O caso descreve Dona Maria Helena, uma mulher de 51 anos que sofre de ansiedade e nervosismo constantes. Ela depende de remédios controlados como o diazepam para dormir e lidar com seus sintomas. Sua vizinha, agente comunitária de saúde, confirma sua história de nervosismo e crises quando seu marido chega em casa bêbado. O caso levanta questões sobre como entender os problemas de saúde mental de Dona Maria Helena à luz de perspectivas de gênero.
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1. Afinal o que são
questões de gênero?
Uma conversa sobre a
importância de um olhar
gendrado
2. Caso extraído de: PEREIRA, Alexandre et al. Saúde Mental. 2. ed. - Belo Horizonte : NESCON/UFMG, 2013. 80 p.
“Dona Maria Helena tem 51 anos, casada, seis filhos, do lar. Veio até a unidade de saúde solicitar remédio para
dormir. Conta que desde criança é muito impressionada com as coisas, nervosa, preocupada com tudo. Sempre
que tem um problema em casa só consegue dormir quando toma seu comprimido de diazepam. Relata
preocupação constante com os filhos, tem receio de que algo aconteça a eles quando estão fora de casa,
especialmente que se envolvam com bebidas ou drogas. Quando está pior, percebe “aperto” no peito, coração
disparado, tonteira e sensação de que algo ruim vai acontecer a qualquer momento. Esses sintomas duram
normalmente apenas alguns minutos, mas são bastante desconfortáveis. A usuária já compareceu várias
vezes à unidade de urgência médica durante as crises mais graves. Geralmente é examinada, faz
eletrocardiograma, é medicada com injeções e liberada para casa com a orientação de que não apresenta
doença, “que estava só estressada”. A primeira vez que tomou o diazepam foi há uns quinze anos; desde então,
arruma com amigas, compra sem receita na farmácia ou vai ao Pronto-Socorro local, onde o plantonista
sempre atende ao seu pedido por mais “receita azul”. Houve períodos em que chegou a tomar três
comprimidos por dia, mas atualmente toma um pela manhã e um à noite. Quando fica alguns dias sem tomar a
medicação, fica insone e irritada. Informação trazida pela agente comunitária de saúde, que é vizinha da
usuária, confirma a história de nervosismo constante e crises mais fortes eventuais, especialmente quando
o marido chega bêbado em casa, o que ocorre quase que diariamente. São frequentes as visitas de Dona Maria
à sua casa para “desabafar” e pedir algum conselho. A usuária é também hipertensa e não tem conseguido
manter os níveis pressóricos dentro da normalidade. (Pereira et al., 2013, p. 61)
Refletindo a partir de casos reais.....
3. o QUE O CASO DE
mARIA HELENA NOS
MOSTRA?
qUAIS PERGUNTAS
PODERÍAMOS FAZER PARA
dONA mARIA hELENA?
4. Como percebemos o gênero?
Os corpos e os diferentes modos de
interpretação
Diferenças
anatômicas?
“A história da representação das
diferenças anatômicas entre
mulheres e homens é
independente das verdadeiras
estruturas destes órgãos (...). A
ideologia, não a exatidão da
observação, determina como
eles foram vistos e quais as
diferenças importantes”
(Laqueur, 2001, p. 111).
Gênero é uma construção social?
não se trata de negar que existam diferenças (pois elas existem aos montes,
mesmo entre duas
mulheres ou dois homens), mas antes de apontar como e por que exatamente
essas diferenças foram tomadas de uma determinada forma,
para justificar espaços sociais de maior ou menor empoderamento. Ou seja, a
diferença foi traduzida em oposição e desigualdade. “Gênero” é,
portanto, um conceito relacional e implica sempre relações de poder, de
privilégios, de maior ou menor prestígio. O que Butler destaca então
é que a diferença sexual é uma construção de gênero.
5.
6. RESUMINDO
A palavra "gênero" tem várias acepções e pode apontar para
ideias diferentes, a depender de seu uso. A terceira onda do
feminismo faz críticas pertinentes à noção de que a diferença
corporal antecede a qualquer construção cultural, tendo em
vista que o acesso a essas diferenças nunca pode dar-se de
forma livre e fora da própria cultura que a interpreta e a ela
atribui valores e hierarquias. Nessa perspectiva, gênero é
entendido de forma relacional (implica sempre relações de
poder, estar em lugares de maior ou menor prestígio e
empoderamento). Além disso, diz respeito a performances
constantemente repetidas e interpeladas por diferentes
mecanismos sociais, dos quais as tecnologias de gênero são
as mais poderosas. Elas não apenas retratam as diferenças,
mas as recriam e reafirmam. Nesse sentido, as performances
são constantemente reiteradas
7. Transgener(al)idades
Gênero e orientação sexual
Transexualidade
Entendendo
os termos
Diversidade de Gênero
Identidade de
Gênero
Gênero
Orientação sexual
BINARISMO