1) O documento discute a aplicação da bioestatística na análise de dados eletrocardiográficos relacionados ao infarto agudo do miocárdio (IAM), incluindo o estudo de correlação e teste de hipóteses. 2) É apresentada uma revisão dos principais escores usados para IAM (Aldrich, Selvester e Anderson-Wilkins) e sua correlação com exames clínicos. 3) Valores como número de amostras, coeficiente de correlação e significância são fornecidos, assim como as principais
Análise bioestatística de dados eletrocardiográficos relacionados ao infarto agudo do miocárdio (IAM
1. APLICAÇÕES DA BIOESTATÍSTICA À ANÁLISE DE DADOS
ELETROCARDIOGRÁFICOS LIGADOS AO INFARTO AGUDO DO
MIOCÁRDIO (IAM)
Seane Argentina Ferreira Amorim ¹, Laíse Oliveira Resende ², Márcia Artiaga Colantoni ³, João Batista
Destro Filho4.
¹ seane05@gmail.com, ² laiseresende@yahoo.com.br, ³ marcinhamelv@yahoo.com.br, 4 jbdestrof@yahoo.com.
UFU, Faculdade de Medicina, FAMED/ Faculdade de Engenharia Elétrica, FEELT / Laboratório de Engenharia Biomédica
BIOLAB, Uberlândia - MG.
Resumo – O objetivo deste artigo é discutir criticamente hora após o início dos sintomas, e antes do paciente chegar à
a aplicação da bioestatística à análise das variações do unidade de emergência do hospital [1].
eletrocardiograma (ECG) no infarto agudo no miocárdio O IAM pode ser classificado conforme a extensão do
(IAM). Isto ocorre através de estudo aprofundado de miocárdio afetado: o infarto subendocárdico, que acontece
tópicos em bioestatística (correlação e teste de hipóteses), apenas uma pequena área do miocárdio imediatamente
seguido de uma revisão da literatura para sintetizar os abaixo do endocárdio; e o infarto transmural, que afeta toda
resultados já obtidos no que se refere à correlação ou quase toda a espessura da parede cardíaca [2]. Podem
existente entre os principais escores de IAM e exames ocorrer varias conseqüências, como: formação de cicatriz
clínicos. Valores para N (número da amostra), r fibrosa; disfunção contrátil; arritmias; ruptura do miocárdio;
(coeficiente de correlação) e p (significância) são pericardite; extensão do infarto; expansão da área do infarto;
apresentados, e as principais conclusões bioestatísticas trombo mural, aneurisma ventricular; disfunção dos
oriundas dos estudos clínicos são sumarizadas. músculos papilares e insuficiência cardíaca tardia [2]. O
rápido diagnóstico de IAM tem grande relevância devido a
Palavras-Chave – bioestatística, coeficiente de correlação, possibilitar tratamento precoce, aumentando sua eficiência.
eletrocardiograma, infarto agudo no miocárdio, escores, Pela fácil utilização, grande disponibilidade e baixo custo, o
teste de hipótese. ECG é uma das ferramentas mais importantes na prática
médica para o diagnóstico do IAM [3]. Os critérios clínicos
BIOSTATISTICAL ANALYSIS OF para o diagnóstico de IAM são:
1. Elevação ou depressão do segmento ST, visto na
ELETROCARDIOGRAPHIC DATA Figura 1, freqüentemente acompanhada por novas
RELATED TO ACUTE MYOCARDIAL ondas Q, alterando sensivelmente determinados
INFARCTION (AMI) trechos do ECG.
Abstract – This article analysis biostatistical results
associated with the waveform variations of the
electrocardiogram (EKG) in the acute myocardial
infarction (AMI). Based on a deep study of topics in
biostatistics (correlation and hypothesis tests), this article
presents a review of the literature to summarize the
major results regarding the correlation between the main
AMI scores (Aldrich, Selvester and Anderson-Wilkins)
and clinical examinations. Values for N (number of the
sample), r (correlation coefficient) and p (significance)
are provided, and the main biostatistical conclusions
arising from the clinical studies are discussed.
Keywords – biostatistics, correlation coefficient,
electrocardiogram, acute myocardial infarction, scores,
hypothesis tests. Fig. 1: Registro simples de um eletrocardiograma, mostrando as
ondas e os intervalos [4].
I. INTRODUÇÃO
2. Precordialgia ou dor peitoral, manifestada pelo
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é causado pela paciente durante o exame de admissão na unidade
interrupção de fluxo sangüíneo nas artérias coronárias. Esta de emergência,
3. Alteração significativa nas concentrações de
patologia ocasiona, em média, 250.000 óbitos por ano no enzimas - Troponina T, I e creatina quinase
mundo, sendo que pelo menos metade destas ocorre até uma (CKtotal) e sua isoenzima MB (CKMB).
Atualmente, a bioestatística consiste no principal
ferramental das ciências exatas que avalia a possibilidade de
2. se agilizar a decisão terapêutica baseada apenas nos escores Seja o SupraST calculado como a distância do ponto J à
[5] [6], buscando-se tentar diminuir o tempo de tomada de linha de base:
decisão, essencialmente oriundo dos atrasos laboratoriais Supra ST (d ) = Jy (d ) − Pmy (d ) (2)
devido ao exame sérico de enzimas.
A partir disso uma vertente básica de utilização da Onde:
bioestatística pode ser estabelecida. Essa vertente envolve a
avaliação da correlação estatística existente entre variáveis d -Derivação onde está sendo calculado o
oriundas do ECG, em particular amplitudes do supradesnivelamento ST.
supradesnivelamento do ST e índices de Escore/Aldrich; e os Jy - Coordenada y do ponto J na derivação d.
resultados de exames laboratoriais dos marcadores séricos, Pmy - Amplitude da linha de base, calculada por:
em particular dosagem de concentração de enzimas e íons [5]
[6]. Os conceitos utilizados consistem no coeficiente de Ty − Py
correlação, a significância e o teste de hipóteses [7], que Pmy = (3)
2
serão analisados ao longo deste artigo em decorrência de
Onde:
suas aplicabilidades na literatura estudada.
II. TEORIA SOBRE OS ESCORES Ty - Coordenada Y (amplitude em milivolts) do
primeiro ponto T.
A. Escore de Aldrich Py - Coordenada Y do segundo ponto P (amplitude
O Escore de Aldrich é um método desenvolvido para em milivolts).
determinar a parcela do músculo cardíaco afetado pelo
infarto agudo do miocárdio através de medidas realizadas Toma-se como referência o ponto P. Isso significa que um
com base em dados extraídos do sinal ECG coletado do sinal negativo para Pmy indica que a linha de base está
paciente. abaixo de P e que Ty < Py, ou seja, T está abaixo de P no
Para sua determinação, deve-se diagnosticar infarto agudo gráfico do ECG.
do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMEST), Realiza-se então o cálculo do escore de Aldrich pela
verificando-se a existência de supradesnivelamento do seguinte fórmula:
segmento ST superior a 0,1 mV em pelo menos 2 derivações
contíguas, excetuando-se aVR. Deve-se destacar que o AS inf = 3 × [ 0 .6 × ( SupraST ( II ) +
segmento TP, compreendendo o final da onda T e o inicio da
SupraST ( III ) + (4)
onda P, constitui a linha isolelétrica.
Em seguida, deve-se determinar se o IAMEST é de parede SupraST ( aVF )) + 2 ]
anterior ou inferior; sendo considerado IAM inferior aquele Onde:
com supradesnivelamento de ST nas derivações DII, DIII,
aVF; IAM de parede anterior, aquele com IAM nas ASinf - Escore de Aldrich resultante.
derivações V1-V4. No caso de supra-ST nas derivações DI, SupraST - Calculado por (2) .
aVL, V5-V6, considera-se para classificação as derivações
previamente citadas que estejam predominantemente O resultado do cálculo, em qualquer uma das fórmulas,
afetadas. será a porcentagem da massa miocárdica afetada pelo infarto
Caso o IAM seja de parede anterior, deve-se identificar o agudo.
número de derivações com supradesnivelamento de ST,
considerando-se como linha isoelétrica o segmento TP para B. Escore de Selvester
tal análise. Realiza-se então o cálculo do escore de Aldrich O Escore Quantitativo de Selvester utiliza a informação
pela seguinte fórmula: do ECG para estimar o tamanho do Infarto do Miocárdio
(IM) a partir de simulações de computador [8].
AS ant = 3 × (1,5 × N ST − 0,4) (1) O cálculo do escore é realizado observando os seguintes
Onde: detalhes (Tabela 1) [9]:
1. Para realização de suas medidas, traça-se em
ASant - Escore de Aldrich resultante. primeiro momento a linha isoelétrica, baseada no
NST - Número de derivações com supra-ST. segmento PR (linha que une início da onda P ao
inicio do complexo QRS). Pode-se realizar esta
Caso o IAM seja de parede inferior, deve-se identificar medida, desde que não esteja muito distorcida a
quais das derivações inferiores (DII, DIII e aVF) apresentam morfologia do complexo QRS.
supradesnivelamento de ST, considerando-se como linha 2. Inicia-se posteriormente a realização das várias
isoelétrica o segmento TP. Seqüencialmente, mede-se a medidas conforme a Tabela I.
amplitude do supradesnivelamento de ST em mm, no ponto J 3. Procede-se então com o cálculo de algumas relações
(ponto final do QRS antes de se iniciar o segmento ST), à partir das medidas encontradas.
arredondando-se a amplitude encontrada para o valor inteiro 4. As várias medidas e relações são comparadas com
mais próximo. os critérios da tabela 1. É importante mencionar que
os critérios devem ser analisados na ordem
3. apresentada na tabela 1. No caso dos vários critérios 47 Ramp <= Qamp 2
associados a uma única derivação, deve-se 48 Ramp <= 3*Samp 1
49 Ramp <= 3*Qamp 1
considerar a pontuação apenas do primeiro critério 50 Ramp <= 0,6 1
preenchido. Obs: Qamp=Ramp=Samp= amplitude das ondas Q, R e S em
5. Após cálculo de pontos para cada uma das milivolts (mV). Qdur=Rdur=duração das ondas Q e R em
derivações, realiza-se a somatória das pontuações e milisegundos (ms).
o escore é estimado como um número variando
entre 0 e 32. Cada ponto neste escore equivale a 3% C. Escore de Anderson-Wilkins
de área miocárdica afetada pelo IAM. Para o escore proposto por Anderson-Wilkins et al, a
derivação com elevação do segmento ST ou com onda T
TABELA I anormalmente alta é associado um escore de 1 a 4 pontos, e
Regra para a contagem de pontos do os mesmos são somados para se obter o escore final, que
Escore de Selvester [9] inclui 12 derivações [10]. Como esse escore considera a
Máx. de quantidade de derivações envolvidas, pode ser influenciado
pontos
por
pelo tamanho, bem como pelo tempo decorrido do início dos
Regra Derivação Critérios Pontos derivação sintomas isquêmicos até a realização do ECG. Realiza-se o
1 a) Qdur >= 30 1 cálculo final do Escore de Anderson-Wilkins por (5):
2 Ramp <= Qamp 1
3 I b) Ramp <= 0,2 1 2 4 × nD1 A + 3 × nD1B + 2 × nD2 A + nD2 B
4 Qdur >= 40 2 EAW = (5)
5 II a) Qdur >= 30 1 2 nD1A + nD1B + nD2 A + nD2 B
6 a) Qdur >= 30 1 Onde:
7 aVL b) Ramp <= Qamp 1 2
8 Qdur >= 50 3 nD1A - Número de derivações do tipo 1ª.
9 Qdur >= 40 2
nD1B - Número de derivações 1B.
10 a) Qdur >= 30 1
11 Ramp <= Qamp 2 nD2A - Número de derivações 2ª.
12 aVF b) Ramp <= 2*Qamp 1 5 nD2B - Número de derivações 2B.
V1 Qualquer
13 anterior a) Q 1 1 Estes tipos de derivações são precisamente definidos em
14 a) Ramp >= Samp 1 [10], a partir de características particulares das ondas Q e T,
15 Rdur >= 50 2
que não foram aqui especificadas por limites de espaço.
16 Ramp >= 1 2
17 Rdur >= 40 1 Assim, encontra-se um escore de Anderson-Wilkins cuja
18 b) Ramp >= 0,6 1 amplitude varia entre 0 e 4, onde quanto maior a pontuação,
V1 Qamp, mais agudo o quadro isquêmico e pior o prognóstico de
19 posterior c) Samp <= 0,3 1 4 evolução.
Qualquer
20 Q 1
III. COMPARAÇÃO ENTRE OS ESCORES
21 Rdur <= 10 1
22 V2 Ramp <= 0,1 1
23 anterior a) Ramp <= Ramp(V1) 1 1 O escore de Aldrich propõe-se a medir o tamanho da área
24 a) Ramp >= 1,5*Samp 1 do coração atingida pelo infarto do miocárdio. Se medido ao
25 Rdur >= 60 2 longo do tratamento, pode ajudar no acompanhamento da
evolução da necrose de tecido cardíaco (que pode parar ou
26 Ramp >= 2 2
27 Rdur >= 50 1 continuar). Já o escore de Selvester é um sistema que avalia o
28 Ramp >= 1,5 1 tamanho ou gravidade do infarto já ocorrido. Atingindo a
V2 Qamp, especificidade necessária, pode auxiliar na administração de
29 posterior b) Samp <= 0,4 1 4 tratamento trombolítico (reperfusão), com a desvantagem de
Qualquer
ser medido obrigatoriamente 72 horas após o infarto. Por
30 Q 1
31 Rdur <= 20 1 fim, o sistema de escore proposto por Anderson-Wilkins
32 V3 a) Ramp <= 0,2 1 1 mede o quão agudo foi o infarto e quão grave é a perspectiva
33 a) Qdur >= 20 1 de evolução. Através desta medida pode-se dimensionar o
34 Ramp <= 0,5*Samp 2 tratamento mais adequado ao paciente.
35 Ramp <= 0,5*Qamp 2
36 Ramp <= Samp 1 IV. METODOLOGIA DE SELEÇÃO E ANÁLISE DOS
37 Ramp <= Qamp 1
V4 b) 3
ARTIGOS
38 Ramp <= 0,7 1
39 a) Qdur >= 30 1
40 Ramp <= Samp 2
Foram selecionados 7 artigos, dos quais três trataram do
41 Ramp <= Qamp 2 escore de Selvester [11] [12] [13], três de Aldrich [14] [15]
42 Ramp <= 2*Samp 1 [16] e um de Anderson-Wilkins [10]. Para os dois primeiros
43 Ramp <= 2*Qamp 1 escores, os artigos envolvem publicações dos primeiros
44 V5 b) Ramp <= 0,7 1 3 estudos clínicos e daqueles mais recentes. Já para o escore de
45 V6 a) Qdur >= 30 1 3 Anderson-Wilkins, mais jovem, aprofundou-se o estudo
46 b) Ramp <= Samp 2
4. clínico inicial. A seleção destes sete artigos se baseou infarcts from quantitative ST-segment elevation on the
também no estado da arte comparativa, discutida initial standard 12-lead ECG. Journal of
detalhadamente em [6]. Electrocardiology, vol. 24, n. 1, p. 77-83, January, 1991.
Cada artigo foi lido cuidadosamente, gerando um resumo [6] BIRNBAUM, Y.; WARE, D.L.: Electrocardiogram of
com máximo comprimento de cinco páginas, subdividido em acute ST-elevation myocardial infarction: the
aspectos gerais do estudo (2 páginas) e resultados significance of the various “scores”. Journal of.
bioestatísticos dos testes clínicos (3 páginas). Para cada Electrocardiology, vol. 38, n. 2, pp. 113-118, April,
artigo, foram selecionados no máximo dois grandes 2005.
resultados, sendo cada um destes resumidos por uma tabela e [7] LE, C.T.: Introductory Biostatistics. John Wiley & Sons,
alguns parágrafos de conclusão. Posteriormente, cada resumo Inc, New Jersey ,2003, p.435 .
foi então transformado numa súmula de uma página, [8] HORACEK, B. Milan et al. Development of an
resultando na Tabela II em anexo. automated Selvester Scoring System for estimating the
Todas as análises bioestatísticas estão baseadas em três size of myocardial infarction from the eletrocardiogram.
ferramentas: a correlação de Pearson (r), testes de hipóteses e Journal of Eletrocardiology, pp. 162-168, Churchill
significância (p). Livingstone, 08 junho, 2005.
[9] SELVESTER, Ronald H.; WAGNER, Galen S.;
V. CONCLUSÃO HINTMAN, Nancy B.. The Selvester QRS Scoring
System for Estimating Myocardial Infacrt Size.
Nota-se, a partir da Tabela II que, em relação aos dados Electrocardiography For The Clinician, vol. 145,
procurados (tais como o coeficiente de correlação, valor de p pp.1877-1881, 01 out. 1985.
e teste de hipóteses aplicados nos artigos), a ausência de [10] WILKINS, Michelle L. et al. An Electrocardiographic
informações mais completas e também a ausência da relação Acuteness Score for Quantifying the Timing of a
dos dados obtidos com os experimentos (Tabela II). Myocardial Infarction to Guide Decisions Regarding
Particularmente, as hipóteses H0 não são detalhadas, o Reperfusion Therapy. The American Journal Of
mesmo ocorrendo para os testes estatísticos, cuja utilização Cardiology, p.617-620.15 mar. 1995.
não é justificada. Isto dificulta averiguar de forma [11] JONES, Michael G, et al: Prognostic Use of a QRS
consistente e de questionar a aplicação exata das ferramentas Scoring System After Hospital Discharge for Initial
bioestatísticas pela literatura atual. Acute Myocardial Infarction in the Framinghan Cohort.
No geral, em média foi encontrado um N=220, valor The American Journal of Cardiology, vol. 66, pp. 549-
considerável para validar os resultados buscados. As 549, September 1, 1990.
variáveis mais relacionadas foram os escores estudados, [12] ULRIKA, S. P.; BERNARD, R.; et al Comparison of
localização anatômica do IAM e características do ECG. As the Various Electrocardiographic Scoring Codes for
ferramentas estatísticas mencionadas em poucos artigos Estimating Anatomically Documented Sizes of Single
foram Teste T de Student, teste ANOVA, método Tukey, and Multiple Infarctcs of the Left Ventricle. The
Regressão Logística e Regressão Mínimo Quadrado. American Journal of Cardiology. vol. 81, p 809-815,
Os coeficientes de correlação r em sua maioria são 1998.
positivos e os valores de p são significantes. Existem [13] WAGNER, Galen S; MD, Yochai Birnbaum: The Initial
correlações tanto positivas quanto negativas. Quanto aos Electrocardiographic Pattern in Acute Myocardial
valores de p, são em sua maioria significantes e não Infarction: Correlation With Infarct Size. Journal of
fornecidos simultaneamente aos coeficientes de correlação. Electrocardology, vol. 32, pp. 122-127, 1999.
Como possível seqüência deste trabalho, objetiva-se [14] ALDRICH, H.R.; WAGNER, N.B; et al: Use of initial
prosseguir a pesquisa bibliográfica incluindo-se todos os ST-segment deviation for prediction of final
principais artigos. electrocardiographic size of actue myocardial infarcts.
American Journal of Cardiology, vol. 1, n. 61, part 10,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS pp. 749-735, April, 1988.
[15] WILKINS, Michele L.; ANDERSON, Stanley T.
[1] ANDERSON, J.L: Infarto Agudo do Miocárdio com Variability of Acute ST-Segment Predicted Myocardial
Elevação do Segmento ST e Complicações do Infarto do Infarct Size in the Absence of Thrombolytic Therapy.
Miocárdio. GOLDMAN, L.; AUSIELLO, D. Rio de The American Journal of Cardiology. vol.74, pp. 174-
Janeiro: Elsevier, 2005, pp 472-489. 177, 1994
[2] KUMAR, V.; ABBAS, A.K et al: Patologia – Bases [16] MERRITT H.R, MD, et al: Relation Between Symptom
Patológicas das doenças. 7ª edição, Rio de Janerio: Duration Before Thrombolytic Therapy and Final
Elsevier, 2005, p. 345. Myocardial Infarct Size. Circulation, vol 93, pp. 48-52,
[3] SCHWEITZER, P.: The Electrocardiographic nº 1, January 1, 1996.
Diagnosis of Acute Myocardial Infarction in the
Thrombolytic. American Heart Journal, vol. 119, n° 3,
part 1, pp. 642-654, March, 1990.
[4] GUYTON, A. C; HALL, J. E. Tratado de fisiologia
médica. Guanabara Koogan, 9ª ed. Rio de Janeiro, 1996.
[5] CLEMMENSEN, P.; GRANDE, P.; et al: Evaluation of
formulas for estimating the final size of acute myocardial
5. TABELA II:
Tabela Geral Comparativa dos Principais Resultados
ARTIGO DADOS DO VARIÁVEIS ESTUDADAS OU FERRAMENTAS RESULTADOS BIOESTATÍSTICOS CONCLUSÃO
EXPERIMENTO CORRELACIONADAS ESTATÍSTICAS
[2] N= 100 pacientes Escores de Selvester, Minnesota Não foram mencionadas no Coeficiente de correlação r > 0.70 para Para r > 0.70, correlação positiva. Quanto maior
estudados (72 Code, Nova Code e Cardiac artigo. Selvester na região geral, anterior e o valor do tamanho de lesão no local estimado,
homens e 28 Infarction Injury correlacionados inferior. maior o valor obtido pelo escore.
mulheres/ 30 com a localização anatômica do
acometidos por IAM. Coeficiente de correlação r >0.70 para Não existe uma relação de dependência ou
infarto inferior Novacode na região anterior. associação entre os valores dos escores obtidos
simples; 18 por nessas regiões com os valores dos Escores para
anterior, 20 Coeficiente de correlação r=0.19 a r=0.44 Infarto Múltiplo.
posterolateral para estimação de área em infartos
simples; 32 por múltiplos
infartos múltiplos)
[14] N = 148 pacientes, 68 Associação entre elevação do Não foram mencionadas no Coeficiente de correlação r=0.72 para Não foi exemplificado valores de r juntamente
IAM anterior (48 segmento ST, somatório das artigo. elevação do ST com local do IAM com respectivos valores de p.
homens, 20 homens; elevações do segmento ST, inferior. Todavia os valores de p fornecidos estão na
idade média 57 anos, variação do segmento ST e região de significância.
faixa de 35 a 85) e 80 somatório do segmento ST com o Valores de p=0.04 para somatório ST com Neste caso, há correlação significativa entre o
tiveram IAM inferior local anatômico do IAM. local IAM inferior e p=0.03 para somatório ST e a percentagem do tamanho IAM
(62 homens, 18 porcentagem do tamanho IAM na região na região inferior.
mulheres; idade Correlação dos desvios ST com anteior.
média de 35 a 83) área necrosada do IAM medido Forte correlação existe entre elevação
por escore de Selvester. do ST na região anterior e número de derivações
com variação ST na região anterior, porém não se
forneceu os valores de p.
[15] N = 185 pacientes, Correlação entre mudança no PPTI Não foram mencionadas no Valores de p = 0.237, 0.5653 e 0.0998 Para a grande maioria dos pacientes, os valores
mas 155 foram e localização do IAM. artigo. para respectivamente, não variação, de p obtidos não são significantes, indicando
escolhidos para Obs: PPTI é percentual predito diminuição e aumento no PPTI (90% dos portanto quase nenhuma correlação entre os
estudo, pois entraram entre o ECG antes da internação pacientes). valores de PPTI e a localização anatômica do
no critério de estudo (ECG1) e após o 1• atendimento IAM.
(76 acometidos de no hospital (ECG2). Para 10% dos pacientes, p=0.001, ressaltando a
IAM inferior e 79 de grande significância do aumento de PPTI com a
IAM anterior) localização.
Não constam valores de r.
[10] N = 154 pacientes Correlação entre o início da Não foram mencionadas no Coeficiente de correlação r = -0.08. Não há alteração na obtenção do valor do escore
selecionados aplicação do escore de agudeza e o artigo. se o cálculo foi realizado muito ou pouco tempo
criteriosamente. tempo do início dos sintomas depois do início do sintomas.
agudo.
6. [15] N = 345 pacientes Correlação e respectivos valores de Teste T de Student, Teste As relações mais importantes foram: O Apesar das correlações serem de valor pequeno
tratados em média p entre as características (Idade, ANOVA e Método Tukey. tempo entre o inicio dos sintomas até (em torno dos 0.25), o valor de p é extremamente
2.4+/-1.4 horas sexo, início da taxa cardíaca, etc) aplicação da terapia; soma do supra ST; significante (>0.0001), não negando o fato de
depois do primeiro dos pacientes com a área número de anormalidades na onda Q e que, quanto maior a demora da aplicação de
síntoma. Dentre necrosada do infarto medido por presença de anormalidade nas ondas Q. terapia após o inicio dos sintomas, maior o
estes, 87 não escore de Aldrich. tamanho de IAM.
receberam terapia
trombolítica.
[11] N = 384 participantes 1. Diferenças no escore de QRS Regressão Logística e regressão 1. Diferença significante (p>0.01) nos 1. A tradução disto é que o cálculo do escore de
analisados segundo para homens divididos por faixa Mínimo Quadrado. escores de QRS nos homens divididos pela QRS demonstrou maior eficiência nos dados
os sintomas de dor no etária e para mulheres. idade. masculinos que nos femininos, ou seja, o
peito e mudanças no resultado foi mais válido em homens que em
ECG depois do inicio 2. Homens com IAM inferior 2. Significância de p=0.02 para homens mulheres.
dos sintomas. No comparados com aqueles de IAM com IAM inferior por possuírem escores
final, 243 possuíam anterior. mais baixos que aqueles com IAM 2. Para p=0.02, valor significante, o escore QRS
os critérios clínicos anterior. obteve mais importância na análise masculina
para diagnóstico de 3. Significância entre o escore de que na feminina em relação ao IAM pequeno
IAM e sobreviveram QRS e o tempo estimado de morte 3. Associação significante com p>0.05 da possuir menor escore na região inferior do que
até o terceiro dia por doença coronária (todos os classificação dos escores de QRS com o aquele comparado com a região anterior do
depois do IAM. pacientes). tempo até o a morte por doença coronária. coração.
CONCLUSÕES A média do número As variáveis mais correlacionadas Ferramentas estatísticas mais Os coeficientes de r em sua maioria são Existem correlações tanto positivas quanto
FINAIS de pacientes nos artigos foram os escores, utilizadas na literatura são: positivos com valor médio de 0.40. “Alta negativas. Quanto aos valores de p, são em sua
estudados foi de 220. localização anatômica do IAM e Teste T de Student, teste correlação” corresponde à r>0.7; “Baixa maioria significantes e não fornecidos em
características do ECG. ANOVA, método Tukey, correlação” compreende valores r<0.15. conjunto com os coeficientes de correlação.
Regressão Logística e Os valores de p são significantes, cuja
Regressão Mínimo Quadrado. média alcança 0.1149.