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Provas de Dissertação do MIEEC – Julho de 2011

Resumo — “As tecnologias mais profundas e duradouras são
aquelas que desaparecem. Elas dissipam-se nas coisas do dia-a-dia
até tornarem-se indistinguíveis [1]”. Mark Weiser designou este
novo paradigma como Computação Ubíqua. Entre muitas
aplicações, a sua utilidade tem sido explorada na saúde. Este
trabalho tem como objectivo a apresentação de um sistema de
monitorização de sinais vitais, viável e de baixo custo, que permita
tanto aos pacientes como aos profissionais de saúde melhorarem a
qualidade de vida de doentes crónicos, rentabilizarem o controlo e
análise desses parâmetros enviados pelos pacientes. Também tem
como objectivo “libertar” o paciente dos vários deslocamentos
periódicos aos consultórios médicos, a fim de disponibilizar estes
mesmos registos, tendo sempre em conta que contribuirá para que
o sistema de saúde se torne cada vez mais amigo do ambiente.
Palavras-chave — Computação Ubíqua, Android, serviços Web,
cuidados continuados, monitorização de saúde.
I. INTRODUÇÃO
O Sistema de Saúde está a enfrentar uma mudança necessária,
cuja renovação estimula o desenvolvimento de capacidades
para conseguir a agilidade, a interoperabilidade e a eficiência
imprescindíveis para melhorar a qualidade e a produtividade,
reduzindo os custos associados. O modelo de atendimento
centrado no indivíduo é para onde o sistema de saúde actual
converge, conduzindo assim para um processo de atendimento
distribuído à saúde. Neste âmbito, a computação ubíqua é
submersa no dia-a-dia do paciente através de serviços
personalizados de atendimento. Estes serviços, oferecidos num
cenário ubíquo, são dotados de dispositivos electrónicos que
podem prover a colaboração transparente entre os dispositivos
do meio (sensores, equipamentos, utilizadores, etc.) a fim de
arrecadar e fornecer informações a qualquer utilizador. Os
utilizadores, em qualquer lugar e em qualquer hora, terão
acesso a estas informações em qualquer dispositivo, de forma
transparente e não intrusivamente, a não ser quando
necessário.
O sistema é composto por duas aplicações: uma móvel e
outra Web. A primeira integra tecnologias como o sistema
operativo Android, que é uma ferramenta importante para
desenvolvimento de sistemas dessa natureza. A segunda é
fundamental para os profissionais de saúde, pois é nela que
acompanharão os dados biométricos enviados pelos pacientes.
Os pacientes utilizam as duas aplicações para enviar os dados
1
E-mail: ee00278@fe.up.pt.
2
Professor Auxiliar, DEI, LIACC, FEUP. E-mail: rossetti@fe.up.pt.
biométricos, que serão guardados na base de dados e
posteriormente visualizados pelos profissionais de saúde e
pelo próprio paciente.
O resto do artigo está organizado como se segue: A Secção
II descreve os conceitos usados no projecto. A Secção III
apresenta a perspectiva geral do sistema. Finalmente, na
Secção IV, expõe-se as conclusões e trabalhos futuros.
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A. Computação Ubíqua
A Computação Ubíqua (ou UbiComp) integra o conceito de
mobilidade com sistemas distribuídos, em grande parte
imperceptíveis, inteligentes e altamente integrados, cujas
aplicações pretendem beneficiar os utilizadores onde quer que
estejam. A computação ubíqua integra progressos da
computação móvel e da computação pervasiva. Enquanto a
computação móvel centra-se no aumento da mobilidade de
serviços entre ambientes, a pervasiva pressupõe a capacidade
dos dispositivos computacionais de serem embutidos no
ambiente, caracterizado por um conjunto de entidades tais
como dispositivos, utilizadores e redes de comunicação,
actuando “discretamente” e oferecendo omnipresença aos
utilizadores. Este cenário objectiva a integração da
computação com o ambiente físico no qual ela está imersa. A
Computação Móvel, por outro lado, é a capacidade de um
dispositivo computacional e os serviços associados ao mesmo
de serem móveis, permitindo este ser carregado ou
transportado mantendo-se ligado à rede ou à Internet.
Finalmente, a Computação Pervasiva define que os meios de
computação estarão distribuídos no ambiente de trabalho dos
utilizadores, de forma perceptível ou imperceptível [2].
B. Sistema Operativo Android
O Android é um sistema operativo móvel, baseado numa
versão modificada do Linux. Como o Android é de código
aberto e disponível gratuitamente para os fabricantes, não há
configurações proprietárias de hardware ou software. No
entanto, o Android em si suporta as seguintes funcionalidades:
armazenamento, conectividade, mensagens, navegador da
Web, suporte a diferentes médias, dispositivos multi-touch,
multitarefa, suporte Flash, entre outras. O Android é dividido
em cinco secções e em quatro camadas principais, como
descrevemos a seguir.
Um Exemplo de Computação Ubíqua Em
Serviços de Saúde Orientado ao Utente
Jailson Duete Martins Moreira1
, Rosaldo J. F. Rossetti, Orientador2
Provas de Dissertação do MIEEC – Julho de 2011
O kernel Linux é o núcleo sobre o qual o Android é baseado.
Essa camada contém todos os drivers para vários componentes
de hardware. O Android Libraries contêm todo o código que
fornece as características principais de um sistema operativo
Android. O Android Runtime está na mesma camada que as
bibliotecas e fornece um conjunto nuclear de bibliotecas que
permitem aos desenvolvedores escrever aplicações Android
utilizando a linguagem de programação Java. O Application
Framework expõe os vários recursos do sistema operativo para
que os desenvolvedores de aplicações possam utilizá-los. Na
camada superior Application são encontradas as aplicações
que acompanham um dispositivo Android (e.g. telefone,
contactos, navegador, etc.), bem como as aplicações
descarregadas e instaladas a partir do Android Market.
Qualquer aplicação desenvolvida para este sistema está
localizada nessa camada. Ferramentas para desenvolvimento
incluem o IDE Eclipse, SDK do Android, e os ADT [3].
III. PERSPECTIVA GERAL DO SISTEMA
A arquitectura de um sistema caracteriza o relacionamento e
a comunicação entre os seus diferentes módulos e possibilita
visualizar o seu comportamento global de modo simplista e de
alto nível, além de identificar todos os processos e
procedimentos chave, essenciais ao seu funcionamento.
Através deste tipo de arquitectura vislumbra-se o primeiro
contacto do leitor com o sistema na sua globalidade,
permitindo a partir da sua observação identificar e estruturar as
principais actividades e intervenientes relacionados com o
projecto. Este sistema foi projectado como uma arquitectura
cliente-servidor, composta por quatro componentes: aplicação
Web, aplicação móvel, servidores e base de dados. Estão
ligados entre si através da Internet, como mostra a Fig. 1.
Todo o processo de registo é efectuado a partir da aplicação
Web para os diferentes tipos de utilizadores, nomeadamente
médicos, pacientes e público em geral.
A seguir serão apresentadas as funcionalidades para as duas
aplicações e as ferramentas utilizadas para a implementação
das mesmas.
Fig. 1. Arquitectura do sistema.
A. Aplicação Web
Foram utilizados as seguintes ferramentas para a
implementação da aplicação Web: servidor Apache, servidor
PostgreSQL, PHP, HTML e CSS. Esta aplicação apresenta
funcionalidades como enviar novas medições, ver histórico de
medições, criar ficha clínica, visualizar, activar e desactivar
ficha clínica, visualizar e editar perfil, visualizar estatísticas e
alertas, adicionar notas, entre outras.
B. Aplicação Móvel
Para esta aplicação foram utilizadas as seguintes
ferramentas: sistema operativo Android, plataforma Eclipse,
Java, e um servidor. Esta aplicação fornece funcionalidades
como enviar novas medições, visualizar histórico de medições,
ficha clínica, perfil, estatísticas, alertas e outras informações.
C. Servidores
Para a aplicação Web foram utilizadas os servidores Apache
e o PostgreSQL. Apache é um servidor de código aberto que
pode ser facilmente integrado com a linguagem PHP, sendo
simples de instalar e configurar em diversos sistemas
operativos. Foi implementado um servidor aplicacional para
fazer a ligação entre o dispositivo móvel e a base de dados.
Para que o servidor possa questionar a base de dados utilizou-
se o PostgreSQL Driver JDBC (Java Data Base Connection).
D. Base de Dados
No sistema implementado, a base de dados foi utilizada para
manter todos os sinais vitais enviados pelos pacientes, dados
pessoais e clínicos dos utilizadores para partilha entre as
diversas aplicações do sistema.
IV. CONCLUSÃO
O uso da inovação tecnológica na medicina vem se tornando
cada vez mais importante nos avanços científicos da mesma.
Essa inovação traz a capacidade de médicos exercerem
cirurgias, exames, consultas, diagnósticos e monitorização de
uma forma diferente, e todos nós beneficiamos com isso. O
futuro da tecnologia médica, a julgar por seu progresso
acelerado nos últimos anos, nos faz prever que a cada dia irão
surgir novos equipamentos, novos aparelhos e novos recursos
terapêuticos e de diagnóstico.
Nem todos têm o poder financeiro para adquirir certos
equipamentos, fazendo com que muitos países ou cidades
ainda estejam muito atrás nessa corrida tecnológica, não
podendo beneficiar das inovações recentes. Isso faz com que
nós, estudantes de tecnologia em geral, possamos desenvolver
várias ferramentas ainda não existentes em nosso “mundo”,
podendo beneficiar milhares de pessoas a baixo custo.
Sendo um sistema de monitorização algo complexo, existe
ainda muito a fazer para torná-lo um sistema com maior
fiabilidade e melhor usabilidade. Considera-se que o sistema
poderá ficar mais completo com a introdução de outras
funcionalidades, como marcação de consultas e o seu
respectivo atendimento da parte do médico, tudo a partir da
aplicação Web.
REFERÊNCIAS
[1] Weiser, M. The computer for the 21st century. ACM SIGMOBILE
Mobile Computing and Communications, 3(3), 1999.
[2] Dutra, D.; Abech, M. Infra-estrutura de sistemas ubíquos. [S.l.:s.n.],
2008.
[3] Wei-Meng Lee, Beginning Android Application Development (Book
style). Wiley Publishing, Inc., 2011, ch 1.

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  • 2. Provas de Dissertação do MIEEC – Julho de 2011 O kernel Linux é o núcleo sobre o qual o Android é baseado. Essa camada contém todos os drivers para vários componentes de hardware. O Android Libraries contêm todo o código que fornece as características principais de um sistema operativo Android. O Android Runtime está na mesma camada que as bibliotecas e fornece um conjunto nuclear de bibliotecas que permitem aos desenvolvedores escrever aplicações Android utilizando a linguagem de programação Java. O Application Framework expõe os vários recursos do sistema operativo para que os desenvolvedores de aplicações possam utilizá-los. Na camada superior Application são encontradas as aplicações que acompanham um dispositivo Android (e.g. telefone, contactos, navegador, etc.), bem como as aplicações descarregadas e instaladas a partir do Android Market. Qualquer aplicação desenvolvida para este sistema está localizada nessa camada. Ferramentas para desenvolvimento incluem o IDE Eclipse, SDK do Android, e os ADT [3]. III. PERSPECTIVA GERAL DO SISTEMA A arquitectura de um sistema caracteriza o relacionamento e a comunicação entre os seus diferentes módulos e possibilita visualizar o seu comportamento global de modo simplista e de alto nível, além de identificar todos os processos e procedimentos chave, essenciais ao seu funcionamento. Através deste tipo de arquitectura vislumbra-se o primeiro contacto do leitor com o sistema na sua globalidade, permitindo a partir da sua observação identificar e estruturar as principais actividades e intervenientes relacionados com o projecto. Este sistema foi projectado como uma arquitectura cliente-servidor, composta por quatro componentes: aplicação Web, aplicação móvel, servidores e base de dados. Estão ligados entre si através da Internet, como mostra a Fig. 1. Todo o processo de registo é efectuado a partir da aplicação Web para os diferentes tipos de utilizadores, nomeadamente médicos, pacientes e público em geral. A seguir serão apresentadas as funcionalidades para as duas aplicações e as ferramentas utilizadas para a implementação das mesmas. Fig. 1. Arquitectura do sistema. A. Aplicação Web Foram utilizados as seguintes ferramentas para a implementação da aplicação Web: servidor Apache, servidor PostgreSQL, PHP, HTML e CSS. Esta aplicação apresenta funcionalidades como enviar novas medições, ver histórico de medições, criar ficha clínica, visualizar, activar e desactivar ficha clínica, visualizar e editar perfil, visualizar estatísticas e alertas, adicionar notas, entre outras. B. Aplicação Móvel Para esta aplicação foram utilizadas as seguintes ferramentas: sistema operativo Android, plataforma Eclipse, Java, e um servidor. Esta aplicação fornece funcionalidades como enviar novas medições, visualizar histórico de medições, ficha clínica, perfil, estatísticas, alertas e outras informações. C. Servidores Para a aplicação Web foram utilizadas os servidores Apache e o PostgreSQL. Apache é um servidor de código aberto que pode ser facilmente integrado com a linguagem PHP, sendo simples de instalar e configurar em diversos sistemas operativos. Foi implementado um servidor aplicacional para fazer a ligação entre o dispositivo móvel e a base de dados. Para que o servidor possa questionar a base de dados utilizou- se o PostgreSQL Driver JDBC (Java Data Base Connection). D. Base de Dados No sistema implementado, a base de dados foi utilizada para manter todos os sinais vitais enviados pelos pacientes, dados pessoais e clínicos dos utilizadores para partilha entre as diversas aplicações do sistema. IV. CONCLUSÃO O uso da inovação tecnológica na medicina vem se tornando cada vez mais importante nos avanços científicos da mesma. Essa inovação traz a capacidade de médicos exercerem cirurgias, exames, consultas, diagnósticos e monitorização de uma forma diferente, e todos nós beneficiamos com isso. O futuro da tecnologia médica, a julgar por seu progresso acelerado nos últimos anos, nos faz prever que a cada dia irão surgir novos equipamentos, novos aparelhos e novos recursos terapêuticos e de diagnóstico. Nem todos têm o poder financeiro para adquirir certos equipamentos, fazendo com que muitos países ou cidades ainda estejam muito atrás nessa corrida tecnológica, não podendo beneficiar das inovações recentes. Isso faz com que nós, estudantes de tecnologia em geral, possamos desenvolver várias ferramentas ainda não existentes em nosso “mundo”, podendo beneficiar milhares de pessoas a baixo custo. Sendo um sistema de monitorização algo complexo, existe ainda muito a fazer para torná-lo um sistema com maior fiabilidade e melhor usabilidade. Considera-se que o sistema poderá ficar mais completo com a introdução de outras funcionalidades, como marcação de consultas e o seu respectivo atendimento da parte do médico, tudo a partir da aplicação Web. REFERÊNCIAS [1] Weiser, M. The computer for the 21st century. ACM SIGMOBILE Mobile Computing and Communications, 3(3), 1999. [2] Dutra, D.; Abech, M. Infra-estrutura de sistemas ubíquos. [S.l.:s.n.], 2008. [3] Wei-Meng Lee, Beginning Android Application Development (Book style). Wiley Publishing, Inc., 2011, ch 1.