evolução  das  principais  contas  da  Demonstração  de  Resultados  de  1999  a  2010  e  suas  causas   subjacentes     Vendas   e   prestações   de   serviços     apresentando   em  1999   o   valor   de   20  milhões   de   euros,   estes   proveitos   aumentaram   especialmente   em   2004   (44   milhões   de   euros),   com   um   aumento   considerável   das   receitas   de   bilheteira,   que   triplicaram   nesse   ano,   com   a   inauguração  do  novo  Estádio.  Após  2004  as  Vendas  e  Prestações  de  Serviços  apresentaram   estabilidade  ou  pequenos  crescimentos  anuais,  até  ao  valor  máximo  de  51  milhões  de  euros   em   2008.   Nos   dois   últimos   anos   verificaram-­‐se   decréscimos   anuais   de   2   milhões   de   euros,   tendo-­‐se  atingido  os  47  milhões  de  euros  em  2010,  com  uma  redução  média  de  2  milhões  de   euros  /ano.     Proveitos  extraordinários  e  outros    estas  duas  rubricas  confundem-­‐se  em  conceito,  pois  no   decorrer   dos   vários   anos   do   período,   registaram-­‐se   algumas   mais-­‐valias   com   os   passes   de   isando   estas   duas   rubricas   em   conjunto,  que  se  compõem  em  grande  parte  pelas  mais-­‐valias  obtidas  nas  vendas  dos  passes   dos  jogadores,  concluímos  que   o   ano  de   2007  foi  o  mais  elevado,  logo  seguido  por  2004  e   2003.   Globalmente,   os   resultados   extraordinários   contribuíram   de   forma   positiva   para   os   resultados   líquidos   do   Grupo   Sporting,   cifrando-­‐se   em   cerca   de   150   milhões   de   euros   nos   últimos   12   anos   (1999-­‐2010).   Para   aquele   valor   contribuíram   principalmente   as   mais-­‐valias   obtidas   com   a   venda   dos   passes   dos   jogadores,   que   representaram   cerca   de   70%   (106   milhões  de  euros  )  dos  resultados  extraordinários.     Proveitos   suplementares     trata-­‐se   essencialmente   dos   proveitos   provenientes   das   comparticipações  da  UEFA  pela  presença  nas  competições  europeias.  São  rendimentos  com   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 5. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas certa  irregularidade,  com  valores  máximos  em  2001  e  2009,  que  advêm  maioritariamente  da   presença   do   Clube   nestas   competições.   Em   acumulado,   os   prémios   totais   auferidos   pelo   Sporting   pela   participação   em   competições   europeias   durante   os   últimos   12   anos   (1999-­‐ 2010)  atingiram  o  montante  de   39  milhões   de   euros,  valor  que   representa  cerca  de   9%   do   total  dos  proveitos  normais  (bilheteira,  quotização,  publicidade,   televisão  e  outros)  obtidos   pelo  Grupo  Sporting  no  mesmo  período.       Custos  com  o  pessoal    nestes  gastos  estão  incluídas  as  remunerações  de  todo  o  pessoal  das   diversas   empresas   do   grupo   e   respectivos   encargos   sociais,   incluindo   os   jogadores   profissionais.  Houve   uma  tendência  de   crescimento  até  2003-­‐2004,  tendo-­‐se   a  partir  dessa   data  mantido   perto  dos   30  milhões   de  euros  anuais.  Cerca  de  75%   dos  gastos  com  pessoal   são   encargos   com   jogadores   e   treinadores.   Os   custos   com   directores   e   administradores   representaram  anualmente   desde  2003  cerca  de  2  milhões   de   euros,  da  ordem  de  metade   dos  gastos  com  o  restante  pessoal  administrativo.       Fornecimentos   e   serviços   externos     estes   custos   têm   demonstrado   tendência   crescente,   com  excepção  de  ligeiras  reduções  em  2003  e  2005.  Estabilizaram  nos  21  milhões  de  euros   em  2009  e  2010.  Foi,  no  decorrer  dos  anos,  a  2ª  ou  3ª  maior  rubrica  da  estrutura  de  custos   do  Grupo  Sporting.  A  sua  evolução  tem  sido  em  crescimento,  tendo  os  seus  valores  dobrado   em   12   anos.   Dentro   dos   FSEs   a   rubrica   mais   importante   são   os   honorários,   que   têm   acompanhado,   proporcionalmente,   com   excepção   de   2003,   a   progressão   dos   gastos   gerais   em  FSEs.       Amortizações     estes   custos   subdividem-­‐se   em   amortizações   do   Imobilizado   Corpóreo   (edifícios)  e  do  Imobilizado  Incorpóreo  (passes  dos  jogadores).  A  sua  irregularidade  ao  longo   dos   anos   é   motivada   pelas   amortizações   dos   passes   dos   jogadores.   Relativamente   ao   imobilizado  corpóreo,  foram  normalmente  utilizadas  as  taxas  máximas  fiscais  permitidas.  As   amortizações   dos   passes   dos   jogadores   são   efectuadas   proporcionalmente   aos   anos   dos   contratos  efectuados  com  cada  jogador.       Juros   e   encargos   financeiros     esta   rubrica   comporta   todos   os   juros   de   empréstimos   de   financiamento,  incluindo  também  os  juros  de  leasings.  Estes  custos  têm  sido  cada  vez  mais   importantes  nos  resultados,  atingido  o  seu  valor  máximo  em  2007,  com  17  milhões  de  euros,   ano   em   que   as   taxas   de   juro   estiveram   especialmente   altas   no   mercado,   baixando   depois   significativamente.  Em  2010,  esta  rubrica  apresentava  um  total  de  encargos  no  valor  de  11   milhões  de  euros.       Resultados   líquidos   anuais     Todos   os   anos   foram   apurados   prejuízos,   com   excepção   de   2007,  que  apresentou  um  lucro  de  6,5  milhões  de  euros  graças  aos  proveitos  extraordinários   apurados  (incluindo  outros  proveitos  operacionais)  de  37  milhões  de  euros  (inclui  a  alienação   do  passe  do  jogador  Nani  com  uma  mais-­‐valia  de  24,2  milhões  de  euros).  O  ano  em  que  os   resultados  líquidos  foram  mais  negativos  foi  o  último  (2010),  que  apresentou  um  prejuízo  de   38  milhões  de  euros.  Uma  análise  global  à  evolução  dos  Resultados  -­‐  quase  sempre  negativos   -­‐  do  Grupo  Sporting  evidencia  que,  com  a  estrutura  de  custos  existente,  os  prejuízos  se  têm   vindo  a  revelar  inevitáveis  em  anos  em  que  os  proveitos  extraordinários  da  venda  de  passes   de   jogadores   são   baixos   (2009   e   2010)   ou   as   receitas   gerais   se   revelem   menos   dinâmicas   (2001  a  2003).     ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 6. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas 3. Evolução  dos  fluxos  de  tesouraria     Os  últimos  11  anos  foram,  em  termos  de  tesouraria,  desequilibrados,  gerando  necessidades   globais   neste   domínio   de   214   milhões   de   euros.   Parte   foi   gerada   nos   primeiros   anos   pelo   investimento  corpóreo  mas,  em  acumulado,  elas  são  principalmente  da  responsabilidade  do   investimento   incorpóreo   (passes   de   jogadores).   A   persistência   do   recurso   a   empréstimos   levou   a   que   o   montante   dos   juros   degradasse   a   situação   de   tesouraria,   alcançando,   só   os   juros   no   inteiro   período,   mais   de   metade   das   necessidades   de   tesouraria   acumuladas.   Tal   condicionalismo   determinou   o   recurso   a   novos   empréstimos   para   fazer   face,  parcialmente,   ao  pagamento  dos  juros  dos  próprios  empréstimos.           4. Situação  económico-­‐financeira  das  contas  consolidadas    causas  mais  relevantes     O  Grupo  Sporting  apresenta  uma  Situação  Líquida  negativa  (-­‐183  milhões  de  euros),  que  se   agravou  nos  12  anos  analisados  em  -­‐171  milhões  de  euros,  e  que  já  praticamente  atingiu  em   2010,   em   valor   absoluto,   o   valor   do   Activo   líquido.   As   dívidas   de   financiamento   atingem   agora   276   milhões   de   euros   (incluindo   as   VMOCs     Valores   Mobiliários   Obrigatoriamente   Convertíveis),   valor   que   representa   o   dobro   do   Activo   Fixo,   assumidamente   uma   estrutura   económico-­‐financeira  desajustada.     As  causas  mais  relevantes  que  levaram  a  esta  situação,  evidenciada  nas  contas  consolidadas   do  Grupo  Sporting,  foram  as  seguintes:     Resultados   líquidos   negativos   consolidados   em   quase   todas   as   épocas,   motivados   por   uma   Margem  Bruta  do  Futebol  Profissional  (Proveitos  da  actividade  desportiva  +/-­‐  valias  na  venda   de   passes   -­‐   custos   com   pessoal   relativos   a   jogadores   e   treinadores     amortizações   de   jogadores   e   treinadores)   em   média   35   milhões   de   euros   abaixo   do   ponto   crítico,   pelo   aumento   gradual   dos   Fornecimentos   e   Serviços   Externos   e   por   Encargos   financeiros   elevados.     Fluxos   de   tesouraria   negativos   em   quase   todas   as   épocas,   consubstanciado   num   deficit   crónico  de  tesouraria  acumulado  que  se  cifrou  em  cerca  de  214  milhões  de  euros  em  11  anos   (2000  a  2010),  ou  seja,  quase  20  milhões  de  euros  por  ano,  justificado  por  3  razões  básicas:  o   Investimento   líquido   em   passes   de   jogadores,   o   Investimento   líquido   em   imobilizado   corpóreo,  e  o  Cash  flow  operacional  negativo  na  maioria  das  épocas.     Elevado   nível   de   financiamento,   devido   ao   deficit   crónico   de   tesouraria,   que   gerou   um   empréstimo   total   de   cerca   de   276   milhões   de   euros,   representando   um   agravamento   no   passivo   de   230   milhões   de   euros   em   12   anos.   Esta   situação   produziu   custos   adicionais   em   juros   de   financiamento   que   ultrapassam   largamente   a   margem   bruta   gerada   pelo   futebol   profissional.  O  acordo  bancário  firmado  com  os  bancos  neste  contexto  condicionou  a  gestão   de   tesouraria   por   meio   de   dações   em   pagamento   de   receitas   de   patrocínio,   publicidade,   televisão  e  outras  cobranças  a  clientes.       A  fundamentação  das  considerações  globais  atrás  apresentadas  neste  Sumário  Executivo  encontra-­‐se   vertida  no  Relatório  detalhado  elaborado.   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 7. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas I. INTRODUÇÃO     O   presente   Relatório   foi   elaborado   nos   termos   da   proposta   apresentada   ao   Sporting   Clube   de   Portugal   com   data   de   3/6/2011,   tendo   em   vista   dar   cumprimento   ao   trabalho   de   análise   descritiva  e  factual  da  evolução  da  situação  patrimonial  do  Grupo  Sporting  ao  longo  do  período   decorri ivro   B emitido   em   31/7/2000,   reportando   a   31/5/95)  e  até  à  data  da  tomada  de  posse  do  novo  Conselho  Directivo  (27/03/2011).  A  análise  foi   estendida   ao   exercício   de   1995,   nos   casos   em   que   tenham   ocorrido   variações   patrimoniais   materialmente  relevantes.     Este   documento   compõe-­‐se   de   duas   partes:   o   Relatório   Principal,   apresentado   em   papel   e   em   formato   digital     do   qual   é   parte   integrante  o  presente  texto   -­‐   e   os  Anexos,  que   são  entregues   apenas  em  formato  digital.  Todos  os  valores  incluídos  em  ambas  as  partes  deste  documento  estão   expressos  em   preços  correntes.   Admitindo   a   eventual   divulgação   pública   do   texto   do   Relatório,   neste  não  são  explicitados  nominalmente  quaisquer  pessoas  singulares  sobre  cujos  rendimentos   tenha  recaído  a  nossa  análise,  nomeadamente  na  rubrica  Remunerações  de  Pessoal.     Visto  que  o  período  contabilístico  nas  contas  das  empresas  do  Grupo  está  definido  de  acordo  com   o  conceito  de  época  desportiva,  o  ano  contabilístico  decorre  de  1  de  Julho  a  30  de  Junho  do  ano   seguinte.  Sendo  assim,  quando  no  texto  deste  Relatório  se  refere  as  contas  de  um  determinado   ano,  deve  ler-­‐se  as  contas  cuja  data  do  respectivo  período  de  reporte  termina  nesse  ano.  Quando   nos  referirmos,  por  exemplo,  às  contas  da  época  2009-­‐2010,  dizemos  que  se  trata  das  contas  de   2010.     Quando  os  gráficos  apresentados  incluem  séries  anuais  de  valores,  incluímos  informação  acerca   dos  Conselhos  Directivos  vigentes  em  cada  época,  através  duma  linha  do  tempo  suplementar  no   fundo  do  gráfico.  Como  o  início  e  término  dos  mandatos  não  coincide  com  o  início  e  término  dos   períodos  a  que   se   refere   a  informação  financeira,  que   coincide   (com  as  excepções   indicadas  no   ponto  5  g)  deste  Capítulo),  com  a  época  desportiva  decorrente  entre  1  de  Julho  e  30  de  Junho,   incluímos   o   nome   do   Presidente   do   Conselho   Directivo   até   ao   final   da   última   época   a   que   presidiu.     A   grande   maioria   dos   elementos   contabilísticos   que   utilizámos   está   mencionada   na   anterior   nomenclatura   do   Plano   Oficial   de   Contabilidade   (POC),   utilizada   nas   contas   das   empresas   do   Grupo  Sporting  até  Junho  de  2010  inclusive.  Em  consequência,  e  porque  este  Relatório  se  destina   a   uma   panóplia   de   utilizadores   muito   variada,   alguns   dos   quais   estarão   eventualmente   mais   familiarizados   com   os   termos   contabilísticos   há   muito   conhecidos   dos   utilizadores   das   informações  financeiras  elaboradas  com  base  no  POC,  do  que  com  a  nomenclatura  contabilística   agora   utilizada   em   conexão   com   o   Sistema   de   Normalização   Contabilística   (SNC)   e   Normas   Internacionais   de   Relato   Financeiro   (IFRS),   optámos   por   empregar   neste   relatório   preferencialmente  os  termos  contabilísticos  utilizados  em  POC.   -­‐  1  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 8. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas   1. OBJECTIVOS     A   finalidade   deste   documento   é   apresentar   informação   que   permita   fácil   leitura   para   qualquer   destinatário,   privilegiando   a   elaboração   de   gráficos   e   quadros,   numa   perspectiva   financeira   e   numa   base   anual,   com   ênfase   na   origem   e   na   aplicação   dos   fundos,   tendo   em   apreço   o   incremento/redução   do   activo   face   ao   incremento/redução   do   passivo   e,   quando   relevante,   os   ganhos  ou  perdas  do  exercício.     A   análise   levada   a   cabo   tem   como   objectivo   apresentar   a   evolução   da   situação   patrimonial   do   Grupo   Sporting   numa   perspectiva   financeira   consolidada,   evidenciando   as   variações   anuais   materialmente   relevantes   das   várias   rubricas   do   Balanço   e   da   Demonstração   de   Resultados   consolidados.   As   operações   que   se   anulam,   por   consolidação,   entre   as   empresas   do   Grupo   Sporting,   apenas   serão   consideradas   quando   a   sua   existência   for   importante   para   explicar   situações  concretas  e  significativas  detectadas  nas  contas  consolidadas.     Não   é   objectivo   deste   trabalho   tecer   considerações   de   ordem   avaliativa   à   gestão   do   Grupo   Sporting   no   decorrer   das   várias   épocas   desportivas   e   dos   respectivos   Conselhos   Directivos   durante   os   anos   em   análise.   Nas   páginas   que   se   seguem,   e   nos   respectivos   Anexos,   serão   encontrados  apenas  factos,  associados  a  valores  financeiros,  que  tenham  sido  relevantes  para  a   explicação  do  que  foi  a  evolução  da  situação  económica  e  financeira  do  Grupo  Sporting.     Também  não  foi  é  propósito  deste  trabalho  efectuar  uma  auditoria  à  documentação  que  serviu  de   base  aos  registos  contabilísticos  das  contas  do  Grupo  Sporting.  As  contas  das  empresas  do  Grupo   foram  auditadas  em  todos  os  anos  por  Revisores  Oficiais  de  Contas  e,  no  caso  da  SAD,  também   por   um   Auditor   Externo,   além   das   normais   e   periódicas   análises   efectuadas   pela   Administração   Fiscal.  No  entanto,  quando  necessário  e  apropriado,  requeremos  a  documentação  comprovativa   dos  factos  detectados,  justificando  um  melhor  aprofundamento.     2. ÂMBITO     2.1. Nível  da  análise     O   exame   efectuado   assentou   objectivamente   nas   principais   rubricas   do   activo   e   passivo   consolidados,   designadamente,   imobilizado   corpóreo,   activo   incorpóreo   (plantel     aquisição   e   venda  de  direitos  desportivos  dos  jogadores  profissionais  de  futebol),  passivo  perante  instituições   de  crédito  e  demais  credores,  além  de  outras  rubricas  que,  pela  sua  materialidade,  o  justificaram.   Efectuou-­‐se  ainda  uma  análise  do  resultado  líquido  consolidado  e  da  evolução  das  suas  principais   componentes  nos  respectivos  exercícios,  incluindo  subsídios.         -­‐  2  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 9. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas 2.2. Empresas  que  compõem  o  Grupo  Sporting     No   quadro   abaixo   explicitam-­‐se   as   empresas   que   consolidaram   no   Grupo   Sporting   no   decorrer   dos  vários  anos  da  análise,  com  indicação  da  natureza  da  sua  actividade,  data  de  constituição  e  de   encerramento,  quando  aplicável.   QUADRO      1    Perímetro  do  grupo  Sporting   Nº Siglas EMPRESAS ACTIVIDADE Motivo Notas Início Fim Empresas  que  consolidam  pelo  método  integral 1 SCP Sporting  Clube  de  Portugal 01-­‐Jul-­‐1906 2 SCS Sporting  -­‐  Comércio  e  Serviços,  SA.                                                     17-­‐Mar-­‐1997 28-­‐Jun-­‐2011 Por  Fusão (d) 3 SCPlaneamento S.C.P.  -­‐  Soc.  de  Construção  e  Planeamento,  SA. 17-­‐Mar-­‐1997 (a) 4 Construz Construz  -­‐  Promoção  Imobiliária,  SA. 17-­‐Mar-­‐1997 5 Q.ta  Alvalade Soc.  de  Promoção  Imobiliária  Quinta  de  Alvalade,  SA. 17-­‐Mar-­‐1997 6 ta Soc.  de  Promoção  Imobiliária  Quinta  das  Raposeiras,  SA. 17-­‐Mar-­‐1997 Q.  Raposeiras 7 Lote  Dourado Soc.  de  Promoção  Imobiliária  Lote  Dourado,  SA. 17-­‐Mar-­‐1997 09-­‐Abr-­‐1998 Venda  de  49% 8 Q.ta  Loureiro Soc.  de  Promoção  Imobiliária  Quinta  do  Loureiro,  SA. 17-­‐Mar-­‐1997 15-­‐Jan-­‐1999 Venda  de  51% 9 EJA Estádio  José  de  Alvalade,  SA. 30-­‐Jun-­‐1997 20-­‐Abr-­‐2011 Dissolução 10 SGPS Sporting  -­‐  SGPS,  SA. 30-­‐Jun-­‐1997 11 SAD Sporting  Clube  de  Portugal-­‐Futebol,  SAD. 28-­‐Out-­‐1997 12 Sporting  Seguros Sporting  Seguros,  Mediadora  de  Seguros,  Lda. 30-­‐Mai-­‐2001 13 SCom Sporting.Com  -­‐  Empresa  de  Comunicação,  SA 29-­‐Jun-­‐2001 20-­‐Abr-­‐2011 Dissolução 14 SCGE Sporting  -­‐  Consultadoria  e  Gestão  Empresarial,    SA. 10-­‐Out-­‐2001 20-­‐Abr-­‐2011 Dissolução 15 Multimédia Sporting  Multimédia,  SA. 19-­‐Dez-­‐2001 SPM 16 Sporting  Património  e  Marketing,  SA. 20-­‐Dez-­‐2001 (Ex-­‐NEJA) 17 Verdiblanc  I Soc.  Imobiliária  VERDIBLANC  I,  SA. 09-­‐Mar-­‐2004 18 Verdiblanc  II Soc.  Imobiliária  VERDIBLANC  II,  SA. 09-­‐Mar-­‐2004 19 Verdiblanc  III Soc.  Imobiliária    VERDIBLANC  III,  SA. 09-­‐Mar-­‐2004 20 Verdiblanc  IV Soc.  Imobiliária    VERDIBLANC  IV,  SA. 09-­‐Mar-­‐2004 21 DE Desporto  e  Espectáculo,  SA. 30-­‐Jun-­‐2004 30-­‐Jun-­‐2005 Por  Fusão (b) 22 Reciklado Reciklado-­‐Exploração  de  Empreendimentos  Turísticos,  SA. 23-­‐Ago-­‐2007 Empresa  que  não  consolida  pelo  método  integral 23 SPGis SPGis-­‐Planeamento  e  Gestão  de  Estacionamento,  SA. 11-­‐Nov-­‐1996 20-­‐Jul-­‐2005 Venda  de  49,5% (c  ) Notas: (a)   Sociedade  criada  em  29-­‐Ago-­‐1977  esteve  inactiva  até  17-­‐Mar-­‐1997. (b)   Fusão  por  incorporação  na  Sporting  Comércio  e  Serviços. (c  ) O  Sporting  Club  Portugal  detem  actualmente  0,5%  da  SPGis. (d) Fusão  por  incorporação  na  Sporting  SAD.   2.3. Período  analisado     A  nossa  análise  cobriu  o  período  decorrente  entre  1  de  Agosto  de  1998  e  26  de  Março  de  2011.   Este  período  foi  estendido  a  1995  no  caso  do  Imobilizado  Corpóreo  e  Incorpóreo,  as  rubricas  mais   relevantes  do  Activo.  O  Capítulo  IV  e  os  pontos  1.1  e  1.2  do  Capítulo  III  abrangerão  este  período   suplementar  de  anos.   -­‐  3  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 10. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas   3. METODOLOGIA     Os   dados   de   base   do   trabalho   efectuado   são   as   contas   individuais   das   várias   empresas   que   compõem   o   Grupo   Sporting,   nos   seus   respectivos   Balanços,   Demonstrações   de   Resultados,   Anexos,  Balancetes  e  Extractos  de  contas  anuais.  Estes  elementos  serviram  de  base  à  elaboração   anual   das   Contas   Consolidadas,   compostas   por   Balanços,   Demonstrações   de   Resultados   e   respectivos  Anexos.  Estas  demonstrações  financeiras  consolidadas  foram  preparadas  por  empresa   de  consultadoria  externa  ao  Grupo  Sporting.       Tivemos  também  acesso  aos  mapas  de  consolidação  elaborados  por  aquela  consultora,  conforme   foram  entregues  ao  Sporting  no  decorrer  dos  vários  anos  de  análise.  Estes  mapas  apenas  incluem   as  anulações  gerais  de  operações  dentro  do  Grupo,  não  sendo  normalmente  discriminativos  para   contas  abaixo  de  2  dígitos.       A   metodologia   seguida,   tendo   em   conta   os   elementos   acima   referidos   que   nos   foram   disponibilizados,  seguiu  as  seguintes  fases:           a) Com   base   nos   Balanços   e   Demonstrações   de   Resultados   consolidados   anuais,   elaborámos   mapas   anuais   evolutivos   para   os   Balanços   e   as   Demonstrações   de   Resultados   consolidados,   nos  quais  se  evidenciam  as  diferenças  anuais  detectadas  entre  as  várias  rubricas  do  Balanço  e   da   Demonstração   de   Resultados.   Foi   também   elaborado   o   mesmo   tipo   de   mapas   para   as   contas  individuais  de  todas  as  sociedades  que  compõem  o  Grupo  Sporting.     b) A   partir   da   análise   desses   mapas,   detectaram-­‐se   as   rubricas   materialmente   mais   relevantes,   bem  como  aquelas  em  que  se  verificaram  maiores  variações  anuais,  distinguindo-­‐se  entre  as   que  se  anulam  entre  as  empresas  do  Grupo  Sporting  e  as  que  têm  influência  significativa  nos   valores  consolidados.     c) Tendo   em   conta   o   levantamento   efectuado   em   b),   analisaram-­‐se   as   principais   variações   ocorridas  e  suas  implicações  ao  nível  da  origem/aplicação  de  fundos,  do  incremento/redução   de  activos  ou  passivos  e  dos  rendimentos  ou  gastos  do  exercício.     d) Quando   necessário   e   apropriado,   recorreu-­‐se   à   consulta   da   documentação   de   base   dos   registos   contabilísticos   efectuados,   tais   como   facturas,   contratos   e   outra   documentação   comprovativa  dos  factos  detectados  de  maior  significado.         e) Na  análise  temporal  efectuada,  foi-­‐se  tendo  em  consideração  os  períodos  de  reporte  inerentes   a  cada  mandato  directivo.     f) Foram  efectuadas  periodicamente  reuniões  com  o  Grupo  de  Trabalho,  para  acompanhamento   do  desenvolvimento  das  acções  em  curso,  tendo  em  vista  o  seu  enquadramento  nos  objectivos   previamente   estabelecidos.   Realizaram-­‐se   diversas   reuniões   com   aquele   Grupo,   antes   da   apresentação  deste  Relatório  final.     -­‐  4  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 11. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas g) Por  último,  retiraram-­‐se  as  principais  conclusões  do  levantamento  efectuado  e  da  análise  das   diversas  situações  detectadas,  que  se  encontram  resumidas  no  Capítulo  VII  deste  relatório.     4. MATERIALIDADE     Na  primeira  reunião  havida  com  o  Grupo  de  Trabalho,  foram  definidos  os  limites  de  materialidade   para   a   análise   preconizada.   Os   valores   que   estiveram   na   base   dos   limites   de   materialidade   estabelecidos  foram  os  seguintes:     Total   do   Activo   Líquido   do   Balanço   Consolidado   do   Grupo   Sporting   a   30/06/2010     -­‐     192,9   m .   Limites  de  materialidade  normalmente  praticados  em  auditoria  -­‐  entre  0,5%  e  2,5%  do  Activo.     A  partir  dos  elementos  acima,  estabeleceram-­‐se  os  seguintes  limites  de  materialidade  nas  acções   a  desenvolver  no  decorrer  das  análises  a  efectuar:       Limite  mínimo,  abaixo  do  qual  não  se  fez  análise    -­‐    1  milhão  de   .   Limite  máximo,  acima  do  qual  sempre  se  fez  análise    -­‐    5  milhões  de   .   Entre  1  e  5  milhões  de  euros,  as  análises  a  efectuar  foram  decididas  pontualmente,  de  acordo   com  a  natureza  dos  elementos  envolvidos.     Ficou  também  definido  que,  sempre  que  necessário  e  relevante,  devido  à  natureza  da  informação   financeira  requerida,  se  efectuariam  análises  abaixo  de  1  milhão  de  euros  em  casos  devidamente   justificados,   à   medida   que   a   informação   financeira   fosse   examinada.   De   facto,   no   decorrer   dos   exames  efectuados,  este  limite  foi  muitas  vez  e,  nalguns  casos,  mesmo  a   abaixo.     5. LIMITAÇÕES     Foram   várias   as   limitações   com   que   deparámos,   tanto   no   início   como   no   decorrer   do   nosso   trabalho.   No   entanto,   embora   algumas   delas   dificultassem   a   obtenção   dos   elementos   indispensáveis  à  efectiva  execução  dos  exames  em  vista,  nenhumas  delas  inviabilizaram  de  forma   significativa  as  acções  necessárias  à  prossecução  geral  dos  objectivos  definidos.  Sintetizamos  em   seguida  as  principais  limitações  encontradas,  inerentes  aos  elementos  apresentados:     a) No   decorrer   dos   cerca   de   15   anos   do   período   em   análise,   foram   utilizados   3   softwares   de   contabilidade  diferentes  pelas  várias  empresas  do  Grupo  Sporting.  De  1992  a  2003,  foi  usado  o   SWAP   (AS400),   sendo   que,   entre   1997   e   2003,   foi   também   empregue   apuramento  das  contas  a  Junho.  Após  2003  passou-­‐se  a  utilizar  o  GIAF.   Este   facto   dificultou   as   análises   temporais,   cujas   séries,   por   nós   elaboradas,   tiveram   que   ser   reformatadas   para   o   tipo   de   informações   disponibilizado   pelo   software   mais   moderno   utilizado,  implicando  verificações  adicionais  quanto  à  integridade  dos  dados  envolvidos.  Nessa   transformação,  ter-­‐se-­‐ão  perdido  algumas  informações  cujas  especificações  não  puderam  ser   utilizadas   no   que   diz   respeito   às   informações   financeiras   correspondentes   ao   software   mais   antigo.     -­‐  5  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 12. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas   b) Também   no   que   diz   respeito   ao   Software   de   gestão   de   pessoal,   no   decorrer   dos   15   anos   analisados,   foram   utilizados   2   diferentes   programas   de   salários,   e   nem   sempre   simultaneamente  para  todas  as  empresas.  Até  2000  para  a  EJA  e  SAD  utilizou-­‐se  o  Primavera  e   nos   anos   seguintes   o   SWAP   (AS400)   até   2003.   Depois,   passou   a   ser   empregue   o   GIAF.   Nas   restantes   empresas   utilizou-­‐se   o   SWAP   (AS400)   até   2003   e   depois,   o   GIAF.   Também   a   inexistência   de   um   código   identificador   de   cada   funcionário   único   e   comum   a   todas   as   empresas  e  softwares,  dificultou  a  análise  de  informação  cruzada  para  os  diferentes  exercícios,   para   as   diversas   empresas,   de   forma   a   detectar   o   total   de   rendimentos   auferidos   por   cada   interveniente,  independentemente  da(s)  empresa(s)  em  que  foi  processado.       c) No  caso  das  sociedades  que   eram  propriedade   do  Grupo  Sporting,   e   que   foram  vendidas  no   decorrer   do   período   de   análise,   não   pudemos   consultar   a   documentação   de   origem   dos   movimentos   contabilísticos   dos   vários   anos,   pois   os   respectivos   dossiers   contabilísticos,   com   toda  a  inerente  documentação,  foram  entregues  aos  novos  proprietários.  Estão  neste  caso  as   sociedades  Quinta  do  Loureiro,  SA  e  S.  P.  GIS,  SA.     d) Só  existem  demonstrações  financeiras  consolidadas  elaboradas  a  partir  da  época  1998-­‐99.  Este   facto   limitou,   nessa   medida,   a   nossa   análise   dos   períodos   anteriores   àquela   época.   Desta   forma,   nesse   período,   procedemos   à   análise   das   rubricas   do   Balanço   e   Demonstração   de   Resultados   em   que   as   duplicações   provenientes   das   operações   entre   empresas   do   Grupo   se   apresentaram  de   fácil   de   detecção.   Damos  informação  acerca  do  âmbito  desta  limitação  em   cada  um  dos  pontos  deste  relatório  a  que  a  mesma  se  refere.     e) Outra   limitação   relacionada   com   as   contas   consolidadas,   é   o   facto   de   que   os   mapas   de   consolidação  que   nos  foram  facultados,  elaborados  por  uma  consultora  externa,  apenas  dão   informação  acerca  das  anulações  gerais  de  operações  entre  as  empresas  do  Grupo,  não  sendo   normalmente   discriminativos   para   contas   abaixo   de   2   dígitos.   Este   facto   limitou   a   que   se   procedesse  a  uma  abordagem  mais  profunda  às  rubricas  de  custos  e  proveitos  das  épocas  mais   recuadas.     f) Relativamente  à  data  em  que  emitimos  este  Relatório,  as  contas  consolidadas  respeitantes  à   época  de  2010-­‐11  não  estavam  ainda  elaboradas.  Este  facto,  acrescido  da  dificuldade  do  corte   de   operações   a   27   de   Março   de   2011,   limitou-­‐nos   a   análise   relativa   a   2011,   na   qual   procedemos  ao  exame  do  Activo  Incorpóreo  (jogadores),  Imobilizado  Corpóreo,  Empréstimos   de   Instituições   Financeiras   e   outras   rubricas,   sobretudo   do   Balanço,   em   que   as   duplicações   provenientes   das   operações   entre   empresas   do   Grupo   sejam   inexistentes,   ou   de   detecção   implícita.  A  análise  da  conta  de  Remunerações  do  Pessoal  foi  também  estendida  a  essa  data.       g) No   decorrer   do   período   em   análise,   o   conceito   de   época   desportiva,   na   base   da   qual   estão   elaboradas  as  contas  com  respeito  às  datas  de  fecho  do  balanço,  mudou  na  época  de  2003-­‐04.   Até  2002-­‐03  inclusive,  o  ano  contabilístico  estava  definido  entre  1  de  Agosto  e  31  de  Julho.  A   época   2003-­‐04   foi   a   primeira   em   que   o   ano   contabilístico   passou   a   ser   definido   entre   1   de   Julho   e   30   de   Junho.   Os   elementos   financeiros   incluídos   nas   séries   temporais   que   apresentamos   incluem   apenas   11   meses   na   época   de   2003-­‐04.   Por   outro   lado,   nas   épocas   anteriores  a  1996-­‐97,  as  contas  fechavam  a  31  de  Dezembro  de  cada  ano.  O  ano  de  1996  foi  o   último   em   que   se   fecharam   contas   a   31   de   Dezembro.   As   contas   do   período   seguinte   -­‐  6  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 13. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas abrangeram  apenas  7  meses,  de  1  de  Janeiro  a  31  de  Julho  de  1997.  Estas  épocas  não  fazem   porém  parte  das  contas  consolidadas,  e  só  serão  analisadas  pontualmente.     h) Antes  de  2003  inclusive,  todos  os  elementos  (extractos,  balancetes)  foram  fornecidos   apenas   em  papel,  pois  o  software  da  época  não  converte  os  elementos  para  ficheiros  digitais  de  forma   fiável.  Em  consequência,  todos  os  elementos  utilizados  para  esse  período  obrigaram-­‐nos  à  sua   digitalização,   implicando   conferências   suplementares   e   perda   de   alguma   informação   que,   doutra  forma,  poderia  ter  sido  utilizada  nas  pesquisas  efectuadas.       i) A   par   das   limitações   acima   encontradas,   houve   que   converter   Escudos   para   Euros   para   os   valores   referentes   aos   anos   anteriores   a   2002,   sendo   que   a   conversão   não   foi   efectuada   no   mesmo  ano  para  todas  as  empresas  do  Grupo.   -­‐  7  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 14. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas   II. VISÃO  GERAL  DAS  CONTAS  CONSOLIDADAS     Neste  Capítulo,  apresentamos  uma  visão  geral  das  contas  consolidadas,  que  abrangem  o  período   que   tem   início   na   época   de   1998-­‐1999,   e   termina   na   época   de   2009-­‐2010,   que   são   respectivamente  a  primeira  época  contabilística  com  contas  consolidadas  preparadas  e  a  última   com  contas  consolidadas  elaboradas  até  à  data  da  elaboração  deste  Relatório.     O   objectivo   é   efectuarmos   um   levantamento   geral,   por   comparação   entre   as   demonstrações   financeiras   dos   exercícios   dos   vários   períodos   envolvidos,   das   questões   mais   relevantes   nas   contas  consolidadas  do  Grupo  Sporting,  tanto  ao  nível  dos  principais  itens  do  Balanço,  como  nas   componentes  mais  relevantes  da  Demonstração  de  Resultados.       Pela  análise  das  variações  ao  nível  da  evolução  dos  Fluxos  Consolidados  de  Caixa,  que  elaborámos   a   partir   das   demonstrações   financeiras   consolidas   anuais,   obteremos   informações   complementares   que   nos   ajudarão   a   confirmar   as   conclusões   extraídas   a   partir   da   análise   comparativa  dos  Balanços  e  das  Demonstrações  de  Resultados.       Após  a  elaboração  desta  análise  genérica  levada  a  cabo  neste  Capítulo,  estaremos  em  condições   de   passar   ao   exame   detalhado   das  componentes   do   Balanço   e   da  Demonstração   de   Resultados   com  maior  influência  nas  contas  e  nos  resultados  do  Grupo.  Essa  análise  detalhada  é  efectuada  no   Capítulo  III.       1. EVOLUÇÃO  DO  BALANÇO     O  gráfico  seguinte  foi  construído  comparando  os  Balanços  Consolidados  de  1999  e  2010  (página   82),   que   são,   como   atrás   dissemos,   o   primeiro   ano   e   o   último   ano   com   contas   consolidadas   preparados   até   ao   momento.   Foram   colocadas   lado   a   lado   as   respectivas   rubricas   do   Activo,   Passivo  e  Situação  Líquida.     -­‐  8  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 15. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas GRÁFICO      1    Balanços  consolidados  comparados     Grupo  Sporting   ACTIVO CAPITAL PRÓPRIO   E  PASSIVO  500 Milhões   de    400 57   55    300  200 22   263   18   12   134   26    100 50   46   47   44   25   36   8   8    -­‐ (41) 0  (100) (216)  (200)  (300) 1999 2010 1999 2010 Imob.  Incorpóreas  Líq. Imob.  Corpóreas  Líq. Dívidas  de  terceiros  e  Outros Capital  Social Reservas Resultados  acumulados Dívidas  de  Financiamento Fornecedores  e  Outros  Credores Diferimentos  e  Provisões   Nota:   No   Anexo   são   apresentados   os   Balanços   Consolidados   de   todos   os   anos   do   período,   bem   como   todos   os   respectivos   Balanços  individuais  de  todas  as  empresas  do  Grupo.         Uma  análise  detalhada  à  evolução  das  diferentes  rubricas  acima  leva-­‐nos  às  seguintes  conclusões:     O  Imobilizado  Corpóreo  aumentou  em  84  milhões  de  euros,  de  50  para  134  milhões  de  euros   em   valores   líquidos.   Analisaremos   a   evolução   desta   rubrica   no   Capítulo   III,   ponto   1.1   deste   relatório,  incluindo,  entre  outros  factores,  a  construção  do  novo  Estádio  José  de  Alvalade.       O  Imobilizado  Incorpóreo,  que  se  compõe  essencialmente  dos  passes  dos  jogadores  de  futebol   profissional,  diminuiu  em  11  milhões  de  euros    significando   que   a   30   de   Junho   de   2010   a  equipa   de   futebol   profissional   estava   contabilizada   por   menos   24%   que   em   1999.   A   evolução   desta   rubrica   ao   longo   dos   anos   é   explicada   no   Capítulo   III,   ponto  1.2  deste  Relatório.     -­‐  9  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 16. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas Dívidas  de  financiamento  (conta  23  POC  +  leasings)  é  a  rubrica  em  que  se  observa  um  maior   acréscimo:   217   milhões   de   euros   (passando   de   46   .   Tal   representa   um   aumento  médio  de  cerca  de   24  milhões  de  euros  por  ano,  tendo  o  endividamento  do  Grupo   Sporting  mais  do  que  quintuplicado  em  12  anos.  A  evolução  desta  rubrica  ao  longo  dos  anos  e   a  relação  dos  credores  envolvidos  são  analisadas  em  detalhe  no  Capítulo  III,  ponto  1.3  deste   Relatório.     A   rubrica   Diferimentos   (Proveitos   Diferidos   e   Acréscimos   de   Custos)   e   Provisões   revela   também  um  acréscimo  expressivo:  39  milhões  de  euros,  o  que  representa  mais  do  triplo  em  12   anos.   Porque   neste   campo   se   incluem   os   recebimentos   antecipados   de   contratos   de   prestações  de  serviços  a  terceiros,  como  receitas  de  publicidade,  televisão  e  outros,  dedicámos   o  ponto  1.4  do  Capítulo  III  deste  Relatório  à  análise  deste  montante.     Os  Resultados  Acumulados   negativos   agravaram-­‐se  em  175  milhões  de  euros   no  período  em   análise,  o  que  representa  uma  média  anual  de  16  milhões  de  euros  de  prejuízos  por  ano  desde   1999.   Para   entendermos   melhor   as   causas   subjacentes   a   esta   evolução,   apresentamos   no   ponto  2  deste  Capítulo  a  evolução  das  principais  rubricas  das  contas  de  resultados  de  1999  a   2010.     Como   consequência   desta   acumulação   de   prejuízos   ao   longo   dos   anos,   o   Capital   Próprio   do   Grupo   Sporting,  que   era  positivo  em  12  milhões   de  euros  em  1999,   atingiu  em  2010  o  valor   negativo  de  183  milhões  de  euros,  o  mais  baixo  de  sempre.   Esta  situação  de  falência  técnica   em  termos  consolidados  é  agravada  pelo  facto  do  valor  negativo  do  Capital  Próprio  do  Grupo   ultrapassar   em   13   milhões   de   euros,   em   valor   absoluto,   o   montante   do   Imobilizado   Líquido   total  (imóveis  +  passes  dos  jogadores).     2. EVOLUÇÃO  DA  DEMONSTRAÇÃO  DE  RESULTADOS     No  gráfico  seguinte  podemos  observar  qual  foi  a  evolução  das  principais  rubricas  das   contas  de   resultados   consolidados,   de   1999   a   2010   (página   83).   Este   gráfico   evidencia   o   detalhe   do   que   ocorreu   no   período   de   tempo   considerado,   de   forma   a   que   possamos   determinar   as   causas   principais   que   provocaram   os   resultados   negativos   acumulados   de   216   milhões   de   euros   evidenciados  no  Balanço  de  2010.       -­‐  10  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 17. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas GRÁFICO      2    Evolução  da  Demonstração  de  Resultados  consolidados     Grupo  Sporting   Milhões  de   120   100   7   10       80   27       22       5       60   13       7       7       8       10       19       9       40   7       21       18       20       10       46       45       49       51       49       47       20   44       32       27       20       24       26       -­‐ 0 (10) (12) (14) (16) (13) (19) (16) (17) (19) (20) (21) (21) (20) (15) (24) (29) (30) (26) (23) (16) (34) (27) (27) (25) (28) (28) (40) (17) (8) (18) (14) (22) (21) (23) (17) (60) (22) (26) (18) (22) (14) (13) (11) (5) (8) (7) (14) (17) (10) (15) (80) (11) (16) (11) (25) (30) (26) (15) (23) (100) (26) (38) (120) (140) 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Jos é   J.  E. Di a s  da  Cunha Soa re s  Fra nco Roque tte Be tte ncourt Vendas  e  Prestações  de  Serviços Proveitos  Suplementares Outros  Proveitos Proveitos  Extraordinários FSE Custos  com  pessoal Amortizações Ajustamentos+Provisões Juros  e  Enc.  Fin.  Líquidos Custos  Extraordinários Resultado  Líquido  do  Exercício Outros  Custos   Notas:     1-­‐ O  Resultado  Líquido  do  Exercício  não  inclui  os  Interesses  Minoritários.   2-­‐ No   Anexo   são   apresentadas   as   Demonstrações   de   Resultados   Consolidados   de   todos   os   anos   do   período,   bem   como   todas   as   respectivas  Demonstrações  de  Resultados  individuais  de  todas  as  empresas  do  Grupo.         A  análise  ao  gráfico  acima,  leva-­‐nos  às  seguintes  conclusões:     Vendas   e   prestações   de   serviços     apresentando   em   1999   o   valor   de   20   milhões   de   euros,   estes   proveitos   aumentaram   especialmente   em   2004   (44   estabilidade  ou  pequenos  crescimentos,  até  ao  valor  máximo  de  51  milhões  de  euros  em  2008.   Nos   dois   últimos   anos   verificaram-­‐se   decréscimos   anuais   de   2   milhões   de   euros,   tendo-­‐se   atingido  os  47  milhões  de  euros  em  2010.  A  evolução  desta  rubrica  é  examinada  em  detalhe   no  ponto  2.1  do  Capítulo  III  deste  Relatório.     Proveitos   extraordinários  e   outros     estas   duas   rubricas   confundem-­‐se   em  conceito,   pois   no   decorrer   dos   vários   anos   da   série,   os   critérios   de   classificação   contabilístic -­‐valias   com   os   passes   de     Analisando   estas   duas   rubricas   em   conjunto,   que   se   compõem   em   grande   parte   pelas   mais-­‐ valias  obtidas  nas  vendas  dos  passes  dos  jogadores,  concluímos  que  o  ano  de  2007  foi  o  mais   frutuoso,   logo   seguido   por   2004   e   2003.   Note-­‐se   que   nos   três   últimos   anos,   os   proveitos   extraordinários   obtidos   foram   muito   diminutos,   sendo   especialmente   reduzidos   em   2010   (2   milhões  de  euros).   -­‐  11  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 18. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas É  feita  uma  análise  detalhada  a  estas  rubricas  no  ponto  2.2  do  Capítulo  III  deste  Relatório.  As   mais-­‐valias   específicas   provenientes   da   venda   dos   passes   de   jogadores,   são   detalhadas   no   ponto  1.2  do  mesmo  Capítulo  III.  Por  outro  lado,  as  que  são  derivadas  da  venda  de  imobilizado   corpóreo,  são  analisadas  em  pormenor  no  ponto  1.1  desse  mesmo  Capítulo.     Proveitos   suplementares     trata-­‐se   essencialmente   dos   proveitos   provenientes   das   comparticipações   da   UEFA   pela   presença   nas   competições   europeias.   São   rendimentos   com   certa  irregularidade,  com  valores  máximos  em  2001  e  2009,  que  advêm  maioritariamente  da   presença  do  Clube  nestas  competições.       Custos  com  o  pessoal    nestes  gastos  estão  incluídas  as  remunerações  de  todo  o  pessoal  das   diversas   empresas   do   grupo   e   respectivos   encargos   sociais,   incluindo   os   jogadores   profissionais.  De  realçar  que  2002  foi  o  ano  em  que  estes  custos  tiveram  o  seu  valor  máximo,   com  34  milhões  de  euros.  O  ano  mais  baixo  após  1999  foi  o  de  2006  (23   Estes  custos  têm-­‐ se  mantido,  após  essa  data,  perto  dos  30  milhões  de  euros  anuais.  No  ponto  2.3  do  Capítulo  III   analisam-­‐se  em  detalhe  estes  custos,  bem  como  no  ponto  1.2  desse  mesmo  Capítulo  quando   se  trate  dos  jogadores  de  futebol  profissional.     Fornecimentos  e  serviços  externos    estes  custos  têm  demonstrado  tendência  crescente,  com   excepção  de  ligeiras  reduções  em  2003  e  2005.  Estabilizaram  nos  21  milhões  de  euros  em  2009   e  2010.  São  analisados  em  pormenor  no  ponto  2.4  do  Capítulo  III  deste  Relatório.     Amortizações     estes   custos   subdividem-­‐se   em   amortizações   do   Imobilizado   Corpóreo   (edifícios)  e   do  Imobilizado  Incorpóreo  (passes  dos  jogadores).   A  sua  irregularidade   ao  longo   dos   anos   é   motivada   pelas   amortizações   dos   passes   dos   jogadores.   Relativamente   ao   imobilizado   corpóreo,   foram   normalmente   utilizadas   as   taxas   máximas   fiscais   permitidas.   As   amortizações   dos   passes   dos   jogadores   são   efectuadas   proporcionalmente   aos   anos   dos   contratos   efectuados   com   cada   jogador.   Podem   ser   encontrados   detalhes   acerca   dos   gastos   com   os   passes   dos   jogadores   e   respectivas   amortizações   no   ponto   1.2   do   Capítulo   III   deste   Relatório,  e  acerca  das  restantes  amortizações,  no  ponto  2.5  do  mesmo  Capítulo.     Juros   e   encargos   financeiros     esta   rubrica   comporta   todos   os   juros   de   empréstimos   de   financiamento,   incluindo   também   os   juros   de   leasings.   Como   se   verifica   no   gráfico,   estes   custos   têm   sido   cada   vez   mais   importantes   nos   resultados,   atingido   o   seu   valor   máximo   em   2007,   com   17   milhões   de   euros.   Este   foi   o   único   ano   em   que     e   apesar   deste   valor   dos   encargos   financeiros     as   contas   consolidadas   apresentaram   lucro.   Este   foi   também   um   ano   em  que  as  taxas  de  juro  estiveram  especialmente  altas  no  mercado,  imediatamente  antes  da   crise   financeira   mundial,   que   despoletou   em   2008,   ano   em   que   as   taxas   de   juro   baixaram   significativamente  no  mercado  nacional  e  internacional.  Em  2010,  esta  rubrica  apresentava  um   total  de  encargos  no  valor  de  11  milhões  de  euros.  Nos  pontos  1.3  e  2.6  do  Capítulo  III  deste   Relatório  é  examinada  especificamente  esta  rubrica.     Resultados   líquidos   anuais     a   parte   vermelha   do   gráfico  está   sempre   presente   em   todos  os   anos,   na   última   linha,   com   excepção   de   2007.   Isto   significa   que,   como   resultado   da   gestão   anual  do  Grupo  Sporting,  todos  os  anos  foram  apurados  prejuízos,  com  excepção  de  2007,  que   apresentou  um  lucro  de   6,5  milhões   de   euros  graças  aos  proveitos  extraordinários  apurados   (incluindo   outros   proveitos   operacionais)   de   37  milhões   de   euros   (ponto   2.2   do   Capítulo   III).   -­‐  12  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -
  • 19. PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS member of - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas 2010  foi  o  ano  em  que  os  resultados  líquidos  negativos  atingiram  o  seu  valor  mais  elevado,  da   ordem  de  38  milhões  de  euros.  Os  2  últimos  anos,  cuja  soma  de  prejuízos  atinge  64  milhões  de   euros,  são  responsáveis  por  mais  de  1/3  dos  resultados  negativos  acumulados  nos  últimos  12   anos.  Também  o  período  de  2001  a  2003  apresentou  prejuízos  anuais  na  ordem  dos  25  a  30   milhões  de  euros.  Esses  3  anos  apresentaram  um  prejuízo  conjunto  de  81  milhões  de  euros,  o   que   representa   cerca   de   metade   do   total   dos   prejuízos   acumulados   durante   o   período   analisado.     Em  resumo,  e  fazendo  uma  análise  geral  à  evolução  dos  Resultados  -­‐  quase  sempre  negativos  -­‐  do   Grupo  Sporting  concluímos  que,  com  a  estrutura  de  custos  apresentada,  os  prejuízos  se  têm  vindo   a   revelar   inevitáveis   em   anos   em   que   os   proveitos   extraordinários   da   venda   de   passes   de   jogadores  sejam  baixos  (2009  e  2010),  ou  as  receitas  gerais  se  revelem  menos  dinâmicas  (2001  a   2003).       O  gráfico  abaixo  mostra  qual  foi  a  evolução  da  estrutura  de  custos  nos  últimos   12  anos  (preços   correntes).  Nota-­‐se  que  os  custos  com  o  pessoal  mantêm  a  mesma  posição  na  estrutura,  tendo  os   Fornecimentos  e  Serviços  Externos  aumentado  um  pouco  (+2%)  o  seu  peso  financeiro.  A  principal   diferença   está   nas   Amortizações,   que   diminuíram   em   importância   (-­‐8%),   em   contrapartida   dos   Juros  de  financiamento,  que  passaram  a  pesar  13%  nos  custos  (+6%).     GRÁFICO      3    Evolução  da  estrutura  de  custos       Com   a   actual   estrutura   de   custos,   e   face   à   natureza   dos   vários   gastos   aí   incluídos,   deve   ser   explicitado  que,  a  variável  que  acaba  por  ser  mais  susceptível  de  ser  controlada  pela  gestão  são  as   amortizações  do  imobilizado  incorpóreo  (passes  dos  jogadores)  e  respectivos  salários.       A   evolução   desta   componente   patrimonial   (imobilizado   incorpóreo     jogadores),   pelas   implicações   financeiras   directas   que   determina,   teve   influência   marcante   na   evolução   dos   resultados  e  na  estrutura  financeira  do  Grupo  Sporting  nos  anos  em  análise,  entre  1999  e  2010.     -­‐  13  -­‐   ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL Grupo Sporting Clube de Portugal -