1. A origem dos seres vivos em nosso planeta ainda é uma questão polêmica que envolve desde a
hipótese criacionista às teorias evolucionistas propostas pelas diferentes linhas de pensamento no
campo científico.
No entanto, fundamentada na teoria da evolução molecular, acredita-se que a vida tenha surgido a
partir da complexidade das combinações entre os elementos químicos, que constituíam o cenário da
Terra Primitiva, conforme sugerido pelo biólogo Thomas Huxley (1825 – 1895), retomada
posteriormente por John Haldane (1892 – 1964) e aperfeiçoado pelo bioquímico Aleksander Oparin
(1894 – 1980).
Há mais ou menos 4,6 bilhões de anos, suposta época que o planeta Terra se formou em
conseqüência da condensação (fusão) de partículas oriundas de uma grande explosão no cosmo (Big
Bang), estaria a Terra sobre fortes condições de pressão e temperatura.
Nesse período não existia uma camada de ozônio (O3) retentora de radiações. Além da radiação
ultravioleta, o planeta também era freqüentemente bombardeado por asteróides.
Segundo eles, ocorriam constantes erupções vulcânicas, emitindo grande quantidade de gases
(moléculas): metano – CH4, amônia – NH3, gás hidrogênio – H2 e água H2O, suspensos na atmosfera
primitiva.
O ambiente era extremamente redutor, conseqüente da inexistência ou baixa concentração do gás
oxigênio (O2).
Contudo, os gases formados, submetidos a fortes descargas elétricas, tiveram seus arranjos
inorgânicos reordenados. Tais substâncias colaboraram com a gradativa alteração da situação
atmosférica e “climática”. A temperatura global foi amenizando a ponto de ocasionar chuvas que
precipitavam as substâncias, se concentrando nos mares que se formavam.
Nos mares, as moléculas aumentavam em grau de complexidade, surgindo então as substâncias
orgânicas, transformando os mares em um imenso caldeirão nutritivo.
Eventualmente, as condições da sopa nutritiva que se formou nos mares, deram origem aos
coacervados (junção de moléculas complexas circundadas por uma película de água).
Evolutivamente, com o abrandamento da turbulenta situação do planeta, os coacervados (sistemas
semi-isolados), tiveram suas reações químicas complementadas, efetivando trocas com o meio
externo. Cada vez mais elaborados, os coacervados, provavelmente foram se aperfeiçoando a ponto
de adquirir composição lipídica, protéica e até ácido nucléico.
Em 1953, através de uma simulação realizada pelo cientista Stanley Miller, experimentalmente
reproduzindo em laboratório o ambiente atmosférico da Terra primitiva, obteve como resultado a
formação de diversas substâncias orgânicas, entre elas os aminoácidos alanina e glicina.