SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 22
Um dos mais belos túmulos que se encontra no Cemitério Pére Lachaise é o de Pierre Abélard e Héloïse, protagonistas de um trágico romance interrompido na Paris medieval do século XII. (AVANÇAR C/O MOUSE)
Conhecidos como os amantes imortais, Heloísa e o filósofo Pedro Abelardo foram  vítimas da  rigidez da época medieval, que proibia o relacionamento entre professor e aluna. Sem conseguirem controlar a paixão que os arrebatou, tornaram-se amantes e seus encontros na fase mais secreta da relação,  aconteciam em claustros ou sacristias e adjacências de igrejas, únicos locais que Heloisa podia freqüentar sozinha, a despeito da culpa que o ato de se amarem em solo sagrados lhes provocava.
Antes de se conhecerem, Abelardo havia sido transferido e nomeado professor pela Escola da Catedral de Notre Dame, tornando-se, em pouco tempo, muito conhecido por admirar os filósofos não-cristãos, numa época de forte poder da Igreja Católica. Ainda assim foi o mais ilustre filósofo e teólogo do séc. XII, e escreveu “A Dialética”, obra de Lógica mais influente até o final do séc. XIII em Roma, onde foi usada como manual escolar.
Há versões variadas sobre o primeiro encontro. Segundo alguns, Heloísa, que já ouvira falar sobre Abelardo e se interessava por suas teorias polêmicas,  tentou se aproximar  dele através de seus conhecidos no meio acadêmico. Segundo outra versão,  Abelardo tornou-se amigo do Cônego Fulbert , tio e tutor de Heloísa, que o aceitou como o mais novo professor de sua sobrinha, hospedando-o em sua casa, em troca das aulas noturnas que ele lhe daria.
A despreocupação de Fulbert em relação à convivência dos dois baseava-se  no fato de que na época os mestre e educadores eram celibatários e castos. Além disso havia a sagrada lei da hospitalidade que impediria Abelardo de trair a confiança de seu anfitrião. Mas em pouco tempo as aulas passaram a ser ansiosamente aguardadas por ambos e, contando com a confiança de Fulbert, passaram a ficar a sós. Fulbert ia dormir, e a criada retirava-se para o quarto ao lado.
Em alguns meses, conheciam-se bem, e a ânsia de ficarem juntos só aumentava. Um dia Abelardo tirou o cinto que prendia a túnica de Heloísa e os dois se amaram apaixonadamente. A partir desse momento, negligenciaram os estudos, passando a viver em função do amor que sentiam um pelo outro.
Carta de Abelardo a um amigo: “ Sob o pretexto de estudar, entregávamos inteiramente ao amor. As lições nos propiciavam esses tête-à-tête secretos que o amor anseia. Os livros permaneciam abertos, mas o amor mais do que nossa leitura era o objeto dos nossos diálogos; trocávamos mais beijos do que proposições sábias. Minhas mãos voltavam com mais freqüência a seus seios do que a nossos livros. O amor mais freqüentemente se buscava nos olhos de um e outro do que a atenção os dirigia sobre o texto”
Ao mesmo tempo Sibyle, a criada mais amiga, adoeceu e uma outra serva que a substituíra encontrou uma carta de Abelardo dirigida a Heloísa, e a entregou a Fulbert, que imediatamente o expulsou. No entanto isso não foi suficiente para separá-los.
Heloísa preparou poções para seu tio dormir e, com a ajuda da criada Sibyle, Abelardo foi conduzido a outro local, que passou a ser o ponto de encontro dos dois. Uma noite, porém, alertado por outra criada, Fulbert acabou por descobri-los.
Heloísa foi espancada, e a casa passou a ser cuidadosamente vigiada. Mesmo assim o amor dos dois não diminuiu, e eles continuaram a se encontrar nas cercanias de igrejas, onde Fulbert julgou erroneamente   que a sobrinha ainda podia freqüentar sem vigilância.
Heloísa acabou engravidando, e para evitar escândalo, Abelardo levou-a à aldeia de Pallet, situada no interior da França. Ali, Abelardo deixou Heloísa aos cuidados de sua irmã e voltou a Paris, mas não agüentou a solidão que sentia, longe da amada, e resolveu falar com Fulbert, para pedir seu perdão e a mão de Heloísa em casamento. Surpreendentemente, Fulbert o perdoou e concordou com o casamento.
Ao receber as boas novas, Heloísa, deixando o filho Astrolábio com a irmã de Abelardo, voltou a Paris, sentindo, no entanto, um prenúncio de tragédia. Casaram-se no meio da noite, às pressas, numa pequena ala da Catedral de Notre Dame, sem trocar alianças ou um beijo diante do sacerdote. (Catedral Notre-Dames – interior)
O sigilo do casamento não durou muito, e logo começaram a zombar de Heloísa e da educação que Fulbert dera a ela. Amargando cólera desde a primeira descoberta sobre os dois, Fulbert resolveu dar vazão ao desejo de vingança e tomou uma decisão atroz. Contratou dois carrascos e pagou-os para invadirem o quarto de Abelardo durante a noite e arrancar-lhe o membro viril.
Após essa tragédia, Abelardo e  Heloísa jamais voltaram a se falar. Desesperados com o ocorrido, considerando-o um castigo por sua profanação dos locais sagrados, encontraram como única fuga o ingresso na vida monástica.
Ela entrou para o convento de Santa Maria de Argenteul, só retornando à vida aos poucos, conforme as notícias de melhora de Abelardo iam surgindo. Para tentar amenizar a dor que sentiam, passaram a dedicar-se exclusivamente ao trabalho. Viam-se, mas não se falavam; apenas trocavam cartas.
Segundo algumas versões, Heloísa teria dito ao  amado, que seria uma freira, mas não por amor a  Deus, e sim para poder vê-lo de quando em quando. De qualquer forma o fato mais marcante é a força  moral de Heloisa, determinada a não pertencer a  qualquer outro homem que não Abelardo.  (Ao lado “O Voto de Heloisa”  de  Pedro Américo  Museu Nacional de Belas Artes – RJ)
Sua dedicação  é corroborada por diversas cartas, onde ela confessa amar a Abelardo acima de qualquer coisa e somente cumprir as obrigações religiosas como prova de amor ao seu amante terreno, que lhe houvera pedido para entrar em um convento.
Carta de Heloísa a Abelardo: “ É certo que quanto maior é a causa da dor, maior se faz a necessidade de para ela encontrar consolo, e este ninguém pode me dar, além de ti. Tu és a causa de minha pena, e só tu podes me proporcionar conforto. Só tu tens o poder de me entristecer, de me fazer feliz ou trazer consolo."
Carta de Abelardo a Heloísa: "Fujo para longe de ti, evitando-te como a um inimigo, mas incessantemente te procuro em meu pensamento. Trago tua imagem em minha memória e assim me traio e contradigo, eu te odeio, eu te amo."
Abelardo construiu uma escola-mosteiro ao lado da escola-convento de Heloísa. Continuaram a ver-se, sem se falar, apenas trocando cartas apaixonadas. Abelardo morreu com 63 anos. Heloísa ergueu um grande sepulcro em sua homenagem, e faleceu algum tempo depois, sendo, por iniciativa de suas alunas, sepultada ao lado de Abelardo.
Conta-se que, ao abrirem a sepultura de  Abelardo, para ali depositarem Heloísa,  encontraram seu corpo ainda intacto e de  braços abertos, como se estivesse  aguardando sua chegada.  Até hoje namorados depositam flores  frescas no túmulo de Abelardo e Heloisa.
FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRA ENTRE NO SITE:  http://slidescoreoesia.com TEXTO: INTERNET IMAGENS: GOOGLE SOM: “LIEBESTOD” (MORTE DE AMOR) DE “TRISTÃO E ISOLDA” DE R. WGNER QUEM DESEJAR RECEBER E-MAILS EM SUA CAIXA POSTAL ESCREVA PARA  [email_address]  COLOCANDO EM ASSUNTO:RECEBER SLIDES

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Cartilha Joao batista -Aula especial
Cartilha Joao batista -Aula especialCartilha Joao batista -Aula especial
Cartilha Joao batista -Aula especialRoberta Andrade
 
Onde esta o seu coracao modificado
Onde esta o seu coracao modificadoOnde esta o seu coracao modificado
Onde esta o seu coracao modificadoJocarli Junior
 
O que o ato conjugal significa para o homem tim e beverly lahaye
O que o ato conjugal significa para o homem   tim e beverly lahayeO que o ato conjugal significa para o homem   tim e beverly lahaye
O que o ato conjugal significa para o homem tim e beverly lahayeAristoteles Rocha
 
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!ESCRIBAVALDEMIR
 
Resolvendo áreas de conflito no casamento
Resolvendo áreas de conflito no casamentoResolvendo áreas de conflito no casamento
Resolvendo áreas de conflito no casamentoMichel Plattiny
 
Tim la haye casados mas felizes
Tim la haye   casados mas felizesTim la haye   casados mas felizes
Tim la haye casados mas felizesMaressa Almeida
 
3029707 contos-franz-kafka
3029707 contos-franz-kafka3029707 contos-franz-kafka
3029707 contos-franz-kafkaEduardo Jorge
 
Vida apos a morte (Estudo Completo)
Vida apos a morte (Estudo Completo)Vida apos a morte (Estudo Completo)
Vida apos a morte (Estudo Completo)Rogerio Sena
 
Correção das atividades sobre falácias
Correção das atividades sobre faláciasCorreção das atividades sobre falácias
Correção das atividades sobre faláciasIsabel Moura
 
conhecimento_crença_verdadeira
conhecimento_crença_verdadeiraconhecimento_crença_verdadeira
conhecimento_crença_verdadeiraIsabel Moura
 
Ética do fim de vida
Ética do fim de vidaÉtica do fim de vida
Ética do fim de vidajmbveiga
 
Relacionamento sexual para casais cristãos
Relacionamento sexual para casais cristãosRelacionamento sexual para casais cristãos
Relacionamento sexual para casais cristãosArsky
 
Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos PeixesEstrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos PeixesAntónio Fernandes
 
O cogito cartesiano
O cogito cartesianoO cogito cartesiano
O cogito cartesianoLídia Neves
 
Conselhos Para Casamento
Conselhos Para CasamentoConselhos Para Casamento
Conselhos Para CasamentoKhaleb Bueno
 

Mais procurados (20)

Cartilha Joao batista -Aula especial
Cartilha Joao batista -Aula especialCartilha Joao batista -Aula especial
Cartilha Joao batista -Aula especial
 
Onde esta o seu coracao modificado
Onde esta o seu coracao modificadoOnde esta o seu coracao modificado
Onde esta o seu coracao modificado
 
O que o ato conjugal significa para o homem tim e beverly lahaye
O que o ato conjugal significa para o homem   tim e beverly lahayeO que o ato conjugal significa para o homem   tim e beverly lahaye
O que o ato conjugal significa para o homem tim e beverly lahaye
 
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
 
Resolvendo áreas de conflito no casamento
Resolvendo áreas de conflito no casamentoResolvendo áreas de conflito no casamento
Resolvendo áreas de conflito no casamento
 
Ensaio
EnsaioEnsaio
Ensaio
 
Tim la haye casados mas felizes
Tim la haye   casados mas felizesTim la haye   casados mas felizes
Tim la haye casados mas felizes
 
3029707 contos-franz-kafka
3029707 contos-franz-kafka3029707 contos-franz-kafka
3029707 contos-franz-kafka
 
Vida apos a morte (Estudo Completo)
Vida apos a morte (Estudo Completo)Vida apos a morte (Estudo Completo)
Vida apos a morte (Estudo Completo)
 
Apresentação
ApresentaçãoApresentação
Apresentação
 
Popper contra o indutivismo
Popper contra o indutivismoPopper contra o indutivismo
Popper contra o indutivismo
 
Correção das atividades sobre falácias
Correção das atividades sobre faláciasCorreção das atividades sobre falácias
Correção das atividades sobre falácias
 
conhecimento_crença_verdadeira
conhecimento_crença_verdadeiraconhecimento_crença_verdadeira
conhecimento_crença_verdadeira
 
Ética do fim de vida
Ética do fim de vidaÉtica do fim de vida
Ética do fim de vida
 
Relacionamento sexual para casais cristãos
Relacionamento sexual para casais cristãosRelacionamento sexual para casais cristãos
Relacionamento sexual para casais cristãos
 
Tipos de Argumentos
Tipos de ArgumentosTipos de Argumentos
Tipos de Argumentos
 
Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos PeixesEstrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
 
PALESTRA-PARA-CASAIS.pdf
PALESTRA-PARA-CASAIS.pdfPALESTRA-PARA-CASAIS.pdf
PALESTRA-PARA-CASAIS.pdf
 
O cogito cartesiano
O cogito cartesianoO cogito cartesiano
O cogito cartesiano
 
Conselhos Para Casamento
Conselhos Para CasamentoConselhos Para Casamento
Conselhos Para Casamento
 

Destaque

Abelardo e heloisa
Abelardo e heloisaAbelardo e heloisa
Abelardo e heloisaLucy Queen
 
El feminismo perspectiva cultural historico religisa
El feminismo perspectiva cultural historico religisaEl feminismo perspectiva cultural historico religisa
El feminismo perspectiva cultural historico religisaGabriel Zuniga Uribe
 
Pedro Abelardo y filosofía Práctica
Pedro Abelardo y filosofía PrácticaPedro Abelardo y filosofía Práctica
Pedro Abelardo y filosofía Prácticaedilbertolasso
 
Filosofia medieval trabajo de aplicacion practica
Filosofia medieval trabajo de aplicacion practicaFilosofia medieval trabajo de aplicacion practica
Filosofia medieval trabajo de aplicacion practicaJesus Elber Valencia Perea
 
Profesion dosente
Profesion dosenteProfesion dosente
Profesion dosenteluferova
 

Destaque (6)

Abelardo e heloisa
Abelardo e heloisaAbelardo e heloisa
Abelardo e heloisa
 
El feminismo perspectiva cultural historico religisa
El feminismo perspectiva cultural historico religisaEl feminismo perspectiva cultural historico religisa
El feminismo perspectiva cultural historico religisa
 
Abelardo 2a parte
Abelardo 2a parteAbelardo 2a parte
Abelardo 2a parte
 
Pedro Abelardo y filosofía Práctica
Pedro Abelardo y filosofía PrácticaPedro Abelardo y filosofía Práctica
Pedro Abelardo y filosofía Práctica
 
Filosofia medieval trabajo de aplicacion practica
Filosofia medieval trabajo de aplicacion practicaFilosofia medieval trabajo de aplicacion practica
Filosofia medieval trabajo de aplicacion practica
 
Profesion dosente
Profesion dosenteProfesion dosente
Profesion dosente
 

Semelhante a O Túmulo dos Amantes Imortais

Lua Nova e Eclipse
Lua Nova    e    EclipseLua Nova    e    Eclipse
Lua Nova e EclipseAna Tapadas
 
Seminario port. final naquelas
Seminario port. final naquelasSeminario port. final naquelas
Seminario port. final naquelascloust
 
O cadaver atras do biombo agatha christie
O cadaver atras do biombo   agatha christieO cadaver atras do biombo   agatha christie
O cadaver atras do biombo agatha christiepauloweimann
 
Jane Eyre de Charlotte Brontë realizado por Adriana Narciso
Jane Eyre de Charlotte Brontë realizado por Adriana NarcisoJane Eyre de Charlotte Brontë realizado por Adriana Narciso
Jane Eyre de Charlotte Brontë realizado por Adriana Narciso12anogolega
 
Eliphas levi biografia
Eliphas levi   biografiaEliphas levi   biografia
Eliphas levi biografiaMarcus Marcus
 
Ficha de leitura sobre felicidade clandestina
Ficha de leitura sobre felicidade clandestinaFicha de leitura sobre felicidade clandestina
Ficha de leitura sobre felicidade clandestinaDuda Pequena
 
Coração, cabeça e estômago análise
Coração, cabeça e estômago   análiseCoração, cabeça e estômago   análise
Coração, cabeça e estômago análiserafabebum
 
A personagem lucrecia em caes da provincia (1)
A personagem lucrecia em caes da provincia (1)A personagem lucrecia em caes da provincia (1)
A personagem lucrecia em caes da provincia (1)LALLi
 
Biografia Chico Xavier
Biografia Chico XavierBiografia Chico Xavier
Biografia Chico Xavierespiritaonline
 
Enredos das principais obras da prosa romântica
Enredos das principais obras da prosa românticaEnredos das principais obras da prosa romântica
Enredos das principais obras da prosa românticaSeduc/AM
 
Romance Urbano do Romantismo brasileiro .
Romance Urbano do Romantismo brasileiro .Romance Urbano do Romantismo brasileiro .
Romance Urbano do Romantismo brasileiro .wsavioli1
 
Ficha de leitura - Jane Eyre (Livro)
Ficha de leitura - Jane Eyre (Livro)Ficha de leitura - Jane Eyre (Livro)
Ficha de leitura - Jane Eyre (Livro)Janice Flora
 
Memórias postumas de brás cubas
Memórias postumas de brás cubasMemórias postumas de brás cubas
Memórias postumas de brás cubasVIVIAN TROMBINI
 
Literaturas sobre realismo (5)
Literaturas sobre realismo (5)Literaturas sobre realismo (5)
Literaturas sobre realismo (5)Equipemundi2014
 

Semelhante a O Túmulo dos Amantes Imortais (16)

Lua Nova e Eclipse
Lua Nova    e    EclipseLua Nova    e    Eclipse
Lua Nova e Eclipse
 
Seminario port. final naquelas
Seminario port. final naquelasSeminario port. final naquelas
Seminario port. final naquelas
 
Trabalho de literatura
Trabalho de literatura Trabalho de literatura
Trabalho de literatura
 
O cadaver atras do biombo agatha christie
O cadaver atras do biombo   agatha christieO cadaver atras do biombo   agatha christie
O cadaver atras do biombo agatha christie
 
Jane Eyre de Charlotte Brontë realizado por Adriana Narciso
Jane Eyre de Charlotte Brontë realizado por Adriana NarcisoJane Eyre de Charlotte Brontë realizado por Adriana Narciso
Jane Eyre de Charlotte Brontë realizado por Adriana Narciso
 
Eliphas levi biografia
Eliphas levi   biografiaEliphas levi   biografia
Eliphas levi biografia
 
Ficha de leitura sobre felicidade clandestina
Ficha de leitura sobre felicidade clandestinaFicha de leitura sobre felicidade clandestina
Ficha de leitura sobre felicidade clandestina
 
Coração, cabeça e estômago análise
Coração, cabeça e estômago   análiseCoração, cabeça e estômago   análise
Coração, cabeça e estômago análise
 
A personagem lucrecia em caes da provincia (1)
A personagem lucrecia em caes da provincia (1)A personagem lucrecia em caes da provincia (1)
A personagem lucrecia em caes da provincia (1)
 
A painful cas1
A painful cas1A painful cas1
A painful cas1
 
Biografia Chico Xavier
Biografia Chico XavierBiografia Chico Xavier
Biografia Chico Xavier
 
Enredos das principais obras da prosa romântica
Enredos das principais obras da prosa românticaEnredos das principais obras da prosa romântica
Enredos das principais obras da prosa romântica
 
Romance Urbano do Romantismo brasileiro .
Romance Urbano do Romantismo brasileiro .Romance Urbano do Romantismo brasileiro .
Romance Urbano do Romantismo brasileiro .
 
Ficha de leitura - Jane Eyre (Livro)
Ficha de leitura - Jane Eyre (Livro)Ficha de leitura - Jane Eyre (Livro)
Ficha de leitura - Jane Eyre (Livro)
 
Memórias postumas de brás cubas
Memórias postumas de brás cubasMemórias postumas de brás cubas
Memórias postumas de brás cubas
 
Literaturas sobre realismo (5)
Literaturas sobre realismo (5)Literaturas sobre realismo (5)
Literaturas sobre realismo (5)
 

Mais de Amadeu Wolff

Aos filhos o que posso
Aos filhos o que possoAos filhos o que posso
Aos filhos o que possoAmadeu Wolff
 
Apresentacoes em telas e poesias
Apresentacoes em telas e poesiasApresentacoes em telas e poesias
Apresentacoes em telas e poesiasAmadeu Wolff
 
Mulheres com mais de 40
Mulheres com mais de 40Mulheres com mais de 40
Mulheres com mais de 40Amadeu Wolff
 
Museu das capelas medici
Museu das capelas mediciMuseu das capelas medici
Museu das capelas mediciAmadeu Wolff
 
Porcelana de coleccion
Porcelana de coleccionPorcelana de coleccion
Porcelana de coleccionAmadeu Wolff
 
Porcelana de coleccion 2
Porcelana de coleccion 2Porcelana de coleccion 2
Porcelana de coleccion 2Amadeu Wolff
 
Israel ou Palestina
Israel ou PalestinaIsrael ou Palestina
Israel ou PalestinaAmadeu Wolff
 
Navidad en las canteras
Navidad en las canterasNavidad en las canteras
Navidad en las canterasAmadeu Wolff
 
Arte foto de gerard hourdin
Arte foto de gerard  hourdinArte foto de gerard  hourdin
Arte foto de gerard hourdinAmadeu Wolff
 

Mais de Amadeu Wolff (20)

Italie la nuit
Italie la nuitItalie la nuit
Italie la nuit
 
Aos filhos o que posso
Aos filhos o que possoAos filhos o que posso
Aos filhos o que posso
 
Apresentacoes em telas e poesias
Apresentacoes em telas e poesiasApresentacoes em telas e poesias
Apresentacoes em telas e poesias
 
George petty
George pettyGeorge petty
George petty
 
Mulheres com mais de 40
Mulheres com mais de 40Mulheres com mais de 40
Mulheres com mais de 40
 
Museo tiflologico
Museo tiflologicoMuseo tiflologico
Museo tiflologico
 
Museu das capelas medici
Museu das capelas mediciMuseu das capelas medici
Museu das capelas medici
 
Parabens a voce
Parabens a voceParabens a voce
Parabens a voce
 
Porcelana de coleccion
Porcelana de coleccionPorcelana de coleccion
Porcelana de coleccion
 
Porcelana de coleccion 2
Porcelana de coleccion 2Porcelana de coleccion 2
Porcelana de coleccion 2
 
Israel ou Palestina
Israel ou PalestinaIsrael ou Palestina
Israel ou Palestina
 
Navidad en las canteras
Navidad en las canterasNavidad en las canteras
Navidad en las canteras
 
L'amour courtois
L'amour courtoisL'amour courtois
L'amour courtois
 
Donald zolan
Donald zolanDonald zolan
Donald zolan
 
Chocolates
ChocolatesChocolates
Chocolates
 
Artista de rua
Artista de ruaArtista de rua
Artista de rua
 
Artesãos hindus
Artesãos hindusArtesãos hindus
Artesãos hindus
 
Arte foto de gerard hourdin
Arte foto de gerard  hourdinArte foto de gerard  hourdin
Arte foto de gerard hourdin
 
Arte em pinturas
Arte em pinturasArte em pinturas
Arte em pinturas
 
A fuga do judeu
A fuga do judeuA fuga do judeu
A fuga do judeu
 

O Túmulo dos Amantes Imortais

  • 1. Um dos mais belos túmulos que se encontra no Cemitério Pére Lachaise é o de Pierre Abélard e Héloïse, protagonistas de um trágico romance interrompido na Paris medieval do século XII. (AVANÇAR C/O MOUSE)
  • 2. Conhecidos como os amantes imortais, Heloísa e o filósofo Pedro Abelardo foram vítimas da rigidez da época medieval, que proibia o relacionamento entre professor e aluna. Sem conseguirem controlar a paixão que os arrebatou, tornaram-se amantes e seus encontros na fase mais secreta da relação, aconteciam em claustros ou sacristias e adjacências de igrejas, únicos locais que Heloisa podia freqüentar sozinha, a despeito da culpa que o ato de se amarem em solo sagrados lhes provocava.
  • 3. Antes de se conhecerem, Abelardo havia sido transferido e nomeado professor pela Escola da Catedral de Notre Dame, tornando-se, em pouco tempo, muito conhecido por admirar os filósofos não-cristãos, numa época de forte poder da Igreja Católica. Ainda assim foi o mais ilustre filósofo e teólogo do séc. XII, e escreveu “A Dialética”, obra de Lógica mais influente até o final do séc. XIII em Roma, onde foi usada como manual escolar.
  • 4. Há versões variadas sobre o primeiro encontro. Segundo alguns, Heloísa, que já ouvira falar sobre Abelardo e se interessava por suas teorias polêmicas, tentou se aproximar dele através de seus conhecidos no meio acadêmico. Segundo outra versão, Abelardo tornou-se amigo do Cônego Fulbert , tio e tutor de Heloísa, que o aceitou como o mais novo professor de sua sobrinha, hospedando-o em sua casa, em troca das aulas noturnas que ele lhe daria.
  • 5. A despreocupação de Fulbert em relação à convivência dos dois baseava-se no fato de que na época os mestre e educadores eram celibatários e castos. Além disso havia a sagrada lei da hospitalidade que impediria Abelardo de trair a confiança de seu anfitrião. Mas em pouco tempo as aulas passaram a ser ansiosamente aguardadas por ambos e, contando com a confiança de Fulbert, passaram a ficar a sós. Fulbert ia dormir, e a criada retirava-se para o quarto ao lado.
  • 6. Em alguns meses, conheciam-se bem, e a ânsia de ficarem juntos só aumentava. Um dia Abelardo tirou o cinto que prendia a túnica de Heloísa e os dois se amaram apaixonadamente. A partir desse momento, negligenciaram os estudos, passando a viver em função do amor que sentiam um pelo outro.
  • 7. Carta de Abelardo a um amigo: “ Sob o pretexto de estudar, entregávamos inteiramente ao amor. As lições nos propiciavam esses tête-à-tête secretos que o amor anseia. Os livros permaneciam abertos, mas o amor mais do que nossa leitura era o objeto dos nossos diálogos; trocávamos mais beijos do que proposições sábias. Minhas mãos voltavam com mais freqüência a seus seios do que a nossos livros. O amor mais freqüentemente se buscava nos olhos de um e outro do que a atenção os dirigia sobre o texto”
  • 8. Ao mesmo tempo Sibyle, a criada mais amiga, adoeceu e uma outra serva que a substituíra encontrou uma carta de Abelardo dirigida a Heloísa, e a entregou a Fulbert, que imediatamente o expulsou. No entanto isso não foi suficiente para separá-los.
  • 9. Heloísa preparou poções para seu tio dormir e, com a ajuda da criada Sibyle, Abelardo foi conduzido a outro local, que passou a ser o ponto de encontro dos dois. Uma noite, porém, alertado por outra criada, Fulbert acabou por descobri-los.
  • 10. Heloísa foi espancada, e a casa passou a ser cuidadosamente vigiada. Mesmo assim o amor dos dois não diminuiu, e eles continuaram a se encontrar nas cercanias de igrejas, onde Fulbert julgou erroneamente que a sobrinha ainda podia freqüentar sem vigilância.
  • 11. Heloísa acabou engravidando, e para evitar escândalo, Abelardo levou-a à aldeia de Pallet, situada no interior da França. Ali, Abelardo deixou Heloísa aos cuidados de sua irmã e voltou a Paris, mas não agüentou a solidão que sentia, longe da amada, e resolveu falar com Fulbert, para pedir seu perdão e a mão de Heloísa em casamento. Surpreendentemente, Fulbert o perdoou e concordou com o casamento.
  • 12. Ao receber as boas novas, Heloísa, deixando o filho Astrolábio com a irmã de Abelardo, voltou a Paris, sentindo, no entanto, um prenúncio de tragédia. Casaram-se no meio da noite, às pressas, numa pequena ala da Catedral de Notre Dame, sem trocar alianças ou um beijo diante do sacerdote. (Catedral Notre-Dames – interior)
  • 13. O sigilo do casamento não durou muito, e logo começaram a zombar de Heloísa e da educação que Fulbert dera a ela. Amargando cólera desde a primeira descoberta sobre os dois, Fulbert resolveu dar vazão ao desejo de vingança e tomou uma decisão atroz. Contratou dois carrascos e pagou-os para invadirem o quarto de Abelardo durante a noite e arrancar-lhe o membro viril.
  • 14. Após essa tragédia, Abelardo e Heloísa jamais voltaram a se falar. Desesperados com o ocorrido, considerando-o um castigo por sua profanação dos locais sagrados, encontraram como única fuga o ingresso na vida monástica.
  • 15. Ela entrou para o convento de Santa Maria de Argenteul, só retornando à vida aos poucos, conforme as notícias de melhora de Abelardo iam surgindo. Para tentar amenizar a dor que sentiam, passaram a dedicar-se exclusivamente ao trabalho. Viam-se, mas não se falavam; apenas trocavam cartas.
  • 16. Segundo algumas versões, Heloísa teria dito ao amado, que seria uma freira, mas não por amor a Deus, e sim para poder vê-lo de quando em quando. De qualquer forma o fato mais marcante é a força moral de Heloisa, determinada a não pertencer a qualquer outro homem que não Abelardo. (Ao lado “O Voto de Heloisa” de Pedro Américo Museu Nacional de Belas Artes – RJ)
  • 17. Sua dedicação é corroborada por diversas cartas, onde ela confessa amar a Abelardo acima de qualquer coisa e somente cumprir as obrigações religiosas como prova de amor ao seu amante terreno, que lhe houvera pedido para entrar em um convento.
  • 18. Carta de Heloísa a Abelardo: “ É certo que quanto maior é a causa da dor, maior se faz a necessidade de para ela encontrar consolo, e este ninguém pode me dar, além de ti. Tu és a causa de minha pena, e só tu podes me proporcionar conforto. Só tu tens o poder de me entristecer, de me fazer feliz ou trazer consolo."
  • 19. Carta de Abelardo a Heloísa: "Fujo para longe de ti, evitando-te como a um inimigo, mas incessantemente te procuro em meu pensamento. Trago tua imagem em minha memória e assim me traio e contradigo, eu te odeio, eu te amo."
  • 20. Abelardo construiu uma escola-mosteiro ao lado da escola-convento de Heloísa. Continuaram a ver-se, sem se falar, apenas trocando cartas apaixonadas. Abelardo morreu com 63 anos. Heloísa ergueu um grande sepulcro em sua homenagem, e faleceu algum tempo depois, sendo, por iniciativa de suas alunas, sepultada ao lado de Abelardo.
  • 21. Conta-se que, ao abrirem a sepultura de Abelardo, para ali depositarem Heloísa, encontraram seu corpo ainda intacto e de braços abertos, como se estivesse aguardando sua chegada. Até hoje namorados depositam flores frescas no túmulo de Abelardo e Heloisa.
  • 22. FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRA ENTRE NO SITE: http://slidescoreoesia.com TEXTO: INTERNET IMAGENS: GOOGLE SOM: “LIEBESTOD” (MORTE DE AMOR) DE “TRISTÃO E ISOLDA” DE R. WGNER QUEM DESEJAR RECEBER E-MAILS EM SUA CAIXA POSTAL ESCREVA PARA [email_address] COLOCANDO EM ASSUNTO:RECEBER SLIDES