Este documento relata um caso de telepatia animal em que um fox-terrier chamado Davie parece ter percebido telepaticamente o assassinato de seu dono, o ator William Terriss, na mesma hora em que ocorreu. O cachorro começou a latir, uivar e morder o ar freneticamente na presença de sua dona e filhos de Terriss às 19h20, exatamente quando Terriss foi assassinado. Isso levou os presentes a acreditar que o cão tinha percebido telepaticamente o evento.
2. Segunda categoria
Alucinações telepáticas em que o animal é o
percipiente
Caso 2
Este caso foi originalmente publicado pela revista Light
(1898, pág. 5).
Um redator dessa revista londrina, amigo de Tom
Terriss, filho do ator dramático William Terriss, assassinado
naquele ano, escreve:
3. “Na mesma noite do assassinato, a senhora Terriss estava
sentada à sala de seu pequeno hotel, em Belford Park. Ela tinha
sobre seus joelhos um pequeno fox-terrier chamado Davie, que
dormia. Seus filhos, William e Tom, estavam com ela. O relógio
marcava 19:20 quando, num piscar de olhos, sem que nada pudesse
tê-la prevenido, o cachorro pulou no chão e começou a se jogar
freneticamente, gemendo, latindo, rangendo os dentes, mordendo,
num extraordinário estado de cólera e terror. Essa atitude do
cachorro causou uma profunda impressão na senhora Terriss,
deixando-a transtornada pelo resto da noite. Pois bem, foi
exatamente às 19:20 que o ator dramático William Terriss morreu
assassinado.
4. Seu filho Tom assim se expressou a este respeito: “Jogava uma
partida de xadrez com meu irmão William e o cachorro tirava uma
soneca sobre os joelhos de minha mãe, quando, de repente, ele nos
surpreendeu ao pular no chão e começar a se jogar de um lado para
o outro, furiosamente e freneticamente, rangendo os dentes e
mordendo o vazio. Minha mãe ficou assustada e gritou: “Mas o que
foi que aconteceu? O que ele está vendo?”. Ela estava convencida
de que a fúria
do cão era dirigida contra um inimigo invisível. Meu irmão e eu nos
esforçamos para acalmá-la, embora estivéssemos também
surpresos e perplexos diante da atitude inexplicável de um cão
geralmente tranquilo e de caráter bastante meigo.”
5. Tendo em vista a natureza não verificável do episódio em
questão, seria inútil se estender com comentários mais detalhados.
Assim sendo, limitar-me-ei a sublinhar que a correspondência
perfeita entre a hora em que o assassinato aconteceu e a mímica
furiosamente agressiva do cão nos leva inquestionavelmente a
pensar que ele realmente tenha tido a visão subjetiva da cena
dramática na qual seu dono sucumbia; e, consequentemente, que
ele tenha tentado defendê-lo, lançando-se contra o agressor.