O documento discute os principais conceitos de ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas na teoria da contabilidade. Em particular, define ativos como recursos controlados pela entidade e passivos como obrigações para com terceiros. Também apresenta os principais critérios para avaliação e mensuração desses itens, como custo histórico, custo de reposição e valores de mercado.
3. 1.1 - Definição de Ativo
“O ativo compreende as aplicações de
recursos representados por bens e
direitos”
Resolução CFC 847/99
3
4. 1.1 - Definição de Ativo
“o conjunto de meios ou a matéria posta
à disposição do administrador para que
este possa operar de modo a conseguir os
fins que a entidade ... tem em vista”...
Francisco D’Auria - 1958
4
5. 1.1 - Definição de Ativo
“...ativos representam benefícios futuros
esperados, direitos que foram adquiridos
pela entidade como resultado de alguma
transação corrente ou passada”...
Sprouse e Moonitz - 1962
5
6. 1.2 - Ativo: Conceitos Básicos
PROPRIEDADE E/OU DIREITO
POSSE E CONTROLE EXCLUSIVO
ATIVO
(Tangível e Intangível)
EXPECTATIVA
BENEFÍCIOS FUTUROS
Rendimentos Fluxo caixa
(receitas) Lucros
($$$)
(sacrifício ativos) 6
7. 1.3 -Avaliação de Ativos
“...vontade que a avaliação represente a melhor
quantificação possível dos potenciais de serviços que
o ativo apresenta para a entidade.” (Iudicíbus)
Hendriksen e Breda
Historiadores = custo
histórico => beneficia a DRE
Futuristas = custo corrente =>
beneficia o Balanço
7
8. 1.3 -Avaliação de Ativos
Valores
Postulado ⇒ Continuidade
de
Princípio ⇒ Custo Entrada
Representa o volume de caixa (...) pago quando um ativo ou seu
serviço ingressam na empresa (...) Podem basear-se em trocas
passadas, correntes ou futuras esperadas. (Hendriksen e Breda)
Valores
Visão mais gerencial de
Saída
Representa o volume de caixa (...) recebido quando um ativo ou seu
serviço deixa a empresa. (Hendriksen e Breda)
8
9. 1.3 -Avaliação de Ativos
V A L O R E S D E
E N T R A D A
P a ssa d o c u s to h is t ó r ic o
C o rre n te c u s to d e r e p o s iç ã o
F u tu ro c u s to s e s p e ra d o s d e r e p o s iç ã o
V A L O R E S D E
S A Í D A
P a ssa d o p re ço s d e v e n d a p a ssa d o s
C o rre n te p re ç o s c o rre n te s d e v e n d a
F u tu ro v a lo r r e a liz á v e l e s p e r a d o
9
10. 1.4 - Ativos: Critérios de Avaliação
Valores de Entrada
Custo histórico (original)
Custo histórico (original) corrigido
Custo reposição
ִCusto Corrente
ִCusto Original corrigido no estado em que se
encontra
ִCusto reposição - estado de novo
ִCusto reposição - estado em que se encontra
Custo de Reposição Corrigido 10
11. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Entrada
Custo histórico (original)
Representa o sacrifício financeiro no
momento da sua aquisição
“Uma das mais fortes razões da adoção generalizada
do custo histórico tem sido sua estreita relação com
o conceito de realização da receita na mensuração
do lucro.” (Hendriksen e Breda)
11
12. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Entrada
Custo histórico (orig.) corrigido
Custo histórico corrigido pela variação do poder
aquisitivo da moeda.
Utilizado em países hiper-inflacionários
Reconhecido e indicado p/IASB e ONU
Quando a inflação é baixa tende-se a se afastar da
verdade setorial.
Exemplo: Custo histórico de $200,00 em t1,
considerando a inflação de 20%, em t2, o custo
histórico corrigido seria de $240,00. 12
13. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Entrada
Custo corrente
Quanto valem os insumos para a produção de
um bem numa determinada data? (em estado
de novo ou usado)
Exemplo: Bem produzido em t0 por $ 1.000,00.
Considerando uma taxa de depreciação de 10%aa, ao
final do ano t1 teríamos $ 900,00. Entretanto, os
insumos necessários para a sua produção, em t1,
seria de $ 950,00.
13
14. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Entrada
Custo original corrigido no estado em que
se encontra
Valor residual do bem corrigido pela inflação
Exemplo: Bem adquirido em t0 por $1.000,00,
considerando uma taxa de depreciação de 10%ªª e
inflação anual de 50%, teríamos ao final de t1 o valor
original corrigido no estado em que se encontra de
$1.350,00.
14
15. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Entrada
Custo de reposição no estado de novo
Bem novo produzido/adquirido, tendo
características técnicas diferentes, embora
prestando serviços equivalentes.
Exemplo: Um Fiat Uno adquirido em 1990 e o mesmo
Fiat Uno ou um FIAT Palio adquirido em 2000
15
16. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Entrada
Custo de reposição no estado em que se
encontra
Quanto custa hoje o bem adquirido no
passado? (levando em consideração os
desgastes e os atrasos tecnológicos).
Exemplo: Quanto custa, em 2000, o FIAT Uno
adquirido em 1990?
16
17. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Entrada
Custo de reposição corrigido
É o custo de reposição em t0 corrigido pela
variação do poder aquisitivo da moeda para t1.
Este valor normalmente será diferente do custo
de reposição em t1.
Exemplo: Supondo um custo de reposição de $200,00
em t0 e uma inflação anual de 50% em t1. Logo, o
custo de reposição corrigido para t1 é de $300,00.
17
18. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Entrada
X 1 X 2 X 3
C u s to h is t ó r ic o ( o r ig in a l) 1 .0 0 0 ,0 0 2 5 % 2 0 %
C u s to h is t ó r ic o ( o r ig in a l) c o r r ig id o 1 .2 5 0 ,0 0 1 .5 0 0 ,0 0
C u s to d e r e p o s iç ã o 1 .0 0 0 ,0 0 1 .3 5 0 ,0 0 2 0 % 1 .4 5 0 ,0 0
C u s to d e r e p o s iç ã o c o r r ig id o 1 .2 5 0 ,0 0 1 .6 2 0 ,0 0
E m X 1 o s v a lo r e s d o c u s t o h is t ó r ic o e
c u s t o d e r e p o s iç ã o t e n d e m a s e r ig u a is ,
p o is s ã o o s v a lo r e s d e m e r c a d o .
O c u s t o h is t ó r ic o c o r r ig id o e o c u s t o d e
r e p o s iç ã o c o r r ig id o e m X 2 t a m b é m s ã o
s e m e lh a n t e s , e m f u n ç ã o d a p a r t id a in ic ia l.
O c u s t o h is t ó r ic o c o r r ig id o e o c u s t o d e
r e p o s iç ã o c o r r ig id o d e ix a d e s e r
s e m e lh a n t e s a p a r t ir d e X 2 .
D a d o s :
I n f la ç ã o X 2 2 5 %
I n f la ç ã o X 3 2 0 % 1 2 5 %
18
19. 1.4 - Ativos: Critérios de Avaliação
Valores de Saída
Valores descontados das entradas líquidas de
caixa futuras
Preços correntes de venda
Equivalentes correntes de caixa
Valores em liquidação
19
20. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Saída
Valores descontados das entradas líquidas
de caixa futuras
Qual o valor presente de um fluxo de caixa
futuro, para um determinado ativo?
20
21. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Saída
Preços correntes de venda
Quanto a entidade pode conseguir através da
venda dos seus ativos, abatido as respectivas
despesas das vendas?
Não se aplica a todos os ativos, sendo mais
indicado para a avaliação dos estoques.
21
22. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Saída
Equivalentes correntes de caixa
Montante de caixa que poderia ser obtido com
a venda de cada ativo em condições
organizadas de liquidação num mercado
estável.
Não consegue exprimir valores para itens que
não possuem cotações correntes no mercado
(ex.: equipamentos especializados)
22
23. 1.4 - Critérios de Avaliação: Valores de
Saída
Valores de liquidação
Montante de caixa que poderá ser obtido com a
venda forçada dos ativos, numa situação de
obsolescência do ativo ou descontinuidade da
empresa.
23
24. 1.5 - Critérios de Avaliação: Custo x
Mercado
Conceito de avaliação mista, adota-se o que for
menor.
Política de Conservadorismo
Criticas (Hendriksen e Breda)
ִtendem a subavaliar os ativos
ִconservadorismo exercício 1 é contrabalançado no
exercício 2
ִé intrinsecamente incoerente (nenhum conceito
está sendo utilizado sistematicamente) 24
25. 1.6 - Ativos Intangíveis
Capital Intelectual (Edvinsson e Malone)
ִCapital Humano
ִCapital Estrutural
ִCapital de Clientes
Goodwill
25
26. 1.7 - Ativos: Outros Assuntos
Essência sobre a forma
(propriedade/posse)
ִLeasing
ִSale Lease back
26
27. 2.1 - Definição de Passivo
“o Passivo compreende as origens de
recursos representados pelas obrigações
para com terceiros”
Resolução CFC 847/99
27
28. 2.1 - Definição de Passivo
“obrigações ou compromissos de uma
empresa no sentido de entregar dinheiro,
bens ou serviços a uma pessoa, empresa
ou organização externa em alguma data
futura”
Hendricksen e Breda - 1999
28
29. 2.2 - Passivo: Conceitos Básicos
Obrigação ou Transação ou
Responsabilidade Evento
Presente Ocorrido
PASSIVO
Comprometimento leva
a Sacrifício Futuro
29
30. 2.3 - Avaliação e Mensuração dos
Passivos
Problema principal: momento do seu
reconhecimento
Avaliação recai sobre itens monetários
fixos
ִValor presente dos montantes a serem pagos
no futuro
30
31. 2.3 - Avaliação e Mensuração dos
Passivos
Momento de Reconhecimento das
Exigibilidades
ִIncorrência de uma despesa
ִReconhecimento de uma perda
ִRecebimento de um ativo
Obrigações dependentes exclusivamente
de eventos futuros NÃO deveriam ser
incluídos
31
32. 2.4 - Tipos de Passivos
Atividades operacionais, líquidas e certas
Decorrentes das atividades usuais da empresa
Atividades de financiamento
Decorrentes da contratação de empréstimos
(capital giro/investimento)
Atividades societárias
Obrigações estatutárias p/ sócios
Provisões
Passivos contingentes
32
33. 2.5 - Passivos Contingentes
Obrigação que pode surgir dependendo
de uma ocorrência futura (probabilidade
de ocorrência alta)
Perda pode ser razoavelmente estimada
Probabilidade de ocorrência baixa ⇒
evidencia em notas explicativas
33
34. 2.5 - Passivos Contingentes
FLUXOGRAMA DE DECISÃO - IAS 37
Início
Obrigação atual
NÃO Obrigação NÃO
como conseqüência
de um evento possível?
contingente? SIM
SIM
Saída NÃO SIM
Remota?
Provável?
SIM NÃO
Estimativa NÃO (rara)
confiável?
SIM
Divulgue o passivo
Provisione Não faça nada
contingente
34
35. 2.5 - Passivos contingentes
Provisão para Contingências
X
Reserva para Contingências
35
36. 2.5 - Passivos contingentes
Provisão para Contingências
ִExpectativas de perdas de ativos ou
acréscimos de exigibilidade que reduzem o PL
ִFato Gerador atrelado a eventos passados ou
presentes
Exemplo: garantias a produtos, ações cíveis e
trabalhistas.
36
37. 2.5 - Passivos contingentes
Reserva para Contingências
ִExpectativa de perdas ou prejuízos ainda não
incorridos
ִFato gerador atrelado a eventos futuros
Exemplos: perdas cíclicas, por exemplo geadas,
secas, inundações.
37
38. 2.6 - Passivos: Títulos Híbridos
Debêntures conversíveis em ações
Dividas Subordinadas
Instrumentos híbridos de capital e dívida
38
39. 3.1 - Abordagens do Patrimônio
Líquido
Teoria do Proprietário
Ativo - Passivo = PL (Proprietário)
ִProprietário é o centro de atenção da
Contabilidade
39
40. 3.1 - Abordagens do Patrimônio
Líquido
Teoria da entidade
Ativo = Obrigações + PL
OU
Ativo = Passivo
ִEntidade tem uma vida distinta dos
interesses pessoais dos proprietários
40
41. 3.1 - Abordagens do Patrimônio
Líquido
Teoria do acionista ordinário
Ativos - Passivos = Interesse residual
ִVariante da teoria da entidade
ִInvestimentos em uma S/A, exceto os
acionistas ordinários, são outsiders
41
42. 3.1 - Abordagens do Patrimônio
Líquido
Teoria do fundo
Ativo (aplicações) = Restrições sobre os ativos
(fontes)
ִFundo é o núcleo de interesse
ִFundo inclui grupo de ativos e obrigações
relacionadas
42
43. 3.1 - Abordagens do Patrimônio
Líquido
Teoria do Comando
ִCentralizada no controle econômico
efetivo dos recursos pelos gerentes ou
“comandantes”
43
44. 3.2 - Fontes de Patrimônio Líquido
Valores investidos por acionistas
Lucros retidos ou acumulados
Reavaliações de ativos
Doações de terceiros
44
45. 4.1 - Receitas, Despesas, Ganhos e
Perdas
Visão Estática comparada
PLt1 - PLt0 = resultado
Definição de lucro (Hicks)
“lucro é o que podemos consumir durante uma
semana (mês, ano etc.) e sentir-nos ‘tão bem’
no final como nos sentimos no início.”
Distribuição dividendos ⇒ até que não
comprometa essa sensação (manter
patrimônio)
O que afinal gerou o lucro? 45
46. 4.1 - Receitas, Despesas, Ganhos e
Perdas
Demonstração de fluxos
Apresentação analítica (qualitativa) do
resultado, o que possibilita uma melhor visão
dos efeitos ocorridos em um determinado
período. Dessa forma o resultado deve ser
apresentado obedecendo as seguintes
classificações:
ִReceitas
ִGanhos
ִDespesas
ִPerdas 46
47. 4.2 - Definição de Receita
“o acréscimo de benefícios econômicos
durante o período contábil na forma de
entrada de ativos ou decréscimos de
exigibilidades e que redunda num
acréscimo do patrimônio líquido, outro
que não o relacionado a ajustes de
capital”
IASB
47
48. 4.2 - Definição de Receita
Receita é a expressão monetária
validada pelo mercado à produção de
bens e serviços da entidade, em sentido
amplo, em determinado período
Iudícibus
48
49. 4.3 - Receita: Conceitos Básicos
Evidenciada da seguinte forma:
(Iudicíbus)
Ligada à produção de bens e serviços em sentido
amplo
Valor final ⇒ validado pelo mercado
Relacionado a período de tempo
Embora reconheça que o esforço para produzir
receita provoca despesas, não subordina, no
tempo, o reconhecimento da receita ao
lançamento da despesa. 49
50. 4.4 - Ganhos: Conceitos Básicos
Itens não recorrentes
Podem ou não surgir da atividade principal
Devem ser apresentados segregados das
receitas normais (manutenção do valor
preditivo da DRE)
50
51. 4.5 - Receitas e Ganhos segundo o
IBRACON
Receita operacional
Receita não operacional
Ganho
Receita (ou lucro) extraordinária
51
52. 4.6 - Definição de Despesa
“utilização ou consumo de bens e serviços
no processo de produzir receitas”
Iudícibus
52
53. 4.6 - Definição de Despesa
“Saídas ou outros usos de ativos ou
ocorrências de passivos (ou ambos) para
a entrega ou produção de bens, a
prestação de serviços, ou a execução de
outras atividades que representam as
operações principais em andamento da
entidade”
FASB
53
54. 4.7 - Tipos de Despesa
Relacionadas com a receita operacional
ִDiretamente
ִIndiretamente
Relacionadas com a continuidade da
entidade
54
55. 4.7 - Aferição das Despesas
Como as despesas são medidas?
ִCusto histórico
ִMedidas correntes (custo de reposição)
ִCustos de oportunidade de equivalentes
correntes de caixa
(Hendriksen e Breda)
55
56. 4.8 - Perdas: Conceitos Básicos
Podem ou não surgir no curso da
atividade principal da empresa
(normalmente imprevisível)
Ex.: sinistros, desincorporação de ativos não correntes
Ao contrário das despesas não tem valor
compensante
Devem ser apresentados segregados das
despesas normais (manutenção do valor
preditivo da DRE) 56
57. 4.8 - Despesas e perdas segundo o
IBRACON
Custo
Despesa
Despesa não operacional
Prejuízo ou perda
Prejuízo (ou perda) extraordinário
57
58. 4.9 - Ativo x Despesa x Custo
• Traz benefícios futuros
Ativo
• Potencial p/gerar receitas
• Não traz benefícios Futuros
Despesa • Consumido p/obter receita
• Utilização de bens/serviços na
Custo produção de outros bens
58