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APLICAÇÕES DA BIOESTATÍSTICA À ANÁLISE DE DADOS
          ELETROCARDIOGRÁFICOS LIGADOS AO INFARTO AGUDO DO
                            MIOCÁRDIO (IAM)

   Seane Argentina Ferreira Amorim ¹, Laíse Oliveira Resende ², Márcia Artiaga Colantoni ³, João Batista
                                             Destro Filho4.
        ¹ seane05@gmail.com, ² laiseresende@yahoo.com.br, ³ marcinhamelv@yahoo.com.br, 4 jbdestrof@yahoo.com.
  UFU, Faculdade de Medicina, FAMED/ Faculdade de Engenharia Elétrica, FEELT / Laboratório de Engenharia Biomédica
                                            BIOLAB, Uberlândia - MG.

Resumo – O objetivo deste artigo é discutir criticamente         hora após o início dos sintomas, e antes do paciente chegar à
a aplicação da bioestatística à análise das variações do         unidade de emergência do hospital [1].
eletrocardiograma (ECG) no infarto agudo no miocárdio               O IAM pode ser classificado conforme a extensão do
(IAM). Isto ocorre através de estudo aprofundado de              miocárdio afetado: o infarto subendocárdico, que acontece
tópicos em bioestatística (correlação e teste de hipóteses),     apenas uma pequena área do miocárdio imediatamente
seguido de uma revisão da literatura para sintetizar os          abaixo do endocárdio; e o infarto transmural, que afeta toda
resultados já obtidos no que se refere à correlação              ou quase toda a espessura da parede cardíaca [2]. Podem
existente entre os principais escores de IAM e exames            ocorrer varias conseqüências, como: formação de cicatriz
clínicos. Valores para N (número da amostra), r                  fibrosa; disfunção contrátil; arritmias; ruptura do miocárdio;
(coeficiente de correlação) e p (significância) são              pericardite; extensão do infarto; expansão da área do infarto;
apresentados, e as principais conclusões bioestatísticas         trombo mural, aneurisma ventricular; disfunção dos
oriundas dos estudos clínicos são sumarizadas.                   músculos papilares e insuficiência cardíaca tardia [2]. O
                                                                 rápido diagnóstico de IAM tem grande relevância devido a
Palavras-Chave – bioestatística, coeficiente de correlação,      possibilitar tratamento precoce, aumentando sua eficiência.
eletrocardiograma, infarto agudo no miocárdio, escores,          Pela fácil utilização, grande disponibilidade e baixo custo, o
teste de hipótese.                                               ECG é uma das ferramentas mais importantes na prática
                                                                 médica para o diagnóstico do IAM [3]. Os critérios clínicos
      BIOSTATISTICAL ANALYSIS OF                                 para o diagnóstico de IAM são:
                                                                      1. Elevação ou depressão do segmento ST, visto na
     ELETROCARDIOGRAPHIC DATA                                              Figura 1, freqüentemente acompanhada por novas
    RELATED TO ACUTE MYOCARDIAL                                            ondas Q, alterando sensivelmente determinados
           INFARCTION (AMI)                                                trechos do ECG.

Abstract – This article analysis biostatistical results
associated with the waveform variations of the
electrocardiogram (EKG) in the acute myocardial
infarction (AMI). Based on a deep study of topics in
biostatistics (correlation and hypothesis tests), this article
presents a review of the literature to summarize the
major results regarding the correlation between the main
AMI scores (Aldrich, Selvester and Anderson-Wilkins)
and clinical examinations. Values for N (number of the
sample), r (correlation coefficient) and p (significance)
are provided, and the main biostatistical conclusions
arising from the clinical studies are discussed.

Keywords – biostatistics, correlation coefficient,
electrocardiogram, acute myocardial infarction, scores,
hypothesis tests.                                                  Fig. 1: Registro simples de um eletrocardiograma, mostrando as
                                                                                       ondas e os intervalos [4].
                     I. INTRODUÇÃO
                                                                     2.  Precordialgia ou dor peitoral, manifestada pelo
   O infarto agudo do miocárdio (IAM) é causado pela                     paciente durante o exame de admissão na unidade
interrupção de fluxo sangüíneo nas artérias coronárias. Esta             de emergência,
                                                                      3. Alteração significativa nas concentrações de
patologia ocasiona, em média, 250.000 óbitos por ano no                  enzimas - Troponina T, I e creatina quinase
mundo, sendo que pelo menos metade destas ocorre até uma                 (CKtotal) e sua isoenzima MB (CKMB).
                                                                    Atualmente, a bioestatística consiste no principal
                                                                 ferramental das ciências exatas que avalia a possibilidade de
se agilizar a decisão terapêutica baseada apenas nos escores       Seja o SupraST calculado como a distância do ponto J à
[5] [6], buscando-se tentar diminuir o tempo de tomada de       linha de base:
decisão, essencialmente oriundo dos atrasos laboratoriais                      Supra ST (d ) = Jy (d ) − Pmy (d )         (2)
devido ao exame sérico de enzimas.
   A partir disso uma vertente básica de utilização da          Onde:
bioestatística pode ser estabelecida. Essa vertente envolve a
avaliação da correlação estatística existente entre variáveis           d     -Derivação onde está sendo calculado o
oriundas do ECG, em particular amplitudes do                    supradesnivelamento ST.
supradesnivelamento do ST e índices de Escore/Aldrich; e os             Jy - Coordenada y do ponto J na derivação d.
resultados de exames laboratoriais dos marcadores séricos,              Pmy - Amplitude da linha de base, calculada por:
em particular dosagem de concentração de enzimas e íons [5]
[6]. Os conceitos utilizados consistem no coeficiente de                                         Ty − Py
correlação, a significância e o teste de hipóteses [7], que                          Pmy     =                            (3)
                                                                                                    2
serão analisados ao longo deste artigo em decorrência de
                                                                Onde:
suas aplicabilidades na literatura estudada.

            II. TEORIA SOBRE OS ESCORES                                  Ty - Coordenada Y (amplitude em milivolts) do
                                                                primeiro ponto T.
     A. Escore de Aldrich                                                Py - Coordenada Y do segundo ponto P (amplitude
   O Escore de Aldrich é um método desenvolvido para            em milivolts).
determinar a parcela do músculo cardíaco afetado pelo
infarto agudo do miocárdio através de medidas realizadas           Toma-se como referência o ponto P. Isso significa que um
com base em dados extraídos do sinal ECG coletado do            sinal negativo para Pmy indica que a linha de base está
paciente.                                                       abaixo de P e que Ty < Py, ou seja, T está abaixo de P no
   Para sua determinação, deve-se diagnosticar infarto agudo    gráfico do ECG.
do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMEST),                 Realiza-se então o cálculo do escore de Aldrich pela
verificando-se a existência de supradesnivelamento do           seguinte fórmula:
segmento ST superior a 0,1 mV em pelo menos 2 derivações
contíguas, excetuando-se aVR. Deve-se destacar que o                     AS inf = 3 × [ 0 .6 × ( SupraST ( II ) +
segmento TP, compreendendo o final da onda T e o inicio da
                                                                         SupraST ( III ) +                                (4)
onda P, constitui a linha isolelétrica.
   Em seguida, deve-se determinar se o IAMEST é de parede                SupraST ( aVF )) + 2 ]
anterior ou inferior; sendo considerado IAM inferior aquele     Onde:
com supradesnivelamento de ST nas derivações DII, DIII,
aVF; IAM de parede anterior, aquele com IAM nas                         ASinf   - Escore de Aldrich resultante.
derivações V1-V4. No caso de supra-ST nas derivações DI,                SupraST - Calculado por (2) .
aVL, V5-V6, considera-se para classificação as derivações
previamente citadas que estejam predominantemente                  O resultado do cálculo, em qualquer uma das fórmulas,
afetadas.                                                       será a porcentagem da massa miocárdica afetada pelo infarto
   Caso o IAM seja de parede anterior, deve-se identificar o    agudo.
número de derivações com supradesnivelamento de ST,
considerando-se como linha isoelétrica o segmento TP para           B. Escore de Selvester
tal análise. Realiza-se então o cálculo do escore de Aldrich       O Escore Quantitativo de Selvester utiliza a informação
pela seguinte fórmula:                                          do ECG para estimar o tamanho do Infarto do Miocárdio
                                                                (IM) a partir de simulações de computador [8].
              AS ant = 3 × (1,5 × N ST − 0,4)             (1)      O cálculo do escore é realizado observando os seguintes
Onde:                                                           detalhes (Tabela 1) [9]:
                                                                    1. Para realização de suas medidas, traça-se em
        ASant - Escore de Aldrich resultante.                            primeiro momento a linha isoelétrica, baseada no
        NST - Número de derivações com supra-ST.                         segmento PR (linha que une início da onda P ao
                                                                         inicio do complexo QRS). Pode-se realizar esta
   Caso o IAM seja de parede inferior, deve-se identificar               medida, desde que não esteja muito distorcida a
quais das derivações inferiores (DII, DIII e aVF) apresentam             morfologia do complexo QRS.
supradesnivelamento de ST, considerando-se como linha               2. Inicia-se posteriormente a realização das várias
isoelétrica o segmento TP. Seqüencialmente, mede-se a                    medidas conforme a Tabela I.
amplitude do supradesnivelamento de ST em mm, no ponto J            3. Procede-se então com o cálculo de algumas relações
(ponto final do QRS antes de se iniciar o segmento ST),                  à partir das medidas encontradas.
arredondando-se a amplitude encontrada para o valor inteiro         4. As várias medidas e relações são comparadas com
mais próximo.                                                            os critérios da tabela 1. É importante mencionar que
                                                                         os critérios devem ser analisados na ordem
apresentada na tabela 1. No caso dos vários critérios      47                    Ramp       <=   Qamp       2
               associados a uma única derivação, deve-se                  48                    Ramp       <=   3*Samp     1
                                                                          49                    Ramp       <=   3*Qamp     1
               considerar a pontuação apenas do primeiro critério         50                    Ramp       <=   0,6        1
               preenchido.                                                Obs: Qamp=Ramp=Samp= amplitude das ondas Q, R e S em
     5.        Após cálculo de pontos para cada uma das                   milivolts (mV). Qdur=Rdur=duração das ondas Q e R em
               derivações, realiza-se a somatória das pontuações e        milisegundos (ms).
               o escore é estimado como um número variando
               entre 0 e 32. Cada ponto neste escore equivale a 3%             C. Escore de Anderson-Wilkins
               de área miocárdica afetada pelo IAM.                          Para o escore proposto por Anderson-Wilkins et al, a
                                                                          derivação com elevação do segmento ST ou com onda T
                             TABELA I                                     anormalmente alta é associado um escore de 1 a 4 pontos, e
                 Regra para a contagem de pontos do                       os mesmos são somados para se obter o escore final, que
                       Escore de Selvester [9]                            inclui 12 derivações [10]. Como esse escore considera a
                                                              Máx. de     quantidade de derivações envolvidas, pode ser influenciado
                                                              pontos
                                                              por
                                                                          pelo tamanho, bem como pelo tempo decorrido do início dos
Regra     Derivação    Critérios                       Pontos derivação   sintomas isquêmicos até a realização do ECG. Realiza-se o
1                      a) Qdur         >=   30         1                  cálculo final do Escore de Anderson-Wilkins por (5):
2                          Ramp        <=   Qamp       1
3         I            b) Ramp         <=   0,2        1      2                           4 × nD1 A + 3 × nD1B + 2 × nD2 A + nD2 B
4                          Qdur        >=   40         2                          EAW =                                              (5)
5         II           a) Qdur         >=   30         1      2                                nD1A + nD1B + nD2 A + nD2 B
6                      a) Qdur         >=   30         1                  Onde:
7         aVL          b) Ramp         <=   Qamp       1      2
8                          Qdur        >=   50         3                          nD1A    - Número de derivações do tipo 1ª.
9                          Qdur        >=   40         2
                                                                                  nD1B    - Número de derivações 1B.
10                     a) Qdur         >=   30         1
11                         Ramp        <=   Qamp       2                          nD2A    - Número de derivações 2ª.
12        aVF          b) Ramp         <=   2*Qamp     1      5                   nD2B    - Número de derivações 2B.
          V1               Qualquer
13        anterior     a) Q                            1      1              Estes tipos de derivações são precisamente definidos em
14                     a) Ramp         >=   Samp       1                  [10], a partir de características particulares das ondas Q e T,
15                         Rdur        >=   50         2
                                                                          que não foram aqui especificadas por limites de espaço.
16                         Ramp        >=   1          2
17                         Rdur        >=   40         1                     Assim, encontra-se um escore de Anderson-Wilkins cuja
18                     b) Ramp         >=   0,6        1                  amplitude varia entre 0 e 4, onde quanto maior a pontuação,
          V1               Qamp,                                          mais agudo o quadro isquêmico e pior o prognóstico de
19        posterior    c) Samp         <= 0,3          1      4           evolução.
                           Qualquer
20                         Q                           1
                                                                                  III. COMPARAÇÃO ENTRE OS ESCORES
21                         Rdur        <=   10         1
22        V2               Ramp        <=   0,1        1
23        anterior     a) Ramp         <=   Ramp(V1)   1      1              O escore de Aldrich propõe-se a medir o tamanho da área
24                     a) Ramp         >=   1,5*Samp   1                  do coração atingida pelo infarto do miocárdio. Se medido ao
25                         Rdur        >=   60         2                  longo do tratamento, pode ajudar no acompanhamento da
                                                                          evolução da necrose de tecido cardíaco (que pode parar ou
26                          Ramp       >= 2            2
27                          Rdur       >= 50           1                  continuar). Já o escore de Selvester é um sistema que avalia o
28                          Ramp       >= 1,5          1                  tamanho ou gravidade do infarto já ocorrido. Atingindo a
          V2                Qamp,                                         especificidade necessária, pode auxiliar na administração de
29        posterior    b)   Samp       <= 0,4          1      4           tratamento trombolítico (reperfusão), com a desvantagem de
                            Qualquer
                                                                          ser medido obrigatoriamente 72 horas após o infarto. Por
30                          Q                          1
31                          Rdur       <=   20         1                  fim, o sistema de escore proposto por Anderson-Wilkins
32        V3           a)   Ramp       <=   0,2        1      1           mede o quão agudo foi o infarto e quão grave é a perspectiva
33                     a)   Qdur       >=   20         1                  de evolução. Através desta medida pode-se dimensionar o
34                          Ramp       <=   0,5*Samp   2                  tratamento mais adequado ao paciente.
35                          Ramp       <=   0,5*Qamp   2
36                          Ramp       <=   Samp       1                    IV. METODOLOGIA DE SELEÇÃO E ANÁLISE DOS
37                          Ramp       <=   Qamp       1
          V4           b)                                     3
                                                                                            ARTIGOS
38                          Ramp       <=   0,7        1
39                     a)   Qdur       >=   30         1
40                          Ramp       <=   Samp       2
                                                                             Foram selecionados 7 artigos, dos quais três trataram do
41                          Ramp       <=   Qamp       2                  escore de Selvester [11] [12] [13], três de Aldrich [14] [15]
42                          Ramp       <=   2*Samp     1                  [16] e um de Anderson-Wilkins [10]. Para os dois primeiros
43                          Ramp       <=   2*Qamp     1                  escores, os artigos envolvem publicações dos primeiros
44        V5           b)   Ramp       <=   0,7        1      3           estudos clínicos e daqueles mais recentes. Já para o escore de
45        V6           a)   Qdur       >=   30          1     3           Anderson-Wilkins, mais jovem, aprofundou-se o estudo
46                     b)   Ramp       <=   Samp       2
clínico inicial. A seleção destes sete artigos se baseou              infarcts from quantitative ST-segment elevation on the
também no estado da arte comparativa, discutida                       initial    standard    12-lead      ECG.      Journal   of
detalhadamente em [6].                                                Electrocardiology, vol. 24, n. 1, p. 77-83, January, 1991.
   Cada artigo foi lido cuidadosamente, gerando um resumo         [6] BIRNBAUM, Y.; WARE, D.L.: Electrocardiogram of
com máximo comprimento de cinco páginas, subdividido em               acute ST-elevation myocardial infarction: the
aspectos gerais do estudo (2 páginas) e resultados                    significance of the various “scores”. Journal of.
bioestatísticos dos testes clínicos (3 páginas). Para cada            Electrocardiology, vol. 38, n. 2, pp. 113-118, April,
artigo, foram selecionados no máximo dois grandes                     2005.
resultados, sendo cada um destes resumidos por uma tabela e       [7] LE, C.T.: Introductory Biostatistics. John Wiley & Sons,
alguns parágrafos de conclusão. Posteriormente, cada resumo           Inc, New Jersey ,2003, p.435 .
foi então transformado numa súmula de uma página,                 [8] HORACEK, B. Milan et al. Development of an
resultando na Tabela II em anexo.                                     automated Selvester Scoring System for estimating the
   Todas as análises bioestatísticas estão baseadas em três           size of myocardial infarction from the eletrocardiogram.
ferramentas: a correlação de Pearson (r), testes de hipóteses e       Journal of Eletrocardiology, pp. 162-168, Churchill
significância (p).                                                    Livingstone, 08 junho, 2005.
                                                                  [9] SELVESTER, Ronald H.; WAGNER, Galen S.;
                      V. CONCLUSÃO                                    HINTMAN, Nancy B.. The Selvester QRS Scoring
                                                                      System for Estimating Myocardial Infacrt Size.
   Nota-se, a partir da Tabela II que, em relação aos dados           Electrocardiography For The Clinician, vol. 145,
procurados (tais como o coeficiente de correlação, valor de p         pp.1877-1881, 01 out. 1985.
e teste de hipóteses aplicados nos artigos), a ausência de        [10] WILKINS, Michelle L. et al. An Electrocardiographic
informações mais completas e também a ausência da relação             Acuteness Score for Quantifying the Timing of a
dos dados obtidos com os experimentos (Tabela II).                    Myocardial Infarction to Guide Decisions Regarding
   Particularmente, as hipóteses H0 não são detalhadas, o             Reperfusion Therapy. The American Journal Of
mesmo ocorrendo para os testes estatísticos, cuja utilização          Cardiology, p.617-620.15 mar. 1995.
não é justificada. Isto dificulta averiguar de forma              [11] JONES, Michael G, et al: Prognostic Use of a QRS
consistente e de questionar a aplicação exata das ferramentas         Scoring System After Hospital Discharge for Initial
bioestatísticas pela literatura atual.                                Acute Myocardial Infarction in the Framinghan Cohort.
   No geral, em média foi encontrado um N=220, valor                  The American Journal of Cardiology, vol. 66, pp. 549-
considerável para validar os resultados buscados. As                  549, September 1, 1990.
variáveis mais relacionadas foram os escores estudados,           [12] ULRIKA, S. P.; BERNARD, R.; et al Comparison of
localização anatômica do IAM e características do ECG. As             the Various Electrocardiographic Scoring Codes for
ferramentas estatísticas mencionadas em poucos artigos                Estimating Anatomically Documented Sizes of Single
foram Teste T de Student, teste ANOVA, método Tukey,                  and Multiple Infarctcs of the Left Ventricle. The
Regressão Logística e Regressão Mínimo Quadrado.                      American Journal of Cardiology. vol. 81, p 809-815,
   Os coeficientes de correlação r em sua maioria são                 1998.
positivos e os valores de p são significantes. Existem            [13] WAGNER, Galen S; MD, Yochai Birnbaum: The Initial
correlações tanto positivas quanto negativas. Quanto aos              Electrocardiographic Pattern in Acute Myocardial
valores de p, são em sua maioria significantes e não                  Infarction: Correlation With Infarct Size. Journal of
fornecidos simultaneamente aos coeficientes de correlação.            Electrocardology, vol. 32, pp. 122-127, 1999.
   Como possível seqüência deste trabalho, objetiva-se            [14] ALDRICH, H.R.; WAGNER, N.B; et al: Use of initial
prosseguir a pesquisa bibliográfica incluindo-se todos os             ST-segment deviation for prediction of final
principais artigos.                                                   electrocardiographic size of actue myocardial infarcts.
                                                                      American Journal of Cardiology, vol. 1, n. 61, part 10,
           REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                                 pp. 749-735, April, 1988.
                                                                  [15] WILKINS, Michele L.; ANDERSON, Stanley T.
[1] ANDERSON, J.L: Infarto Agudo do Miocárdio com                     Variability of Acute ST-Segment Predicted Myocardial
    Elevação do Segmento ST e Complicações do Infarto do              Infarct Size in the Absence of Thrombolytic Therapy.
    Miocárdio. GOLDMAN, L.; AUSIELLO, D. Rio de                       The American Journal of Cardiology. vol.74, pp. 174-
    Janeiro: Elsevier, 2005, pp 472-489.                              177, 1994
[2] KUMAR, V.; ABBAS, A.K et al: Patologia – Bases                [16] MERRITT H.R, MD, et al: Relation Between Symptom
    Patológicas das doenças. 7ª edição, Rio de Janerio:               Duration Before Thrombolytic Therapy and Final
    Elsevier, 2005, p. 345.                                           Myocardial Infarct Size. Circulation, vol 93, pp. 48-52,
[3] SCHWEITZER,          P.:    The      Electrocardiographic         nº 1, January 1, 1996.
    Diagnosis of Acute Myocardial Infarction in the
    Thrombolytic. American Heart Journal, vol. 119, n° 3,
    part 1, pp. 642-654, March, 1990.
[4] GUYTON, A. C; HALL, J. E. Tratado de fisiologia
    médica. Guanabara Koogan, 9ª ed. Rio de Janeiro, 1996.
[5] CLEMMENSEN, P.; GRANDE, P.; et al: Evaluation of
    formulas for estimating the final size of acute myocardial
TABELA II:
                                                                      Tabela Geral Comparativa dos Principais Resultados

ARTIGO         DADOS              DO     VARIÁVEIS ESTUDADAS OU               FERRAMENTAS                RESULTADOS BIOESTATÍSTICOS                  CONCLUSÃO
               EXPERIMENTO               CORRELACIONADAS                      ESTATÍSTICAS
         [2]   N= 100 pacientes          Escores de Selvester, Minnesota      Não foram mencionadas no   Coeficiente de correlação r > 0.70 para     Para r > 0.70, correlação positiva. Quanto maior
               estudados           (72   Code, Nova Code e Cardiac            artigo.                    Selvester na região geral, anterior e       o valor do tamanho de lesão no local estimado,
               homens       e       28   Infarction Injury correlacionados                               inferior.                                   maior o valor obtido pelo escore.
               mulheres/            30   com a localização anatômica do
               acometidos          por   IAM.                                                            Coeficiente de correlação r >0.70 para      Não existe uma relação de dependência ou
               infarto        inferior                                                                   Novacode na região anterior.                associação entre os valores dos escores obtidos
               simples;    18      por                                                                                                               nessas regiões com os valores dos Escores para
               anterior,            20                                                                   Coeficiente de correlação r=0.19 a r=0.44   Infarto Múltiplo.
               posterolateral                                                                            para estimação de área em infartos
               simples;    32      por                                                                   múltiplos
               infartos múltiplos)

     [14]      N = 148 pacientes, 68     Associação entre elevação do         Não foram mencionadas no   Coeficiente de correlação r=0.72 para       Não foi exemplificado valores de r juntamente
               IAM anterior (48          segmento ST, somatório das           artigo.                    elevação do ST com local do IAM             com respectivos valores de p.
               homens, 20 homens;        elevações do segmento ST,                                       inferior.                                   Todavia os valores de p fornecidos estão na
               idade média 57 anos,      variação do segmento ST e                                                                                   região de significância.
               faixa de 35 a 85) e 80    somatório do segmento ST com o                                  Valores de p=0.04 para somatório ST com     Neste caso, há correlação significativa entre o
               tiveram IAM inferior      local anatômico do IAM.                                         local IAM inferior e p=0.03 para            somatório ST e a percentagem do tamanho IAM
               (62    homens,      18                                                                    porcentagem do tamanho IAM na região        na região inferior.
               mulheres;       idade     Correlação dos desvios ST com                                   anteior.
               média de 35 a 83)         área necrosada do IAM medido                                                                                          Forte correlação existe entre elevação
                                         por escore de Selvester.                                                                                    do ST na região anterior e número de derivações
                                                                                                                                                     com variação ST na região anterior, porém não se
                                                                                                                                                     forneceu os valores de p.




     [15]      N = 185 pacientes,        Correlação entre mudança no PPTI     Não foram mencionadas no   Valores de p = 0.237, 0.5653 e 0.0998       Para a grande maioria dos pacientes, os valores
               mas     155     foram     e localização do IAM.                artigo.                    para respectivamente, não variação,         de p obtidos não são significantes, indicando
               escolhidos        para    Obs: PPTI é percentual predito                                  diminuição e aumento no PPTI (90% dos       portanto quase nenhuma correlação entre os
               estudo, pois entraram     entre o ECG antes da internação                                 pacientes).                                 valores de PPTI e a localização anatômica do
               no critério de estudo     (ECG1) e após o 1• atendimento                                                                              IAM.
               (76 acometidos de         no hospital (ECG2).                                                                                         Para 10% dos pacientes, p=0.001, ressaltando a
               IAM inferior e 79 de                                                                                                                  grande significância do aumento de PPTI com a
               IAM anterior)                                                                                                                         localização.
                                                                                                                                                     Não constam valores de r.

     [10]      N = 154 pacientes         Correlação entre o início da         Não foram mencionadas no   Coeficiente de correlação r = -0.08.        Não há alteração na obtenção do valor do escore
               selecionados              aplicação do escore de agudeza e o   artigo.                                                                se o cálculo foi realizado muito ou pouco tempo
               criteriosamente.          tempo do início dos sintomas                                                                                depois do início do sintomas.
                                         agudo.
[15]      N = 345 pacientes       Correlação e respectivos valores de   Teste T de Student, Teste         As relações mais importantes foram: O       Apesar das correlações serem de valor pequeno
             tratados em média       p entre as características (Idade,    ANOVA e Método Tukey.             tempo entre o inicio dos sintomas até       (em torno dos 0.25), o valor de p é extremamente
             2.4+/-1.4       horas   sexo, início da taxa cardíaca, etc)                                     aplicação da terapia; soma do supra ST;     significante (>0.0001), não negando o fato de
             depois do primeiro      dos pacientes com a área                                                número de anormalidades na onda Q e         que, quanto maior a demora da aplicação de
             síntoma.       Dentre   necrosada do infarto medido por                                         presença de anormalidade nas ondas Q.       terapia após o inicio dos sintomas, maior o
             estes,     87     não   escore de Aldrich.                                                                                                  tamanho de IAM.
             receberam     terapia
             trombolítica.
   [11]      N = 384 participantes   1. Diferenças no escore de QRS        Regressão Logística e regressão   1. Diferença significante (p>0.01) nos      1. A tradução disto é que o cálculo do escore de
             analisados segundo      para homens divididos por faixa       Mínimo Quadrado.                  escores de QRS nos homens divididos pela    QRS demonstrou maior eficiência nos dados
             os sintomas de dor no   etária e para mulheres.                                                 idade.                                      masculinos que nos femininos, ou seja, o
             peito e mudanças no                                                                                                                         resultado foi mais válido em homens que em
             ECG depois do inicio    2. Homens com IAM inferior                                              2. Significância de p=0.02 para homens      mulheres.
             dos sintomas. No        comparados com aqueles de IAM                                           com IAM inferior por possuírem escores
             final, 243 possuíam     anterior.                                                               mais baixos que aqueles com IAM             2. Para p=0.02, valor significante, o escore QRS
             os critérios clínicos                                                                           anterior.                                   obteve mais importância na análise masculina
             para diagnóstico de     3. Significância entre o escore de                                                                                  que na feminina em relação ao IAM pequeno
             IAM e sobreviveram      QRS e o tempo estimado de morte                                         3. Associação significante com p>0.05 da    possuir menor escore na região inferior do que
             até o terceiro dia      por doença coronária (todos os                                          classificação dos escores de QRS com o      aquele comparado com a região anterior do
             depois do IAM.          pacientes).                                                             tempo até o a morte por doença coronária.   coração.

CONCLUSÕES   A média do número        As variáveis mais correlacionadas    Ferramentas estatísticas mais     Os coeficientes de r em sua maioria são     Existem correlações tanto positivas quanto
  FINAIS     de          pacientes   nos artigos foram os escores,         utilizadas na literatura são:     positivos com valor médio de 0.40. “Alta    negativas. Quanto aos valores de p, são em sua
             estudados foi de 220.   localização anatômica do IAM e        Teste T de Student, teste         correlação” corresponde à r>0.7; “Baixa     maioria significantes e não fornecidos em
                                     características do ECG.               ANOVA,      método      Tukey,    correlação” compreende valores r<0.15.      conjunto com os coeficientes de correlação.
                                                                           Regressão     Logística      e    Os valores de p são significantes, cuja
                                                                           Regressão Mínimo Quadrado.        média alcança 0.1149.

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Análise bioestatística de dados eletrocardiográficos relacionados ao infarto agudo do miocárdio (IAM

  • 1. APLICAÇÕES DA BIOESTATÍSTICA À ANÁLISE DE DADOS ELETROCARDIOGRÁFICOS LIGADOS AO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) Seane Argentina Ferreira Amorim ¹, Laíse Oliveira Resende ², Márcia Artiaga Colantoni ³, João Batista Destro Filho4. ¹ seane05@gmail.com, ² laiseresende@yahoo.com.br, ³ marcinhamelv@yahoo.com.br, 4 jbdestrof@yahoo.com. UFU, Faculdade de Medicina, FAMED/ Faculdade de Engenharia Elétrica, FEELT / Laboratório de Engenharia Biomédica BIOLAB, Uberlândia - MG. Resumo – O objetivo deste artigo é discutir criticamente hora após o início dos sintomas, e antes do paciente chegar à a aplicação da bioestatística à análise das variações do unidade de emergência do hospital [1]. eletrocardiograma (ECG) no infarto agudo no miocárdio O IAM pode ser classificado conforme a extensão do (IAM). Isto ocorre através de estudo aprofundado de miocárdio afetado: o infarto subendocárdico, que acontece tópicos em bioestatística (correlação e teste de hipóteses), apenas uma pequena área do miocárdio imediatamente seguido de uma revisão da literatura para sintetizar os abaixo do endocárdio; e o infarto transmural, que afeta toda resultados já obtidos no que se refere à correlação ou quase toda a espessura da parede cardíaca [2]. Podem existente entre os principais escores de IAM e exames ocorrer varias conseqüências, como: formação de cicatriz clínicos. Valores para N (número da amostra), r fibrosa; disfunção contrátil; arritmias; ruptura do miocárdio; (coeficiente de correlação) e p (significância) são pericardite; extensão do infarto; expansão da área do infarto; apresentados, e as principais conclusões bioestatísticas trombo mural, aneurisma ventricular; disfunção dos oriundas dos estudos clínicos são sumarizadas. músculos papilares e insuficiência cardíaca tardia [2]. O rápido diagnóstico de IAM tem grande relevância devido a Palavras-Chave – bioestatística, coeficiente de correlação, possibilitar tratamento precoce, aumentando sua eficiência. eletrocardiograma, infarto agudo no miocárdio, escores, Pela fácil utilização, grande disponibilidade e baixo custo, o teste de hipótese. ECG é uma das ferramentas mais importantes na prática médica para o diagnóstico do IAM [3]. Os critérios clínicos BIOSTATISTICAL ANALYSIS OF para o diagnóstico de IAM são: 1. Elevação ou depressão do segmento ST, visto na ELETROCARDIOGRAPHIC DATA Figura 1, freqüentemente acompanhada por novas RELATED TO ACUTE MYOCARDIAL ondas Q, alterando sensivelmente determinados INFARCTION (AMI) trechos do ECG. Abstract – This article analysis biostatistical results associated with the waveform variations of the electrocardiogram (EKG) in the acute myocardial infarction (AMI). Based on a deep study of topics in biostatistics (correlation and hypothesis tests), this article presents a review of the literature to summarize the major results regarding the correlation between the main AMI scores (Aldrich, Selvester and Anderson-Wilkins) and clinical examinations. Values for N (number of the sample), r (correlation coefficient) and p (significance) are provided, and the main biostatistical conclusions arising from the clinical studies are discussed. Keywords – biostatistics, correlation coefficient, electrocardiogram, acute myocardial infarction, scores, hypothesis tests. Fig. 1: Registro simples de um eletrocardiograma, mostrando as ondas e os intervalos [4]. I. INTRODUÇÃO 2. Precordialgia ou dor peitoral, manifestada pelo O infarto agudo do miocárdio (IAM) é causado pela paciente durante o exame de admissão na unidade interrupção de fluxo sangüíneo nas artérias coronárias. Esta de emergência, 3. Alteração significativa nas concentrações de patologia ocasiona, em média, 250.000 óbitos por ano no enzimas - Troponina T, I e creatina quinase mundo, sendo que pelo menos metade destas ocorre até uma (CKtotal) e sua isoenzima MB (CKMB). Atualmente, a bioestatística consiste no principal ferramental das ciências exatas que avalia a possibilidade de
  • 2. se agilizar a decisão terapêutica baseada apenas nos escores Seja o SupraST calculado como a distância do ponto J à [5] [6], buscando-se tentar diminuir o tempo de tomada de linha de base: decisão, essencialmente oriundo dos atrasos laboratoriais Supra ST (d ) = Jy (d ) − Pmy (d ) (2) devido ao exame sérico de enzimas. A partir disso uma vertente básica de utilização da Onde: bioestatística pode ser estabelecida. Essa vertente envolve a avaliação da correlação estatística existente entre variáveis d -Derivação onde está sendo calculado o oriundas do ECG, em particular amplitudes do supradesnivelamento ST. supradesnivelamento do ST e índices de Escore/Aldrich; e os Jy - Coordenada y do ponto J na derivação d. resultados de exames laboratoriais dos marcadores séricos, Pmy - Amplitude da linha de base, calculada por: em particular dosagem de concentração de enzimas e íons [5] [6]. Os conceitos utilizados consistem no coeficiente de Ty − Py correlação, a significância e o teste de hipóteses [7], que Pmy = (3) 2 serão analisados ao longo deste artigo em decorrência de Onde: suas aplicabilidades na literatura estudada. II. TEORIA SOBRE OS ESCORES Ty - Coordenada Y (amplitude em milivolts) do primeiro ponto T. A. Escore de Aldrich Py - Coordenada Y do segundo ponto P (amplitude O Escore de Aldrich é um método desenvolvido para em milivolts). determinar a parcela do músculo cardíaco afetado pelo infarto agudo do miocárdio através de medidas realizadas Toma-se como referência o ponto P. Isso significa que um com base em dados extraídos do sinal ECG coletado do sinal negativo para Pmy indica que a linha de base está paciente. abaixo de P e que Ty < Py, ou seja, T está abaixo de P no Para sua determinação, deve-se diagnosticar infarto agudo gráfico do ECG. do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMEST), Realiza-se então o cálculo do escore de Aldrich pela verificando-se a existência de supradesnivelamento do seguinte fórmula: segmento ST superior a 0,1 mV em pelo menos 2 derivações contíguas, excetuando-se aVR. Deve-se destacar que o AS inf = 3 × [ 0 .6 × ( SupraST ( II ) + segmento TP, compreendendo o final da onda T e o inicio da SupraST ( III ) + (4) onda P, constitui a linha isolelétrica. Em seguida, deve-se determinar se o IAMEST é de parede SupraST ( aVF )) + 2 ] anterior ou inferior; sendo considerado IAM inferior aquele Onde: com supradesnivelamento de ST nas derivações DII, DIII, aVF; IAM de parede anterior, aquele com IAM nas ASinf - Escore de Aldrich resultante. derivações V1-V4. No caso de supra-ST nas derivações DI, SupraST - Calculado por (2) . aVL, V5-V6, considera-se para classificação as derivações previamente citadas que estejam predominantemente O resultado do cálculo, em qualquer uma das fórmulas, afetadas. será a porcentagem da massa miocárdica afetada pelo infarto Caso o IAM seja de parede anterior, deve-se identificar o agudo. número de derivações com supradesnivelamento de ST, considerando-se como linha isoelétrica o segmento TP para B. Escore de Selvester tal análise. Realiza-se então o cálculo do escore de Aldrich O Escore Quantitativo de Selvester utiliza a informação pela seguinte fórmula: do ECG para estimar o tamanho do Infarto do Miocárdio (IM) a partir de simulações de computador [8]. AS ant = 3 × (1,5 × N ST − 0,4) (1) O cálculo do escore é realizado observando os seguintes Onde: detalhes (Tabela 1) [9]: 1. Para realização de suas medidas, traça-se em ASant - Escore de Aldrich resultante. primeiro momento a linha isoelétrica, baseada no NST - Número de derivações com supra-ST. segmento PR (linha que une início da onda P ao inicio do complexo QRS). Pode-se realizar esta Caso o IAM seja de parede inferior, deve-se identificar medida, desde que não esteja muito distorcida a quais das derivações inferiores (DII, DIII e aVF) apresentam morfologia do complexo QRS. supradesnivelamento de ST, considerando-se como linha 2. Inicia-se posteriormente a realização das várias isoelétrica o segmento TP. Seqüencialmente, mede-se a medidas conforme a Tabela I. amplitude do supradesnivelamento de ST em mm, no ponto J 3. Procede-se então com o cálculo de algumas relações (ponto final do QRS antes de se iniciar o segmento ST), à partir das medidas encontradas. arredondando-se a amplitude encontrada para o valor inteiro 4. As várias medidas e relações são comparadas com mais próximo. os critérios da tabela 1. É importante mencionar que os critérios devem ser analisados na ordem
  • 3. apresentada na tabela 1. No caso dos vários critérios 47 Ramp <= Qamp 2 associados a uma única derivação, deve-se 48 Ramp <= 3*Samp 1 49 Ramp <= 3*Qamp 1 considerar a pontuação apenas do primeiro critério 50 Ramp <= 0,6 1 preenchido. Obs: Qamp=Ramp=Samp= amplitude das ondas Q, R e S em 5. Após cálculo de pontos para cada uma das milivolts (mV). Qdur=Rdur=duração das ondas Q e R em derivações, realiza-se a somatória das pontuações e milisegundos (ms). o escore é estimado como um número variando entre 0 e 32. Cada ponto neste escore equivale a 3% C. Escore de Anderson-Wilkins de área miocárdica afetada pelo IAM. Para o escore proposto por Anderson-Wilkins et al, a derivação com elevação do segmento ST ou com onda T TABELA I anormalmente alta é associado um escore de 1 a 4 pontos, e Regra para a contagem de pontos do os mesmos são somados para se obter o escore final, que Escore de Selvester [9] inclui 12 derivações [10]. Como esse escore considera a Máx. de quantidade de derivações envolvidas, pode ser influenciado pontos por pelo tamanho, bem como pelo tempo decorrido do início dos Regra Derivação Critérios Pontos derivação sintomas isquêmicos até a realização do ECG. Realiza-se o 1 a) Qdur >= 30 1 cálculo final do Escore de Anderson-Wilkins por (5): 2 Ramp <= Qamp 1 3 I b) Ramp <= 0,2 1 2 4 × nD1 A + 3 × nD1B + 2 × nD2 A + nD2 B 4 Qdur >= 40 2 EAW = (5) 5 II a) Qdur >= 30 1 2 nD1A + nD1B + nD2 A + nD2 B 6 a) Qdur >= 30 1 Onde: 7 aVL b) Ramp <= Qamp 1 2 8 Qdur >= 50 3 nD1A - Número de derivações do tipo 1ª. 9 Qdur >= 40 2 nD1B - Número de derivações 1B. 10 a) Qdur >= 30 1 11 Ramp <= Qamp 2 nD2A - Número de derivações 2ª. 12 aVF b) Ramp <= 2*Qamp 1 5 nD2B - Número de derivações 2B. V1 Qualquer 13 anterior a) Q 1 1 Estes tipos de derivações são precisamente definidos em 14 a) Ramp >= Samp 1 [10], a partir de características particulares das ondas Q e T, 15 Rdur >= 50 2 que não foram aqui especificadas por limites de espaço. 16 Ramp >= 1 2 17 Rdur >= 40 1 Assim, encontra-se um escore de Anderson-Wilkins cuja 18 b) Ramp >= 0,6 1 amplitude varia entre 0 e 4, onde quanto maior a pontuação, V1 Qamp, mais agudo o quadro isquêmico e pior o prognóstico de 19 posterior c) Samp <= 0,3 1 4 evolução. Qualquer 20 Q 1 III. COMPARAÇÃO ENTRE OS ESCORES 21 Rdur <= 10 1 22 V2 Ramp <= 0,1 1 23 anterior a) Ramp <= Ramp(V1) 1 1 O escore de Aldrich propõe-se a medir o tamanho da área 24 a) Ramp >= 1,5*Samp 1 do coração atingida pelo infarto do miocárdio. Se medido ao 25 Rdur >= 60 2 longo do tratamento, pode ajudar no acompanhamento da evolução da necrose de tecido cardíaco (que pode parar ou 26 Ramp >= 2 2 27 Rdur >= 50 1 continuar). Já o escore de Selvester é um sistema que avalia o 28 Ramp >= 1,5 1 tamanho ou gravidade do infarto já ocorrido. Atingindo a V2 Qamp, especificidade necessária, pode auxiliar na administração de 29 posterior b) Samp <= 0,4 1 4 tratamento trombolítico (reperfusão), com a desvantagem de Qualquer ser medido obrigatoriamente 72 horas após o infarto. Por 30 Q 1 31 Rdur <= 20 1 fim, o sistema de escore proposto por Anderson-Wilkins 32 V3 a) Ramp <= 0,2 1 1 mede o quão agudo foi o infarto e quão grave é a perspectiva 33 a) Qdur >= 20 1 de evolução. Através desta medida pode-se dimensionar o 34 Ramp <= 0,5*Samp 2 tratamento mais adequado ao paciente. 35 Ramp <= 0,5*Qamp 2 36 Ramp <= Samp 1 IV. METODOLOGIA DE SELEÇÃO E ANÁLISE DOS 37 Ramp <= Qamp 1 V4 b) 3 ARTIGOS 38 Ramp <= 0,7 1 39 a) Qdur >= 30 1 40 Ramp <= Samp 2 Foram selecionados 7 artigos, dos quais três trataram do 41 Ramp <= Qamp 2 escore de Selvester [11] [12] [13], três de Aldrich [14] [15] 42 Ramp <= 2*Samp 1 [16] e um de Anderson-Wilkins [10]. Para os dois primeiros 43 Ramp <= 2*Qamp 1 escores, os artigos envolvem publicações dos primeiros 44 V5 b) Ramp <= 0,7 1 3 estudos clínicos e daqueles mais recentes. Já para o escore de 45 V6 a) Qdur >= 30 1 3 Anderson-Wilkins, mais jovem, aprofundou-se o estudo 46 b) Ramp <= Samp 2
  • 4. clínico inicial. A seleção destes sete artigos se baseou infarcts from quantitative ST-segment elevation on the também no estado da arte comparativa, discutida initial standard 12-lead ECG. Journal of detalhadamente em [6]. Electrocardiology, vol. 24, n. 1, p. 77-83, January, 1991. Cada artigo foi lido cuidadosamente, gerando um resumo [6] BIRNBAUM, Y.; WARE, D.L.: Electrocardiogram of com máximo comprimento de cinco páginas, subdividido em acute ST-elevation myocardial infarction: the aspectos gerais do estudo (2 páginas) e resultados significance of the various “scores”. Journal of. bioestatísticos dos testes clínicos (3 páginas). Para cada Electrocardiology, vol. 38, n. 2, pp. 113-118, April, artigo, foram selecionados no máximo dois grandes 2005. resultados, sendo cada um destes resumidos por uma tabela e [7] LE, C.T.: Introductory Biostatistics. John Wiley & Sons, alguns parágrafos de conclusão. Posteriormente, cada resumo Inc, New Jersey ,2003, p.435 . foi então transformado numa súmula de uma página, [8] HORACEK, B. Milan et al. Development of an resultando na Tabela II em anexo. automated Selvester Scoring System for estimating the Todas as análises bioestatísticas estão baseadas em três size of myocardial infarction from the eletrocardiogram. ferramentas: a correlação de Pearson (r), testes de hipóteses e Journal of Eletrocardiology, pp. 162-168, Churchill significância (p). Livingstone, 08 junho, 2005. [9] SELVESTER, Ronald H.; WAGNER, Galen S.; V. CONCLUSÃO HINTMAN, Nancy B.. The Selvester QRS Scoring System for Estimating Myocardial Infacrt Size. Nota-se, a partir da Tabela II que, em relação aos dados Electrocardiography For The Clinician, vol. 145, procurados (tais como o coeficiente de correlação, valor de p pp.1877-1881, 01 out. 1985. e teste de hipóteses aplicados nos artigos), a ausência de [10] WILKINS, Michelle L. et al. An Electrocardiographic informações mais completas e também a ausência da relação Acuteness Score for Quantifying the Timing of a dos dados obtidos com os experimentos (Tabela II). Myocardial Infarction to Guide Decisions Regarding Particularmente, as hipóteses H0 não são detalhadas, o Reperfusion Therapy. The American Journal Of mesmo ocorrendo para os testes estatísticos, cuja utilização Cardiology, p.617-620.15 mar. 1995. não é justificada. Isto dificulta averiguar de forma [11] JONES, Michael G, et al: Prognostic Use of a QRS consistente e de questionar a aplicação exata das ferramentas Scoring System After Hospital Discharge for Initial bioestatísticas pela literatura atual. Acute Myocardial Infarction in the Framinghan Cohort. No geral, em média foi encontrado um N=220, valor The American Journal of Cardiology, vol. 66, pp. 549- considerável para validar os resultados buscados. As 549, September 1, 1990. variáveis mais relacionadas foram os escores estudados, [12] ULRIKA, S. P.; BERNARD, R.; et al Comparison of localização anatômica do IAM e características do ECG. As the Various Electrocardiographic Scoring Codes for ferramentas estatísticas mencionadas em poucos artigos Estimating Anatomically Documented Sizes of Single foram Teste T de Student, teste ANOVA, método Tukey, and Multiple Infarctcs of the Left Ventricle. The Regressão Logística e Regressão Mínimo Quadrado. American Journal of Cardiology. vol. 81, p 809-815, Os coeficientes de correlação r em sua maioria são 1998. positivos e os valores de p são significantes. Existem [13] WAGNER, Galen S; MD, Yochai Birnbaum: The Initial correlações tanto positivas quanto negativas. Quanto aos Electrocardiographic Pattern in Acute Myocardial valores de p, são em sua maioria significantes e não Infarction: Correlation With Infarct Size. Journal of fornecidos simultaneamente aos coeficientes de correlação. Electrocardology, vol. 32, pp. 122-127, 1999. Como possível seqüência deste trabalho, objetiva-se [14] ALDRICH, H.R.; WAGNER, N.B; et al: Use of initial prosseguir a pesquisa bibliográfica incluindo-se todos os ST-segment deviation for prediction of final principais artigos. electrocardiographic size of actue myocardial infarcts. American Journal of Cardiology, vol. 1, n. 61, part 10, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS pp. 749-735, April, 1988. [15] WILKINS, Michele L.; ANDERSON, Stanley T. [1] ANDERSON, J.L: Infarto Agudo do Miocárdio com Variability of Acute ST-Segment Predicted Myocardial Elevação do Segmento ST e Complicações do Infarto do Infarct Size in the Absence of Thrombolytic Therapy. Miocárdio. GOLDMAN, L.; AUSIELLO, D. Rio de The American Journal of Cardiology. vol.74, pp. 174- Janeiro: Elsevier, 2005, pp 472-489. 177, 1994 [2] KUMAR, V.; ABBAS, A.K et al: Patologia – Bases [16] MERRITT H.R, MD, et al: Relation Between Symptom Patológicas das doenças. 7ª edição, Rio de Janerio: Duration Before Thrombolytic Therapy and Final Elsevier, 2005, p. 345. Myocardial Infarct Size. Circulation, vol 93, pp. 48-52, [3] SCHWEITZER, P.: The Electrocardiographic nº 1, January 1, 1996. Diagnosis of Acute Myocardial Infarction in the Thrombolytic. American Heart Journal, vol. 119, n° 3, part 1, pp. 642-654, March, 1990. [4] GUYTON, A. C; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Guanabara Koogan, 9ª ed. Rio de Janeiro, 1996. [5] CLEMMENSEN, P.; GRANDE, P.; et al: Evaluation of formulas for estimating the final size of acute myocardial
  • 5. TABELA II: Tabela Geral Comparativa dos Principais Resultados ARTIGO DADOS DO VARIÁVEIS ESTUDADAS OU FERRAMENTAS RESULTADOS BIOESTATÍSTICOS CONCLUSÃO EXPERIMENTO CORRELACIONADAS ESTATÍSTICAS [2] N= 100 pacientes Escores de Selvester, Minnesota Não foram mencionadas no Coeficiente de correlação r > 0.70 para Para r > 0.70, correlação positiva. Quanto maior estudados (72 Code, Nova Code e Cardiac artigo. Selvester na região geral, anterior e o valor do tamanho de lesão no local estimado, homens e 28 Infarction Injury correlacionados inferior. maior o valor obtido pelo escore. mulheres/ 30 com a localização anatômica do acometidos por IAM. Coeficiente de correlação r >0.70 para Não existe uma relação de dependência ou infarto inferior Novacode na região anterior. associação entre os valores dos escores obtidos simples; 18 por nessas regiões com os valores dos Escores para anterior, 20 Coeficiente de correlação r=0.19 a r=0.44 Infarto Múltiplo. posterolateral para estimação de área em infartos simples; 32 por múltiplos infartos múltiplos) [14] N = 148 pacientes, 68 Associação entre elevação do Não foram mencionadas no Coeficiente de correlação r=0.72 para Não foi exemplificado valores de r juntamente IAM anterior (48 segmento ST, somatório das artigo. elevação do ST com local do IAM com respectivos valores de p. homens, 20 homens; elevações do segmento ST, inferior. Todavia os valores de p fornecidos estão na idade média 57 anos, variação do segmento ST e região de significância. faixa de 35 a 85) e 80 somatório do segmento ST com o Valores de p=0.04 para somatório ST com Neste caso, há correlação significativa entre o tiveram IAM inferior local anatômico do IAM. local IAM inferior e p=0.03 para somatório ST e a percentagem do tamanho IAM (62 homens, 18 porcentagem do tamanho IAM na região na região inferior. mulheres; idade Correlação dos desvios ST com anteior. média de 35 a 83) área necrosada do IAM medido Forte correlação existe entre elevação por escore de Selvester. do ST na região anterior e número de derivações com variação ST na região anterior, porém não se forneceu os valores de p. [15] N = 185 pacientes, Correlação entre mudança no PPTI Não foram mencionadas no Valores de p = 0.237, 0.5653 e 0.0998 Para a grande maioria dos pacientes, os valores mas 155 foram e localização do IAM. artigo. para respectivamente, não variação, de p obtidos não são significantes, indicando escolhidos para Obs: PPTI é percentual predito diminuição e aumento no PPTI (90% dos portanto quase nenhuma correlação entre os estudo, pois entraram entre o ECG antes da internação pacientes). valores de PPTI e a localização anatômica do no critério de estudo (ECG1) e após o 1• atendimento IAM. (76 acometidos de no hospital (ECG2). Para 10% dos pacientes, p=0.001, ressaltando a IAM inferior e 79 de grande significância do aumento de PPTI com a IAM anterior) localização. Não constam valores de r. [10] N = 154 pacientes Correlação entre o início da Não foram mencionadas no Coeficiente de correlação r = -0.08. Não há alteração na obtenção do valor do escore selecionados aplicação do escore de agudeza e o artigo. se o cálculo foi realizado muito ou pouco tempo criteriosamente. tempo do início dos sintomas depois do início do sintomas. agudo.
  • 6. [15] N = 345 pacientes Correlação e respectivos valores de Teste T de Student, Teste As relações mais importantes foram: O Apesar das correlações serem de valor pequeno tratados em média p entre as características (Idade, ANOVA e Método Tukey. tempo entre o inicio dos sintomas até (em torno dos 0.25), o valor de p é extremamente 2.4+/-1.4 horas sexo, início da taxa cardíaca, etc) aplicação da terapia; soma do supra ST; significante (>0.0001), não negando o fato de depois do primeiro dos pacientes com a área número de anormalidades na onda Q e que, quanto maior a demora da aplicação de síntoma. Dentre necrosada do infarto medido por presença de anormalidade nas ondas Q. terapia após o inicio dos sintomas, maior o estes, 87 não escore de Aldrich. tamanho de IAM. receberam terapia trombolítica. [11] N = 384 participantes 1. Diferenças no escore de QRS Regressão Logística e regressão 1. Diferença significante (p>0.01) nos 1. A tradução disto é que o cálculo do escore de analisados segundo para homens divididos por faixa Mínimo Quadrado. escores de QRS nos homens divididos pela QRS demonstrou maior eficiência nos dados os sintomas de dor no etária e para mulheres. idade. masculinos que nos femininos, ou seja, o peito e mudanças no resultado foi mais válido em homens que em ECG depois do inicio 2. Homens com IAM inferior 2. Significância de p=0.02 para homens mulheres. dos sintomas. No comparados com aqueles de IAM com IAM inferior por possuírem escores final, 243 possuíam anterior. mais baixos que aqueles com IAM 2. Para p=0.02, valor significante, o escore QRS os critérios clínicos anterior. obteve mais importância na análise masculina para diagnóstico de 3. Significância entre o escore de que na feminina em relação ao IAM pequeno IAM e sobreviveram QRS e o tempo estimado de morte 3. Associação significante com p>0.05 da possuir menor escore na região inferior do que até o terceiro dia por doença coronária (todos os classificação dos escores de QRS com o aquele comparado com a região anterior do depois do IAM. pacientes). tempo até o a morte por doença coronária. coração. CONCLUSÕES A média do número As variáveis mais correlacionadas Ferramentas estatísticas mais Os coeficientes de r em sua maioria são Existem correlações tanto positivas quanto FINAIS de pacientes nos artigos foram os escores, utilizadas na literatura são: positivos com valor médio de 0.40. “Alta negativas. Quanto aos valores de p, são em sua estudados foi de 220. localização anatômica do IAM e Teste T de Student, teste correlação” corresponde à r>0.7; “Baixa maioria significantes e não fornecidos em características do ECG. ANOVA, método Tukey, correlação” compreende valores r<0.15. conjunto com os coeficientes de correlação. Regressão Logística e Os valores de p são significantes, cuja Regressão Mínimo Quadrado. média alcança 0.1149.