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TRABALHO Nº 96

                                      TEMA Nº 1

  AVALIAÇÃO DO EFEITO DE ENTULHOS RECICLADOS NAS
      PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS NO ESTADO
    ENDURECIDO, POR PROCEDIMENTOS RACIONAIS DE
                     DOSAGEM

MIRANDA, Leonardo F. R. (1); SELMO, Sílvia M. S. (2)

(1) Eng. Civil, Doutorando PCC-USP. São Paulo - SP. E-mail miranda@pcc.usp.br

(2) Enga Civil, Prof ª Doutora do PCC-USP. E-mail smsselmo@pcc.usp.br

Palavras-chave: argamassa, entulho, reciclagem

Key-words: mortar, waste, recycling

RESUMO
Este artigo apresenta os resultados da segunda fase de um trabalho de mestrado
(MIRANDA, 2000) que analisou a influência da composição e do teor do entulho em
revestimentos de argamassas, por procedimentos racionais de dosagem.
Foram analisadas argamassas compostas de cimento, entulho e areia de rio com três
composições de entulho reciclado, no traço 1:9 em massa, com materiais secos,
variando-se o teor total de finos < 75 µm em 18%, 25% e 32%. Foi analisada também
uma argamassa de cimento, cal e areia no traço 1:1:8 em massa seca, como referência, e
três argamassas de cimento e entulho no traço 1:9, totalizando treze argamassas. As
propriedades estudadas foram resistência à compressão, módulo de elasticidade,
resistência à tração na flexão e retração linear por secagem.
As propriedades mecânicas das argamassas com entulho sofreram influência direta da
relação água/cimento corrigida, decorrente da composição granulométrica combinada
dos entulhos utilizados e da areia de rio. Foi necessário corrigir a relação água/cimento
em função da absorção de água dos entulhos, principalmente, nas argamassas com
maiores teores de entulho de bloco cerâmico. Observou-se também que o teor de finos
totais menores que 75 µm influenciou mais na retração das argamassas do que a relação
água/cimento.

ABSTRACT
Considering construction waste (CW) recycling, in spite of the environmental and
economic benefits for municipal administrations, it can present a variable performance
on plasterings. Pulverulence and cracking of plasterings can happen, caused by the
composition variations and quantity of the waste, among others.
This paper presents the results of the second phase of one research that analyzes the
influence of the composition and the waste content in plasterings by rational procedures
of mix design.
Mixtures composed by cement, waste and sand were analyzed with three compositions
of recycled CW, in the proportion of 1:9 in mass with dried materials. Total fine content
(lower than 75 µm sieve) was changed between 18%, 25% and 32%. It was also
analyzed cement, hydrated lime and sand mixture in the proportion of 1:1:8 in dried
mass as reference and three composition of cement and waste mixtures with only
proportion 1:9, totalizing thirteen types of mixtures. The properties in these mixtures
were compression resistance, module of elasticity, flexion resistance and linear
shrinkage.
The mechanical properties of CW recycled mortars have directly influenced by the
corrected water/cement ratio. Furthermore, this last property have induced by particle
size distribution of waste composition and river sand. It was necessary to correct the
water/cement ratio in function of the waste water absorption, mainly, in mortar with
higher content of ceramic waste. It was also observed that total fine content (lower than
75 µm sieve) influenced the retraction more than the water/cement ratio.


1. INTRODUÇÃO
O volume de entulho de construção gerado nas médias e grandes cidades brasileiras tem
levado municípios a reciclá-lo, como alternativa para reduzir seus gastos com aterros e a
degradação ambiental (PINTO, 1986).
Uma das possibilidades de reciclagem deste entulho é na produção de agregados com
elevado teor de materiais finos para argamassas sem fins estruturais, tais como
assentamento de alvenarias e revestimento de paredes.
Nas obras de edificações, entretanto, é possível constatar um largo espectro de
desempenho dessas argamassas, principalmente, quando aplicadas como revestimento,
sendo bastante variado o seu comportamento quanto à fissuração e pulverulência
superficial, o que possivelmente decorre, entre outras causas, de um melhor controle de
dosagem e da variabilidade da composição do entulho, sendo ambos os fatores muito
associados ao controle de produção. Mas as variações do entulho reciclado quanto à
composição mineralógica e granulométrica, forma das partículas e teor de
proporcionamento, também podem causar reflexos em propriedades importantes das
argamassas e no desempenho de revestimentos.
Este trabalho refere-se à segunda fase de uma pesquisa que teve por fim analisar o
desempenho de revestimentos de argamassas com entulho reciclado, variando-se a
composição do entulho e os teores de finos totais menores que 75µm, por
procedimentos racionais de dosagem. Os resultados da primeira fase, que tratou da
seleção da composição dos entulhos através das propriedades no estado fresco das
argamassas, constam em MIRANDA & SELMO (1999).
Já no presente trabalho os objetivos são avaliar as propriedades no estado endurecido de
argamassas preparadas com cimento, areia de rio e três diferentes composições de
entulhos reciclados, sendo os entulhos preparados e o traço prefixado por procedimentos
racionais de dosagem, a seguir explicados.
As propriedades analisadas no estado endurecido foram resistência à compressão,
resistência à tração na flexão, módulo de elasticidade e retração linear por secagem.


2. ESTUDO EXPERIMENTAL
2.1 Materiais Utilizados
Os materiais básicos utilizados na pesquisa foram cimento CP II E-32, cal hidratada
CH-I e areia fina de rio, como agregado miúdo principal. As suas características já
foram publicadas em MIRANDA & SELMO (1999). A escolha de areia muito fina
decorre das exigências de se realizar a pesquisa em condições mais críticas de
fissuração dos revestimentos.
As três composições de entulho estudadas, utilizadas como parte do total de agregado e
com a função principal de adição plastificante, constam na Tabela 1. Os materiais
constituintes originaram-se da moagem a seco de blocos cerâmicos, de blocos de
concreto e de argamassa de cimento, cal e areia (traço 1 : 2 : 9 em volume, agregado
úmido), em moinho ANVI 500, durante 20 minutos e com corte em peneira ABNT 4,8
mm.

               Tabela 1: Composições de entulho utilizadas na pesquisa.
    Identificação            Materiais constituintes, % em massa seca
      do tipo de
       entulho      Bloco cerâmico        Argamassa           Bloco de concreto
          T2              55                  45                      0
          T4               0                 100                      0
          T6               0                  45                     55
2.2 Metodologia

2.2.1 Critério de Dosagem dos Entulhos nas Argamassas
O critério de dosagem dos entulhos nas argamassas foi o mesmo adotado por
MIRANDA & SELMO (1999), por sua vez baseado nos seguintes trabalhos
precedentes:
a) de LAHUERTA & MONTERDE (1984), pelo qual o teor total de finos < 75 m, em
argamassas anidras, pode ser considerado como parâmetro de controle da sua
plasticidade no estado fresco;
b) de SELMO & BÜCHER (1990), pelo qual mostraram que tal variável pode ser
adequada para controle da retração potencial de argamassas, principalmente quando se
visa investigar o efeito de acréscimos de um mesmo tipo de adição plastificante e
estando constante o teor de cimento nas argamassas.
Visando melhor comparar a influência do teor de finos total e das diferentes
composições de entulho, aplicou-se o princípio de dosagem explicado, estabelecendo-se
estudar argamassas com três teores de finos totais iguais a 18%, 25% e 32% do traço em
massa e com materiais secos, mantendo-se fixo o teor de cimento e igual a 10% do total
de material. Os traços definidos desta forma estão descritos na Tabela 2.

2.2.2 Critério de Dosagem de Água nas Argamassas
A relação água/cimento (a/c) total das argamassas foi definida de modo a proporcionar-
lhes um índice consistência de 285 ± 15 mm, pela NBR 7215/81, e consta na Tabela 2.
Porém, os entulhos possuem absorção de água igual a 11,5% para o bloco cerâmico,
1,9% para o bloco de concreto e 1% para a argamassa moída, pela NBR 9777/87. Por
isso indica-se também na Tabela 2 os valores corrigidos de a/c e que serão usados para a
análise dos resultados dos ensaios mecânicos. O consumo de cimento das argamassas
resultou praticamente constante, no intervalo de 155 kg/m3 ± 10 kg/m3.
Tabela 2: Traço das argamassas pesquisadas, em massa seca, relação água/cimento (a/c)
  e água/materiais secos (H), para consistência de 285 ± 15 mm, pela NBR 13276/95.
 Teor                                                                    Valores
                Ci            Entulho reciclado              Areia Rel.
 total Identif.                                                         corrigidos
                men Cal                                       de    a/c
   de entulho             Bloco     Arga- Bloco de                             H
                 to                                           rio total a/c
 finos                  cerâmico massa concreto                               (%)
         T2          -    0,60       0,48       -            7,92 2,50 2,39 23,9
                 1
 18%     T4          -      -        1,33       -            7,67 2,50 2,45 24,5
         T6          -      -        0,61     0,75           7,64 2,40 2,34 23,4
         T2          -    1,68       1,37       -            5,95 2,30 2,06 20,6
                 1
 25%     T4          -      -        3,74       -            5,26 2,30 2,24 22,4
         T6          -      -        1,72     2,10           5,18 2,10 2,02 20,2
         T2          -    2,76       2,26       -             4,0 2,30 1,94 19,4
 32%     T4      1   -      -         6,2       -             2,8 2,30 2,22 22,2
         T6          -      -        3,45     2,83            2,7 2,00 1,89 18,9
         E2          -    4,95       4,05       -              -   2,50 1,89 18,9
   >
         E4      1   -      -          9        -              -   2,50 2,41 24,1
 40%
         E6          -      -        4,05     4,95             -   1,90 1,77 17,7
 24% Mista:M 1       1      -          -        -            8,00 2,50 2,46 24,6
2.2.3 Ensaios de Caracterização das Argamassas
As argamassas constantes na Tabela 2 foram analisadas em laboratório quanto às
seguintes propriedades:
a) Resistência à tração na flexão: 4 corpos-de-prova de 40 mm x 40 mm x 160 mm
para cada argamassa foram rompidos, aos 28 dias de idade, de acordo com a norma EN
1015 – Part 11, em uma prensa Emic DL10000, com velocidade de carregamento de 13
N/s;
b) Resistência à compressão: foi medida com quatro corpos-de-prova de dimensões
próximas a 40 mm x 40 mm x 40 mm, aos 28 dias de idade, utilizando-se uma das
metades de cada corpo-de-prova ensaiado à flexão, de acordo com a norma EN 1015 –
Part 11, com velocidade de carregamento de 100 N/s;
c) Módulo de elasticidade: foi medido também aos 28 dias de idade utilizando-se as 4
metades restantes do ensaio de tração na flexão. O ensaio foi realizado em analogia à
NBR 7190/96 efetuando-se inicialmente dois ciclos de carga e descarga a 10% e 50%
do limite de resistência à compressão estimado para cada argamassa. O módulo secante
foi calculado para as deformações medidas, nesses dois limites, no 3º ciclo de
carregamento, através de dois extensômetros elétricos acoplados em duas laterais
opostas de cada corpo-de-prova. A velocidade de carga e descarga adotada foi de 100
N/s. Após atingir 50% da carga de ruptura no terceiro ciclo, os dois extensômetros eram
retirados e o corpo-de-prova levado à ruptura;
d) Retração por secagem: foi medida e calculada em analogia a NBR 8490/84, para 4
corpos-de-prova de 25 mm x 25 mm x 285 mm de cada argamassa. As medidas de
retração iniciaram-se a 7 dias e até 63 dias, sendo que na data da primeira leitura os 4
corpos-de-prova de cada argamassa estavam totalmente saturados, pois foram mantidos
em atmosfera saturada de vapor de água desde a moldagem.
Os corpos-de-prova para todos os ensaios de uma mesma argamassa foram moldados de
uma mesma porção, preparada em argamassadeira de eixo planetário, com o seguinte
procedimento: mistura dos materiais secos com água durante 2 minutos, descanso
durante 10 minutos e mistura da argamassa fresca por mais 2 minutos, sempre em
velocidade baixa.
Os corpos-de-prova de 40 mm x 40 mm x 160 mm foram moldados em mesa vibratória
conforme a EN-1015 e os corpos-de-prova de retração foram moldados manualmente
pela NBR 8490/84.
A desmoldagem dos corpos-de-prova para os ensaios mecânicos e conforme a EN-1015
– Part 11 foi realizada após 3 dias e daí até 7 dias os corpos-de-prova ficaram submersos
em água saturada com cal. De 7 dias em diante, foram armazenados em câmara seca
com umidade relativa de 55 % ± 10 % e temperatura de 24 ºC ± 5 ºC até a data dos
ensaios.


3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
A Figura 1 ilustra os resultados do ensaio de resistência à tração na flexão.
Comparando-se os entulhos reciclados T2 e T6, para um mesmo teor de finos na
argamassa, observa-se que as resistências ficaram muito próximas, chegando a uma
diferença máxima de 10% entre a 25% T2 (bloco cerâmico) e 25% T6 (bloco de
concreto). Porém, a diferença de resistência entre a argamassa T4 e as outras duas
aumentou à medida que cresceu o teor de finos, isto é, de entulho. Isto porque com
maiores teores de finos, as argamassas T2 e T6 consumiram menos água, resultando em
menor relação a/c corrigida (Figura 2), daí atingindo maiores valores de resistência à
tração. Isso não poderia ser observado se fossem comparados somente os valores de
relação a/c total de cada argamassa, o que poderia conduzir a uma conclusão errônea de
que o entulho cerâmico proporciona uma maior resistência que os demais materiais, já
que neste caso ele não apresentou atividade pozolânica.
A argamassa mista foi a que resultou um menor valor de resistência à tração na flexão e
chama a atenção a elevada resistência medida nas argamassas com entulho puro. Cabe
salientar que o ensaio de resistência à tração na flexão pela EN 1015 – Part 11 é feito
com a altura do corpo-de-prova superior a um terço do seu vão, e isto pode explicar os
valores de resistência à flexão relativamente elevados, de 24% a 48% da resistência à
compressão, e bem acima do obtido em outras configurações desse ensaio, para
concretos normais.
A Figura 3 mostra os resultados do ensaio de resistência à compressão. Esta propriedade
comportou-se de forma semelhante à propriedade anterior, sendo que para um mesmo
teor de finos, uma variação de ± 0,12 na relação água/cimento (cerca de ±1% na relação
água/materiais secos) não causou variação significativa na resistência à compressão,
independente do tipo de entulho.
1,9
                                                                             T2



      Resistência à tração na flexão
                                                          T6
                                              1,7
                                                                                                                                                                  18%
                                              1,5                                                                                                                 25%
                  (MPa)                       1,3                      T6          T2
                                                                                                                                                                  32%
                                                                                                                                                                  E
                                                                                                                                            T4                    Mista
                                              1,1
                                                                                        T6
                                                                                                                    T4          T6               T4
                                              0,9                                              T2
                                                                                                                     T4              T2
                                                                                                                                                  M
                                              0,7
                                                    1,7         1,8         1,9         2,0        2,1        2,2         2,3         2,4         2,5
                                                                                  Relação a/c corrigida (kg/kg)


Figura 1: Resistência à tração na flexão das argamassas, aos 28 dias de idade, em função
     da relação a/c corrigida, sendo o ensaio conforme a norma EN 1015 – Part 11.

                                               2,50            T4                   M
                                               2,40                                                                                       E4
              Relação a/c corrigida (kg/kg)




                                                               T2
                                               2,30
                                                           T6                          T4
                                               2,20
                                                                                                          T4
                                               2,10                                    T2
                                               2,00
                                                                                  T6                      T2
                                               1,90
                                               1,80                                                      T6                                             E2
                                               1,70                                                                                       E6
                                                      16              20          24          28         32          36              40          44          48

                                                                                    Teor total de finos < 0,075 mm (%)


 Figura 2: Relação a/c corrigida das argamassas, em função do teor de finos totais < 75
              µm na mistura seca, com variação contrária à esperada em função das
                             características muito finas da areia de rio.
Como ocorreu nas outras duas propriedades já analisadas, o módulo de elasticidade
sofreu influência direta da relação água/cimento necessária para se atingir a consistência
desejada, sendo a demanda de água afetada pela granulometria combinada do entulho e
da areia de rio usada como agregado miúdo principal. Os resultados, ilustrados na
Figura 4, mostram uma tendência de variação linear dessa propriedade com a resistência
à compressão, estando isto de acordo com HILSDORF (1973), segundo o qual o
módulo de elasticidade de argamassas mistas feitas com os materiais encontrados na
Alemanha Ocidental pode ser estimado por Ea = 1000 . faj, onde faj é a resistência à
compressão da argamassa a j dias de idade. Cabe observar que no método de ensaio
adotado para medida do módulo de elasticidade, obteve-se coeficientes de variação
entre 2% e 27%, com média de 10%, o que pode ser considerado aceitável e até bom
para a medida desta propriedade.
8,5

                                                    7,5


      Resistência à compressão (MPa)
                                                                 E6            E2
                                                    6,5
                                                                                                                                                                18%
                                                    5,5                                                                                                         25%
                                                    4,5                              T2                                                                         32%
                                                                              T6                                                                                E
                                                    3,5                                                                                       E4
                                                                                                                       T4                                       Mista
                                                                                          T6                                      T6
                                                                                                  T2
                                                    2,5                                                                                            T4
                                                                                                                       T4
                                                                                                                                       T2
                                                                                                                                                   M
                                                    1,5
                                                          1,7         1,8     1,9         2,0      2,1           2,2        2,3         2,4         2,5
                                                                                    Relação a/c corrigida (kg/kg)


 Figura 3: Resistência à compressão das argamassas, a 28 dias de idade, em função da
     relação água/cimento corrigida, sendo o ensaio conforme a EN 1015-Part 11.
                                                     9,0
                                                                                                         Compressão
                                                     8,0
                                                                                                         y = 1,0683x
                     Módulo de elasticidade (GPa)




                                                                y = 3,8271x
                                                     7,0                                                     2
                                                                 2
                                                                R = 0,8832                               R = 0,8639
                                                     6,0                       Tração
                                                     5,0                       na flexão
                                                                                                                           Ea = 1000.faj
                                                     4,0                                                                 HILSDORF (1973)
                                                     3,0
                                                     2,0
                                                     1,0
                                                     0,0
                                                           0,0         1,0     2,0          3,0        4,0         5,0        6,0           7,0           8,0     9,0
                                                                                            Resistência mecânica (MPa)


Figura 4: Módulo de elasticidade secante das argamassas a 28 dias de idade, em função
             da resistência à compressão, estando o método de ensaio e de cálculo
                                   explicados no item 2.2.3.
A Figura 5 mostra a retração linear por secagem das argamassas em função do teor total
de finos < 75 µm. Os maiores valores de retração foram para as argamassas com
maiores teores desses finos e diminuíram à medida que decresceu esta fração, apesar de
ao mesmo tempo estar aumentando a relação a/c corrigida. Isto pode indicar que a
distribuição do tamanho de poros pelo efeito dos finos nas misturas, teve uma influência
maior na retração por secagem do que a porosidade introduzida pela relação a/c,
somente. Em relação à composição dos entulhos, para o teor de finos igual a 18% os
valores de retração são praticamente constantes para as três composições. Mas com
teores maiores de finos, que torna mais expressiva a influência do entulho por aumentar
a sua proporção na mistura, observa-se que as argamassas com maiores teores de bloco
cerâmico (tipo T2) retraíram ligeiramente menos que as demais, sendo que esta
tendência se manteve para idades mais avançadas das argamassas e até 63 dias (dados
não incluídos na Figura 5).
0
                                                                                                      18% T2
                                -0,02                                                                 18% T4
                                -0,04

      Retração por secagem(%)
                                                                                                      18% T6
                                -0,06                                                                 25% T2
                                -0,08                                                                 25% T4
                                 -0,1                                                                 25% T6
                                -0,12                                                                 32% T2
                                                                                                      32% T4
                                -0,14
                                                                                                      32% T6
                                -0,16
                                                                                                      46% E2
                                -0,18
                                                                                                      40% E4
                                 -0,2                                                                 40% E6
                                -0,22                                                                 Mista
                                        7   12   17   22   27   32   37      42   47   52   57   62
                                                                Idade (dias)

Figura 5: Retração por secagem das argamassas estudadas, em corpos-de-prova da NBR
  8490/84 mantidos em câmara saturada de umidade até 7 dias e após em câmara seca
  (U.R.= 55% ± 10% e T = 24 ºC ± 5 ºC) até 35 dias, sendo que após esta idade não se
                    observaram variações expressivas na retração.


4. CONCLUSÕES
As propriedades mecânicas de argamassas com entulho devem ser analisadas através da
relação a/c corrigida, ou seja, descontando a absorção do entulho, principalmente em
argamassas com grande teor de material cerâmico.
As propriedades mecânicas das argamassas com entulho sofreram influência direta do
consumo de água necessário para atingir a trabalhabilidade desejada, por sua vez
decorrente da composição granulométrica combinada dos entulhos utilizados e da areia
de rio.
Apenas as argamassas com teores de finos iguais a 18% apresentaram retrações
próximas à da argamassa mista, usada como referência. Houve maior retração das
argamassas com maior teor de finos, ainda que possuindo menor relação água/cimento
corrigida do que as argamassas com menores teores de finos. Entretanto, deve-se
realizar medidas de porosimetria de mercúrio para concluir se a distribuição dos
tamanhos dos poros teve uma influência maior na retração por secagem do que a relação
água/cimento.


5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LAHUERTA, J.V., MONTERDE, G.J.C. Estudio teórico y experimental sobre los
  morteros para muros resistentes de fábrica de ladrilho para la actualización de la
  Norma Básica MV 201-1972; 1.parte: Memoria del estudio. Materiales de
  Construccion, 34 (196), 1984, p. 3-41.
MIRANDA, L.F.R.; SELMO; S.M.S. Avaliação de argamassas com entulhos
  reciclados, por procedimentos racionais de dosagem. In: SIMPÓSIO
  BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS, 3., Vitória, 1999.
  ANTAC, Vitória, 1999. p.295-307.
MIRANDA, L.F.R. Estudo de fatores que influem na fissuração de revestimentos de
     argamassa com entulho reciclado. São Paulo, 2000. 172p. Dissertação (Mestrado) -
     Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.
   PINTO, T.P.P. Utilização de resíduos de construção. Estudo do uso em argamassas.
     São Carlos, 1986. 137p. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São
     Carlos, Universidade de São Paulo.
   SELMO, S.M.S, BÜCHER, H.R.E. O saibro na formulação de argamassas de
     assentamento e revestimento: contribuição ao estabelecimento de critérios para
     dosagem. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIMENTO, 2., São Paulo, 1990.
     ABCP, São Paulo, 1990. p. 477-96.


   6. AGRADECIMENTOS
   À FAPESP, pelo apoio financeiro principal, à ANVI, fornecedora do equipamento de
   moagem dos entulhos, á ABCP por auxílio na caracterização dos materiais e ao LCMT
   – PMI, da EPUSP.


   7. ANEXOS
   Tabela A.1: Composição química da primeira partida de cimento CP II-E 32 (ABCP)
            usado nos ensaios.

                                                       Resultados     Limite da NBR
               Ensaios                   Método
                                                          (%)          11578/91 (%)
   Perda ao fogo               (PF)   NBR 5743/89         4,78             ≤ 6,5
   Dióxido de silício        (SiO2)   NBR 9203/85        21,24               -
   Óxido de alumínio       (Al2O3)    NBR 9203/85         4,99               -
   Óxido de ferro          (Fe2O3)    NBR 9203/85         2,71               -
   Óxido de cálcio           (CaO)    NBR 9203/85        57,91               -
   Óxido de magnésio        (MgO)     NBR 9203/85         3,99             ≤ 6,5
   Trióxido de enxofre        (SO3)   NBR 5745/89         2,08             ≤ 4,0
   Óxido de potássio         (K2O)    NBR 5747/85         0,02               -
   Óxido de sódio          (Na2O)     NBR 5747/85         0,08               -
   Anidrido carbônico        (CO2)    NBR 11583/91        3,98             ≤ 5,0
   Cal livre           (CaO livre)    NBR 7227/89         0,72               -
   Resíduo insolúvel           (RI)   NBR 5744/89         1,11             ≤ 2,5
    Equivalente alcalino em Na2O      NBR 9203/85         0,49               -

   Tabela A.2: Características físicas e mecânicas da primeira partida de cimento CP II-E
            (ABCP) usado nos ensaios.
                                                                               Limite da
                  Ensaios                          Método       Resultados
                                                                              NBR 11578/91
        Massa específica (kg / m3)               NM 23/98           3060           -
         Massa unitária (kg / m3)               NBR 7251/82         1120           -
         Área específica (m2 / kg)               NM 76/98            341         ≥ 260
        Consistência normal (%)                 NBR 11580/91        25,4           -
Expansibilidade Le Chatelier a quente (mm)      NBR 11582/91          0           ≤5
75 µm          NBR 1579/91    96,4                  ≥ 88
   Material passante (%)
                                                                 45 µm                          85,9                    -
                                                                  3 dias         NBR 7215/96    20,5                  ≥ 10
        Resistência
                                                                 7 dias                          27                   ≥ 20
    à compressão (MPa)
                                                                 28 dias                        35,3                  ≥ 32
    Tempo de pega (h :                                            Início         NBR 1581/91   6 : 25                 ≥1
         min)                                                     Fim                          9 : 25                 ≤ 10



      Tabela A.3: Caracterizaçãodos entulhos e da areia de rio usados nos ensaios.
          Propriedade                                              Método      Bl.cerâmico Argamassa Bl. concreto Areia
  Dimensão máx. caract. (mm)                                     Gran. a laser      4,8       0,55         4,8     0,56
        Módulo de finura                                         Gran. a laser     1,27       0,74        1,78     0,87
  Materiais pulverulentos (%)1                                   Gran. a laser      46         34          33        5
  Densidade de massa aparente                                    NBR 7251/82       1270      1320        1530     1340
                  3
 Densidade de massa dos grãos                                     NM 23/98         2680      2600        2670     25802
                  3
    Inchamento do agregado                                       NBR 6467/87         -          -           -      1,40
       Sais solúveis (%)3                                        NBR 9917/87       0,14       1,84        0,18       -
Absorção de água dos grãos (%)4                                  NBR 9777/87       11,5       1,0          2,0     0,5
Reatividade potencial com álcalis                                NBR 9774/86 Não reativo Não reativo Não reativo     -
Atividade pozolânica (mg CaO/g)                                   Chapelle         60,9        0,0        15,1       -
    Atividade pozolânica (%)                                     NBR5752/92         55,6       -                  -          -




                                               100
             Material passante acumulado (%)




                                                90
                                                80
                                                70
                                                                                                   Bl. cerâmico
                                                60
                                                                                                   Argamassa
                                                50
                                                                                                   Bl. de concreto
                                                40                                                 Areia fina
                                                30                                                 Cimento
                                                20
                                                10
                                                0
                                                0,0001   0,001       0,01        0,1       1       10
                                                                  Abertura da malha (mm)

        Figura A.1: Curva granulométrica dos entulhos e da areia de rio, por granulometria a
                                              laser.

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1º avaliação do efeito de entulhos reciclados nas propriedades das argamassas no estado endurecido, por procedimentos racionais de dosagem

  • 1. TRABALHO Nº 96 TEMA Nº 1 AVALIAÇÃO DO EFEITO DE ENTULHOS RECICLADOS NAS PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS NO ESTADO ENDURECIDO, POR PROCEDIMENTOS RACIONAIS DE DOSAGEM MIRANDA, Leonardo F. R. (1); SELMO, Sílvia M. S. (2) (1) Eng. Civil, Doutorando PCC-USP. São Paulo - SP. E-mail miranda@pcc.usp.br (2) Enga Civil, Prof ª Doutora do PCC-USP. E-mail smsselmo@pcc.usp.br Palavras-chave: argamassa, entulho, reciclagem Key-words: mortar, waste, recycling RESUMO Este artigo apresenta os resultados da segunda fase de um trabalho de mestrado (MIRANDA, 2000) que analisou a influência da composição e do teor do entulho em revestimentos de argamassas, por procedimentos racionais de dosagem. Foram analisadas argamassas compostas de cimento, entulho e areia de rio com três composições de entulho reciclado, no traço 1:9 em massa, com materiais secos, variando-se o teor total de finos < 75 µm em 18%, 25% e 32%. Foi analisada também uma argamassa de cimento, cal e areia no traço 1:1:8 em massa seca, como referência, e três argamassas de cimento e entulho no traço 1:9, totalizando treze argamassas. As propriedades estudadas foram resistência à compressão, módulo de elasticidade, resistência à tração na flexão e retração linear por secagem. As propriedades mecânicas das argamassas com entulho sofreram influência direta da relação água/cimento corrigida, decorrente da composição granulométrica combinada dos entulhos utilizados e da areia de rio. Foi necessário corrigir a relação água/cimento em função da absorção de água dos entulhos, principalmente, nas argamassas com maiores teores de entulho de bloco cerâmico. Observou-se também que o teor de finos totais menores que 75 µm influenciou mais na retração das argamassas do que a relação água/cimento. ABSTRACT Considering construction waste (CW) recycling, in spite of the environmental and economic benefits for municipal administrations, it can present a variable performance on plasterings. Pulverulence and cracking of plasterings can happen, caused by the composition variations and quantity of the waste, among others. This paper presents the results of the second phase of one research that analyzes the influence of the composition and the waste content in plasterings by rational procedures of mix design.
  • 2. Mixtures composed by cement, waste and sand were analyzed with three compositions of recycled CW, in the proportion of 1:9 in mass with dried materials. Total fine content (lower than 75 µm sieve) was changed between 18%, 25% and 32%. It was also analyzed cement, hydrated lime and sand mixture in the proportion of 1:1:8 in dried mass as reference and three composition of cement and waste mixtures with only proportion 1:9, totalizing thirteen types of mixtures. The properties in these mixtures were compression resistance, module of elasticity, flexion resistance and linear shrinkage. The mechanical properties of CW recycled mortars have directly influenced by the corrected water/cement ratio. Furthermore, this last property have induced by particle size distribution of waste composition and river sand. It was necessary to correct the water/cement ratio in function of the waste water absorption, mainly, in mortar with higher content of ceramic waste. It was also observed that total fine content (lower than 75 µm sieve) influenced the retraction more than the water/cement ratio. 1. INTRODUÇÃO O volume de entulho de construção gerado nas médias e grandes cidades brasileiras tem levado municípios a reciclá-lo, como alternativa para reduzir seus gastos com aterros e a degradação ambiental (PINTO, 1986). Uma das possibilidades de reciclagem deste entulho é na produção de agregados com elevado teor de materiais finos para argamassas sem fins estruturais, tais como assentamento de alvenarias e revestimento de paredes. Nas obras de edificações, entretanto, é possível constatar um largo espectro de desempenho dessas argamassas, principalmente, quando aplicadas como revestimento, sendo bastante variado o seu comportamento quanto à fissuração e pulverulência superficial, o que possivelmente decorre, entre outras causas, de um melhor controle de dosagem e da variabilidade da composição do entulho, sendo ambos os fatores muito associados ao controle de produção. Mas as variações do entulho reciclado quanto à composição mineralógica e granulométrica, forma das partículas e teor de proporcionamento, também podem causar reflexos em propriedades importantes das argamassas e no desempenho de revestimentos. Este trabalho refere-se à segunda fase de uma pesquisa que teve por fim analisar o desempenho de revestimentos de argamassas com entulho reciclado, variando-se a composição do entulho e os teores de finos totais menores que 75µm, por procedimentos racionais de dosagem. Os resultados da primeira fase, que tratou da seleção da composição dos entulhos através das propriedades no estado fresco das argamassas, constam em MIRANDA & SELMO (1999). Já no presente trabalho os objetivos são avaliar as propriedades no estado endurecido de argamassas preparadas com cimento, areia de rio e três diferentes composições de entulhos reciclados, sendo os entulhos preparados e o traço prefixado por procedimentos racionais de dosagem, a seguir explicados. As propriedades analisadas no estado endurecido foram resistência à compressão, resistência à tração na flexão, módulo de elasticidade e retração linear por secagem. 2. ESTUDO EXPERIMENTAL
  • 3. 2.1 Materiais Utilizados Os materiais básicos utilizados na pesquisa foram cimento CP II E-32, cal hidratada CH-I e areia fina de rio, como agregado miúdo principal. As suas características já foram publicadas em MIRANDA & SELMO (1999). A escolha de areia muito fina decorre das exigências de se realizar a pesquisa em condições mais críticas de fissuração dos revestimentos. As três composições de entulho estudadas, utilizadas como parte do total de agregado e com a função principal de adição plastificante, constam na Tabela 1. Os materiais constituintes originaram-se da moagem a seco de blocos cerâmicos, de blocos de concreto e de argamassa de cimento, cal e areia (traço 1 : 2 : 9 em volume, agregado úmido), em moinho ANVI 500, durante 20 minutos e com corte em peneira ABNT 4,8 mm. Tabela 1: Composições de entulho utilizadas na pesquisa. Identificação Materiais constituintes, % em massa seca do tipo de entulho Bloco cerâmico Argamassa Bloco de concreto T2 55 45 0 T4 0 100 0 T6 0 45 55 2.2 Metodologia 2.2.1 Critério de Dosagem dos Entulhos nas Argamassas O critério de dosagem dos entulhos nas argamassas foi o mesmo adotado por MIRANDA & SELMO (1999), por sua vez baseado nos seguintes trabalhos precedentes: a) de LAHUERTA & MONTERDE (1984), pelo qual o teor total de finos < 75 m, em argamassas anidras, pode ser considerado como parâmetro de controle da sua plasticidade no estado fresco; b) de SELMO & BÜCHER (1990), pelo qual mostraram que tal variável pode ser adequada para controle da retração potencial de argamassas, principalmente quando se visa investigar o efeito de acréscimos de um mesmo tipo de adição plastificante e estando constante o teor de cimento nas argamassas. Visando melhor comparar a influência do teor de finos total e das diferentes composições de entulho, aplicou-se o princípio de dosagem explicado, estabelecendo-se estudar argamassas com três teores de finos totais iguais a 18%, 25% e 32% do traço em massa e com materiais secos, mantendo-se fixo o teor de cimento e igual a 10% do total de material. Os traços definidos desta forma estão descritos na Tabela 2. 2.2.2 Critério de Dosagem de Água nas Argamassas A relação água/cimento (a/c) total das argamassas foi definida de modo a proporcionar- lhes um índice consistência de 285 ± 15 mm, pela NBR 7215/81, e consta na Tabela 2. Porém, os entulhos possuem absorção de água igual a 11,5% para o bloco cerâmico, 1,9% para o bloco de concreto e 1% para a argamassa moída, pela NBR 9777/87. Por isso indica-se também na Tabela 2 os valores corrigidos de a/c e que serão usados para a análise dos resultados dos ensaios mecânicos. O consumo de cimento das argamassas resultou praticamente constante, no intervalo de 155 kg/m3 ± 10 kg/m3.
  • 4. Tabela 2: Traço das argamassas pesquisadas, em massa seca, relação água/cimento (a/c) e água/materiais secos (H), para consistência de 285 ± 15 mm, pela NBR 13276/95. Teor Valores Ci Entulho reciclado Areia Rel. total Identif. corrigidos men Cal de a/c de entulho Bloco Arga- Bloco de H to rio total a/c finos cerâmico massa concreto (%) T2 - 0,60 0,48 - 7,92 2,50 2,39 23,9 1 18% T4 - - 1,33 - 7,67 2,50 2,45 24,5 T6 - - 0,61 0,75 7,64 2,40 2,34 23,4 T2 - 1,68 1,37 - 5,95 2,30 2,06 20,6 1 25% T4 - - 3,74 - 5,26 2,30 2,24 22,4 T6 - - 1,72 2,10 5,18 2,10 2,02 20,2 T2 - 2,76 2,26 - 4,0 2,30 1,94 19,4 32% T4 1 - - 6,2 - 2,8 2,30 2,22 22,2 T6 - - 3,45 2,83 2,7 2,00 1,89 18,9 E2 - 4,95 4,05 - - 2,50 1,89 18,9 > E4 1 - - 9 - - 2,50 2,41 24,1 40% E6 - - 4,05 4,95 - 1,90 1,77 17,7 24% Mista:M 1 1 - - - 8,00 2,50 2,46 24,6 2.2.3 Ensaios de Caracterização das Argamassas As argamassas constantes na Tabela 2 foram analisadas em laboratório quanto às seguintes propriedades: a) Resistência à tração na flexão: 4 corpos-de-prova de 40 mm x 40 mm x 160 mm para cada argamassa foram rompidos, aos 28 dias de idade, de acordo com a norma EN 1015 – Part 11, em uma prensa Emic DL10000, com velocidade de carregamento de 13 N/s; b) Resistência à compressão: foi medida com quatro corpos-de-prova de dimensões próximas a 40 mm x 40 mm x 40 mm, aos 28 dias de idade, utilizando-se uma das metades de cada corpo-de-prova ensaiado à flexão, de acordo com a norma EN 1015 – Part 11, com velocidade de carregamento de 100 N/s; c) Módulo de elasticidade: foi medido também aos 28 dias de idade utilizando-se as 4 metades restantes do ensaio de tração na flexão. O ensaio foi realizado em analogia à NBR 7190/96 efetuando-se inicialmente dois ciclos de carga e descarga a 10% e 50% do limite de resistência à compressão estimado para cada argamassa. O módulo secante foi calculado para as deformações medidas, nesses dois limites, no 3º ciclo de carregamento, através de dois extensômetros elétricos acoplados em duas laterais opostas de cada corpo-de-prova. A velocidade de carga e descarga adotada foi de 100 N/s. Após atingir 50% da carga de ruptura no terceiro ciclo, os dois extensômetros eram retirados e o corpo-de-prova levado à ruptura; d) Retração por secagem: foi medida e calculada em analogia a NBR 8490/84, para 4 corpos-de-prova de 25 mm x 25 mm x 285 mm de cada argamassa. As medidas de retração iniciaram-se a 7 dias e até 63 dias, sendo que na data da primeira leitura os 4 corpos-de-prova de cada argamassa estavam totalmente saturados, pois foram mantidos em atmosfera saturada de vapor de água desde a moldagem. Os corpos-de-prova para todos os ensaios de uma mesma argamassa foram moldados de uma mesma porção, preparada em argamassadeira de eixo planetário, com o seguinte procedimento: mistura dos materiais secos com água durante 2 minutos, descanso
  • 5. durante 10 minutos e mistura da argamassa fresca por mais 2 minutos, sempre em velocidade baixa. Os corpos-de-prova de 40 mm x 40 mm x 160 mm foram moldados em mesa vibratória conforme a EN-1015 e os corpos-de-prova de retração foram moldados manualmente pela NBR 8490/84. A desmoldagem dos corpos-de-prova para os ensaios mecânicos e conforme a EN-1015 – Part 11 foi realizada após 3 dias e daí até 7 dias os corpos-de-prova ficaram submersos em água saturada com cal. De 7 dias em diante, foram armazenados em câmara seca com umidade relativa de 55 % ± 10 % e temperatura de 24 ºC ± 5 ºC até a data dos ensaios. 3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS A Figura 1 ilustra os resultados do ensaio de resistência à tração na flexão. Comparando-se os entulhos reciclados T2 e T6, para um mesmo teor de finos na argamassa, observa-se que as resistências ficaram muito próximas, chegando a uma diferença máxima de 10% entre a 25% T2 (bloco cerâmico) e 25% T6 (bloco de concreto). Porém, a diferença de resistência entre a argamassa T4 e as outras duas aumentou à medida que cresceu o teor de finos, isto é, de entulho. Isto porque com maiores teores de finos, as argamassas T2 e T6 consumiram menos água, resultando em menor relação a/c corrigida (Figura 2), daí atingindo maiores valores de resistência à tração. Isso não poderia ser observado se fossem comparados somente os valores de relação a/c total de cada argamassa, o que poderia conduzir a uma conclusão errônea de que o entulho cerâmico proporciona uma maior resistência que os demais materiais, já que neste caso ele não apresentou atividade pozolânica. A argamassa mista foi a que resultou um menor valor de resistência à tração na flexão e chama a atenção a elevada resistência medida nas argamassas com entulho puro. Cabe salientar que o ensaio de resistência à tração na flexão pela EN 1015 – Part 11 é feito com a altura do corpo-de-prova superior a um terço do seu vão, e isto pode explicar os valores de resistência à flexão relativamente elevados, de 24% a 48% da resistência à compressão, e bem acima do obtido em outras configurações desse ensaio, para concretos normais. A Figura 3 mostra os resultados do ensaio de resistência à compressão. Esta propriedade comportou-se de forma semelhante à propriedade anterior, sendo que para um mesmo teor de finos, uma variação de ± 0,12 na relação água/cimento (cerca de ±1% na relação água/materiais secos) não causou variação significativa na resistência à compressão, independente do tipo de entulho.
  • 6. 1,9 T2 Resistência à tração na flexão T6 1,7 18% 1,5 25% (MPa) 1,3 T6 T2 32% E T4 Mista 1,1 T6 T4 T6 T4 0,9 T2 T4 T2 M 0,7 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 Relação a/c corrigida (kg/kg) Figura 1: Resistência à tração na flexão das argamassas, aos 28 dias de idade, em função da relação a/c corrigida, sendo o ensaio conforme a norma EN 1015 – Part 11. 2,50 T4 M 2,40 E4 Relação a/c corrigida (kg/kg) T2 2,30 T6 T4 2,20 T4 2,10 T2 2,00 T6 T2 1,90 1,80 T6 E2 1,70 E6 16 20 24 28 32 36 40 44 48 Teor total de finos < 0,075 mm (%) Figura 2: Relação a/c corrigida das argamassas, em função do teor de finos totais < 75 µm na mistura seca, com variação contrária à esperada em função das características muito finas da areia de rio. Como ocorreu nas outras duas propriedades já analisadas, o módulo de elasticidade sofreu influência direta da relação água/cimento necessária para se atingir a consistência desejada, sendo a demanda de água afetada pela granulometria combinada do entulho e da areia de rio usada como agregado miúdo principal. Os resultados, ilustrados na Figura 4, mostram uma tendência de variação linear dessa propriedade com a resistência à compressão, estando isto de acordo com HILSDORF (1973), segundo o qual o módulo de elasticidade de argamassas mistas feitas com os materiais encontrados na Alemanha Ocidental pode ser estimado por Ea = 1000 . faj, onde faj é a resistência à compressão da argamassa a j dias de idade. Cabe observar que no método de ensaio adotado para medida do módulo de elasticidade, obteve-se coeficientes de variação entre 2% e 27%, com média de 10%, o que pode ser considerado aceitável e até bom para a medida desta propriedade.
  • 7. 8,5 7,5 Resistência à compressão (MPa) E6 E2 6,5 18% 5,5 25% 4,5 T2 32% T6 E 3,5 E4 T4 Mista T6 T6 T2 2,5 T4 T4 T2 M 1,5 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 Relação a/c corrigida (kg/kg) Figura 3: Resistência à compressão das argamassas, a 28 dias de idade, em função da relação água/cimento corrigida, sendo o ensaio conforme a EN 1015-Part 11. 9,0 Compressão 8,0 y = 1,0683x Módulo de elasticidade (GPa) y = 3,8271x 7,0 2 2 R = 0,8832 R = 0,8639 6,0 Tração 5,0 na flexão Ea = 1000.faj 4,0 HILSDORF (1973) 3,0 2,0 1,0 0,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 Resistência mecânica (MPa) Figura 4: Módulo de elasticidade secante das argamassas a 28 dias de idade, em função da resistência à compressão, estando o método de ensaio e de cálculo explicados no item 2.2.3. A Figura 5 mostra a retração linear por secagem das argamassas em função do teor total de finos < 75 µm. Os maiores valores de retração foram para as argamassas com maiores teores desses finos e diminuíram à medida que decresceu esta fração, apesar de ao mesmo tempo estar aumentando a relação a/c corrigida. Isto pode indicar que a distribuição do tamanho de poros pelo efeito dos finos nas misturas, teve uma influência maior na retração por secagem do que a porosidade introduzida pela relação a/c, somente. Em relação à composição dos entulhos, para o teor de finos igual a 18% os valores de retração são praticamente constantes para as três composições. Mas com teores maiores de finos, que torna mais expressiva a influência do entulho por aumentar a sua proporção na mistura, observa-se que as argamassas com maiores teores de bloco cerâmico (tipo T2) retraíram ligeiramente menos que as demais, sendo que esta tendência se manteve para idades mais avançadas das argamassas e até 63 dias (dados não incluídos na Figura 5).
  • 8. 0 18% T2 -0,02 18% T4 -0,04 Retração por secagem(%) 18% T6 -0,06 25% T2 -0,08 25% T4 -0,1 25% T6 -0,12 32% T2 32% T4 -0,14 32% T6 -0,16 46% E2 -0,18 40% E4 -0,2 40% E6 -0,22 Mista 7 12 17 22 27 32 37 42 47 52 57 62 Idade (dias) Figura 5: Retração por secagem das argamassas estudadas, em corpos-de-prova da NBR 8490/84 mantidos em câmara saturada de umidade até 7 dias e após em câmara seca (U.R.= 55% ± 10% e T = 24 ºC ± 5 ºC) até 35 dias, sendo que após esta idade não se observaram variações expressivas na retração. 4. CONCLUSÕES As propriedades mecânicas de argamassas com entulho devem ser analisadas através da relação a/c corrigida, ou seja, descontando a absorção do entulho, principalmente em argamassas com grande teor de material cerâmico. As propriedades mecânicas das argamassas com entulho sofreram influência direta do consumo de água necessário para atingir a trabalhabilidade desejada, por sua vez decorrente da composição granulométrica combinada dos entulhos utilizados e da areia de rio. Apenas as argamassas com teores de finos iguais a 18% apresentaram retrações próximas à da argamassa mista, usada como referência. Houve maior retração das argamassas com maior teor de finos, ainda que possuindo menor relação água/cimento corrigida do que as argamassas com menores teores de finos. Entretanto, deve-se realizar medidas de porosimetria de mercúrio para concluir se a distribuição dos tamanhos dos poros teve uma influência maior na retração por secagem do que a relação água/cimento. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LAHUERTA, J.V., MONTERDE, G.J.C. Estudio teórico y experimental sobre los morteros para muros resistentes de fábrica de ladrilho para la actualización de la Norma Básica MV 201-1972; 1.parte: Memoria del estudio. Materiales de Construccion, 34 (196), 1984, p. 3-41. MIRANDA, L.F.R.; SELMO; S.M.S. Avaliação de argamassas com entulhos reciclados, por procedimentos racionais de dosagem. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS, 3., Vitória, 1999. ANTAC, Vitória, 1999. p.295-307.
  • 9. MIRANDA, L.F.R. Estudo de fatores que influem na fissuração de revestimentos de argamassa com entulho reciclado. São Paulo, 2000. 172p. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. PINTO, T.P.P. Utilização de resíduos de construção. Estudo do uso em argamassas. São Carlos, 1986. 137p. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. SELMO, S.M.S, BÜCHER, H.R.E. O saibro na formulação de argamassas de assentamento e revestimento: contribuição ao estabelecimento de critérios para dosagem. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIMENTO, 2., São Paulo, 1990. ABCP, São Paulo, 1990. p. 477-96. 6. AGRADECIMENTOS À FAPESP, pelo apoio financeiro principal, à ANVI, fornecedora do equipamento de moagem dos entulhos, á ABCP por auxílio na caracterização dos materiais e ao LCMT – PMI, da EPUSP. 7. ANEXOS Tabela A.1: Composição química da primeira partida de cimento CP II-E 32 (ABCP) usado nos ensaios. Resultados Limite da NBR Ensaios Método (%) 11578/91 (%) Perda ao fogo (PF) NBR 5743/89 4,78 ≤ 6,5 Dióxido de silício (SiO2) NBR 9203/85 21,24 - Óxido de alumínio (Al2O3) NBR 9203/85 4,99 - Óxido de ferro (Fe2O3) NBR 9203/85 2,71 - Óxido de cálcio (CaO) NBR 9203/85 57,91 - Óxido de magnésio (MgO) NBR 9203/85 3,99 ≤ 6,5 Trióxido de enxofre (SO3) NBR 5745/89 2,08 ≤ 4,0 Óxido de potássio (K2O) NBR 5747/85 0,02 - Óxido de sódio (Na2O) NBR 5747/85 0,08 - Anidrido carbônico (CO2) NBR 11583/91 3,98 ≤ 5,0 Cal livre (CaO livre) NBR 7227/89 0,72 - Resíduo insolúvel (RI) NBR 5744/89 1,11 ≤ 2,5 Equivalente alcalino em Na2O NBR 9203/85 0,49 - Tabela A.2: Características físicas e mecânicas da primeira partida de cimento CP II-E (ABCP) usado nos ensaios. Limite da Ensaios Método Resultados NBR 11578/91 Massa específica (kg / m3) NM 23/98 3060 - Massa unitária (kg / m3) NBR 7251/82 1120 - Área específica (m2 / kg) NM 76/98 341 ≥ 260 Consistência normal (%) NBR 11580/91 25,4 - Expansibilidade Le Chatelier a quente (mm) NBR 11582/91 0 ≤5
  • 10. 75 µm NBR 1579/91 96,4 ≥ 88 Material passante (%) 45 µm 85,9 - 3 dias NBR 7215/96 20,5 ≥ 10 Resistência 7 dias 27 ≥ 20 à compressão (MPa) 28 dias 35,3 ≥ 32 Tempo de pega (h : Início NBR 1581/91 6 : 25 ≥1 min) Fim 9 : 25 ≤ 10 Tabela A.3: Caracterizaçãodos entulhos e da areia de rio usados nos ensaios. Propriedade Método Bl.cerâmico Argamassa Bl. concreto Areia Dimensão máx. caract. (mm) Gran. a laser 4,8 0,55 4,8 0,56 Módulo de finura Gran. a laser 1,27 0,74 1,78 0,87 Materiais pulverulentos (%)1 Gran. a laser 46 34 33 5 Densidade de massa aparente NBR 7251/82 1270 1320 1530 1340 3 Densidade de massa dos grãos NM 23/98 2680 2600 2670 25802 3 Inchamento do agregado NBR 6467/87 - - - 1,40 Sais solúveis (%)3 NBR 9917/87 0,14 1,84 0,18 - Absorção de água dos grãos (%)4 NBR 9777/87 11,5 1,0 2,0 0,5 Reatividade potencial com álcalis NBR 9774/86 Não reativo Não reativo Não reativo - Atividade pozolânica (mg CaO/g) Chapelle 60,9 0,0 15,1 - Atividade pozolânica (%) NBR5752/92 55,6 - - - 100 Material passante acumulado (%) 90 80 70 Bl. cerâmico 60 Argamassa 50 Bl. de concreto 40 Areia fina 30 Cimento 20 10 0 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 Abertura da malha (mm) Figura A.1: Curva granulométrica dos entulhos e da areia de rio, por granulometria a laser.