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* Engenheiro de Produção pela FAESA, Administrador de Empresas e especialista em Gestão Empresarial pela
Unilinhares, MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV e certificado como Project Management
Professional (PMP) pelo PMI. Com mais de 10 anos de dedicação em atividades de gerenciamento de projetos
de diversos ramos e portes, também atuou na implantação de escritórios de projetos, desenvolvimento de
metodologias e implantação de projetos em empresas do ramo de Logística, Óleo e Gás, Consultoria e
Gerenciamento. Atualmente trabalha no desenvolvimento e implantação de projetos industriais no setor de
mineração.
APLICAÇÃO DA PRÁTICA DE MELHORIA DE VALOR DE SELEÇÃO DE
TECNOLOGIA EM PROJETOS DE CAPITAL
APPLICATION OF THE VALUE IMPROVING PRACTICES OF TECHNOLOGY
SELECTION IN CAPITAL PROJECTS
RODRIGO CARVALHO PINHO*
RESUMO
Este artigo apresenta uma discussão conceitual sobre a aplicação da Value Improving Practices
(VIP) de Seleção de Tecnologia em projetos de capital. Descreve os pontos relevantes da
metodologia Front End Loading (FEL), relacionando os objetivos de cada fase e apresentando
um processo estruturado para aplicação da VIP de seleção de tecnologia no desenvolvimento de
um projeto de capital.
Palavras-Chave: Projeto; Gerenciamento de Projetos; Seleção de Tecnologia.
ABSTRACT
This paper presents a conceptual discussion about the application of value improving practices
(VIP) of technology selection in capital projects. It describes the relevant points of the Front
End Loading (FEL) methodology, listing the objectives of each phase and showing a structured
process for application of VIP of technology selection in capital projects.
Keywords: Project; Project management; Technology selection
1. INTRODUÇÃO
O gerenciamento de projetos vem ganhando cada vez mais espaço nas organizações e a
utilização de boas práticas tem papel fundamental quando se pretende obter bons índices de
desempenho e resultados nos projetos.
O Independent Project Analisys (IPA), fundado em 1984, líder em pesquisa e consultoria em
gerenciamento de projetos, promove uma visão única dos projetos industriais, desenvolvida por
meio de estudos de pesquisa de milhares de projetos de capital. POSSI (2006) diz que “O IPA é
uma empresa de consultoria especializada em análises e estudos quantitativos de benchmarking
relativos a projetos de investimentos na indústria”.
A metodologia Front End Loading (FEL) foi desenvolvida com base em pesquisas de
benchmarking em projetos espalhados pelo mundo, consolidando as melhores práticas
utilizadas no mercado. Essa sistemática possui três fases de planejamento, denominadas FEL1,
FEL2 e FEL3, uma fase de execução e uma fase de operação.
Segundo o IPA, em 1992 foi realizada uma pesquisa sobre diferentes práticas da indústria que
tinham um efeito estatisticamente significativo sobre os resultados do projeto. A pesquisa
identificou doze práticas que foram denominadas de Value Improving Practices. Dentre estas
VIPs temos a prática de seleção de tecnologia, que visa garantir que todas as alternativas
disponíveis para o projeto foram consideradas e que a alternativa selecionada é a melhor.
DINSMORE et al. (2006), diz que: “seleção da tecnologia é realizar a escolha de um
determinado conjunto de conhecimentos baseados em critérios predefinidos”.
Com a necessidade da evolução da maturidade no gerenciamento de projetos nas organizações,
a demanda por utilização de ferramentas, técnicas e práticas, com potencial de agregação aos
projetos vem aumentando reforçando assim, a oportunidade de aplicação das VIPs.
A VIP de Seleção de Tecnologia é o tema abordado neste artigo, que apresentará conceitos e
uma organização de processos para sua aplicação em projetos de capital.
2. CICLO DE VIDA DOS PROJETOS DE CAPITAL
O ciclo de vida dos projetos de capital apresenta as etapas de planejamento, execução e
operação, e utiliza-se de um sistema de portões formais de verificação e decisão ao final de
cada fase. O IPA define o Front End Loading como o trabalho antecipado de definição e
processo através do qual a empresa desenvolve uma definição detalhada de um projeto para
atender aos objetivos organizacionais.
Os trabalhos no FEL devem garantir que o escopo do projeto seja detalhado o suficiente para
satisfazer aos objetivos de negócio. Com o projeto detalhado e validado pelas áreas envolvidas,
o FEL reduz o número de alterações na fase de execução do projeto, tornando os resultados do
projeto mais previsíveis.
O Front End Loading é composto de fases que passam por portões de decisão durante o
desenvolvimento do projeto. POSSI (2006), diz que portões existem no final de cada fase e
funcionam como mecanismo de controle do grau de definição do projeto e desempenham o
papel de elo entre duas fases consecutivas. As decisões podem ser: cancelar o projeto,
postergar, reciclar, aprovar o projeto.
Figura 1: Ciclo de vida do projeto
O FEL1, também conhecido como planejamento de negócio, consiste nas atividades de
identificação da oportunidade do projeto, verificação do alinhamento do projeto com a
estratégia da organização e mercado, identificação de alternativas tecnológicas, avaliação de
viabilidade e benefícios da implantação do projeto.
O FEL2, chamado de planejamento da instalação, visa estudar as alternativas identificadas em
FEL1, desenvolvendo o projeto conceitual de forma que ao final da fase seja possível
selecionar uma alternativa para o desenvolvimento do projeto.
O FEL3, planejamento do projeto, visa desenvolver a alternativa selecionada em FEL2,
elaborando o projeto básico e o plano de execução do projeto, consolidando as premissas,
benefícios e as linhas de base do projeto.
A fase de execução consiste na elaboração da engenharia detalhada, realização das aquisições,
fabricações, construção, montagem e comissionamento do projeto, conforme o planejamento
estabelecido em FEL3.
A fase de encerramento visa avaliar os resultados da implantação do projeto, realizar o aceite
formal do projeto pelo cliente, encerrar os contratos e processos administrativos do projeto,
assim como consolidar as lições aprendidas.
3. VALUE IMPROVING PRACTICES - VIP
O IPA definiu como Value Improving Practices um conjunto de práticas de otimização com
potencial de agregar valor e influenciar positivamente as metas e resultados de um projeto.
As VIPs, de acordo com POSSI (2006), “são práticas e ferramentas específicas, aplicadas com
mais vantagem nas fases iniciais de um projeto, com a finalidade de melhorar (definir melhor)
o escopo, custo, cronograma, confiabilidade e retorno do capital empregado”.
DINSMORE et al. (2006), afirma que as VIPs são práticas formais e documentadas aplicadas
ao gerenciamento de um projeto e que seguem um processo. Diz também que os benefícios da
aplicação das VIPs se realizam não somente na fase da implantação, mas se estendem também
ao longo da vida útil do empreendimento.
O IPA define doze VIPs que podem ser utilizadas nos projetos de capital e estão associadas aos
objetivos do negócio, custo de capital, eficiência de execução e custo operacional. A escolha de
VIPs para um projeto depende na natureza do empreendimento e dos benefícios que
potencialmente poderão ser gerados por ela.
A figura 2 aponta a aplicação das práticas de melhoria de valor durante o ciclo de vida do
projeto de capital.
Figura 2: Uso de VIPs durante o ciclo de vida de um projeto de capital
Fonte: Independent Project Analysis, Inc.
As VIPs são executadas durante as fases de planejamento do projeto, entretanto, a utilização de
CAD 3D e as revisões de construtibilidade podem ser estendidas à fase de execução.
O potencial de agregação de valor ao projeto pode variar de acordo com a VIP, conforme
apresentado na figura 3:
Figura 3: Potencial de Agregação de valor das VIPs
Fonte: KOOLEN, J. L. A
A VIP de Seleção de Tecnologia é denominada como um processo sistemático para demonstrar
que a tecnologia do seu projeto é a mais competitiva disponível. Segundo PEREIRA FILHO
(2012), a seleção de tecnologia deve ser um processo estruturado onde se realizaram estudos e
pesquisas de alternativas, visando comparar as vantagens e desvantagens da aplicação de cada
alternativa e selecionar a mais apropriada ao projeto.
O processo de seleção de tecnologia é iniciado em FEL1 e nesse estágio quaisquer decisões
tomadas podem impactar de forma significativa o andamento e o sucesso do projeto. A busca
por alternativas tecnológicas pode ocorrer dentro da organização ou fora e recomenda-se que
sejam feitas pesquisas e visitas benchmarking no mercado.
O resultado da Seleção de Tecnologia permite realizar as definições das bases para o
desenvolvimento do projeto básico em FEL 3, a fim de se obter a melhor eficiência sobre os
investimentos do projeto.
4. APLICAÇÃO DA VIP DE SELEÇÃO DE TECNOLOGIA
O IPA aponta para a realização da VIP de seleção de tecnologia em FEL1. DINSMORE et al.
(2006), propõe a realização dessa VIP como único processo com três passos (Encontrar as
tecnologias, avaliar a tecnologia e escolher a tecnologia). Este artigo apresenta três processos
para a aplicação da VIP de seleção de tecnologia durante o desenvolvimento de FEL1 e FEL2
do projeto.
Independente do tamanho, complexidade, tipo ou indústria, esta estrutura de processos pode ser
aplicada em projetos de capital que utilizam a sistemática FEL. Vale destacar que quanto mais
cedo a seleção de tecnologia for iniciada, maiores serão os efeitos sobre o desenvolvimento do
projeto.
A interação e o detalhamento dos processos de aplicação da seleção de tecnologia com
metodologia FEL é apresentada a seguir:
Figura 4: Interação dos processos de seleção de tecnologia em projetos de capital
Fonte: O autor
Processo 1: Identificação das Tecnologias
O processo de identificação das tecnologias ocorre em FEL1 e visa mapear opções tecnológicas
e alternativas disponíveis, dentro e fora da organização, que atendem à função requerida pelo
projeto.
Figura 5: Processo de Identificação das tecnologias
Fonte: O autor
Nesta etapa são promovidas reuniões e entrevistas com especialistas em projetos da
organização e/ou externos e realizadas pesquisas de benchmarking fora da organização com o
objetivo de mapear todas as alternativas disponíveis para o projeto.
Processo 2: Desenvolvimento conceitual das alternativas
O processo de desenvolvimento conceitual das alternativas ocorre em FEL2 e tem como
finalidade desenvolver o projeto conceitual das alternativas identificadas no processo 1.
Figura 6: Processo de Desenvolvimento Conceitual das Alternativas
Fonte: O autor
Nesta etapa é desenvolvida a engenharia conceitual de cada alternativa, e deve ser entregue
também a identificação dos benefícios, investimentos, custos operacionais, riscos do projeto,
retorno financeiro e outras informações que possam contribuir para a próxima etapa de
comparação das alternativas.
Processo 3: Seleção da tecnologia / alternativa
O processo de seleção da tecnologia / alternativa ocorre em FEL2 e consiste na realização de
análise, avaliação e comparação das alternativas, visando identificar a que melhor atende às
necessidades do projeto e da organização.
Figura 7: Processo de seleção da tecnologia / alternativas
Fonte: O autor
Nesta etapa é realizada a identificação dos pontos fortes e fracos de cada alternativa e avaliação
sobre o atendimento aos requisitos do projeto. Em seguida, as alternativas são comparadas
entre elas com base em critérios pré-definidos, comparando investimentos, custos operacionais,
índices de viabilidade econômica, riscos e outros, e a melhor opção para o projeto é
apresentada como resultado da comparação. Em caso de empate, a decisão sobre a melhor
opção pode ser escalada para instância superior.
5. CONCLUSÃO
A fase inicial de planejamento tem grande importância e influência nos resultados do projeto.
Sendo assim, no inicio do projeto existe maior poder de influência a um custo mais baixo.
Figura 8: Curva da influência sobre os custos
Fonte: Independent Project Analysis, Inc.
A seleção de tecnologia é a primeira VIP recomendada para ser aplicada no projeto de capital e
possui grande potencial de agregação de valor, portanto, de grande importância para o
desenvolvimento das fases seguintes e resultados finais do projeto.
A aplicação da VIP de seleção de tecnologia, na forma dos processos de Identificação das
tecnologias, desenvolvimento conceitual das alternativas e seleção da tecnologia/alternativa,
mostra-se consistente, podendo ser aplicada nos projetos que utilizam a metodologia FEL. As
entregas realizadas na VIP somam às entregas das fases de um projeto, ficando evidente a
sinergia entre os processos apresentados e o ciclo de vida de um projeto de capital.
Conclui-se que a aplicação da VIP de seleção de tecnologia em três processos, durante FEL1
e FEL2, está alinhada às boas práticas de gerenciamento de projetos e aos objetivos definidos
pelo IPA.
6. REFERÊNCIAS
DINSMORE, P. C.; UGALDE, P. L.; POZNYAKOV, K. - VIPS – Value Improving
Practices: Praticas de melhoria de valor. BRASPORT, 2006.
FRONT-END-LOADING DO INDEPENDENT PROJECT ANALYSIS. IPA, 2012.
Disponível em: <http://www.ipaglobal.com/Services/Individual-Capital-Project-Services>.
Acesso em: 18/09/2012.
IPA; INDEPENDENT PROJECT ANALYSIS INC.; FEL e as práticas de gates para
projetos de capital. Especial Day Mundo PM – Projetos de infraestrutura e construção –
2010.
IPA; INDEPENDENT PROJECT ANALYSIS INC.; Excelência na Entrega de Projetos de
Capital – Um curso para gerentes de projetos, 2005.
KOOLEN, J. L. A, Design of Simple and Robust Process Plants. WILEY-VCH, 2001.
PEREIRA, Rodolfo F.; VALUE IMPROVIG PRACTICES: Seleção de tecnologia do
Projeto 2811. Relatório de trabalho, 2012.
POSSI, Marcus - Gerenciamento de Projetos: Guia do Profissional Vol. 1. BRASPORT,
2006.

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  • 1. _________________ * Engenheiro de Produção pela FAESA, Administrador de Empresas e especialista em Gestão Empresarial pela Unilinhares, MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV e certificado como Project Management Professional (PMP) pelo PMI. Com mais de 10 anos de dedicação em atividades de gerenciamento de projetos de diversos ramos e portes, também atuou na implantação de escritórios de projetos, desenvolvimento de metodologias e implantação de projetos em empresas do ramo de Logística, Óleo e Gás, Consultoria e Gerenciamento. Atualmente trabalha no desenvolvimento e implantação de projetos industriais no setor de mineração. APLICAÇÃO DA PRÁTICA DE MELHORIA DE VALOR DE SELEÇÃO DE TECNOLOGIA EM PROJETOS DE CAPITAL APPLICATION OF THE VALUE IMPROVING PRACTICES OF TECHNOLOGY SELECTION IN CAPITAL PROJECTS RODRIGO CARVALHO PINHO* RESUMO Este artigo apresenta uma discussão conceitual sobre a aplicação da Value Improving Practices (VIP) de Seleção de Tecnologia em projetos de capital. Descreve os pontos relevantes da metodologia Front End Loading (FEL), relacionando os objetivos de cada fase e apresentando um processo estruturado para aplicação da VIP de seleção de tecnologia no desenvolvimento de um projeto de capital. Palavras-Chave: Projeto; Gerenciamento de Projetos; Seleção de Tecnologia. ABSTRACT This paper presents a conceptual discussion about the application of value improving practices (VIP) of technology selection in capital projects. It describes the relevant points of the Front End Loading (FEL) methodology, listing the objectives of each phase and showing a structured process for application of VIP of technology selection in capital projects. Keywords: Project; Project management; Technology selection
  • 2. 1. INTRODUÇÃO O gerenciamento de projetos vem ganhando cada vez mais espaço nas organizações e a utilização de boas práticas tem papel fundamental quando se pretende obter bons índices de desempenho e resultados nos projetos. O Independent Project Analisys (IPA), fundado em 1984, líder em pesquisa e consultoria em gerenciamento de projetos, promove uma visão única dos projetos industriais, desenvolvida por meio de estudos de pesquisa de milhares de projetos de capital. POSSI (2006) diz que “O IPA é uma empresa de consultoria especializada em análises e estudos quantitativos de benchmarking relativos a projetos de investimentos na indústria”. A metodologia Front End Loading (FEL) foi desenvolvida com base em pesquisas de benchmarking em projetos espalhados pelo mundo, consolidando as melhores práticas utilizadas no mercado. Essa sistemática possui três fases de planejamento, denominadas FEL1, FEL2 e FEL3, uma fase de execução e uma fase de operação. Segundo o IPA, em 1992 foi realizada uma pesquisa sobre diferentes práticas da indústria que tinham um efeito estatisticamente significativo sobre os resultados do projeto. A pesquisa identificou doze práticas que foram denominadas de Value Improving Practices. Dentre estas VIPs temos a prática de seleção de tecnologia, que visa garantir que todas as alternativas disponíveis para o projeto foram consideradas e que a alternativa selecionada é a melhor. DINSMORE et al. (2006), diz que: “seleção da tecnologia é realizar a escolha de um determinado conjunto de conhecimentos baseados em critérios predefinidos”. Com a necessidade da evolução da maturidade no gerenciamento de projetos nas organizações, a demanda por utilização de ferramentas, técnicas e práticas, com potencial de agregação aos projetos vem aumentando reforçando assim, a oportunidade de aplicação das VIPs. A VIP de Seleção de Tecnologia é o tema abordado neste artigo, que apresentará conceitos e uma organização de processos para sua aplicação em projetos de capital. 2. CICLO DE VIDA DOS PROJETOS DE CAPITAL O ciclo de vida dos projetos de capital apresenta as etapas de planejamento, execução e operação, e utiliza-se de um sistema de portões formais de verificação e decisão ao final de cada fase. O IPA define o Front End Loading como o trabalho antecipado de definição e processo através do qual a empresa desenvolve uma definição detalhada de um projeto para atender aos objetivos organizacionais. Os trabalhos no FEL devem garantir que o escopo do projeto seja detalhado o suficiente para satisfazer aos objetivos de negócio. Com o projeto detalhado e validado pelas áreas envolvidas, o FEL reduz o número de alterações na fase de execução do projeto, tornando os resultados do projeto mais previsíveis.
  • 3. O Front End Loading é composto de fases que passam por portões de decisão durante o desenvolvimento do projeto. POSSI (2006), diz que portões existem no final de cada fase e funcionam como mecanismo de controle do grau de definição do projeto e desempenham o papel de elo entre duas fases consecutivas. As decisões podem ser: cancelar o projeto, postergar, reciclar, aprovar o projeto. Figura 1: Ciclo de vida do projeto O FEL1, também conhecido como planejamento de negócio, consiste nas atividades de identificação da oportunidade do projeto, verificação do alinhamento do projeto com a estratégia da organização e mercado, identificação de alternativas tecnológicas, avaliação de viabilidade e benefícios da implantação do projeto. O FEL2, chamado de planejamento da instalação, visa estudar as alternativas identificadas em FEL1, desenvolvendo o projeto conceitual de forma que ao final da fase seja possível selecionar uma alternativa para o desenvolvimento do projeto. O FEL3, planejamento do projeto, visa desenvolver a alternativa selecionada em FEL2, elaborando o projeto básico e o plano de execução do projeto, consolidando as premissas, benefícios e as linhas de base do projeto. A fase de execução consiste na elaboração da engenharia detalhada, realização das aquisições, fabricações, construção, montagem e comissionamento do projeto, conforme o planejamento estabelecido em FEL3. A fase de encerramento visa avaliar os resultados da implantação do projeto, realizar o aceite formal do projeto pelo cliente, encerrar os contratos e processos administrativos do projeto, assim como consolidar as lições aprendidas.
  • 4. 3. VALUE IMPROVING PRACTICES - VIP O IPA definiu como Value Improving Practices um conjunto de práticas de otimização com potencial de agregar valor e influenciar positivamente as metas e resultados de um projeto. As VIPs, de acordo com POSSI (2006), “são práticas e ferramentas específicas, aplicadas com mais vantagem nas fases iniciais de um projeto, com a finalidade de melhorar (definir melhor) o escopo, custo, cronograma, confiabilidade e retorno do capital empregado”. DINSMORE et al. (2006), afirma que as VIPs são práticas formais e documentadas aplicadas ao gerenciamento de um projeto e que seguem um processo. Diz também que os benefícios da aplicação das VIPs se realizam não somente na fase da implantação, mas se estendem também ao longo da vida útil do empreendimento. O IPA define doze VIPs que podem ser utilizadas nos projetos de capital e estão associadas aos objetivos do negócio, custo de capital, eficiência de execução e custo operacional. A escolha de VIPs para um projeto depende na natureza do empreendimento e dos benefícios que potencialmente poderão ser gerados por ela. A figura 2 aponta a aplicação das práticas de melhoria de valor durante o ciclo de vida do projeto de capital. Figura 2: Uso de VIPs durante o ciclo de vida de um projeto de capital Fonte: Independent Project Analysis, Inc. As VIPs são executadas durante as fases de planejamento do projeto, entretanto, a utilização de CAD 3D e as revisões de construtibilidade podem ser estendidas à fase de execução.
  • 5. O potencial de agregação de valor ao projeto pode variar de acordo com a VIP, conforme apresentado na figura 3: Figura 3: Potencial de Agregação de valor das VIPs Fonte: KOOLEN, J. L. A A VIP de Seleção de Tecnologia é denominada como um processo sistemático para demonstrar que a tecnologia do seu projeto é a mais competitiva disponível. Segundo PEREIRA FILHO (2012), a seleção de tecnologia deve ser um processo estruturado onde se realizaram estudos e pesquisas de alternativas, visando comparar as vantagens e desvantagens da aplicação de cada alternativa e selecionar a mais apropriada ao projeto. O processo de seleção de tecnologia é iniciado em FEL1 e nesse estágio quaisquer decisões tomadas podem impactar de forma significativa o andamento e o sucesso do projeto. A busca por alternativas tecnológicas pode ocorrer dentro da organização ou fora e recomenda-se que sejam feitas pesquisas e visitas benchmarking no mercado. O resultado da Seleção de Tecnologia permite realizar as definições das bases para o desenvolvimento do projeto básico em FEL 3, a fim de se obter a melhor eficiência sobre os investimentos do projeto. 4. APLICAÇÃO DA VIP DE SELEÇÃO DE TECNOLOGIA O IPA aponta para a realização da VIP de seleção de tecnologia em FEL1. DINSMORE et al. (2006), propõe a realização dessa VIP como único processo com três passos (Encontrar as tecnologias, avaliar a tecnologia e escolher a tecnologia). Este artigo apresenta três processos para a aplicação da VIP de seleção de tecnologia durante o desenvolvimento de FEL1 e FEL2 do projeto.
  • 6. Independente do tamanho, complexidade, tipo ou indústria, esta estrutura de processos pode ser aplicada em projetos de capital que utilizam a sistemática FEL. Vale destacar que quanto mais cedo a seleção de tecnologia for iniciada, maiores serão os efeitos sobre o desenvolvimento do projeto. A interação e o detalhamento dos processos de aplicação da seleção de tecnologia com metodologia FEL é apresentada a seguir: Figura 4: Interação dos processos de seleção de tecnologia em projetos de capital Fonte: O autor Processo 1: Identificação das Tecnologias O processo de identificação das tecnologias ocorre em FEL1 e visa mapear opções tecnológicas e alternativas disponíveis, dentro e fora da organização, que atendem à função requerida pelo projeto. Figura 5: Processo de Identificação das tecnologias Fonte: O autor Nesta etapa são promovidas reuniões e entrevistas com especialistas em projetos da organização e/ou externos e realizadas pesquisas de benchmarking fora da organização com o objetivo de mapear todas as alternativas disponíveis para o projeto. Processo 2: Desenvolvimento conceitual das alternativas
  • 7. O processo de desenvolvimento conceitual das alternativas ocorre em FEL2 e tem como finalidade desenvolver o projeto conceitual das alternativas identificadas no processo 1. Figura 6: Processo de Desenvolvimento Conceitual das Alternativas Fonte: O autor Nesta etapa é desenvolvida a engenharia conceitual de cada alternativa, e deve ser entregue também a identificação dos benefícios, investimentos, custos operacionais, riscos do projeto, retorno financeiro e outras informações que possam contribuir para a próxima etapa de comparação das alternativas. Processo 3: Seleção da tecnologia / alternativa O processo de seleção da tecnologia / alternativa ocorre em FEL2 e consiste na realização de análise, avaliação e comparação das alternativas, visando identificar a que melhor atende às necessidades do projeto e da organização. Figura 7: Processo de seleção da tecnologia / alternativas Fonte: O autor
  • 8. Nesta etapa é realizada a identificação dos pontos fortes e fracos de cada alternativa e avaliação sobre o atendimento aos requisitos do projeto. Em seguida, as alternativas são comparadas entre elas com base em critérios pré-definidos, comparando investimentos, custos operacionais, índices de viabilidade econômica, riscos e outros, e a melhor opção para o projeto é apresentada como resultado da comparação. Em caso de empate, a decisão sobre a melhor opção pode ser escalada para instância superior. 5. CONCLUSÃO A fase inicial de planejamento tem grande importância e influência nos resultados do projeto. Sendo assim, no inicio do projeto existe maior poder de influência a um custo mais baixo. Figura 8: Curva da influência sobre os custos Fonte: Independent Project Analysis, Inc. A seleção de tecnologia é a primeira VIP recomendada para ser aplicada no projeto de capital e possui grande potencial de agregação de valor, portanto, de grande importância para o desenvolvimento das fases seguintes e resultados finais do projeto. A aplicação da VIP de seleção de tecnologia, na forma dos processos de Identificação das tecnologias, desenvolvimento conceitual das alternativas e seleção da tecnologia/alternativa, mostra-se consistente, podendo ser aplicada nos projetos que utilizam a metodologia FEL. As entregas realizadas na VIP somam às entregas das fases de um projeto, ficando evidente a sinergia entre os processos apresentados e o ciclo de vida de um projeto de capital. Conclui-se que a aplicação da VIP de seleção de tecnologia em três processos, durante FEL1 e FEL2, está alinhada às boas práticas de gerenciamento de projetos e aos objetivos definidos pelo IPA.
  • 9. 6. REFERÊNCIAS DINSMORE, P. C.; UGALDE, P. L.; POZNYAKOV, K. - VIPS – Value Improving Practices: Praticas de melhoria de valor. BRASPORT, 2006. FRONT-END-LOADING DO INDEPENDENT PROJECT ANALYSIS. IPA, 2012. Disponível em: <http://www.ipaglobal.com/Services/Individual-Capital-Project-Services>. Acesso em: 18/09/2012. IPA; INDEPENDENT PROJECT ANALYSIS INC.; FEL e as práticas de gates para projetos de capital. Especial Day Mundo PM – Projetos de infraestrutura e construção – 2010. IPA; INDEPENDENT PROJECT ANALYSIS INC.; Excelência na Entrega de Projetos de Capital – Um curso para gerentes de projetos, 2005. KOOLEN, J. L. A, Design of Simple and Robust Process Plants. WILEY-VCH, 2001. PEREIRA, Rodolfo F.; VALUE IMPROVIG PRACTICES: Seleção de tecnologia do Projeto 2811. Relatório de trabalho, 2012. POSSI, Marcus - Gerenciamento de Projetos: Guia do Profissional Vol. 1. BRASPORT, 2006.