Este documento discute a implementação de um sistema de armazenamento e distribuição de imagens médicas digitais (PACS) em unidades de diagnóstico por imagem. Ele explica os benefícios de um PACS para melhorar o fluxo de trabalho e a produtividade dos profissionais de saúde, bem como reduzir custos. Também descreve os principais componentes de um PACS e fatores importantes para uma implementação de sucesso, como o comprometimento da equipe, definição de escopo e gerenciamento de projeto.
MAXIMIZANDO A PRODUTIVIDADE COM A UTILIZAÇÃO DE PACS
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MAXIMIZANDO A PRODUTIVIDADE COM A UTILIZAÇÃO DE PACS
Ricardo Gomes de Oliveira1
Resumo
A utilização de plataforma computacional em ambientes de radiologia, no que se
refere a diagnóstico por imagens, vem sendo difundido de forma expressiva no
âmbito mundial. As unidades de diagnóstico por imagens têm investido neste
paradigma buscando otimizar o desempenho dos profissionais na análise de imagens
como também melhorando o fluxo de trabalho. Este artigo discute os conceitos
básicos relacionados a esta plataforma e apresenta uma revisão bibliográfica sobre o
assunto.
Palavra-chave: Sistema de informação em radiologia. PACS. Radiologia digital.
Fluxo de trabalho em radiologia.
Abstract
The use of computer platform environments radiology, with regard to
diagnostic imaging, has been distributed to a significant and worldwide. The
units of diagnostic imaging has invested in this paradigm to optimize the
performance of professionals in the analysis of images as well as improving
workflow. This article discusses the basic concepts related to this platform and
presents a literature review on the subject.
Key words: Information system in radiology. PACS. Digital radiology.
Workflow in radiology.
INTRODUÇÃO
Imagens têm a capacidade
de fornecer muitas informações,
documentando com precisão o que
está acontecendo com o paciente.
São de grande valia na medicina por
reduzirem a subjetividade dos
diagnósticos e darem maior precisão
aos tratamentos invasivos, além de
ser importante ferramenta na
educação de profissionais de saúde e
pacientes.
Com a descoberta dos raios-X há
mais de cem anos, os equipamentos
geradores de imagem passaram a
habitar, de forma crescente, os
_______________
1. Analista de sistemas, graduado em Sistemas de
Informação, pós graduado em Banco de Dados,
especialista em banco de dados, especialista em
sistemas RIS/PACS, ITIL Certified Professional.
E-mail: rgoliveira.ti@gmail.com
hospitais e unidades de radiologia.
Particularmente, nas últimas
décadas surgiram várias
modalidades de imagens, produzidas
por equipamentos diferentes,
fabricados por indústrias diversas,
em épocas distintas. Alguns
dispositivos geram imagem em
filme, outros têm saídas analógicas e
os mais recentes podem criar
arquivos digitais. Mesmo após o
aparecimento destes últimos, não
havia preocupação com a
padronização no tipo de arquivo
gerado. O usual era cada fabricante
ter o seu padrão proprietário. A
partir da criação do padrão DICOM,
Digital Imaging Communications in
Medicine (ou comunicação de
imagens digitais em medicina), foi
estabelecido um conjunto de normas
para tratamento, armazenamento e
transmissão de informação médica
(imagens médicas) num formato
eletrônico. Foi criado, com a
finalidade de padronizar a
formatação das imagens
diagnósticas como Tomografias,
Ressonâncias Magnéticas,
Radiografias, Ultrassonografias etc.
O padrão DICOM é uma série de
regras que permite que imagens
médicas e informações associadas
sejam trocadas entre equipamentos
de diagnóstico geradores de
imagens, computadores e hospitais.
O padrão estabelece uma linguagem
comum entre os equipamentos de
marcas diferentes, que geralmente
não são compatíveis, e entre
equipamentos de imagem e
computadores, estejam esses em
hospitais, clínicas ou laboratórios.
Tipicamente um documento padrão
DICOM vai conter: cabeçalho onde
estarão dados da imagem como
tamanho etc.; identificação da
resolução e do equipamento em que
foi feita; se houve compressão da
imagem e qual o tipo.
Os computadores pessoais
foram introduzidos nas instituições
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hospitalares para serem usados, num
momento inicial, em contabilidade e
como editores de textos. O aumento
da capacidade de processamento
destas máquinas, melhoria na
velocidade de transmissão das redes
e menor custo dos processadores,
juntamente com desenvolvimento de
bons monitores e projetores
multimídia, abriram caminhos para
o uso de computadores pessoais na
manipulação de imagens médicas.
As vantagens de se ter imagens
digitais, utilizáveis em computador
pessoal, são inúmeras, destacando-
se a boa resolução; a rapidez para
localizá-las e disponibilizá-las
instantaneamente para o clínico,
permitindo assim a comparação com
outras imagens do paciente e, por
conseguinte melhorar o
atendimento; facilidade no processo
de realce de detalhes como
contornos e contraste; a redução do
risco de extraviar o radiograma ou
deteriorar a qualidade com o tempo;
a possibilidade de fazer inúmeras
cópias ou leituras sem perda de
qualidade, podendo ser vistas
simultaneamente em diferentes
lugares do mundo (facilitando a
análise de casos clínicos raros por
vários médicos); rapidez e baixo
custo para edição e publicação, tanto
impressa como digital; apresentação
em congressos e aulas, com
enriquecimento por meio de textos e
efeitos especiais; facilidade de
serem transportadas entre hospital,
consultório médico e residência do
paciente, dentre outras.
PACS (Picture and Archive
Comunication System), sistema que
possibilita o armazenamento e
distribuição de imagens [1]
radiológicas, na prática, é muito
mais do que isso. PACS passa a ser
uma filosofia, um novo paradigma,
que envolve toda a instituição, em
um contexto amplo. Algumas
premissas devem existir para a
implantação de um modelo baseado
em PACS. Inicialmente, a vontade
de implantar um PACS deve partir
de um consenso sobre as
necessidades, benefícios a serem
alcançados e conseqüências no
desempenhar de novas
metodologias.
Comprometimento da equipe
como um todo, desde a direção da
unidade médica até os profissionais
envolvidos no projeto, é a força
motriz para o seu sucesso. Seguindo
estes princípios, alguns tópicos
devem ser abordados: Metodologia;
Equipe de Projeto; Definição do
Escopo e Atividades do Projeto;
Gerenciamento do Projeto;
Treinamento Continuado.
É necessária que exista
transparência quanto à implantação
de PACS [4]. Cada passo precisa
ser documentado, monitorado e
gerenciado. O fornecedor da solução
necessita conhecer com
profundidade os processos internos
e externos da unidade médica que
possuem influência sobre o PACS.
Estudos detalhados sobre o fluxo no
qual as imagens médicas são regidas
devem ser realizados com afinco.
Agendamentos, realização de
exames, laudos padrões, todos os
processos envolvidos, necessitam
ser relatados como são,
anteriormente ao PACS, para depois
sofrerem adequações necessárias. A
metodologia de implantação é a
ferramenta formal que garantirá
todo o processo no qual o PACS
será envolvido.
Para que as tarefas referentes à
implantação do PACS sejam um
sucesso, é necessária a formação de
uma equipe de projeto. Esta equipe
possui gestores e profissionais da
unidade médica como também
gestores e consultores do próprio
fornecedor da solução. Os trabalhos
devem ser realizados de forma
hierarquizada e as responsabilidades
de cada componente devem ser bem
definidas. Sinergia e bom
entrosamento entre os envolvidos
deve ser pré-requisito para o bom
andamento do projeto [4].
O que o PACS fará e o que o
PACS não fará precisa estar
totalmente claro para toda a
instituição. Para isso, deve-se saber
o que realmente será implantado,
quais funcionalidades serão
disponibilizadas, recursos
computacionais necessários,
interfaces com modalidades de
imagens médicas com HIS (Hospital
Information System) e RIS
(Radiology Information System)
necessárias. Nesta fase, é muito
mais proveitoso e menos oneroso se
descobrir necessidades de correção
quanto ao escopo. A partir daí, um
cronograma detalhado do projeto é
gerado.
A necessidade de transferência
de conhecimento é outro fator
importante para o sucesso da
empreitada. Médicos radiologistas,
médicos de outras especialidades,
tecnólogos e técnicos de radiologia e
outros envolvidos devem
familiarizar-se com as ferramentas
disponibilizadas pelos processos. A
equipe de TI (Tecnologia da
Informação) possui a
responsabilidade de manter o bom
funcionamento do PACS. A figura
de um administrador de PACS passa
a ser imprescindível para o
acompanhamento diário do
ambiente, em se tratando do aspecto
tecnológico [4]. Manualização das
tarefas também é algo recomendável
como também multiplicadores de
conhecimento. Vale ressaltar que
PACS é algo que possui retorno em
longo prazo. Neste contexto, novos
paradigmas são inseridos e muitas
vezes vão de encontro a culturas
mercadológicas existentes há muito
tempo. O fornecedor de tal solução
passa a ter a responsabilidade
quanto sobre o funcionamento da
infra-estrutura, propondo
atualizações necessárias, suporte
local e remoto e monitormento
constante.
Dentre os objetivos e seus
benefícios, os que podem
classificar-se como mais
importantes são: diminuição na
utilização de películas o quanto for
permitido, obtendo assim
diminuição de custos; médico
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radiologista passa a laudar antes da
impressão das películas, melhorando
o fluxo de trabalho e economizando
impressões desnecessárias;
estruturas de armazenamento
confiáveis e consistentes
salvaguardam as imagens;
eliminação de fronteiras é
alcançada, pois, as imagens passam
a ser disponibilizadas por diversos
meios, Intranet, Internet, CD/ DVD;
pesquisas científicas são realizadas
com efeito comparativo entre
situações, dentre outros objetivos;
custos; produtividade e agilidade no
desempenho das tarefas; trabalho
otimizado; qualidade de diagnóstico;
modernização do ambiente, visando
impacto positivo frente aos seus
clientes e o mercado; maior
segurança na integração dos dados;
integração do PACS com a
assistência a partir do PEP
(Prontuário Eletrônico do Paciente).
ESTRUTURA PACS
O conceito PACS, além de
preencher a lacuna quanto a
armazenamento e distribuição de
imagens, possui alguns outros
atores. Para que existisse um padrão
na comunicação entre aparelhos, foi
criado pela American College of
Radiology Manufacturers
Association o protocolo DICOM -
Digital Imaging and
Communications in Medicine. Com
isso, a facilidade via mesmo dialeto,
foi alcançada. Outro protocolo
padrão também foi criado, o HL7 -
Health Level 7 - que é usado para
padronização da linguagem médica.
Informações repassadas para centros
médicos sobre pacientes,
medicamentos e outros, em grande
parte, constituídas de termos
técnicos médicos. O HL7 veio para
universalizar a linguagem médica,
eliminando a necessidade de um
conversor de termos. Somando-se a
esta estrutura, encontram-se o HIS e
o RIS. Estes dois atores possuem
tarefas distintas, porém integradas, ´
com o HIS, responsável pela
administração da unidade, sendo
esta explicação sucinta e o RIS,
sendo responsável pela interação
direta dos laudos textuais às
imagens, também de forma
resumida. O fluxo no qual o PACS
se contextualiza nada mais é do que
todo o fluxo já existente, ou seja, o
PACS passa a ser parte integrante e
transparente, desde o agendamento
do exame até a distribuição das
imagens [2]. A infra-estrutura de
rede de computadores possui papel
importante [3]. Exemplificando, o
segmento de rede compreendido
entre uma estação de trabalho e um
DICOM Server deve possuir tráfego
a 1gbps/seg.
O tempo de visualização da
imagem pelo médico radiologista
deve ser o mesmo tempo (ou
melhor) em relação à
disponibilização da película em um
negatoscópio. Daí o surgimento de
mais uma unidade de medida: tempo
de negatoscópio. Para tanto, a
disponibilidade de equipamentos
corretamente dimensionados, como
também um caminho satisfatório
pelo qual a imagem será trafegada,
deve ser observado com atenção e
importância especiais. A
comunicação estabelecida deve
vislumbrar um canal principal de
fibra óptica entre os switchs. A
figura 1 ilustra como se deve dar tal
comunicação.
Alguns outros acessórios
também se fazem presentes. Ditado
digital, visualizadores de imagens
DICOM amigáveis e poderosos,
reconhecimento de voz,
compactação de imagens com ou
sem perda, recuperação de imagens
transparente ao usuário final,
controle de fluxo de laudos são
integrantes facilitadores para a
execução das tarefas.
Outro fator fundamental no
processo é a worklist, ou lista de
trabalho. Consiste em enviar para o
servidor de imagens a informação
que determinado paciente realizará
determinado exame em determinada
modalidade. Isso tudo de forma
automática e transparente aos
usuários sem a interação humana,
evitando retrabalho como também
possíveis falhas de transcrições.
Assim, o médico radiologista passa
a visualizar de forma rápida e
eficiente, quais serão as suas
atividades.
Figura 1 – Conectividade PACS – Fonte: Elaboração Própria - 2009
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Na figura 2, o fluxo da
imagem é demonstrado, desde a
chegada do paciente à instituição até
a finalização do laudo, com saídas
diversas que funcionam por
demanda, ou seja, somente se utiliza
dos recursos finais quando há
necessidade real.
PACS é muito mais do que
um processo meramente
tecnológico, mas sim uma filosofia,
que necessita de metodologias
específicas para implantação de um
novo paradigma. Espera-se que o
sistema implantado possa melhorar
o fluxo de trabalho e ampliar o
número de exames por modalidade,
bem como aumentar a produtividade
dos médicos e técnicos, além de
reduzir os custos (filmes, espaço
físico e recursos humanos)
impulsionando a preparação para o
ambiente de trabalho sem papel e
sem filmes.
Quando da contratação de
um determinado produto PACS,
esta deve ser uma premissa básica e
de fundamental importância. É
importante estar sincronizado com o
fornecedor da solução. Além do
mesmo fornecer o suporte
necessário à avaliação da estrutura
física, deve também sugerir o tempo
de resposta ideal, visando garantir a
produtividade. Faz-se necessária
também a garantia de distribuição
via tele radiologia e PEP, com a
mesma velocidade e ferramentas
adequadas para apoio ao
diagnóstico via web ou nas
unidades assistenciais (unidades
fechadas, unidades abertas,
consultório médico e emergência).
A infra-estrutura e o poder de
processamento dos equipamentos,
ou seja, meio físico, computadores
e ativos de rede de computadores
devem ser adequados para tanto.
O modelo de questionário a
seguir deve ser aplicado, visando
obter do fornecedor as respostas
quanto à sua atuação. Quanto a
empresa: homologação da infra-
estrutura; acompanhamento remoto
do ambiente (quanto a servidores);
conhecimento específico quanto ao
objeto do negócio; integração com
sistemas RIS / HIS; agilidade para
customizações; integração com RIS
existente; worklist entre HIS, RIS e
PACS; integração entre sites através
da própria infra-estrutura PACS;
interface para diagnóstico e
visualização amigável; gestão do
armazenamento on line por
modalidade ou espaço em disco;
gestão de recuperação do nearline;
gestão de identificação e
recuperação do off line; recuperação
de imagens antigas de um paciente -
conforme agendamento; workstation
de visualização; workstation de
diagnóstico; recuperação de imagens
com desempenho adequado ao
trabalho do médico; processo de
distribuição inteligente para estações
de diagnóstico, estações de
visualização e PEP; administração
transparente ao usuário final e
amigável para o administrador
PACS de dados near e off line;
impressão de imagens; modalidade
de backup; utilização de compressão
por modalidade; utilização de
compressão por procedimento; GED
- digitalização de documentos
externos e associação com o
prontuário do paciente;
customização de estação de trabalho
(workstation) por médico ou
modalidade; segurança obedecendo
ao HIPAA (Health Insurance
Portability and Accountability Act);
ferramenta de auditoria; tratamento
no trânsito das imagens entre as
estações; hardware e software
dimensionados por finalidade;
treinamento para o administrador
PACS; tecnologia key image -
armazenamento de Imagens
desejadas; prefetch customizado;
visualizador via web para médico
assistente via acesso remoto e
intranet com desempenho
satisfatório na transferência de
dados e qualidade para diagnóstico;
possuir limite de acessos
simultâneos; disponibilidade para
utilização de tele radiologia e tele
medicina; interface amigável com
funções necessárias para diagnóstico
e versão tropicalizada para web;
interface amigável com funções
necessárias para diagnóstico e
versão tropicalizada para
visualizador DICOM;
disponibilidade para conferência via
web (chat); sistema de colaboração
visual, informação compartilhada e
interação; processo de segurança -
integridade dos laudos / imagem;
streaming na transferência de dados
via web; previsibilidade para raios-
X; previsibilidade para tomografia
computadorizada; previsibilidade
Figura 2 – Fluxo da Imagem – Fonte: Elaboração Própria - 2009
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para ressonância magnética;
Previsibilidade para PET CT;
Previsibilidade para
ultrassonografia; previsibilidade
para medicina nuclear;
previsibilidade para endoscopia;
previsibilidade para hemodinâmica;
previsibilidade para mamografia.
PRINCIPAIS RECURSOS DOS
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
EM RADIOLOGIA
Sistema de Informações em
Radiologia (RIS) é usado pelo
departamento de radiologia para
armazenar, manipular e distribuir
dados e imagens (integrado a um
PACS) referente aos seus pacientes.
O sistema também consiste em
rastrear todo o caminho percorrido
por tal paciente na unidade.
Algumas funções desta aplicação
são: agendamento de exames:
suporte às atividades do call center
no atendimento às chamadas para
marcação de exames; gerenciamento
otimizado da ocupação dos horários
disponíveis para a realização de
exames diversos; possibilidade de
agendar simultaneamente múltiplos
exames; controle da elegibilidade e
dos requisitos para a realização de
exames por convênio e plano;
instruções técnicas para o preparo;
controle de over-booking (agendas
extras); controle de pacientes
faltosos; cadastro de pacientes
integrado ao sistema de prontuário
eletrônico; rastreabilidade e
benchmarking de todo o processo;
geração automática de worklist nos
diversos aparelhos; impressão de
etiquetas com códigos de barra para
identificação de documentos;
controle simultâneo de múltiplas
filas de espera, integrada com a
agenda e com recursos de
atendimento personalizado, com
troca de informações entre a
recepção e médicos ou técnicos
envolvidos na realização dos
exames; possibilidade de
acompanhamento de todos os
pacientes que estão em processo de
atendimento já iniciado até a
conclusão do exame; emissão de
relatórios estatísticos relativos aos
tempos e a eficiência de todo o
processo; relatórios e gráficos
demonstrativos; relatórios ad hoc
(customizados); possibilidade de
visualizar a quantidade de pacientes
por status em qualquer recepção que
esse atendimento ocorra, sinalizando
ocorrências além do número
esperado; criação de templates
(laudos padronizados) com ampla
gama de recursos que facilitam a
aderência a um padrão, sem
comprometimento da flexibilidade
na composição dos laudos;
facilidades na visualização de
laudos de exames realizados
anteriormente inclusive os exames
realizados em outros setores
(laboratório clínico, exames
funcionais em cardiologia, etc.);
integração RIS – PACS (Picture
Archiving and Comunication
System) para armazenamento,
recuperação, visualização e
processamento das imagens geradas
em conformidade com o padrão
DICOM; sistema digital de gravação
de voz; Segurança na preparação,
digitação e emissão dos laudos;
construção de layout pré-
formatado e informações contidas
no laudo, prontuário, atestado
médico, solicitações de exames e
prescrição médica, criação dos
cabeçalhos e rodapés, criação dos
modelos de atividades, dietas,
procedimentos médicos e esquema
terapêutico; opção de utilização de
codificações para acesso a frases,
termos e palavras contidas no laudo;
Execução de formulas calculada a
partir das informações digitadas nos
laudos; histórico dos laudos
anteriormente emitidos, mesmo que
seja por outros profissionais;
possibilidade de armazenamento de
dados específicos para utilização em
pesquisa científica; disponibilidade
da gravação em CD na unidade de
entrega do laudo, com as
informações da unidade (Marketing
Institucional), laudos do paciente e
suas imagens com funções
necessárias para diagnóstico;
disponibilidade de assinatura
eletrônica dos laudos, inclusive com
a possibilidade de bloquear um
laudo para a liberação somente com
a “assinatura eletrônica” de mais de
um médico; controle das alterações
realizadas nos laudos; Integração ao
padrão HL7 (Health Level 7).
INFORMAÇÕES
PRELIMINARES
Um dos grandes benefícios
de um PACS é o tratamento dado
pelo mesmo às imagens adquiridas.
Porém, para dimensionamento da
solução, algumas informações
devem ser coletadas
preliminarmente: volume de dados a
ser armazenado baseado nas
modalidades existentes e suas
performances; taxa de compactação
e ciclo de vida (life cycle) –
informações quanto à compactação
empregada para determinada
modalidade e o seu ciclo de vida, ou
seja, a partir de quanto tempo cada
imagem pode sofrer taxa de
compactação e quando a mesma
estará apta para armazenamento
definitivo ou não. Estima-se assim,
um ganho considerável em relação
ao storage contratado, pois, na
medida em que as compactações
começarem a existir, mais espaço
para armazenamento se fará
disponível, fazendo com que o
tempo de exames on line seja
aumentado.
ERGONOMIA – SALA DE
LAUDOS
Segunda a Wikipédia, a ergonomia,
ou human factors (fatores humanos)
ou human factors & ergonomics
(fatores humanos e ergonomia),
expressões pelas quais é conhecida
nos Estados Unidos da América, é a
disciplina científica relacionada ao
entendimento das interações entre
seres humanos e outros elementos
de um sistema, e também é a
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profissão que aplica teoria,
princípios, dados e métodos para
projetar a fim de otimizar o bem-
estar humano e o desempenho geral
de um sistema. Esta é a definição
adotada pela Associação
Internacional de Ergonomia
(International Ergonomics
Association - IEA) em 2000.
Os ergonomistas contribuem
para o projeto e avaliação de tarefas,
trabalhos, produtos, ambientes e
sistemas, a fim de torná-los
compatíveis com as necessidades,
habilidades e limitações das pessoas.
(IEA, 2000). A Associação
Internacional de Ergonomia divide a
ergonomia em três domínios de
especialização [5]. São eles
ergonomia física, que lida com as
respostas do corpo humano à carga
física e psicológica. Tópicos
relevantes incluem manipulação de
materiais, arranjo físico de estações
de trabalho, demandas do trabalho e
fatores tais como repetição,
vibração, força e postura estática,
relacionada com lesões músculo-
esquelético; ergonomia cognitiva,
também conhecida como engenharia
psicológica, refere-se aos processos
mentais, tais como percepção,
atenção, cognição, controle motor e
armazenamento e recuperação de
memória, como eles afetam as
interações entre seres humanos e
outros elementos de um sistema.
Tópicos relevantes incluem carga
mental de trabalho, vigilância,
tomada de decisão, desempenho de
habilidades, erro humano, interação
humano-computador e treinamento;
ergonomia organizacional: ou macro
ergonomia, relacionada com a
otimização dos sistemas sócio-
técnicos, incluindo sua estrutura
organizacional, políticas e
processos. Tópicos relevantes
incluem trabalho em turnos,
programação de trabalho, satisfação
no trabalho, teoria motivacional,
supervisão, trabalho em equipe,
trabalho à distância e ética.
ERGONOMIA E USABILIDADE
DE INTERFACES HUMANO-
COMPUTADOR
A ergonomia é a qualidade
da adaptação de um dispositivo ao
seu operador de acordo com a tarefa
que ele realiza. A usabilidade se
revela quando os usuários
empregam o sistema para alcançar
seus objetivos em um determinado
contexto de operação (Cybis, Betiol
& Faust, 2007). Pode-se dizer que a
ergonomia está na origem da
usabilidade, pois quanto mais
adaptado for o sistema interativo,
maiores serão os níveis de eficácia,
eficiência e satisfação alcançados
pelo usuário durante o uso do
sistema [5]. De fato, a norma ISO
9241, em sua parte 11, define
usabilidade a partir destas três
medidas de base: eficácia, a
capacidade que os sistemas
conferem a diferentes tipos de
usuários para alcançar seus
objetivos em número e com a
qualidade necessária; eficiência, a
quantidade de recursos (por
exemplo, tempo, esforço físico e
cognitivo) que os sistemas solicitam
aos usuários para a obtenção de seus
objetivos com o sistema; satisfação,
a emoção que os sistemas
proporcionam aos usuários em face
dos resultados obtidos e dos
recursos necessários para alcançar
tais objetivos.
Por outro lado, um problema
de ergonomia é identificado quando
um aspecto da interface está em
desacordo com as características dos
usuários e da maneira pela qual ele
realiza sua tarefa. Já um problema
de usabilidade é observado em
determinadas circunstâncias, quando
uma característica do sistema
interativo (problema de ergonomia)
ocasiona a perda de tempo,
compromete a qualidade da tarefa
ou mesmo inviabiliza sua realização.
Como conseqüência, ele estará
aborrecendo, constrangendo ou até
traumatizando a pessoa que utiliza o
sistema interativo.
Um exemplo de sala de laudos
ergonômica possui espaço em 20m2
,
seis células de trabalho,
comprimento de cada bancada em
1,40m, largura de cada bancada em
0,60m, dois monitores de
diagnóstico por célula, um monitor
administrativo por célula, dois
pontos de rede por célula, dois
pontos de elétrica por célula, um
negatoscópio de três corpos por
célula, cabeamento estruturado
categoria 6, taxa de transferência de
dados em 1gbit / segundo, paredes
forradas com material designado
para isolamento acústico, teto
forrado com material designado para
isolamento acústico e switch
conectado diretamente ao servidor
de imagens via fibra óptica
CONCLUSÕES
Modificar o modus operandi
em qualquer contexto exige muita
habilidade. De modo geral, ao se
iniciar os trabalhos com esta nova
perspectiva, algumas situações
poderão ser verificadas e,
possivelmente, alterações existirão
nos processos com o intuito de
melhorias constantes. Isso fará com
que sejam perseguidos, sempre,
aperfeiçoamentos, tendo como
principal objetivo a prestação de
serviço baseada na excelência com
processos e fluxos otimizados e
confiáveis. De fato, o uso de
computadores para análise de
imagens radiológicas mostra-se
eficiente. Porém, processos, regras e
fluxos devem ser estabelecidos
previamente, pois, assim, a
possibilidade de sucesso ao
implantar métodos que substituem
práticas arraigadas e totalmente
sedimentadas é factível, fazendo
com que um ambiente baseado em
PACS seja altamente produtivo,
mensurável e controlável.
GLOSSÁRIO
HIS - Sistema de Informação
Hospitalar, sistema de gestão
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hospitalar que abrange todas as
regras de negócio, das áreas de
atendimento (marcação, recepção,
internação, emergência),
suprimentos, financeiro/contábil,
custos, manutenção, assistencial
(consultório/prescrição), entre outras
áreas como nutrição, lactário, centro
cirúrgico, arquivo medico, CME,
etc.
RIS - Sistema de Informação
Radiológica, sistema de gestão
radiológico que abrange as regras de
negócio, atendimento (marcação e
recepção), suprimentos e financeiro
(porém estas funcionalidades podem
existir no HIS), além do suporte a
integração com o PACS e confecção
de laudos.
PACS - Sistema de Armazenamento
e Distribuição de Imagens, sistema
de gestão das imagens médicas que
contempla desde a aquisição à
distribuição de imagens.
DICOM - Digital Imaging and
Communications in Medicine.
Protocolo desenvolvido pelo
American Colege of Radiology
Manufacturers Association para
definir a comunicação e
conectividade entre equipamentos
médicos geradores de imagens.
HL7 - Health Level 7 é um padrão
ANSI, que é usado para
padronização da linguagem médica.
Informações repassadas para centros
médicos sobre pacientes,
medicamentos, dados demográficos
e outros são, em grande parte,
constituídas de termos técnicos
médicos. O HL7 veio para
universalizar a linguagem médica,
eliminando a necessidade de um
conversor de termos.
ANSI - American National
Standards Institute é uma
organização americana sem fins
lucrativos que tem por objetivo
normalizar os meios
computacionais.
WORKLIST - Lista de exames
(tarefas) que uma determinada
modalidade deverá executar.
MODALIDADE – Equipamentos
médicos. Exemplo: Tomógrafo,
Ressonância Magnética, Raios X,
Ultra-som.
ONA – Organização Nacional de
Acreditação ONA é uma
organização não governamental
caracterizada como: “pessoa jurídica
de direito privado sem fins
lucrativos e de interesse coletivo”,
com abrangência de atuação
nacional. Tem por objetivo geral
promover a implementação de um
processo permanente de avaliação e
de certificação da qualidade dos
serviços de saúde, permitindo o
aprimoramento contínuo da atenção,
de forma a garantir a qualidade na
assistência aos cidadãos brasileiros,
em todas as organizações
prestadoras de serviços de saúde do
País.
JPEG - Joint Photographic Experts
Group é um método comumente
usado para comprimir imagens
fotográficas. O grau de redução
pode ser ajustado, o que permite
escolher o tamanho de
armazenamento e seu compromisso
com a qualidade da imagem.
Geralmente se obtém uma
compressão com pouco perceptível
perda na qualidade da imagem.
GED – Gerência Eletrônica de
Documentos é uma tecnologia que
provê um meio de facilmente gerar,
controlar, armazenar, compartilhar e
recuperar informações existentes em
documentos. Os sistemas GED
permitem aos usuários acessar os
documentos de forma ágil e segura,
normalmente via navegador Web
por meio de uma intranet
corporativa.
HIPAA - Health Insurance
Portability and Accountability Act
foi promulgada pelo Congresso
americano em 1996. Segundo os
Centros de Serviços Medicare e
Medicaid. Título II da HIPAA exige
o estabelecimento de normas
nacionais para as operações de
cuidados de saúde eletrônicos e
identificadores nacionais para os
fornecedores, planos de seguro
saúde, e os empregadores. Este se
destina a ajudar as pessoas a manter
suas informações privadas.
REFERÊNCIAS
[1] Josiane, M.B, (2001),Suporte a Recuperação de Imagens Médicas Baseada em Conteúdo através e
Histogramas Médicos, Tese de Doutorado, Instituto de Ciências Matemáticas e Computação, USP –
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