O documento discute as perspectivas para carreiras e trabalho público nos próximos anos no contexto de rápidas mudanças tecnológicas. Estudos mostram que 47% dos empregos podem ser automatizados na próxima década devido ao avanço da inteligência artificial e do aprendizado de máquina. Isso coloca em risco não apenas empregos de baixa qualificação, mas também cargos que exigem julgamento. Planejamento de carreira se torna essencial para se adaptar às transformações e construir uma

1. 2015
Perspectivas sobre a carreira e o trabalho públicos
para os próximos anos
Leonardo Trevisan

2. De que, exatamente, estamos falando:
IBGE - Dados de 2013 (o mais recente) Valor Econômico 17/06/2015
pg A3
Administração Pública representa 0,4% das empresas. Mas...
- Absorve 20,2% do pessoal ocupado // Pagou 29,4% dos salários
89,9% das empresas absorvem 76,1% do pessoal ocupado
Redução no percentual de trabalhadores do funcionalismo público:
2008: representaram 22,6% e em 2013: 20,2%

3. Desenvolvimento Profissional (Planejamento de
Carreira) é PROSPECTAR MUDANÇAS
Realidade: fortes sinais de que EMPREGO se transforma em “plataforma de
negócio” (não é só UBER versus taxis)
Novos modelos de negócio on line “ameaçam o espaço dos humanos”
Pergunta: que tipo de trabalho está mais protegido ou mais ameaçado?
Estudo de professores de Oxford University, Carl B. FREY e Michael A.
OSBORNE:
47% das ocupações humanas poderão ser automatizadas em até uma década
http://www.oxfordmartin.ox.ac.uk/downloads/academic/The_Future_of_Em
ployment.pdf

4. A questão está na padronização exigida
em qualquer tarefa humana
Evolução: em 2003, profs. do MIT, David H. AUTOR e Brendan PRICE,
avançaram no conceito de “rotina”:
- Cognitivas (codificar/classificar)
- Manuais (linhas de produção)
Ambas, só uma etapa da robótica
Tarefas não rotineiras estariam protegidas por pedirem “solução de
problemas” e exigirem: INTUIÇÃO, PERSUASÃO e CRIATIVIDADE
Daí, médico, advogado, engenheiro, designer... estarem protegidos
Essa BARREIRA já caiu!!!

5. Frey e Osborne: “outro exame da natureza
da tarefa humana”
Salto aconteceu com o BIG DATA – assimilar e repetir a padronização
requerida
Bom exemplo: Google Tradutor (não é mais por palavra)
Tarefas com “julgamento” o BIG DATA realiza por padronização
“Carro sem motorista” (exemplo mais conhecido) / Análise de crédito /
leitura de exame médico ou:
“adaptação de questões jurídicas a tipos definidos de petição...”
(EAD)

6. Tarefas com intuição/ persuasão/criatividade
são “substituídas” pelo algoritmo
Daí a conta de FREY e OSBORNE: das 903 ocupações listadas da O*Net (EUA),
702 têm “alto risco” de substituição nos saltos dos algoritmos do BIG DATA
ROTINA – (pré fase) - mercado de robôs cresce 20% ao ano
1a. fase: padronização da “necessidade de julgamento” (folha da salada...)
2a. Fase: estabelecer padrões para o reconhecimento de “valores subjetivos”
- soft de negócios // aprovar contratos // desenhar objetos // textos
- com índices maiores ou menores de “inteligência social” como “funções
administrativas e generalistas”...
Atenção : não é a qualificação exigida para a função que limita a padronização
(ou, não são só salários baixos que estão em risco)

7. Forte RESISTÊNCIA dos Humanos...
Tentativa de processos legislativos imobilizadores // preço futuro do
trabalho
Maior ou menor proteção do Estado ao status quo do mundo do
trabalho - Visão de mundo anglo-saxônica e latina
Há “expectativas”, também, muito exageradas - Não adianta nem:
-Discussão moral sobre o “terremoto da TI”
-Fazer de conta que a realidade não existe (prof que não reconhece a
EAD)
A questão é: vou pensar minha carreira “contra a tecnologia” ou “com
ela”, especialmente no setor público (diligência versus ferrovia)

8. Natural resistência ao planejamento da
vida profissional
Atuação dirigida por “fatores externos”: remuneração / prestígio -
Planejamento é entendido como “identificação de oportunidades” na
organização
Atitude provoca movimento de “fora para dentro”: a referência é o
organograma da empresa. Problema: organograma representa a empresa “de
ontem” não a do futuro (sem esquecer, o algoritmo avança...)
Essa visão constrói “armadilhas” em situações de maior vulnerabilidade:
exige pouco dos seus pontos “fortes” e muito dos “fracos” (sem desafio,
robótica “vira” concorrente forte...)
Evitar a “subutilização” da capacidade de trabalho pede Planejamento de
Carreira

9. Carreira não é caminho rígido, mas
sequências de situações de trabalho
O que interessa é a “trajetória”
Constatação: pessoas fazem , no mínimo, 3 transições de carreira na vida
profissional, com diferentes níveis de complexidade .
Novo ponto interessante: CONTRATO PSICOLÓGICO - não só entre indivíduo
e organização, mas “com ele mesmo” (incluindo relação com tecnologia)
Novas expectativas criam condições objetivas para desenvolvimento contínuo
- noção de SUCESSO PROFISSIONAL é da pessoa e não da organização
Maior Valor: construção de uma identidade profissional marcada por:
Desempenho / flexibilidade / adaptabilidade

10. 2015
Muito Obrigado
Leonardo Trevisan
lntrevisan@pucsp.br