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I - NOÇÕES FUNDAMENTAIS
• Estabelecido o conceito de mediunidade, mais alguns
conhecimentos se fazem necessários, para melhor entendimento
do fenômeno mediúnico. Foram eles oferecidos pelos próprios
Espíritos desencarnados, que nos deram a conhecer, em primeiro
lugar, a sua existência independente da matéria física e do corpo
carnal e, em segundo, a existência de um invólucro semi-material,
que lhes serve de corpo no mundo espiritual e que tem
possibilidade de ação sobre a matéria física.
• Esse invólucro, semi-material, "corpo espiritual"
ou perispírito é variável na sua maior ou menor
condensação, o que lhe confere propriedades
especiais para agir sobre a matéria.
No encarnado, é o intermediário entre o espírito
propriamente dito e o corpo físico, fazendo parte,
pois, do complexo humano.
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COMPLEXO HUMANO (homem) - COMPOSTO DE:
• 1. ESPÍRITO;
2. PERISPÍRITO;
• 3. CORPO FÍSICO
• Da interação do fluido perispiritual do desencarnado com o do médium
resulta o fenômeno mediúnico.
• Varia essa interação desde a simples influência até a efetiva
combinação fluídica, para a produção de certos fenômenos.
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II - CLASSIFICAÇÃO DA MEDIUNIDADE SEGUNDO OS
SEUS EFEITOS
Podem ser de 2 ordens os fenômenos
mediúnicos:
- de efeitos materiais, físicos ou objetivos
- de efeitos intelectuais ou subjetivos
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1. FENÔMENOS DE EFEITOS MATERIAIS FÍSICOS OU
OBJETIVOS
• Sensibilizam diretamente os órgãos dos sentidos dos observadores.
Podem-se apresentar sob variadas formas, tais como:
a) materialização (de Espíritos, de objetos, etc)
b) transfiguração (modificação dos traços fisionômicos do próprio
médium);
c) levitação (erguimento de objetos e pessoas, contrariando,
aparentemente, a lei da gravidade);
d) transporte (entrada e saída de objetos de recintos hermeticamente
fechados).
e) voz direta (vozes de Espíritos, que soam no ambiente,
independentemente do médium);
f) escrita direta (palavras, frases, mensagens, escritas sem utilização da
mão do médium);
g) mesas falantes ou tiptologia (sinais por pancadas, formando palavras e
frases inteligentes);
h) sematologia (movimento de objetos, sem contato físico, traduzindo uma
vontade, um sentimento, etc.)
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2. FENÔMENOS DE EFEITOS INTELECTUAIS
OU SUBJETIVOS
• a) mediunidade intuitiva
• b) vidência
• c) audiência
Tais fenômenos ocorrem quando o espírito do próprio médium, em
fase especial ou não, de transe, fica num estado de lucidez,
percebendo pelos sentidos espirituais.
• d) psicometria
• e) psicografia
• f) psicofonia
Tais fenômenos ocorrem por ação direta de uma entidade
espiritual sobre o médium servindo-se parcial ou totalmente de
sua organização psico-física, para se comunicar.
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• Na intuição (fenômeno anímico), a mente do
encarnado capta do ambiente externo ou da profundeza
do seu próprio psiquismo, ou ainda da mente de outro
encarnado, próximo ou distante, certas informações que
o ajudam a esclarecer uma questão, resolver um
problema, tomar uma atitude, etc. Poderá, igualmente,
captar o pensamento de um desencarnado, passando,
nesse caso, o fenômeno a ser mediúnico e a faculdade,
a chamar-se mediunidade intuitiva.
• Na vidência, na audiência e na psicometria, por um
estado de maior ou menor exteriorização perispiritual,
com a consequente liberação dos sentidos (que têm,
normalmente, o seu funcionamento obscurecido pelo
contato com a matéria grosseira do corpo físico), pode o
espírito do encarnado ver e ouvir o que se passa no
plano espiritual. No caso da psicometria, pode
recapitular ocorrências ligadas a um objeto com que
tenha tomado contato.
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• Este estado especial de libertação, que definimos como de lucidez
espiritual, com ou sem transe aparente, possibilita maior liberdade ao
espírito do médium e o coloca em condições favoráveis para assimilar
as correntes de pensamento das outras entidades no mesmo estado de
liberdade espiritual e transmitir tais idéias, pensamentos e vontades
pela escrita, no fenômeno da psicografia ou anunciá-las através da
palavra, caracterizando o fenômeno da psicofonia.
• A psicografia e a psicofonia têm sido vulgarmente chamadas de
"incorporação mediúnica". Ressalte-se, todavia, que não ocorre a
"introdução" do Espírito desencarnado no corpo do médium, mas, sim,
uma associação de seus fluidos com os do médium. Segundo as faixas
vibratórias em que se encontrem e de acordo com as leis de sintonia e
assimilação, esses fluidos se identificam entre si, formando-se, então,
um complexo:
EMISSOR (Espírito desencarnado) - TRANSMISSOR (fluidos
combinados do Espírito comunicante com os do médium) -
RECEPTOR (Médium).
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3. DA TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
• Se temos um efeito - o fenômeno físico, ele deve ter uma causa. Se esta não for
física, deverá ser transcendental. Vamo-nos deter no caso dos fenômenos
mediúnicos de efeitos físicos produzidos pelos Espíritos desencarnados,
buscando saber como se opera esta ação e qual o seu mecanismo.
• Segundo a informação dada por eles próprios (os Espíritos), para atuar sobre um
objeto inanimado, o desencarnado combina o seu fluido perispiritual com o fluido
que se exterioriza do médium, satura os espaços da matéria (sabe-se que esta
não é contínua, senão para os nossos sentidos, ainda muito pobres; a matéria é
cheia de espaços vazios, tendo apenas uma pequena porcentagem de massa
propriamente dita; afirmam alguns que se retirassem todos os espaços da matéria
que forma a Terra, ela se reduziria ao tamanho de uma bola de futebol) e, com a
força do pensamento, age, movimentando o que e como deseja, podendo
alcançar ou não sucesso no seu empreendimento, de acordo com as
circunstâncias. Estabelece-se, pois, uma continuidade perfeita entre o perispírito
do Espírito e o objeto movimentado, através dos elementos intermediários de
natureza fluídica (semi-material) isto é, dos fluidos perispirituais e outros.
• Os Espíritos mais atrasados vibram em faixas próximas da Terra e possuem, em
sua organização perispiritual, resíduos de fluidos grosseiros, materiais, que
facilitam a obtenção de fenômenos mediúnicos de efeitos físicos. Por isso,
prestam-se mais a estes tipos de efeitos, sendo dirigidos, porém, por Espíritos
superiores.
• Deverá haver uma certa simpatia entre os vários elementos que formam os
"degraus" do processo, desde os que o dirigem até o médium, que é o
instrumento doador.
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4. MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS
• Em alguns lugares, tal como aconteceu com as irmãs Fox, em Hydesville,
iniciam-se fenômenos ostensivos sem que haja qualquer predisposição
consciente e formal para consegui-los. Ocorrem espontaneamente, a despeito
até do desconhecimento e da falta de interesse das pessoas envolvidas. São
"raps" (pancadas), transporte, barulhos e outras manifestações semelhantes.
Os fenômenos físicos espontâneos ocorrem, geralmente, com a finalidade de:
a -assustar as pessoas;
b -chamar a atenção para a existência do mundo espiritual;
c -atender à necessidade dos Espíritos de se comunicarem para pedir alguma
coisa;
d -perseguição, atormentando as pessoas.
• São produzidos por Espíritos de categoria ainda inferior e que não poderão,
pelo simples fato de serem Espíritos, explicar a mecânica do fenômeno, pois os
produzem sem compreender.
• Antes de aceitar um fenômeno como espírita, devemos verificar se não é:
- fruto da imaginação;
- produzido por causa física conhecida;
- mistificação ou brincadeira de alguém encarnado.
• Nos fenômenos de transporte, por exemplo, existe a finalidade de provar a
possibilidade que têm alguns Espíritos de, usando médiuns especiais,
transportar, através da matéria, flores, perfumes, jóias, objetos variados,
restituindo-os ao local de origem após a constatação do fenômeno.
(Recomenda-se a leitura do L.M., cap. V, itens 82 a 94).
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• BIBLIOGRAFIA
• 1.Bibliografia essencial:
• ALLAN KARDEC - "O Livro dos Médiuns"- caps.I,II,III,IV,V,IX,XI e
XIII;
• ALLAN KARDEC - "O Livro dos Espíritos" - Questões 21 a 28, 93
a 95.
• 2.Bibliografia suplementar:
• LEON DENIS - "No Invisível" - caps. XVI, XVII e XVIII.
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• CONCENTRAÇÃO: Convergência de pensamentos para um
determinado fim.
• A convergência pressupõe a eliminação de todos os pensamentos
que não sejam convenientes aos fins desejados.
• A abstração ou esquecimento dos problemas comuns que perturbam
a nossa vida íntima deve ser exercitada.
• A reunião depende em muito do ambiente formado por todos os
componentes do grupo. Através do exercício dos bons pensamentos
e da elevação dos sentimentos, o ambiente se satura de elementos
espirituais (fluídicos) que favorecem o intercâmbio.
• Sem o preparo devido, que deve começar desde a manhã, evitando-
se emoções violentas, atritos, desequilíbrios físicos e espirituais, sem
o bom hábito de leituras sadias e o exercício dos bons sentimentos,
dificilmente a pessoa durante a sessão, tem tranquilidade suficiente
para se dedicar tão somente aos fins elevados da sessão