Um menino visita um arranha-céus pela primeira vez e vê uma mulher cuidando de uma flor. Ao tentar ver a flor de perto, ele acidentalmente a derruba. Ele corre para a casa da sua tia para fazer uma nova jarra igual e salvar a flor antes de a mulher voltar. Quando chega, a flor está quase morta, mas a tia faz uma nova jarra e ele consegue devolver a flor ao seu lugar antes de os pais o encontrarem preocupados.
2. Era uma vez um menino que vivia perto do centro da cidade, vivia numa vivenda azul com dois andares. Era uma daqueles rapazes que adorava os passeios de carro com o pai, e por isso, quando saía da escola, telefonava-lhe para o ir buscar, e o pai já sabia o que ele queria. Iam sempre aos mesmos sítios. Passava por prédios altos que chegavam ao décimo segundo andar, mas os seus preferidos eram mesmo os arranha-céus. A sua família era feliz e adoravam o lugar onde viviam. Ele não sabia como iriam reagir se lhes pedisse para irem morar para um arranha-céus. Provavelmente não iam aceitar, por isso decidiu que, depois da escola, em vez de telefonar ao pai para ir dar um passeio de carro, iria conhecer sozinho como eram os arranha-céus por dentro. E assim o fez. Já eram tantas as vezes que fazia aquele percurso que até já o sabia de cor e salteado. Passou pelas ruas conhecidas, até que, finalmente, chegou onde pretendia e subiu até ao andar mais alto. Quando saiu do elevador, aconteceu uma coisa de que ele não estava à espera, deparou-se com um homem a dar uma flor a uma mulher e ficou muito admirado, porque o seu pai nunca o tinha feito.
3. A mulher pôs a flor numa jarra e colocou-lhe água. O menino ficou a olhar, vendo como a flor era tão delicada e como a mulher tratava dela, aos seus olhos era o gesto mais bonito que alguma vez vira. De seguida, foi à janela ver como era a paisagem vista do alto de um arranha-céus. Uauuu!!! as pessoas pareciam autênticas formigas e ele conseguia ver a cidade de uma ponta à outra. Estava a adorar a sua visita! Aquele sítio estava a ser uma autêntica descoberta. Antes de se ir embora, decidiu ir ver a flor uma vez mais, mas desta vez ele queria vê-la de perto. Ela estava exactamente no mesmo sítio onde a mulher a tinha deixado, antes de se ir embora. Aproximou-se e , sem querer, tocou-lhe ao de leve… a jarra de vidro e a flor caíram ao chão! Era como o mundo tivesse desabado! Ele sabia que tinha de encontrar uma jarra igualzinha antes que a mulher voltasse. Saiu a correr e foi a algumas lojas de vidros da cidade, mas nenhuma tinha uma jarra exactamente igual. Lembrou-se que a sua tia trabalhava numa fábrica de vidro e era capaz de fazer uma jarra, mas a sua casa era muito longe. No entanto não havia entraves para ele. Ele acreditava que tinha de conseguir. Lá seguiu ele com todos os bocados de vidro da jarra, para que a sua tia soubesse fazer uma igual. Levava a flor na mão, mas cada vez ela ia murchando mais, porém ele já estava perto.
4. Finalmente, chegou e a sua tia recebeu-o de braços abertos. O menino explicou-lhe a situação e a sua tia foi a um pequeno atelier que tinha nas traseiras de sua casa. Fez a jarra exactamente igual, pôs-lhe água e colocou lá dentro a flor. Já tinha passado toda a tarde e o sol já se punha. Tinha de chegar ao arranha-céus o mais depressa possível, mas não podia derramar a água, que tanta falta fazia a flor. Subiu até ao vigésimonono andar e colocou a jarra com a flor em cima da secretária. Depois ficou a olhar para ela. Estava muito vistosa. A senhora já lá não estava, mas no outro dia, quando chegasse, sorriria novamente. Os seus pais estavam preocupadíssimos com a sua demora e foram procurá-lo, pois o pai tinha um pressentimento de onde ele poderia estar. Foram ter com ele ao arranha-céus e a mãe deu-lhe um grande raspanete. Para o menino aquele raspanete fazia todo o sentido, mas não deixava de se sentir feliz com tudo aquilo que ele fizera para salvar aquela flor e viver o seu sonho.