Este documento discute dietas hospitalares e cuidados de nutrição para pacientes. Ele descreve vários tipos de dietas como dieta zero, nutrição entérica, dietas pediátricas e de aleitamento. Também discute formas de ingestão de alimentos, cuidados gerais na alimentação e cuidados específicos para desnutrição, obesidade e pacientes com demência.
3. Dietas Base Características Indicações principais
ZERO Ausência de ingestão alimentar Destina-se a doentes que tenham
indicação de pausa alimentar
Nutrição Entérica Comercial (NEC) Dieta constituída exclusivamente por
fórmulas comerciais
Destina-se a doentes cuja alimentação
por via oral não é possível
Dietas protocolo Dietas pré-definidas pela equipa clínica
multidisciplinar
Para doentes com situações clínicas
específicas
Aleitamento materno Dieta completa e equilibrada para
utentes até aos 6 meses de idade
Para lactentes que se alimentam
exclusivamente com leite materno
Leite artificial Dieta completa e equilibrada para
crianças até aos 4 meses de idade
Para lactentes que não se alimentam com
leite materno
Aleitamento materno e leite artificial Dieta completa e equilibrada para
crianças até aos 4 meses de idade
Para lactentes que se alimentam
simultaneamente com LM e LA
Pediátrica Dieta completa e equilibrada Crianças em idade pediátrica
Tabela 1: Características e indicações principais das Dietas Base (cont.)
4.
5.
6. Formas de ingestão dos alimentos
• Via oral/per os
• Nutrição entérica/gavagem(sonda nasogástria)
• Nutrição parentérica
O Enfermeiro deverá garantir a assistência ao doente na alimentação
(supervisionar, assistir e/ou executar): nos utentes com autonomia/ os que
necessitam de ajuda parcial/ os que necessitam de alimentação na boca)
Promover sempre a autonomia do utente ( e não substituição!)
7. Alguns cuidados gerais na alimentação
Na hora das refeições retirar, se possível a pessoa do quarto e levá-la ao refeitório (ato social);
Se obrigatório estar no leito, elevar a cabeceira da cama a 45°e após a refeição mantê-la nessa posição
durante pelo menos 20 minutos. Não dar a refeição em decúbito dorsal;
Respeitar os costumes étnicos e religiosos do doente ( que deverão ter sido registados no momento da
admissão, assim como alergias e intolerâncias alimentares);
Ter em conta as suas preferências alimentares: As refeições deverão ter um ambiente calmo, sem apressar a
pessoa, minimizar barulho e distrações;
Nas pessoas invisuais, ter o cuidado de descrever diariamente e a todas as refeições o que é o comer.
Orientar a pessoa na sua refeição.
Sempre que necessário, providenciar material adaptativo que facilite a ingestão de alimentos ( palhinhas,
talheres adaptativos…). Ter em atenção pessoas portadoras de deficiência com pouca mobilidade nos
membros superiores.
8. Alguns cuidados gerais na alimentação (cont.)
Dispositivos de compensação na alimentação (talheres, copos, pratos)
São meios indispensáveis para permitir uma maior autonomia de pessoas com
deficiência e/ou atividades limitadas, para se alimentarem.
Permitem uma maior autonomia, fazem com que a pessoa se sinta menos limitada e
dependente de terceiros.
9. ALGUNS CUIDADOS A TER NA DESNUTRIÇÃO GRAVE
Apetite reduzido/desinteresse pela comida/ anorexia
Capacidade estômago está reduzida/presença de náuseas/vómitos
• Envolver e motivar o utente/ família no processo de cuidados (não tomar decisões sem o
consentimento )
• Estipular 6-a 8 refeições diárias (pequenas porções e ricas em HC)
• Definir com o utente a quantidade de alimentos/ingestão hídrica diária
• Colocar na mesa de cabeceira do doente líquidos ( para o motivar a beber)
• Pesá-lo diariamente e dizer o seu valor
• Se necessário, dar suplementos.
• Temperatura: Mantê-los sempre aquecidos – moderadamente quentes
• Atividade: fazer alguns exercícios leves, suaves…
• Promover um ambiente confortável e se possível promover a socialização
10. ALGUNS CUIDADOS A TER NA PESSOA COM OBESIDADE
• Regime alimentar de 6 – 8 refeições em pequenas quantidades;
• Promover a atividade física/exercício (estabelecer com o utente um programa de treino,
por exemplo: de 2 em 2h caminhar de 20 a 30 minutos);
• Estimular a ingestão hídrica (de preferência fora das refeições);
• Não ter comida à vista (na mesa de cabeceira)
• Procurar ir de encontro às preferências/gostos da pessoa, pesar diariamente e motivar o
utente para a perda de peso (definir motivações)
• Cuidados de higiene/manter a pele seca
12. Alimentação nos doentes com demência
Causas potenciais de desnutrição/dificuldade na alimentação em doentes com demência e
algumas intervenções:
Problemas de mastigação: otimizar higiene oral, cuidados buco-dentários, revisão do ajuste da prótese dentária, modificar a
textura dos alimentos
Problemas na deglutição: avaliar /treinar a deglutição, modificar a textura dos alimentos
Xerostomia: avaliar efeitos adversos de medicação, assegurar aporte suficiente de fluídos, cuidados orais, hidratar a boca
Alteração da mobilidade/imobilidade: articular com equipa de reabilitação/fisioterapia para implementar programa adequado
de treino
Patologia psiquiátrica (depressão, ansiedade…): tratamento médico adequado, fazer as refeições acompanhado; promover um
ambiente agradável durante a refeição, socialização, atividades em grupo
Doença aguda e dor crónica: tratamento médico adequado
Efeitos adversos da medicação( xerostomia, náuseas, apatia…) : rever medicação
Problemas sociais (falta de apoio, conflitos familiares…)- Contacto com parceiros sociais, apoios para alimentação,
disponibilizar serviços de fornecimento de refeições no domicílio…